EDITORA PEIRÓPOLIS LANÇA “NUM TRONCO DE
IROKO VI A IÚNA CANTAR”, DE ERIKA BALBINO
Acompanhado de CD de áudio com a contação da história e músicas de capoeira, livro apresenta
para as crianças seres lendários das culturas cabocla, negra e indígena
FICHA TÉCNICA
Título: Num tronco de Iroko vi a Iúna
cantar
Autor: Erika Balbino
Ilustrador: Alexandre Keto
Páginas: 80
Formato: 21x26 cm
ISBN 978-85-7596-329-6
Preço: R$49,00
A Editora Peirópolis lança, no próximo dia 24 de maio, na Livraria da Vila (Rua
Fradique Coutinho, _915 - São Paulo, SP), o livro-CD infantojuvenil “Num tronco
de Iroko vi a Iúna cantar ”. Escrito por Erika Balbino e ilustrado pelo grafiteiro
Alexandre Keto, a publicação aproxima as crianças da capoeira por meio de
figuras lendárias das religiões de matriz africana, que marcaram profundamente o
desenvolvimento da cultura brasileira.
Num tronco de Iroko vi a Iúna cantar narra a história dos irmãos Cosme,
Damião e do pequeno e levado Doum, que um dia encontram com um menino
chamado Pererê e, por meio dele e de muitos outros amigos que vão se juntar a
eles nessa fábula, percorrem caminhos mágicos e descobrem os segredos e
artimanhas da arte chamada de capoeira. Com Pererê, a índia Potyra, Vovô
Joaquim e outros seres lendários das culturas cabocla, negra e indígena, os três
vão ao encontro do grande guerreiro Guariní, ou Ogum Rompe-Mata, capaz de
ajudá-los a combater Ariokô e aqueles que fizeram a Mãe-Terra tremer de dor
pelo desmatamento.
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Erika Balbino revela a força da cultura africana em uma de suas manifestações
mais populares ao narrar com maestria o encantamento e o deslumbramento dos
protagonistas meninos ao desvendarem os poderes e os mistérios da capoeira, e
de como essa prática tem o poder de falar com todas as pessoas. Uma luta, uma
dança, um jogo, uma arte.
Ariokô, o ser irracional que os meninos irão combater, deseja usá-la como arma
de sua vaidade, que funciona como uma cortina negra não o deixando perceber o
poder acolhedor da capoeira, bem como todo o mal que a vaidade dos homens
causa a Mãe Terra.
No prefácio, o professor de Jornalismo da USP, coordenador do CELACC (Centro
de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação) e membro do NEINB
(Núcleo de Pesquisas e Estudos Interdisciplinares sobre o Negro Brasileiro) Dennis
de Oliveira, traça uma analogia da invisibilidade da cultura negra com a brincadeira
de esconde-esconde, afirmando que é necessário retirar a venda do preconceito
dos olhos – que nos impede de ver o outro - para descobrir o que está escondido
ao nosso redor.
Segundo a autora, apesar de estar presente em momentos históricos importantes
a capoeira tem seu reconhecimento só no papel, assim como várias políticas
públicas em favor da cultura afrobrasileira e periférica. “A capoeira foi
declarada Patrimônio Cultural do País em 2008, e ainda hoje, está mais presente
nas escolas particulares do que nas públicas, exceto naquelas que abrem espaço
para programas sociais de final de semana, e nas quais o profissional da capoeira
não é remunerado”, afirma.
Combatendo esse paradigma, a publicação introduz uma série de elementos dessa
cultura para o público infantojuvenil. “A cultura afro-brasileira ainda é invisível.
Seu ensino foi aprovado por lei (Lei 10.639/030 em 2003), mas permanecemos
no campo do aprendizado da cultura europeia, replicando valores já tão
ultrapassados. Continuamos no campo do folclore, como se o negro e até mesmo
o índio fossem objeto de uma vitrine, utilizada para fazer figuração em momentos
oportunos. A literatura pode nos libertar dessas amarras e acredito que esta seja
minha pequena contribuição”, conclui Erika.
As lindas ilustrações de Alexandre Keto, artista urbano conhecido na periferia de
São Paulo, com trabalho reconhecido na França e na Bélgica e educador social no
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Senegal, são lúdicas e dinâmicas, e harmonizam-se com a linguagem proposta por
Erika Balbino, refletindo força e a riqueza do imaginário plural brasileiro.
Encartado na obra há ainda um CD com a narração da história pela própria autora
e cantos de capoeira e pontos de Umbanda, com a participação do percussionista
Dalua, da cantora Silvia Maria, Rodrigo Sá, além dos Mestres Catitu, Jamaica, e
Caranguejo, grandes nomes da cultura popular, esse último tendo exercido a
profissão de Mestre de Capoeira por quase 20 anos na Fundação Casa. No final do
livro há um glossário contendo todos os termos utilizados no livro que possam ser
desconhecidos do público em geral. Além disso, a contra capa do livro conta com
um QR Code que pode ser acessado por qualquer smartphone e permite ouvir a
todas as músicas do CD.
Apaixonante, “Num tronco de Iroko vi a Iúna cantar ” é uma fábula sobre
amizade, descoberta e fé, e nos mostra que o conhecimento pode estar muito
perto e, no entanto, damos uma volta ao mundo para encontrar o que buscamos.
Com outro olhar e sem vendar os olhos, percebemos novos significados em coisas
que, desde sempre, estavam ao nosso alcance. Como escreve o escritor e
jornalista Nirlando Beirão na apresentação do livro "Erika da uma rasteira no
preconceito em prol desta cultura que o Brasil reluta em aceitar investigando, na
ginga dos negros, a rica relação entre corpo e música, entre combate e dança, e
nos presenteando, com sua arte mandingueira, com uma obra capaz de enfeitiçar
gente pequena assim como adulto teimoso".
Erika Balbino
Nasceu na cidade de São Paulo. Formou-se em Cinema com especialização em
Roteiro na Fundação Álvares Penteado (Faap) e é pós-graduada em Mídia,
Informação e Cultura pelo Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e
Comunicação (Celacc) da Universidade de São Paulo (USP). Além de seu
envolvimento com cultura afro-brasileira e umbanda, joga capoeira há treze anos
e desenvolve projeto de pesquisa sobre essa prática na capital paulista.
Alexandre Keto
Nascido na capital paulista, seus primeiros contatos com a cultura Hip Hop
ocorreram em oficinas que aconteciam no bairro em que morava. Logo virou um
multiplicador e passou a espalhar a cultura Hip Hop por diversos guetos mundo
afora por meio de projetos sociais. Usa o trabalho artístico como uma ferramenta
de transformação social, principalmente em países africanos, onde desenvolve
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projetos comunitários e de intercâmbio.
Sobre a Editora Peirópolis
Criada em 1994, a Editora Peirópolis tem como missão contribuir para a
construção de um mundo mais solidário, justo e harmônico, publicando literatura
que ofereça novas perspectivas para a compreensão do ser humano e do seu
papel no planeta. Suas linhas editoriais oferecem formas renovadas de trabalhar
temas como ética, cidadania, pluralidade cultural, desenvolvimento social,
ecologia e meio ambiente – por meio de uma visão transdisciplinar e integrada.
Além disso, é pioneira em coleções dedicadas à literatura indígena, à mitologia
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