Dissertação de
Mestrado
1
2
A Implementação do Curso
de Qualificação Profissional
Básica em Microinformática:
Um Estudo de Caso
3
Objetivos
• Caracterizar o Curso da QPBM no
CEFET-SP.
• Delinear as Circunstâncias.
• Relatar Experiências.
• Levantar dados iniciais para uma
comparação dos resultados com o:
– Critério da eficácia do PLANFOR – Plano de
Qualificação do Trabalhador do MTb.
4
Objetivos
• Verificar se de fato o eixo da informática é o
maior atrativo para a procura da QPBM.
• Verificar como os alunos avaliaram:
– Disciplinas de Habilidades Básicas
– Disciplinas de Habilidades Específicas e de
gestão.
5
Objetivos
• Levantar alguns questionamentos para
reflexão sobre a visão dos diversos
agentes envolvidos na QPBM, com base
nos referenciais teóricos e no questionário.
• Apresentar Propostas para o
Replanejamento do Curso de QPBM do
CEFET-SP.
6
Justificativa
• A SEFOR do MTb tem um projeto para
qualificação profissional:
– Visa a Recuperação e a Valorização da
Competência Profissional do Trabalhador,
que não seja uma questão de desempenho
técnico, mas também de cidadania.
SEFOR (1995, p. 8-9)
7
Justificativa
• O Estudo da implementação da QPBM no
CEFET-SP, é importante porque permite:
• Reflexão sobre a Qualificação profissional
• Reformulação no projeto da CFPB,
ajustando-o, se necessário, ao PLANFOR,
– Onde a educação básica e a formação profissional
são objetivos de absoluta prioridade num projeto de
desenvolvimento com justiça social
(SEFOR, 1999b, p.5)
8
Plano Nacional de
Qualificação do
Trabalhador
• O PLANFOR tem por objetivo construir,
gradativamente, oferta de educação
profissional permanentemente para
qualificar ou requalificar, a cada ano pelo
menos 20%, cerca de 14,2 milhões, da
População Economicamente Ativa — PEA.
(SEFOR, 1999b, p.6)
9
Estrutura Ocupacional
• PEA – População Economicamente Ativa
 é a que exerce atividade remunerada e
por meio dela consegue sua subsistência.
Abrange as pessoas de ambos os sexos
com idade igual ou superior a 10 ou 15
anos (dependendo do país).
• Exclui-se pessoas que não exercem
atividades remuneradas, como crianças,
os velhos, os inválidos, as mulheres que
se dedicam aos afazeres domésticos.
(Hirome Nakata 1988, p. 145)
10
População
Economicamente Ativa
— PEA
•
A PEA brasileira tem cerca de 71
milhões de trabalhadores maiores de 14
anos, ocupados e desocupados, no
mercado formal e informal.
(SEFOR, 1999b, P.6)
11
Perfil da PEA
•
•
•
•
Mulheres  24%
Raça Negra  6%
De 14 a 21 anos  25% (Jovens e adol.)
De 22 à 49 anos  58%
(SEFOR, 1998b, p.19)
12
Faixa etária entre
22 e 49 anos
– Concentra a maioria da PEA
– É o grupo que possui o maior
potencial para inserção no mercado
do trabalho,
– Mais baixos índices de escolaridade,
• Que limita sua empregabilidade.
(SEFOR, 1998b, p.19-20)
13
PEA Brasileira
• Em média menos de 4 anos de estudo,
• Cerca de 20% de analfabetos declarados
ou funcionais
(SEFOR, 1997, p. 24).
14
Perfil de Escolaridade da
PEA
• É vexatório, menos de quatro anos de
estudo, é uma das mais baixas taxas
do mundo industrializado.
• Vexame que se torna calamitoso à
medida que o Brasil se destaca como
uma das 10 maiores potências
econômicas mundiais.
(SEFOR, 1997, p. 28)
15
Ao referir-se aos
objetivos do PLANFOR
• Maria Ciavatta Franco,
– Doutora em ciências humanas e
– Professora titular em trabalho e
educação da Faculdade de Educação
da Universidade Federal Fluminense,
• ressalta que:
16
• No contexto brasileiro, onde a
educação básica tem se deteriorado
nas últimas décadas, e por tradição, a
formação técnico-profissional tem sido
decidida no campo técnicoempresarial, o mercado 
esta concepção é ambígua e tende a
reduzir a educação ao atendimento
às necessidades do mercado de
trabalho e à lógica empresarial.
(Frigotto, et. al. 1998, p. 106)
17
Qualificação?
• A maioria dos autores utilizam o termo
sem sua explicitação teórico-conceitual.
• Visão taylorista-fordista da produção
• Qualificação/desqualificação e
requalificação são tratadas
dicotomicamente ou formalmente e não
dão conta das diferenciações internas
ao processos produtivos.
Machado apud Frigotto, 1998
18
• A dimensão profissional amplia-se:
– Na perspectiva da construção de
competências técnicas abrangentes,
– competências organizacionais/metódicas,
– comunicativas, sociais e
comportamentais
• As primeiras, embora técnicas, são
predominantemente intelectuais, e
objetivam o exercício do "aprender a
pensar" e "aprender a aprender",
(Deluiz, 1995, p. 19199)
As Mudanças e os Desafios
do 3o Milênio
• Transformações 
– Movidas a Tecnologia e Automação
• Postos de Trabalho 
– Diminuição e
– Características mudando
rapidamente
20
O Desemprego: O que
Pensam Alguns Intelectuais
• É um dos Grandes Desafios do novo
milênio.
• Para enfrentar o desemprego 
– Repensar a formação profissional.
• Mas que Formação Profissional?
– Que conhecimentos?
– Para que Trabalho?
21
Complexidade para Avaliação
das Mudanças em Curso
22
Desemprego
• O economista Jeremy Rifkin
no seu livro: “O Fim dos
Empregos” denuncia o
aumento dramático do
desemprego.
• É um erro achar que as
próximas gerações estarão
treinadas para assumir os
novos empregos da Era da
Informação.
23
Desenvolvimento
Sem Trabalho
Drástica redução dos horários.
Uma melhor distribuição dos frutos do
Progresso tecnológico.
Criação de um novo equilíbrio entre o
tempo de trabalho e o tempo livre.
Concedendo a todos uma vida mais
tranqüila e uma atividade mais gratificante.
(Masi, 1999a, p. 63)
24
Desenvolvimento
Sem Trabalho
• Incrível capacidade das novas tecnologias
em substituir o trabalho humano.
• Custo decrescente dos produtos.
• Real possibilidade de trabalhar menos
produzindo e ganhando mais.
• Na Alemanha, entre 1950 e 1975, o poder
aquisitivo por habitante quadruplicou,
enquanto a jornada de trabalho diminuiu
(Masi, 1999a, p. 63)
23%.
25
No entanto,
o Sociólogo conclui:
• O resultado mais temível é que pelo menos
por alguns decênios cresça o desemprego e,
com ele:
– a violência,
– a ilegalidade,
• Que fariam pensar na decomposição da
velha sociedade mais do que no nascimento
(Masi, 1999b, p. 224)
de uma nova.
26
visão de futuro
• A Clareza de Visão é de Valor Social e
Político.
• Quando uma sociedade é batida por duas
ou mais ondas gigantes de mudanças o
futuro apresenta-se obscuro, gerando
extrema dificuldade em definir-se o
sentido das mudanças e conflitos surgem.
27
Educação e Crise do
Trabalho: Perspectivas de
Final de Século
• Gaudêncio Frigotto
– Doutor em Educação.
Professor titular em
economia política da
educação da Faculdade de
Educação da Universidade
Federal Fluminense.
28
Perspectivas
• Destruição de postos de trabalho.
– síndrome do desemprego estrutural
• Precarização (flexibilização) do trabalho,
vinculada, com a abolição dos direitos
sociais duramente conquistados pela
classe trabalhadora.
• Este processo dá-se pela conjugação da
globalização excludente, que amplia o
desenvolvimento desigual, e pelo
monopólio privado da ciência e tecnologia.
(Frigotto, et. al. 1998, p. 41)
• Rápido deslocamento de investimentos
produtivos de uma para o outra parte do
mundo (desterritorialização do capital) para
buscar vantagens nas taxas de lucro.
• Aumenta exponencialmente a intensidade do
capital morto e a conseqüente diminuição do
capital vivo, força de trabalho.
• Desmobilização e diminuição do poder
sindical que se vê forçado a negociar direitos
conquistados por uma garantia mínima do
emprego. Amplia-se, neste contexto, a
possibilidade de superexploração da força de
trabalho.
(Frigotto, et. al. 1998, p. 42)
Ideologia Capitalista
• A divulgação do conhecimento com a
capacitação profissional para solução do
desemprego é na realidade 
uma ideologia capitalista para
maior produtividade e
competitividade
(Frigotto, et. al. 1998)
31
Michael Apple fala
à Linhares e Garcia
“Dilemas de um Final de
Século: O que Pensam os
Intelectuais” é um dos frutos do
pós-doutorado na Europa e nos
Estados Unidos de
Célia Frazão Linhares e
Regina Leite Garcia
32
A lógica Capitalista do
Ganha-Perde
• Quando vou às favelas do Brasil lembro
que, para existir riqueza "aqui" tem de
haver pobreza "lá", no Brasil.
• As pessoas um pouco mais favorecidas
precisam compreender — todos nós,
inclusive nossos professores — que, para
elas terem alguma coisa, outras não terão
nada.
(Linhares & Garcia, 1996, p. 105)
33
A lógica Capitalista
• Conhecer toda a história do capitalismo:
– saber que, nos EUA embora ele pareça
funcionar para alguns, também exige o
empobrecimento de terceiros em outras
regiões do mundo.
(Linhares & Garcia, 1996, p. 112)
34
O Desemprego e o Grau de
Escolaridade no Brasil
Índice de Desemprego em Função da Escolaridade
12%
Desemprego
10%
8%
6%
4%
2%
0%
0
Fonte: Ipea, 1998
5
10
15
20
A nos de E s tudo
35
36
Organização das Nações Unidas
para Educação, a Ciência e a
Cultura
Relatório de Indicadores
Educacionais
37
UNESCO
Relatório de Indicadores
Educacionais
• Diploma Universitário Garante Salário de
até 474% mais alto, no Brasil.
• Quanto maior o nível de formação maior
é a possibilidade de emprego e de salário
mais elevado.
• O relatório confirma o resultado da
pesquisa do Ipea.
29 de fevereiro de 2000
38
Caso Wapsa
• A Wapsa decidiu implantar um controle
estatístico de processo na produção.
• A decisão emperrou. "Imaginamos o
telhado da casa esquecendo que ela
precisa de paredes", diz o alemão
Thomas Frank Tichauer, diretor-geral da
subsidiária brasileira.
39
Caso Wapsa (conclusão)
• Os operários nunca tinham ouvido falar de
estatística.
• Ensina-se estatística. Outro engano. Eles também
não tinham noção de matemática.
• Vamos, então, começar pela matemática, sugeriu
alguém. Mais um fiasco.
• Conclusão: além do treinamento específico, a
Wapsa passou a alfabetizar seus funcionários, ao
mesmo tempo que adotou como limite mínimo de
escolaridade para a admissão a oitava série.
(Revista Exame, 1994)
40
Distribuição de Renda
• Michel Camdessus ex-diretor-gerente
do FMI, disse:
• Embora nós tenhamos enfrentado o
desafio da mais severa e mais extensa
crise desde que nossas instituições
existem, seu custo humano tem sido
imenso e podemos precisar de mais
alguns anos para resolver esses
(Simonetti, 1999, p. 143)
problemas.
41
Desigualdade Social
Sucesso Desigual
O crescimento da renda familiar
"per capita" na Região
Metropolitana de São Paulo entre
1994 e 1998 mostra que os pobres
enriquecem mais lentamente
do que os ricos
+
24%
Pobres
+
37%
Ricos
Fonte: Fundação SEADE
Figura 1.4.1.1 -O crescimento da renda familiar "per capita"
entre 1994 e 1998
42
País
Brasil
20% mais Ricos
20% mais pobres
27,3
EUA
8,9
Japão
4,3
Hungria
3,2
Fonte: Banco Mundial, "Relatório Sobre o Desenvolvimento Mundial",
1992. PNAD 1990 e Fundação IBGE, Senso Demográfico 1991. Tabela
Elaborada, "Conjuntura Econômica", março, 1993
43
Relatório do BID
• Documento  Progresso Econômico e
Social na América Latina-2000, publicado em
07/05/00.
• Indicadores econômicos e Sociais da
América Latina nos últimos 50 anos.
• A América Latina é a região com a maior
concentração de renda do mundo, e o Brasil
é o país com a pior distribuição de renda
dentro dessa região.
Folha de São Paulo, 3o caderno, 08 de maio, 2000, p.1
44
Evolução do PIB na AL
Fonte: BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, 2000
45
O PIB na AL já foi Melhor
• Na década de 50 era o maior entre todo
o mundo em desenvolvimento
• Hoje:
– Perde para a Europa Oriental, Oriente
Médio e Leste Asiático.
– Só fica a frente da África e países mais
pobres da Ásia.
46
¼ da Renda Nacional para
5% da População
• Na América Latina, um quarto da renda
nacional vai para 5% da população.
• Países Asiáticos, os 5% mais ricos
recebem em média 16% da renda.
47
Educação na América
Latina
• Anos 60  3,2 anos
• Anos 90  5 anos
– População acima de 25 anos
– Valores médios
48
CEFET-SP
• Centro Federal de Educação Tecnológica
de São Paulo.
• 90 Anos de Tradição em Educação
Tecnológica.
• A mais bem-sucedida experiência que
articula formação geral de base científica
com o trabalho produtivo.
Dermeval Saviani (1999, p.216)
49
CEFET-SP
Centro Federal de Educação
Tecnológica de São Paulo
• 23 setembro 1909  Escola de
aprendizes e artífices
– tornearia mecânica, eletricidade e oficina
de artes decorativas
• 1942 transforma-se em Escolas
Técnicas
– O ensino deixa de ser primário para tornarse secundário
• 18/01/1999 transforma-se em CEFET
50
51
52
Projeto Pedagógico do
CEFET-SP
• O objetivo deste novo projeto pedagógico é
orientar as ações para a construção de
uma escola comprometida com a
transformação da sociedade e o respeito à
cidadania, contribuindo, assim, para a
formação social e crítica do ser humano,
proporcionando formas de intervir no
processo de produzir cultura e
conhecimento, que deverão ser a razão do
(CEFET-SP, 1999a)
ensino.
53
O CEFET-SP oferece,
atualmente:
1. Educação Básica em Nível Médio
• Ensino Médio
54
1. Educação Profissional
• Ensino Básico destinada a jovens e
adultos que não tiveram acesso ou
continuidade ao sistema formal de
educação na idade própria. A QPBM foi o
primeiro projeto implantado.
• Ensino técnico concomitantemente com o
ensino médio para alunos que tenham
cursado, no mínimo, a 1a série do ensino
médio,
• Ensino técnico, para alunos que tenham
concluído o ensino médio,
55
1. Educação Tecnológica à nível de 3o
grau
• Curso de Tecnologia Industrial com
ênfase em Automação da Manufatura
e Controle de Processos.
56
Educação e Qualificação
Profissional
• Pensar uma educação e uma formação
profissional que desenvolva
– habilidades, atitudes e valores,
• para ajustar o país à realidade da
globalização e da reestruturação produtiva,
• e que diminua a dívida social, inserindo o
trabalhador no processo sócio-cultural e
político.
(SEFOR, 1997, p.28)
57
A Educação do Adulto um
Processo Permanente
• A educação não é mais
considerada como
indispensável à preparação
para a vida, mas como uma
dimensão de vida, por se
caracterizar pela aquisição
contínua de conhecimentos e
pelo reexame incessante de
conceitos.
(Barroso, 1998, p. XV)
58
A Educação do Adulto
• Diferente das convencionais utilizadas
no processo de escolarização regular
• E que ocorram em outros espaços
educativos, além das salas de aula de
uma escola.
(Barroso, 1998, p. XV).
59
A Educação do Adulto
• Desenvolvimento do conhecimento
• Elevar o nível cultural,
• Tem outro objetivo:
– Garantia de participação mais ativa dos
adultos na vida cultural, fortalecendo a
identidade cultural da Nação.
(Barroso, 1998, p. XVIII).
60
A Educação do Adulto
• A educação de adultos, além de seu
aspecto social, cultural, econômico,
• tem como toda educação seu aspecto
político:
– Esta dimensão tem importância na
"instrumentalização" do cidadão para as
transformações sociais.
(Barroso, 1998, p. XIX).
61
A Educação do Adulto
• Universalmente, a
escolarização infantil
não se pode fazer sem a
simultânea campanha de
alfabetização e educação
dos adultos.
(Pinto,1997, p. 81-82)
62
O Ensino Noturno: Valorização,
Ponto a Ser Resolvido
• Os alunos dos cursos noturnos
são, em sua maioria, de origem
mais modesta do que os alunos
do período diurno.
• O período noturno é reservado
para "os filhos de trabalhadores
manuais, sendo eles mesmos já
trabalhadores regulares". (Carvalho, 1997, p. 33-34)
63
O ensino Noturno
• A escola é quase que exclusivamente
um "aparelho de distribuição" dos
indivíduos em categorias sociais
predeterminadas.
• Favorece os já favorecidos, exclui,
repele e desvaloriza os já
desfavorecidos.
(Carvalho, 1997, p. 19)
64
O ensino Noturno
• Os professores parecem
amarrados por verdades
eternas, visualizadas num ciclo
que explica por si só que o
fracasso e a evasão são
decorrentes do cansaço,
malandragem do aluno.
(Laterza, 1994, p. 82)
65
A Escola
• Transmite o material num
contexto que é tipicamente
distante daquele onde será
finalmente utilizado.
• A escola é, em grande parte, um
ambiente "descontextualizado".
Howard Gardner (1999, p.30)
66
Critério de Avaliação do
PLANFOR
• Eficácia 
• Obtenção ou Manutenção do Trabalho,
• Geração ou Elevação de Renda,
Ganhos de Produtividade e Qualidade,
• Integração ou Reintegração Social.
67
Eficácia
• Realidade Concreta do Aluno.
• Não há indicadores padronizados a
esse respeito, devendo ser construídos
e devidamente justificados para as
diferentes realidades regionais.
68
Protocolo da Educação
Profissional
• Termo de cooperação técnica entre:
• Ministério da Educação e do Desporto
– Secretaria da Educação Média e
Tecnológica — SEMTEC, e o
• Ministério do Trabalho e Trabalho,
– Secretaria de Formação e
Desenvolvimento Profissional — SEFOR.
69
Protocolo da Educação
Profissional
• Desenvolvimento de atividades que
permitam a atuação conjunta na
formulação de políticas e implantação
de programas e projetos que
operacionalizem a política de educação
profissional.
(MEC/MTb, 1996, p. 32)
70
QPBM
• A idéia de implantação de um curso de
qualificação profissional no CEFET-SP
surgiu em 1997, de um grupo de
professores do CEFETS-P que
acompanharam o Programa Integrar.
71
Projeto Integrar
• Proposta educacional de cunho
experimental desenvolvido pela CNM/CUT
com a cooperação pedagógica da
– PUC/SP, CESIT/UNICAMP, COPPE/UFRJ e o
DIEESE.
• Qualificação para jovens e adultos
trabalhadores, conjugando formação
profissional e certificação do ensino
fundamental.
72
QPBM no CEFET-SP
• Assegurar a adultos e jovens, uma
oportunidade educacional apropriada e
diferenciada que conjugue:
– Qualificação profissional,
– Certificação do ensino fundamental e
– Construção da cidadania.
• Permitindo a ampliação das possibilidades
de inserção/reinserção do aluno no sistema
produtivo e na sociedade.
73
QPBM
• 4 módulos com duração de um semestre
de 16 semanas cada.
• O primeiro módulo é básico.
– Dificuldades acentuadas na escrita, na
capacidade de abstração e no pensamento
lógico.
• Os três módulos seguintes, somam uma
carga horária de 720 horas (960
horas/aula), distribuída em áreas temáticas
básicas, específicas e de gestão.
74
Disciplinas por Habilidades
LI - Língua Inglesa
Inglês
CA - Comunicação e Arte
Português
G T - Gerenciamento Tecnológico
Habilidades de Gestão
MBA - Matemática
Matemática Básica e Aplicada
CT - Ciência e Tecnologia
Física, Química, Biologia
SC - Sociedade e Cultura
História, Geografia Social,
Ética e Cidadania
Habilidades Básicas
Figura 4.1 - Agrupamento das Disciplinas da QPBM por Áreas
Temáticas e Habilidades
QP - Montagem, Manutenção,
Configuração e Instalação de PCs
INF - Informática
Habilidades Específicas
75
Certificação
• Certificado de Conclusão:
• Do Ensino Fundamental e de Qualificação
profissional,
– e estará apto a realizar trabalhos compreendidos,
segundo a Classificação Brasileira de Ocupações
— CBO, no subgrupo 8-5 - Eletricistas,
Eletrônicos e Trabalhadores Assemelhados.
76
CBO - Classificação Brasileira
de Ocupações
• Classificação de Ocupações que foi
adotada pela Fundação SEADE —
Sistema Estadual de Análise de Dados.
– Coleta, tratamento e análise dos dados
estatísticos sobre a força de trabalho e o
respectivo mercado.
77
Experiência Pedagógica:
Karaokê, Uma Atividade Lúdica
• Tem um poder muito grande
de fascinar aqueles que com
ela se envolvem,
• É definida basicamente pela
alegria, pelo prazer de sua
vivência,
• Provoca a evasão da vida
(Morais, et. al. 1994, p. 60-61)
real.
78
Atividade Lúdica
• Currículos Organizados nas
Linhas do Prazer:
(Alves, 1984, p. 106)
79
Currículos
• Que falassem das coisas belas,
• Que ensinassem Física com as
estrelas, pipas, os piões e as bolinhas
de gude,
– Química com a culinária,
– Biologia com as hortas e os aquários,
– Política com o jogo de xadrez, que
houvesse a história cômica dos heróis, as
crônicas dos erros dos cientistas.
(Alves, 1984, p. 106)
80
Karaokê
• A participação voluntária, interessada e
a vontade de aprender dos alunos
permitiu o desenvolvimento de uma
série de conceitos relacionados à área
da informática, com base no software
Real Orche da Creative
81
Experiência
Pedagógica
• Houve períodos de descontração, alegria,
perguntas, descobertas e uma maior
aproximação entre educador e educando.
Por que a experiência foi um sucesso?
– Porque a alegria do estudo está na pura
gratuidade, estudar como quem brinca, estudar
como quem ouve música.
(Alves, 1984, p. 104)
82
Conceitos da Informática
Desenvolvidos
• Compactação e descompactação de
arquivos,
• Taxas de transferência e cálculos para se
determinar quanto tempo leva a
transferência de arquivos.
• Tecnologia de pesquisa, navegadores,
"sites", entre outros.
83
Conceitos da Informática
Desenvolvidos
• Instalação de programas.
• Criação de pastas e gerenciamento de
arquivos,
• Navegação, que requer coordenação
motora para operação do mouse.
• Tudo de forma aplicada sem perder o
ambiente favorável do lúdico.
84
Rumos da QPBM no CEFETSP
• No dia 18 de Agosto de 1999 o
Ministério da Educação publicou no
diário oficial a portaria 65 que impede a
certificação de escolaridade do Ensino
Fundamental no curso de Qualificação
Profissional Básica em Microinformática
pelo CEFET-SP. Não foram abertas
inscrições para a 2a turma de 1999.
85
Rumos da QPBM
• Novo programa de qualificação:
– Operador de Máquinas Operatrizes
– Habilidades básicas e de gestão de 45
horas/aula,
– Específicas de 135 horas/aula,
– Total de 180 horas/aula ou 135 horas, em nove
semanas.
86
Contradição
• É bom lembrar que, 20% da PEA está
na condição de analfabetismo funcional,
e que são cerca de 71 milhões de
"cidadãos" que não chegam a
completar quatro anos de estudo.
(SEFOR, 1997, p. 24)
87
Pobreza Política
• É um problema mais profundo que a
carência material; passar fome é grande
injustiça, mas é injustiça ainda maior não
chegar a perceber que a fome é produzida e
imposta; pobre que sequer sabe que é
pobre e, sobretudo, que não atina para a
pobreza como injustiça, e não tem como sair
da pobreza; ou espera a solução dos outros,
mormente dos privilegiados.
Pedro Demo (1996)
88
Os Intelectuais
• Imagem de progressista, pois ele espraia
idéias novas, reverbera críticas sociais
interessantes, perscruta horizontes
desconhecidos e assim por diante.
• Trata-se, na verdade, de uma imagem
muito errada.
• É especificamente, um truque intelectual,
pois não tem coerência com sua prática.
(Demo, 1996, p.89)
89
Imagem de
Progressista
• Fazer imagem de progressista, para na
contraluz, praticar o conservadorismo, é
um golpe intelectual dos mais eficazes.
(Demo, 1996, p. 90-91)
90
O Intelectual Está a
Serviço do Sistema
• Moacir Gadotti concorda com a
afirmação de que o intelectual está a
serviço do sistema e pensando ser
mais esperto, é suplantado pelo
sistema vigente.
• A crítica sem prática incute a idéia de
democracia nas idéias.
(Demo,1996, p.91)
91
O Intelectual Está a
Serviço do Sistema
• Explicação possível para as contradições
entre:
O mundo das idéias
X
A prática exarada na portaria 65 que impede
a certificação de escolaridade do Ensino
Fundamental no curso de QPBM do
CEFET-SP
92
Metodologia do Trabalho
• Pesquisa com os alunos formados da
primeira turma da QPBM do CEFET-SP.
• Do universo de quatorze formados, 10
responderam a pesquisa
• Perguntas fechadas (múltipla escola e
dicotômicas) e perguntas abertas.
93
Resultados
• Observou-se que todos os alunos que
procuraram o CEFET-SP buscavam:
A certificação do Ensino Fundamental
e
A Qualificação Profissional.
• Não foi considerado o respondente que já
possuía o certificado do fundamental,
somente nesta questão.
94
Resultados
• Os alunos tinham a noção, quando
iniciaram o curso, de que somente a
qualificação — aprender
microinformática, sem a certificação do
fundamental, não atenderia a crescente
demanda do mercado em mão-de-obra
com maior grau de escolaridade.
95
Resultados
• Outro dado interessante que revela a
noção que o aluno tem sobre as
questões que envolvem a educação e
mercado de trabalho é que a maioria,
nove alunos, pretende cursar o ensino
médio e, oito o ensino superior,
• lembrando que a menos de dois anos
atrás, esses mesmos alunos, não
possuíam sequer o ensino fundamental.
96
Resultados
• Integração e reintegração social,
• houve unanimidade, todos respondentes
disseram que o curso ajudou.
97
Resultados
• A1 - Os meus filhos me respeitam mais. Eu
não podia ajudar nas lições de casa deles,
tinha muita vergonha. Agora não.
• A2 - Os meus colegas de trabalho me
tratam melhor, eu sou valorizada. Quando
meus patrões souberam que eu estava
estudando passaram a me tratar melhor.
• A3 - Sinto-me segura no meio da sociedade
por este enriquecimento cultural e motivada
a seguir nos estudos.
98
Resultados
• A4 - Porque eu não fazia nada, só servia
pedreiro e hoje conserto computadores em
casa e ganho até 5 vezes o que ganhava
antes.
• A5 - Aumentou minha segurança
profissionalmente e socialmente.
• A6 - Acordei para a vida, a família apoiou a
volta à escola. E sendo a Federal melhor
ainda, as pessoas se admiraram quando
falei que estava estudando.
99
Desempregados no Início do
Curso
4
Reinserção
3
Trabalham no Subgrupo 8.5
1
Continua
Desempregado
6
Desempregados
1
Não Procurou Trabalho
Figura 5.2.1 - Situação Atual dos Alunos que Estavam
Desempregados no Início do Curso.
100
Benefícios Obtidos com o
Curso da QPBM
101
Habilidades Específicas
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Ótima
Boa
Regular
Má
Péssima
102
Habilidade Básicas
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Ótima
Boa
Regular
Má
Péssima
103
Recursos de Ensino
104
Considerações Finais
• Como avaliar os resultados da educação
em termos da melhoria da qualidade de
vida ou do despertar para a cidadania?
• Certamente não é apenas um processo
técnico. A questão política também deve
ser considerada, e é eminente no caso do
objeto do nosso estudo: a Qualificação
Profissional Básica, que é um programa de
política social.
105
Considerações Finais
• A avaliação qualitativa deve levar em conta
principalmente a qualidade de vida atingida e
o envolvimento dos educandos nas questões
políticas e sociais.
106
Algumas Propostas para
QPBM:
• Em função da experiência adquirida
ministrando no curso de QPBM, é
possível lançar algumas propostas.
107
Proposta 1
• Viabilizar e incentivar a participação dos
professores das disciplinas específicas
num projeto interdisciplinar com o grupo
de professores de habilidades básicas.
108
Proposta 2
• Solicitar recurso do FAT para equipar os
laboratórios. É necessário um número
bem maior de equipamentos num
ambiente apropriado para os
laboratórios.
109
Proposta 3
• Qualificação para os professores que
trabalham a QPBM.
110
Proposta 4
• Deve-se procurar manter o quadro de
professores que trabalham na QPBM.
111
Proposta 5
• É necessário pelo menos 05 aulas
semanais de Montagem, Manutenção e
Configuração de Computadores Pessoais
– 02 teóricas e 03 práticas.
• Quando da elaboração do projeto de
implantação da QPBM não havia uma
experiência anterior que balizasse e
dosasse o conteúdo para o público alvo.
112
Proposta 6
• Pressionar politicamente a SEMTEC,
por intermédio da SEFOR, para que
seja revogada a portaria n. 65 de 18 de
agosto de 1998.
113
Proposta 7
• Assinar Convênios de parceria
114
Proposta 7a
• Convênio com a APM do CEFET-SP
• Tem por objetivo a criação de uma
assistência técnica de computadores
nas dependência do CEFET-SP,
• para prestação de serviços de
informática, pelos alunos da QPBM.
115
Proposta 7b
• Convênio de parceria com os Sindicatos
– Obter recursos financeiros necessários para
condução, alimentação, entre outros, para os
alunos do curso da QPBM.
– Selecionar e matricular seus trabalhadores
sindicalizados na QPBM.
– Apoiar a colocação e recolocação dos
trabalhadores no postos de trabalho da
informática.
116
Proposta 7c
• Convênio com o CIEE e o CIEE-C tem por
objetivos:
• Oferecer oportunidade de estágios aos
alunos da QPBM.
• Oferecer os serviços da assistência
técnica em informática às empresas.
• Celebrar convênios com assistências
técnicas da comunidade para repasse
dos serviços mais difíceis ou falta de
recursos para suas realizações.
117
Proposta 8
• Criação da Gerência de Formação
Profissional Básica
118
Proposta 9
• Aumentar a carga horária da disciplina
da Língua Inglesa — LI, com enfoque na
informática e Internet
119
Proposta 10
• Alteração no conteúdo da disciplina de
informática, que daria maior ênfase à
navegação na Internet,
– diminuindo o tempo gasto com os aplicativos.
Os aplicativos deveriam ser utilizados de
forma intensa como ferramenta em todas as
disciplinas, deixando de ser trabalhados numa
disciplina em específico.
120
Proposta 11
• Criação de incubadoras de empresas
de base tecnológica.
– As incubadoras teriam a função de apoiar
a transformação dos alunos da QPBM, em
empresários que através de pequenas
empresa estariam criando novos
empregos.
121
122
Download

A Implementação do Curso de Qualificação Profissional