UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE AGRONOMIA
COMPACTAÇÃO CONTROLADA DE SOLOS
Danilo Fernandes Borges de Freitas
Diamantina
2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
COMPACTAÇÃO CONTROLADA DE SOLOS
Danilo Fernandes Borges de Freitas
Orientador:
Prof. Dr. Wellington Willian Rocha
Trabalho de conclusão de curso
apresentado ao Curso de Graduação em
Agronomia, como parte das exigências para
conclusão do curso.
Diamantina
2012
COMPACTAÇÃO CONTROLADA DE SOLOS
Danilo Fernandes Borges de Freitas
Orientador
Prof. Dr. Wellington Willian Rocha
Trabalho de conclusão de curso
apresentado ao Curso de Graduação em
Agronomia, como parte dos quesitos para
conclusão do curso.
APROVADO em: ..../..../....
________________________________________
Prof. Dr. Wellington Willian Rocha- UFVJM
Diamantina
2012
AUTORIZAÇÃO
Autorizo a reprodução e/ou divulgação total ou parcial do presente trabalho, por
qualquer meio convencional ou eletrônico, desde que citada a fonte.
__________________________________________
Danilo Fernandes Borges de Freitas
[email protected]
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Campus JK - Diamantina/MG Rodovia MGT 367 - Km 583, nº 5000 - Alto da Jacuba
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 01
MÉTODOS DE QUANTIFICAÇÃO DA COMPACTAÇÃO DOS SOLOS.....02
Densidade do solo......................................................................................................................... 02
Ensaio de compressibilidade..................................................................................................... 04
Resistência a penetração ............................................................................................................ 05
Ensaio de Proctor Normal........................................................................................................ 05
Cisalhamento do solo ...................................................................................................................07
ESTUDO DE CASO: COMPACTAÇAO CONTROLADA EM VASOS ........08
Estudo 1 .........................................................................................................................................09
Estudo 2 .........................................................................................................................................11
Estudo 3 ........................................................................................................................................ 14
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 16
1 INTRODUÇÃO
2
Sabendo-se que a agricultura cada vez mais tem se consolidado como importante fonte de
3 geração de riqueza no país, alternativas que proporcionem a melhoria da gestão das atividades
4 agrícolas são de grande importância para promoção de avanço em toda a cadeia produtiva.
5
A estruturação da economia global vem proporcionando, a cada dia, uma maior disputa por
6 espaço no mercado (Santos, 1995). Assim como em todos os segmentos, na agricultura não deixa de
7 ser diferente. A pesquisa e adequação para técnicas que promovamotimizaçõesnos processos
8 produtivos esta cada vez mais necessária.
9
O aumento da utilização das máquinas trouxe consigo a elevação dos níveis de compactação
10 dos solos. Essacompactação tem se tornado um dos maiores problemas da agricultura, promovendo
11 restrição mecânica ao desenvolvimento de raízes e da disponibilidade de nutrientes (Camargo et al.,
12 1997).
13
Pedrotti et al.,(1996) afirmam que, o aumento da compactação adicional do solo esta
14 relacionada à realização das operações motomecanizadas sem o controle de umidade do solo.
15
Um solo pode ser quimicamente bom, mas se a compactação ocorre, as plantas não
16 beneficiam adequadamente dos nutrientes uma vez que o desenvolvimento de raízes fica
17 prejudicado(Raper et al., 1970; Mitchell et al., 1971), e é nelas que ocorre a maior taxa de absorção.
18 Além disso, com a compactação, diminuem os espaços livres do solo, e, consequentemente, a
19 quantidade de oxigênio disponível na rizosfera,podendo ser limitante para o desempenho dos
20 processos metabólicos da planta.
21
A caracterização da camada compactada e o comportamento da planta em relação à
22 densidadedo solo e porosidade são fundamentais, pois, segundo Lins e Silva (1994), odiagnóstico
23 incorreto é pouco preciso da compactação e, tem levado o agricultor a realizar, de forma
24 indiscriminada, a operaçãode subsolagem, que se apresenta como uma das operações mais onerosas
25 do preparo do solo. Por outro lado, Luchiari Junior et al., (1985) afirmam que o cultivo de plantas
26 em solos dos cerrados, provocaprofundas alterações nas propriedades físicas destes solos, causando
27 um aumento da densidade ediminuição no volume total de vazios, principalmente na
28 macroporosidade; isto provoca uma sensívelredução na permeabilidade do solo, um aumento na
29 resistência mecânica ao crescimento das raízes,com conseqüente aumento dos riscos de erosão sob
30 condições de chuvas de alta intensidade, comunsnos Cerrados. Estes fatores, em interação, provocam
31 a formação deficiente do sistema radicular, que, dessa forma, explora menor volume de solo,
32 tornando as plantas mais vulneráveis aos efeitos dosveranicos dos Cerrados.
1
33
A compactação pode ser evidenciada tanto no solo como na planta. Alguns dos principais
34 sintomas visíveis no solo são: presença de crostas, trincas no sulco de rodagem no trator,
35 empoçamento de água, erosão hídrica excessiva, zonas endurecidas. Nas plantas a manifestação da
36 compactação está associada a baixa emergência de plântulas, variação do tamanho entre as plantas,
37 folhas amarelecidas, sistema radícula raso e horizontal, raízes mal formadas e tortas, etc. (Dias
38 Junior, 2000). A observação desses sintomas no solo e/ou na planta é uma maneira fácil e prática de
39 reconhecimento de áreas compactadas.
40
A umidade do solo é fator que governa a quantidade de deformação que poderá ocorrer no
41 solo. Solos com alta umidade deformam-se mais facilmente ocorrendo à formação de camadas
42 compactadas (Swan et. al., 1987). O estado de compactação do solo tem sido avaliado por meio de
43 diversos atributos físicos, tais como: densidade do solo, porosidade total, relação de vazios,
44 densidade relativa, e proctor normal, resistência do solo à penetração das raízes (Silva et al., 1997) e
45 pressão de pré-consolidação, (Dias Junior, 1995).
46
O solo pode tornar-se adensado como consequência da sua composição textural, regime
47 hídrico ou pela maneira com que ele foi formado. Crostas superficiais podem ser formadas pela
48 exposição do solo à ação das gotas de chuva, impactando e dispersando o solo, seguida de secagem e
49 endurecimento da camada superficial. O adensamento das camadas subsurperficiais pode ocorrer
50 pelo empacotamento dos sedimentos granulares, que podem ser parcialmente cimentados (Reichert et
51 al., 1992 ;Reichert et al., 1992 ;Reichert et al., 1 994,1995). Camadas endurecidas, chamadas de
52 hardpans, podem, em casos extremos, exibir propriedades de uma rocha e tornarem-se quase
53 completamente impenetráveis por raízes, água e ar.
54
No processo de compactação, a aplicação de uma força faz com que as partículas do
55 solo deslizem umas em direção a outras, causando um rearranjo das partículas e incremento da
56 densidade (Reichert et al., 2007). Nesse processo, a água no solo serve com um agente lubrificante
57 das partículas, facilitando esse rearranjo.
58
59 MÉTODOS DE QUANTIFICAÇÃO DA COMPACTAÇÃO DOS SOLOS
60
61 DENSIDADE DO SOLO
62
63
A avaliação de atributos físicos do solo, como densidade e resistência, tem sido utilizada
64 para determinar a presença de camadas compactadas (Sidiras et al., 1982), que funcionam como
65 indicadores de restrição ao crescimento de plantas.
2
66
A densidade do solo é definida como a massa seca por um determinado volume. Sendo
67 assim esta diretamente relacionada com a estrutura do solo. Segundo Camargo (1997), pode-se dizer
68 com certa restrição que a densidade é a medida mais quantitativa direta da compactação.
69
Um dos principais atributos físicos que reduz a produtividade das culturas é a densidade do
70 solo e sua relação com resistência à penetração (Albuquerque, 2001).
71
A presença de uma estrutura maciça e adensada nas camadas superficial e subsuperficial são
72 comuns na maioria dos solos cultivados intensivamente, com valores de densidade do solo mais
73 elevados e, aeração, penetração e a proliferação de raízestambém são prejudicadas. Assim, a
74 densidade podevariar consideravelmente, dependendo da textura, dosteores de matéria orgânica do
75 solo (Curtis et al.,1964) e da frequência de cultivo (Hajabbasi; Jalalian; Karimzadeh, 1997).
76
Para solucionar o problema de altos valores dedensidade, alguns agricultores têm utilizado
77 asubsolagem nas operações de preparo do solo paraa semeadura, precedendo a outras
78 operaçõesconvencionalmente utilizadas com a finalidade de aliviara compactação (Castro Filho et al.,
79 1993).
80
(Torres et al., 1999) afirmam que a densidade varia deacordo com as características do solo,
81 sendo que emsolos argilosos varia de 1,0 a 1,45 Mg m-3 paracondições de mata e muito
82 compactados,respectivamente e para solos arenosos apresentamdensidades variáveis entre 1,25 a 1,70
83 Mg m-3respectivamente. (Camargo et al., 1997) consideram crítico o valor de 1,55 Mg m-3 em
84 solos franco-argilososa argilosos. (De Maria et al., 1999) constataram que em Latossolo Roxo,
85 ocorre restrição aodesenvolvimento de raízes acima de 1,2 Mg m-3.
86
(De Jong-Hughes et al. 2001) afirmam que um solo ligeiramente comprimido pode apressar
87 a taxade germinação das sementes, porque promove umbom contato entre a semente e solo. Além
88 disso, umacompactação moderada pode reduzir a perda de águado solo por evaporação e,
89 consequentemente, impedirque o solo em torno da semente seque rapidamente. Um solo de textura
90 média, com densidade de 1,2 Mgm-3 é geralmente favorável para o crescimento daraiz, sendo que
91 esta densidade do solo correspondeàs condições do solo após uma operação secundáriade preparo
92 (utilização da grade niveladora, a qualdiminui a rugosidade da superfície do solo).Entretanto, as
93 raízes que crescem através de um solocom textura média e com uma densidade igual oumaior que 1,2
94 Mg m-3, provavelmente não terão umgrau elevado de ramificação ou formação de raízessecundárias.
95 Neste caso, uma compactaçãomoderada pode aumentar a ramificação e a formaçãode raízes
96 secundárias, permitindo que as raízesexplorem mais o solo para absorção de nutrientes,em especial os
97 nutrientes de pouca mobilidade nosolo, como o fósforo.
3
98
A densidade do solo pode ser obtida através da utilização de métodos não destrutivos tais
99 como sonda de neutrons, radiação gama e tomografia computadorizada, ou através de métodos
100 destrutivos tais como método do anel volumétrico (cilindro de Uhland) e método do torrão
101 parafinado.
102
O método mais usado é o do anel volumétrico, onde coleta-se uma amostra de solo com
103 estrutura indeformada em um anel volumétrico de volume conhecido (V). Secar a amostra de solo em
104 estufa a 105-110 ºC e determinar a sua massa seca (Ms). Em seguida determinar a densidade do solo
105 usando a expressão Ds = Ms/V.
106
107EENSAIO DE COMPRESSIBILIDADE
108
Este ensaio consiste, basicamente, em aplicar sucessiva e continuamente pressões crescentes
109 e pré-estabelecidas a uma amostra de material de solo na condição parcialmente saturada. Este ensaio
110 permite obter a curva de compressão do solo a qual é representada por um gráfico no qual plota-se no
111 eixo X os valores das pressões aplicadas em escala logarítmica e no eixo Y plota-se os valores da
112 densidade do solo ou do índice de vazios em escala natural. No estudo da compressibilidade dos
113 solos agrícolas tem-se usado mais frequentemente a densidade do solo do que o índice de vazios. Da
114 curva de compressibilidade do solo obtém-se a pressão de pré-consolidação usando o método clássico
115 de Casagrande (1936) ou o método proposto por Dias Junior e Pierce (1995).
116
O método gráfico, proposto por Casagrande (1936), é baseado na escolha do ponto de raio
117 mínimo ou de máxima curvatura da curva de compressibilidade do solo. Entretanto, tem sido
118 mostrado na literatura que a medida que aumenta as perturbações na amostra indeformada
119 (Schmertmann, 1955; Brumund et al., 1976; Holtz et al., 1981) ou a medida que são usadas, no
120 ensaio de compressibilidade, amostras com alta umidade (Dias Junior et al., 1995), fica difícil a
121 escolha do ponto de máxima curvatura pois as curvas de compressão do solo ficam praticamente
122 quase lineares. Assim, este método é gráfico, manual e subjetivo.
123
O método proposto por Dias Junior e Pierce (1995), usa-se uma planilha eletrônica de fluxo
124 livre para estimar a pressão de pre-consolidação. Como algumas vantagens deste método podemos
125 citar: redução significativa do tempo gasto para se determinar a pressão de pré-consolidação; redução
126 significativa da probabilidade de erros durante a determinação; ser um método rápido, confiável e
127 repetitivo e possibilidade de ser usado por outros laboratórios que realizam determinações
128 semelhantes.
4
129 RESISTÊNCIA A PENETRAÇÃO
130
A resistência a penetração, avaliada por um penetrômetro é uma das formas mais
131 frequentemente utilizadas para se determinar o nível da compactação nos ambientes produtivos,
132 comparando solos de mesmo tipo e teor de água (Lanças, 1991 in Nagaoka et al., 2003). A
133 agricultura de precisão pode identificar esta resistência de acordo com a variabilidade existente no
134 ambiente.
135
Dentre as mais variadas aplicações pode-se dizer que, o conhecimento da resistência a
136 penetração, é utilizada para detecção de camadas compactadas, estudo da ação de ferramentas de
137 máquinas no solo, prevenção para o impedimento mecânico do desenvolvimento das raízes das
138 plantas, predição da força de tração necessária para a realização de trabalho, conhecimento do
139 processo de ressecamento e umedecimento, entre outros (Cunha et al., 2002).
140
A resistência a penetração é influenciada pela textura, conteúdo de água, densidade do solo e
141 tipo de mineral de argila no solo (Gomes et al., 1996). Nesse contexto, o conteúdo de água na
142 capacidade de campo é considerado ideal para a determinação da resistência a penetração, condição
143 em que é obtida melhor correlação com a densidade do solo e o crescimento radicular (Henderson,
144 1989; Arshad et al., 1996), sendo a sua influência maior em solos mais argilosos (Rosolem et al.,
145 1999).
146
Os penetrômetros rotineiramente utilizados para a avaliação da compactação são
147 denominados em função do princípio de penetração, de estáticos, em que o conjunto é pressionado
148 contra o solo, e a resistência a penetração é registrada em um dinamômetro e, de dinâmicos, em que a
149 haste penetra no solo em decorrência do impacto de um peso que cai em queda livre de uma altura
150 constante (Stolf, 1991).
151
Stolf (1991) comparou o penetrômetro de impacto com um penetrômetro estático com mola
152 dinamométrica e verificou que, em solo arenoso, os penetrômetros apresentaram valores semelhantes,
153 e, em solo argiloso, o penetrômetro de impacto apresentou valores superiores ao penetrômetro
154 estático. (Beutler et al. 2002) verificaram que a resistência a penetração registrada com o
155 penetrômetro de impacto foi superior comparado ao penetrômetro de anel dinamométrico, em
156 maiores níveis de compactação, e a diferença aumentou no solo mais argiloso com o incremento da
157 compactação.
158 ENSAIO PROCTOR NORMAL
159
Os ensaios laboratoriais de compactação tipo Proctor surgiram da necessidade de controlar
160 os resultados conseguidos durante os trabalhos de compactação em obra. O ensaio consiste na
5
161 compactação de uma amostra de solo num molde, determinando-se o teor em água e o peso seco. A
162 repetição deste procedimento para diferentes quantidades de água adicionadas ao solo permite obter a
163 curva de compactação. O procedimento de ensaio está normalizado e consta da especificação do
164 LNEC E197-1966.
165
Este teste avalia a compactação do solo e foi desenvolvido primeiramente por Proctor
166 (1933), e referenciado como “teste de proctor normal”. Esse teste é conduzido, compactando-se três
167 camadas de solo em um cilindro de volume de 944 cm³. Cada camada de solo é submetida a 25
168 pancadas por um martelo com massa de 2,5 Kg (peso 24,5 N), de uma altura de queda de 30,48 cm,
169 aplicando uma energia por pancada de 24,5 N x 0,3048 m = 7,47 j.
170
Com o volume conhecido do cilindro, massa do solo úmido compactado no cilindro e do
171 conteúdo de água do solo compactado, a densidade máxima e o conteúdo de água de compactação
172 podem ser determinados. O teste deve ser repetido varias vezes, sob diferentes conteúdos de água no
173 solo.
174
A partir do conteúdo da água e da densidade, representa-se graficamente a variação da
175 densidade do solo, de acordo com o conteúdo de água. O gráfico obtido apresenta um aumento da
176 densidade pela aplicação da pressão com o conteúdo de água, até atingir um valor máximo,
177 denominado densidade máxima do solo, quando ocorre decréscimo da densidade com aumento do
178 conteúdo de água.
179
Este decréscimo ocorre, pois, em condições de baixo conteúdo de água não há água
180 suficiente para formar um filme sobre as películas do solo. À medida que o conteúdo de água
181 aumenta, o filme de água expande-se, formando uma película cada vez maior entre as partículas, que
182 se orientam de modo a deslizar uma sobre as outras. Após atingir o conteúdo de água ótimo para
183 compactação, ainda que a película de água aumente, ocorre redução da densidade do solo, em virtude
184 do efeito da diluição da água sobre a concentração das partículas por unidade de volume. Em
185 condições de baixo conteúdo de água, o ar funciona como mola; em alto conteúdo, é a água que
186 funciona como mola.
187
Conteúdos de água inferiores são recomendados para o tráfego, evitando elevada
188 compactação do solo, visto que, sob conteúdo de água elevado, embora ocorra menor compactação,
189 há formação de sulcos no solo, causado pelo rodado das máquinas ou pelo pisoteio animal.
190
As curvas de compactação são características de cada solo, não sendo possível exportar um
191 valor de conteúdo de água ótimo para compactação de um solo para outro. Quanto maiores os teores
192 de argila e matéria orgânica, maior é o conteúdo de água para que a densidade máxima se solo seja
6
193 atingida, por causa da maior adsorção de água na superfície desses componentes, diminuindo, assim,
194 a quantidade de água entre as partículas do solo.
195
196 CISALHAMENTO DO SOLO
197
A resistência ao cisalhamento de um solo é a máxima tensão de cisalhamento que o solo
198 pode suportar sem sofrer ruptura ou a tensão de cisalhamento do solo no plano em que a ruptura
199 ocorre (Rocha, 2003). Pode ser expressa pela equação de Coulomb,  = c + n tg (Ramamurthy,
200 2001), em que  é a máxima pressão cisalhante suportada pelo solo, n é a tensão normal a que a
201 superfície de falhamento está submetida, c é o intercepto de coesão ou coesão aparente do solo e  é
202 o ângulo de atrito interno do solo, definido como sendo o ângulo que a força normal faz com a
203 resultante das forças que o maciço terroso está submetido. Essa equação define a envoltória de
204 resistência, que é a linha limite de resistência dos solos, ou seja, qualquer pressão cisalhante que
Resistência ao cisalhamento

205 esteja acima dessa linha promoverá a ruptura do solo (Rocha, 2003).
206
)
c
Tensão normal
n
207
FIGURA 1. Envoltória de resistência.
208
Os parâmetros c e  são características intrínsecas dos solos (Benjamim et al., 1985;
209 Ramamurthy, 2001; Zanget et al., 2001).
210
Nesse estudo, a coesão determinada é a coesão aparente ou o intercepto de coesão (c). Esse
211 parâmetro é uma parcela da resistência ao cisalhamento dos solos presente apenas naqueles
212 parcialmente saturados e mais expressivos nos argilosos em conseqüência da maior ou menor tensão
213 capilar (Silva et al., 2005; Pinto, 1989; Vargas, 1989; Azevedo, 1999). Al-Shayea (2001)
214 demonstrou que a distância entre as partículas mostrou-se reduzida com a diminuição do teor de água
215 do solo, resultando numa maior atração entre elas e conseqüente aumento da coesão. Silva et al.,
216 (2004), Arvidsson et al. (2001), Silva et al., (2005), Boeni, (2000) e Pires (2007) observaram
7
217 aumento expressivo da coesão com a diminuição do teor de água no solo , evidenciando o grande
218 efeito da umidade na coesão do solo.
219 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO:
220 Cisalhamento Direto: O teste de cisalhamento direto permite avaliar a resistência em um único
221 plano de ruptura, que é imposto. Há duas formas de avaliar a resistência ao cisalhamento do solo. Em
222 um deles, a tensão de cisalhamento é aplicada a uma taxa constante, ou em incrementos de cargas
223 iguais, até que ocorra ruptura. O deslocamento cisalhante é medido por em oedômetro, que indica a
224 quantidade de deslocamento. No outro teste, é aplicada, horizontalmente, uma tensão controlada na
225 caixa de cisalhamento, a uma taxa constante, por meio de uma rosca e um anel de teste calibrado. A
226 taxa constante de deslocamento é observada no oedômetro. O anel de teste com uma força calibrada a
227 mostra a resistência ao cisalhamento do solo, a qualquer taxa de tensão horizontal aplicada no solo
228 através da caixa (Rocha, 2003).
229 Cisalhamento Simples:O teste de cisalhamento simples submete a amostra a um estado de
230 deformação e tensão uniforme. Aplica-se, inicialmente, uma tensão normal em condições
231 oedométricas, com trajetórias de tensões efetivas (TTE). Em seguida, aplica-se a tensão cisalhante,
232 provocando deformações distorcionais até a ruptura (Rocha, 2003).
233 Cisalhamento Torcional: O teste de cisalhamento torcional inicialmente submete a amostra de solo
234 a uma compressão eodométrica, seguida de uma torção conhecida. Como no cisalhamento direto, a
235 ruptura ocorre de acordo com um plano predeterminado. Esse teste é útil em casos de resistência sob
236 deformações muito grandes, da ordem de metro, por permitir aplicar várias rotações entre as partes
237 (superior e inferior) da amostra. A resistência do solo, obtida nessas condições, é denominada
238 residual (Rocha, 2003).
239
240 ESTUDO DE CASO: COMPACTAÇAO CONTROLADA EM VASOS
241
242
Este trabalho tem como objetivo comparar crescimento e absorção de macronutrientes e
243 micronutrientes em culturas de Eucalipto (Eucalyptuscloeziana),Milho (Zeamays) e Cana-de-Açúcar
244 (Saccharumofficinarum L)cultivado em vasos.
245
Os experimentos foram realizados no campus JK da Universidade Federal dos vales do
246 Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), que se localiza a 1365 metros de altitude na cidade de
247 Diamantina-MG (18º12’ S e 43º35’ W). O regime climático da Serra do Espinhaço Meridional,
248 região de Diamantina, é tipicamente tropical,Cwb na classificação de Koppen, caracterizado por
8
249 verões brandos e úmidos (outubro a abril) e invernos mais frescos e secos (junho a agosto) (Neves et
250 al., 2005).
251
Os experimentos foram conduzidos em vasos compactados e para isto, temos que conhecer
252 dados como a curva de compactação do solo, compactando-se pelo menos cinco corpos de prova,
253 com umidades crescentes. A compactação dos corpos de prova se dá em três camadas, as quais
254 recebem vinte e cinco golpes do martelo utilizado no ensaio de Proctor Normal (Stancati Nogueira et
255 al., 1981), Com auxílio do software Excel for Windows plota-se os valores de umidade e de
256 densidade do solo obtidos, que geramequações deregressão que melhor ajustam os pontos
257 determinados no ponto de máximo da função, de onde se obtém a densidade do solo máxima
258 (Dsmáx) e a umidade ótima (Uót) de compactação.
259
Os graus de compactação (equação 1) são gerados pela razão entre a densidade natural do
260 solo (Ds) e densidade máxima do solo (Dsmax), sendo esta obtida através do Proctor Normal.
261 Posteriormente, obtêm-se a massa de solo necessária para determinado grau de compactação.
262 GC= Densidade do solox 100
263
Densidade máxima
264
eq.(1)
A densidade natural do solo para cada manejo foi determinada pelo método dos anéis
265 volumétricos em que a densidade é o valor da massa seca do solo dividido pelo seu volume, volume
266 esse que é coincidente com o do anel (Embrapa, 1997). Uma vez estipulado o grau de compactação,
267 conhecendo a densidade máxima do solo e sua densidade natural, foi possível realizar o cálculo da
268 massa de solo a ser colocada dentro dos vasos.
269
270
ESTUDO 1
O experimento foi conduzido em casa de vegetação no Campus JK na Universidade
271 Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri na cidade de Diamantina (MG), no período de
272 23/03/2010 a 08/07/2010.
273
O delineamento foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 3x3x4 (três Graus de
274 compactação, três níveis de adubação de cobertura e quatro repetições).Foram utilizados vasos com
275 volume de 5 litros, o Solo é um Latossolo Vermelho Amarelo distrófico.
276
Os tratamentos foram: Três graus de compactação (GC) de 70%, 75% e 80%, e três
277 diferentes adubações de cobertura com sulfato de amônio (SA): R1(1,2 g/vaso); R2(1,6 g/vaso) e
278 R3(1,6g/vaso parcelado em duas aplicações 0,8g e 0,8g), atendendo à recomendação de 60 e 80
279 kgN/ha respectivamente, segundo a quinta aproximação, as adubações R1 e R2 na totalidade e
280 metade de R3, foram realizadas 27 dias após o plantio e a segunda aplicação de R3, foi feita 10 dias
281 após a primeira aplicação.
9
282
Após 107 dias após o plantio foi feito o corte da parte aérea para analise bromatológica
283 separando folhas do colmo, realizando a pesagem em balança analítica e armazenada em sacos de
284 papel.
285
Para a determinação da matéria seca, foi utilizado o método da estufa que consiste em
286 pesar o material fresco e logo após
embalado em sacos de papel etiquetados e posteriormente
287 colocados em uma estufa com circulação forçada com temperatura variando de 65 a 70 °C até o
288 material manter peso constante assim determinando a matéria seca das amostras, a temperatura
289 dentro da estufa não deve ultrapassar 70 °C para evitar perdas de nutrientes. Em seguida o material
290 foi levado para a moagem em um moinho tipo Willey para haver uma homogeneização do material,
291 logo após ser homogeneizado formarealizadas as analises químicas.
292
O método utilizado para a análise de proteína foi o método de Kjeldahl que se baseia no
293 teor de nitrogênio protéico total. Para a quantificação de macronutrientes e micronutrientes, foram
294 usados dois métodos básicos via seco e via úmido. O método via seco é usado para quantificar B e
295 Mo, a amostra é incinerada em mufla elétrica a 500 a 550 °C, como resultado temos a cinza que é
296 diluída em uma solução acida para a analise. O método via úmida é usado para determinar P, K, Ca,
297 Mg, S, Cu, Fé, Mn e Zn. As amostras são solubilizadas em ácido nítrico e perclorico e deixadas em
298 repouso por 12 horas para digestão prévia da amostra.
299
De acordo com a tabela 1, observa-se que para as porcentagens de matéria seca nas
300 adubações 1 e 2, não houve diferença estatística entre os graus de compactação de 70 e 75%, sendo
301 que o Grau de compactação de 80% foi o que condicionou o menor valor de matéria seca.
302 Tabela 1. Porcentagem Massa Seca das plantas de milho nos diferentes graus de compactação e diferentes níveis de
303 adubação.
GC(%)
70
75
80
R1
30,15aB
26,84aB
21,94bC
Adubação
R2
31,47aB
33,43aA
23,22bB
R3
35,28aA
30,63bA
26,76cA
304 Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
305
306
Para doses de adubação, o que se observa é que, de uma forma geral, a dose 3,foi, a que
307 condicionou os melhores desenvolvimentos das plantas e consequentemente os maiores porcentagens
308 de matéria seca.
309
A tabela 2 mostra os teores foliares de macronutrientes para os diferentes graus de
310 compactação, observa-se que, de uma forma geral, o grau de compactação de 75%, foi o que
311 proporcionou os maiores valores desses elementos nas plantas e no GC de 80%, as plantas
312 apresentaram os menores teores dos macronutrientes. Este comportamento pode ser explicado pela
10
313 menor exploração das raízes das plantas em solo compactado, limitando a absorção desses nutrientes.
314 Uma consequência marcante do experimento foi praticamente todas as plantas terem apresentado
315 deficiência foliar de P e em alguns tratamentos ocorreu tombamento das plantas devido a uma má
316 fixação no solo.
317 Tabela 2. Média dos teores foliares de macronutrientes para os diferentes graus de compactação.
GC(%)
70
75
80
N
2,2
2,4
1,7
Macronutrientes (%)
K
Ca
Mg
1,5
0,18
0,12
1,5
0,19
0,14
1,1
0,11
0,09
P
0,16
0,18
0,12
S
0,16
0,11
0,09
318
319
A tabela 3 traz os teores dos micronutrientes nas plantas de milho nos diferentes graus de
320 compactação. Todos os valores estão abaixo dos mínimos considerados adequados para uma silagem
321 de qualidade, vale ressaltar também, que não foram feitas adubações com micronutrientes. Nota-se
322 ainda, que para o GC de 80%, os teores de micronutrientes foram os menores, demonstrando mais
323 uma vez o efeito negativo da compactação na absorção de nutrientes do solo, em função do menor
324 desenvolvimento radicular.
325 Tabela 3. Média dos teores foliares de micronutrientes para os diferentes graus de compactação
GC(%)
70
75
80
326
327
B
8
8
6
Cu
6
6
5
Micronutrientes (ppm)
Fe
Mn
Mo
55
35
0,09
60
38
0,09
40
30
0,07
Zn
12
12
12
Com base nesses valores conclui-se que:
1.
328 Para o teor de matéria seca, a dose de adubação com melhor resultado nos tratamentos foi a R3 e o
329 GC mais prejudicial foi o 80%.
2.
330 Para todos os tratamentos, os teores de macronutrientes e micronutrientes nas plantas ficaramabaixo
331 do recomendado ou no limite de tolerância favorecendo uma baixa produção
332
333
ESTUDO 2
334
O experimento foi realizado no campus JK da Universidade Federal dos vales do
335 Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), e constou do plantio de mudas de Eucalyptuscloeziana em tubos
336 de PVC, sendo: três diferentes graus de compactação e duas diferentes adubações fosfatadas de
337 plantio.
11
338
O experimento, teve duração de 96 dias, foi conduzido em Delineamento inteiramente
339 casualizado, em esquema fatorial (3x2x4), sendo três graus de compactação, dois níveis de adubação
340 fosfatada no plantio e quatro repetições. As médias foram testadas pelo teste Tukey.
341
Para os graus de compactação (GC), foram testados os valores de 75, 85 e 95%, impostos a
342 partir do ensaio de Proctor Normal, obtendo-se respectivamente as massas de solo de 5787,4g,
343 6538,4g e 7333,65g.
344
Além dos graus de compactação, foram testadas duas adubações fosfatadas de plantio, 125
345 gramas de Superfosfato simples por cova no tratamento 1 (T1), de acordo com Ribeiro et. al., 1999,
346 e 100% da dose a mais, ou seja, 250 gramas de Superfosfato simples por cova no tratamento 2 (T2).
347 Esta recomendação é para covas de 20x20x20 cm, totalizando um volume de 8000 cm3. Como no
348 experimento foram usados tubos de PVC de 150 mm de diâmetro e 25 cm de altura, foi utilizado um
349 molde de madeira com 5,5 cm de diâmetro e 22 cm de altura para obter covas adequadas, totalizando
350 um volume de 522 cm3 por cova. Assim de acordo com Ribeiro et. al., 1999 para o T1 foram
351 utilizadas 8,15 gramas de Superfosfato simples e para o T2, 16,30 gramas do mesmo fertilizante.
352
Ao final do experimento (96 dias pós plantio) as mudas foram retiradas dos tubos de PVC,
353 sendo a parte aérea encaminhada ao laboratório para analise foliar e de matéria seca.
354
Os valores de matéria seca da parte aérea estão apresentados na tabela 4. Observou-se, de
355 uma forma geral, que as mudas que receberam a maior dose de adubo fosfatado, apresentaram maior
356 matéria seca, dado ao seu maior desenvolvimento por uma melhor nutrição de Fósforo. Com relação
357 ao grau de compactação, na dose T1 de adubação, as plantas submetidas ao grau de compactação de
358 85%, apresentaram maior produção de matéria seca. O bom desenvolvimento radicular ocasionado
359 pela adequada nutrição mineral e a influência da irrigação como alívio da estrutura do solo, podem
360 ter favorecido a este comportamento. Para a dose T2, os graus de compactação de 75 e 85%, foram
361 também, os que melhor conferiram produção de matéria seca às plantas.
362 Tabela 4- Produção de matéria seca da parte aérea das mudas de eucalipto (g/planta) em diferentes graus de compactação
363 e diferentes adubações fosfatadas
GC (%)
75
85
95
Adubações
T1
T2
4,81 bB
5,17 aA
4,34 bA
5,78 aA
5,67 aA
4,24 bA
364 Médias seguidas de mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
365
366
A tabela 5 apresenta o balanço da nutrição mineral das plantas de eucalipto com relação aos
367 macronutrientes presentes nas folhas. Uma análise geral dos valores encontrados para os nutrientes
12
368 apresentados revelaque, para o tratamento T1, os teores são menores que os encontrados nas mudas
369 que receberam a maior dose de Fósforo (T2). Esse fato, de ser melhor o tratamento T2, alia-se ao
370 melhor desenvolvimento radicular das plantas, que, por terem melhores condições físicas e químicas
371 para explorarem o solo, conseguem um melhor aproveitamento dos elementos disponíveis. Ressalta372 se, que para ambas as doses de adubação testadas, o grau de compactação de 85%, foi no qual, se
373 observou os maiores teores dos macronutrientes. No geral, a tendência observada para as doses T1 e
374 T2, comparando-se os graus de compactação, para os teores de macronutrientes, foi: 95< 75< 85%. A
375 condição física de estruturação das plantas, a disponibilidade de nutrientes dada à correta correção e
376 adubação, e também, a melhor capacidade de retenção de água, melhoram o acesso das plantas à
377 solução do solo, facilitando a absorção desses elementos, garantindo a adequada nutrição mineral das
378 plantas no GC de 85%.
379 Tabela 5- Teores foliares de Macronutrientes das mudas de eucalipto e proporção de crescimento em diferentes graus de
380 compactação e diferentes adubações fosfatadas
Teores de macronutrientes (mg/g)
GC (%)
T1
T2
N
P
K
Ca
Mg
N
P
K
Ca
Mg
75
19
0,9
7,6
3,9
2,8
20
1,1
7,9
4,2
2,9
85
20
1,1
8,1
5,2
4,3
22
1,3
8,3
5,3
5,6
95
15
0,6
6,5
2,2
2,2
18
0,8
7,0
3,2
2,9
381
382
Como destaque, o Potássio, que por sofrer o processo de difusão no solo, apresentou
383 maiores teores no grau de compactação de 85%. Com o aumento da densidade e consequente
384 aproximação das partículas, a difusão aumenta até um ponto e volta a decrescer com a compactação.
385
Para o grau de compactação de 95%, praticamente todos os macronutrientes estão abaixo
386 do recomendado segundo a Embrapa Florestas, 2003. Na condição extrema de compactação, com o
387 aumento da densidade do solo, os espaços vazios que antes poderiam ser ocupados por água e ar,
388 agora são ocupados por partículas minerais, assim, além do impedimento físico ao desenvolvimento
389 radicular, os sítios de solução do solo com nutrientes se tornam reduzidos, diminuindo também a
390 atividade microbiológica que atuaria na decomposição da matéria orgânica, fixação de N e
391 consequentemente na nutrição mineral das plantas sob essa condição de compactação.
392
393
394 Com estes resultados conclui-se que:
13
395 1.
Em relação à produção de matéria seca, houve superioridade do grau de compactação 85%
396 para o T1. Para o T2 os graus de compactação 75 e 85% proporcionaram os maiores valores. O grau
397 de compactação de 95% apresentou os menores valores.
398 2.
As plantas submetidas ao grau de compactação de 85% foram as únicas que apresentaram
399 todos os teores de macronutrientes adequados, para todas as doses de adubo testadas.
400
ESTUDO 3
401
O trabalho foi conduzido na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
402 (UFVJM), no campus JK na cidade de Diamantina-MG, e conduzido em casa de vegetação, do
403 departamento de agronomia, no período de 06/04/2010 ao 15/12/2010.
404
Utilizando o delineamento estatístico em blocos casualizados, e o teste das médias foi feito
405 segundo tukey ao nível de significância de 5%. O solo utilizado foi o Latossolo Vermelho Amarelo
406 Distrófico (LVAd).
407
Os tratamentos aplicados foram 75%, 85% e 95% de compactação do solo, com 12 repetições
408 por tratamento, em vasos de polietileno com volume de 7 litros, sendo plantados em cada vaso dois
409 toletes, cada tolete referente a um internódio da muda.
410
A variedade de cana utilizada foi a SP80. 1842. As doses da adubação de NPK por vaso
411 foram calculadas em função da área do vaso utilizado,dividindo a área pelo espaçamento
412 recomendado para a cultura e obtendo a recomendação em metros lineares, representando-se assim a
413 linha de plantio no campo. As doses aplicadas foram 26 g/vazo de P2O5, 8,7 g/vazo de K2O e 13
414 g/vazo de N, tendo o fósforo suprido via superfosfato simples no momento do plantio, e adubação de
415 cobertura aos 30 dias após a germinação com o cloreto de potássio e sulfato de amônio.
416
Aos 245 dias após o plantio, foi efetuado o corte da parte aérea para análise bromatológica
417 sem separar folhas do colmo, para as determinações das matérias secas, quantificou-se matéria seca
418 da parte aérea (MSPA) e matéria seca da raiz (MSR).
419
Observando a tabela 6, que se refere à produção da MSPA e MSR, constata-se que as plantas
420 submetidas
ao
grau
de compactação
de
75%, apresentaram
maior peso
diferindo-se
421 significativamente dos demais tratamentos, mas ainda com um valor muito inferior ao encontrado por
422 Almeida Junior (2010), porém com outras condições ambientais e variedade (RB92-579). Já os
423 valores para os GC de 85 e 95%, foram os que apresentaram, respectivamente, os menores valores de
424 MSPA e MSR
425
426
14
427 Tabela 6. Produção de matéria seca da parte aérea (MSPA) e matéria seca de raiz (MSR) em g vaso-1, de plantas de cana428 de-açúcar em função de diferentes graus de compactação (GC)
GC %
MSPA (g vaso-1)
MSR(g vaso-1)
75
85
95
22,03a
17,50b
12,60c
15a
10b
6c
429 Médias seguidas de mesma letra na vertical, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
430
431
A partir da observação da tabela 7, todos os outros macronutrientes, das plantas submetidas ao
432 GC do solo de 75%, apresentaram teores dentro da faixa considerada ideal para a cana de açúcar. Os
433 resultados mostra que para a cultura da cana-de-açúcar é necessário uma suplementação com S, uma
434 vez que somente as adubações com superfosfato simples e sulfato de amônio não foram suficientes
435 para suprir a demanda da cultura por este elemento, fato observado em todos os graus
436 de compactação do solo.
437 Tabela 7. Teores de Macronutrientes presentes na parte aérea das plantas de cana de açúcar sobdiferentes graus de
438 compactação (GC).
GC
N
P
K
Ca
Mg
S
3a
2a
2a
1a
0,6b
0,5b
1,0a
0,7b
0,4c
g/Kg
75
85
95
19a
16b
14c
2,2a
1,2b
1,0c
11a
10a
10a
439Médias seguidas de mesma letra na vertical, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
440
441
De acordo com o resultado da análise de micronutrientes realizada na parte aérea das plantas
442 (tabela 8), pode-se observar, que todos os teores de micronutrientes das plantas de cana, com a
443 exceção do Fe e Mo, nos três tratamentos, estavam fora da faixa considerada ideal para a cana-de444 açúcar. Os baixos teores de B, Cu, Mn e Zn nas folhas da cana, podem ser explicados pelo
445 nãofornecimento dos mesmos via adubação, além do baixo teor da matéria orgânica e, a elevação do
446 pH do solo como consequência da calagem, realizada no inicio do experimento.
447 Tabela 8. Teores de Micronutrientes presentes na parte aérea das plantas de cana de açúcar sob diferentes graus de
448 compactação.
GC
B
Cu
Fe
Mn
Mo
Zn
18a
16b
15b
0,6a
0,3b
0,1c
8a
5b
2c
g/Kg
75
85
95
6ª
4b
2c
5a
3b
3c
43a
40a
40a
449 Médias seguidas de mesma letra na vertical, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
450
A diferença significativa entre o tratamento GC 75% em relação ao 85% e 95%, quanto aos
451 teores dos micronutrientes B, Cu, Mn, Mo e Zn, provavelmente, é devido ao mecanismo que são
452 absorvidos. Malavolta (1980), em estudo do contato íon com a raiz na cultura do milho, observou que
15
453 o fluxo de massa apresentou maior contribuição relativa no fornecimento dos micronutrientes B, Cu,
454 Mn, Mo e Zn em relação à interceptação radicular e a difusão. Observa-se que, embora os teores
455 desses micronutrientes estejam abaixo do recomendado para a cultura, ainda assim o GC de 75% foi
456 o que condicionou os maiores teores nas folhas de cana-de-açúcar.
457 Concluindo que:
458 1.
O grau de compactação de 75% foi o que permitiu o melhor desenvolvimento da cana-de-
459 açúcar, em um Latossolo vermelho Amarelo Distrófico.
460 2.
A parte aérea e o sistema radicular da cana-de-açúcar tiveram seu desenvolvimento afetado
461 pela compactação do solo, que levou a redução da produção da MSPA e MSR.
462 3.
O estado nutricional da cana-de-açúcar foi afetado pela compactação do solo, podendo levar
463 as plantas à deficiências nutricionais.
464 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
465
466
467
468
469
470
471
472
473
474
475
476
477
478
479
480
481
482
483
484
485
486
487
488
489
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491
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16
496
497
498
499
500
501
502
503
504
505
506
507
508
509
510
511
512
513
514
515
516
517
518
519
520
521
522
523
524
525
526
527
528
529
530
531
532
533
534
535
536
537
538
539
540
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544
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547
548
549
550
551
552
553
554
555
556
557
558
559
560
561
562
563
564
565
566
567
568
569
570
571
572
573
574
575
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578
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580
581
582
583
584
585
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Solicita-se observar as seguintes instruções para o preparo dos artigos e notas
científicas:
1. O original deve ser encaminhado completo e revisto.
2. Deve ser enviado digitado em espaço 1,5, utilizando fonte “Times New Roman
12”, formato A4, com 2,5 cm nas margens superior e inferior e 2,0 cm nas margens
direita e esquerda, enumerando-se todas as páginas e as linhas do texto.
3. O trabalho deve ser o mais claro e conciso possível. Somente em casos especiais
serão aceitos trabalhos com número de páginas de texto superior a quinze.
4. Os artigos deverão ser divididos, sempre que possível, em seções com
cabeçalho, na seguinte ordem: RESUMO, SUMMARY (precedido da tradução do
título para o inglês), INTRODUÇÃO, MATERIAL E MÉTODOS, RESULTADOS,
DISCUSSÃO, CONCLUSÕES, AGRADECIMENTOS e LITERATURA CITADA. Não há
necessidade dessa subdivisão para os artigos sobre educação, revisões de literatura
e notas científicas, embora devam ter, obrigatoriamente, RESUMO e SUMMARY.
Tais seções devem ser constituídas de:
4.1. TÍTULO do trabalho que deve ser conciso e indicar o seu conteúdo.
4.2. INTRODUÇÃO que deve ser breve, esclarecendo o tipo de problema abordado
ou a(s) hipótese(s) de trabalho, com citação da bibliografia específica e finalizar
com a indicação do objetivo do trabalho.
4.3. MATERIAL E MÉTODOS em que devem ser reunidas informações necessárias e
suficientes que possibilitem a repetição do trabalho por outros pesquisadores.
4.4. RESULTADOS que devem conter uma apresentação concisa dos dados obtidos.
Quadros ou figuras devem ser preparados sem dados supérfluos.
4.5. DISCUSSÃO que deve conter os resultados analisados, levando em conta a
literatura, mas sem introdução de novos dados.
4.6. CONCLUSÕES que devem basear-se somente nos dados apresentados no
trabalho e deverão ser numeradas.
4.7. AGRADECIMENTOS devem ser sucintos e não aparecer no texto ou em notas
de rodapé.
4.8. LITERATURA CITADA, incluindo trabalhos citados no texto, quadro(s) ou
figura(s) e inserida em ordem alfabética e da seguinte forma:
a. Periódicos: Nome de todos os autores, Título do artigo. Título abreviado do
periódico, volume: páginas inicial e final, ano de publicação. Exemplo:
FONSECA, J.A. & MEURER, E.J. Inibição da absorção de magnésio pelo potássio em
plântulas de milho em solução nutritiva. R. Bras. Ci. Solo, 21:47-50, 1997.
b. Livro: Autores. Título da publicação. Número da edição. Local, Editora, ano de
publicação. Número de páginas. Exemplo:
KONHNKE, H. Soil physics. 2.ed. New York, MacGraw Hill, 1969. 224p.
c. Participação em obra coletiva: Autores. Título da parte referenciada seguida de
In: Nome do editor. Título da publicação, número da edição. Local de Publicação,
Editora, ano. Páginas inicial e final. Exemplos:
- Capítulo de livro:
JACKSON, M.L. Chemical composition of soil. In: BEAR, F.E., ed. Chemistry of the
soil. 2.ed. New York, Reinhold, 1964. p.71-141.
d. Trabalho em Anais:
VETTORI, L. Ferro “livre” por cálculo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO
SOLO, 15., Campinas, 1975. Anais. Campinas, Sociedade Brasileira de Ciência do
Solo, 1976. p.127-128.
e. CD-ROM:
SILVA, M.L.N.; FREITAS, P.L.; BLANCANEAUX, P. & CURI, N. Índice de erosividade
de chuva da região de Goiânia (GO). In: CONGRESSO LATINO AMERICANO DE
CIÊNCIA DO SOLO. 13., 1996. Anais. Águas de Lindóia, Embrapa, 1996. CD-ROM
f. Internet:
EL NIÑO and La Niña. Disponível em: < http://www.stormfax.com/elnino.htm>.
Acesso em 15 out. 2000.
As abreviações de nome de revistas devem ser feitas de acordo com as usadas
pelos “abstracting journals”, como dos Commonwealth Agricultural Bureaux.
5. As Referências no texto deverão ser feitas na forma: Silva & Smith (1975) ou
(Silva & Smith, 1975). Quando houver mais de dois autores, usar a forma reduzida:
(Souza et al., 1975). Referências a dois ou mais artigos do(s) mesmo(s) autor(es),
no mesmo ano, serão discriminadas com letras minúsculas (Ex.: Silva, 1975a,b).
6. Os quadros deverão ser numerados com algarismos arábicos, sempre providos
de um título claro e conciso e construídos de modo a serem auto-explicativos. Não
usar linhas verticais. As linhas horizontais devem aparecer para separar o título do
cabeçalho e este do conteúdo, além de uma ao final do quadro. O quadro deve ser
feito por meio de uma tabela (MICROSOFT WORD/TABELA/INSERIR TABELA), no
qual cada valor deve ser digitado em células distintas, estando centralizado e
alinhado.
7. Os gráficos deverão ser preparados, utilizando-se “Softwares” compatíveis com
“Microsoft Windows” (“Excel”, “Power Point”, “Sigma Plot”, etc.). Para fotos e
mapas coloridos utilizar resolução de 150 a 300 DPI. Não serão aceitas figuras que
repitam informações de quadros.
8. Fotos coloridas, quando imprescindíveis, a critério da Comissão Editorial, serão,
também, aceitas. Os custos adicionais deverão ser cobertos pelos autores.
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