| MANUAL | UMA INTRODUÇÃO À FORMAÇÃO DE EDUCADORES DE PARES PROJECTO “PEER EDUCATION DRIVE CLEAN” AVENTURA SOCIAL Faculdade de Motricidade Humana / Universidade Técnica de Lisboa Promoção da Saúde / Comportamento Social www.fmh.utl.pt/aventurasocial/ www.aventurasocial.com Fevereiro 2007 1 Título Uma Introdução à Formação de Pares - MANUAL “Drive Clean - Project” Autores Matos, M. G., Sousa, A., Simões, C., Lebre, P., Diniz, J. & Equipa Aventura Social Parcerias Automóvel Clube de Portugal (ACP) Outras Colaborações Direcção Geral de Saúde (DGS) Direcção Geral de Viação (DGV) Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT) Instituto Nacional de Medicina Legal – Lisboa (INML) Policia de Segurança Pública (PSP) Edição Faculdade de Motricidade Humana Serviço de Edições 1495 – 688 Cruz Quebrada Telefone: +351 214 149 152 E-mail: [email protected] www.fmh.utl.pt/aventurasocial Co-Financiado União Europeia 2 A Equipa Aventura Social Coordenador Geral Co-Cordenador-Geral Co-Coordenador na FMH/UTL Coordenador FCT/SNR Coordenador Leonardo/CE Co-Coordenador Drive Clean/CE Margarida Gaspar de Matos Celeste Simões José Alves Diniz Celeste Simões Paula Lebre Andreia Sousa Margarida Gaspar de Matos Licenciada em Psicologia(1978). Especialização em Psicoterapia cognitivocomportamental pela Universidade Claude Bernard (Lyon II). Doutoramento em Motricidade Humana com Agregação em Saúde Internacional pelo IMHT/UNL, Pós doutoramento na SDSU (Universidade de San Diego California) e QUT (Queensland University of Technology). Professora Associada com Agregação na Faculdade de Motricidade Humana. Lecciona vários cursos de Mestrado e Coordena vários Projectos de investigação na área da Saúde Mental, promoção da Saúde e Estilos de Vida Activos e Promoção de Competências Sociais. Investigadora do Centro de Malária e outras Doenças Tropicais - Instituto de Higiene e Medicina Tropical/Universidade Nova de Lisboa (Centro financiado pela Fundação da Ciência e Tecnologia). É a Coordenadora Nacional do HBSC/OMS Chave Publica: J0104772PBX Andreia Sousa Licenciada em Educação Especial e Reabilitação pela Faculdade de Motricidade Humana. Investigadora na área da Promoção de Competências Socais e na Promoção da Saúde, nomeadamente na área de comportamentos de risco e exclusão social, e na área da promoção de comportamentos do lazer em populações especiais. Colaboradora no Projecto Peer Mentor Support 2002/2005 do Programa Leonardo Da Vinci. Mestranda na especialidade de Terapias Cognitivas e Comportamentais na Universidade Lusófona. Chave Publica: J023369CTU0 Celeste Simões Licenciada em Educação Especial e Reabilitação pela Faculdade de Motricidade Humana. Mestre em Psicologia Social pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Faculdade do Porto. Assistente e Doutoranda na Faculdade de Motricidade Humana, na área dos comportamentos de saúde e de risco na adolescência. Trabalha em Investigação na área da Promoção das Competências Sociais e na Promoção da Saúde, nomeadamente na área da delinquência. Chave Publica: J024028V6X0 3 Paula Lebre Licenciada em Educação Especial e Reabilitação, Mestre em Educação Especial, Assistente e Doutoranda (área da promoção da saúde e qualidade de vida de populações com deficiência) na Faculdade de Motricidade Humana. Trabalha em Investigação na área da Promoção das Competências Socias, na Promoção da Saúde, nomeadamente na área do Lazer em Populações Especiais. Tem colaborado em projectos na área da recreação lazer e qualidade de vida para populações com deficiência. Coordenadora do Projecto Peer Mentor Support 2002/2005 do Programa Leonardo Da Vinci. Chave Publica: J035658C793 José Alves Diniz Licenciado em Educação Física (1983 -Instituto Superior de Educação Física da Universidade Técnica de Lisboa). Mestre em Ciências da Educação no Instituto Superior de Educação Física da Universidade Técnica de Lisboa. Doutorado em Ciências da Educação na Faculdade de Motricidade Humana. Professor Associado da FMH-UTL. Coordenador da Unidade Cientifico-Pedagógica de Ciências da Educação da FMH – UTL (desde 1998). Lecciona vários Cursos de Mestrado e Coordena vários projectos de Investigação na área da Educação Fisica Escolar, Promoção da Saúde e Estilos de Vida Activos. Chave Publica: J0173039OVF 4 ÍNDICE UMA INTRODUÇÃO À FORMAÇÃO 6 FASES DA FORMAÇÃO 7 UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO À FORMAÇÃO 7 UNIDADE 2 – COMPETÊNCIAS DE AJUDA 10 UNIDADE 3 - AJUDAR A QUE A MUDANÇA OCORRA 13 UNIDADE 4 – ÁLCOOL E DROGAS NA CONDUÇÃO 15 ÁLCOOL E A CONDUÇÃO 15 DROGAS E A CONDUÇÃO 23 O QUE PODE ACONTECER DEPOIS DE UM ACIDENTE DE VIAÇÃO 30 QUE TIPO DE AJUDA A RECORRER E O QUE PODERÁ SER FEITO 31 BIBLIOGRAFIA 33 ANEXO 1 - Questionário dirigido aos Educadores de pares antes da formação 34 ANEXO 2 - Questionário dirigido aos Educadores de pares depois da formação 35 ANEXO 3 - Soluções dos quadros de exercícios 36 ANEXO 4 - Slides da apresentação da formação 44 ANEXO 5 - Certificado 53 ANEXO 6 -Panfleto 54 5 UMA INTRODUÇÃO À FORMAÇÃO Este manual tem como principal propósito acompanhar um programa de formação no qual o modelo adoptado consiste na identificação de problemas, na exploração de possíveis soluções e na ajuda de selecção de uma resposta adequada. As escolas de condução são o meio privilegiado para desenvolver acções relativamente à prevenção rodoviária. Promover competências para resistir ou gerir as influências, através de métodos de aprendizagem activa e interactiva disponibilizada pelos educadores de pares, não substituindo o trabalho dos profissionais que desde inicio cooperam com os alunos das escolas de condução. Deste modo, os educadores de pares, através de um conjunto de actividades (exercícios individuais, discussão em grupo) transmitirão conhecimentos previamente adquiridos durante a formação aos alunos das escolas de condução. Pretende-se com a formação, criar modelos positivos. Para além da satisfação pessoal adquirida, pretende-se que os educadores de pares consigam participar mais ao nível comunitário, social e transmitam confiança e competência. O manual tem como objectivo alargar as perspectivas do educador de pares, centrando as suas capacidades a fim de alcançar a ideia principal do projecto, isto é, trata-se de um instrumento de trabalho útil e valioso, constituindo um ponto de referência e um estímulo para a multiplicação de iniciativas sobre a prevenção ligada ao consumo de álcool e drogas na condução. Durante a formação, os educadores de pares deverão referir qualquer assunto que os preocupe aos supervisores, estabelecendo uma relação baseada na confiança, respeito e igualdade. Contudo, o papel do supervisor baseia-se na definição das expectativas, metas e objectivos do projecto, bem como, a interacção e coordenação regular entre os participantes do projecto perante as tarefas apresentadas. 6 FASES DA FORMAÇÃO Fase 1 – Selecção do futuro Educador de pares e dos alunos de condução Os Educadores de pares são participantes voluntários da comunidade, de universidades e escolas. Os alunos de condução são participantes voluntários das escolas de condução. Fase 2 – Formação de Educadores de pares Os Educadores de pares irão participar num programa de formação, coordenado por um formador, sobre a prevenção ligada ao consumo de álcool e drogas no período da condução. Os Educadores de pares deverão estar presentes nos dias de formação programados. Fase 3 – Formação Espera-se que os Educadores de pares contribuam para o desenvolvimento pessoal dos alunos da escola de condução, motivando-os para que futuramente não conduzam sob o efeito de substâncias tóxicas. Espera-se que os educadores de pares actuem como modelos saudáveis e positivos. Fase 4 – Supervisão A comunicação entre o Educador de pares, aluno da escola de condução, formador e o supervisor responsável pelo projecto na instituição é crucial para o desenvolvimento do mesmo. Serão programadas reuniões com o supervisor e o grupo de Educadores de pares. Serão programadas reuniões individuais com o Educador de pares, caso seja necessário. Serão realizadas reuniões regulares entre o supervisor e Instituição/Escola. Fase 5 – Avaliação do projecto Será realizada uma avaliação no início e/ou final da formação. 7 a 1 INTRODUÇÃO À FORMAÇÃO Esta unidade vai ao encontro do objectivo principal do projecto, isto é, reforçar e dar a conhecer o projecto em si mesmo. Deste modo, familiarizar os educadores de pares, supervisores e formadores das características do projecto nesta primeira fase, vai facilitar um empenho grupal no enquadramento do projecto para que posteriormente os educadores consigam identificar os papéis que irão desempenhar individualmente e criar os seus próprios objectivos ao mesmo tempo que o grupo descobre a sua identidade e coesão. Exercício 1: Cada participante realizará uma auto-apresentação oralmente. As primeiras experiências de consumo de álcool e drogas acontecem muitas vezes no início da adolescência, muito antes dos jovens tirarem a carta. Deste modo, a implementação do projecto “PEER Education Drive Clean” nas escolas de condução abrange o grupo dos mais jovens porque são considerados os mais vulneráveis à prática de comportamentos de risco nas estradas sob a influência de substâncias tóxicas. O projecto tem dois objectivos principais a alcançar: 1- Prevenção primária ao nível da redução dos comportamentos de risco na condução nas estradas; 2- Informação sobre os riscos que implicam o consumo de álcool e/ou drogas durante e/ou antes do período da condução. 8 Assim, oferece uma oportunidade aos futuros condutores de reflectir e encorajar outros condutores a modificar os comportamentos de risco no período da condução. Exercício 2: Em pares, escrever e discutir as expectativas pessoais sobre o papel do educador de pares. Descrever sobre o que poderão vir a fazer durante a formação. É importante dar a conhecer o conceito de formação: FORMAÇÃO – significa transmitir competências que facilitam a construção de relação com os outros para promover o seu desenvolvimento pessoal e social dando enfâse na maximização das capacidades do outro. A formação deverá encorajar o outro a agir de maneira positiva consoante as situações em que se encontra. Tornando-se assim, na transmissão de informação que vai expandir as expectativas do outro face ao futuro. Exercício 3: Em pares, pensar no maior número de formas de apoiar alguém relativamente à temática deste projecto (prevenção em relação aos efeitos do consumo de álcool e drogas na condução). 9 2 COMPETÊNCIAS DE AJUDA Nesta unidade, irá ser apresentada uma breve introdução às competências de ajuda e explicar porque são importantes para a realização de uma boa formação. Pretende-se, com estas competências, ajudar a relação entre o futuro educador de pares e os alunos das escolas de condução. EMPATIA – capacidade de entender o outro do ponto de vista do mesmo. É a aptidão de pensar e sentir com o outro, não pelo ou acerca do outro. ACEITAÇÃO – significa aceitar a outra pessoa como diferente de nós, não fazendo julgamentos ou criticas. SINCERIDADE – significa franqueza, genuíno. Inclui ser aberto e honesto com os outros, não nos escondendo por detrás de um papel profissional. ESCUTA – É importante ouvir para conseguir criar uma relação. ESCUTA PASSIVA – significa ouvir sem interrupções, dar espaço para a outra pessoa falar. Mensagem Receber Mensagem Processar Mensagem ESCUTA ACTIVA – envolve também uma resposta ao outro para que este perceba que está a ser ouvido e compreendido. Neste processo é frequente a utilização da paráfrase e da reflexão. 10 Mensagem Receber Mensagem Processar Mensagem Enviar Mensagem PARAFRASEAR – refere-se ao feedback dado ao outro repetindo o que ele disse em termos de ideias. É um refraseamento das palavras e pensamentos. É importante não distorcer a mensagem, mas reformular o conteúdo que foi dito pela pessoa (ex: Jovem: “Ando chateado porque os meus pais só me deixam tirar a carta de condução depois de ter positiva a todas as disciplinas”; Educador de pares: “Só quando conseguires ter positiva a todas as disciplinas é que os teus pais te deixam tirar a carta de condução e isso deixa-te chateado”). REFLEXÃO – semelhante à paráfrase no sentido de ser um refraseamento no que diz respeito à inclusão dos sentimentos na mensagem. As palavras podem ser utilizadas para descrever diferentes níveis dessas emoções (ex: a palavra “medo”, pode ser expressa de várias formas: “aterrorizado”, “assustado”, “ansioso”...). Exercício 4: Em grupos de três, um elemento representará o papel de ouvinte, outro de orador e outro de observador. O orador falará durante 3 minutos sobre um tema à sua escolha, enquanto que o ouvinte tentará aplicar todas as competências aprendidas nesta unidade ao longo do discurso do orador. O terceiro elemento (observador) assinala algumas falhas nos outros 2 elementos, e faz um resumo sobre a aplicação das competências aprendidas. FOCAGEM – a focagem pode ser útil para permitir que um assunto referido pelo outro se torne mais claro, o que permite uma futura exploração dos problemas abordados (ex: “Podes dar-me um exemplo...”; “De que forma...”, “Podes explicar o que queres dizer com...”). SÍNTESE – tem como principal função, juntar ou estabelecer ligação ente múltiplos assuntos e torná-los menos extensos. 11 Exercício 5: Em pares, tentar explicar a utilidade da focagem e da síntese, e aplica-las enquanto um elemento ouve e o que outro elemento diz. QUESTÕES – utilizam-se quando se quer abordar um tema e/ou atingir um objectivo. Existem perguntas fechadas que procuram informação mais específica e possíveis respostas curtas do tipo SIM e NÃO. As perguntas abertas são mais funcionais para assuntos amplos onde se pretende obter mais informação. Como fazer perguntas? Pequenas e simples; Uma de cada vez; Manter o foco na pessoa Evitar demasiadas perguntas fechadas; Evitar perguntar “porquê” muitas vezes (pode levar a alguma defensibilidade) Não fazer perguntas pelos motivos errados (curiosidade, silêncio, ansiedade) Dar tempo à pessoa para responder (pausa) Exercício 6: Em pares, escrever três possíveis perguntas abertas e três perguntas fechadas, que podem surgir pelos alunos das escolas de condução ou pelo educador de par. E comenta com outros pares 12 3 AJUDAR A QUE A MUDANÇA OCORRA Esta unidade explica como se cria e formula um objectivo de forma eficaz. Para mudar, temos primeiramente que criar objectivos de forma a tornarmo-nos ambiciosos em relação a algo. À semelhança da criação de um objectivo, é a criação de soluções quando existe um problema. Objectivos Os sete critérios de um objectivo eficaz: 1. Relevância para o aluno Os objectivos têm de ser relevantes para o aluno, indo ao encontro de possíveis formas para resolver o problema. Tanto quanto possível, o aluno necessita sentir o objectivo como seu. Se o aluno não está verdadeiramente empenhado no objectivo, ele não irá ser alcançado. 2. Pequeno (curto prazo) Os objectivos têm de ser suficientemente pequenos para serem concretizados. Se os objectivos forem demasiado grandes ou demorarem muito tempo a serem alcançados, os alunos podem sentir-se desiludidos. Os objectivos devem gerar um sentimento de sucesso se o progresso é experimentado, surgirá automaticamente um aumento da motivação. 3. Concreto, específico e claro Os objectivos devem ser expressos em termos precisos. Objectivos vagos dificultam a determinação do progresso. Objectivos precisos permitem que o aluno aja de imediato. 13 4. Presença em vez de ausência Os objectivos devem ser definidos de uma forma positiva (o que o aluno irá fazer, e não o que ele não irá fazer). A promoção de um comportamento positivo é mais efectiva do que a promoção de um objectivo em relação a um comportamento negativo. Os objectivos descritos positivamente são mais fáceis de determinar quando foi alcançado. 5. Um início em vez de um fim É mais provável que um objectivo seja realizado se nos concentrarmos no início e não no possível resultado final. Os objectivos devem descrever os primeiros passos necessários para alterar a situação. Muitas vezes os jovens descrevem os objectivos finais, o que leva a que frequentemente estes não sejam de imediato alcançados. 6. Realísta e alcançável Os jovens devem ter o controlo sobre os seus objectivos. Eles só se podem modificar a si mesmos, não os outros. Os jovens não vão sentir o sucesso da mesma forma se outros forem responsáveis pelo alcance dos seus objectivos. Os objectivos necessitam ainda de ser formulados de forma razoável e num espaço de tempo específico. 7. Mensurável Conseguir avaliar se o objectivo foi ou não alcançado. Se um objectivo é demasiado simples de alcançar, o jovem não irá ter um sentimento de realização significativo. Se um objectivo não é atingido, então a resposta poderá significar mais trabalho, em vez de desenvolver um sentimento de fracasso. Se o jovem trabalhou para alcançar um objectivo definido por ele, a sua auto-estima é melhorada quando acaba de o alcançar. Nota: Perante estes critérios pedimos-lhe que leia com atenção a informação que se segue sobre Álcool e Drogas na Condução na Unidade 4 14 4 ÁLCOOL E DROGAS NA CONDUÇÃO Nesta unidade, o objectivo principal é sensibilizar os futuros Educadores de pares sobre a temática do “efeito do consumo de Álcool e Drogas na condução nas estradas”, partindo da sua experiência, da percepção que têm do meio social. Deste modo, pretende-se com a informação transmitida aumentar o conhecimento dos futuros educadores de pares sobre este problema e as suas consequências. Introdução: Conduzir veículos motorizados é considerado nos dias de hoje, perigoso e como prova disso são as estatísticas transmitidas anualmente do número de mortos, feridos graves e ligeiros. Um dos principais problemas com que nos deparamos ao abordar este assunto é a ideia de fatalidade, causalidade, azar ou inevitabilidade que o rodeia. Classicamente, ao descrever os factores de risco dos acidentes de viação, tem-se vindo a falar do factor humano (inconsciência), do veículo (mau estado) e dos factores ambientais (condições das estradas). A importância do factor humano, é hoje, indiscutível, cabendo-lhe a maior parte da responsabilidade nos acidentes de viação. A introdução do cinto de segurança foi um dos primeiros passos que fizeram decrescer o número de vítimas de acidentes de viação nos EUA (Swierzewski, 1990). De facto conduzir sob o efeito de álcool ou drogas e não utilizar os dispositivos de segurança dos ocupantes, são dois dos factores de risco que mais contribuem para a existência de lesões decorrentes dos acidentes de viação. Álcool e a condução: O álcool é um depressor do Sistema Nervoso Central que afecta as capacidades psicofisiológicas do individuo, mesmo se ingerido em pequenas quantidades. As causas que levam ao seu consumo variam de indivíduo para indivíduo e são consideradas como mais frequentes: os conflitos emocionais ou pessoais, 15 dificuldades escolares ou profissionais, problemas sociais, perda de um familiar, consumo de álcool como controle da ansiedade ou fuga de problemas, problemas familiares, ausência de afecto e pressão social. Devido à perda de sentido crítico é frequente uma pessoa embriagada não se inibir de conduzir, pondo em perigo a sua vida e a dos outros. As bebidas alcoólicas, mesmo quando tomadas ocasionalmente ou em quantidades moderadas, são responsáveis por um elevado número de acidentes de viação. Alguns dos efeitos imediatos na embriaguez passam pela excitação, agressividade, ansiedade, aceleração dos batimentos cardíacos, descoordenação motora, náuseas, discurso lento e arrastado, vómitos, confusão e sono. O álcool e os jovens: Os indivíduos jovens representam um dos grupos etários de risco mais envolvidos em acidentes de viação. O egocentrismo próprio da juventude, a procura de novas experiências e uma maior sensação de invulnerabilidade, levam frequentemente à condução sob a influência do álcool. Os acidentes que envolvem jovens condutores sob o efeito de álcool ocorrem essencialmente durante a noite, em situação de lazer. Desta forma, é de fulcral importância que os jovens, com vista à sua própria segurança e à dos outros utentes da via pública garantam que um dos elementos do grupo de amigos não beba enquanto condutor, para que a condução se processe com máxima segurança possível depois de uma saída à noite. Os jovens, por diversas circunstâncias (inexperiência de condução, consumos elevados de substâncias tóxicas aos fins de semana, comportamentos desinibidos, etc.) são particularmente vulneráveis aos acidentes de viação. São os jovens condutores que mais riscos (excesso de velocidade, “tailgating”) na condução praticam durante o primeiro mês de experiência. A aquisição da carta de condução permite apenas adquirir o conhecimento teórico e prático base sobre o código e as leis nas estradas, não detectando assim, futuros comportamentos de risco que o jovem condutor poderá vir a praticar. Contudo, o comportamento de risco nos jovens condutores é muitas vezes agravado sob influência de inúmeras condições, tais como, a condução durante a noite depois de situações de lazer e sob a influência do álcool e/ou drogas. 16 O transporte de passageiros de idade jovem enquanto o condutor se encontra sob a influência de substâncias tóxicas é um facto que aumenta consideravelmente as estatísticas do número de jovens envolvidos em acidentes de viação relacionados com o consumo de álcool e drogas. Para além dos esforços praticados pelas autoridades para diminuir as dramáticas estatísticas todos os anos, os pais também acarretam grande responsabilidade. Isto é, muitos jovens têm fácil acesso aos veículos motorizados porque são os próprios pais que oferecem ou facilitam o acesso aos mesmos. Os pais podem limitar e restringir este acesso mesmo sabendo que os jovens têm grande motivação para conduzir nesta idade. Em vários pontos do mundo, foram feitos estudos sobre a influência dos pais sob a condução dos filhos e o comportamento que transmitem através da sua própria condução. Para conseguir diminuir este tipo de influência, se negativa, foram dadas acções de formação sobre prevenção rodoviária aos pais enquanto os próprios filhos tiravam a carta de condução Os resultados finais apontam que muitos dos pais que assistem a este tipo de intervenção, mudam de opinião ou, intensificam a ideia de que na realidade conduzir um carro é um risco que se corre no dia a dia. O consumo de bebidas alcoólicas é, provavelmente, o factor de risco mais importante na origem dos acidentes de viação. Não só aumenta o risco de sofrer um acidente, como também contribui para que a gravidade das lesões depois de um acidente seja maior. Os acidentes relacionados com o consumo de álcool são mais lesivos. Para além do seu papel na causalidade do acidente, o consumo de álcool pode limitar a capacidade do acidentado para, por exemplo, sair do veículo sinistrado. Os sobreviventes que ingeriram álcool e sofreram uma lesão cerebral derivada do acidente, tem estadias mais prolongadas nos serviços hospitalares e uma maior persistência de danos ao nível neurológico do que os condutores acidentados que não ingeriram álcool. Existem evidências de que a redução do consumo de bebidas alcoólicas pelos condutores está associada a um menor risco de lesão por acidente de viação. Além disso, elevando a idade legal ao acesso do álcool e diminuindo os limites legais de álcool no sangue, são medidas que poderão reduzir, significativamente, os acidentes fatais relacionados com o álcool. 17 Exercício 7: Em pares, enumerar alguns dos motivos que podem levar os jovens a consumirem e a não consumirem álcool e depois conduzir. Motivos para consumir Motivos para não consumir Beber álcool e conduzir Portugal é um dos países onde o seu consumo, por habitante é mais elevado. A sua ingestão não moderada, para além das graves consequências que afectam a saúde, este tipo de comportamento está relacionado com inúmeros problemas financeiros, familiares e sociais e o seu consumo, mesmo que excessivo, é causa directa ou indirecta, de muitos acidentes de viação de que resultam milhares de vítimas. Muitas pessoas ingerem álcool em excesso por pensarem que se torna num estimulante do organismo, mas esta ideia está completamente errada, visto que o álcool é na verdade um depressor que prejudica as capacidades psicofisiológicas mesmo se ingerido em pequenas doses. O álcool e os estados emocionais: A ingestão onde bebidas alcoólicas, mesmo em pequenas quantidades, podem transformar uma pequena contrariedade num grande problema e dar origem a estados de agressividade, frustração, depressão ou outros que são normalmente transferidos para a condução, com todos os riscos que isso importa. Numerosos casos revelaram que mais de metade dos condutores que sofrem um acidente mortal apresentam níveis de álcool no sangue superiores a 0,10gr/100ml. O álcool é uma substância tóxica para o sistema nervoso central, que possui um efeito depressivo, ainda que se manifeste em duas fases: primeiro produz-se uma sensação de excitação, devida à depressão dos centros nervosos superiores, 18 seguindo-se uma sensação sedativa, devida à acção de depressão das restantes estruturas nervosas superiores Só cerca de 5% do álcool ingerido é eliminado directamente através da expiração, saliva, transpiração e urina. O restante passa rapidamente para a corrente sanguínea através das paredes do estômago e da parte superior do intestino delgado, sem sofrer qualquer transformação química. Uma vez no sangue, o álcool é transportado pelos vasos sanguíneos para os diversos órgãos, passando pelo grande purificador que é o fígado que só lentamente procede à sua decomposição, a uma média de 0,1 g/l por hora. Quando o álcool atinge o cérebro, órgão abundantemente irrigado de sangue, afecta progressivamente, as capacidades sensoriais, perceptivas, cognitivas e motoras, incluindo o controlo muscular e o equilíbrio do corpo. O álcool interfere, assim, negativamente em todos o processo da condução. A taxa de alcoolemia no sangue (TAS) exprime-se por gramas de álcool puro num litro de sangue, podendo o seu valor, ser influenciado por diversos factores. A mesma quantidade de álcool ingerido por diferentes pessoas pode originar TAS diferentes devido a factores pessoais como: Peso – as pessoas mais pesadas, normalmente, apresentam TAS menos elevadas, comparativamente com pessoas com menos peso perante a ingestão, da mesma forma e na mesma situação, de igual quantidade da mesma bebida. Idade e sexo – os factores de natureza hormonal e enzimáticas inerentes a estes factores diferenciam a forma de desenvolvimento do processo de metabolização do álcool. A capacidade metabólica face ao álcool é, no geral, significativamente inferior nos adolescentes do que nos adultos. Da mesma forma, as mulheres estão pior dotadas para a defesa enzimática face ao álcool do que os homens, devido à menor quantidade de água nos seus organismos. Crianças, filhos de alcoólicos, epilépticos, doentes do aparelho digestivo, pessoas que tenham sofrido traumatismos cranianos, etc., são mais sensíveis ao álcool. 19 O estômago vazio acelera o processo de absorção do álcool e leva a um aumento imediato de cerca 1/3 do valor da TAS, deste modo, a presença de alimentos no estômago apenas retarda este processo. O estado de fadiga, alguns estados emocionais, certos medicamentos, as mudanças bruscas de temperatura, a pressão atmosférica e a gravidez aumentam a sensibilidade ao álcool. Efeitos: Audácia incontrolada: estado de euforia, sensação de bem-estar e optimismo, e sobrevalorização das próprias capacidades, as quais se encontram diminuídas; Perda de vigilância em relação ao meio envolvente: as capacidades de atenção e concentração ficam diminuídas; Perturbação das capacidades sensoriais: redução da acuidade visual, alteração dos contornos dos objectos, incapacidade de avaliar correctamente distâncias e velocidades, redução da visão nocturna e crepuscular, aumento do tempo de recuperação após encadeamento e estreitamento do campo visual, com eliminação progressiva da visão periférica que poderá chegar à visão em túnel com o aumento das quantidades de álcool; Perturbação das capacidades perceptivas: a informação recebida pelos órgãos dos sentidos é identificada mais lentamente, sendo esta prejudicada; Aumento do tempo de reacção: dificuldade tomada de decisão de resposta motora adequada e na sua concretização, aumentando a distância de reacção e consequentemente a distância de paragem do veículo; Diminuição da resistência à fadiga: o estado de euforia inicialmente provocado pelo álcool dá lugar a uma intensa fadiga; Descoordenação psicomotora: travagens bruscas desnecessárias, grandes golpes de volante, manobras feitas com recurso ao acelerador e outros comportamentos desajustados a uma condução segura; Alteração dos estados emocionais: os problemas mesmo que pequenos poderão levar a estados de agressividade, frustração, depressão ou outros que se transferem para a condução contendo risco inerentes. 20 Efeito do álcool na condução consoante o estado de alcoolemia: De 0,3 a 0,5 g/l – inicio de zona de risco Excitabilidade emocional, diminuição da capacidade mental e da capacidade de discernimento; Relaxamento e sensação de bem-estar; Deterioração dos movimentos oculares. De 0,5 a 0,8 g/l – zona de alarme Reacção geral muito lenta, início das dificuldades motoras; Euforia e tendência para a desinibição emocional; Começo do carácter impulsivo e da agressividade ao volante. De 0,8 a 1,5 g/l – condução perigosa Estado considerável de embriaguez, menores reflexos e aumento do tempo de resposta; Perda da precisão dos movimentos e problemas de coordenação; Diminuição considerável da capacidade de vigilância e percepção dos riscos. De 1,5 a 2,5 g/l – condução altamente perigosa Claro estado de embriaguez, com possíveis efeitos narcóticos e de confusão; Alterações imprevisíveis do comportamento e considerável confusão mental; Visão dupla, atitude titubeante. Mais de 3 g/l – condução impossível Embriaguez profunda, estado de estupor com analgesia e progressiva inconsciência; Perda de reflexos, paralisia e hipotermia. Pode levar ao estado de coma. 21 O processo de eliminação do álcool é lento. Refere-se, como exemplo, que num indivíduo que tenha atingido uma taxa de alcoolemia no sangue (TAS) de 2,00g/l à meia-noite, só às 20 horas do dia seguinte o organismo eliminou completamente o álcool no sangue, apresentando, ainda às 12horas uma taxa de 0,80g/l, em circunstâncias médias e normais. Este processo não pode ser apressado por nenhum meio, assim como não é possível eliminar os efeitos do álcool. Existem contudo, substâncias e factores que perturbam essa eliminação, nomeadamente atrasando as funções normais do fígado, ou potenciando o seu efeito nocivo como, por exemplo, o café, o chá, o tabaco, certos medicamentos e fadiga. Exercício 8: Em pares, expor os efeitos do álcool e comentá-los com os restantes grupos. Efeito de NÃO beber Efeitos imediatos de beber Efeitos a longo prazo de beber No organismo Na pessoa e nas suas relações com os outros Na sociedade 22 Drogas e a condução: Num sentido amplo, qualquer medicamento pode ser considerado uma droga. Mas geralmente, quando falamos de drogas, referimo-nos a substâncias com três características principais: São psicoactivas, isto é, têm efeitos no sistema nervoso central, alterando algumas das suas funções, como a percepção, o juízo e decisão, o pensamento, etc; Provocam dependência, ou seja, uma necessidade compulsiva do seu consumo; Podem desorganizar o comportamento e a vida mental e social da pessoa que as consome. Numa fase de experimentação, há um conjunto de factores que podem levar a esse consumo, do qual se destaca: a curiosidade, a vontade de pertencer a um grupo, o desejo de diversão, o medo da exclusão do grupo, a disponibilidade da droga, a ilusão da resolução de problemas, uma representação positiva das substâncias, entre outros. Este consumo experimental poderá não conduzir a um consumo esporádico ou habitual mas pode também tornar-se numa dependência. O consumo recreativo está associado à diversão e ao lazer. Uma das suas principais características é a busca de um prazer imediato num contexto de dança ou diversão. O último estádio dos consumos é quando está instalada a dependência. O consumo passa a ser o principal objectivo e motivação na vida, tudo gira em seu redor. Quando uma droga é consumida com regularidade, desenvolve-se uma necessidade de repetir esse consumo. A pessoa perde o controlo na sua relação com a substância e os comportamentos relacionados com o consumo tornam-se compulsivos. Conseguir a droga e consumi-la tornam-se numa prioridade para o dependente. À dependência associam-se perturbações no comportamento e nas relações da pessoa afectada com o mundo que a rodeia. Muitas vezes não se olha a meios para conseguir o fim, a substância e os seus efeitos. Nas situações mais graves, a vida desorganiza-se por completo. Surgem então diversos problemas de saúde, familiares, profissionais, escolares, judiciais, entre outros. 23 Existem dois tipos de dependência que importa distinguir: Dependência física: acontece apenas com algumas das substâncias consideradas como drogas. Iniciado o seu uso regular, o organismo altera alguns dos seus modos de funcionar para se adaptar à presença artificial e continua da substância. Como consequência ocorrem dois fenómenos: a tolerância e o sindroma de abstinência. Tolerância – trata-se de um estado de adaptação do organismo caracterizado pela diminuição da resposta à mesma quantidade de droga ou pela necessidade de uma dose mais alta para provocar o mesmo efeito, isto é, a necessidade de administrar mais droga para continuar a ter os mesmos efeitos. A tolerância do organismo é variável para os diversos efeitos das drogas e não é limitada (as doses podem ser mortais – “overdose”). Sindroma de abstinência/privação – A interrupção do consumo, ao qual o organismo já se havia habituado, provoca uma série de transtornos físicos muito desconfortáveis: dores, insónias, ansiedade, depressão, irritabilidade, etc. Estes sintomas variam de intensidade segundo o tipo de droga, a quantidade habitual de consumo e o estado do organismo. São assim, manifestações da dependência física. Dependência psíquica: É a necessidade criada através do contacto com a droga e que leva a procurar compulsivamente os efeitos que esta produz. A obtenção e o consumo de droga tornam-se, então, a razão de ser da vida da pessoa dependente, em detrimento de actividades e interesses normais como a escola, a família, o trabalho, os amigos, etc. Quando os consumidores querem parar de consumir drogas, é a dependência psicológica que é mais difícil de ultrapassar, podendo provocar recaídas nas semanas ou meses que se seguem ao último consumo. É esta forma de dependência que justifica a necessidade de tratamentos psicológicos para os toxicodependentes. No entanto, em cada caso há sempre um conjunto de factores que deverão ser analisados por um técnico especializado de modo a programar um esquema terapêutico adequado. Existem diferentes formas de consumo com diferentes significados e as razões que levam as pessoas a experimentar uma droga são diferentes das razões que as levam a ficar dependentes. Estas razões podem ser individuais (prazer pessoal), sociais (estatuto social), familiares e ambientais (como tentativa de fuga aos problemas). 24 Exercício 9: Em pares, enumerar alguns dos motivos que podem levar os jovens a continuar e não continuar a consumir droga e depois conduzir. Motivos para continuar Motivos para não continuar Consumir droga e conduzir Existem várias classificações possíveis das drogas, organizadas segundo diversos critérios. No entanto, vão apenas ser duas classificações apresentadas pelas quais se consideram as mais importantes: Tendo em conta a situação sociológica e legal, as drogas podem ser classificadas em duas categorias. Drogas de uso institucionalizado ou de produção e venda legal (álcool, tabaco, e medicamentos); Drogas de uso não institucionalizado ou de produção e comércio ilegal (cannabis e derivados, cocaína, heroína, L.S.D., etc.) Segundo os efeitos que as drogas produzem no Sistema Nervoso Central, podem ser classificadas em três categorias: Drogas Depressoras, Opiáceos (heroína, metadona, codeína, etc.) barbitúricos e tranquilizantes, álcool, inalante (colas, solventes, etc.); Drogas estimulantes: Coca e cocaína, tabaco, cafeína (café e chá), colas, anfetamina e derivados; Drogas alucinogéneas: Cannabis (haxixe e erva), compostos sintéticos, L.S.D. 25 Efeitos imediatos Efeitos tardios do POSITIVOS são os que o toxicodependente procura NEGATIVOS mais frequentes na sobredosagem e em fases tardias do consumo continuado Opiáceos (ex.: heroína) Elimina a ansiedade e depressão, promove a confiança, euforia e extremo bem-estar Cólicas abdominais, confusão mental, convulsões, paragem respiratória por inibição dos Centros Respiratórios e, se não houver assistência terapêutica rápida, a morte Anorexia, emagrecimento e desnutrição, obstipação, impotência ou frigidez sexual, esterilidade, demência, confusão e infecções várias (hepatites, Sida, endocardites quando a administração é endovenosa) Benzodiazepinas Elimina a ansiedade e a tensão muscular. Promove a desinibição psicológica e o sono "para dormir e esquecer" Diminuição da coordenação motora, do equilíbrio, hipotensão, bradicárdia, paragem respiratória e morte Emagrecimento, ansiedade, irritabilidade e agressividade, grande labilidade emocional, depressão com risco de suicídio Inalantes (tintas, lacas, colas, gasolina, solventes, aerossóis, etc.) Igual às benzodiazepinas Droga Anfetaminas Ecstasy Cocaína Estado de grande autoconfiança, euforia e energia. Aumento efémero da capacidade de concentração, memorização, rapidez de associação de ideias, maior força muscular e diminuição da fadiga, sono, fome, sede ou frio Embriaguez, alucinações, diplopia (visão dupla), paragem respiratória, coma e morte Secura da boca, suores, febre, hipertensão e arritmias cardíacas, irritabilidade, agressividade, tremores e convulsões, delírios paranóides A exaustão contínua pode provocar desidratação, problemas cardíacos, renais e morte A cocaína está frequentemente associada à perfuração do septo nasal Canabinóides Elimina a ansiedade e promove sensação de bem-estar, desinibição, maior capacidade de fantasiar, visualização da realidade com mais intensidade (cores e sons mais distintos) Secura da boca, reacções de ansiedade e pânico (paradoxalmente mais comuns em fumadores experientes), agressividade e, excepcionalmente, alucinações Alucinogénios (ex: LSD) Forte exaltação das percepções sensoriais (cores e sons mais intensos), sinestesias (transferências das impressões de um sentido para outro: ouve-se cores e vê-se sons). Sensação de levitação, despersonalização mística. Má viagem ou "bad trip" em que o consumidor tem sensação intensa de pânico e delírios paranóides que podem durar até cerca de 2 dias Estas reacções descontroladas provocam ocasionalmente acidentes mortais consumo contínuo Doenças graves do fígado, rim e sangue (leucemias), e demência irreversível Emagrecimento, irritabilidade, delírios paranóides (sensação de ser perseguido por organizações secretas, etc.) A perfuração do septo nasal é uma complicação típica do consumo inalado de cocaína O ecstasy está raramente associado a crises de flashback Pode desencadear uma doença mental (psicose) nos raros indivíduos predispostos Síndrome "amotivacional" (provavelmente apenas em grandes consumidores predispostos) Crises psicóticas com delírios e alucinações Flash-backs ou períodos efémeros nos quais o exconsumidor volta a sentir os efeitos do consumo até um ano depois de deixar de consumir 26 Relação entre o consumo de drogas e os acidentes de viação: A associação de benzodiazepínicos com álcool parece frequente e ter um efeito muito nocivo sob a condução. A heroína e a metadona têm efeitos discretos em particular nos consumidores regulares; o cannabis é mais prevalente e em doses baixas produz efeitos variáveis mas em doses altas diminui a atenção e a memória a curto prazo. As anfetaminas não são nocivas no acto da condução. A ligação entre consumo de droga e a condução de veículos motorizados está mais associado a zonas urbanas e em tempos de lazer durante o período nocturno. A grande maioria dos países realça a grande prioridade da prevenção nas estratégias nacionais e nas numerosas actividades preventivas em diferentes locais, sobretudo escolas. Contudo, é cada vez mais óbvio o enorme fosso entre os objectivos políticos e a realidade e qualidade da prevenção. É possível medir aproximadamente a verdadeira extensão da prevenção (em escolas, por exemplo), desde que de uma forma estruturada, através de programas claramente definidos. Só assim se poderá avaliar os parâmetros-chave como os conteúdos (modelos, factores de risco tratados) e o número de escolas, alunos e professores envolvidos. Em alguns Estados-Membros, nos locais de diversão, os projectos consideram-se “prevenção secundária”, noutros, tentam conceptualizar o seu trabalho como “redução de danos”. Em termos gerais, esta forma de prevenção baseia-se em três estratégias de intervenção: produção de material de informação sobre a droga e a saúde, questões jurídicas e emocionais relacionadas com a droga, intervenções personalizadas em discotecas ou “raves” e ainda medidas estruturais como orientações para convivência segura. Estas orientações existem em diversos países mas a sua aplicação quer pelos proprietários dos locais de diversão quer pelas autoridades locais faz-se, ainda, de uma forma muito irregular. Existem, contudo, iniciativas no sentido de se dispor de um conjunto harmonizado de orientações sobre convivência segura a nível europeu. Estratégias nacionais Está a ser atribuída uma atenção crescente a actividades de prevenção e tratamento do alcoolismo e do consumo de droga no acto da condução. As estratégias tendem a ser alargadas a todas as substâncias que provocam dependência, independentemente do seu estatuto legal. 27 Os inquéritos à população fornecem estimativas sobre a percentagem da população que consumiu droga durante determinados períodos de tempo, para além de fornecerem informações sobre os comportamentos e as características dos inquiridos. No caso das drogas ilícitas, as medidas mais habituais são as seguintes: Consumo durante a vida da pessoa (prevalência ao longo da vida); Consumo durante o ano anterior (prevalência nos últimos 12 meses); Consumo durante o mês anterior (prevalência nos últimos 30 dias). A “experiência ao longo da vida” fornece sempre valores mais elevados e é amplamente utilizada em relatórios e avaliações da situação de um país em matéria de consumo de droga. No entanto, a experiência ao longo da vida só por si não capta bem a situação actual, pois inclui igualmente todos aqueles que alguma vez experimentaram drogas, quer uma quer várias vezes, há muitos anos. O “consumo recente” fornece valores mais baixos, mas reflecte melhor a situação actual porque aborda também os efeitos da droga no acto da condução como também os efeitos do álcool. A conjugação da experiência ao longo da vida e do consumo recente pode fornecer informações de base sobre padrões do consumo de droga (por exemplo, taxas de manutenção de consumo). O “consumo actual” poderá fornecer alguma indicação sobre o consumo regular, mas os números são geralmente bastante baixos quando se considera a totalidade da população. Muitos inquéritos investigam a idade em que se iniciou o consumo de droga e a frequência desse consumo, o que permite fazer cálculos relativos à incidência e aos padrões de consumo. Outras variáveis individuais (variáveis sócio demográficas, opiniões e percepções do risco, estilos de vida, problemas de saúde, etc.) podem contribuir para estabelecer correlações entre o consumo e outros factores individuais. O consumo de substâncias ilícitas está concentrado entre os adultos jovens das zonas urbanas, sobretudo do sexo masculino. Campanhas: Em Portugal, relativamente à já foram segurança e criadas e prevenção implementadas rodoviária. várias Todos os campanhas anos, mais 28 especificamente nas épocas festivas, são realizadas por todo o país operações STOP nas estradas. Através destas operações, são extraídas estimativas e realizados estudos estatísticos relacionados com os acidentes de viação e o consumo de álcool e drogas nas estradas. A realidade nacional é dramática, e todos os anos Portugal encontra-se, dentro da União Europeia, como o país com maiores estatísticas de mortes e de consumo de substâncias tóxicas relacionadas com os acidentes de viação nas estradas. Actualmente, existem algumas campanhas de sensibilização a decorrer. Entre elas está a “Noite Gregório” (ACP); “Programa escola segura” (PRP); “Se Conduzir não Beba” (PRP); “Álcool e Drogas são Fatais na Condução” (DGV) e Formação de Técnicos Agentes de Prevenção. (PRP) Exercício 10: Em pares, preencher o quadro que se segue consoante a sua ideia em relação ao efeito de consumir e não consumir; efeitos imediatos e a longo prazo de consumir droga. Comentá-los com os restantes grupos. Efeito de NÃO consumir droga Efeitos imediatos de consumir droga Efeitos a longo prazo de consumir droga No organismo Na pessoa e nas suas relações com os outros Na sociedade 29 O que pode acontecer depois de um acidente de viação? A exposição a acontecimentos traumáticos, em particular a exposição a acidentes rodoviários não é rara. Os veículos que circulam nas estradas e vias nacionais e mundiais são cada vez mais e tornaram-se num bem essencial de primeira necessidade. Consequentemente a probabilidade de ocorrência de acidentes aumenta, e os cuidados e atenção dos condutores e demais utilizadores da via pública deve também ser maior. De acordo com as Nações Unidas (2003) os acidentes rodoviários são acontecimentos cuja prevenção é possível. Sabe-se que cerca de 69% das pessoas experimentam pelo menos um acontecimento traumático ao longo da sua vida e que 23% dos indivíduos experimentam acidentes rodoviários ao longo da vida (Norris, 1992, citado por Pires & Maia 2005). Os acidentes de viação, para além da perda de vidas, podem ter graves implicações a nível da saúde física e psicológica. Em termos físicos para além do sofrimento imediato, as consequências podem incluir cessação temporária, parcial ou total das actividades do quotidiano, devido à gravidade das lesões sofridas, que podem incluir fracturas, paralisias, amputações e lesões neurológicas que interferem com a vida não só do lesado mas de todas as pessoas que o rodeiam. Para além do custo físico, os acidentes de viação são acontecimentos que podem dar origem a perturbações psicológicas, entre as quais a sintomatologia de Perturbação Aguda de Stress, Perturbação pós-stress traumático, ansiedade generalizada, ansiedades específicas, fobias e depressão são os mais considerados (Blanchard, Hickling, Taylor, Forneris, Loos, & Jaccard, 1995; Mayou, Bryant, & Ehlers, 2001). A perturbação aguda de stress e a perturbação de pós-stress traumática constituem duas das perturbações contempladas no Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (APA, 1994). A estas perturbações está associada a exposição ou confronto com um acontecimento que envolveu ameaça de morte ou ferimentos e que despertou no indivíduo respostas de medo intenso. Existe assim uma relação na vivência de um determinado acontecimento de vida (avaliado como traumático) e as respostas a essa situação. Essas reacções, quando excessivas e intensas influenciam significativamente o funcionamento do indivíduo nas diversas áreas da sua vida: família, emprego, relações sociais e interpessoais, saúde, e noutros contextos em que se esteja inserido Os estudos realizados sobre o assunto apresentam alguns resultados importantes, onde a percentagem de perturbação de pós-stress traumático 30 encontrada é superior nas avaliações efectuadas após o acidente, sendo que, estes valores diminuem à medida que o tempo passa (Blanchard et al., 1997). Ansiedade é uma característica que antecede momentos de medo, perigo ou de tensão, marcada por sensações corporais desagradáveis, tais como uma sensação de vazio no estômago, rápido batimento cardíaco, nervosismo, aperto no tórax, transpiração, etc. As consequências de saúde (internamentos, intervenções cirúrgicas, tratamentos, consultas e medicamentos) e legais reflectem-se na adaptação do indivíduo e da sua família ao acidente e as consequências do mesmo. O apuramento da culpa e responsabilidade levam geralmente a processos litigiosos morosos e com custos avultados e que recorrentemente recordam o acontecimento traumático, não facilitando que os indivíduos o integrem como algo passado (Mayou & Farmer, 2002) Que tipo de ajuda a recorrer e o que poderá ser feito? O profissional de saúde, sobretudo dos cuidados de saúde primários, encontra-se numa situação privilegiada para actuar na prevenção deste tipo de acidentes. Isso é possível através da sua intervenção: Em comportamentos de risco (álcool e drogas); Na correcta utilização dos medicamentos; Na utilização dos dispositivos de segurança; Na capacidade de detenção de patologias relacionadas; Na possibilidade de intervir em programas de educação rodoviária. Há uma clara evidência de que o aconselhamento clínico breve por parte dos médicos, pode reduzir o consumo de álcool e droga em “consumidores de risco”, o que pode vir a resultar numa redução da condução de veículos e a sua ingestão. A detecção de problemas com a bebida, seguida de aconselhamento breve, é eficaz na redução do consumo do álcool. Por isso, é possível que esta intervenção, realizada pelo médico de família, seja útil para reduzir lesões e mortes por acidentes de automóvel. 31 O aconselhamento breve ou muito breve mostrou-se muito eficaz na redução do consumo de substâncias tóxicas, em consumidores não dependentes ou em estádios de dependência precoce. Calcula-se que as intervenções breves tenham uma resposta positiva em 45% dos pacientes (Richmond, 1995). Intervenção clínica Todos os pacientes devem receber aconselhamento relativo aos perigos da condução automóvel sob efeitos de álcool e de outras drogas e também sobre os riscos de viajar num veículo conduzido por alguém que esteja sob esse efeito. Esta intervenção é mais importante para os que apresentam maior risco de sofrer acidentes de viação, como é o caso dos adolescentes e dos jovens adultos. Do ponto de vista social e de saúde púbica, o problema é maior quando as vitimas são crianças, por duas razões principais: o potencial de anos de vida perdidos e a impossibilidade de protagonizar a sua própria segurança, por um evidente desconhecimento das medidas adequadas à sua protecção. Não existe dúvida que hoje em dia, a relação custo/benefício das actividades preventivas seja favorável a estas ultimas. Os três pilares em que se fundamenta a prevenção de acidentes são a epidemiologia (ciência que estuda qualitativamente a distribuição dos fenómenos de saúde/doença, e seus factores condicionantes, nas populações), a legislação e a educação. Qualquer actividade preventiva em relação aos acidentes, que se queira iniciar, deve ter em conta estes três aspectos na altura de planificar um programa ou intervenção. Exercício 11: (exercício de reflexão) Tendo em conta os exercícios realizados nesta unidade e incluindo também todo o enquadramento teórico relativamente aos sete critérios de um objectivo eficaz, acha-se capaz de transmitir estas ideias e convencer um amigo(a) a não consumir álcool e/ou drogas e conduzir? Como e porquê? 32 BIBLIOGRAFIA Australian Sociological Association. (2002). Journal of sociology, 38, 275-290. Centre for Disease Control and Prevention (1999). Motor vehicle safety – a 20th century public health achievment. MMWR Morb Mortal Wkly Rep, 369 – 374. Brewer, A. 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Um professor da universidade informou-me O projecto foi referido num seminário Amigos/colegas falaram do projecto. Através de um anúncio de jornal /artigo Através de publicidade (panfleto, poster). B Porque está interessado em participar neste projecto? Estou interessado em aprender algo mais para o meu futuro profissional Já tive experiências negativas relacionadas com o álcool/drogas e a condução Estou interessado nesta temática da condução e o consumo álcool/drogas Tenho amigos que já estiveram envolvidos em acidentes de viação devido ao consumo de álcool/droga Estou interessado em ganhar dinheiro com este projecto Estou interessado em ter este tipo de experiências que contribuam ao para a minha formação académica Estou interessado em trabalhar na área da prevenção C Dado pessoais: Género Feminino Masculino Idade:………… 35 Qual a sua profissão/actividade no momento? Estudante Trabalhador Estudante/trabalhador Outros D Tem carta de condução? Sim De: carro motociclo Outro Não E Já trabalhou em algo semelhante? (como educador de pares) __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ F O que espera ganhar com esta experiência? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 36 G Como acha que se vai sentir no papel de educador de pares? Tem algum receio? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 37 ANEXO 2 (Questionário dirigido aos Educadores de pares depois da formação) A sua opinião sobre o projecto de educadores de pares nas escolas de condução é muito importante para podermos de algum modo melhorar os nossos serviços. Deste modo, pedimoslhe que preencha o seguinte formulário. As suas respostas serão totalmente confidenciais! Obrigado pelo seu apoio e contributo! Iniciei o minha formação…….............. (Data) na escola de condução.......................................... (Nome da escola) em.................................... (localidade) com o projecto de intervenção em escolas de condução por Educadores de Pares. Dado pessoais: Género: Feminino Masculino Idade:….. Qual a sua profissão/actividade no momento? Estudante Estudante/Trabalhador Trabalhador Outros:……………. Achei a formação interessante: Concordo Concordo absolutamente Discordo Achei a formação útil: Concordo absolutamente Concordo Discordo Discordo absolutamente Discordo absolutamente 38 Depois da formação, fiquei melhor informado sobre como prevenir um acidente de viação sobe a influência de substâncias tóxicas. Discordo Concordo Concordo Discordo absolutamente absolutamente Eu consegui compreender todo o conteúdo da formação Concordo Concordo Discordo absolutamente Discordo absolutamente Se pudesse decidir, todos os alunos das aulas de condução deveriam participar neste tipo de formação Concordo Discordo Concordo Discordo absolutamente absolutamente Eu aceitaria boleia de um condutor que estivesse sobe a influência de álcool ou drogas Concordo Discordo Concordo Discordo absolutamente absolutamente Eu recomendaria esta formação a um amigo(a) Concordo Concordo absolutamente Discordo Discordo absolutamente Comentários ou sugestões: _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ 39 ANEXO 3 Soluções dos quadros de exercícios: Unidade 4 – Álcool e drogas na condução Exercício 7: Em pares, enumere alguns dos motivos que podem levar os jovens a consumir e a não consumir álcool e conduzirem. Motivos para consumir Beber álcool e conduzir Motivos para não consumir Curiosidade Não gostar Pressão do grupo de amigos Manter melhor forma física Necessidade de afirmação Ter mais dinheiro Facilitar a comunicação Ter melhor aspecto Evitar conflitos com pais, amigos, namorado(a) 40 Exercício 8: Em pares, expor os efeitos do álcool e comentá-los com os restantes grupos. Efeito de NÃO beber No organismo Mais saúde e bemestar Melhor forma física Na pessoa e nas suas relações com os outros Melhor qualidade de vida Mais dinheiro Mais sucesso na escola e no trabalho Menos conflitos pessoais Mais respeito por si próprio Melhor aspecto Na sociedade Diminui os custos dos sistemas de saúde e de apoio social Efeitos imediatos de beber Diminuição da coordenação motora, do equilíbrio, hipotensão, bradicárdia, paragem respiratória e morte Mau cheiro Mau hálito Estatuto social valorizado ou desvalorizado Ajuda a fazer amigos Ideia de independência e segurança Mais desinibido Efeitos a longo prazo de beber Aumenta fortemente o risco de vida Origina úlceras no estômago, rins e fígado emagrecimento, ansiedade, irritabilidade e agressividade, grande labilidade emocional, depressão com risco de suicídio Provoca dependência Diminui o orçamento pessoal Dificulta a capacidade de concentração e de trabalho no emprego ou na escola Origina conflitos com os outros Diminui a esperança de vida Aumenta os custos de saúde Diminui a produtividade das empresas (se for o caso) no país 41 Exercício 9: Em pares, enumere alguns dos motivos para os jovens continuarem e não continuarem a consumir droga e conduzirem. Motivos para continuar Motivos para não continuar Não gostar Curiosidade Pressão do grupo de amigos Consumir droga e conduzir Manter melhor forma física Ter mais dinheiro Necessidade de afirmação Facilitar a comunicação Ter melhor aspecto Evitar conflitos com pais, amigos, namorado(a) 42 Exercício 10: Em pares, preencha o quadro que se segue consoante a sua ideia em relação ao efeito de consumir e não consumir; efeitos imediatos e a longo prazo de consumir droga. Comentá-los com os restantes grupos. Efeito de NÃO consumir droga No organismo Na pessoa e nas suas relações com os outros Na sociedade Mais saúde e bemestar Melhor forma física Melhor qualidade de vida Mais dinheiro Mais sucesso na escola e no trabalho Menos conflitos pessoais Mais respeito por si próprio Melhor aspecto Diminui os custos dos sistemas de saúde e de apoio social Efeitos imediatos de consumir droga Efeitos a longo prazo de consumir droga Aumenta o ritmo cardíaco Produz ácido no estômago Estimula e depois deprime a actividade do sistema nervoso Ajuda a gerir o stress/descontrai mais Aumenta a tensão muscular Problemas respiratórios (favorece infecções) Aumenta fortemente o risco de vida Origina úlceras no estômago Mau hálito Mau cheiro Estatuto social desvalorizado Ajuda a fazer amigos É divertido Ideia de independência e segurança Mais desinibido Provoca dependência Diminui o orçamento pessoal Dificulta a capacidade de concentração e de trabalho no emprego ou na escola Diminui a esperança de vida Origina conflitos com os outros Aumenta os custos de saúde Aumenta os custos dos serviços sociais (baixas, reformas precoces) Diminui a produtividade das empresas (se for o caso) no país 43 ANEXO 4 “PEER Education Drive Clean” Uma Introdução à Formação de Educadores de Pares AVENTURA SOCIAL & SAÚDE 44 45 46 47 48 49 50 51 52 ANEXO 5 53 ANEXO 6 54 55 AVENTURA SOCIAL Faculdade de Motricidade Humana / Universidade Técnica de Lisboa www.fmh.utl.pt/aventurasocial/ www.aventurasocial.com EM PARCERIA COM: 56