UTILIZAÇÃO DO BAS 800 01 H NO MANEJO DAS PLANTAS DANINHAS PARA O PLANTIO DIRETO DE MILHO (Zea mays L.) MARINHO, J. F. (UNICAMP, Campinas/SP - [email protected], FOLONI, L. L. (UNICAMP, Campinas/SP - [email protected], JULIÃO, L. G. F. (UNICAMP, Campinas/SP [email protected], SOUZA, E. L. C. (UNICAMP, Campinas/SP [email protected]) RESUMO: A redução na produção de grãos de milho devido à competição das plantas daninhas com a cultura pode variar de intensidade, dependendo do ano agrícola, infestação de plantas daninhas e manejo de solo. O objetivo do presente trabalho foi o de avaliar a eficiência e seletividade da formulação BAS 800 01 H na operação de pré-plantio, antes da implantação da cultura do milho no sistema plantio direto. Foi empregado o delineamento experimental de blocos ao acaso com 6 tratamentos e 04 repetições, compreendendo cada parcela uma área de 4,0 x 5,0 m, perfazendo 20,0 m² de área tratada. Os dados médios de controle (%) foram comparados estatisticamente pelos testes F e Tukey a 5% (BANZATO & KRONKA, 1988; SBCPD, 1995). Os tratamentos utilizados foram: Saflufenacil (0,035 Kg ha1 ), Saflufenacil (0,050 Kg ha-1), Saflufenacil (0,070 Kg ha-1, Carfentrazone ethyl (0,050 L ha- 1 ), Flumioxazin (0,080 Kg ha-1) e testemunha. Os tratamentos herbicidas foram pulverizados em área total da parcela, empregando equipamento de precisão a gás carbônico (CO2), contendo 6 bicos de jato plano XR 110.015. Avaliou-se eficiência agronômica, fitotoxicidade e a altura da cultura. Os tratamentos apresentaram eficiência agronômica na maioria dos tratamentos e não foram constatados sinais de fitotoxicidade aparente e nem diminuição na altura da cultura. Concluindo que o presente experimento permitem recomendar o herbicida BAS 800 01H cujos resultados foram positivos, em aplicação de pós-emergência e em préplantio para a cultura do milho em Sistema de Plantio Direto. Palavras-chave: Zea mays, controle, plantas daninhas, plantio direto. INTRODUÇÃO Nos últimos anos, o mercado vem registrando alterações decorrentes de um novo setor demandante: o de bioenergia. Nos Estados Unidos, as usinas se multiplicam e cresce XXVIII CBCPD, 3 a 6 de setembro de 2012, Campo Grande, MS / Área 5 - Manejo integrado de plantas daninhas em culturas alimentícia 414 a demanda de milho para produção de etanol. O governo incentiva a produção de álcool de milho para substituir parte do petróleo. O Brasil é o segundo produtor mundial de milho, após os Estados Unidos, China e União Européia-25. De um total, contribui com 44 milhões, em uma ara estimada de 13.1 milhões de hectares divididos em 1° safra (verão) e Safrinha. (AGRIANUNAL, 2006). A produção mundial de milho em 2011/2012 é estimada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América (USDA) em 868, 06 milhões de toneladas, superior em 4,9% à safra anterior. Os EUA deverão colher em 2012 cerca de 313,92 milhões de toneladas. Já a produção brasileira de milho para a safra de 2011/2012 é estimada pelo IBGE, em 70,07 milhões de toneladas. O sistema plantio direto (SPD) vem se destacando como alternativa racional de cultivo do milho, soja, trigo, algodão, entre outros, e sua adoção pelos agricultores nos últimos anos tem crescido bastante. Dentre as diversas operações de cultivo, a de manejo das plantas daninhas em pré-plantio, normalmente conhecida como “dessecação” torna-se fundamental para o sucesso almejado no sistema. No Brasil, estima-se que a área implantada no sistema plantio direto esteja em torno de 22 milhões de ha (FEBRAPDP, 2004). Na produção agrícola, as plantas daninhas têm importante papel em virtude do seu grau de interferência (ação conjunta da competição e da alelopatia) imposta às culturas. A luta do homem contra as plantas daninhas que infestam as culturas é constante; a infestação de plantas daninhas é representada por muitas espécies, emergindo em épocas diferentes, dificultando sobremaneira o seu controle (SILVA & KARAM, 1995). A redução na produção de grãos de milho devido à competição das plantas daninhas com a cultura pode variar de intensidade, dependendo do ano agrícola, infestação de plantas daninhas, manejo de solo, etc. (BLANCO & ARAÚJO, 1976). Basicamente, o controle de plantas invasoras visa evitar que estas concorram com o milho durante o período crítico. Através da competição por água, luz, nutrientes e de ações indiretas como a hospedagem e a transmissão de pragas e doenças, as plantas ditas daninhas ocasionam perdas na produção do cereal. Tais perdas variam de ano a ano, conforme as condições climáticas e de propriedade a propriedade, em função das variações de solo, populações de invasoras, etc. Há diferentes métodos de controle dessas invasoras. (EMBRAPA, 1981). A busca de um novo produto para substituição tem incentivado novas pesquisas, das quais são sugeridos o Flumioxazin, o Carfentrazone e o Clorimuron-ethyl. Agora a BASF está lançando um novo produto que poderá também complementar o glifosato. XXVIII CBCPD, 3 a 6 de setembro de 2012, Campo Grande, MS / Área 5 - Manejo integrado de plantas daninhas em culturas alimentícia 415 O objetivo do presente trabalho foi o de avaliar a eficiência e seletividade da formulação BAS 800 01 H na operação de pré-plantio, antes da implantação da cultura do milho no sistema plantio direto. MATERIAL E MÉTODOS O presente experimento foi instalado no município de Bariri-SP, na fazenda Bananal, coordenadas latitude 22º02’43”S, longitude 48º43’43”w Gr e altitude 464m; em solo classificado como Latossolos Vermelhos (OLIVEIRA et al, 1999), com 5,3 g/dm3 de Matéria Orgânica e pH de 15,0. A área experimental foi instalada na cultura de milho, cultivar IAC – AL-34 (Lote IB 084/07), plantada em 29 de dezembro de 2007 em sistema plantio direto. A aplicação dos herbicidas em pré-plantio (manejo), constituiu-se de uma aplicação com os produtos testados 14 dias antes do plantio. O plantio foi efetuado com plantadeira de plantio direto, com uma densidade de 8 - 9 sementes/metro linear e profundidade de 5 cm. O espaçamento utilizado foi de 90 cm entre linhas. A adubação básica por ocasião do plantio foi de 508 kg/ha, da fórmula 06-24-16. Foi empregado o delineamento experimental de blocos ao acaso com 6 tratamentos e 04 repetições, compreendendo cada parcela uma área de 4,0 x 5,0 m, perfazendo 20,0 m² de área tratada. Os dados médios de controle (%) foram comparados estatisticamente pelos testes F e Tukey a 5% (BANZATO & KRONKA, 1988; SBCPD, 1995). Os tratamentos utilizados foram: Saflufenacil (0,035 Kg ha-1), Saflufenacil (0,050 Kg ha-1), Saflufenacil (0,070 Kg ha-1, Carfentrazone ethyl (0,050 L ha-1), Flumioxazin (0,080 Kg ha-1) e testemunha. Todos os tratamentos foram efetuados 14 dias antes do plantio, em pós-emergência total e em pré-plantio (operação de manejo), para implantação da cultura no sistema Plantio Direto. As plantas daninhas avaliadas na área experimental foram Cenchrus echinatus, Digitaria horizontalis, Chloris polydactyla, Sida cordifolia, Conyza canadensis, Portulaca oleracea, Acanthospermum hispidum, Bidens pilosa e Raphanus raphanistrum. Os tratamentos herbicidas foram pulverizados em 15 de Dezembro de 2007, em área total da parcela, empregando equipamento de precisão a gás carbônico (CO 2), da marca R&D Sprayers, provido de barra compensada, contendo 6 bicos de jato plano marca TT 110.015, espaçados entre si 0,50 m, promovendo 3,0 m de largura efetiva. O equipamento foi operado a 152,9 Kpa (1,53 Kgf/cm² ou 22,0 psi), empregando água como diluente e volume de aplicação de 120 L ha-1 (calibração efetuada no local, em função da velocidade do aplicador em relação a área trabalhada, aplicada nas parcelas testemunhas). Tais bicos, segundo seu fabricante Sprayng Systems CO. (USA), operando XXVIII CBCPD, 3 a 6 de setembro de 2012, Campo Grande, MS / Área 5 - Manejo integrado de plantas daninhas em culturas alimentícia 416 nessas condições, produzem uma pulverização com gotas de diâmetro mediano volumétrico (DMV) de 235 m e um espectro de gotas com diâmetros variando de 72 a 575 m, nos volumes acumulativos de 2% a 98% respectivamente (SPRAYNG Systems C.O.,1992 a e SPRAYNG Systems C.O., 1992 b). Avaliou-se a eficiência agronômica, em função do tipo de cultura e período de competição, efetuadas de forma visual aos 14 e 21 D.A.T. (dias após tratamento), fitotoxicidade à cultura foram realizadas de forma visual aos 14, 21 e 35 D.A.T. (dias após tratamento), conforme a escala EWRC (1964) e a altura da cultura, objetivou-se avaliar, de forma indireta, qualquer efeito adverso de fitotoxicidade induzida pelo uso dos produtos, que possa ter passado despercebido na avaliação visual da fitotoxicidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com os resultados de campo obtidos no presente ensaio, para aplicação dos herbicidas em pós-emergência das plantas daninhas e em pré-plantio da cultura do milho, implantada no sistema plantio direto, pode-se avaliar: - Relativos à Eficiência Agronômica: a) Cenchrus echinatus – De acordo com esses resultados os tratamentos com o BAS 800 01 H + Dash, nas diferentes doses, e os padrões utilizados, Aurora e Flumizin, não mostraram nenhum efeito no controle do C. echinatus, presente na área experimental; b) Sida cordifolia - A análise dos dados mostraram que BAS 800 01 H + Dash promoveu bom controle da guanxuma na menor dose e excelente na duas maiores. Os dois herbicidas padrões também mostraram bom nível de controle sobre esta espécie; c) Conyza canadensis - Conforme pode ser observado neste quadro, os tratamentos com o BAS 800 01 H a 0,035 e 0,050 Kg ha-1 e os padrões apresentaram bom nível de controle para a BUVA, sendo que a maior dose do BAS 800 01 H demonstrou controle total para esta espécie; d) Bidens pilosa - A análise destes dados mostrou que o BAS 800 01 H apresentou bom nível de controle aos 14 e 21 DAT, e este herbicida nas doses de 0,050 e 0,070 kg ha-1 bem como os padrões utilizados, mostram excelente nível de controle na avaliação final aos 21 DAT; e) Acanthospermum hyspidum - A análise destes dados mostraram que este herbicida foi pouco suscetível aos herbicidas BAS 800 01 H e aos padrões utilizados. Deve-se ressaltar que o estádio desta planta daninha estava bem desenvolvida, no florescimento, fato que pode ter contribuído para o não controle; Pode-se verificar ainda que não foram observados sinais de fitotoxicidade aparente para a cultura de milho para a cultivar implantada no sistema plantio direto. Do mesmo modo XXVIII CBCPD, 3 a 6 de setembro de 2012, Campo Grande, MS / Área 5 - Manejo integrado de plantas daninhas em culturas alimentícia 417 que o parâmetro altura não foi afetado negativamente pelos tratamentos herbicidas na avaliação efetuadas, igualando-se a testemunha não tratada, portanto sem demonstrarem efeito depressivo pelo uso de herbicida. CONCLUSÕES Os dados obtidos no presente experimento permitem recomendar o herbicida BAS 800 01H cujos resultados foram positivos, em aplicação de pós-emergência e em préplantio, tendo em vista a eficiência demonstrada no controle das principais plantas daninhas (específicas nas quais mostrou controle) e a segurança para a cultura do milho implantado no sistema Plantio Direto. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGRIANUAL. Anuário da Agricultura Brasileira. Instituto FNP. São Paulo-SP. Outubro 2006; 506p. BANZATTO, D.A.; KRONKA, S.N. Experimentação Agrícola: ESTATÍSTICA EXPERIMENTAL. Jaboticabal - SP. FUNEP. 1988, 247 p. BLANCO,H.G.; ARAUJO, J.B.M. Estudo sobre a competição de plantas daninhas na cultura do milho (Zea mays L.). IV- Determinação do período de competição. Arq. Inst. Biológico, São Paulo, 43 (3/4):105-114. 1976. EMBRAPA - Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos. Mapa de Solos do Brasil, 1981. EWRC (European Weed Researsh Council). Report of 3rd and 4th meetings of EWRC – Comittee of Methods in Weed Research. Weed Res., 4(1): 88, 1964. FEBRAPDP. Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha. 2004. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA. Levantamento sistemático da produção agrícola. Indicadores IBGE, Brasília, 2012. Disponível em http://www.ibge. gov.br. Acesso em 16 de Abril de 2012. OLIVEIRA, J.B., ALMEIDA, C.L.E., PRADO, H. Mapa pedológico do Estado de São Paulo – Secretaria da Agricultura de São Paulo – IAC. Embrapa Solos. Rio de Janeiro, 1999. 64p. SILVA, J.B.; KARAM, D. Controle de plantas daninhas nos sistemas de produção de milho. O ruralista, Belo Horizonte, v. 32, n. 421, p. 4-9, 1995. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS (SBCPD). Procedimentos para instalação: Avalição e Análise de Experimentos com Herbicidas. Londrina, PR, SBCPD, 1995, 42 p. XXVIII CBCPD, 3 a 6 de setembro de 2012, Campo Grande, MS / Área 5 - Manejo integrado de plantas daninhas em culturas alimentícia 418 SPRAYING SYSTEMS CO. Data Sheet , nº 11825-44M e 12135-113 M. WHEATON - USA. 1992. 4 p. a. SPRAYING SYSTEMS CO. Data Sheet , nº 137043 - 1 M. WHEATON - USA. 1992 b. USDA - United States Department of Agriculture. Disponível em: http: www.usdabrazil.org.br. Acesso em 17 de abril de 2012. XXVIII CBCPD, 3 a 6 de setembro de 2012, Campo Grande, MS / Área 5 - Manejo integrado de plantas daninhas em culturas alimentícia 419