Avaliação da relação DQO/SO4-2 no tratamento anaeróbio de
drenagem ácida de mina em reator anaeróbio de leito fluidizado
(RALF) utilizando Liteball como material suporte
Mauro Fleury de Toledo Filho, Giselle Patrícia Sancinetti
Universidade Federal de Alfenas /Instituto de Ciência e Tecnologia, Engenharia Química
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Resumo: a drenagem ácida de mina (DAM) é uma das principais atividades causadoras de impacto nos
cursos de água e à biodiversidade devido à atividade de mineração. A DAM provém da oxidação de
minerais sulfetados, principalmente a pirita, que são expostos à água e ao oxigênio, gerando um efluente
com elevada acidez, altos teores de sulfato e metais pesados [1]. O presente trabalho teve como principal
objetivo analisar o desempenho de um reator anaeróbio de leito fluidizado para o tratamento de DAM
sintética. O reator apresenta volume útil de 1,5 litros e foi operado com tempo de detenção hidráulica de
24 horas. Como inoculo foi utilizado lodo proveniente de reator anaeróbio de manta de lodo aplicado para
tratamento de resíduos de abatedouros de aves. Utilizou-se etanol como fonte de carbono, sendo
empregado a concentração de sulfato de 100 mg.l-1 e uma relação DQO/SO42- igual a 1,0. As análises para
concentração de sulfato, sulfeto, DQO e pH na carga afluente e efluente aconteceram, em média, três
vezes por semana e seguiram a metodologia do Standard Methods for the Examination of Water and
Wastewater [2]. Em um primeiro momento, partículas PET com 3,25 mm de diâmetro médio e massa
específica de 1,11 g/cm³. A posteriori, fez-se uso de partículas de areia com granulometria de 1,18 mm e
massa específica 1,9 g/cm³ para adsorver os microrganismos. Na operação com partículas de PET durante
149 dias foi registrada uma remoção de SO42- de 3,89% e de DQO equivalente a 91,26%, com um pH
médio da saída do reator igual a 4,22. Na 2ª partida, ainda usando PET como material suporte e com 41
dias de operação, evidenciou-se 3,4% de remoção de SO42-, e um pH médio de na saída de 3,98. Por
último, durante os 35 dias de operação com areia, o pH médio na saída foi 5,13, a remoção de SO 42- de
4,24% e de DQO equivalente a 77,65%. Portanto, num aspecto geral, e em ambos os casos, não se
evidenciou uma remoção relativamente considerável do sulfato existente na drenagem, nem mesmo um
aumento no pH efluente do reator. Isto indicou que, possivelmente, para que ocorra a redução de sulfato a
sulfeto em processos biológicos, torna-se necessária a presença de quantidade de biomassa superior ao
que se observa no reator de leito fluidizado.
Financiamento: UNIFAL/PROBIC.
Referências:
[1] Sahinkaya E, Gunes FM, Ucar D, Kaksonen AH. 2010. Sulfidogenic fluidized bed treatment of real
acid mine drainage water. Bioresource Technology. 102: 683-689.
[2] APHA – AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard methods for the examination
for water and wastewater. 22th ed. New York. 2012.
Alfenas – MG – Brasil
12, 13 e 14 de novembro de 2015
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