AVALIAÇÃO NUMÉRICO-EXPERIMENTAL DA EVOLUÇÃO GEOMÉTRICA DA ESTRICÇÃO DE ESPÉCIMES CILÍNDRICOS DE TRAÇÃO Nick de Bragança Azevedo1, Gustavo Henrique Bolognesi Donato2 1,2 Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana (FEI) [email protected] / [email protected] do trabalho. Utilizando como estudo de caso o mesmo aço, pode se notar boa aderência (e linearidade) da evolução geométrica (a/R vs. ε) frente aos experimentos. Comportamento similar se deu para os demais materiais. Raio de 8 mm [mm] Δ = 7,0 mm ; ε = 1,53 ; a/R = 0,46 1. Introdução 2. Metodologia Materiais de interesse (aço inoxidável SAF 2507, cobre e aços ASTM A36 e A516) foram ensaiados em tração segundo a ASTM E8M [2] acompanhados de análise de imagens [3]. Tais dados foram usados como referência e forneceram a evolução σ-ε até a falha. Com base nestes dados e no dimensional real das amostras, modelos MEF 3D não-lineares em grandes deformações foram processados em código MSC Marc 2010 (Fig. 1b) até que a deformação de falha real fosse atingida. 3. Resultados A deformada para o aço inoxidável SAF 2507 pode ser vista na Fig. 1(b). Todos os modelos foram avaliados utilizando rotina MatLab especialmente desenvolvida e que fornece a evolução de a/R obtida numericamente. A Fig. 2 apresenta o resultado central (a) (b) Figura 1 – (a) Geometria idealizada da estricção e (b) Modelo MEF original e deformado para aço inoxidável SAF 2507 sob ε = 1,53. 0.50 Experimental 0.40 Simulação 3D 0.30 a/R O Método dos Elementos Finitos (MEF) viabiliza simulações não-lineares de materiais [1], mas exige a determinação experimental da evolução σ-ε até a falha, especialmente após a estricção [1-2], pois a partir daí os espécimes cilíndricos deixam de ser prismáticos e se estabelece um complexo estado triaxial de tensões. As tensões equivalentes não mais se igualam às axiais e correções (como de Bridgman) são essenciais [1]. No entanto, tais correções exigem medições em tempo real das grandezas apresentadas pela Fig. 1(a) e que descrevem a instabilidade, em especial o mínimo raio (a) e o raio de concordância da estricção (R). Trabalho anterior dos autores [3] utilizou análise de imagens de alta resolução para propôr que as medições poderiam ser substituídas por uma evolução linear do adimensional (a/R) com ε, fornecendo σ-ε até a falha. Entretanto, esta proposta de evolução linear deve ser validada computacionalmente para garantia de realismo e é neste ponto que se insere o presente trabalho. Tensão equivalente de von Mises [MPa] intensa deformação plástica têm apresentado expressiva expansão nas últimas décadas. No entanto, dependem da determinação experimental de propriedades verdadeiras tensão-deformação (σ-ε) até a falha, o que é dificultado no ensaio de tração pela ocorrência de instabilidade plástica (estricção). Trabalhos anteriores do presente grupo desenvolveram estratégias experimentais para minimizar tal limitação, e este trabalho desenvolve a modelagem computacional da estricção a fim de avaliar o potencial de reprodução da evolução geométrica de espécimes cilíndricos reais após instabilidade. Os resultados numéricos revelam grande aderência aos experimentos, validando a metodologia empregada. 10,00 Resumo: Simulações computacionais de materiais sob 0.20 0.10 0.00 0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20 1.40 ε Figura 2 – Evolução de a/R vs. ε para experimento e modelo MEF. 4. Conclusões Os resultados obtidos indicam que a reprodução da estricção é viável por meio de modelos MEF nãolineares, adequado refinamento de malha e propriedades σ-ε obtidas experimentalmente incluindo efeitos de triaxialidade [3]. A previsão numérica comprovou a hipótese de linearidade de a/R vs. ε e apresentou boa aderência aos experimentos, suportando as práticas de modelagem empregadas neste trabalho. 5. Referências [1] Ragab, A., Bayoumi, S. E. A., “Engineering Solid Mechanics”, CRC Press, EUA, 1998. [2] ASTM E8/E8M, “Standard Test Methods for Tension Testing of Metallic Materials”, EUA, 2009. [3] Ganharul, G. K. Q., Azevedo, N. B, Donato, G. H. B., “Methods for the Experimental Evaluation of True Stress-strain Curves after Necking of Tensile Specimens”, ASME PVP 2012, Canadá, 2012. Agradecimentos Ao CNPq pela bolsa concedida e ao Centro Universitário da FEI pelos recursos humanos/materiais. 1 Bolsista do CNPq – Brasil (Programa PIBIC - FEI).