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SEXTA-FEIRA
25 de Março de 2011
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ENTREVISTA
ESPECIAL
GESTORES
S
PORTUGUESE
DE SUCESSO
EM ESPANHA
SÃO GESTORES DE
TOPO QUE DÃO CARTAS
NO PAÍS VIZINHO.
PEDRO GAMA
CASTANHEIRA ,
ADMINISTRADOR E
CHIEF OPERATING
OFFICER FIELD (COOF)
DO GRUPO
THYSSENKRUPP PARA
A ÁREA GEOGRÁFICA
SEAME (SOUTH
EUROPE, AFRICA E
MIDDLE EAST) É O
ROSTO DA SEGUNDA
DE UMA SÉRIE DE
ENTREVISTAS A NOMES
BEM SUCEDIDOS DA
GESTÃO PORTUGUESA
EM ESPANHA.
POR ALMERINDA
ROMEIRA (TEXTO)
VICTOR MACHADO
(FOTOS)
PEDRO CASTANHEIRA, ADMINISTRADOR E COOF NO GRUPO THYSSENKRUPP
“TODOS OS DIAS SÃO DIFERENTES
EM VIRTUDE DAS VIAGENS
E DESLOCAÇÕES CONSTANTES”
P
edro Castanheira, 50 anos,
assumiu, em Setembro de
2004, a função de Chief Operating Officer Field (COOF)
do grupo ThyssenKrupp, para a área
geográfica SEAME–South Europe,
Africa e Middle East, com escritório
em Madrid. Desde então, a capital es-
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panhola é a sua base de trabalho. Daqui parte, aqui regressa, daqui torna
a sair para seguir de perto negócios
em três continentes, que, em 2010,
renderam à ThyssenKrupp Elevadores, S.A cerca de 900 milhões de euros de facturação.
Licenciado em Gestão e Adminis-
tração de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa, trabalhou
oito anos na empresa de Auditoria
Arthur Andersen & Co., que elege como a sua grande escola, o seu MBA, e
três anos numa empresa familiar.
Descrever um dia na vida deste bem
sucedido gestor português, que tri-
unfa no mundo global a partir de Espanha, é uma tarefa difícil. Tal como
o próprio sublinha, “graças a Deus,
quase todos os dias são diferentes em
virtude das viagens e deslocações
constantes”. As viagens, não obstane, a miríade de milhas acumuladas,
ainda colhem o seu entusiasmo, bem
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como o ténis e a arte, que são os seus
interesses maiores.
Em Madrid, onde passa, em média,
cinco a seis dias por mês, o dia de trabalho começa, por regra, às 09h00 e
termina por volta das 20h00, caso
não tenha visitas que implicam,
obviamente, jantar! O tempo é dedicado a reuniões de coordenação com
os restantes elementos do board,
bem como ao follow-up dos assuntos
comerciais e operacionais dos diferentes países. Nos restantes dias do
mês, sucedem-se as viagens, algumas
das quais têm como destino Lisboa.
E porque o mundo está em rápida
mudança, tal como os negócios, Pedro Castanheira, segundo revela o
próprio ao OJE, não tardará a regressar a Portugal, trazendo para o seu
País e para a ThyssenKrupp Elevadores – Portugal, a responsabilidade
do negócio de elevadores para toda a
África. A sua base passará a ser Portugal, mas as viagens e as ausências
continuarão a ser uma constante.
Quando foi para Espanha e em que
circunstâncias?
Em Setembro de 2004, em virtude de
uma reorganização mundial do negócio dos elevadores. Fui assumir o
cargo de COOF – Chief Operating Officer Field da ThyssenKrupp Elevadores, S.A. para a área geográfica
SEAME –South Europe, Africa e Middle East, com escritório em Madrid.
A actividade está mais relacionada
com todos os países fora de Espanha.
Sentiu dificuldades de adaptação?
Na realidade, antes de ter o escritório
em Madrid, já viajava com frequência para Espanha, portanto não senti
demasiadas dificuldades de adaptação. É verdade que como consequência das responsabilidades assumidas,
viajo bastante para os países onde temos operações, a minha permanência em Madrid sempre foi reduzida,
em média a uma semana. Mas como
neste período sempre mantive a minha residência em Portugal as estadias em Madrid são sempre num hotel.
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25 de Março de 2011
ENTREVISTA
operações mais maduras contribuíram com cerca de 60% do total. Emprega 7.000 pessoas e mantém cerca
responsabilidade, como países mediterrânicos, países árabes e África. De
todas as formas, creio que a criativi-
A crise chegou primeiro a Portugal e exigiu medidas
drásticas e alterações do modelo de negócio. O impacto em Espanha, embora mais tardio, é mais profundo
e marcante em virtude da dimensão do mercado
de 200 mil elevadores e escadas rolantes.
Quais são as vantagens e as desvantagens de integrar uma equipa de
gestão estrangeira num país estrangeiro?
Diria que as diferenças culturais entre Espanha e Portugal se complementam quando falamos de desenvolver e abrir países na nossa área de
dade, a forma positiva de encarar
contrariedades, a agilidade de tornear obstáculos e a flexibilidade que
nos é peculiar pela nossa cultura mediterrânica são e foram os factores
mais importantes no sucesso alcançado ao longo destes últimos anos.
Que desafios enfrenta diariamente
como alto responsável de uma empresa Ibérica?
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Ajustar e redefinir as nossas estruturas e modelos de negócio em resultado da crise. A crise chegou primeiro a Portugal e exigiu medidas drásticas e alterações radicais do modelo
de negócio. O impacto em Espanha,
embora mais tardio, é mais profundo
e marcante em virtude da dimensão
do mercado.
O que de fundamental na gestão
distingue Portugal de Espanha?
Conforme anteriormente referido a
minha actividade tem-se desenvolvido mais em países fora de Espanha,
mas diria que o dinamismo e a proactividade são marcantes na persecução dos objectivos de negócios a que
não é alheia a diferença abismal da
dimensão de mercado que permite
alcançar níveis de crescimento e desenvolvimento mais rápidos e consistentes.
Que qualidades pessoais lhe permitiram alcançar este patamar profissional ?
Antes de mais estar no lugar certo na
hora certa!
Ter começado a minha carreira na
área financeira, auditoria, teve um
contributo tremendo já que me permitiu conhecer diferentes negócios e
acompanhar ao longo de diversos
anos as evoluções e alterações estratégicas bem como implicou o desenvolvimento da capacidade de interacção e lidar com pessoas, a base de
tudo! Em períodos curtos de trabalho era necessário ganhar a confiança e trabalhar de uma forma próxima. Por último ainda nesta área, promover e vender serviços de auditoria
e consultoria foram experiências
marcantes. Diria que os meus oito
anos na Arthur Andersen foram o
meu MBA.
Associado a tudo isto, capacidade
de trabalho, envolvimento da equipa, dinamismo e motivação
Como administrador da ThyssenKrupp Elevadores, quais são as suas
áreas de responsabilidade profissional e as suas tarefas diárias?
Coordenar, dinamizar e acompanhar
os planos do negócio dos diferentes
países sobre os quais tenho responsabilidade, nas áreas comercial e operacional. Associado a tudo isto e com
uma importância relevante está a
componente de recursos humanos.
Selecção, integração na cultura e
constante motivação das equipas dos
diferentes países.
Há alguém que, em particular, tenha influenciado a sua carreira?
Reforçar a influência marcante da
minha passagem pela Arthur Andersen, quer em termos pessoais, quer
em termos profissionais.
Uma referência a meu pai, economista e empresário que me continua
diariamente a inspirar em diversas
vertentes, mas principalmente no
foco e na atenção ao cliente, assim
como ao Carlos Freire, meu professor de Auditoria na Católica, com
quem trabalhei na Arthur Andersen
e que sempre me apoiou e me aconselhou ao longo da minha carreira.
A ambos já falecidos, a minha saudade e homenagem.
O que é o grupo Thyssen na área
geográfica SEAME –South Europe,
Africa e Middle East?
A área geográfica SEAME – South Europe, Africa e Middle East, apresentou um volume de negócios de cerca
de 900 milhões de euros com um
EBIT (cash-flow operacional) de cerca de 105 milhões de euros para o exercício findo em 30 de Setembro de
2010, sendo que Espanha e Portugal,
Pensa regressar um dia a Portugal ?
Porque o mundo está em rápida mudança, encontro-me em fase de regresso a Portugal, trazendo para este
país e para a ThyssenKrupp Elevadores – Portugal, a responsabilidade
do negócio de elevadores para toda a
África.
A base é Portugal mas as viagens e
as ausências continuarão a ser uma
constante.
PERFIL
Pedro Castanheira nasceu a 4 de
Outubro de 1960. Licenciado em
Gestão e Administração de
Empresas pela Universidade
Católica Portuguesa, integrou a
empresa de Auditoria Arthur
Andersen & Co, durante oito anos,
tendo também colhido experiência
profissional durante três anos
numa empresa familiar. Está na
ThyssenKrupp Elevadores –
Portugal desde 1996, onde foi
Director Financeiro (quatro anos),
adjunto do Director Geral (um
ano) e Director geral (três anos).
Em 2004, em virtude de uma
reorganização mundial do negócio
dos elevadores, assumiu o cargo
de COOF – Chief Operating
Officer- Field, para a área geográfica SEAME –South Europe,
Africa e Middle East,
ThyssenKrupp Elevadores, S.A.,
com escritório em Madrid.
O que é a área
geográfica SEAME
A área geográfica SEAME
–South Europe, Africa e Middle
East do grupo ThyssenKrupp
Elevadores apresentou um volume
de negócios de cerca de 900 milhões de euros com um EBIT
(cash-flow operacional) de cerca
de 105 milhões de euros para o
exercício findo em 30 de Setembro de 2010. Espanha e Portugal
são os mercados mais maduros,
contribuindo com cerca de 60%
do total. A empresa emprega
7.000 pessoas e mantém cerca
de 200.000 elevadores e escadas
rolantes. A ThyssenKrupp
Elevadores integra o grupo
ThyssenKrupp, presente em 80
países, gerador de 177 mil empregos e de negócios na casa dos 42
mil milhões de euros.
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