INTENSIVO IV PLENO, INTENSIVÃO FEDERAL PLENO, EXTENSIVO PLENO PRIMA, INTENSIVO IV COMPLEMENTAR ESTADUAL, DELEGADO FEDERAL, CURSO DE PORTUGUÊS, CURSO DE PORTUGUÊS, COMUNICAÇÃO E ORATÓRIA e RACIOCINIO LOGICO, INFORMÁTICA E ATUALIDADES (mais todas as versões de reprise) Disciplina: Português aplicado (redação) Tema: Aula 03 Prof.: Eduardo Sabbag Data: 17/01/09 AULA 03 Aprenda a descrever para emocionar Economia, Plano de Carreira em 12.05.08 A capacidade de descrever é tão importante na comunicação que Pascal chegou a dizer que 'eloqüência é a pintura do pensamento'. Ou seja, segundo o grande pensador, é eloqüente aquele que com as palavras consegue pintar o quadro que está em sua mente. Os grandes oradores, de maneira geral, possuem extraordinária habilidade para descrever cenas reais ou imaginárias. É assim que envolvem ou persuadem os ouvintes. Waldir Troncoso Peres, um dos mais extraordinários oradores da história do Direito do país, quando compareceu à conclusão de um dos nossos cursos de expressão verbal, falou sobre a importância dessa habilidade na comunicação. Ele comentou que o poder de descrição usado pelo famoso advogado criminalista italiano Enrico Ferri era tão eloqüente que quando descrevia uma locomotiva atropelando uma criança, os ouvintes se levantavam com a impressão de que a máquina estava atravessando o plenário. O próprio Troncoso Peres sempre foi um orador eloqüente também pela habilidade com que descrevia cenas ou as criava na imaginação do público. Ao falar da sua paixão pela advocacia, descreveu o fato com tanta expressividade que deu a impressão de que era perseguido, agarrado e quase sufocado por sua atividade: - Porque quando eu estava cansado da advocacia, e eu ia descansar, só me retemperava na advocacia. Num processo de obstinação patológica. Porque eu sempre a amei, porque ela vive dentro de mim, porque ela está incorporada a mim. Porque ela é minha companheira, porque ela não se descarta de mim, porque ela não me é infiel, porque ela não me dá trégua, porque ela me persegue. E apesar de tudo isso eu a amo. Procure ler esse discurso falando rápido, como se estivesse querendo fugir de uma perseguição. Assim compreenderá e sentirá melhor a competência da descrição do orador. Outro comunicador excepcional, que soube como ninguém usar a capacidade para descrever foi o saudoso Fiori Gigliotti. Era um verdadeiro artista da palavra. A maneira como descrevia as jogadas transportava o ouvinte para dentro do campo de futebol. Fecham-se as cortinas e termina o espetáculo, torcida brasileira. Era assim que Fiori avisava ao torcedor que o jogo havia terminado. Essa e outras frases marcaram sua longa trajetória narrando jogos de futebol. Ele sabia como poucos descrever e criar cenas que mexiam com a emoção dos ouvintes. Transformava jogos sem muitos atrativos em espetáculos inesquecíveis. Um de seus méritos era narrar o jogo exatamente como ele ocorria, só que da maneira como o torcedor gostaria de ouvir. Fazia com que as pessoas se sentissem dentro do estádio, acompanhando lance por lance cada momento da partida. O início já era uma emoção com mais uma de suas famosas frases: 'Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo, torcida brasileira'. Nós, interioranos, sempre tivemos muito orgulho em ver um jogador que havia pertencido ao nosso time atuando numa grande equipe. Por isso, mexia com esse sentimento ao dizer: 'Balão subindo, balão descendo, cabeça na bola aliviando. Pelé tenta passar e não passa, a bola fica com Dudu, o moooço de Araraquara'. -1– INTENSIVO IV PLENO, INTENSIVÃO FEDERAL PLENO, EXTENSIVO PLENO PRIMA, INTENSIVO IV COMPLEMENTAR ESTADUAL, DELEGADO FEDERAL, CURSO DE PORTUGUÊS, CURSO DE PORTUGUÊS, COMUNICAÇÃO E ORATÓRIA e RACIOCINIO LOGICO, INFORMÁTICA E ATUALIDADES (mais todas as versões de reprise) Disciplina: Português aplicado (redação) Tema: Aula 03 Prof.: Eduardo Sabbag Data: 17/01/09 O encerramento do jogo era mais emocionante ainda, pois o torcedor da equipe que estava vencendo ansiava por aquele momento, enquanto o do time perdedor rezava para que o jogo continuasse, mas, como ele mesmo dizia 'agora não adianta chorar' e encerrava: 'apita o árbitro, fecham-se as cortinas e termina o espetáculo, torcida brasileira'. Que saudade do Fiori Gigliotti! Em certas circunstâncias a descrição, deve servir apenas para tornar clara determinada informação e ajudar o ouvinte a acompanhar com mais facilidade o desenvolvimento do raciocínio. Em outros momentos, ela deve criar imagens na mente do ouvinte para sensibilizá-lo e envolvê-lo com a proposta da mensagem. Veja a diferença de dois discursos políticos que falam do mesmo tema. Na hipótese A, embora a mensagem seja verdadeira, dificilmente conseguiria persuadir os eleitores. Na hipótese B, ao usar o recurso da descrição, as chances de conquistar votos são maiores: A - Se eleito, prometo asfaltar e iluminar as ruas deste bairro. B - Vocês têm sofrido muito por causa da falta de asfalto e de iluminação. Quando chove, as ruas viram um verdadeiro inferno. Vocês são obrigados a caminhar na lama, sujar os sapatos e a roupa. Quando faz sol a situação pode ser ainda pior. É só bater o vento e a poeira vai para dentro de casa, sujando a roupa que está no varal, as cortinas, os lençóis da cama. A falta de iluminação se transformou em motivo de desespero. Quem consegue dormir sossegado enquanto os filhos não chegam do trabalho ou da escola? Quantos já foram assaltados e, infelizmente, até estuprados porque são obrigados a caminhar sozinhos, sem proteção à noite pelas ruas escuras. Nós podemos mudar essa situação. Basta que me elejam como seu representante na Câmara Municipal. Em outubro, votem em mim para vereador. A descrição mais detalhada dos fatos pode fazer com que os ouvintes percebam de forma mais clara os problemas que estão enfrentando e se sintam motivados a ter ao seu lado alguém interessado em solucioná-los. Embora o exemplo tenha sido da fala do político, o recurso da descrição pode ser utilizado em todas as situações. O risco de quem começa a descrever os detalhes da mensagem com o objetivo de esclarecer ou persuadir os ouvintes é o de cair no outro extremo e se tornar prolixo. Lembre-se de que a cada dia mais as pessoas estão ocupadas, atarefadas e, por isso, exigem apresentações objetivas e diretas. Essa é uma qualidade que exige muita prática, observação e bom senso. Foi assim que sempre atuou Troncoso Peres nos 50 anos em que freqüentou o tribunal do júri. Foi assim que agiu Fiori Gigliotti também nos cinqüenta e tantos anos em que esteve à frente dos microfones criando e descrevendo quadros que em muitas ocasiões existiram apenas na imaginação dele. Fiori partiu há dois anos. Nunca mais vou ouvir aquela voz que me acompanhou durante toda a vida. Ele esteve presente em uma época em que a televisão era privilégio de poucos e podíamos apenas contar com a magia do rádio. Parece que estou ouvindo sua frase de despedida: 'fecham-se as cortinas e termina o espetáculo, torcida brasileira'. Que pena! -2– INTENSIVO IV PLENO, INTENSIVÃO FEDERAL PLENO, EXTENSIVO PLENO PRIMA, INTENSIVO IV COMPLEMENTAR ESTADUAL, DELEGADO FEDERAL, CURSO DE PORTUGUÊS, CURSO DE PORTUGUÊS, COMUNICAÇÃO E ORATÓRIA e RACIOCINIO LOGICO, INFORMÁTICA E ATUALIDADES (mais todas as versões de reprise) Disciplina: Português aplicado (redação) Tema: Aula 03 Prof.: Eduardo Sabbag Data: 17/01/09 SUPERDICAS DA SEMANA Aprenda a descrever cenas para que os ouvintes possam vê-las em pensamento Fale como se precisasse entender com as limitações do ouvinte Treine sua capacidade de descrever nas conversas do dia a dia Tome cuidado para não se tornar um orador prolixo Livros de minha autoria sobre esse tema; 'Como falar corretamente e sem inibições' e 'Superdicas para falar bem' (também em audiolivro), publicados pela Editora Saraiva. Nas duas próximas semanas vou ministrar palestras gratuitas sobre a arte de falar em público para apresentar meu novo curso. Inscreva-se no site. http://www.polito.com.br/portugues/artigo.php?id_nivel=12&id_nivel2=155&idTopico=812 Chega de dizer né? Economia, Plano de Carreira em 30.06.08 Alguns vícios se tornam tão desagradáveis na comunicação que podem prejudicar e até comprometer o resultado da mensagem. Um dos mais comuns e também dos mais irritantes é o 'né?'. Se você for daqueles que dizem 'né?' com freqüência no final das frases, talvez esteja prejudicando o resultado de suas conversas sociais e de negócios e até de suas apresentações diante das platéias. Embora o 'né?' seja o vício de maior destaque, ele é apenas um dos componentes de um time de chatos bastante familiares como 'tá?', 'ok?', 'percebe?', 'entendeu?', 'tá certo?' e tantos outros. Por isso, ainda que eu me refira apenas ao 'né?', saiba que as considerações podem ser aplicadas a todos eles. Veja como esse vício se intromete na comunicação e o que fazer para eliminá-lo. O 'né?' vai se infiltrando de forma tão sorrateira que você passa a usá-lo sem perceber. Alguns alunos do meu curso ficam surpresos quando percebem na gravação dos seus exercícios que em dois minutos usaram mais de uma dezena de 'né?'. Portanto, o primeiro passo para afastá-lo da sua comunicação é ter consciência da existência dele. Ao se dar conta de que o 'né?' participa ativamente de suas conversas irá se sentir desconfortável que tenderá a evitá-lo. No início, como o uso do 'né?' é inconsciente, você terá alguma dificuldade para eliminá-lo de uma vez. É possível que fique revoltado por se sentir impotente para retirá-lo da sua comunicação. Com o tempo, entretanto, você aumentará o controle e passará a reduzir a incidência até chegar a um número tolerável de dois ou três em uma conversa ou apresentação, o que até faz parte da forma natural de se expressar. Para saber se o 'né?' é um problema em sua comunicação, quando estiver falando ao telefone use um gravador de áudio comum para gravar sua conversa. Deixe o aparelho gravando o tempo todo para que possa falar com naturalidade, sem se incomodar com ele. Talvez se surpreenda com o resultado e seja um dos candidatos a trabalhar para afastar o 'né?' da comunicação. -3– INTENSIVO IV PLENO, INTENSIVÃO FEDERAL PLENO, EXTENSIVO PLENO PRIMA, INTENSIVO IV COMPLEMENTAR ESTADUAL, DELEGADO FEDERAL, CURSO DE PORTUGUÊS, CURSO DE PORTUGUÊS, COMUNICAÇÃO E ORATÓRIA e RACIOCINIO LOGICO, INFORMÁTICA E ATUALIDADES (mais todas as versões de reprise) Disciplina: Português aplicado (redação) Tema: Aula 03 Prof.: Eduardo Sabbag Data: 17/01/09 Outro motivo para o surgimento do 'né?' é a insegurança. Minhas pesquisas junto aos alunos do nosso curso de oratória mostram que este é o motivo mais forte para a presença desse vício. Quando uma pessoa está insegura, de maneira geral, precisa de um retorno positivo dos interlocutores ou da platéia, e fala como se estivesse perguntando: 'Estou sendo claro, né?', 'estou falando bem, né?', 'vocês estão entendendo, né?' Ainda que esteja inseguro, não revele esse fato aos ouvintes. Fale sempre como se tivesse certeza e estivesse convicto da sua mensagem e se expresse afirmando e não perguntando. Fique atento: se perceber que o tom e inflexão da voz no final das frases são de quem faz uma pergunta, mude a maneira de falar e conclua a informação como se estivesse afirmando. A não ser, evidentemente, que o seu objetivo seja mesmo o de perguntar. Trabalhe com afinco para combater esse vício e fique sempre vigilante, pois, se negligenciar, ele reaparecerá nos momentos em que se sentir mais inseguro e vulnerável. Por isso, não vacile, fique sempre muito vigilante. SUPERDICAS DA SEMANA Grave suas conversas ao telefone para verificar se possui o vício do 'né?' Se o 'né?' insistir em permanecer, não desanime; com o tempo, ele desaparecerá Use a entonação de quem afirma quando desejar afirmar, não de quem pergunta Nem sempre o 'né?' é um vício, às vezes verifica a compreensão do interlocutor Entre no meu site para ver outras dicas de comunicação. Livros de minha autoria que tratam desse tema: 'Como falar corretamente e sem inibições', 'Seja um ótimo orador' e 'Superdicas para falar bem' (também em audiolivro), publicados pela Editora Saraiva http://www.polito.com.br/portugues/artigo.php?id_nivel=12&id_nivel2=155&idTopico=812 -4–