Tratamentos térmicos dos aços Recozimento Aquecimento a Trec., seguido de arrefecimento lento Rec. relaxação de tensões Rec. esferoizidação Rec. completo Normalização Rec. após deformação plástica Têmpera Austenitização seguida de arrefecimento rápido Têmpera Revenido Martêmpera Austêmpera Recozimento recozimento: aquecimento a Trec., seguido de arrefecimento lento Relaxação de tensões Reduz tensões causadas por: - Deformação plástica - Contracção de arrefecimento - Transformações de fase Aquecer ligeiramente abaixo de TE (550-650°C) Recozimento após deformação plástica a frio Esferoidização Amacia os aços para aumentar a sua maquinabilidade Aquecer ligeiramente abaixo de TE & manter durante 15-25 h (esferoidiza e cementite) Tipos de recozimento Elimina os efeitos do encruamento causado por deformação plástica a frio (recuperação/recristalização) Aplicável a ligas macias Al, Ti, Cu Recozimento completo aquecimento no domínio de γ ou γ + Fe3C, seguido de arrefecimento em forno de modo a obter perlite grosseira Normalização aquecimento no domínio de γ, seguido de arrefecimento ao ar de modo a obter perlite fina 2 Recozimento Normalização Recozimento completo Esferoidização Relaxação de tensões 3 Recozimento de esferoidização Cementite esferoidizada e ferrite α 4 Efeito da deformação plástica a frio • Tensão de cedência (σc) aumenta • Tensão máxima (σmax) aumenta • Ductilidade (εf) diminui encruamento Grãos alongados Tensão (MPa) def. não def. Extensão 5 Recozimento após deformação plástica a frio • tratamento de 1 h à Trec... elimina os efeitos do encruamento • diminui σmax e aumenta extensão à fractura 100 200 600 300 400 500 600 700 60 tensão max 50 500 40 400 30 ductilidade 20 ductilidade (%εf) tensão max (MPa) temperatura (ºC) • 3 etapas: - Recuperação - Recristalização - Crescimento de grão 300 6 Recuperação • Relaxação de tensões internas • Redução da densidade de deslocações: rearranjo em configurações de menor energia; aniquilação em defeitos pontuais • Tensão max diminui e ductilidade aumenta 7 Recristalização • Formação de novos grãos à custa dos grãos deformados que: - têm baixa densidade de deslocações - são pequenos - não são deformados 0.6 mm Latão com 33% deformaçao a frio 0.6 mm Novos grãos nucleiam após 3 sec. a 580°C 8 Recristalização • Os grãos deformados são substituídos por grãos novos 0.6 mm Após 4 s 0.6 mm Após 8 s 9 Crescimento de Grão • Para tempos maiores, os grãos maiores crescem à custa dos menores. 0.6 mm Após 8 s, 580ºC 0.6 mm Após 15 min, 580ºC 10 º TR = temperatura de recrstalização TR º 11 Têmpera e Revenido têmpera revenido 12 Revenido da Martensite O reaquecimento da martensite promove difusão de C: • reduz tensões internas causadas pela têmpera, • reduz a dureza e a fragilidade da martensite • σmax e σced diminuem e a ductilidade aumenta σmax(MPa) σced(MPa) 1800 σced 1200 1000 60 50 40 30 %def 800 200 400 T (°C) 9 µm 1400 σmax %deformação 1600 600 • p roduz partículas de carbonetos muito finas numa matriz de α’ 13 Martêmpera e Austêmpera Martêmpera Minimiza gradientes térmicos na peça que podem causar distorções e formação de fissuras na superfície. Martensite Austêmpera Alternativa à têmpera + revenido. Material com maior ductilidade e tenacidade e menos distorções. 14 Bainite Tratamentos Térmicos dos Aços 800 a) Recozimento b) Normalização c) Têmpera Austenite (estável) T(°C) TE A P 600 d) Revenido B A 400 0% M+A 200 50% M+A b) c) 10 -1 10 a) 10 3 tempo (s) 10 90% d) 5 15 Transformações da austenite Austenite (γ) Arrefecimento rápido Arrefecimento moderado Perlite Bainite Martensite (α + Fe3C lamelar) + fase primária (α + cementite não lamelar) ( α’’ TCC transf. sem difusão) Martensite Martensite revenida Bainite Perlite fina Perlite grosseira Cementite esferoidizada revenido Ductilidade Resistência Arrefecimento lento Martensite revenida (α’ + carbonetos) 16 Propriedades mecânicas Efeito do teor em C Perlite (média) ferrite (macia) σmax (MPa) 1100 σced(MPa) Co < 0.76 wt% C Hipoeutectóide Hipo Hiper Perlite (média) Cementite (dura) Co > 0.76 wt% C Hipereutectóide Hipo %εf Hiper 100 900 dureza 700 50 500 0.5 1 wt% C 0 0 0.5 0.76 0 0.76 300 1 wt% C Maior % C: σmax, σced e dureza aumentam, % extensão fractura diminui 17 Propriedades mecânicas • Perlite fina vs perlite grosseira vs esferoidite Hipo Hiper 90 Hipo Hiper Dureza Brinell Perlite fina 240 perlite grosseira esferoidite 160 80 0 0.5 1 wt%C Ductilidade (%) 320 esferoidite 60 30 0 Perlite grosseira Perlite fina 0 0.5 1 wt%C • Dureza: fina > grosseira > esferoidite • Ductilidade: fina < grosseira < esferoidite 18 Propriedades mecânicas • Perlite fina vs Martensite: Dureza Brinell Hipo 600 Hiper martensite 400 200 0 perlite fina 0 0.5 1 wt% C • Dureza: perlite fina << martensite 19 Taxonomia dos Metais Ligas Metálicas Ferrosas Não-ferrosas Ferros fundidos Aços Cu Al Mg Ti Ni etc… 2-4.5 wt% C < 2 wt% C microestrutura: ferrite, grafite, cementite T(°C) 1600 δ L 1400 1200 γ austenite γ+ L 4.30 1000 α ferrite 800 600 400 0 (Fe) L+Fe3C 1148°C Eutectico γ+ Fe3C 727°C Fe3C cementite Eutectóide: α+ Fe3C 0.76 1 2 3 4 5 6 Co , wt% C 6.7 20 Aços Baixa liga baixo teor C <0.25 wt% C Nome baixo C Elementos de liga - Ligados Med teor C 0.25-0.6 wt% C Rápidos médio C (HSLA) Cr,V Ni, Mo Alto teor C 0.6-2 wt% C TT alto C ferramentas Cr, Ni Mo - Cr, V, Mo, W 4310 1040 4340 1095 0 Temperab. Resist. tracção - + + 0 + ++ ++ ++ + ε fractura + 0 - - Exemplo Aplicações 1010 + autom. pontes cambotas estrut. torres porcas chapa Reserv. martelos pressão serras pistons desgaste Rodas dentadas desgaste inoxidável Cr, Ni, Mo 4190 304 +++ ++ 0 0 -- ++ brocas serras matrizes Aplic. alta T turbinas fornos Resistência corrosão resistência crescente, custo crescente, ductilidade decrescente 21 Ligas Ferrosas Aços e Ferros fundidos Nomenclatura AISI & SAE 10xx Aços Carbono 11xx Aços Carbono (resulfurizados para aumentar a maquinabilidade) 15xx Mn (10 ~ 20%) 40xx Mo (0.20 ~ 0.30%) 43xx Ni (1.65 - 2.00%), Cr (0.4 - 0.90%), Mo (0.2 - 0.3%) 44xx Mo (0.5%) onde xx é o teor em C wt% C x 100 exemplo: aço 1060 – aço carbono com 0.60 wt% C Aços inoxidáveis >11% Cr (forma-se camada protectora de óxido de Cr muito resistente à corrrosão) 22 Ferros Fundidos • Ligas ferrosas com > 2.1 wt% C – mais comum 3 - 4.5 wt%C • Baixa TF: fáceis de produzir por fundição • Cementite decompõe-se em ferrite + grafite Fe3C 3 Fe (α) + C (grafite) – geralmente processo lento 23 Diagrama Equilíbrio Fe-C Estável T(°C) 1600 Formação de grafite promovida por • Si > 1 wt% 1200 α + γ γ Austenite Liquid + Grafite γ+L 1153°C 4.2 wt% C 1000 γ + Grafite 800 740°C 0.65 • arrefecimento lento L 1400 600 400 (Fe) α + Grafite 0 1 2 3 4 90 Co , wt% C 100 24 Tipos de Ferros Fundidos FF cinzentos • Flocos grafite • Frágil sob tracção • Resistente à compressão • excelente amortecedor de vibrações • Resistente ao desgaste FF nodulares • Adição de Mg ou Ce • grafite em nódulos e não em flocos • matriz perlítica - maior ductilidade 25 Tipos de Ferros Fundidos FF Brancos • <1wt% Si mais duros e frágeis • mais cementite FF maleáveis • Tratamento térmico a 800-900ºC • grafite em rosetas • mais ducteis 26 Limitações das Ligas Ferrosas 1) Densidade relativamente elevada 2) Condutividade relativamente baixa 3) Baixa resistência à corrosão 27