APOSTILA Roberto Gois Aluno(a): ________________________________________________________ Série: 1ª Ensino Médio RADIOATIVIDADE No final do século XIX, o físico alemão Wilheim Konrad Roentgen (1845-1923), trabalhando com raios catódicos, percebeu que estes, ao se chocarem com vidros ou com metais, produziam um novo tipo de radiação. Estudos posteriores permitiram concluir que essas radiações não apresentam nem massa nem carga elétrica. Elas foram denominadas raios X e atualmente são utilizadas no diagnóstico de fraturas ósseas e de várias outras ocorrências médicas. Turma: ________ Data: / / 2015 Em 1896, o físico francês Antoine-Henri Becquerel percebeu que um sal de urânio (o sulfato duplo de potássio e uranila: K2(UO2)(SO4)2) era capaz de sensibilizar o negativo de um filme fotográfico, recoberto por papel preto, ou ainda uma fina lâmina de metal. As radiações emitidas pelo material apresentavam propriedade semelhante à dos raios X, que foi denominada radioatividade. Em 1897, Marie Sklodowska Curie (1867-1934) demonstrou que a intensidade da radiação é proporcional à quantidade de urânio na amostra e concluiu que a radioatividade é um fenômeno atômico. Nesse mesmo ano, Ernest Rutherford criou uma aparelhagem para estudar a ação de um campo eletromagnético sobre as radiações: Rutherford concluiu que, como os raios alfa (α) e beta (β) sofrem desvio no campo magnético, devem apresentar carga elétrica, ao passo que os raios gama () não a devem ter. Os raios β são atraídos pela placa positiva; devem, portanto, ter carga negativa. Com o mesmo raciocínio pode-se deduzir que os raios α têm carga positiva. Estudos posteriores permitiram caracterizar os três tipos de radiação: 1 EXERCÍCIO 01- (Uece) Escolha a alternativa na qual é apresentada uma correta associação entre o nome do cientista e a contribuição que deu para a ciência no campo de estudos da radioatividade. a) Becquerel /descoberta da radioatividade natural. b) Marie Curie /descoberta do nêutron. c) Chadwick/descoberta dos raios X. d) Roentgen/descoberta do polônio. Com relação a essas partículas, podemos afirmar que: a) as partículas β são constituídas por 2 prótons e 2 nêutrons. b) as partículas α são constituídas por 2 prótons e 2 elétrons. c) as partículas β são elétrons emitidos pelo núcleo de um átomo instável. d) as partículas α são constituídas apenas por 2 prótons. e) as partículas β são constituídas por 2 elétrons, 2 prótons e 2 nêutrons. 02- (Ceeteps-SP) Há pouco mais de 100 anos, Ernest Rutherford descobriu que havia dois tipos de radiação, que chamou de α e β. LEIS DA RADIOATIVIDADE 1ª LEI: A EMISSÃO DE PARTÍCULAS α O átomo de um elemento radioativo, ao emitir uma partícula alfa, dá origem a um novo elemento que apresenta número de massa A com 4 unidades a menos e número atômico Z com 2 unidades a menos. Genericamente, temos: Quando um átomo de 94Pu239 emite uma partícula α, ele se transforma em 92U235. A reação nuclear que representa essa transformação é dada por: 2ª LEI: A EMISSÃO DE PARTÍCULAS β Nessa emissão, um nêutron se decompõe, originando um próton que permanece no núcleo, um elétron e uma subpartícula denominada antineutrino. Todos eles são emitidos: Quando um átomo de um elemento radioativo R emite uma partícula β (um elétron), dá origem a um novo elemento S com o mesmo número de massa (A) e com o número atômico (Z) uma unidade maior. Genericamente, temos: Quando um átomo de 6C14 emite uma partícula β, ele se transforma em 7N14. A reação nuclear pode ser representada por: 2 TRANSMUTAÇÕES Quando um elemento químico emite espontaneamente uma radiação e se transforma em outro elemento, dizemos que aconteceu uma transmutação natural. Quando as transmutações são obtidas por bombardeamento de núcleos estáveis com partículas α, prótons, nêutrons etc., são chamadas transmutações artificiais. A primeira delas foi obtida por Rutherford: Outro exemplo de transmutação artificial foi a descoberta do nêutron por Chadwick (1932): Atualmente, a maioria dos radioisótopos usados em diversas áreas, como Medicina, indústria, agricultura etc., são produzidos a partir de transmutações artificiais. EXERCÍCIO 03-(Unesp-SP) Quando um átomo do isótopo 228 do tório libera uma partícula alfa (núcleo de hélio com 2 prótons e número de massa 4), transforma-se em um átomo de rádio, de acordo com a equação: Determine os valores de X e Y. 04- Complete as reações nucleares utilizando as partículas α, β, p, n, +1e0 (pósitron): 05- (PUC-SP) Na família radioativa do tório, parte-se do 90Th232 e chega-se ao 82Pb208. Os números de partículas alfa e beta emitidas no processo todo são, respectivamente: a) 1 e 1. b) 6 e 4. c) 16 e 12. d) 4 e 6. e) 12 e 16. 06- (PUC-RJ) Elementos transurânicos podem ser sintetizados pelo bombardeamento de núcleos mais leves com partículas pesadas. Em 1958, Miller e outros produziram o isótopo 254No (nobélio) a partir do 238U. A reação que ocorreu produziu, além do novo elemento (No), ainda seis (6) nêutrons. Com qual partícula o alvo (238U) foi bombardeado? a) 10B b) 22Na c) 12C d) 22Ne e) 16O 07- (Vunesp) No processo de desintegração natural de 92U238, pela emissão sucessiva de partículas alfa e beta, forma-se o 88Ra226. Os números de partículas alfa e beta emitidas neste processo são, respectivamente: a) 1 e 1. b) 2 e 2. c) 2 e 3. d) 3 e 2. e) 3 e 3. 08- (PUC-Campinas-SP) Na transformação nuclear realizada por Rutherford, em 1919 (7N14 + 2He4 → 1H1 + X), além do próton, há formação de um dos isótopos X do: a) hélio. b) oxigênio. c) neônio. d) flúor. e) nitrogênio. CINÉTICA DAS DESINTEGRAÇÕES RADIOATIVAS A velocidade (V) com que ocorre a emissão de partículas (desintegração) é diretamente proporcional ao número de núcleos radioativos (N), a cada instante considerado. V = K N, em que K = constante radioativa característica de cada isótopo. Após certo intervalo de tempo, o número de núcleos radioativos de cada isótopo reduz-se à metade. Esse intervalo de tempo, característico de cada isótopo, é denominado meia-vida ou período de semidesintegração. 3 Meia-vida ou período de semidesintegração (P ou t1/2): é o tempo necessário para que a metade dos núcleos radioativos se desintegre, ou seja, para que uma amostra radioativa se reduza à metade. O gráfico ao lado mostra o decaimento de uma amostra de 16 g de 15P32, que se reduz a 8 g em 14 dias, originando o 16S32. Assim sua meia-vida é de 14 dias. A meia-vida pode ser relacionada com uma certa massa ou com um certo número de átomos, e não depende nem da quantidade inicial nem de fatores externos, pois é um fenômeno nuclear. EXERCÍCIO 09- (Puccamp-SP) O iodo-125, variedade radioativa do iodo com aplicações medicinais, tem meia-vida de 60 dias. Quantos gramas de iodo-125 irão restar, após 6 meses, a partir de uma amostra contendo 2,00 g do radioisótopo? a) 1,50. b) 0,66. c) 0,10. d) 0,75. e) 0,25. 10- (Ceub-DF) Dispõe-se de 16,0 g de um isótopo radioativo cuja meia-vida é de 15 dias. Decorridos 60 dias, a quantidade residual do mesmo será: a) 0,5g b) 1,0g c) 2,0g d) 8,0g e) 16,0 g 11- (FGV-SP) O isótopo radioativo do hidrogênio, trítio (3H), é muito utilizado em experimentos de marcação isotópica na química orgânica e na bioquímica. Porém um dos problemas em utilizá-lo é que sua meia-vida é de 12,3 anos, o que causa um tempo de espera longo para que se possa descartá-lo no lixo comum. Qual será a taxa de trítio daqui a 98 anos em uma amostra preparada hoje (100%)? a) 0% b) 12,55% c) 7,97% d) 0,39% e) 0,78% 12(UFPI) Na indústria nuclear, os trabalhadores utilizam a regra prática de que a radioatividade de qualquer amostra se torna inofensiva após dez meias-vidas. Identifique a fração que permanecerá após esse período. a) 0,098% b) 0,195% c) 0,391% d) 1,12% e) 3,13% 13- (FEI-SP) Vinte gramas de um isótopo radioativo decrescem para cinco gramas em dezesseis anos. A meia-vida desse isótopo é: a) 4 anos b) 16 anos c) 32 anos d) 10 anos e) 8 anos 4 5