1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS CESET- CENTRO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO UNIVERSITÁRIA : “MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL” D I S C I P L I N A CET-301-FUNDAMENTOS DE MODELAGEM MATEMÁTICA E TÉCNICAS DE SIMULAÇÃO APLICADOS A SISTEMAS AMBIENTAIS PROF. RENATO TAKAMI MARÇO/2005 2 ÍNDICE Capítulos 1 – Propriedades dos Fluidos e Definições............................................................................6 1.1-Definições de Fluidos..................................................................................................................6 1.2-Tensões de Cisalhamento e Normal..........................................................................................6 1.3-Principio da Aderência...............................................................................................................8 1.4-Sistemas de Unidades..................................................................................................................8 1.5-Peso Especifico............................................................................................................................9 1.6-Massa Especifica e Volume Específico....................................................................................10 1.6.1 – Massa Específica......................................................................................................10 1.6.2 – Volume Específico...................................................................................................10 1.7- Densidade de uma Substância................................................................................................10 1.8 Pressão de Vapor.......................................................................................................................11 1.9 Tensão Superficial.....................................................................................................................11 1.10 Capilaridade............................................................................................................................11 1.11-Lei de Viscosidade de Newton...............................................................................................12 1.12-Diagrama Reológico...............................................................................................................13 1.13-Viscosidade de um Fluido......................................................................................................13 1.13.1-Viscosidade Dinâmica..............................................................................................13 1.13.2-Viscosidade Cinemática...........................................................................................14 1.14-Gás Perfeito............................................................................................................................14 1.15-Modulo De Elasticidade Volumétrica...................................................................................16 1.16-Simplificação na Lei de Viscosidade de Newton..................................................................17 1.17-Unidades e Fatores de Conversão........................................................................................20 1.18-Fatores de Conversão de Unidades.....................................................................................21 1.19-Fatores de Conversão do Sistema Britânico ao Sistema Internacional..........................22 1.20-Exercícios - Capítulos 1.........................................................................................................23 1.21-Respostas dos Exercícios - Capítulos 1.................................................................................26 Capitulo 2- Manometria e Estática da Atmosfera................................................................................................27 2.1-Pressão.......................................................................................................................................27 2.2-Equação Fundamental de Equilibrio Estático.......................................................................27 2.3-Diferença de Pressão Entre dois Pontos em Função da Diferença de Cota.......................30 2.4-Variação da Pressão na Atmosfera Terrestre........................................................................31 2.5 –Altura de Carga.......................................................................................................................33 2.6-Lei de Pascal..............................................................................................................................34 2.7-Regra prática para determinação da diferença de pressão entre dois pontos ou entre dois reservatórios......................................................................................................35 2.8-Pressão Atmosférica. Vácuo e Escalas de Pressão................................................................35 2.8.1- Pressão Atmosférica..................................................................................................35 2.8.2- Vácuo..........................................................................................................................36 2.8.3- Escalas de Pressão.....................................................................................................36 2.9-Aparelhos de medir pressão....................................................................................................38 2.10-Unidades de Pressões e Pressões Equivalentes....................................................................38 2.11-Exercícios - Capítulo 2 - Estática dos Fluidos no Campo Gravitacional e Manometria...........................................................................................................................39 2.12-Respostas dos Exercícios do Capítulo 2................................................................................45 Capitulo 3 - Forças de Pressão Sobre Superfícies.Empuxo.................................................................................46 3.1-Força de Pressão Sobre Superfícies.........................................................................................46 3.1.1- Superfícies Planas.....................................................................................................46 3.1.1.1 - Modulo da Força......................................................................................46 3.1.1.2-Ponto de Aplicação da Força(Centro De Pressões).................................47 3 3.1.2-Superfícies Curvas...................................................................................................50 3.2-Empuxo.....................................................................................................................................52 3.2.1 - Corpo Submerso em um Fluido............................................................................52 3.2.2 - Corpo Submerso em Dois ou Mais Fluidos..........................................................53 3.3-Exercícios - ..............................................................................................................................55 3.4-Respostas dos Exercícios do Capítulo 3.................................................................................61 Capitulo 4 - Escoamentos de Fluidos...................................................................................................................62 4. 1-Tipos de Escoamentos.............................................................................................................63 4.1.1-Escoamento Permanente...........................................................................................63 4.1.2-Escoamento Variado.................................................................................................63 4.1.3-Escoamento Uniforme...............................................................................................63 4.1.3.1 - Escoamento Uniforme e Permanente........................................................63 4.1.3.2 - Escoamento Uniforme e Não Permanente...............................................63 4.1.4-Escoamento Laminar e Turbulento.........................................................................64 4.2-Vazão em Volume , Vazão em Massa e Vazão em Peso. Velocidade Média. Conceitos e Unidades.................................................................................................65 4.2.1-Vazão em Volume......................................................................................................66 4.2.2- Vazão em massa........................................................................................................66 4.2.3- Vazão em Peso...........................................................................................................67 4.2.4- Velocidade Media......................................................................................................67 4.3- Equação da Continuidade.......................................................................................................70 4.3.1-Equação da Continuidade para Regime permanente............................................70 4.3.2-Equação da Continuidade para Regime Não Permanente...................................71 4.4-Exercícios – Capítulo 3 – Cinemática dos Fluidos.................................................................73 4.5-Respostas dos Exercícios do Capítulo 3.................................................................................78 Capitulo 5 - Conceitos Ligados Ao Escoamento De Fluido - Equações Fundamentais ..................................79 5.1-Sistemas e Volumes de Controle............................................................................................79 5.1.1-Sistema........................................................................................................................79 5.1.2-Volume de Controle(V.C).........................................................................................79 5.2-Relação Entre Solução por Sistema e Volume de Controle.................................................79 5.2.1-Grandezas Extensivas...............................................................................................79 5.2.2- Grandezas Intensivas...............................................................................................80 5.3-Equação da Continuidade na Forma de Integral.................................................................82 5.4.Equação de Bernoulli..............................................................................................................84 5.5-Medida de Velocidade.............................................................................................................89 5.5.1-Tubo de Pitot simples................................................................................................89 5.5.2-Tubo de Pitot Estático...............................................................................................90 5.6.Equação de Bernoulli em Presença de uma Máquina..........................................................91 5.7-Potencia e Rendimento de uma Máquina.............................................................................91 5.8-Equação de Bernoulli na presença de uma Máquina...........................................................92 5.9-Coeficiente de Energia Cinética α ........................................................................................93 5.10-Método de Solução de Problema..........................................................................................94 5.11-Exercícios capítulo 5 ............................................................................................................95 5.12-Respostas dos exercícios do capítulo 5...............................................................................100 Capitulo 6 - Equação da Quantidade de Movimento.........................................................................................101 4 6.1-Aplicação da equação da quantidade de movimento..........................................................101 6.1.1 Simplificações da Equação da Quantidade de Movimento....................................102 6.2-Coeficiente da quantidade de movimento β.......................................................................103 6.3-Força sobre superfície sólida em movimento......................................................................107 6.4- Potência de uma Turbina Hidráulica.................................................................................109 6.5-Exercícios do Capítulo 6 – Equação da Quantidade de Movimento...................111 6.6-Respostas dos exercícios do capítulo 6....................................................................116 Capítulo 7-Transporte Difusivo de Massa........................................................................................................117 7.1-Equação da Difusão de FICK...............................................................................................117 Tabela A . 10 Coeficiente de difusão de gases e vapores em ar a 25o C e 1 atm...........122 Tabela A . 11 Coeficiente de difusão em líquidos a 20o C...............................................123 Capítulo 8- Estudo de Perda de Carga. Sistema Elevatório. Fórmulas Práticas de Cálculos de Perda de Carga.....................................................................................125 8.1-Definições...................................................................................................................125 8.2-Estudo da Perda de Carga....................................................................................................125 8.2.1- Estudo da Perda de Carga Distribuída.................................................................126 8.2.1.1-Equação da Continuidade..........................................................................126 8.2.1.2-Equação de Bernoulli(representação gráfica)..............................126 8.2.1.3 - Linha de Energia ou de Carga e Linha Piezométrica...............126 8.2.1.4 - Conceito de Perda de Carga....................................................................127 8.2.1.4-Equação de Hagen- Poiseuille(válida para regime Laminar)..............129 8.2.1.5-Fórmula Universal da Perda de Carga Distribuída..............................128 8.2.1.6-Fórmulação explícita para o Cálculo do Fator de Atrito (f) de Escoamento Forçado.....................................................................131 8.2.1.7-Equações de Swamee e Jain.....................................................................133 8.2.1.8-Problemas envolvendo apenas perdas de carga distribuída..................134 8.2.1.9-Exercícios sobre Perdas de Carga Distribuída Calculada pela Fórmula Universal de Perda de Carga..........................................134 8.3-Perdas de Cargas Localizadas ou singulares......................................................................138 8.3.1-Relação entre o comprimento equivalente Leq e o coeficiente Ks...................140 Tabela I - Comprimentos equivalentes em diâmetros de canalizações retilíneas..140 Tabela II - Valores aproximados de Ks......................................................................140 Tabela III - Comprimento Equivalente em Metros de canalizações para Conexões de Ferro Maleável Classe 10.................................................................141 Tabela IV - Comprimento Equivalente em Metros de canalizações de Aços Galvanizados para Válvulas , Entradas e Saídas de Canalizações.........142 Tabela V- Comprimento Equivalente em Metros de canalizações de PVC Rígido ou Cobre..................................................................................143 8.4 - Sistema Elevatório..............................................................................................................144 8.4.1 - Altura Manometrica –Hm..................................................................................144 8.4.2 - Potência Necessária para o Acionamento da Bomba.......................................145 Tabela VI - Margem de Segurança para Escolha do Motor.................................................145 8.4.3-Cavitação................................................................................................................145 8.4.3.1-Pressão de vapor para a água em metro.................................................146 8.4.3.2-Pressão atmosférica em função da altitude............................................146 8.4.4-Curvas Características de uma Bomba...............................................................146 8.4.4.1- Variações das curvas características......................................................147 8.4.5-Curva do Sistema . Ponto de Operação..............................................................149 8.4.5.1-Curva do Sistema.....................................................................................149 8.4.5.2-Ponto de Operação....................................................................................149 8.5-Fórmulas Práticas para Cálculo de Perda de Carga em Tubulações...............................150 5 8.5.1-Fórmula de Hazen-Willians.................................................................................150 Tabela VII– Valores de C da Fórmula de Hazen-Willians......................................150 8.5.2-Fórmulas de Fair-Whipple-Hsiao e de Flamant......................................................151 8.5.2.1-Fair-Whipple-Hsiao.......................................................................................151 8.5.2.2-Flamant...........................................................................................................151 8.6-Emprego de Nomogramas.........................................................................................................152 8.7-Exercícios 8- Estudo da Perda de Carga. Sistema Elevatório...............................................160 8.8-Respostas dos exercícios do capitulo 8.....................................................................................164 Capítulo 9-Simulação Hidráulica Utilizando o Epanet2.0...............................................................................165 9.1-Configurar Projeto.......................................................................................................165 9.2-Traçado Da Rede..........................................................................................................165 9.3-Configurar as Propriedades dos Objetos...................................................................167 9.4-Guardar e Abrir Projetos............................................................................................167 9.5-Executar uma Simulação Estática...............................................................................167 9.6-Executar uma Simulação Dinâmica..........................................................................168 9.7-Criar Gráfico de uma Série Temporal de Nó ou Trecho.........................................168 9.8-Inserir uma Bomba.......................................................................................................168 Bibliografia.................................................................................................................................170 Anexo de Tabelas......................................................................................................................171 Tabela 1A – Propriedades Aproximadas de Alguns Gases...................................................172 Tabela 1B – Algumas Propriedades do Ar à Pressão Atmosférica......................................173 Tabela 1C – Propriedades Mecânicas da Água à Pressão Atmosférica...............................174 Tabela 2 – Densidade e Viscosidade Cinemática de Alguns Líquidos.................................175 Tabela 3 – De Conversão de Unidades de Pressão.................................................................176 APENDICE A.................................................................................................................................................177 Análise Dimensional e Semelhança.........................................................................................177 A.1-Análise Dimensional.........................................................................................................177 A.1.1-Introdução................................................................................................................177 A.1.2-Finalidades...............................................................................................................177 A.1.3-Grandezas Fundamentais e Derivadas..................................................................177 A.1.4- Equação Dimensional.............................................................................................177 A.1.5- Principio de Homogeneidade................................................................................177 A.1.6-Teorema de Buckinghan ou Teorema dos πs.......................................................178 A.1.7- Principais Grandezas Físicas.................................................................................180 A.1.8- Parâmetros adimensionais de transporte do momento linear............................181 A.1.9- Parâmetros adimensionais de transporte de calor..............................................184 A.1.10- Parâmetros adimensionais de transporte de massa..........................................186 A.1.11- Vantagem da Utilização dos Adimensionais......................................................187 A.2-Semelhança.........................................................................................................................189 A.2.1-Finalidades...............................................................................................................189 A.2.2-Protótipo e Modelo..................................................................................................189 A.2.3-Condições de Semelhança.......................................................................................189 A.2.4-Escalas de Semelhança............................................................................................190 A.2.5-Relações entre Escalas............................................................................................190 6 CAPITULO 1 - PROPRIEDADES DOS FLUIDOS E DEFINIÇÕES. 1.1-Definições de Fluidos. Fluidos são substâncias, capazes de escoar, cujo volume toma a forma de seus recipientes. Um fluido é uma substância que se deforma continuamente quando submetida a uma tensão de cisalhamento, não importando o quanto pequena possa ser essa tensão. 1.2-Tensões de Cisalhamento e Normal. Uma forca de cisalhamento é a componente tangencial da forca que age sobre uma superfície, que dividida pela área da superfície da origem a tensão de cisalhamento média sobre a área .A tensão normal média é a relação entre a componente normal da força que age sobre uma superfície e a área desta superfície. F Fn dA Ft A TENSÃO DE CISALHAMENTO a)Tensão de cisalhamento média Ft τ = -------A b)Tensão de cisalhamento no ponto dFt τ = -------dA TENSÃO NORMAL σ a)Tensão de normal média Fn σ = ------A b)Tensão normal no ponto τ 7 dFn σ = ------dA Unidades de Tensões M Kf S ..........kgf/m2 M K S ...........N/m2 C G S ...........dina/cm2. Se colocarmos um fluido entre duas placas paralelas bem próximas e bem grandes, sendo a placa inferior fixa, e aplicarmos uma força tangencial F na placa superior, esta se movimentará com velocidade constante Vo, independente da magnitude da força F e o fluido , se deformará continuamente. Este fato ocorre apenas quando colocamos fluido entre as placas. A figura 1.1 mostra este fato. Placa móvel a c a a’ Vo c c’ F τ FLUIDO µ b d τ FLUIDO µ b d Placa fixa Vo a a’ a” c c’ c” F τ τ FLUIDO µ b τ d Figura 1.1- Comportamento de um fluido quando sujeito a força tangencial Assim, um sólido sujeito a uma força tangencial terá deslocamento angular definido ou se romperá dependendo da magnitude da força, como mostra a figura 1.2. ∆α Deformação angular definido ou se romperá F SÓLIDO SÓLIDO Figura 1.2 – Deformação angular definido ∆α de um sólido quando sujeito a uma força tangencial. 8 Uma substância plástica não pode preencher a definição de fluido porque a mesma tem uma tensão de cisalhamento inicial que deve ser superada para depois se ter uma deformação contínua. Uma substancia elástica colocada entre as duas placas sofreria uma certa deformação proporcional a força , mas não continuamente em velocidade finita. Vácuo completo entre as placas não acarretaria velocidade final constante, mas sim uma velocidade sempre crescente. Colocando areia entre as duas placas, o atrito seco iria requerer uma força finita para causar um movimento contínuo, assim a areia não satisfaz a definição de fluido. 1.3-Principio da Aderência "OS PONTOS DE UM FLUIDO EM CONTATO COM UMA SUPERFÍCIE SÓLIDA TEM A VELOCIDADE DESTA" De acordo com o princípio da aderência a velocidade entre as placas variará de zero na placa inferior(fixa) até o valor Vo na placa superior. A figura 1.3 mostra o perfil de velocidades que se forma no interior do fluido. Vo τ F FLUIDO τ PERFIL DE VELOCIDADES µ V=0 τ Æ Tensão de cisalhamento devido a força tangencial F. Figura 1.3- Perfil de velocidades formado no interior do fluido. 1.4-Sistemas de Unidades a)MKfS GRANDEZAS DIMENSÃO UNIDADES Comprimento L Metro(m) Tempo T Segundo(s) Força F Quilogramaforça(kgf) OBS: A unidade de massa neste sistema(derivada) é a Unidade Técnica de Massa(Utm) Da 2a Lei de Newton Î F = mxa Î m = F/a = Kgf/m/s2 (Utm) b)MKS(SI) GRANDEZAS Comprimento Tempo Massa DIMENSÃO L T M OBS: A unidade de força neste sistema(derivada) é o Newton(N) Da 2a Lei de Newton Î F = mxa Î F = kgxm/s2 (Newton) UNIDADES Metro(m) Segundo(s) Quilograma(kg) 9 UNIDADES NO SI Unidades básicas Unidade suplementar Unidades derivadas GRANDEZAS Comprimento Massa Tempo Temperatura Ângulo Energia Força Potência Pressão Trabalho UNIDADE Metro Quilograma Segundo Kelvin Radiano Joule(N.m) Newton(kg.m.s-2) Wat(J/s) Pascal(N/m2) Joule(N.m) SÍMBOLO m Kg s K rd J N W Pa J PREFIXOS (Potência de dez) DE SI Prefixo Tera Giga Mega Quilo Hecto Deca Deci Centi Mili Micro Nano Pico Símbolo T G M K H Da D C M µ N P Potência de dez 1012 109 106 103 102 101 10-1 10-2 10-3 10-6 10-9 10-12 c)CGS GRANDEZAS DIMENSÃO Comprimento L Tempo T Massa M OBS: A unidade de força neste sistema(derivada) é o dina(dyn) UNIDADES Centímetro Segundo Grama Da 2a Lei de Newton Î F = mxa Î F = gxcm/s2 (dina) 1.5-Peso Especifico γ(gama). É o peso da unidade de volume de uma substância . Pode ser expresso pela relação do peso de uma quantidade de uma substância pelo seu volume. Peso γ = ----------- , ou se W = peso da substância e V = volume da substância Volume 10 W γ = ----------V Unidades: M Kf S ...........kgf/m3 M K S ............N/m3 C G S ............dina/cm3 1.6-Massa Especifica e Volume Específico. 1.6.1 – Massa Específica ρ(Rho) É a quantidade de massa contida na unidade de volume de uma substância qualquer , também conhecida por “densidade absoluta”. Pode ser expressa pela relação da massa(m) de uma substância pelo seu volume(V). ρ Massa = ----------volume ou m ρ = --------V ou γ ρ = -----g Unidades: M Kf S ..............Utm/m3 M K S................Kg/m3 C G S................grama/cm3 1.6.2 – Volume Específico (vs) É o inverso da massa específica ρ, isto é, é o volume ocupado pela unidade de massa de fluido. Logo: 1 V vs = ----------- = -----------ρ m Unidades: M Kf S ..............m3/Utm M K S................m3/kg C G S................cm3/grama 1.7- Densidade de uma Substância(d) É a relação entre o peso de uma quantidade de substância e o peso de igual volume de água nas condições normais . Pode ser expressa também como sendo a relação entre a massa específica ou peso específico de uma substância com os da água .Assim: Peso da substância d = --------------------------------------Peso de igual volume de água Peso específico da substância γ d = -------------------------------------- ou d = -----------Peso específico de água γH2O 11 Massa específica da substância ρ d = ----------------------------------------- ou d = ------------Massa específica de água ρH2O 1.8 Pressão de Vapor É a pressão desenvolvida pelas moléculas de vapor em decorrência da evaporação em ambiente fechado. A pressão de vapor dos líquidos depende da temperatura e aumenta com ela. Em diversas situações , de escoamento de líquidos , as pressões podem atingir valores bastantes baixos, em certas regiões , até menores que a pressão de vapor do líquido. Quando isto ocorrer o líquido pode-se evaporar muito rapidamente , formando uma bolsa de vapor ou “cavidade” , que se expande rapidamente , e pode se deslocar para região de maior pressão que a da pressão de vapor ,ocorrendo o colapso da bolsa. Este é o fenômeno da cavitação . A formação e a extinção das bolhas afeta o desempenho das bombas e turbinas hidráulicas, e pode danificar as partes das máquinas onde ocorrer a cavitação. A tabela 1C do anexo dá os valores da pressão de vapor da água. 1.9 -Tensão Superficial Uma molécula no interior de um líquido está submetida a força de atração em todas as direções, cuja soma vetorial destas forças é nula. Mas uma molécula na superfície de um líquido é atraído para o interior do mesmo, por uma força perpendicular à superfície do líquido, em razão disso, as moléculas da superfície tendem a se aglutinar, produzindo uma diminuição da área, deste modo, a superfície se comporta como fosse uma membrana; surge daí o conceito de tensão superficial. Logo é necessário uma certa quantidade de trabalho para deslocar moléculas para a superfície . Ao trabalho necessário para deslocar estas moléculas para a superfície representa o que se denomina tensão superficial. Devido a tensão superficial numa interface de um líquido com um gás forma uma película elástica, capaz de sustentar uma agulha cuidadosamente colocada sobre ela. A tensão superficial normalmente simbolizada por σs(sigma) pode ser definida como sendo a força sobre a superfície líquida , por unidade de comprimento. Assim, se F for a força e L um comprimento de membrana, pode-se escrever que: σs = F/L A tabela 1C do anexo fornece a tensão superficial da água em contato com o ar. 1.10 - Capilaridade A elevação ou descida de um líquido em um tubo capilar( ou outro meio poroso)é causada pela tensão superficial, e depende dos valores da coesão do líquido e da adesão do líquido às paredes do tubo que o contém. Se a adesão> coesão os líquidos sobem nos tubos molhando a paredes e se coesão> adesão os líquidos descem, não molhando as paredes. A capilaridade tem importância quando usam tubos com diâmetros menores de 10mm e é desprezível quando os diâmetros dos tubos forem maior que 12mm. A capilaridade(subida ou descida de um líquido) em tubo pode ser determinada aproximadamente pela expressão: 2σs cosθ h = ------------ , onde : - h = altura de subida ou descida capilar; γ.r - σs = tensão superficial; -θ = ângulo da superfície do líquido com a parede do tubo. Se tubo estiver limpo θ=0° para água e cerca de 140° para mercúrio; 12 -γ = peso específico do líquido; -r = raio interno do tubo r r σs θ σs h h Água Mercúrio θ (a) (b) σs Figura 1.4- Capilaridade da água (a) e do mercúrio (b). σs 1.11-Lei de Viscosidade de Newton. Os fluidos se classificam em newtonianos e não newtonianos: FLUIDOS NEWTONIANOS: nestes fluidos a tensão de cisalhamento(τ) é proporcional a razão de variação da velocidade na direção normal ao escoamento(gradiente de velocidade).Todos os gases e a maioria dos líquidos se comportam como fluidos Newtonianos. A figura 1.5 mostra o comportamento de um fluido newtoniano. Para estes fluidos: dV τ α --------dy y(normal) τ τ Vo F V L dy V dV FLUIDO µ y V=0 Figura 1.5- Comportamento de um fluido newtoniano. Foi o próprio Newton quem observou que o fator de proporcionalidade existente entre a tensão τ e o gradiente de velocidade(dv/dy) é a propriedade do fluido denominada viscosidade dinâmica ou absoluta µ .Logo: dV τ = µ -----dy 13 FLUIDOS NÃO NEWTONIANOS : nestes fluidos não existe uma relação linear entre o valor da tensão de cisalhamento e a velocidade de deformação(gradiente de velocidade). 1.12-Diagrama Reológico. Os fluidos são classificados em newtonianos e não-newtonianos. No fluido newtoniano existe uma relação linear entre o valor a tensão de cisalhamento e a velocidade de deformação resultante. No fluido não-newtoniano esta relação não é linear.A figura dada a seguir mostra o comportamento de algumas substancias quando sujeitas a tensão de cisalhamento. dv/dy 1 2 3 4 Fluido ideal 1 - Fluido newtoniano 2 – Fluido não newtoniano 3 – Plástico ideal 4 – Substância pseudoplástica( tinta de impressão) dv/dy –Velocidade de deformação Tensão de Escoamento Tensão de Cisalhamento (τ) 1.13-Viscosidade de um Fluido. 1.13.1-Viscosidade Dinâmica µ É a propriedade do fluido que determina o grau de sua resistência a força de cisalhamento. Pode-se também ser definida como a resistência do fluido ao esforço cortante ou de cisalhamento. Esta resistência é decorrente basicamente da interação entre as moléculas do fluido. Dimensão de µ. . Da Lei de viscosidade de Newton vem: µ. τ = --------dV/dy [τ ] = [F L-2 ] ; [ V ] = [L T-1 ] ; [ y ] = [ L ] 14 [F L-2 ] [µ ] = ------------ ---- = [F L-2 T ] ==> [µ ] = [ F L-2 T ]. [L T-1 .L-1 ] Unidades: M Kf S ............Kgfs/m2 M K S .............Nxs/m2 C G S..............dinaxs/cm2 =1 poise centipoise = poise/100 1.13.2-Viscosidade Cinemática ν É a razão entre a viscosidade dinâmica µ ν µ e a massa especifica ρ. = --------- ρ Dimensão de ν [µ ] : [ F L-2 T ] [ν ] = --------- = ----------------- ===> [ν ] = [ L2 T-1 [ρ ] [ F L-4 T2 ] ] Unidades: M Kf S ..................m2/s M K S....................m2/s C G S.....................cm2/s(stoke) As viscosidades dos líquidos decrescem com o aumento da temperatura, mas não sofrem variações sensíveis com as variações de pressão. A viscosidade absoluta dos gases aumenta com a temperatura , mas não sofre alterações sensíveis com as variações de pressão. Já a viscosidade cinemática dos gases varia inversamente com a pressão, pois a massa específica dos gases varia com a pressão mantendo-se a temperatura constante. As tabelas 1A, 1B, 1C e 2 do anexo fornecem as viscosidades dinâmicas e cinemáticas de alguns fluidos. 1.14-Gás Perfeito O gás perfeito é definido como uma substância que satisfaz a Lei dos Gases Perfeitos, cuja equação é : m P.V = n ℜ T , sendo n = ------- vem: M m P.V ℜ P.V = ------- ℜ T ===> -------- = -------- T M m M ℜ 1 V sendo : R = ------- e ------ = -----M ρ m 15 P Logo: ------ = R.T ; onde: ρ P - pressão absoluta do gás; V - volume do gás; n - numero de moles do gás; ℜ - constante universal dos gases; T - temperatura absoluta do gás; R - constante característica de cada gás; m - massa do gás; M - peso molecular do gás; ρ - massa especifica do gás. O gás perfeito não é um fluido perfeito ; um fluido perfeito não tem viscosidade e é incompressível , já o gás perfeito tem viscosidade e pode sofrer tensões de cisalhamento e é compressível ,e segue a lei dos gases perfeitos. A tabela 1A do anexo fornece os valores de R(constante característica) de alguns gases. Transformações: a)Isobáricas(a pressão constante) P1.V1 P2.V2 V 1 ---------- = ----------- , como v = ------- = -----T1 T2 m ρ Logo: P P P P -------- = --------- = --------- = ... =-------= cte ρ1.T1 ρ2.T2 ρ3.T3 ρT ρ1.T1 = ρ2.T2 = ρ3.T3 =........= ρT = cte. ou P . V1 P . V2 P .V3 P. V ---------- = ------------ = ------------ = .... = ---------- = cte T1 T2 T3 T V1 V2 V3 V ---------- = ------------ = ------------ = .... = ---------- = cte T1 T2 T3 T b)Isovolumétrica(a volume constante ou ρ =cte) P1 P2 P3 P -------- = ------- = --------= .....= -------- =cte , ou T1.ρ T2.ρ T3.ρ T.ρ 16 P1 P2 P3 P ----- = ------ = ------- =.... = ------ = cte T1 T2 T3 T c)Isotérmica(a temperatura constante) P1 P2 P3 P --------- = ------- = ------- =....= -------- = cte ρ1.T ρ2.T ρ3.T ρ .T P1 P2 P3 P ------ = ------ = -------=.....=------ = cte ρ1 ρ2 ρ3 ρ ou P1 . V1 P2 . V2 P3 .V3 P. V ---------- = ------------ = ------------ = .... = ---------- = cte T T T T P1.V1 = P2.V2 = P3.V3 = .....= P. V =cte d)Adiabática (sem trocas de calor) P1.v1k = P2.v2k = P3.v3k =.....=Pn.vnk = cte. 1 1 1 1 Como v1 = ------ ; v2=----- ; v3 = ------ ;v = ---ρ1 ρ2 ρ3 ρ P1 P2 P3 P logo: ------- = -------- =--------- =... =------- =cte ρ 1k ρ 2k ρ 3k ρk , onde: K = Cp/Cv=cte = é a relação entre o calor especifico a pressão constante e o calor especifico a volume constante. Para o ar o K=1,4. 1.15-Modulo de Elasticidade Volumétrica E. O módulo de elasticidade volumétrica (E) expressa a compressibilidade de um fluido. Pode ser definida pela relação da variação da pressão unitária para a correspondente variação de volume por unidade de volume. A figura 1.6 mostra o comportamento de um fluido quando submetido a uma compressão. dp dp ∆p E = - --------- = ------------ = ------------dV/Vi dρ/ρi ∆ V/Vi Na figura 1.6 um recipiente indeformável de volume Vi, contém um líquido que foi submetido a uma compressão dp e sofre uma redução de volume dV. 17 ∆F dp dV Vi Líquido A Recipiente indeformável Figura 1.6- Comportamento de um líquido sujeito a uma compressão Unidades : M Kf S ..........kgf/m2 M K S.............N/m2 C G S............ dina/cm2 A tabela 1C do anexo fornece os valores do módulo de elasticidade volumétrico(E) da água para diversas temperaturas. 1.16-Simplificação na Lei de Viscosidade de Newton. Quando o espaço L entre as duas placas for pequeno será admitido que o perfil de velocidades que forma no interior do fluido seja linear (AC será considerado uma reta) conforme mostra a figura 1.7. y(normal) Vo F B V E dV C dV F L dy F V D y E FLUIDO µ dy D A V=0 Figura 1.7- Comportamento do fluido quando se considera perfil linear de velocidades. Da figura acima, tem-se que os triângulos ABC e DEF são semelhantes, logo: dy dV dV Vo ------ = ------- ===> -------- = -----L Vo dy L dV τ = µ Vo ------- e para L pequeno ===> dy τ = µ -----L Exemplos: 1-Transformar: a) 1N em dinas b)10Kgf em N c)100m2/s em cm2/s d)1000kg/m3 em g/m3 18 e)10.000kgf/m2 em kgf/cm2 f) 10m2/s em cm2/s g)10kgf/m2 em N/m2 h)100dinas/cm2 em Ns/m2 Solução: m a) 1N = Kg ------- = 1000g x 100xcm/s2 Î 1N = 105gcm/s2 Î 1N = 105dinas s2 1Kg = 1000g ; 1m = 100cm 1gcm/s2 = 1dina b) 10kgf = 9,81x10 Î 10 kgf = 98,1 N 1 kgf = 9,81 N c) 100m2/s em cm2/s 1m2 = 100cmx100cm = 104cm2 Î 100m2/s = 100x104cm2/s =106cm2/s d)1000Kg/m3 em g/cm3 1 kg = 1000g 1m3 = 100cmx100cmx100cm =106cm3 1000x1000g 1000kg/m3 = -------------- = 1g/cm3 106cm3 e)10.000kgf/m2 em kgf/cm2 1m2 = 100cmx100cm = 104cm2 10.000kgf/m2 = 10.000kgf/104cm2 = 1kgf/cm2 f) 10m2/s em cm2/s 1m2 = 100cmx100cm = 104cm2 10m2/s = 10x104cm2/s = 105cm2/s g)10kgf/m2 em N/m2 1 kgf= 9,81N 10kgf/m2 = 10x9,81N/m2 = 98,1N/m2 = 98,1Pa(pascal) h)100dinas/cm2 em Ns/m2 1N = 105dinas Î 1dina = 10-5 N 1m2 = 100cmx100cm = 104cm2Î 1cm2 = 10-4m2 19 100dina.s/cm2 = 100x10-5N.s/10-4m2 =10N.s/m2 =10Pas 2)Calcular o peso específico γ , o volume específico vs e a massa específica ρ , do nitrogênio a 20°C e 800.000Pa(absoluta) Da tabela 1A do Anexo , tem-se : RN2= 30,3m/K P ------- = R T em que a unidade de R é em m2/s2.K ou ρ P --------- = R T em que a unidade de R é em m/K γ P 800.000 Da 2a expressão vem : γ = -------- = -------------------- Î γ =90,11N/m3 RT 30,3x(273+20) Lei dos gases : γ 90,11 ρ = -------- = ---------- Î ρ = 9,18 kg/m3 g 9,81 1 1 vs = -------- = --------- Î vs = 0.1089 m3/kg ρ 9,18 3)Determinar a variação em volume de 0,030m3 de água a 30°C quando sujeito a um acréscimo de pressão de 2100Kpa . Da Tabela 1C do anexo Î E = 2,25Gpa ÎE = 2,25x106Kpa Da definição de módulo de elasticidade volumétrica tem-se: dp Vixdp 0,030x 2100 E = - -------- Î dv = ---------- Î dv = ----------------- Î dv = 0,000028m3 dv/Vi E 2,25x106 4)Uma superfície plana bem grande é lubrificada com um óleo cuja viscosidade é de µ =0,01Ns/m2. Pretende-se arrastar sobre a superfície lubrificada uma placa plana de 1m x10m a velocidade 1m/s. Pede-se para determinar a força a ser aplicada. y placa de10mx1m e=2mm Vo =1m/s F τ τ τ Da lei de viscosidade de Newton simplificada(perfil de velocidades linear) vem: 20 Vo 1,0 τ = µ ------ Î F = τ x A = 0,01x---------- x10x1,0 Î F = 50N e 0,002m 1.17-Unidades e Fatores de Conversão SISTEMA INTERNACIONAL(SI) GRANDEZAS SÍMBOLO UNIDADES DIMENSÃO Comprimento Tempo Massa c t m Metro(m) Segundo(s) Quilograma(kg) L T M Área A m2 L2 Volume Vol m3 L3 Vazão Q m3/s L3 T-1 Velocidade V m/s L T –1 Aceleração a m/s2 L T-2 Freqüência f s-1 T-1 Força F N(kgxm/s2) M L T-2 Trabalho τ Nxm= 1 Joule(J) M L2 T-2 Potência N Nxm/s= 1 Watt(W) M L2 T-2 Pressão P N/m2(Pascal=Pa) M L-1 T-2 Tensão Viscosidade dinâmica Viscosidade cinemática σ ,τ N/m2(Pascal=Pa) M L-1 T-2 µ Nxs/m2 M L-1 T-1 ν m2/s L2 T-1 21 1.18-Fatores de Conversão de Unidades 1 pe3 (ft3 ) = 7,48U.S. gallons = 28,32 litros 1 U.S. gallons = 8,338 litros de água a 60° F 1 pé cúbico por segundo(cfs) = 0,646 milhões de galões por dia(mgpd) 1 pé cúbico por segundo(cfs) = 448,8 galões por minutos 1 pé quadrado por segundo(ft2/ sec) (ν)= 0,0929 m2/s 1 libra- segundo por pé quadrado(lb-sec/ft2) (µ ) = 478,7 poises 1 horsepower(hp)= 550 libras-pé/segundo(lb-ft/sec) = 0,746 quilowatt 1KN = 1000N 1 KN/m2 = 1 KPa = 1000 Pa ; 1Psi = 1 l bf/in2 = 6894,7572931Pa ; Patm = 14,7 Psi Patm =101,35 KPa 1 Joule = 1Nxm(J) 1 Watt = 1 J/s (Nxm/s) 1 caloria = 4,19 Joule 1 Kcaloria = 1000 calorias 1 UTM = 9,81 kg 1 kgf = 9,81N. 22 1.19-Fatores de Conversão do Sistema Britanico ao Sistema Internacional Grandezas Sistema Britânico para SI Do sistema SI para o Britânico Comprimento 1in(polegada)=0,0254m 1m = 39,37in 1ft(pé) = 0,3048m 1m = 3,281ft Massa 1 slug = 14,59 kg 1kg = 0,06854 slug Força 1 lb = 4,448 N 1N = 0,2248 Lb Tempo 1 sec = 1s 1s = 1 sec Peso específico 1 lb/ft3 = 1 157,1 N/m2 1 N/m2 = 0,006366 lb/ft3 Massa específica 1 slug/ft3 = 515,2 kg/m3 1 kg/m3 = 0,001941 slug/ft3 Densidade Adimensional e tem o mesmo valor Adimensional e tem o mesmo valor Viscos. Dinâmica 1 lb-sec/ft2 = 47,88Nxs/m2 1 Nxs/m2=0,02089lb-sec/ft2 Viscos. Cinemática 1 ft2/sec = 0,09290 m2/s 1m2/s = 10,76 ft2/sec Pressão 1 lb/ft2 = 47,88Pa 1 Pa = 0,02089 lb/ft2 1 lb/pol2 = 6,895kPa 1 Kpa = 0,1450 Lb/pol2 1 lb/ft = 14,59 N/m 1 N/m = 0,06853 lb/ft Tensão Superficial 23 1.20-EXERCÍCIOS - CAPÍTULO 1 1)Se a água tem módulo de compressibilidade volumétrica E= 21.000kgf/cm2, qual o acréscimo de pressão requerido para reduzir seu volume de 0,5%? 2)Qual o valor do volume específico em m3/kg de uma substância cuja densidade vale 0,8? 3)Determinar o peso específico do ar à pressão atmosférica normal 1,033kgf/cm2 e a temperatura de 27 °C . Dado constante do ar = 29,4m/K . 4)A massa específica da água a 20°C e a pressão atmosférica vale 1000kg/m3.Calcular o valor da massa específica de um volume de água que sofreu um acréscimo de pressão de 1000kgf/cm2, mantendo-se a temperatura . Dado : E= 21.000kgf/cm2. 5)Determinar o valor da constante R, em m/K, para o ar atmosférico, supondo que esta seja composto de 80% de nitrogênio e 20% de oxigênio .Dados: -Massa molecular do nitrogênio = 28kg(kgmol) -Massa molecular do oxigênio = 32kg(kgmol) -Constante Universal dos gases perfeitos -ℜ =848kgfm/k. 6) Um fluido tem viscosidade igual a 4 centipoises e massa específica de 800kg/m3. Determinar sua viscosidade cinemática em stokes. 7)Qual o módulo de compressibilidade volumétrica de um líquido que tem um aumento de 0,02% na massa específica para um aumento na pressão de 4800kgf/m2? 8)Um balão sonda de formato esférico foi projetado para ter um diâmetro de 10m a uma altitude de 45.000m. Se a pressão e a temperatura nesta altitude são respectivamente 2000kgf/m2(abs) e -60°C, determinar o volume de hidrogênio a 10.000kgf/m2(abs) e 20°C necessário para encher o balão na terra. 9)Um corpo pesa 1962N, tem volume igual a 0,025m3 , determinar: γ ; ρ e d. 10)A viscosidade cinemática de um fluido é 2,8x10 −2 m2/s e a densidade é 0,9.Determinar a viscosidade dinâmica nos sistemas MKS e CGS. Adotar g= 10m/s2. 11)Se a massa específica de um líquido é 835 kg/m3, determine seu peso específico e a sua densidade no sistema MKS. 12)Um volume de 0,056m3 de ar em pressão atmosférica é comprimido para 0,014m3.Em condições isotérmicas , qual a pressão final? Dado: Patm =10.200kgf/m2 13)Determine a viscosidade absoluta do mercúrio em Ns/m2, supondo uma viscosidade em poises de 0,0158. 14)Uma placa quadrada de 1m de lado e 2 kgf de peso desliza sobre um plano inclinado de 30°, sobre uma película de óleo de 2mm. A velocidade da placa é 2m/s(cte).Qual é a viscosidade dinâmica? 1m óleo Vo 2mm 30° 15)Um pistão cai dentro de um cilindro com velocidade constante Vo = 10/π m/s. Entre o pistão e o cilindro existe uma película de óleo de viscosidade cinemática ν = 10 −3 m2/s e γ = 3 900kgf/m .Sendo o diâmetro do pistão igual a 10cm, o diâmetro do cilindro 10,2cm, determinar o peso do pistão. Adotar g=10m/s2. 24 De=10,2cm óleo e L = 5cm G Di =10cm 16)O peso G da figura ao descer gira o eixo que está apoiado em dois mancais cilíndricos de dimensões conhecidas, com velocidade angular ω. Determinar G, desprezando a rigidez e o atrito da corda, supondo que o diagrama de velocidade no lubrificante seja linear? Dados : D =0,02m; De= 0,102m ;Di =0,10m ; ω =20/π rd/s ; µ= 0,008kgfs/m2 e L=0,10m.. L óleo L óleo D=0,02m De Di Di ω G 17)Admitindo o diagrama de velocidade indicada na figura na qual a parábola tem seu vértice a 10cm do fundo. Calcular o gradiente de velocidade e a tensão de cisalhamento para y=0; y=5cm e y=10cm.Adotar µ = 400centipoises. y Vo=2,5m/s µ e=10cm 18)Determinar a viscosidade através de um viscosímetro de cilindros coaxiais. São dados: Di= 10cm ; De= 10,04cm ;n= 90 rpm; h=20cm ; Mt= 0,04kgfm= 3924000dinacm e ω = 3 rd/s. Mt µ e Di De h ω 19)Um eixo cilíndrico vertical de diâmetro 10cm gira no interior de um mancal de 10,05cm. A folga entre o pistão e o mancal é preenchido com óleo de viscosidade dinâmica igual 0,001kgfs/m2.Se o mancal tem 25 cm de comprimento e o cilindro gira com uma rotação de 1500rpm, qual será o momento resultante. 25 ω óleo 10cm 25cm 10,05cm 20)Demonstrar que o conjugado necessário para manter o movimento do cone da figura tem expressão : R2 + h2 M = πµωR3 /2e R ω µ e h 21)Um corpo cônico gira a uma velocidade angular constante ω . Uma película de óleo de viscosidade µ separa o cone do recipiente que o contém. A espessura da película é e. Qual o momento necessário para manter o movimento . O cone tem base com R de raio e uma altura h. Utilize a distribuição linear de velocidade e admitir que o fluido é newtoniano. ω h e R e µ 26 1.21-RESPOSTAS - CAPÍTULO 1 1-dp = 105 kgf/cm2 =10.300,5KPa; 2- v = 1,25x10-3 m3/kg ; 3- γ = 1,17kgf/m3 ; 4-1047,62kg/m3 ou 1050kg/m3; 5-R = 29,4m/K ; 6- ν =5x10 −2 stokes ; 7-2.400kgf/cm2 ; 8- Vol = 144 m3 ; 9-γ =78.480N/m3 ; ρ = 8000kg/m3=815,49UTM/m3 e d = 8 ; 10- µ = 25,2Ns/m2 e µ =252 dinaxs/cm2(poise) ; 11- γ = 8191N/m3 e d=0,835; 12-P=40.800kgf/m2 ; 13-µ =0,00158Ns/m2; 14-µ =0,001 kgfs/m2 15-G = 4,5 kgf ; 16-G = 0,8kgf ; 17-τ(0)= τmáx = 2,0kgf/m2 ; τ(5cm) =1kgf/m2 e τ(10cm)=0 ; 18- M = (3/4e)π2 µ [ De3 L + Di4 /8 ] = 0,516dinaxs/cm2 ; 19-1,23kgfxm ; 21- M = (π/ 2e) µ R3ω [ R + R2 + h2 ] ; 27 CAPITULO 2 - ESTÁTICA DOS FLUIDOS NO CAMPO GRAVITACIONAL E MANOMETRIA 2.1-Pressão (p) Pode ser definida pela relação de uma força F uniformemente distribuída sobre uma superfície de área A , pela área. Assim: F p = -------A 2.2-Equação Fundamental de Equilibrio Estatico. Uma partícula de fluido em repouso, sujeita a ação do campo gravitacional terrestre, estará submetida a forças de duas natureza :forca de massa(gravidade) e força de superfície(pressão). O equilíbrio dessas duas forças agindo sobre uma partícula de fluido elementar leva a condição diferencial válida para uma massa fluida qualquer submetida ao campo da gravidade, conhecida como equação fundamental de equilíbrio estático,conforme mostra a figura 2.1. Sendo: p - a pressão estática no ponto; ρ - a massa especifica do fluido no ponto; g - a aceleração da gravidade no ponto; z - a cota do ponto, medida a partir de um nível de referencia arbitrário, Obtém-se as forças de pressão e a força peso conforme a seguir será mostrada. A força de pressão dF1 é a resultante das forças de pressão que atuam sobre cada uma das faces do elemento de volume.Tomando-se um elemento de volume com formato de um paralelepípedo retangular , as três faces situadas nos planos coordenados corresponde no limite a mesma pressão p., enquanto que nas outras faces opostas devem ser levados em conta os acréscimos havidos nas direções dos eixos coordenados, conforme é mostrado na figura abaixo. 28 ∂P ⎞ ⎛ dz⎟ dxdy ⎜P + ⎝ ∂z ⎠ Z Pdydz ⎛ ∂P ⎞ ⎜⎜ P + dy ⎟dxdz ∂y ⎟⎠ ⎝ dz k dy Y Pdxdz i j dx X Pdxdy ∂P ⎞ ⎛ dx⎟ dydz ⎜P + ⎝ ∂x ⎠ dF2 = ρ g dx dy dz K Figura 2.1 Então a força de pressão dF1 será dada por: dF1 =[pdzdy - (p + ∂P dx)dydz] i + ∂x + [pdxdz - (p + ∂P dy)dxdz] j + ∂y + [pdxdy - (p + ∂P dz)dxdy] k , ∂z que simplificando tem-se: dF1 = - ( ∂P ∂P ∂P i+ j + ∂z ∂x ∂y k )dx dy dz A força peso dF2 corresponde ao volume elementar considerado e será dado por : dF2 = ρg dvol k =Î dF2 = ρ g dxdydz K Pela condição de equilíbrio estático vem: 29 dF1 + dF2 = 0 -( ∂P ∂P ∂P i + j + k )dxdydz - ρg dxdydz k = 0 ∂x ∂z ∂y Dividindo a expressão acima por: dvol=dxdydz fica: ( ∂P ∂P ∂P i + j + k )+ ρg k=0 ∂x ∂z ∂y Lembrando que a expressão entre parênteses da equação acima é o gradiente da pressão tem-se então: Grad p + ρg k = 0 ou ∇ p + ρg k = 0 ; que é a chamada equação fundamental de equilíbrio estático para o campo de forças de gravidade, dada sob a forma de diferencial. As componentes da equação fundamental de equilíbrio estático nas direções X , Y e Z fornece as seguintes equações escalares: ∂P =0 ∂x pressão constante num plano horizontal. ∂P =0 ∂y ∂P + ρg =0 ∂z ou separando-se as variáveis , finalmente dp + ρ g dz = 0 A integração da equação fundamental do equilíbrio estático dp + ρ gdz = 0 exige o conhecimento da variação da aceleração da gravidade em função da altitude, e da relação existente entre a pressão e a massa especifica do fluido que se considere. De uma maneira geral, nas aplicações práticas a aceleração da gravidade pode ser considerada como constante.Assim dentro do intervalo de altitudes compreendidas entre a maior profundidade encontrada nos oceanos(10km aproximadamente abaixo do nível do mar) e as camadas elevadas da estratosfera(aproximadamente 20km acima do nível do mar) a variação da aceleração da gravidade é desprezível comparada com as correspondentes variações de pressão, o mesmo da massa especifica do ar atmosférico ou da água. A seguir reproduz-se a tabela da variação da aceleração da gravidade em função da latitude e da altitude adotada como padrão nas normas internacionais. 30 Variação da aceleração da gravidade “g” com a latitude e a altitude média acima do nível médio do mar. Latitude Altitude em metros acima do nível médio do mar 0 1000 2000 4000 2 2 2 Graus m/s m/s m/s m/s2 0 9,78049 9,77740 9,77432 9,76815 10 9,78204 9,77896 9,77587 9,76970 20 9,78652 9,78343 9,78034 9,77417 30 9,79338 9,79029 9,78721 9,78103 40 9,80180 9,79872 9,79563 9,78946 50 9,81079 9,80770 9,80461 9,79844 60 9,81924 9,81615 9,81307 9,80690 70 9,82614 9,82305 9,81997 9,81380 • valor padrão internacional adotado para “g” pela Comissão Internacional de Pesos e Medidas é 9,80665 m/s2 correspondente aproximadamente à latitude de 45° e ao nível do mar. 2.3-Diferença de Pressão Entre dois Pontos em Função da Diferença de Cota. a)Para fluidos incompressíveis( ρ =cte) A massa especifica dos líquidos pode ser considerada como constante na grande maioria dos fenômenos de equilíbrio estático.Sòmente em aplicações dinâmicas onde tenha interesse a propagação de perturbações no seio da massa de liquido é que deve sempre ser levada em conta a variação da sua massa especifica em função da pressão(fenômeno do golpe de aríete). Para os líquidos e em algumas situações dos gases pode-se admitir massa especifica constante. Nestes casos a diferença de pressões ∆P entre dois pontos dada em função da diferença de cotas ∆z é , ∆P = P1 - P2 = ρ g(Z2 - Z1) =Î∆P= ρg ∆z ou ∆P = γ∆h b)Para fluidos compressiveis. Nos fenômenos em que a massa especifica dos fluidos não podem ser considerados constante, para obter a diferença de pressões entre dois pontos no interior destes fluidos em função da diferença de cotas z e necessário conhecer como varia ρ = ρ (z), para pode integrar a equação fundamental de equilíbrio estático, como mostra a figura 2.2. 2 P2 1 ∆Z P1 ρ = ρ (z) Z2 Z1 Figura 2.2 ∫ dp= −∫ gρ(z)dz 2 2 1 1 ∫ ρ(z )dz 2 =Î P2 - P1 = - g 1 31 2.4-Variação da Pressão na Atmosfera Terrestre. a)Na região da atmosfera onde a temperatura varia linearmente com a altitude. Na região da atmosfera denominada Troposfera que fica compreendida entre o nível do mar e aproximadamente 11km acima deste nível a temperatura varia linear com a altitude. Aplicando-se à atmosfera : P = RT (1) - a Lei dos gases : ρ -a equação fundamental do equilíbrio estático: dp = - ρ g dz (2) e -a Lei da variação da temperatura: T = T1 + K z (3) é possível estabelecer a expressão que fornece a diferença de pressões entre dois pontos desta região. Assim: Da expressão (3) vem, T - T1 dT z = -------- ==Î dz = ----- (4) k K Substituindo (1) em (2) vem, p dp = - g ----- dz (5) RT Substituindo (4) em (5) , fica, Z T P Z T1 P1 Z1 T Figura 2.3 p dT dP = - g ----- . ----- (6) RT k A equação (6) pode ser escrita: 32 dp g dT ----- = ------ ----- (equação diferencial de variáveis separadas)(7) p RK T Integrando a equação (7) entre o ponto 1 e uma posição genérica vem: P T P dP T g dT g ∫P1 P = − RK ∫T 1 T =ÎLn P = - RK LnT P1 T1 g LnP - LnP1 = -------[ LnT - Ln T1 ] RK P/P1 =(T/T1) −( g ) RK ===Î P/P1= (T1/T) ( g ) RK Finalmente, T1 g/RK P = P1 ( -----------) T1 + Kz b)Na Atmosfera Isotérmica. A região da atmosfera aproximadamente 11km acima do nível do mar(até cerca de 80 km) denomina-se Estratosfera. Nesta região a temperatura se mantém constante em torno de -56,5 °C. Da equação fundamental de equilíbrio estático: dp = - γ dz = - ρ g dz(1) e da lei dos gases para temperatura constante : P P1 P ρ1 ------ = ------ = cte =Î ρ = ------- (2) ρ ρ1 P1 Z T=cte P Z P1 T =cte 1 Z1 T Figura 2.4 33 p dp γ1 dz tem-se: dp = - ----- ρ1 g dz =Î ------ = - -------- (3) P1 p P1 Integrando a equação (3) entre o ponto 1 a uma posição genérica vem: P Z P dp γ1 Z γ1 =Î Lnp = z ∫P1 p = − P1 ∫Zdz 1 P1 P1 Z1 γ1 P - -----(z - z1) , finalmente: ----- = e P1 P1 γ1 - ----- (z - z1) P = P1 e P1 2.5 –Altura de Carga h A altura de carga h representa a altura de uma coluna de fluido homogêneo que produz uma dada intensidade de pressão p. Assim: p p = γ h Î h = --------γ Para melhor esclarecer este conceito vamos fazer um exemplo. Se a pressão no fundo de um reservatório contendo água é de 0,80kgf/cm2 . Pergunta-se , qual a altura de água(carga) no reservatório se γH20 = 1000 kgf/m3 ou qual a altura de coluna de água produz a pressão de 0,80kgf/cm2. h H20 P =0,80kgf/cm2 Lembrando que 1cm2 = 10-4m2 , vem: P = 0,80kgf/cm2 = 0,80kgf/10-4m2 Î P = 0,8x104kgf/m2Î P = 8.000kgf/m2 8.000 kgf/m2 h = -----------------Î h = 8m , logo a altura de carga ou lâmina de água no reservatório é 1000kgf/m3 de 8m. Obs: Sempre é possível transformar uma determinada pressão para uma altura de carga de um determinado fluido(altura de coluna de fluido ) pela expressão h = p/γ . Também é possível transformar uma altura de carga h de um fluido qualquer para uma pressão através da expressão : P = γh. 1o -Exemplo de aplicação- Determinar a pressão do reservatório A. São dados : h1 = 1,00m , h2= 1,20m , γH20 = 1000kgf/m3 , γHg = 13.600khg/m3 e Patm = 720mm de Hg. 34 A h1 h2 PA H20 Hg PM PN PM=PN(pontos com mesma cota de um mesmo fluido em repouso) PN - Patm=h2. γ Hg Î PN=h2 . γHg + Patm PM - PA = γ H2O.h1 Î PM=PA + h1. γ H2O PM=PN Î PA + h1.γ H2O = h2.γ H2O + Patm PA = h2.γ Hg + Patm - h1.γ H2O. Numericamente tem-se: Patm = 720mm de Hg = 0,72mx13.600kgf/m3 Î Patm = 9792kgf/m2 PAabs = 1,2x13.600 + 9792 – 1,00x1000 ÎPAabs =25.112 kgf/m2. A pressão PA obtida é uma pressão absoluta porque nela está incluída a pressão atmosférica local. 2o -Exemplo de Aplicação- Determinar a diferença de pressão entre os reservatórios A e B. A d3 B γA PA d1 d2 PM PB γB PN Hg PM=PN(pontos com mesma cota de um mesmo fluido em repouso) PM - PA = d3. γA + d2. γ Hg Î PM=PA + d3. γA + d2. γ Hg. PN - PB = d1. γ B Î PN= PB + d1. γB. PM = PN Î PA + d3. γA + d2. γ Hg =PB + d1. γB PB - PA= d3. γ A + d2. γHg - d1. γB. 2.6-Lei de Pascal "A pressão aplicada num ponto de um fluido em repouso, transmite-se integralmente a todos os pontos do fluido. A experiência da figura 2.5 mostra este fato. Se aplicamos uma pressão de 1kgf/cm2 na superfície livre do liquido, todos os pontos do fluido sofrerá um acréscimo na pressão de 1kgf/cm2. 35 F= 10kgf 1m H20 γ =1000kgf/m3 H20 1m A= 10cm2 F 10 ∆p = ----- = -------A 10 ∆p = 1 kgf/cm2 Pf = P + ∆p = 0,10 + 1 Pf = 1,10 kgf/cm2 Pf = 1000kgf/m2 Pf = 0,10kgf/cm2 Figura 2.5 –Verificação da Lei de Pascal Com aplicação da força F = 10kgf na área de 10cm2 houve um acréscimo de pressão de 1,00kgf/cm2 em todos os pontos do fluido e não apenas no fundo do recipiente. 2.7-Regra prática para determinação da diferença de pressão entre dois pontos ou entre dois reservatórios. "Partindo-se da pressão de um dos reservatórios somamos as pressões das colunas descendentes e subtraímos as das ascendentes e igualamos , o resultado , a pressão do outro reservatório. As alturas são tomadas a partir das superfícies de separação entre os fluidos". Na figura 2.6 tem-se dois reservatórios interligados por manômetros com diversos fluidos .Para obter a diferença de pressão entre os reservatórios será aplicada a regra prática anteriormente enunciada. B A γ1 γ4 h6 γ6 PB PA h1 h3 h2 h4 h5 γ3 γ2 γ5 Figura 2.6 –Aplicação da regra prática para determinação da diferença de pressão PA + γ1.h1 + γ2.h2 - γ3.h3 + γ4.h4 - γ5.h5 - γ 6.h6 = PB 2.8- Pressão Atmosférica. Vácuo e Escalas de Pressão 2.8.1- Pressão Atmosférica. É a pressão exercida pela atmosfera terrestre , que varia com as mudanças das condições atmosféricas e diminui com a elevação da altitude. Ao nível do mar, a pressão atmosférica média é de 101,3kpa ou 760mm de Hg ou 1,033kgf/cm2 ou 10,33mca(metro de coluna de água) ou 1 atmosfera.. Qualquer destes valores é considerada como “pressão atmosférica padrão”. 36 A pressão atmosférica pode ser medida por aparelhos denominados barômetros. Um barômetro simples consiste de um tubo de mais de 762mm de comprimento aberto apenas em uma de sua extremidade e um reservatório aberto para atmosfera contendo mercúrio metálico . O tubo de vidro cheio de mercúrio sendo invertido e mantido na vertical,de forma que a sua extremidade aberta fique submersa no mercúrio, tem-se um barômetro. Para medir a pressão atmosférica local através deste barômetro basta fazer a leitura da coluna de mercúrio que se forma dentro do tubo, que normalmente apresenta uma escala. O espaço acima do mercúrio contém vapor do mesmo. A figura 2.7 dada em sequência mostra este tipo de barômetro. Vapor de mercúrio Patm = h de Hg Hg h Patm Hg Figura 2.7 - Barõmetro 2.8.2- Vácuo. É o termo utilizado para referir-se a um espaço que tem uma pressão menor que a pressão atmosférica local. Um vácuo indica o quanto a pressão de um ambiente está abaixo da pressão atmosférica. Por exemplo: se a pressão num recipiente for 0,60kgf/cm2 e a pressão atmosférica local de 1,00kgf/cm2 , é dito que o recipiente está com vácuo de : 1,00 – 0,60 = 0,40kgf/cm2(vácuo) 2.7.3- Escalas de Pressão. Uma determinada pressão pode ser medida a partir de duas referências : da atmosfera local e do vácuo absoluto . Se a pressão é medida a partir da atmosférica local , está-se utilizando a escala relativa e a pressão medida é denominada de pressão relativa , pressão manométrica ou pressão efetiva, e se a pressão está sendo medida a partir do vácuo absoluto está-se utilizando a escala absoluta para medir a pressão e ela é denominada pressão absoluta. Na indicação das pressões absolutas para diferir das relativas , elas devem vir acompanhadas do termo abs, como índice da letra p de pressão ou entre parênteses após a unidade da pressão. Assim, para indicar que 250 Kpa é uma pressão absoluta escreve-se: Pabs = 250 Kpa ou P = 250 Kpa(abs) Portanto, na escala relativa a pressão é medida a partir da pressão atmosférica local onde ela vale zero. Em vista disso, pressões menores que Patm são negativas e pressões maiores que Patm são positivas. Já na escala absoluta a pressão é medida a partir do vácuo absoluto onde ela vale zero absoluto. Na pressão absoluta está inclusa a pressão atmosférica local .Assim, pode-se escrever que: Pabs = Prel + Patm O esquema da figura 2.8 ilustra como medir pressões nas duas escalas. 37 Pressão Relativa + Pressão Atmosférica local (Patm = 0 - Escala relativa) Pressão Absoluta Patm Vácuo Absoluto (Pabs =0) Figura 2.8 – Escalas de pressão Exemplo de aplicação . O recipiente dado a seguir contém um fluido cuja pressão está sendo medida por um manômetro de “Bourdon” do tipo mostrado na figura e que esta pressão vale 2,0kgf/cm2. Pergunta-se: qual a pressão relativa e absoluta do fluido, sabendo-se que a pressão atmosférica local medida por um barômetro é de 700mm de Hg . Dado: γHg = 13.600kgf/m3. F P =2,0kgf/cm2 A pressão relativa é a própria pressão de 2,0kgf/cm2, pois o manômetro de “Bourdon” mede pressão a partir da pressão atmosférica , isto é, a pressão relativa ou pressão manométrica ou pressão efetiva. Assim, a pressão relativa será : P = 2,0 kgf/cm2 (pressão relativa) Já a pressão absoluta é obtida adicionando à pressão relativa a pressão atmosférica local em unidades coerentes. Patm = 700mm de Hg = 0,70mx13.600kgf/m3 Î Patm = 9520 kgf/m2 Como a pressão relativa está em kgf/cm2 e a absoluta em kgf/m2, para somar as duas pressões é necessário antes mudar a unidade de uma delas. Vamos mudar a unidade da pressão atmosférica e depois somá-la a pressão relativa p. Como 1m2 = 104cm2 ou 1cm2 = 10-4m2 , então: Patm = 9520kgf/104cm2 Î Patm = 0,9520kgf/cm2 e Pabs = P + Patm = 2,0 + 0,9529 Î Pabs = 2,9520kgf/cm2. 2.9-Aparelhos de medir pressão a)Manômetro de Bourdon. Tubo Metálico Escala ligado a um sistema de ampliação Fluido sob pressão 38 b)Manômetro de Coluna de Fluido γ2 A PA + h2. γ2 - h1. γ1 = 0 h1 γ1 PA PA = h1. γ1 – h2. γ2 h2 c)Piezômetro Tubo transparente graduado (Piezômetro) h P =γ.h γ Fluido sob pressão Obs: Os tubos piezométricos deverão ter diâmetros maior que 12mm para não sofrer o efeito da capilaridade, e causar erros na medição de pressão. 2.10-Unidades de Pressões e Pressões Equivalentes MKS- N/m2 ; KN/m2 = 1000N/m2 MKfS- kgf/m2; CGS - dina/cm2 1 atmosfera= teoricamente a 1,033kgf/cm2 e na prática a 1,0kgf/cm2; 1 kgf/cm2 = 104 kgf/m2 760 mm de Hg = 1 atm = 1kgf/cm2; 1 atm = 10,0 mca(metro de coluna de água) = 1kgf/cm2; 1 Lb/pol2 = 0,07kgf/cm2. 1MPA(megapascal) = 10 kgf/cm2 = 100mca. Obs. Utilizando-se a tabela 3 do anexo é possível transformar pressões com uma determinada unidade para outras. 39 2.11-EXERCÍCIOS - CAPÍTULO 2 - Estática dos Fluidos no Campo Gravitacional e Manometria. 1)Nas medidas de pressões elevadas utiliza-se uma combinação de manômetro de peso morto com manômetro de coluna líquida de um só tubo conforme a figura . Conhecendo-se os valores dados na figura, determinar a pressão do reservatório E. H2O óleo W1 ∆Z3 E ∆Z1 W2 ∆z2 A óleo Hg 2)A figura mostra um tubo “U “ fechado em um extremo e com o outro terminado em um cone. Enche-se o cone de mercúrio e o ar contido apenas no tubo “U “ comprime-se isotèrmicamente , qual o valor de ∆h , quando o cone está completamente cheio de mercúrio? Dados: h1; L ; γHg, b e a . Ar h1 ∆h Hg L b a 3)A figura abaixo representa um recipiente contendo um líquido mantido a nível constante cuja temperatura varia linearmente com a altura decrescendo da superfície para o fundo onde vale 20 °C . A taxa de variação é igual a 40 °C/m. Sabe-se que o peso específico do líquido varia linearmente com a temperatura diminuindo quando esta aumenta, com uma taxa de variação de 5kgf/m3 °C. A 20 °C o peso específico do líquido vale 1200kgf/m3. Calcular a altura H da superfície livre do líquido contido no recipiente. Dados : h1=50cm ; h=10cm e γHg = 13.600 kgf/m3. H h =10cm h1=50cm Hg 4)Calcule a altura manométrica correspondente à diferença de pressões entre as tubulações de recalque e de sucção de uma bomba hidráulica a partir dos níveis manométricos observados na figura abaixo. 40 Ps sucção H2O B recalque H2O Pr h1 H2O H2O h2 h3 h4 h5 h6 Hg Hg Hg 5)Achar a diferença de pressão entre os tanques A e B da figura, se : d1=30cm ; d2=45cm e d3= 20cm ; γH20 = 1000kgf/m3 e γHg = 13.600kgf/m3. d3 Ar H2O B 45° A d1 d2 Hg 6)Qual é a pressão PA da figura abaixo. Dado densidade do óleo d=0,8 ; γH2O=1000kgf/m3 e γHg = 13.600kgf/m3. PA Ar óleo 3m 4,5m H2O Hg 0,30m 7)Qual a pressão no centro do recipiente A da figura abaixo. Dados: γH2O= 1000kgf/m3 e 13.600kgf/m3 e dol = 0,8. H2O 2,60m óleo 0,2m A 0,20m 0,30m Hg γHg= 41 8)Para uma leitura manométrica em A de –0,175kgf/cm2, determinar: a)a elevação dos líquidos nas colunas piezométricas abertas :E;F e G b)deflexão do mercúrio no manômetro em “U “ da figura. Dados : γH2O = 1000kgf/m3 e γHg =13.600kgf/m3. A Ar E F G 14,7m 11,4m d=0,7 7,8m H2O 4,2m 6,0m d=1,6 h Hg 9)Um avião munido de um barômetro sobrevoa uma região do Atlântico cuja distribuição média de temperatura é indicada na figura. O barômetro indica uma pressão de0,275kgf/cm2 .Calcular a sua altura conhecendo-se a expressão : P/ρ =RT , sendo R=287m2/s2K. Z(m) -17,5°C 5000m T Z=0 15°C 10)Tem-se um tubo barométrico situado ao nível da superfície de uma represa na cota Z1=520m, indicando pressão atmosférica local de 716mm de Hg. Numa seção da tubulação na cota Z2=20m tem-se outro barômetro indicando pressão atmosférica local de 760mm de Hg. Pergunta-se qual é a pressão relativa no eixo da tubulação na cota Z2= 20m sabendo-se que não há escoamento. 520m H2O 20m Tubulação 11)Dois reservatórios com níveis diferentes contém o mesmo líquido (de peso específico γ) e são ligados por dois manômetros conforme indicado na figura abaixo. Obtenha uma relação para γ em função das leituras manométricas A e B , e de γA γB. 42 γA A γ γ γB B 12)Qual é a diferença de pressões entre os pontos A e B dos depósitos da figura abaixo? Hg d2 H2O d1 H2O A d3 B 13)Suponhamos unidos dois depósitos por um tubo de seção constante em forma de “U “, como mostra a figura. Os depósitos estão cheios de água e as suas cotas piezométrica são h1 e h2(h1 - h2). Os manometros contém mercúrio e água. Pede-se determinar a diferença de cotas (h1 - h2) entre os reservatórios. Dados: γ H2O , h e γ Hg. h1 h2 H2O H2O H2O h h Hg Hg H2O 14)Na medida de pequenas pressões de ar, utiliza-se um manômetro de tubos “U “ cujo planos é inclinado de um ângulo α relativamente à horizontal. Sabendo-se que o fluido manométrico é álcool , de massa específica ρ =7,65x10 2 kg/m3, qual é a diferença de pressões ∆p medida pelo manômetro, expressa em mm de coluna de água, quando a distância entre os dois meniscos, medida segundo a linha de maior declive do plano do manômetro for igual a L = 0,45m. Adotar α = arc sen1/2. L ∆P Álcool α 43 15)Nas medidas de pressões com grande precisão, utiliza-se um micromanômetro; a figura mostra um determinado tipo. Neste sistema empregam-se dois líquidos imiscíveis de pesos específicos γ1 e γ2 respectivamente. Supondo que nos recipientes A e B temos gases de pesos específicos desprezíveis, calcular Pa-Pb em função dos dados: d ; γ1 ; γ2 e δ. Se a área de seção reta do tubo é a , e a dos depósitos C e D é A, determinar δ em função de d, e justificar porque quando a/A for muito pequeno e γ1 quase igual a γ2, uma pequena diferença de pressão Pa-Pb produzirá uma grande variação de d, o que dará por sua vez um instrumento muito sensível. Área A A Área A B δ γ1 γ1 área a d área a γ2 16)Determinar analiticamente a diferença de pressões PA-PB entre os eixos dos dois reservatórios A e B indicados na figura. Considerar como grandezas conhecidas:γHg; γH2O;∆h ; ∆h1 e ∆h2 ; ∆h1 e ∆h. B ∆h A H2O ∆h1 H2O H2O ∆h2 Hg Hg 17)Determinar as pressões efetivas e absolutas: 1)do ar , 2)do ponto M, da configuração abaixo.Dados: leitura barométrica local 735mmHg; densidade relativa do óleo 0,85 e γHg = 13.600kgf/m3 Ar 30cm M óleo H2O H2O 150cm 70cm 70cm 30cm Hg 18)Em uma atmosfera adiabática a pressão varia com o volume específico da seguinte forma: Pv K = cte, onde K é uma constante igual a relação dos calores específicos Cp e Cv .Mostrar que a expressão que relaciona a pressão p e a elevação Z para esta atmosfera , utilizando como referência o nível do solo(índices zero) é: γ K-1 p= -----po - -------- γ ( Z - Zo). γo K 44 19)Determinar ρa ; Po e Poabs na configuração abaixo sendo, dados : hb=0,1m ; ha= 0,2m; ρb=1000kg /m3; Pa=Pb=1atm; 1 atm= 101,3kPa. Ar Po ha hb Patm Pa Pb ρa ρb 20)Uma atmosfera tem uma temperatura ao nível do mar de 27°C e cai 1°C para cada 275m de elevação. Se a constante do ar é 29,3m/k, qual é a elevação sobre o nível do mar onde a pressão é 70% de que existe sobre o nível do mar? 45 2.12-Respostas dos Exercícios do Capítulo 2 W1 + W2 1 – PE = ------------- + ∆z2.γHg - ∆z1.γH2O - ∆z3.γol A Patm(-2b –a) + .γHg h1 (L – b) 2- ∆h = --------------------------------------Patm - .γHg(L – b) ; 3- H = 1,91m 4- Pr – Ps = .γHg(h2 + h4 + h6) - .γH2O(h2 + h3 +h5) ; 5)PA –PB =7743,33kgf/m2 6-PArel = 180kgf/m2 ;7-PArel = - 1440 kgf/m2 ; 8-hE = 0,80m ; hF = 4,16m ; hG =4,40m e - A.γA + BγB 2 h=0,614m; 9-z =9642m ; 10-P1=499,401kgf/m ; 11- .γ = -------------------- ; A +B 2h(γHg. - γH2O) 12-PA-PB=d2γHg-γH2O(d2 + d3) ; 13- ∆h = -------------------------- ;14– h =17,2cmde H2O γH2O a 15-Pa – Pb = d.γ2 + δ.γ1 - d.γ1 ; δ = ------ d ; A 16- PA – PB =(∆h1 + ∆h2)( γHg - γH2O) + γH2O ∆h ; 17-Par = 0,34 kgf/cm2(rel) ; Par= 1,34 kgf/cm2(abs) ; PM= 0,365kgf/cm2 (rel) e PM=1,3655kgf/cm2 (abs);19-Po=- 100kgf/m2; Poabs=10.230kgf/m2;ρa =500kg/m3. ; 20-z =3069m ; 46 Capitulo 3 - Forças de Pressão Sobre Superfícies.Empuxo. 3.1-Força de Pressão Sobre Superfícies. O cálculo da força resultante das pressões estáticas exercida por fluidos em repouso sobre superfícies sólidas , apresenta interesse para um grande número de aplicações. Para fins de análise dividiremos o estudo de forças sobre superfícies submersas em dois casos: a)forças sobre superfícies submersas planas b)forças sobre superfícies submersas curvas. 3.1.1- Superfícies Planas É a determinação da força resultante das pressões estáticas sobre uma superfície plana genérica , que pode ser uma das paredes de um recipiente que contem fluido de massa especifica constante. 3.1.1.1 - Modulo da Força Adotando-se os sistemas de coordenadas OXYZ e Oxoyozo(com origem no centróde da superfície considerada)tem-se a força elementar sobre o elemento de área dA, conforme mostra a figura 3.1 dada por: X α h γ =ρg=cte dF y hG x F O X dA CG XCP CP YCP YG Y XG yo A Figura 3.1- Superficie Plana Genérica. dF = PdA =Î dF = γ ysen α Î dF = γ y senα. dA (1) F = ∫ γ . y .sen α . dA . ⇒ F = γ .sen α . ∫ y . dA ( 2 ) A A xo 47 Da Mecânica Geral e dos elementos da figura 3.2 dada a seguir tem-se: Y yo XG dA x xo CG Y YG A X 0 Figura 3.2 - Mostra os elementos do centro de gravidade. YG = ∫ y . dA A ∫ dA ⇒ YG . A = ∫ y . dA ( 3) A A Substituindo (3) em (2) vem: F = γ senα.YG.A (4) Da figura 1 tem-se: senα .YG = hG (5) Substituindo (5) em (4) vem: F = γ . hG .A - MODULO DA FORÇA (6) 3.1.1.2-Ponto de Aplicação da Força(Centro de Pressões) Pela equação dos momentos das forcas em relação aos eixos X e Y será determinada as coordenadas do centro de pressões CP(Xcp;Ycp). a)Determinação do Ycp dMx=dF.y Î dMx = γ h. dA..y Î dMx = γ y.sen α .dA .y (7) Mx = γ . ∫ y.sen α . dA. y ⇒ Mx = γ .∫ senα . y 2 . dA(8) A A 48 Da Mecânica Geral tem-se as seguintes relações para uma área plana, como mostra a figura 3.3: Y yo XG dA x xo CG Y YG A X 0 Figura 3.3 - Elementos de uma área plana para cálculo de Jxx E Jxy. MOMENTO DE INERCIA Jxx Jxx = ∫y 2 . dA ⇒ Jxx = Jxo + A.YG 2 ( 9 ) A PRODUTO DE INERCIA Jxy Jxy = ∫ x. y. dA ⇒ Jxy = Jxoyo + A. XG .YG (10) A onde: Jxo = momento de inércia da figura em relação ao eixo que passa pelo centro de gravidade xo Jxoyo = é o produto de inércia da figura em relação aos eixos xo e yo que passam pelo centro de gravidade. Substituindo (9) em (8) tem-se: Mx = γ senα. .Jxx Î Mx = γ sen α (Jxo + AYG2 ) (11) O momento Mx pode ser calculado por: Mx = F.Ycp (12) Substituindo (4) em (12) vem: Mx = γ. YG . senα. .A.Ycp (13) Igualando (13) e (11) tem-se: Mx = Mx 49 γ.YG.senα .A.Ycp = γ sen α .(Jxo + A.YG2 ) que pode ser escrita: γ.sen α .(Jxo + A.YG2 ) Ycp = ------------------------------γ.YG.A .sen α Jxo Ycp = YG + --------YG.A finalmente (14) b)Determinação de Xcp. dMy = dF x =Î dMy = γ . h.dA .x =Î dMy = γ. y. sen α .dA. .x (15) My = γ ∫ senα.x.y.dA ⇒ My = γ .senα∫ x.y.dA ⇒ My = γ .senα.Jxy(16) A A Substituindo (10) em (16) fica: My = γ sen α .(Jxoyo + A.XG.YG) (17) O momento My pode ser calculado por: My = F .Xcp (18) Substituindo (4) em (18) fica : My = γ. YG.senα. .A.Xcp (19) Igualando (19) com (17) tem-se : My = My γ. YG.sen α .A.Xcp = γ. senα (Jxoyo + A.XG.YG) , que pode escrita: γ. sen α (Jxoyo + A.XG.YG) Xcp = ------------------------------------------- ou finalmente: γ. YG.sen α .A Jxoyo Xcp = XG + ------------ (20) YG..A 50 3.1.2-Superfícies Curvas. De forma semelhante ao caso anterior procura-se a força resultante das pressões estáticas sobre uma superfície curva genérica, que pode ser uma das paredes de um recipiente que contem fluido de massa especifica constante. Adotando-se o sistema de eixos coordenados OXYZ conforme é mostrado na figura 3.4, tem-se a força elementar sobre o elemento de área dA dada por: dF = -PdA en , sendo en dado por α ; β e γ são os ângulos formados pela normal com en = cos i + cos j + cos k. onde: os eixos X,Y e Z respectivamente. Z dAz π γ =cte h dAx dAy en A dF dA k Ax Ay o J i Y Az X Figura 3.4 - Superficie Curva Generica. Logo pode-se escrever que: dF = - PdA(cos α i + cosβ j + cos γ K) ou dF = -PdAcosα i - PdAcos β j - PdAcos γ k (1) A resultante é obtida integrando a expressão (1), que fica: F = −∫ (PdA.cosα.i + PdA.cosβ. j + PdA.cosγ .k )ou A A 51 dAx = dAcosα ; ;dAy = dAcos β e dAz = dAcos γ. . F = − ∫ P.dAx .i − ∫ P.dAy. j − ∫ P.dAz. K(2);onde: Ax Ay Az A expressão (2) pode ser considerada nas suas componentes nas direções dos três eixos coordenados, assim: F = - Fx i - Fy j - Fz k (3) De (2) e (3) pode-se escrever que: Fx = ∫ P. dAx = γ . ∫ h. dAx. ou. Fx = γ . hGAx . Ax(4) Ax Ax Fy = ∫ P.dAy = γ . ∫ h.dAy.ouFy = γ . hG Ay . Ay(5) Ay Ay Logo, projetando a superfície A nos planos YZ e XZ ou em planos paralelos a estes, tem-se as superfícies planas Ax e Ay respectivamente e as componentes Fx e Fy serão analisadas como forças sobre superfícies submersas planas, como no caso anterior. A componente Fz será obtida da figura 3.5: Z dAz π h γ = cte A Y O X Figura 3.5 - Componente Fz 52 Fz = ∫ P.dAz = ∫ γ .h.dAz Az Az O termo hdAz é o volume de fluido contido no cilindro de área dAz limitado entre a superfície A e a superfície livre. Logo pode-se escrever que: Fz = γ . ∫ dvol.⇒ Fz = γ .Vol ( 6) Az A componente Fz é o peso de fluido contido entre a superfície A e a superfície livre. 3.2.Empuxo. É a força resultante exercida por um ou mais fluidos em repouso num corpo nele submerso ou flutuando.Esta forca age sempre verticalmente dirigido de baixo para cima. .A componente horizontal da resultante é sempre nula. O empuxo num corpo submerso é dado pela diferença entre a componente vertical da força de pressão que age na sua parte inferior e a componente vertical da mesma que atua na sua parte superior. 3.2.1 - Corpo Submerso em um Fluido. Na figura 3.6 tem-se um corpo de volume Vol imerso num fluido com peso específico γ. γ = cte P1.dA dE h dA P2.dA Figura 3.6 - Corpo Submerso em um Fluido. 53 O elemento de empuxo dE que age no elemento cilíndrico de área dA é dado por: dE =(P2 - P1)dA =Î dE = γ. h .dA , onde: hdA = dVol então: dE = γ.dVol O empuxo no corpo todo será dado por: E = γ . ∫ dVol ⇒ E = γ .Vol(1) A 3. 2.2 - Corpo Submerso em Dois ou Mais Fluidos. Tomemos, inicialmente, um corpo submerso em apenas dois fluidos com pesos específicos γ1 e γ2 , cujos volumes submersos em cada fluidos são respectivamente V1 e V2. ho γ1 P1.dA h1 V1 A1 dA A2 h2 dE V2 γ2 P2.dA Figura 3.7 - Corpo Submerso em dois ou mais fluidos. O elemento de Empuxo dE que age no elemento cilíndrico de área dA é dado por: dE = P2.dA - P1dA ou dE = (ho γ1 + h1. γ1 + h2. γ2 – ho. γ1) dE = (γ1h1 + γ2h2 )dA ou dE = γ1.h1.dA + γ2.h2.dA O Empuxo no corpo todo será dado por: E = γ 1∫ h1. dA + γ 2. ∫ h2. dA; como: A1 A2 h1dA =dV1(volume do elemento cilíndrico submerso no fluido 1) e h2dA =dV2(volume do elemento cilíndrico submerso no fluido 2 ), então: 54 E = γ 1. ∫ dV1+ γ 2 ∫ dV2(2).ou. finalmente: A1 A2 E = γ1. V1 + γ2 .V2 (2) Generalizando para um corpo submerso em n fluidos de pesos específicos γ1; γ2; γ3;...; γn-1 e γn , cujos volumes submersos em cada fluidos são respectivamente V1; V2 ;V3 ;...;Vn-1 e Vn , o Empuxo fica: E = γ1V1 + γ2V2 + γ3V3 +...+ γn-1.Vn-1 + γ n.Vn (3) 55 3.3-Exercícios do Capítulo 3-Forças Sobre Superfícies Submersas. Empuxo. 1)Calcular a força que atua na comporta de fundo de 4m de largura por 2m de altura de uma barragem de concreto. Determinar também o ponto de aplicação da força .Dado γH20 =9,79kN/m3. 30° 4m H20 x • y 4m x y 2m 2)Calcular as componentes horizontal e vertical da força que atua sobre a superfície submersa ABCD da figura abaixo.Dado : γ H20 = 9,79 KN/m3 X 2m Y Y X H20 4m A=C A C 2m 2m Z B=D Z B D 3)Calcular o empuxo que atua sobre o cilindro de 2m de diâmetro por 4m de comprimento imerso em água .Dado: γ H20=9,79 KN/m3. 56 4m 1,5m H20 1m 2m 1m 4)Calcular o empuxo que atua no cilindro abaixo, sabendo-se que ele mede 4m de comprimento. 2m γol = 7,848 KN/m3 1m γ H20 =9,79 KN/m3 1m 2m 5)Calcular a força que atua numa barragem de concreto e o ponto de aplicação .Dado :γH20 H20 h H b 6)Calcular as componentes horizontal e vertical da força que atua na barragem abaixo, bem como as coordenadas do centro de pressões. Dado: γH20 H H20 H b R R R 7)Calcular as componentes horizontal e vertical da força que atua na comporta ABCD, assim como, as coordenadas do centro de pressões. Dado: γH20. 57 H H20 H b R R R 8)Sobre a alavanca AB se exerce uma força de N como mostra a figura abaixo. O extremo B está conectado a um pistão que se move dno interior de um cilindro de 5cm de diâmetro .Qual a força que deve atuar sobre o pistão de maior diâmetro para impedir seu movimento sabendo-se que seu diâmetro é de 25cm. 490,5N A 20m d=5cm D=25cm F2 10m F1 óleo B 9)A figura abaixo é um depósito que contém água, sobre a qual atua uma pressão PA.Determinar a força que atua sobre a comporta ABCD para os casos:PA= Patm; b)PAabs = 125,56 KN/m2 .Dados comprimento da comporta igual a 3m e Patm =98,10 KN/m3. X PA C 1,5m D AR 1m A 3m B H20 30° Y 10)Qual a altura máxima que o nível de água pode alcançar no esquema abaixo, desprezando-se o atrito e o peso da comporta? Dado: comprimento da comporta igual a 1m e γH20 =9,79KN/m3. 58 35,316KN h 9m H20 60° 11)A adufa AB da figura é articulada em A e apoiada em B e mede 3m normalmente ao plano do desenho. Determinar as reações em A e B quando: a)a água está nivelada em A e Patm do lado direito; b)quando estiver com 1,20m acima de A à esquerda e nivelada com A à direita. Dado: γH20=9,79KN/m3. 3m R A H20 R 1,80m B 12)Determinar as componentes horizontal e vertical da resultante do empuxo sobre a superfície cilíndrica da figura cujo raio é 1m e cuja geratriz é 4m. 3m D =2m H20 45° 12)Determine o módulo da força que atua sobre a superfície ABC da figura abaixo sabendo-se que sua largura é 1m. Dado: γH20=9,79KN/m3. 59 1m 1m 3m A H20 B 1m 1m 2m C 13)O cilindro de 1,20m de diâmetro é solicitada por água à esquerda e por óleo de densidade 0,8 à direita. Determinar: a)a força normal em B se o cilindro pesa 19,62KN e b)a força horizontal devido o óleo e a água se o nível do óleo cair de 0,30m. 1,20m 0,60m H20 1,20m 1,20m óleo B 14)Achar a força resultante que atua na superfície submersa da figura e determinar as coordenadas do centro de pressões. X 60° 3m 1,2m 1,2m H20 X 0,3m 60° 0,3m Y 60 15)Verificar a estabilidade da barragem quanto ao tombamento. São dados: γcon= 23,544 γH20=9,79KN/m3. 2m KN/m3 e 60° H20 30m O 18,5m 8m P= 20γH20 6m Subpressão 16)Verificar a estabilidade em relação ao tombamento da barragem dada abaixo. São dados: γH20=9,79KN/m3 e γcon= 23,544 KN/m3 . 5m 60° 15m H20 10m 8m P=15γH20 Subpressão 61 3.4-Respostas dos Exercícios do Capítulo 3 1-F = 353,16 KN ; Ycp= 9,04m e Xcp =2,0m 2)Fy = FH =235,44KN; Xcp =2,0m e Zcp =3,11m; Fz=Fv = 190,64 KN, Xcp= 2,0m; Ycp =0,9m e Zcp= 1,26m; 3-E= 123,27 KN; γb 2 2 2 4-E = 479,84 KN ; 5-F = γ bh /2 ; Ycp = 2h/3 e Xcp =b/2; 6-FH = ------(h + R) ;;Zcp = ----(h + R) 2 3 π R2 2 3hR + 2R2 e Xcp = b/2; Fz = γ b(-------- + hR) ; Xcp =b/2 e Ycp = ----(----------------) 4 3 4h + π R 1 6h2 + 3π R h + 4 R2 2H + R 2 3H2 +3HR+R2 Zcp = ----- ( --------------------------- ) ; 7- FH=Fy = γ bR (-------------) ; Zcp = -----(-------------------) 2 3 2H+R 3 4h + πR 2 3HR + 2R2 e Ycp = b/2 ; Fz = γ b(R H + πR2/4) ; Xcp= b/2 ; Ycp = -----( -----------------) 3 4H+πR e 1 6H2 + 3πR H + 4R2 Zcp = ------( -------------------------) ; 8-F2= 24,525KN ; 9- a)F = 60,625 KN ; Xcp = 1,5m; 3 4H+πR e Ycp = 2,82m ; b) F = 184,31KN ; Xcp = 1,5m e Ycp = 2,77m ; 10-h = 5,26m ; 11- a)VA = 0; HÁ= 47,68KN e VB = 75,04 KN ; b)VB = 63,56KN ; HÁ= 63,56KN e HÁ =0 ; 12- FH=185,63N e Fz=267,35KN; 13-R =59,67KN ; 14-24,44KN ; Ycp = 4,03m e Xcp = 0,353m; 15-∑Mo =160.652,05KNxm>0(estável) ;16-∑Mo65.007,04KNxm>0(estável); 62 CAPITULO 4 - ESCOAMENTOS DE FLUIDOS. 4. 1-Tipos de Escoamentos 4.1.1-Escoamento Permanente. É aquele em que as condições do fluido são invariáveis em cada ponto em relação ao tempo. As condições podem variar de um ponto para o outro ou de seção para outra seção. Um exemplo deste tipo de escoamento é mostrado na figura 4.1, em que se tem um reservatório contendo um fluido mantido a nível constante, isto é , a quantidade de fluido que sai do reservatório é reposta de alguma forma. Pode-se observar que em cada seção escolhida as velocidades (grandezas escolhidas para análise) não variam com o decorrer do tempo , ou seja, os perfis de velocidades : V1 , V2 e V3 se mantém constantes. Porém, se for feita uma comparação entre estes perfis nos mesmos instantes, observa-se que eles são diferentes(V1≠ V2 ≠V3). Conclusão: a condição de permanente está relacionada apenas com o parâmetro tempo. Ncte (1) (2) V1=cte (3) V2=cte V3=cte Figura 4.1- Escoamento Permanente 4.1.2-Escoamento Variado. É aquele em que as condições do fluido variam em relação ao tempo em um ponto, numa seção ou região do escoamento. Nvariável (diminui) V1(t1) (1) V2(t1) (2) V1(t2) V3(t1) (3) V2(t2) V3(t2) Figura 4.2- Escoamento Variado Na instalação da figura 4.2, em que de um reservatório contendo um fluido , cujo nível varia 63 no decorrer do tempo, sai uma quantidade variável de fluido na unidade de tempo, tem-se um exemplo de escoamento variado ou não permanente. Pode-se observar nesta instalação que em cada uma das três seções tomadas para análise os perfis de velocidades variam com o decorrer do tempo, isto é, V1(t1)≠V1(t2) ; V2(t1)≠V2(t2) e V3(t1)≠V3(t2). Neste exemplo foi admitido que o nível de fluido no reservatório diminui , mas se poderia admitir que o nível aumentaria e se teria também um escoamento variado, a diferença é que neste caso as velocidades aumentam, ao invés de diminuir. 4.1.3-Escoamento Uniforme. É aquele em que as condições do fluido não variam de ponto para ponto, podendo variar em relação ao tempo. Tem-se dois tipos de escoamento uniforme: a)Escoamento uniforme permanente e b)Escoamento uniforme não permanente. 4.1.3.1 - Escoamento Uniforme Permanente. É aquele em que as condições do fluido não variam de seção para seção e em relação ao tempo. Na figura 4.3, é mostrado um exemplo de escoamento uniforme e permanente, em que de um reservatório contendo um fluido com nível constante sai uma quantidade fixa do fluido. Observa-se que nas seções escolhidas para análise os perfis são idênticos e não variam com o decorrer do tempo, isto é, V1 = V2 = V3. Ncte (1) (2) V1=cte V2=cte (3) V3=cte Figura 4.3- Escoamento Uniforme e Permanente. 4.1.3.2 - Escoamento Uniforme e Não Permanente. É aquele em que as condições do fluido não variam de seção para seção mas variam em relação ao tempo. A instalação da figura 4.4, mostra um exemplo deste tipo escoamento, em que de um reservatório contendo um fluido com nível variável , sai uma quantidade variável de fluido. Pode-se observar que nas seções escolhidas em cada instante os perfis de velocidades são idênticos , isto é , V1(t1)=V2(t1)=V3(t1) e V1(t2)=V2(t2)=V3(t2) , mas os perfis de velocidades diferem de instante para instante ou seja : V1(t1)=V2(t1)=V3(t1) ≠ V1(t2)=V2(t2)=V3(t2) 64 Nváriável(aumenta) (1) V1(t2)=cte (2) V1(t1)=cte V2(t2)=cte V3(t2)=cte (3) V2(t1)=cte V3(t1)=cte Figura 4.4- Escoamento Uniforme e Não Permanente. 4.1.4-Escoamento Laminar e Turbulento. Experiência de Reynolds. Líquido Colorido(H20 + Corante) H20 Filete Colorido Tubo transparente Registro de Controle de Vazão Realizando a experiência acima Osborne Reynolds observou os seguintes comportamento da água: a)Para vazões pequenas o filete colorido permanecia bem definido no escoamento. É o regime de escoamento que denominou de laminar ou lamelar. b)Para vazões maiores o filete colorido se misturava com a água .É o regime de escoamento que denominou de turbulento. Escoamento Laminar. É aquele em que as partículas fluidas apresentam trajetórias bem definidas, que não se cruzam e o fluido escoam em laminas ou lamelas, conforme mostra a figura 4.5. Lâminas ou Camadas Figura 4.5- Escoamento Laminar. 65 Escoamento Turbulento. É aquele em que partículas fluidas apresentam movimento desordenado, tendo a velocidade em qualquer instante uma componente transversal a direção do escoamento, conforme ilustra a figura 4.6. Vn V Vt Figura 4.6- Escoamento Turbulento Pelo adimensional denominado NUMERO DE REYNOLDS(Re) dado por: ρVD VD Re = ---------- = ------ , caracterizamos se um escoamento em tubos é Laminar ou µ ν Turbulento. Onde : ρ = massa especifica do fluido V= velocidade média do escoamento D= diâmetro do tubo µ =viscosidade dinâmica do fluido; ν =viscosidade cinemática do fluido Se Rey ≤ 2000 , tem-se regime laminar Se 2000 < Rey< 4000 , tem-se regime de transição, que é uma zona critica , na qual não se pode determinar com segurança a perda de carga nas canalizações. Se Rey ≥ 4000 , tem-se regime turbulento. 4.2-Vazão em Volume , Vazão em Massa e Vazão em Peso.Velocidade Média.Conceitos e Unidades. Para definir os conceitos de vazão em volume ,massa e peso, vamos tomar um conduto genérico cuja seção transversal tem área A, por onde escoa um fluido de massa específica ρ e peso específico γ . Sobre este conduto , delimitaremos um elemento de volume cilíndrico(dvol) de área transversal dA e comprimento ds, conforme mostra a figura 4.7, dado por: dvol = dsxdA ds dA V (s) A dVol= ds.dA Figura 4.7- Escoamento genérico. 66 4.2.1-Vazão em Volume (Q) É definida como sendo o volume de fluido que atravessa uma seção na unidade de tempo e é simbolizada por Q. Logo : volume Q = ------------Tempo A vazão dQ que passa pela seção dA é dada por: V- velocidade dvol ds . dA dQ= ------- = ---------- = V.dA Î dQ = Vda (4.2.1) dt dt Para obter a vazão Q , basta fazer a integração da expressão (4.2.1) na área A. Integrando vem: Q = ∫ V.dA (4.2.1a) A Unidades: m3/s ; L/s ; L/h e m3/h 4.2.2- Vazão em massa (G) Definida pela relação da massa de fluido que atravessa uma seção na unidade de tempo , e é simbolizada por G . Assim: massa G = -------------Tempo A vazão em massa dG que passa pela seção dA é dada por: V- velocidade ρ dvol ρ ds . dA dm dG= -------- = ------------ = -------------- = ρV. dA Î dG = ρ.V.dA (4.2.2) dt dt dt Integrando a expressão (4.2.2) na área transversal A , obtém-se a vazão em massa G. Logo: G = ∫ ρ V.dA (4.2.2a) A Unidades: Kg/s , kg/h , Utm/s e g/s 67 4.2.3- Vazão em Peso (W) Definida pela relação do peso de fluido que atravessa uma seção na unidade de tempo , e é simbolizada por W . Assim: Peso W= ----------tempo A vazão em peso dW que passa pela seção dA é dada por: V - velocidade ρgdvol ρg ds . dA dP dW = ------- = ---------- = ------------------ = ρg V.dAÎ dW = ρ gV.dA dt dt dt (4.2.3) Integrando a expressão (4.2.3) na área transversal A , obtém-se a vazão em peso W. Logo: W = ∫ ρg V.dA (4.2.3a) A Unidades: kgf/s ; N/s, N/h , kgf/h e dina/s 4. 2.4- Velocidade Media (Vm) A velocidade média Vm ou simplesmente V, pode ser definida pela relação da vazão em volume Q e a área da seção transversal A do conduto. Ela pode ser definida como sendo a velocidade que multiplicada pela área fornece a vazão em volume Q . Assim: Q Vm = ------- ou Q = Vm .A (4.2.4) A Para determinar a expressão matemática da velocidade média, consideremos um conduto qualquer por onde está escoando um fluido incompressível qualquer, conforme mostra a figura 4.8. Seja A a seção transversal e dA o seu elemento de área . V A Q Vm Figura 4.8- Conduto Qualquer para Determinar a Expressão de Vm. A vazão Q pode ser calculada por: 68 Q = ∫ V.dA A Îdonde vem : Q= Vm.A Vm.A= ∫ V.dA A , que fica: 1 Vm = ----- ∫ V. dA (4.2.4a) A A Exemplo de aplicação: No escoamento de um óleo de densidade d através de um conduto circular de raio R , a velocidade em cada ponto é expressa pela equação : v = Vmax[ 1 - (r/R)2] – perfil parabólico de velocidades, onde: v- velocidade em cada ponto da seção em m/s; Vmax – velocidade máxima que ocorre no centro do conduto em m/s; r- raio genérico quando a velocidade for v em m; R- raio do conduto em m. Determinar:a)a expressão da velocidade média , a vazão em volume , massa e peso. b) para d =0,80, ρH20 =1000kg/m3 , R = 0,20m , g = 10m/s2 e Vmax = 2,4m/s os valores numéricos da velocidade média e das vazões em volume , massa e peso. v dA= 2πrdr dr r R Q r Vmax R 1 1 R a) Vm = ----- ∫ vdA = ----------∫ Vmax[ 1 – (r/R)2] 2πrdr A A πR2 0 2πxVmax R r3 2xVmax r2 r4 R Vm = --------------- ∫ [ r – ------ ] dr Î Vm = ---------- [ ----- - ------] 0 π R2 R2 R2 2 4R2 0 2 4 2 2 R 2 2Vmax 2R - R 2xVmax R Vm = ---------------[ ------- - --------] = ----------- [ --------------] R2 2 4R2 R2 4 2Vmax R2 Vm = ------------ [ -----------] Î R2 4 2 Vmax Vm = --------- (1) 2 Obs: sempre que o conduto for cilíndrico e o perfil de velocidades parabólico , a velocidade média é dada pela expressão : Vmax Vm = -----------2 69 A vazão em volume Q pode ser calculada pela expressão (4.2.1a), mas vamos calcular a vazão utilizando Vm, logo: Q = VmxA , substituindo a expressão (1) e da área A = πR2 , vem: Vmax Q = ---------- πR2 2 ou Q = Vm A (2) A vazão em massa G será calculada pela expressão: G = ∫ ρ V.dA , como o fluido é incompressível (ρ =cte), vem A G = ρ ∫V.dA , onde a integral é a vazão Q , então: A G = ρ . Q , substituindo a expressão (2) vem : Vmax G = ρ . π R2 ---------2 ou G = ρ A Vm ou G=ρQ A vazão em peso W será calculada pela expressão: W = g ∫ ρ V.dA , como o fluido é incompressível (ρ =cte), vem A W = g.ρ ∫V.dA , onde a integral é a vazão Q , então: A W = ρg . Q , substituindo a expressão (2) vem : Vmax W = ρg . π R ---------2 2 b) ou W = ρg.VmxA ou W =ρgQ ou W = γQ (4) Vmax 2,40 Vm = V = ---------- = ---------Î Vm = V = 1,20m/s 2 2 ρol ρol d = ----------Î 0,80 = --------- Î ρol = 800kg/m3 ρH20 10000 γol = gρol = 10x800 Î γol = 8000N/m3 Cálculo de Q Vmax 2,40 Q = ---------- πR2 = ---------π x0,202 Î Q = 0,1508m3/s 2 2 Q = VmxA = 1,20xπ.0,202 Î Q = 0,1508m3/s ou 70 Cálculo de G Vmax 2,40 2 G = ρ . π R ---------- = 800xπx0,20 x ---------Î G = 120,64kg/s 2 2 simplesmente G = ρQ = 800x0,1508Î G = 120,64kg/s 2 ou Cálculo de W Vmax Vmax 2,40 W = ρg . π R2 --------- = γ πR2---------- = 8000xπx0,202 x---------Î W = 1206,40N/s 2 2 2 ou W = ρg Q = γ.Q = g G = 10x120,64 Î W = 1206,40 N/s 4.3- Equação da Continuidade. É a equação que faz o balanço de massa de um escoamento, também conhecida como equação da conservação da massa. 4.3.1-Equação da Continuidade para Regime Permanente. Para determinar a expressão da equação da continuidade em regime permanente num volume com uma entrada e uma saída, vamos considerar a situação da figura 4.9. No volume entra uma vazão em massa G1 pela seção (1) e sai pela seção (2) uma vazão em massa G2. Como o regime é permanente , vem: (1) (2) G1 G2 ρ2 , V2, A2 ` ρ1, V1 , A1 Figura 4.9- Conduto Qualquer com uma Entrada e uma Saída. G1=G2 =Î ρ1.V1.A1 = ρ2.V2.A2 Para fluidos incompressíveis ρ1= ρ2 = ρ ; logo: ρ V1A1 = ρ V2A2 ===> Q1 = Q2 Para o volume da figura 4.10, com duas entradas e duas saídas a equação da continuidade em regime permanente, terá a seguinte expressão: 71 ρ3;V3;A3 (3) G3 (1) (4) G1 G4 ρ1;V1;A1 ρ4;V4;A4 ρ2;V2;A2 (2) G2 Figura 4.10- Um Volume com duas Entradas e duas Saídas. G1 + G2 -G3 -G4=0 , como G = ρ.V.A, logo: ρ1.V1.A1 + ρ2.V2.A2 - ρ3.V3.A3 - ρ4.V4.A4=0; Se o fluido for incompressível , então : ρ1= ρ2= ρ3= ρ4=ρ Logo: ρ. V1.A1+ ρ. V2.A2 - ρ. V3.A3 - ρ . V4.A4 = 0 ,ou Q1 + Q2 - Q3 - Q4 = 0.Î Q1 + Q2 = Q3 + Q4 4.3.2-Equação da Continuidade para Regime Não Permanente. Para determinar a equação da continuidade para regime não permanente vamos tomar um volume com uma entrada e uma saída, mostrado na figura 4.11. Seja G1 a vazão em massa que entra pela seção (1) e G2 a vazão em massa que sai pela seção (2) e dm/dt ou dG a massa que varia no volume em relação ao tempo . 1 2 Vol dm ρ ; -------G2 G1 dt ρ1;V1;A1 ρ2;V2;A2 Figura 4.11 Então podemos escrever que: dG= G1 - G2 = dm/dt Sendo m a massa do fluido , logo : m = ρ Vol , que derivando em relação ao tempo vem: 72 dm dρ dVol ----- = Vol ----- + ρ. ------dt dt dt que substituída na expressão anterior fica: dVol dρ G1 - G2 = Vol ----- + ρ -------- (4.3.2) dt dt Para regime permanente(que não varia com o tempo)podemos escrever: dG =0 Î G1=G2 Î ρ1 V1 A1 = ρ2 V2 A2 Exemplo de aplicação: Num reservatório de abastecimento de água de 500m3, pela seção (1) chega uma vazão de 150 L/s e pela seção (2) sai a vazão de 100L/s . Utilizando a equação da continuidade para regime não permanente determinar o tempo de enchimento do reservatório , sabendose que ele está vazio. (1) Q1 500m3 (2) Q2 Utilizando a expressão (4.3.2) dρ dVol G1 - G2 = Vol ----- + ρ --------- ; dt dt A água pode ser considerada um fluido incompressível ρ = cte , logo : dρ/dt =0 0 dVol dVol dρ G1 - G2 = Vol ----- + ρ -------- Î ρV1 A1 - ρ V2 A2 = ρ ---------- , sendo: dt dt dt dVol V1 A1 = Q1 ; V2A2 = Q2 e --------- = Q(vazão que efetivamente enche o reservadt tório) Logo: Q1 – Q2 = Q Î Q = 150 – 100Î Q = 50L/s O tempo t de enchimento do reservatório será de: Volume do reservatório 500.000L t = -------------------------------- = --------------Î t = 10.000s Q 50L/s 73 4.4-Exercícios – Capítulo 4 – Cinemática dos Fluidos 1)Determinar a relação entre a velocidade máxima e a velocidade média correspondente a vazão Q nos escoamentos dados: a)escoamento bidimensional com distribuição parabólica de velocidades; b)escoamento com simetria axial e distribuição parabólica de velocidades. y v R r Q Vmax h Q v Vmax y 2)Determinar a relação entre a velocidade média e a velocidade máxima, para os dois escoamentos bidimensionais, cujos perfis de velocidade são os mostrados. Vmax Q Q 2a Círculo a 3)Por um longo conduto circular de 0,30m de diâmetro escoa água em regime permanente , com um perfil de velocidade v= 0,0225 – r2 (m/s).Determinar a velocidade média com que a água sai pelas tubulações de 0,05m de diâmetro. v 0,05m r Vmax 0,3m 0,05m 4)No dispositivo mostrado na figura, através da tubulação A se introduz uma vazão de 140 L/s de água, enquanto que pela tubulação B se introduz 28L/s de óleo de densidade relativa 0,8 . Se os líquidos são incompressíveis e formam uma mistura homogênea de gotículas de óleo em água , qual é a velocidade média e a massa específica da mistura que abandona o dispositivo pela tubulação C de 30cm de diâmetro. Admitir uma massa específica média constante para a mistura. óleo Mistura C B E D A H2O 5)Se no problema anterior o pistão D se move para a esquerda com velocidade de 30cm/s e seu diâmetro é igual a 15cm, qual é a velocidade média do fluido que sai para C. 74 6)Por um conduto uniformemente convergente escoa água em regime permanente . Na seção 1 de diâmetro igual a 0,60m o perfil de velocidades é dado por: r 2 v = 2[1 – (-------) ](m/s), e na seção 3 de diâmetro igual a 0,40m o perfil de velocidades tem 0,30 distribuição cônica. Determinar a velocidade máxima na seção 3 e a velocidade média na seção 2 que dista L/6 da seção 1. (1) L (3) Q (2) L/6 7)Ar escoa por um tubo de seção constante de 5cm de diâmetro . Numa seção (1) a massa específica é 1,668 kg/m3 e a velocidade de 20m/s .Sabendo-se que o regime é permanente e que o escoamento é isotérmico, determinar: a)a velocidade do ar na seção (2), sabendo-se que a pressão na seção (1) é 9,81N/cm2(abs) e na seção (2) é 7,85N/cm2(abs). b)a vazão em massa c)a vazão em volume nas seções (1) e (2). 8)Determinar a velocidade média do escoamento na seção 3, conhecendo-se as distribuições de velocidades nas (1) e (2) e sabendo-se que o fluido é incompressível. r Seção 1 – distribuição parabólica v1= Vmax1[ 1 – (----)2 ] R1 Seção 2- distribuição cônica v2 = Vmax2( 1 – r/R2). Dado: o raio da seção (3) igual a R3. R1 (1) R3 (2) R2 (3) 9)Determinar a velocidade média na seção (3), sabendo-se que na seção (1) de diâmetro 2D o escoamento é unidimensional e na seção (2), de diâmetro D, o perfil de velocidade é dado por: v = k - r2 , onde k é uma constante e r dimensão linear marcada a partir do eixo do conduto. Fazer as hipóteses necessárias. 75 D (2) 2D (1) V1 D (3) 10)Determinar o volume específico do fluido compressível em escoamento permanente na seção de diâmetro d3=15cm sabendo-se que a velocidade média V3= 30m/s e que as vazões em peso valem w1=0,3kgf/s e w2=0,2kgf/s . w1 d=15cm W2 w3 (3) 11)Por um conduto convergente escoa água com uma vazão de 10L/s. A maior seção do conduto tem 20cm de diâmetro e a menor 10cm. Determinar, em m/s , a expressão da velocidade média em uma seção genérica do conduto, de abscissa x, sendo L o comprimento do conduto. Q=10L/s x L 12)Água escoa através de um duto longo cujo diâmetro é D =1,5m .A velocidade da água em relação ao duto é dada por: v = 2,25 - 4 r2 (m/s) . Qual é a velocidade média da água que sai pelo pequeno tubo de diâmetro interno de 0,30m? r D=1,5m 0,30m 76 13)Determinar V3 e Q3 da situação abaixo. Dados: Q; A1; A2 e A3. O fluido é incompressível. Q A2 A3 A1 14)Um duto retangular de 0,30m por 0,50m conduz um fluido com γ = 19,62N/m3 sendo a vazão igual a 0,45m3/s .Calcular a velocidade média do fluido no duto. Se o duto se estreita para 0,15m por 0,50m ,e se o peso específico for igual a 14,72N/m3, determinar a velocidade média nesta seção. 15)Na figura abaixo está mostrada uma seringa para injeção com as respectivas dimensões. Se a velocidade do êmbolo é 0,25cm/s e se a velocidade do líquido na agulha é 24,97cm/s , qual a porcentagem do líquido que é desperdiçado através da folga entre o êmbolo e o cilindro? Desprezar o volume contido na agulha. De=0,61cm Ve=0,25cm/s Da=0,06cm Dc=0,62cm Va= 24,97cm/s 1,15cm 16)No escoamento turbulento de um fluido em condutos circulares o diagrama de velocidades é dado pela equação: v = Vmax(1 - r/R)1/7 , onde as grandezas têm os seguintes significados: Vmáx- velocidade no eixo do conduto ; R- é o raio do conduto e r- é um raio genérico para o qual a velocidade é v genérica. Verificar que : Vm/Vmáx= 49/60. 17)Ar escoa num tubo convergente . A área da maior seção do tubo é 20cm2 e a de menor seção é 10cm2. A massa específica do ar na seção (1) é 1,18kg/m3 enquanto que na seção (2) é 0,88kg/m3. Sendo a velocidade na seção (1) 10m/s , determinar a velocidade na seção (2) e a vazão em massa. G (1) (2) 18)Tem-se um escoamento de fluido compressível em regime permanente em uma convergência de seção circular . Conhecendo-se a vazão em peso w = 1,8N/s , os diâmetros d1=15cm(6”) e d2=7,5cm(3”) e também os volumes específicos v1= 1,0 m3/kg e v2 = 0,61m3/kg , pedem-se as velocidades médias do escoamento nas seções transversais (1) e (2) e as vazões. Adotar g=10m/s2 Q (1) (2) 19)Uma piscina de 20mx9mx2m é alimentada através de um sistema, como mostra o esquema abaixo. O sistema consta de um poço cilíndrico de 1,20m2 de área transversal, alimentado por uma vazão constante Qo = 10L/s , do qual uma bomba recalca a água com uma vazão constante Q1=14L/s através de uma 77 tubulação de recalque. Uma bóia convenientemente instalada no poço provoca o funcionamento da bomba no instante t =0 , quando o nível d’água atinge o ponto (1) e a desliga quando atinge o ponto(2). Admitindo que uma válvula de retenção evita o esvaziamento da tubulação de recalque , e que a piscina está vazia no tempo t=0 , determinar: a)O intervalo de tempo entre o início e o fim de funcionamento da bomba, em cada ciclo , em minutos. b)O intervalo de tempo que a bomba permanece desligada, em cada ciclo , em minutos. c)O tempo necessário para o enchimento total da piscina em horas. d)O número de vezes que a bomba é ligada até encher a piscina. e)Traçar o gráfico Q(L/s)xt(min) correspondente ao funcionamento da bomba. Qo=10L/s 2m 1 Q1=14L/ 9m 2m 2 A=1,2m2 B 20)Para simular o escoamento de um rio construiu-se uma canaleta por onde escoa água com uma vazão variável em função do tempo , conforme mostra o gráfico abaixo. A canaleta alimenta um reservatório regularizador cuja comporta é comandada de tal forma a fornecer para jusante uma vazão constante igual a vazão média do intervalo de tempo considerado . Tem-se disponível para o reservatório a altura de 2,0m e uma área horizontal limitada. Determinar: a)a vazão média no intervalo de tempo de 24 horas. b)a área mínima para a execução do reservatório para que este nunca extravase, observando que no instante inicial t=0 o nível d’água no reservatório é 1,0m. c)o nível mínimo que ocorre no reservatório. d)traçar a curva volumextempo , para o reservatório. Q Canaleta (m3/s) Q 4,0 Área=? Comporta 2m 1,0 h 6 24 t(hora) 78 4.5-Respostas dos Exercícios do Capítulo 4 1)a)Vm/Vmax=2/3 ; b)Vm/Vmax=1/2 ; 2) a)Vm/Vmax= π/4 ; b)Vm/Vmax=3/4 ; 3)V=0,20m/s; 4)ρm= 967,26 kg/m3 e Vm = 2,37m/s ; 5)Vm = 2,45m/s ; 6)Vmáx = 6,75m/s e Vm1=1,12m/s ; 7)a)V2=25m/s ; b)G = 0,06551kg/s ; c)Q1 = 39,3L/s e Q2 = 49,1 L/s. 2 R R22 8)Vm = 2 ( 1 V max 1 + V max 2 ) 2 3 R3 1 4 9)Vm = 4V1 – K/2 ;10) v =1,06 m3/kg ; 11) v = --------------- (m/s) ; 12)Vm = 28,12m/s π (2 – x/L)2 A2 A2 Q 13)Q3 = ----------- Q ; V3 = ------------- -------- ;14)Vm1 = 3m/s e Vm2 = 8m/s; 15)3,3% ; A2 - A1 A2 – A1 A3 17)V2= 26,82m/s e G = 0,0236 kg/s ; 18)V1 = 10,19m/s ; V2= 24,86m/s ; Q1= 0,18m3/s e Q2=0,109m3/s 19)a)t = 10 min b)t =4min c)t = 10 horas e d)n = 43 vezes 20)a)Q =2,5m3/s b)Amin=24300m2 c)hmin= 0,67m ; 79 CAPITULO 5 - CONCEITOS LIGADOS AO ESCOAMENTO DE FLUIDO EQUAÇÕES FUNDAMENTAIS 5.1-Sistemas e Volumes de Controle. 5.1.1-Sistema: É uma quantidade fixa de matéria .A forma e o volume de um sistema pode variar, porém a sua massa é sempre a mesma. Por exemplo, podemos escolher como sistema o vapor do cilindro de motor de combustão após fechada a válvula de admissão , conforme mostra a figura 5.1. À medida que o embolo se move, o volume do sistema varia, mas a quantidade e a identidade da massa não sofre alteração. Admissão SISTEMA Vapor de Combustível Figura 5.1 – Exemplo de sistema 5.1.2-Volume de Controle(V.C): E um volume arbitrário escolhido em relação a um dado referencial. No volume de controle a quantidade de matéria pode variar, mas a sua forma e seu volume e fixo. Por exemplo para estudar o escoamento de descarga de um bocal, podemos escolher como volume de controle a parte interna do bocal. A superfície que envolve o volume de controle é denominada superfície de controle(S.C). A figura 5.2 mostra exemplo de volume de controle. Bocal VOLUME DE CONTROLE(V.C.) Superfície de Controle(S.C.) Figura 5.2- Exemplo de Volume de Controle(V.C.) 5.2-Relação Entre Solução por Sistema e Volume de Controle. 5.2.1-Grandezas Extensivas: São grandezas que dependem da massa do sistema. Por exemplo: peso; quantidade de movimento, energia; massa ; etc,. As grandezas extensivas podem ser expressas pelo produto da sua grandeza especifica e a massa. Por exemplo: 1 1 2 a)Energia cinetica -Ec= η. m = ----V . m =Î η= --- V2 2 2 80 b)Energia Potencial- Ep = η. m = gh.m =Î η =gh c)Massa - m = η. m ==Î η = 1 d)Peso - P = η. m =g.m =Î η = g e)Quantidade de movimento = η. m =V.m =Î η = V 5.2.2- Grandezas Intensivas: São grandezas que independem da massa do sistema. Por exemplo: temperatura e pressão. Seja N uma grandeza extensiva qualquer e η o valor dessa grandeza por unidade de massa. Se dN = η .dm , então : dN= ηρ dVol , logo: N = ∫ η. ρ . dvol vol Considere um campo de escoamento arbitrário V(x,y,z,t) , observado de OXYZ nos instantes t e t + ∆ t, como mostra a figura 5.3: Z Sistema no instante t +∆t II III I V.C. O Y N Sistema no instante t X Figura 5.3- Campo de Escoamento Seja calcular a razão de variação de N em relação ao tempo para o sistema: ( Nsist)t +∆t − ( Nsist)t = ∆t (∫ η. ρ.dV + ∫ η. ρ.dV)t +∆t − (∫ η. ρ.dV + ∫ η. ρ.dV)t II Rearranjando os termos vem: III I ∆t II 81 ( Nsist)t +∆t − ( Nsist)t = ∆t − (∫ η. ρ.dV)t +∆t − (∫ η. ρ.dV)t II II ∆t + ( ∫ η. ρ.dV)t +∆t III ∆t − ( ∫ η. ρ . dV ) t I ∆t Passando ao limite fazendo ∆t => 0 ,vem: ⎡ ( Nsit ) t +∆t − ( Nsist ) t ⎤ dN a) − Lim.⎢ = ( ) sist ⎥ ∆t ⇒0 ∆t dt ⎣ ⎦ ⎡( η. ρ.dV )t +∆t − (η. ρ.dV )t ⎤ ⎥ ∂ ⎢ ∫II b) Lim⎢ ⎥ = ∫ η. ρ.dV ∆t ⇒0 t ∆ ⎥ ∂t V .C. ⎢ ⎦ ⎣ ⎡( η. ρ. dV)t +∆t ⎤ → → ⎥ ⎢ III∫ = • dA = ∫ η. ρ.V cosαdA = fluxo. de. saida c) Lim⎢ . . V η ρ ⎥ ∫ ∆t ⇒0 t ∆ A.S ⎥ AS ⎢ ⎦ ⎣ ⎡( η. ρ. dV ) t ⎤ → → ⎢ ∫I ⎥ = d ) Lim⎢ . . V . dA = ∫ η. ρ.V cosα. dA = fluxo. de. entrda η ρ ⎥ ∫ ∆t ⇒0 t ∆ A.E. ⎢ ⎥ A.E. ⎣ ⎦ Combinando os limites c) e d) acima vem: → → → → → → ∫ η. ρ .V dA + ∫ η. ρ.V . dA = ∫ η. ρ .V . dA = A.S A.E S . C .. Agrupando os limites acima vem: fluxo. pela. S . C. 82 → → dN ∂ ( ) sist = η. ρ. dV + ∫ η. ρ.V . dA( I ) ∂t V∫.C . dt S .C . A equação( I) afirma que a taxa de variação da grandeza N do sistema é igual a taxa de variação da grandeza N no volume de controle, mais o fluxo de N através da superfície de controle. 5.3-Equação da Continuidade na Forma de Integral. Como a massa de qualquer sistema por hipótese é constante , então: N = m = cte ⇒ dm dN = 0= dt dt onde: m= massa do sistema Se na equação ( I) a grandeza N for a massa do sistema , então η será a massa por unidade de massa , portanto igual a unidade (η =1 ). Substituindo em ( I) as considerações acima vem: → → ∂ 0 = ∫ ρ.dV + ∫ ρ.V .dA(2) ∂t V .C. S.C. A expressão (2) é a equação da continuidade na forma de integral. ∂ρ Para regime permanente(------) = 0 ∂t → → ∫ ρ .V . dA = 0 S .C . Logo: Para fluido Incompressível ( ρ =cte) → → ρ. ∫ V . dA = 0 S . C. 1o-Exemplo de aplicação: Considerando escoamento permanente aplicar a equação da continuidade na forma de integral na situação da figura a seguir. 83 (2) ρ2;V2;A2 dA ρ1;V1;A1 V.C. dA (1) dA V1 dA V1 • dA = -V1dA (1) V2 (2) V2 • dA = V2dA → → ∂ 0= ∫ .dV + ∫ ρ.V.•dA ∂t V.C. S.C. ∂ρ Para regime permanente (------ = 0) ∂t → → → → ∫ρ.V•dA= 0⇒ ∫ρ.V•dA=−∫ρ .V.dA+ ∫ρ .V .dA= 0 1 1 S.C. 2 2 A1 S.C. A2 ∫ ρ .V . dA = ∫ ρ .V . dA ⇒ ρ .V . A = ρ .V . A 1 1 A1 2 2 1 1 1 2 2 2 A2 2o-Exemplo de Aplicação :Aplicar a equação da continuidade na forma de integral na situação a seguir , admitindo escoamento permanente. (1) (3) dA dA ρ3;V3;A3 V.C. dA ρ1;V1;A1 S.C. (2) ρ2;V2:A2 84 5.4.Equação de Bernoulli. No escoamento da figura 5.4 entre as seções (1) e (2) vamos tomar um elemento de volume dado por dvol= dA.ds e determinar a Equação de Bernoulli, válida para as seguintes hipóteses: a)regime permanente; b)fluido ideal(escoamento sem atrito); c)fluido incompressível; d)sem trocas de calor; e)propriedades uniformes na seção; f)sem presença de máquinas. ds dA V+dV (2) V V2;P2 P α dz (1) V1 dA P+dp P1 dw=ρ.g.ds.dA z1 z z Plano Horizontal de Referência(PHR) Figura 5.4- Um Escoamento Qualquer Aplicando a 2a Lei de Newton na direção do escoamento vem: dF = dm.a dz PdA - (PdA + dpdA) – dW .----- = dm.a ds dz P.dA – P.dA –dp.dA -ρd ds.dA ---- = ρ.ds.dA.a (1) ds A velocidade é dada por: V dV ds dV V= V(s,t) ; logo a = --------. -------- = V. ------ds dt ds dV a = V. ------ (2) ds Substituindo (2) em (1), vem: dV -dp . dA -ρ.g.dA.dz = ρ.ds.dA.V ------ds z2 85 -dp - ρ . g.dz =ρ.V.dV (3) Dividindo (3) por : -ρ.g = - γ , vem : dp V.dV ------ + dz + --------- = 0 (4) γ g Integrando a expressão (4) entre os pontos 1 e 2 vem: 2 2 2 2 2 dp V.dV P ------- + dz + ----------- = 0 =Î -------- + z + γ g γ 1 1 1 1 1 2 V -------2g 2 1 2 2 2 2 P2 – P1 V2 - V1 P1 V1 P2 V2 ------------ + Z2 – Z1 + -------------- Î ------- + Z1 + ------- = -------- + ------- = H γ 2g γ 2g γ 2g EQUAÇÃO DE BERNOULLI Significado de cada termo da Equação de Bernoulli. Z = energia potencial por unidade de peso(m) P -------- = energia de pressão por unidade de peso(m) γ V2 -------- = energia cinética por unidade de peso (m) 2g H = energia total por unidade de peso(m) P V2 Os termos : Z ; ------ e -------- têm a dimensão de comprimento. γ 2g Estes termos são normalmente denominados de: Z= carga potencial ; V2 --------- = carga cinética ou de velocidade; 2g P --------- = carga de pressão e γ 86 H = carga total V2 -------- = energia cinética por unidade de peso (m) 2g H = energia total por unidade de peso(m) V2 P Os termos : Z ; ------ e -------- têm a dimensão de comprimento. 2g γ Estes termos são normalmente denominados de: Z= carga potencial ; V2 --------- = carga cinética ou de velocidade; 2g P --------- = carga de pressão e H= carga total. γ Se o escoamento for permanente , fluido incompressivel e ideal, sem presença de máquinas e nem trocas de calor as cargas totais se mantém constantes em qualquer seção, não havendo , nem ganhos e nem perda de carga. 1)Exemplo de Aplicação – Determinar a velocidade de saída e a vazão da água que escoa através do bocal da figura a seguir. Ncte (1) 6m H20 φ 0,10m PHR (2) Solução: aplicando a Equação de Bernoulli entre (1) e (2), vem: P1 V12 P2 V22 ----- + Z1 + ----- = -----+ Z2 + ------ ; onde:P1=Patm=0; γ 2g γ 2g P2=Patm(jato livre)=0; V1=0(A1>>>A2) e Z2=0 Î Logo: 87 V22 ----= Z1 ==Î V2= 2.Z1 .g = 2g V2= 10,85m/s 2x6x9,81 π. 0,102 Q= V.A = 10,85---- -------- ===Î Q= 0,085m3/s 4 2o-Exemplo de Aplicação: Calcular a vazão Q do vertedor retangular da figura dada a seguir: (1) h h dh (2) H H b dA =b.dh H20 Bernoulli entre (1) e (2) P1 V12 P2 V22 ---- + Z1 + ----- = ---- + Z2 + ----- onde : γ 2g γ 2g P1=Patm=0 ; Z1=h ; V1=0(A1>>>A2) e Z2=0. Logo : V22 ---- = h Î 2g V2 = 2gh Para o elemento de área dA = b.dh , tem-se : H dQ= V.dA = 2gh . bdh⇒ Q= 2g . b.h1/2 0 h3/2 H 2b Q = 2g .b.----⇒ Q= ------. 2g 3/2 0 3 H3/2 . dh 88 3o-Exemplo:Calcular a vazão Q de um vertedor triangular da figura dada a seguir: (1) H h h H x (2) dh H dA=X.dh H20 Aplicando a Equação de Bernoulli entre as seções (1) e (2) obtém-se: V= 2gh (1) e dQ = V. dA (2) H H h dA= x dh x dh H Da figura acima tem-se : dA = x.dh e por semelhança de triângulos vem: H H-h ----- =- ---------⇒ x =2(H - h), logo dA=2(H-h).dh(3) 2H x Substituindo em (1) e (3) em (2) tem-se: dQ=V. dA = 2gh . 2(H - h).dh H Q= 2. h1/2 .(H - h)dh 2g. 0 h3/2 Q= 2. 2g [----- H 3/2 2 Q= 2. 2g [-----H5/2 3 H h5/2 ------ ] 5/2 0 2 - ------ H5/2 ] 5 8 Q = ----- . 2g . H5/2 15 H 89 5.5-Medida de Velocidade A medida de velocidade de fluidos geralmente é feita através de aparelhos denominados Tubo de Pitot. Tem-se o Tubo de Pitot Simples e Tubo de Pitot Estático. 5.5.1-Tubo de Pitot simples Pode ser um tubo com uma curva em angulo reto, tendo as extremidades abertas, conforme se vê na figura 5.5. Uma partícula no centro da seção (1) animada com velocidade V1, ao atingir a seção (2) é freada e sua energia cinética transforma-se em pressão, que é denominada pressão dinâmica. O Tubo de Pitot mede a pressão da seção (2), que é denominada pressão total e é a soma das pressões estática e dinâmica. A pressão estática é aquela obtida por uma tomada de pressão instalada perpendicularmente a direção do escoamento. A diferença das pressões total e estática é a pressão dinâmica. Com a pressão dinâmica determina-se a velocidade V1, através da fórmula que será deduzida, a seguir, a partir da Equação de Bernoulli .Na figura dada a seguir num trecho de um conduto, tem-se instalados um Tubo de Pitot simples e uma tomada de pressão estática. Tubo de Pitot ∆h γ ho (1) Z1=Z2 (2) PHR Figura 5.5 – Tubo de Pitot simples Aplicando a Equação de Bernoulli entre as seções (1) e (2) vem: Bernoulli entre (1) e (2) 2 = 2 0 = P1 V1 P2 V2 ---- + ----- + Z1 = ----- + ----- + Z2 γ 2g γ 2g Z1=Z2-tem a mesma cota ; V2=0(ponto de estagnação , a velocidade pode ser considerada nula). 2 P2 P1 V1 Logo : ----- + ----- = ----- =Î V1 = γ 2g γ Aplicando a equação manométrica vem: P1 = hoγ + Patm (-1) P2= (∆h + ho)γ + Patm Substituindo (2) em (1): P2 - P1 = ∆h γ(2) (P1- P2)2g --------------γ (1) 90 V1= ∆h. γ .2g ----------- =Î γ V1 = 2g . ∆h (4.4.1) 5.5.2-Tubo de Pitot Estático O Tubo de Pitot Estático é um instrumento que possui as duas tomadas pressão : estática e dinâmica , fazendo de uma só vez a leitura destas duas pressões, conforme mostra da figura 5.6. A velocidade V1, pode ser obtida através da fórmula que será deduzida, a seguir, utilizando a Equação de Bernoulli. γ γ γ ho ∆h (1) (2) Z1=Z2 γm PHR Figura 5.6 – Tubo de Pitot Estático Aplicando a Equação de Bernoulli entre as seções (1) e (2) vem : Bernoulli entre (1) e (2) 2 = 2 0 = P2 V2 P1 V1 ----- + ----- + Z1 = ----- + ----- + Z2 γ 2g γ 2g Z1=Z2-pontos de mesma cota; V2=0-ponto de estagnação. (P1- P2)2g V1= (1) γ Pela equação manométrica da seção(1) a (2) vem: P1- ho.γ + ∆h.γm - ∆h.γ + ho .γ = P2,que fica: P2 - P1 = ∆h(γm - γ ) (2) Substituindo (2) em (1), vem: Logo: ∆h(γm - γ)2g V1 = -----------------γ (4.4.2) 91 Obs: Para medir a velocidade com qualquer dos dois instrumentos , após a sua instalação, basta fazer a leitura do ∆h e calcular V1 através das expressões 4.4.1 ou 4.4.2 conforme seja um Tubo de Pitot simples ou Estático. 5.6.Equação de Bernoulli em Presença de uma Máquina. A figura 5.7 mostra um escoamento em que entre as seções (1) e (2), existe uma máquina hidráulica(bomba ou turbina hidráulica). (1) Hm (2) M P1;V1 P2;V2 Z1 Z2 PHR Figura 5.7 –Escoamento com a presença de uma máquina Se na Equação de Bernoulli, tivermos H1=H2(energia total igual nas seções 1 e 2 )não há entre estas seções presença de máquina, onde : P2 V22 P1 V12 H1 = ----- + ----- + Z1 e H2 = ----- + ----- + Z2. γ 2g γ 2g Bombas Hidráulicas: São máquinas que fornecem energia ao fluido(se há presença de bomba tem-se H1<H2) Turbinas Hidráulicas: São máquinas que retiram energia do sistema(se ha presença de turbina H1> H2) Chamando de Hm a carga manométrica das maquinas(bombas ou turbinas) a Equação de Bernoulli passa a ter a seguinte expressão: P2 V22 P1 V12 ------ + ----- + Z1 + Hm = ----- + ----- + Z2. γ 2g γ 2g H1 + Hm = H2 ; onde: Para as turbinas: Hm = - HT(carga manométrica das Turbinas) Para as bombas: Hm = HB(carga manométrica das bombas) 5.7-Potencia e Rendimento de uma Máquina. a)Potência de uma maquina (P) Energia PesoxHm VolxHm P= ------------ = -------------- = -------------tempo t t 92 γ Q .Hm P= Q.Hm (KW) e P= --------------- ( CV) 75 onde: γ =peso especifico do fluido em kN/m3 Q =vazão em m3/s Hm =carga manométrica em m. b)Rendimento das Máquinas η η Potência Útil =-----------------------------Potência posto em jogo Como nem toda a potência de uma bomba é fornecida ao fluido e nem toda potência do fluido é absorvida pela turbina, devido as perdas por atrito do fluido no interior das máquinas e as perdas por atrito nas partes movéis das máquinas, por isso a potência útil não coincide com a potência posto em jogo. Dai a noção de rendimento. No caso das bombas a potência útil fornecida ao fluido é menor que a potência da maquina(potência posto em jogo) , enquanto que na turbina a potência útil da máquina é menor que a potência fornecida pelo fluido(potência posto em jogo).Daí a noção de rendimento. Para as bombas tem-se: P P γ Q .Hm γ Q .Hm ηB =--------- ⇒ PB= --------- Î PB = -------------(KW) ou PB = -------------(CV) PB ηB ηB 75ηB Para as turbinas tem-se: PT γ Q.HT. ηT ηT= ------- ⇒ PT= P. ηT ⇒ PT= ------------------ (CV) ou PT = γ Q.HT. ηT (KW) P 75 onde: PB= potência da bomba em CV ou KW PT= potência da turbina em CV ou KW 5.8-Equação de Bernoulli na presença de uma Máquina. Na figura 5.8 tem-se um escoamento por onde escoa um fluido real, de forma que quando ele escoa de (1) para (2) parte de sua energia é dissipada no trecho. A energia dissipada simbolizada por HP1,2, é conhecida por perda de carga entre as seções (1) e (2). HP1,2 (2) H2 Z2 (1) H1 Z1 PHR Figura 5.8- Escoamento de um fluido real. Na Equação de Bernoulli para fluido ideal tem-se: 93 P1 V12 P2 V22 H1 = H2 ⇒ ----- + ----- + Z1 = ----- + -----+ Z2 γ 2g γ 2g Para fluidos reais , existe atritos durante o transporte e consequente dissipação de energia, então nesse caso H1> H2. Para haver igualdade nos membros da equação, adicionamos a energia dissipada(perdas)HP1,2 , no segundo membro .Logo: H1 = H2 + Hp1,2 , que desenvolvida fica: P1 V12 P2 V22 ---- + ----- + Z1 = ---- + ------ + Z2 + HP1,2 γ 2g γ 2g Na presença de máquina a Equação de Bernoulli passa a ter a seguinte expressão: P2 V22 P1 V12 ---- + ---- + Z1 + Hm = ---- + ---- + Z2 + Hp1,2(perdas) γ 2g 2g γ A potência dissipada pode ser calculada pela expressão: Pat= Q.Hp1,2 (KW) γ Q.Hp1,2 Pat=--------------- (CV) 75 5.9-Coeficiente de Energia Cinética α . Se a distribuição de velocidade numa mesma seção fosse uniforme e a energia cinética calculada com esta velocidade, então ela seria verdadeira. Mas acontece que a distribuição de velocidade na seção nem sempre e uniforme, por isso, é necessário introduzir nestes casos, um fator de correção no cálculo da energia cinética do escoamento. Na figura 5.9 tem um escoamento em que o perfil de velocidades na seção não é uniforme, que será utilizado para determinar a expressão do coeficiente de energia cinética α. A v Vm Figura 5.9 A energia cinética real que passa pela seção A na unidade de tempo é igual a: ρ V2 . dG ρ V2. dQ ρ V2 .V.dA Ec1= ----------- = ------------- = ---------------A 2 A 2 A 2 94 A energia cinética que passa na unidade de tempo calculada com a velocidade media Vm é igual a : ρVm3 .A Ec2 =----------2 Introduzindo o fator de correção α , pode-se escrever : . ρ Vm3.A ρ.V3 .dA α ----------- = ---------2 A 2 α ρVm3 donde vem: 1 V .A = ρV .dA ⇒ α = ---- . ( ----- )3 .dA A A A Vm 3 A Equação de Bernoulli passa a ter a seguinte expressão ao introduzir os fatores de correções α1 e α2 ,nas seções (1) e (2). P2 P1 V12 ----- + α1------ + Z1 + Hm = ---- + γ 2g γ V22 α2------ + Z2 + Hp1,2 2g 5.10-Metodo de Solução de Problema. a)escolher um único Plano Horizontal de Referencia(PHR), cotando o CG das seções a partir deste plano; b)verificar as seções nas quais a velocidade e conhecida ou possa ser adotada. Para reservatório de grande dimensões , pode-se adotar velocidade nula para a superfície livre. c)verificar as seções onde a pressão é conhecida ou possa ser adotada .Num liquido em repouso a pressão varia com a Lei de Stevin e num gás em repouso pode adotar pressão constante em qualquer ponto Os pontos de superfície livre de um reservatório e os jatos tem pressão do ambiente. d)aplicar a equação de Bernoulli entre as duas seções. Uma das seções pode conter uma incógnita a outra não. No caso da incógnita ser a potência da maquina, ou a perda de carga as seções não podem ter incógnitas nas duas seções. 95 5.11-Exercícios Capítulo 5 1)Determinar a velocidade e a vazão do bocal da situação abaixo. Ncte 6m H20 φ0,10m 2)Calcular a vazão Q do vertedor retangular abaixo. H H b 3)Determinar a vazão Q do vertedor triangular abaixo. H H 90° 4)Determinar a velocidade e a vazão do líquido que sai pelo orifício do tanque do grandes dimensões da figura abaixo. h d 5)Uma bomba deve recalcar 0,15m3/s de óleo γ = 760kgf/m3 para o reservatório C. Adotando que a perda de carga seja de 2,5m de (A) até (1) e 6m de (2) a (C), determinar a potência da bomba supondo seu rendimento de 75%. 96 (C) 60m (A) 15m óleo (1) (2) B ‘ 6)A pressão no ponto S do sifão da figura não deve cair abaixo de 0,25kgf/cm2(abs). Desprezando as perdas, qual é a máxima altura do ponto s em relação ao ponto A. s (A) H20 1,2m (B) Patm 7)O óleo de γ = 760kgf/m3 escoa do tanque A para E , como é mostrado na figura .Determinar:a)a vazão b)a pressão em C. são dadas as perdas de carga : 2 2 2 2 VB VB VD VD HpA,B= 0,6------; HpB,C =9 ------ ; HpC,D = 0,4 ------ e HpD,E = 9 ------2g 2g 2g 2g (D) (A) (C) 0,60m φ15cm oleo (B) 12m (E) D=30cm oleo 9)Na instalação da figura são dados : HpB,C=0 ; Q =3,14m3/s ;D=2m ; PB=4 kgf/cm2; γ = 1000kgf/m3 .Determinar: a)as cargas totais em: A, B e C; b)o sentido de escoamento ; c)o tipo de máquina ;d)a perda de carga entre A e B e e)a potência da máquina se o rendimento é de 80%. 97 (A) 30m H20 M (B) 5m ( C) PHR H20 10)Na instalação abaixo pede-se :a)altura manométrica ;b)a potência fornecida ao fluido pela bomba ; c)admitindo-se η=83%, a potência dissipada na bomba. Dados: Q=30m3/h ; γ =1000kgf/m3 ; Pe= 3mca e Ps =10mca. Pe Ps B 0,5m 11)Um tubo de Pitot é preso num barco que viaja a 45km/h de tal forma que a tomada do tubo de Pitot fica a uma profundidade pequena . Qual será a altura alcançada pela água no ramo vertical. Tubo de Pitot h H20 12)Desprezando-se os atritos no pistão na situação abaixo, determinar: a)a potência da bomba em CV se seu rendimento for 70% b)a força que o pistão pode equilibrar com a haste .Dados: Hp1,2= 0,5m ;Hp3,4=0,5m; Hp4,5=0;Hp5,6=1m; Q=5L/s; A1=A2=10cm2;A3=A4=A5=A6=5cm2; AG=21,5cm2 ; g=10m/s2 ; γ = 1000kgf/m3; Ap=10cm2 ;AH=5cm2.Supor o cilindro num plano horizontal a 2m acima da referência. Ap (6) (2) 2m (1) (3) 10m B (4) (G) (5) AH 98 13)Óleo com densidade d=0,9 escoa num tubo de 150mm de diâmetro à velocidade de 3m/s , passando por um Venturi como mostrado na figura. O diâmetro da garganta do medidor é 75mm . Qual será o nível do óleo no piezometro ligado à garganta do Venturi ? Desprezar as perdas . 1,20m 0,90m (2) φ 75mm φ150mm φ 150mm (1) 14)Na instalação abaixo , o eixo da turbina transmite uma potência de 15CV.Sendo a vazão de 20L/s , e a pressão na entrada 6 kgf/cm2 e na saída 0,2kgf/cm2 , tendo o tubo de entrada uma seção de área de 10cm2 e o de saída de 20cm2 , determinar o rendimento da turbina .Desprezar as perdas nos condutos entre (1) e (2). TURBINA 15CV eixo (1) 5m PHR (2) 15)Água escoa na tubulação da figura abaixo, saindo ao ar livre na seção 4. O recipiente é de grande dimensões transversais e o nível de água é mantido constante. Conhecem-se Z1=80m ; Z2=40m ;Z3= 30m;Z4 =20m ;d2=0,60m ;d3=d4=0,30m e g=10m/s2.Supondo que a água seja um fluido ideal , calcular: a)a vazão b)a altura atingida pela água nos tubos piezométricos. (1) (2) Z1 Z4 Z2 (3) (4) Z3 PHR 16)A bomba da figura recalca 84L/s de água. Um manômetro diferencial acusa um desnível de 20cm de Hg. Determinar a potência da bomba se seu rendimento é 70% e que γ = 1000kgf/m3 e dHg = 13,6. 99 D1=25cm (2) D2=15cm B (1) 20cm Hg 17)Desprezando o atrito no tubo calcular a potência desenvolvida na turbina pela água proveniente do reservatório. Dado: γH20 = 1000kgf/m3 30,5m φ75mm φ150mm H20 φ150mm T Vj=9,15m/s 18)Desprezando-se os atritos no pistão da figura, determinar: a)a potência da bomba se seu rendimento for 80%; b)a força que o pistão pode equilibrar com a haste. Dados: A2 =A3 = A4 =A5 =A6 =10cm², AG =8cm², Ap=20cm², AH =10cm², Hp1,2=0,5m;Hp3,4=0,5m. ;Hp4,5=0 e Hp5,6=1m, g=10m/s²; γ= 1000kgf/m³. Supor o cilindro no plano de referencia. (1) Ap 4m AH PHR (4) V=10m/s B (2) (3) G (5) (6) 19)Dada a instalação na figura por onde escoa água, pedem-se: a)a pressão reinante no interior da câmara acima da superfície da água. b)a pressão na entrada da bomba. Dados: Q=25L/s;Hp1,3 =3mca; Hp1,2=0,5mca;g=10m/s²;γ=1000kgf/m³ e P=1CV (potência fornecida à água). Ar (1) 3m A=0,005m2 B 7m (2) (3) 100 5.12-Respostas dos exercícios do capítulo 5 1)V=10,8m/s;Q=0,085m³/s; 2) Q=2/3.b 2g H2/3 ; 3)Q=8/15 2g H5/2 4)V = 2gh ; Q = 2gh . π d2/4 5)PB =108CV 6)Z=6,3m 7) a)Q = 86,20 L/s b)PC = -1010kgf/m2 ; 8)a)HA= 35m ; HB= 45,05m e HC = 0 ; b)sentido de escoamento de C para A; c)HpB,A = 10,05m; PB= 2358CV; 10)a)HB = 7,5m ; b)P=083CV ; c)0,17CV; 11)h = 7,81m ; 12)a)PB=1,62CV; b)F =12kgf ; 13)P2/γ = - 4,56m(o piezometro não funciona); 14)ηT=72%; 15)Q =2,45m3/s; h2= 36,25m; h3= -10m ; 16)PB = 5,6CV ; 17)PT = 14,14CV; 18)a)PB =0,5CV ; b) F =3,8kgf ;19)P1 = - 8750kgf/m2 e P2= - 7500kgf/m2. 101 CAPITULO 6 - EQUAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO. Na figura 6.1 tem-se um campo de escoamento por onde escoa um fluido qualquer. Z V.C. S.C. Y O X N = m. V Figura 6.1 dN ∂ Se na equação (----) = ---- ∫ η ρ dV + ∫ ηρ V • dA , dt sist ∂ t V.C S.C a grandeza N for a quantidade de movimento (m V) e η a quantidade de movimento por unidade de massa: mV η = ------ = V , então temos que: m ∂ dN (----) = ---- ∫ η ρ dV + ∫ ηρ V • dA , dt sist ∂ t V.C S.C d ---(m V) dt ∂ = ---- ∫ V ρ dV + ∫ Vρ V • dA (1), ∂ t V.C S.C Da 2a Lei de Newton vem: d ΣFext = ---(m V )= força de superfície(pressão + atrito) +força de campo(peso) (2) dt Substituindo (2) em (1) vem: ∂ ΣFext = ---- ∫ V ρ dV + ∫ Vρ V • dA (3), ∂ t V.C S.C 6.1-Aplicação da equação da quantidade de movimento. 102 Utilizando-se uma curva redução da figura 6.2 vamos determinar a expressão da equação da quantidade de movimento válida para regime permanente e propriedades uniformes nas seções de entrada e saída. (2) A2 (1) dA P V2 P2 (2) τ A1 P P τ τ P1 dA τ V1 (1) Ry R P W Rx Figura 6.2 Chamando de R a resultante das tensões normais e cisalhantes da superfície sólida(curva) sobre o fluido e W o peso da massa de fluido contido na curva, então temos: ΣFext = - ∫ P1 dA - ∫ P2 dA + R + W (4) A1 A2 Substituindo (4) em (3) , vem: ∂ -∫ P1 dA - ∫ P2 dA + R + W = ---- ∫ ρ V dV + ∫ V ρ V •dA (5) A1 A2 ∂t V.C S.C A equação (5) é a Equação da Quantidade Movimento aplicada na curva redução. 6.1.1 Simplificações da Equação da Quantidade de Movimento. Forma Geral: ∂ - ∫ P1 dA - ∫ P2 dA + R + W = --- ∫ V dV + ∫ ρ V V •. dA A1 A2 ∂t V.C S.C 103 ∂ Para regime permanente: ---- ∫ ρ V dV = 0 , logo: ∂ t V.C - ∫ P1 dA - ∫ P2 dA + R + W = ∫ ρ V V •. dA. A1 A2 S.C Para propriedades uniformes nas seções e seções pequenas e planas, pode-se escrever: - P1 ∫ dA - P2 ∫ dA +R + W = ρ1 Vm12. ∫ dA + ρ2 Vm22 ∫ dA A1 A2 A1 A2 R + W = P1 ∫ dA + P2 ∫ dA + ρ1 Vm12 ∫ dA + ρ2 Vm22 ∫ dA A1 A2 A1 A2 Para seções planas e sendo n1 e n2 os seus versores normais e unitários, vem: R + W = P1.A1 n1 + P2.A2 n2 + ρ1 Vm12 A1 n1 + ρ2 Vm22 A2 n2 6.2-Coeficiente da quantidade de movimento β A distribuição de velocidades numa seção de escoamento nem sempre é uniforme(constante), como está mostrado na figura 6.3.Por isso ao calcular a quantidade de movimento a partir das velocidade médias , dependendo do regime de escoamento podemos estar introduzindo um erro. O coeficiente β da quantidade de movimento faz justamente a correção deste erro. V A Vm Figura 6.3 ρ Vm2 A = ∫ ρ v 2 dA A Introduzindo o coeficiente β pode-se escrever: ∫ ρ v2 dA = β ρ Vm2 A e para ρ =cte , vem: A 1 v β = ---- ∫ (------)2 dA A A Vm 104 Valores de β : a) para regime turbulento β =1 β = 4/3 b) para regime laminar Introduzindo os coeficientes β1 e β2 da quantidade de movimento nas seções (1) e (2) , a equação da quantidade de movimento passa a ter a seguinte expressão: R + W = P1.A1 n1 + P2.A2 n2 + β1 ρ1 Vm12A1 n1 + β2 ρ2 Vm22.A2 n2 1o-Exemplo de Aplicação: Calcular a força que atua num redutor escoando água no seu interior em regime permanente com velocidade constante nas seções (1) e (2)( β1= β2=1,0) Q n1 n2 D1 V.C. d2 W P τ n1 P1 τ P V.C. τ n2 P2 τ P P W ( i • )R + W =P1.A1 n1 + P2.A2 n2 + β1 ρ1 Vm12 A1 n1+ β2 ρ2 Vm22 A2 n2 i • n1 = -1 ; i • n2 = 1 ; i • R =Rx e i • W =0 Rx=- P1.A1 + P2.A2 - ρ1 Vm12 A1 + ρ2 Vm22 A2 , onde: Q 4Q Q 4Q Vm1= ---- = ---------- e Vm2 = ------ = --------πD12 A2 πD22 A1 Logo: Q2 Q2 Rx = -P1.A1 + P2.A2 - ρ1 ---- + ρ2 ----A1 A2 Chamando de Kx= - Rx a força do fluido sobre o redutor temos que: 105 Q2 Q2 Kx=- Rx = P1.A1 -P2.A2 + ρ1----- - ρ2-----A1 A2 ( j • ) R + W =P1.A1 n1 + P2.A2 n2 + β1 ρ1Vm12A1 n1 + β2 ρ2Vm22A2 n2 j • n1 = 0 ; j • n2 =0 ; j • R= Ry e j • W = -W logo: Ry -W =0 =Î Ry = W Chamando Ky= - Ry vem : Ky = - W A resultante K será dada por: 2 2 K = Kx + Ky 2o-Exemplo de Aplicação: Calcular a força que atua numa curva redução , escoando um fluido incompressível de massa especifica ρ , em regime permanente e turbulento. Dimensionar o bloco de ancoragem. V2 n2 (2) θ d2 (1) D1 n1 Ry R Rx V1 Y P2 θ P j τ P P Vm2 τ x i Vm1 P1 P τ n1 W τ P P P n2 106 ( i •) R + W = P1.A1 n1 + P2.A2 n2 + ρ1Vm12A1 n1 + ρ2Vm22A2 n2 i • n1 = -1 ; i. • n2 = cos θ ; i • R =Rx ; i •.W =0 Rx= - P1.A1 + P2.A2 cosθ - ρ1Vm12A1 + ρ2Vm22.A2 cosθ Kx=-Rx=P1A1 + ρ1Vm12A1 - P2A2 cosθ - ρ2Vm22A2 cosθ Kx= A1(P1 + ρ1 Vm12) - A2 cosθ (P2 + ρ2 Vm22) ( j • ) R + W =P1.A1 n1 + P2.A2 n2 + ρ1Vm12A1 n1 + ρ2Vm22A2 n2 j • n1 = 0 ; j • n2 =sen θ ; j • R= Ry e j • W = -W logo: Ry -W = (P2.A2 + ρ2 Vm22A2)senθ Ky = -Rx =-W - (P2.A2 + ρ2 Vm22.A2)sen θ K= 2 2 Kx + Ky Dimensionamento do bloco de ancoragem (curva no plano horizontal) A área da seção do concreto para resistir K: K fck = -----Acon K Î Acon = ------fck A área do solo para resistir a resultante K é dada por: k K σadmSolo= ------- Î Asolo = ----------σadmSolo Asolo Acon Kx Asolo Ky Bloco de Ancoragem K 107 3o-Exemplo:Calcular a força que age no desviador de jato fixo. n2 θ2 V2 V1 n1 (2) θ1 (1) n2 θ2 τ P P τ P τ τ P τ τ n1 θ1 Ry P P R W Rx 2 2 2 ( i •) R + W = P1A1 n1 + P2A2 n2 + ρ1Vm1 A1 n1 + ρ2Vm22A2 n2 i • n1 = - cosθ1 ; i. • n2 = cos θ2 ; i • R =Rx e i •.W =0 0 0 Rx= - P1A1 + P2A2 - ρ.Vm12A1 cosθ1 + ρ.Vm22A2 cosθ2 Kx= - Rx= ρ.Vm12.A1.cosθ1 - ρ.Vm22.A2. cosθ2 0 0 ( j • ) R + W =P1A1 n1 + P2A2 n2 + ρVm12A1 n1 + ρVm22A2 n2 j • n1 = 0 ; j • n2 =sen θ ; j • R= Ry e j • W = -W logo: Ry -W = - ρ.Vm12.A1.senθ1 + ρ Vm22A2 .senθ2 Ky = -Rx =-W + ρVm12.A1.senθ1 - ρ Vm22 A2 .sen θ2 K= 2 2 Kx + Ky 108 6.3-Força sobre superficie sólida em movimento. u2 Vabs z u1 W Vs O y x Na figura acima tem-se que: -Vs - velocidade do anteparo em relação ao sistema fixo; -Vabs - velocidade absoluta do jato; - u - velocidade relativa do jato. Sendo: Vabs = Vs + u Î u = Vabs - Vs Substituindo a expressão da velocidade relativa na equação da quantidade de movimento vem: R + W = P1.A1 n1 + P2.A2 n2 + ρ1u12A1 n1 + ρ2 u22A2 n2. 1o-Exemplo de Aplicação: Calcular a forca que atua no anteparo curvo dado a seguir , sabendo-se que ele se move com velocidade constante Vs. P n2 P θ (2) P P V.C. Vj n1 S.C. P (1) P z Aj W Vs P O y x R + W = (P1A1 + ρ1u12 A1) n1 + (P2A2 + ρ2 u22 A2) n2 P1=P2=Patm=0 ; u =Vj - Vs ;A1=A2=Aj e ρ1 = ρ2= ρ 109 ( .i • ) R + W = ρ u12 A1 n1 + ρ u22 A1 n2 i • n1= -1 ; i • n2= cos θ ; i • W= 0 e i • R =Rx Rx = - ρ (Vj - Vs)2 Aj + ρ (Vj - Vs)2Aj cosθ Kx= - Rx= ρ (Vj -Vs)2Aj(1 - cos θ) ( .j • )R + W = u2 Aj n1 + u2 Aj n1 j •. R = Ry ; j .• W = -W ; j .• n1 = 0 e j •. n2 =senθ Ry - W = ρ(Vj - Vs)2Aj sen θ Ky= -Ry = -W - ρ(Vj -Vs)2Aj sen θ K= 2 2 Kx + Ky 2o-Exemplo de Aplicação :Calcular a força exercida pelo jato de água incidindo sobre uma placa plana. P2=Patm n2 V2 Patm (1) V.C. n1 P1=Patm V2 Patm n2 P2=Patm Na direção radial as componentes se cancelam restando apenas força na seção (1). ( i • ) R + W =(P1A1 + ρV12 A1) n1 i • R =Rx e i •.n1 = -1; P1=Patm =0 , logo: Rx= - ρV12A1 Î Kx= -Rx= ρV12 A1 Î Kx= ρ Q V1 6.4- Potencia de uma Turbina Hidraulica. 110 A potência pode ser obtida do produto de uma força com uma velocidade Neste caso a forca será a componente da forca(Kx) que age sobre as pás da turbina e a velocidade e a velocidade tangecial das pás(Vs) da turbina. H20 ω h n2 n1 (2) (Vj –Vs) θ r Vs Vj=Vabs P= força x velocidade Î PT= Kx .Vs Kx =força do fluido sobre a pá na direção do movimento Vs= W r= velocidade das pás da turbina(velocidade tangencial) PT= Kx.Vs = ρVj(Vj - Vs)Aj(1 - cos θ)Vs PT= ρQ(Vj - Vs)(1 - cos θ)Vs PT= ρQ(Vj - ωr)(1 - cos θ) ωr ω 111 6.5-Exercícios do Capítulo 6 – Equação da Quantidade de Movimento 1)Calcular a força que atua num redutor escoando água no seu interior em regime permanente com velocidade constante nas seções (1) e (2). P1 P2 Q D1 V.C. d2 ρ2 ρ1 W 2)Calcular a força que atua numa curva redução, escoando um fluído impossível de massa específica ρ, em regime permanente e turbulento. Dimensionar o bloco de ancoragem. V2 (2) θ d2 (1) D1 V1 3)Calcular a força que age no desviador do jato fixo. Dados:ρ1, ρ2, Vml, Vm2, θ1 e θ2. Vm2 Vm1 θ2 (2) θ1 (1) 4)Calcular a força que atua no anteparo curvo abaixo sabendo-se que ele se move com velocidade ‘cte Vs. São dados- W, Vj, Aj, ρ e θ. 112 θ (2) . Vj (1) Aj W Vs 5)Calcular a força exercida pelo jato de água incidindo numa placa plana. São dados: ρ, V1 e A1. Vj Aj 6) Calcular as componentes horizontal e vertical da força que o jato de água exerce sobre o desviador. Dados: ρ=1000kg/m3, Q=20L/s, Dj=10cm. θ = 45° Dj 7)Calcular o esforço horizontal sobre a estrutura do ventilador da figura e a potência transmitido ao fluido pelo mesmo. Desprezar as perdas de cargas entre as seções (1) e (2). Dados: D2=0,38m, V2=30m/s, γ= 12,75N/m3 e V1≅ 0 (2) (1) 113 8)Um jato de água saí de um bocal com velocidade de 6m/s e atinge uma placa estacionária, normal ao jato. A seção de saída do bocal tem uma área de 6,25cm². Qual a força horizontal sobre a placa? ρ=1000kg/m³. Vj = 6m/s Aj 9)Refazer o problema anterior quando a placa desloca para a direita com uma velocidade de 1,5m/s. Vj =6m/s Vs=1,5m/s Aj 10) A água contida no tanque 1 é descarregada através do bocal sem atrito. Seu nível h1 pode ser considerado cte. O jato incide sobre a placa de grandes dimensões que cobre a saída do bocal do tanque 2 que contém água a uma h2 acima do orifício. Os bocais são iguais. Se h2 for conhecido, determinar h1 tal que a força do jato seja suficiente para anular a resultante das forças horizontais que agem sobre a placa. h1 h2 11)Determinar as componentes da força que atua sobre a curva de uma canalização conforme a figura. A curva encontra-se num plano horizontal e o líquido que escoa tem ρ=1000kg/m³, são dados θ =30°, A2=A1=0,1m², V1=2m/s P2=137,34KN/m2 e P1=147,15KN/m2. Desprezar o peso do fluido e da curva. θ=30° (2) (1) 12)A água que sai de um reservatório de grandes dimensões penetra num conduto de 15cm de diâmetro e incide sobre uma pá refletora fixa que desvia o jato de 90º conforme a figura. Sabendo-se que o empuxo horizontal desenvolvido sobre a pá é 981N, determinar a potência da turbina. Dados: ρ=1000kg/m³, perda de carga desprezível e η =70%. 114 30m T 13) O tubo BC da figura está ligado ao tanque por meio de uma junta elástica de borracha que impede a transferência de esforços, entre o tanque e o tubo. Calcular a altura h do nível de água do, tanque para que a força horizontal sobre o suporte D seja anula. Dados:g=10m/s², ρ=1000kgm/m³ e HpA,B=0. h PB=49,05 KN/m2 AB=80cm2 B 60° Ac=20cm2 14) Dados o esquema da figura, sabendo-se que a seção do jato tem uma área de 520cm² e que a área do pistão é 20cm², determinar a vazão do bocal. Dado γH2O=9,81KN/m³, g=10m/s². Obs. O sistema está em equilíbrio. 60° H20 2m 1,2m Hg 15)O cotovelo da figura está preso por duas luvas elástica de forma não é influenciado pelo resto da instalação. Sendo a área de sua seção 20cm²a vazão de 20L/s, qual será a força causada pelo escoamento do fluido se a perda é 1m(γ=9,81KN/m³). 115 1m 1m (2) (1) P=196,2KN2 16) A turbina da figura “extrai” a potência de 5,3KW(3,9CV) da água em escoamento. Desprezando as perdas na redução, calcular as forças exercidas pela água sobre a redução e sobre a turbina respectivamente. Dados: g=10m/s2e γ H20=9,81KN/m³. P= 82,40 KN/m2 Redução V1=3m/s D2=15cm D1=30cm Turbina 17) Na instalação esquematizada na figura, T é turbina e o fluido que escoa é água de γ=9,812KN/m³. A vazão que escoa é 314L/s e as pressões em (1)e (2) são respectivamente: P1=176,58KN/m2 e P2= 19,62KN/m2. Desprezando-se as perdas, pedem-se. a)a potência consumida pela turbina b)esforço segundo x que atua na base da turbina. Adotar g=10m/s²;A1=0,0314 m² e A2=0,126m². T (1) D1=0,20m 1m (2) D2=0,40m 116 6.6-Respostas dos exercícios do capítulo 6 1)Kx=P1πD12 /4 – P2πd22 /4 + ρ1.4Q²/π D1²- ρ2.4Q²/π d2² ; ky=-W 2)Kx=(P1=ρV1²) π D1² /4 – (P2-ρV2²) πd2² cosθ/4; Ky=-W- (P2+ρV2²) πd2² senθ/4 3)Kx=(P1 +ρ1Vm1²)A1 cosθ1 – (P2+ρ2Vm2²)A2 senθ2 4)Kx=ρ(Vj-Vs)²Aj(1-cosθ); Ky=-W-ρ(Vj-Vs)²Aj senθ; 5)Kx=ρV1²A1 6)Kx=15,10N;Ky=-36,49N ;7)Kx=-130,08N e P=1,95KW(2,65CV); 8)Kx=-38,16KN ; 9)kx=12,36N; 10)h1=h2/2;11)kx=2,88KN e Ky=-7,07KN 12)Nt=24,84KW(33,75CV); 13)h=7,5m; 14)Q=0,233m ³/s; 15)K=8805,10N; 16)KxR= 3,66KN e KxT=0,24KN; 17)a)NT=79,16KW(107,56CV) b)Kx=8,62KN 117 CAPÍTULO 7-TRANSPORTE DIFUSIVO DE MASSA 7.1-Equação da Difusão de FICK. A Figura 7.1-a representa duas placas paralelas de grandes dimensões, separadas por uma distância b, e contendo ar seco entre elas. A placa superior é feita de material poroso e pode ser saturada com água e mantida nesse estado. A placa inferior é recoberta com material dissecante, como sílica-gel, que pode absorver continuamente toda a água(vapor)que a atingir, mantendo o ar sempre seco nas suas vizinhanças. No instante t= 0 a placa superior é saturada com água e mantida nesse estado. Imediatamente após, aparecerá no espaço entre as placas um campo (perfil) de concentração de vapor de água parecido com aquele indicado na figura 7.1-b por t≅0. Um mecanismo de transporte de massa na direção y é desencadeado pelo estado de desequilíbrio criado pelas placas. Figura 7.1 Nesta discussão, por razões de simplicidade, está sendo examinado o caso de um sistema binário , ou seja, composto de dois componentes. De uma maneira geral, quando houver interesse em estudar-se a mistura entre dois gases diferentes, um deles pode ser designado como o componente A e outro como B. Casos mais complexos, como por exemplo , a mistura entre água do mar e água doce, podem ser tratados com boa aproximação como um sistema binário, muito embora a água do mar seja, na verdade um sistema constituído de muitos componentes. Entretanto, se admitirmos que a concentração de cloreto de sódio é um parâmetro representativo da concentração da água do mar, o processo pode ser considerado binário, com o cloreto de sódio escolhido como sendo o componente A e a água doce como o componente B. Antes de iniciar uma análise quantitativa do mecanismo de difusão é necessário definir algumas grandezas: A massa específica parcial de um componente ou simplesmente massa específica é definida como a relação entre a massa do componente e o volume da mistura. Assim: massa do componente A ρA= ------------------------------------- = massa específica do componente A volume da mistura de A e B massa do componente B ρB= ------------------------------------- = massa específica do componente B 118 volume da mistura de A e B A massa específica da mistura é dada por: massa de A + massa de B ρ = --------------------------------------volume da mistura de A e B As definições acima são válidas para meios homogêneos. Se houver diferença em massa específica de um ponto para outro, como por exemplo em um fluido estratificado, é preciso que os volumes considerados sejam elementares, e as definições são substituídas por limites dos mesmos quocientes quando os volumes da mistura tendem para um valor pequeno. A massa específica ρ da mistura é igual a: ρ = ρA + ρB As concentrações de A e B são definidas respectivamente, como : ρA cA = -------ρ ρB cB = -------ρ A soma das concentrações cA e cB é igual a: cA + c B = 1 Existem outras definições para concentração um pouco diferentes destas aqui apresentadas, como por exemplo : chamar de concentração a massa específica parcial. O fato de se utilizar uma ou outra definição não traz dificuldade, porém é necessário observar que a massa específica parcial é uma grandeza dimensional cuja unidade pode ser: µg/litro; µg/m3; g/cm3, etc. Aqui, concentração é uma grandeza adimensional, pois é uma relação entre massas. Se, por exemplo , 20g de sal de cozinha forem dissolvidas em 100kg de água, a concentração de NaCl na mistura será de: 20g 20 cA = ------------------- ≅ ------------ = 2x10-4 ou cA = 0,02% NaCl (em massa) 100x103 (100x103 +20g) Ou utilizando a unidade ppm(partes por milhão) cA = 200 ppm(em massa) de NaCl em água. Isto significa que uma massa de 200g de NaCl está dissolvida em uma massa de 106g de água. Esta unidade de medida (ppm em massa) é muito usada pelos técnicos da área de saneamento para avaliar problemas de poluição, dosagem de produtos químicos na água de abastecimento. Vale a pena dizer que é comum utilizar-se a unidade ppm volumétrica ao analisarem misturas de gases. Nos dados de poluição atmosférica, por exemplo, 2ppm de NO no ar significa que em 106 litros de ar estão dissolvidos em 2 litros de NO, ambos nas condições de 25oC de temperatura e á pressão atmosférica. 119 Fica assim bem evidente que a unidade ppm quando não claramente definida pode criar dúvidas pois a medida de uma concentração ppm volumétrica é diferente da mesma medida em ppm mássica em geral. Aqui a concentração será sempre relações entre massas(adimensionais). Exemplo 1.1: A massa específica parcial de 4mg/m3 de SO2 no ar corresponde que concentração em ppm(massa)? ρA= 4mg/m3; ρ ≅ρar= 1,18kg/m3 a 25oC e 1 atm. ρA 4mg/m3 cA = ------- = --------------------- = 3,39x10-6 = 3,39ppm(massa) ρ 1,18x106mg/m3 Exemplo 1.2: No caso anterior, qual é a concentração em ppm volumétrica? cA = 3,39 ppm(massa) 3,39kg de SO2 cA = -------------------106 kg de ar 1 mol de SO2 = 32 + 2x16 =64kg 1 mol de ar = 28,8kg 3,39kg Logo: 3,39 kg de SO2 = ---------------- = 5,3x10-2 moles 64kg/mol 106 kg 106 kg de ar = ----------------- = 3,47x104 moles 28,8kg/mol Nas condições normais de temperatura (0oC) e pressão (1 atm) 1mol de um gás ocupa um volume de 22,4 litros. A temperatura de 25o C o volume será maior , e de acordo com a lei dos gases perfeitos: 273+ 25 298 V25oC= V0oC -------------= 22,4 x----------Î V25oC= 24,45litros. 273 273 Logo: 3,39 kg de SO2 = 5,3x10-2 moles = 5,3x10-2moles x24,45 litros/mol = 1,3litros de SO2 106 kg de ar =3,47x104 moles = 3,47x104 molesx24,45 litros/mol =8,48x105 litros. E finalmente, 1,3 litros de SO2 cA =------------------------------ = 1,53x 10-6 = 1,53 ppm(vol) 8,48x 105 litros de ar 120 A figura 7.1-b ilustra a variação em função do tempo do perfil de concentração cA do vapor de água no espaço compreendido entre as duas placas. Nos instantes iniciais (t=0) haverá um grande gradiente de concentração nas camadas anexas à placa superior, pois nesta região haverá uma diferença grande de concentração de uma camada de fluido para a camada vizinha. Nas camadas subsequentes(inferiores) a concentração cai rapidamente para zero, o mesmo acontecendo com o gradiente. Em conseqüência, nas camadas superiores surgirá um grande fluxo de massa, pois a diferença de concentração entre camadas adjacentes será muito grande, enquanto que nas inferiores o fluxo será nulo. Com o passar do tempo, o perfil de concentração evolui, como representado na figura, até atingir a situação estacionária em que o perfil é linear(t=∞). O perfil do fluxo de massa na direção y, Jy modifica-se como na figura 7.1-c .No início (t=0) há um grande fluxo nas camadas superiores, e um fluxo nulo nas inferiores. A situação evolui no sentido de se eliminar esta discrepância. No final (t=∞) o fluxo de massa será constante através de todas as camadas. O regime de transferência de massa torna-se permanente, ou seja, a descarga de massa liberada pela placa superior é a mesma que a absorvida pela placa inferior. Experimentalmente verifica-se que existe uma proporcionalidade entre o fluxo de massa e o gradiente de concentração. Quando o regime permanente é alcançado o gradiente de concentração é dado simplesmente por cAo/b . Nesse caso, m cAo Jy = ------- = - D ρ -------(1.1) , onde: A b m = é a descarga de massa , com dimensões: MT-1 (kg/s); Jy = é a componente do fluxo de massa na direção y, com dimensões: ML-2T-1 (kg/m2s); D = é a difusividade ou coeficiente de difusão, com as dimensões : L2T-1(m2/s); ρ= é a massa específica da mistura binária com dimensões ML-3(kg/m3); cAo = é a concentração da camada superior. O sinal negativo indica que o fluxo se dá no sentido oposto ao eixo y , isto é, da região de maior concentração para a de menor concentração. Durante o período transiente uma equação semelhante à equação (7.1) pode ser escrita para uma fatia bem fina , de espessura ∆y, localizada numa posição genérica y, como mostra a figura 7.2. ∆y ∆c y c cAo Figura 7.2 121 O fluxo através do plano horizontal na altura y é dado aproximadamente por: ∆(ρ c) Jy = - D ----------- ou, mais precisamente por: ∆y ∆c ∆(ρ c) Jy = - D lim ρ ------ Î Jy = -D lim ------------, ou ∆yÎ0 ∆y ∆yÎ 0 ∆y ∂(ρ c) Jy = - D --------(7.2) ∂y ∂c Jy = - Dρ ------, quando ρ não (ou varia muito pouco) de um ponto ∂y para outro. A equação 7.2 é conhecida como a equação da difusão de Fick. O parâmetro D é o coeficiente de difusão para um sistema binário e quantifica o processo de difusão. Sua unidade no sistema MKS é o m2/s . Valores elevados de D indicam processos em que a difusão é rápida, enquanto que valores baixos identificam processos lentos de difusão. A equação 7.2 afirma que um componente por exemplo o vapor de água difunde na mistura (vapor de água e ar ) na direção do decréscimo da concentração do componente. As tabelas A .10 e A .11 fornecem respectivamente os coeficientes de difusão de gases e vapores em ar a 25o C e atm , e de líquidos a 20o C. 122 123 Exemplo. Uma descarga m = 0,2kg/h de dióxido de carbono é liberada de uma superfície permeável com 5m2 de área e difunde no ar atmosférico à temperatura de 30o C. A concentração de CO2 no ar junto a superfície é co= 0,04, e a uma distância de 5cm é praticamente desprezível. Determine a difusividade do CO2 no ar. Hipótese: suponha que o perfil de concentração seja quase linear junto à superfície , logo: ∂c ∆c 0,04 - -------- ≅ -------- = ---------- = 0,8m-1 ∂y ∆y 0,05 124 O fluxo de CO2 será: m 0,2 Jy = ------- = ----------Î Jy = 0,04kg/h.m2 A 5 Como a porcentagem de CO2 é pequena , a massa específica da mistura é praticamente igual a massa específica do ar a 30o C, que vale ρ = 1,165kg/m3. Jy 0,04 Logo : D = -------------= --------------Î D =4,3x10-2m2/h (-∂ρc/∂y) 1,165x0,8