QUEM ME ROUBOU DE MIM, de Fábio de Melo
– RESUMO E COMENTÁRIOS –
por Mayra Corrêa e Castro
MELO, Fábio de. Quem me roubou de mim?: o sequestro da subjetividade e o desafio
de ser pessoa. São Paulo: Editora Canção Nova, 66ª edição, 2009.
Em minhas últimas férias, estive em São José dos Campos, cidade onde me criei,
conversando com minha mãe e minha querida e sábia avó. Numa destas conversas, falando
sobre as incongruências de meus quereres e sobre as incertezas de minhas escolhas, minha avó
me disse que eu deveria ler o livro Quem me roubou de mim? do “bonitão do Pe. Fábio de Melo”
(sic).
Minha avó é uma católica muito sui generis, porque acredita em reencarnação, faz Reiki,
é practioner de PNL e também realiza terapia de regressão de vidas passadas. Se ela estava me
indicando o livro, mesmo sabendo que não pratico a mesma fé que ela pelo catolicismo, deduzi
que o livro deveria ter uma mensagem genérica, boa, que falasse a todas as pessoas. Portanto,
empreendi sua leitura e coloco nesta resenha o que são, para mim, as melhores citações e
alguns comentários pessoais sobre elas.
O livro fala sobre o sequestro da subjetividade, que é a permissão de nossas vidas serem
direcionadas por alguém.
Ah! Classifiquei as citações por temas, e eles não estão em ordem alfabética, mas na
ordem em que aparecem no livro, para que você entenda o fio da meada.
Espero que você aprecie o que segue e faça bom proveito também.
Um abraço carinhoso, Mayra.
Medo
(pg. 24) “Sentir medo é um jeito estranho de atribuir autoridade a alguém. Temer uma
realidade ou uma pessoa é o mesmo que lhe entregar o direito de nos assombrar
constantemente. Sempre que estamos paralisados pelo medo, de alguma forma, estamos
privados de nós mesmos.”
Para falar sobre o que chama de seqüestro da subjetividade, Pe. Fábio explica primeiro o que
ocorre num seqüestro de fato, onde uma pessoa é arrancada de seu ambiente e fica prisioneira
de outrem. Como o sentimento que a vítima desenvolve é de medo por sua própria vida,
inconscientemente ela cria uma relação amistosa com o sequestrador, na tentativa de que este
reconhecimento lhe traga favores que preservem, em última instância, sua vida. Quando a
pessoa sequestrada se aceita finalmente como vítima, estabelece-se, nas palavras de Fábio,
uma guerra-fria entre ambos que, se menos física, não deixa de ser menos violenta.
(pg. 25) “A condição de vítima cessa a violência dos alardes, para dar lugar a uma violência
mais sutil, silenciosa.”
(pg. 52) “(...) O nosso medo autoriza o invasor. O não dizer é uma omissão terrível, é uma
forma de autorizar o golpe. O outro nos banaliza aos poucos, avança em nossos territórios;
(...)”
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Autoestima
(pg. 26) “ Quem está esquecido de „quem é‟ geralmente cai no equívoco de colocar familiares e
criminosos no mesmo patamar. (...)”
QUEM ME ROUBOU DE MIM, de Fábio de Melo: Resumo e Comentários – Mayra Corrêa e Castro -
O cativeiro acaba por minar todo o amor-próprio e autoestima do sequestrado e, então, por
medo, ele se entrega ao sequestrador, como se isso pudesse surtir neste alguma piedade por
sua vida. O sequestrador se torna um superdeus, capaz de livrar a vítima de sua fragilidade.
Entrega
(pg. 27) “(...) A relação, fortemente marcada pela dependência, fortalece ainda mais a entrega
e a rendição. (...)”
O mais cruel no processo do sequestro da subjetividade é que a vítima, depois de ficar à mercê
de seu algoz, acredita que a única saída é entregar-se por completo a ele como se isso fosse
sensibilizá-lo. Infelizmente, não é o que acontece, porque o algoz não olha para sua vítima com
empatia, mas apenas com a intenção de usá-la para suas próprias finalidades.
(pg. 55-56) “(...) Sequestradores costumam fazer isso com seus sequestrados. Quanto mais
esquecido ele estiver de sua natureza, maior será sua entrega aos poderes de quem o
sequestrou, de quem o levou de si mesmo.”
Necessidade
(pg. 29) “As restrições são prenhes de ensinamentos.”
Individualidade
(pg. 34) “Veja bem, a vida é sempre plural e singular. Viver é experimentar constantemente a
dinâmica desses dois lugares. Quando somos plural, só o podemos ser se estivermos na posse
de nossa singularidade, caso contrário, a pluralidade nos esmaga.”
(pg. 57) “O processo é sempre assim. O sequestrador afasta sua vítima de tudo o que para ela
representa segurança. Quanto maior a insegurança, maior será o seu domínio. Sequestradores
são especialistas em nos fazer esquecer nossos portos seguros.”
O autor salienta no livro que devemos ter posse de nossa subjetividade, sob o risco dela ser
sequestrada. Quando nos deixamos seduzir por um sequestrador, a primeira coisa que nos é
imposta é nos afastarmos de familiares, amigos, ambientes e até mesmo de hábitos que fiquem
nos lembrando quem éramos antes de termos sido anulados por ele. Portanto, desconfie de
qualquer um que peça para você se afastar de seus pais, amigos, deixar de passear onde você
gosta, deixar de se vestir da maneira que gosta ou deixar de ler o que você gosta. Esta pessoa
está querendo subjugar sua individualidade, mesmo que lhe prometa uma ainda melhor (que
absurdo, alguém promoter que é possível apagar um eu para nascer outro, se este só pode
nascer a partir daquele mesmo!).
(pg. 58) “(...) Não sei se há perda maior que essa. Perder a possibilidade de ser. Ser privado da
maior de todas as riquezas. Passar a representar o personagem que o sequestrador escreveu
para sua atuação. Ele diz o que o sequestrado será. E, agora, o que lhe resta é seguir a fio sua
definição.”
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Sedução
(pg. 37) “(...) tais violências não fazem parte do processo inicial, porque o sequestrador não
poderá seduzir sua vítima pela força da violência, ao contrário, inicialmente será dócil, cortês,
gentil e usuará de todas as artimanhas para que a sedução seja bem-sucedida.”
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Sequestro da subjetividade
(pg. 38-39) “O que podemos perceber é que a estrutura social em que estamos situados é
fortemente marcada pelas relações que sequestram. É sequestro da subjetividade tudo aquilo
que nos priva de nós mesmos. (...)”
“É sequestro da subjetividade todo o processo que neutraliza e impede o ser humano de
conhecer-se, passando a assumir uma postura ditada por outros. É sequestro da subjetividade a
projeção da vida humana em metas inalcançáveis, costurada à mentalidade de que as pessoas
são perfeitas e que há sempre um final feliz reservado, pronto para chover do céu sobre nossas
cabeças.”
Logo depois deste exemplo, Fábio diz que também é sequestro da subjetividade sujeitar a vida
à mediocridade. Pela minha experiência, é mais fácil percebemos que estamos sendo
sequestrados quando não nos dão nada em troca, do que quando nos dão ou nos prometem
tudo. A sedução inicial é necessária que ocorra o sequestro, mas é um ardil ainda mais sutil
manter esta sedução, renovando a fragilidade da vítima cada vez que ela se sente forte para
romper com a relação que lhe faz mal.
Pe. Fabio dá ainda outros exemplos de sequestro de subjetividade, como da sujeição do coletivo
sobre o particular, massacrando-o, ou do particular que perde para uma multidão que fica
sufocada. No final, todos os exageros representam sequestros.
(pg. 44) “O outro exige o que não é direito seu exigir.”
Fragilidade
(pg. 51) “No espaço dos desumanizados, a subjetividade não tem valor. Não há preocupação
para se preservar a sacralidade da pessoa e seu horizonte de sentido. Todo o esforço direcionase à manutenção de uma estrutura de poder que cada vez mais fragiliza a vida humana.”
(pg. 79) “Não querer errar é uma fragilidade terrível. O medo do erro nos neutraliza as forças e
não nos permite ir além de nosso pequeno mundo.”
Pessoa
(pg. 61) “(...) Ser pessoa é, antes de qualquer coisa, ser uma palavra, para depois ser frase.”
Gosto muito deste trecho do livro, porque remete à linguística, tão cara a mim. Bem, quando
Fábio introduz o conceito “ser pessoa” no livro, ele explica que isso passa por dois estágios: no
primeiro, dispomo-nos de nós mesmos, bastamo-nos, conhecemo-nos, sabemo-nos únicos; no
segundo estágio, ficamos disponíveis aos outros, podemos nos misturar, crescer a partir e com
o outro, estabelecermos relações.
Fábio diz que no conceito de ser pessoa há dois pilares: “possuir-se para disponibilizar-se” (pg.
61)
Neste momento do livro, ele quer mostrar que há tantos relacionamentos sequestrados porque
não podemos nos disponibilizar para o outro sem correr risco de vermos nossa individualidade
ameaçada, enquanto não formos dela detentores plenos.
Concordo que seja contagiante. Duro é quando a pessoa que nos contagia é o próprio
sequestrador e acreditamos, através de sua sedução, que ele verdadeiramente está se tornando
“pessoa”.
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(pg. 65) “(...) O processo de tornar-se pessoa é contagiante. Quando encontramos alguém que
verdadeiramente está desbravando seu universo de possibilidades e limites, de alguma forma
nos sentimos motivados a fazer o mesmo.”
(pg. 69) “Antes da disponibilidade para o outro, é indispensável a disposição de si, porque só
assim haverá liberdade e respeito ao que o outro é. Só quem é dono de si pode oferecer-se aos
outros sem tantos riscos de se perder no outro.”
Relacionamentos
(pg. 62) “(...) O que nos atrai no outro é a terceira pessoa que conseguimos fazer nascer com o
nosso encontro.”
(pg. 95) “(...) O que gostamos no outro é o que sobra do encontro que realizamos com ele. É a
terceira pessoa, é o que nasce do encontro. (...)”
Amor
(pg. 63) “Não é tão simples sabermos se o outro nos ama ou não, mas há uma pergunta que
podemos nos fazer e que contribuiria para que nos aproximássemos de uma resposta. Depois
que ele chegou, a nossa vida, nosso mundo, diminuiu ou dilatou-se?”
Concordo que esta pergunta possa nos dar um norte. Entretanto, é possível que estejamos tão
duramente envolvidos com o sequestrador, que nosso medo manipule a resposta, para que nos
convençamos de que nosso mundo dilatou-se. O que poderia desempatar, neste caso, seria
uma opinião alheia, de alguém que nos enxergasse de fora. Mas, como Pe. Fábio falou, a
primeira providência um sequestrador é nos afastar de tudo que possa nos servir de referência.
Por este motivo é tão difícil desvencilhar-se de uma relação sequestrada.
(pg. 64) “(...) Amar alguém consiste em observar onde estão as vigas de sustentação, para que
não corramos o risco de derrubar o que a faz permanecer em pé.”
Esta última citação que trago do livro é algo sobre o que constantemente converso com meu
marido, cuja formação em psicologia e psicoterapia reichiana o tornam muito crítico em relação
à alardeada necessidade de se dissolverem nossas couraças e defesas ou, no linguajar yogi,
nossos bijas e samskaras para nosso amadurecimento e evolução espiritual.
Para que um galinha possa viver engaiolada, sem que uma acabe por ferir a outra em busca do
espaço mínimo para a sobrevivência, logo cedo os pintinhos têm seus bicos grosseiramente
cortados. Esta mutilação permite que uma dezena de galinhas ponha ovos onde apenas uma
poderia pôr (se é que temos direito de obrigar uma galinha a pôr ovos para nós). Mas o preço
da mutilação de sua defesa natural é a morte prematura da galinha.
Querer que um ser humano se desfaça de suas defesas psicológicas, se não é impossível, é, no
mínimo, cruel. E os sequestradores da subjetividade exigem isso de suas vítimas o tempo todo.
(pg. 87) “(...) Amar é assumir a responsabilidade de viabilizar o florescimento da liberdade
fundamental que há no outro.(...)”
(pg. 88) “O amor verdadeiro é o amor que faz ser livre, que faz ir além, porque não ama para
reter, mas para promover. Amor e liberdade são duas vigas de sustentação para qualquer
relação que pretenda ser respeitosa.”
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Neste momento, Fábio evoca o conceito que o homem é fruto do amor de Deus e que, portanto,
o amor por alguém não pode ser contraditório ao amor Daquele que nos criou. Trocando em
miúdos yogi, não tem como o atman contrapor-se a brahman.
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Dependência
Pe. Fábio explica que a dificuldade de um dependente afetivo romper com seu sequestrador é a
perspectiva do sofrimento de romper um vínculo, mesmo que um vínculo ruim. (pg. 70)
Violência
(pg. 73) “Há quem exerça o domínio sobre os outros sem ao menos aumentar a voz. A
autoridade, nesse caso, não passa pelos códigos que identificamos como agressividade. O que
há é um processo de rendição por meio do medo e da coação. A violência velada deixa marca
no caráter, porque inibe o florescimento e o desenvolvimento da personalidade.”
Liberdade
(pg. 81) “O desafio constante das relações humanas é preservar a liberdade das pessoas.
Quando a liberdade é negada, a relação passa a representar um sério risco, porque atenta
diretamente contra a fonte geradora da pessoa. Não há pessoa sem a experiência da liberdade.”
(pg. 80) “A liberdade que há em nós precisa ser libertada.(...)”
Pe. Fábio distingue dois tipos de liberdade em seu livro: a liberdade elitiva, que é a liberdade
que temos para fazer as escolhas do dia-a-dia, e a liberdade entitativa, que é a liberdade mais
profunda do ser humano, com a qual nos deparamos quando perguntamos o que temos feito de
nossas vidas. (pg. 86)
As duas liberdades estão entrelaçadas em nossas vidas, de modo que uma reforça a outra. Para
saber se não violamos nossa liberdade entitativa, temos que perguntar, sempre, se nossas
escolhas estão aprisionando ou libertando nossa liberdade fundamental.
Pais e filhos
(pg. 80) “(...) O limite [estabelecê-lo] é a expressão concreta do amor dos pais.(...)”
Autoconhecimento
(pg. 84) “O autoconhecimento é condição irrenunciável para uma existência feliz e realizadora.
(...)”
(pg. 89) “(...) O que nos encanta no outro é o que ele nos conseguiu fazer enxergar em nós
mesmos. (...)”
(pg. 120) “Uma coisa é certa: nós sabemos quem somos, mas os outros nos imaginam. (...)”
Relendo este último trecho, lembrei-me de uma estrofe que sei de cor de Mário de Sá-Carneiro,
um poeta pelo qual caí de amores na adolescência:
Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim.
Desejos
(pg. 95) “(...) Enquanto estivermos vivos, seremos seres desejantes. O desejo é uma espécie
de visgo que nos prende à vida. Quanto mais desejamos, maior é a sensação de estarmos
vivos.”
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(Dispersão, Mário de Sá Carneiro. Paris, maio de 1913)
(pg. 99) [Prazer é carboidrato.] “(...) Desejo é alimento integral, demora para fazer disgestão,
e por isso alimenta por mais tempo.”
O autor estabelece esta diferença para mostrar que muitos relacionamentos não dão certo
porque são calcados no prazer que um obtém do outro, e não no desejo que um tem de crescer
com e conhecer o outro. Ele diz que o “prazer é alimento refinado”.
Parceiro ideal
(pg. 97) “Precisamos entender que não existe ser humano ideal. O que existe é o ser humano
certo. O ser humano ideal não possui defeitos. O ser humano certo tem defeitos, qualidades, e
na soma de tudo é um resultado em que você resolve acreditar.”
Esta passagem em que Pe. Fábio fala para procurarmos, em nosso relacionamentos, em nossas
profissões e em nossas escolhas não aquilo que é ideal, mas aquilo que é certo constitui, para
mim, uma das melhores sacações de seu livro. Possivelmente, como sou uma idealista de mão
cheia, ouvir isso ajuda bastante, porque perseguir ideais é extremamente desalentador.
Relendo esta passagem, me lembrei de algo singelo. Tenho assistido com meus filhos o filme
Mary Poppins, que foi um de meus preferidos quando eu mesma era criança. Mary Poppins é a
babá ideal, podemos supor, mas quando ela pega sua fita métrica para medir sua altura, a fita
indica que ela é, veja bem, “praticamente perfeita em todos os sentidos”. Olha, digo de
carteirinha, se nem Mary Poppins é perfeita, ninguém mais pode sê-lo. ;)
(pg. 120) “(...) A pessoa certa condensa defeitos e qualidades e a somatória de tudo resulta
uma realidade pela qual o outro se apaixona. (...)”
Sacrifício
(pg. 101) “(...) Há uma constante socialização da ideia de que o sacrificio não deve mais fazer
parte da vida humana.(...)”
Realidade
(pg. 110) “Somos preparados para o sonho alto, mas ainda não aprendemos a nos manter vivos
quando a vida é rasa.(...)”
(pg. 112) “Um dos elementos que acena para nosso amadurecimento como pessoa é
justamente nossa capacidade de enfrentar a realidade sem as facilidades da fuga.”
Gostei muito destas duas frases de Padre Fábio porque, é verdade, tendemos a adotar um
comportamente escapista, seja para menos ou para mais e, sim, tendemos também a sonhar
alto, ou, pelo menos, com mais do que é o momento presente. Eckhart Tolle é o pai atual do
“viva o momento presente” (são dois seus livros principais: “O Poder do Agora” e “O Despertar
de uma Nova Consciência”). Mas, apesar de tantos bons livros escritos a respeito, não encontrei
até agora nenhuma boa fórmula, do tipo mágica, para reescrever séculos de condicionamento
contrário; afinal, comemos a maçã e o paraíso, perdido, está em algum lugar após a nossa
morte.
Ou seja, vale a pena continuar acreditando em paraíso.
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(pg. 119) “O ideal, o projetado, só tem sentido para a vida humana se ele conduz para o
movimento que a aprimora. Em outras palavras: o sonho só vale a pena se estiver preso à
realidade.
Estando preso ao que é real, o sonho perde o perigo de ser infértil, mas passa a
representar, para aquele que sonha, um motivo a mais para ir além.”
Perfeição
(pg. 115) “Somos imperfeitos, mas não estamos condenados a ser vítimas de nossa
imperfeição, uma vez que a beleza da vida está em descobrir o movimento que pode diminuir
as consequências do que em nós é imperfeito.”
Página7
Verdade
(pg. 120-121) “´Certo´ também diz respeito àquilo que é verdadeiro. Pois bem, a verdade não
é a expressão da perfeição, mas é demonstração da realidade como ela é. A verdade é a
coerência estabalecida entre o discurso e a realidade sobre a qual o discurso foi feito.”
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