Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
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A força das ruas, espaço das misturas onde
nasce a cultura da mistura.
Hip Hop cultura que mistura.
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ÍNDICE
1 - ANÁLISE DE CONTEXTO
1.1 Histórico de Ceilândia..........................................................
1.2 O Movimento Hip Hop..........................................................
1.3 Ciência e tecnologia para inclusão social............................
2. APL DE CULTURA
2.1 O APL do Hip Hop................................................................
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3. PESQUISA PARTICIPATIVA
3.1 Características.....................................................................
3.2 Metodologia..........................................................................
3.2.1 Público de interesse.............................................
3.2.2 Pesquisadores populares.....................................
3.2.3 Instrumentos.........................................................
3.2.4 Abrangência.........................................................
3.2.5 Operacionalização................................................
4 – RESULTADOS ALCANÇADOS
5 – INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
5.1 Aspectos sócio-culturais e econômicos...............................
5.2 Renda familiar......................................................................
5.3 Questão de Gênero..............................................................
5.4 Identificação com a Ceilândia..............................................
5.5 Escolaridade.........................................................................
5.6 Áreas de Interesse...............................................................
5.7 Experiência de Trabalho......................................................
5.7.1 Principais experiências profissionais....................
5.7.2 Cursos que os entrevistados gostariam de fazer.
5.8 Mercado de trabalho............................................................
5.9 Consumo..............................................................................
6 – CONSIDERAÇÕES
6.1 Pré-conceito existe?.............................................................
6.2 Geração de renda e Hip Hop? Será que rola?.....................
6.3 Desafios para o APL do Hip Hop.........................................
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ANEXOS
Anexo I – Formulário de Entrevistas..........................................
Anexo II – Formação dos Pesquisadores Populares.................
Anexo III – Foto dos Pesquisadores Populares.........................
Anexo IV – Foto da Coleta dos Dados.......................................
Anexo V – Depoimentos............................................................
BIBLIOGRAFIA
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1 - ANÁLISE DE CONTEXTO
1.1 Histórico de Ceilândia
Ceilândia é uma cidade satélite do Distrito Federal, situada a 26
quilômetros do Plano Piloto, região central. É a Região
administrativa com a maior população do Distrito Federal. A cidade
surgiu a partir da Campanha de Erradicação de Invasões (CEI),
seus bairros são Ceilândia Centro, Ceilândia Sul, Ceilândia Norte
(esses três primeiros, juntamente com parte da Guariroba,
formavam o setor tradicional, cujo projeto original era em formato
de barril), Guariroba (bairro), P Sul, P Norte, Setor O, Expansão do
Setor O, QNQ,QNR, Setores de Indústria e de Materiais de
Construção e parte do Incra (área rural da cidade). O Setor Privê,
outro bairro da localidade, está em fase de legalização, assim
como alguns condomínios como o Pôr do Sol e o Sol Nascente. É
o maior colégio eleitoral da região (8ª Zona - Ceilândia Norte e
parte do P Norte / 12ª Zona - Ceilândia Sul e parte da Guariroba /
16ª Zona - P Norte, Setor O, Expansão do Setor O, QNQ, QNR,
condomínio Privê, Incra 09 e demais áreas rurais da cidade / 20ª
Zona - P Sul e parte da Guariroba), são mais de 350 mil
habitantes.
Existem na cidade 4,5 mil estabelecimentos comerciais, formais e
informais, além de possuir 1,6 mil indústrias.
Assim como Lúcio Costa “planejou” o Plano Piloto, Ney Gabriel foi
quem projetou o desenho urbanístico do sítio histórico de
Ceilândia. E foi por causa desse formato do seu plano-piloto local
(semelhante a um “barril”), que a “land” dos candangos
construtores
de
Brasília
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sofreu
os
primeiros
ataques
de
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discriminação e desvalorização social, sendo alcunhada pela
“grande imprensa” como um barril de pólvora.
Já o Decreto nº 2.842/75 (de 27 de junho de 1975), que definia a
área de circunscrição dos setores “M” e “N” justamente para a
criação da Administração Regional, foi também usado como “data
do aniversário” da cidade até o ano de 1987, quando veio o outro
Decreto nº 10.348/87 (de 28 de abril de 1987) estipulando
oficialmente o dia 27 de março de 1971 como sendo a data da
fundação de Ceilândia.
Setorialmente falando, o sítio histórico do que foi a “Ceilândia
original” constitui-se hoje de quatro comunidades geograficamente
definidas: a Ceilândia Sul (QNM 01 a 09 e 17 a 25), a Ceilândia
Norte (QNM 02 a 10 e 18 a 26), a Ceilândia Oeste (QNN 01 a 09 e
17 a 25) e a Ceilândia Centro (CNM 01 e 02, CNN 01 e 02).
A Comunidade do Centro de Cima tem como monumento
simbólico a “Caixa D´Água” (que também serviu de“ pedra
fundamental”
na
fundação
da
cidade);
enquanto
que
a
comunidade do Centro de Baixo brevemente poderá dispor da tão
esperada “Estação Central do Metrô Ceilândia”. Ambas formam
um contingente de 17.940 habitantes e se integram pela
conhecida via Hélio Prates, que por se tratar de uma avenida
comercial, não conta com nenhuma escola pública.
A comunidade da Ceilândia Sul tem uma população de 31.541
habitantes e dispõe de 10 escolas públicas (as EC01, 02, 18, 19 e
64; os CEF 02, 04 e 07; o CEM 03; e o CILC).
A comunidade da Ceilândia Norte tem uma população de 32.657
habitantes e dispõe de 10 escolas públicas (as EC 03, 06, 10, 11,
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“Não é só uma caixa
d'agua para servir a
gente. Aquilo ali é o
símbolo de uma história
de luta pela sobrevivência
da gente”.
“X”, vocalista do Câmbio
Negro, em trecho do filme
“RAP, o canto da Ceilândia”.
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12 e 13; os CEF 16 e 20; o CEM 02; e a DRE Ceilândia). A
comunidade da Ceilândia Oeste tem uma população de 35.304
habitantes e dispõe de 09 escolas públicas (as EC 07, 08, 26, 27,
28 e 29; os CEF 08 Profª Mª do Rosário e 10; e o CEM 07).
Pelo último Censo do IBGE, a “grande Ceilândia” hoje tem
343.694 habitantes, e seu aniversário é oficialmente comemorado
em reverência à data de 27 de março de 1971.
1.2 O Movimento Hip Hop
Na Ceilândia, a falta de opções básicas de cultura e lazer para a
comunidade, principalmente para os adolescentes e jovens é uma
realidade. Segundo dados da CODEPLAN (2000), há na Ceilândia
cerca de 39.056 mil jovens na faixa etária de 15 a 19 anos, o que
equivale a 11,16% da população total e 48.223 mil jovens na faixa
etária de 20 a 24 anos, o que corresponde a 13,78% da população
total.
Ceilândia hoje não tem cinemas, teatros, quadras poliesportivas
ou qualquer outra opção de lazer para os jovens e adolescentes.
Recentemente foi inaugurada uma pista de skate pelo governo
local que durou poucos meses, sendo inutilizada por ter sido
construída com materiais de baixa qualidade. A Ceilândia sempre
se apresentou como um grande reduto de produção e consumo da
cultura Hip Hop e desta maneira, podem existir oportunidades
econômicas interessantes relacionadas ao movimento Hip Hop
local.
A nova geração artística de Ceilândia está representada pelo HIPHOP. A cidade é considerada a segunda no Brasil na produção
de artistas. Junto a ela, temos a cultura Nordestina que é uma das
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principais expressões artísticas da cidade. Hoje pouco explorada e
valorizada pelos seus moradores, essa cultura vem perdendo uma
grande oportunidade para o desenvolvimento cultural e de
identidade em uma cidade com apenas 33 anos de existência.
1.3 Ciência e tecnologia para inclusão social
“Diariamente observamos pessoas ao nosso redor vivenciando a
exclusão social. Os pobres, os negros, as mulheres, os idosos, os
portadores de deficiência, dentre tantos outros excluídos, sofrem
na luta diária por seus direitos constitucionais de ir e vir, de ter
acesso à saúde, ao trabalho, à educação, à cultura, à moradia e
ao lazer, que são na realidade, direitos inarredáveis e indivisíveis,
característicos dos regimes políticos democráticos.
Leis são criadas, atos de caráter administrativos são editados –
com o objetivo de permitir a correta aplicação das leis – mas
apesar de tudo, constatamos que a sociedade exclui aqueles que
ela não considera como iguais. Todavia, a diferença das pessoas,
seja
pela
idade,
deficiências,
raça,
gênero
ou
condição
econômica, não diminui seus direitos; elas gozam de todos os
direitos assegurados na legislação brasileira.
Hoje em dia, pensar na construção de uma sociedade para todos,
significa lidar com a diversidade humana e acreditar em princípios
norteadores de eqüidade e solidariedade, para se criar no seio do
povo, atitudes que ajudem a edificar uma sociedade mais justa e
equânime.
Nesse momento em que o Governo Federal procura dar respostas
rápidas e eficazes às demandas mais complexas de uma
sociedade cada vez mais diversificada, amparada pelo processo
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democrático, torna-se imperativo que concentremos esforços no
sentido de dissipar barreiras sociais em prol da construção de uma
sociedade inclusiva.
O Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT, responsável pela
condução das políticas nacionais em ciência, tecnologia e
inovação, encontra-se alinhado com essas preocupações.
Por meio de sua Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão
Social – SECIS,tem procurado estimular iniciativas que permitam a
assimilação dos conhecimentos de ciência e tecnologia pelas
camadas de população mais desprovidas do Brasil, contribuindo
assim, para a inclusão desse universo de pessoas no processo de
desenvolvimento do país.
A ciência e a tecnologia nos tempos atuais inserem-se na vida de
todos nós. A solução de problemas sociais que afetam o nosso
país tem nelas um aliado imprescindível. Além da geração de
novos conhecimentos, a ciência e a tecnologia devem estar a
serviço de inovações tecnológicas que gerem riquezas, que torne
o país cada vez mais competitivo, mas fundamentalmente, que
contribuam para elevar o bem-estar de toda sociedade.”
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2. APL DE CULTURA
A cultura é constitutiva da ação humana: seu fundamento
simbólico está sempre presente em qualquer prática social.
Entretanto, no decorrer da história, processos colonialistas,
imperialistas e expansionistas geraram concentrações de poder
econômico
e
político
produzindo
variadas
dinâmicas
de
subordinação e exclusão cultural.
No entanto, atualmente, surgem iniciativas voltadas para a
proteção, valorização e afirmação da diversidade cultural da
humanidade. Tal perspectiva pressupõe maior responsabilidade
do Estado na valorização do patrimônio material e imaterial de
cada nação.
Por essa ótica, a fruição e a produção de diferentes linguagens
artísticas consolidadas e de múltiplas identidades e expressões
culturais, que nunca foram objeto de ação pública, afirmam-se
como direitos de cidadania.
Neste contexto, o atual governo brasileiro propõe um plano com
estratégias e diretrizes para a execução de políticas públicas
dedicadas à cultura, o PNC - Plano Nacional de Cultura.
Plano Nacional de Cultura - PNC
Tomando como ponto de partida um abrangente diagnóstico sobre
as condições em que ocorrem as manifestações e experiências
culturais, o PNC propõe orientações para a atuação do Estado na
próxima
década.
Sua
elaboração
está
impregnada
de
responsabilidade cívica, participação social e é consagrada ao
bem-estar e desenvolvimento comunitário.
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Entre suas linhas norteadoras está a ampliação da participação da
cultura no desenvolvimento socioeconômico sustentável.
Compreendendo que economia e desenvolvimento são aspectos
da cultura de um povo, a cultura é parte do processo propulsor da
criatividade, gerador de inovação econômica e tecnológica.
Neste sentido, o Plano Nacional de Cultura pretende apoiar de
forma qualitativa o crescimento econômico brasileiro. Para isso,
deverá fomentar a sustentabilidade de fluxos de produção
adequados
às
singularidades
constitutivas
das
distintas
linguagens artísticas e múltiplas expressões culturais. Inserida em
um contexto de valorização da diversidade, a cultura também deve
ser vista e aproveitada como fonte de oportunidades de geração
de ocupações produtivas e de renda.
Desta maneira há um entendimento no PNC de que a diversidade
cultural pode produzir distintos modelos de geração de riqueza,
dependendo da formação profissional; da regulamentação do
mercado de trabalho para as categorias envolvidas com a
produção cultural; e o estímulo aos investimentos e ao
empreendedorismo nas atividades econômicas de base cultural,
viabilizando a inserção de produtos, práticas e bens artísticos e
culturais nas dinâmicas econômicas contemporâneas, com vistas
à geração de trabalho, renda e oportunidades de inclusão social.
Economia da Cultura
A Economia da Cultura, ao lado da Economia do Conhecimento
(ou da Informação), integra o que se convencionou chamar de
Economia Nova, dado que seu modo de produção e de circulação
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de bens e serviços é altamente impactado pelas novas
tecnologias, é baseado em criação e não se amolda aos
paradigmas da economia industrial clássica. O modelo da
Economia da Cultura tende a ter a inovação e a adaptação às
mudanças como aspectos a considerar em primeiro plano. Nesses
setores a capacidade criativa tem mais peso que o porte do
capital.
A produção, a circulação e o consumo de bens e serviços culturais
começaram a ser percebidos como um segmento de peso na
economia das nações já no pós-guerra. Mas foi apenas na década
de 1970 que se aprofundou o interesse pelo setor e a Economia
da Cultura passou a mobilizar pesquisadores em algumas
universidades. Na década de 1990, ganha espaço nos órgãos
internacionais de cooperação, começando a ser entendida como
um vetor de desenvolvimento. Progressivamente órgãos como
BID, PNUD, OEA, Unesco passam a incluir questões relacionadas
à Economia da Cultura em seu escopo de ação.
O Banco Mundial estima que a Economia da Cultura responda por
7% do PIB mundial (2003). Nos EUA a cultura é responsável por
7,7% do PIB, por 4% da força de trabalho e os produtos culturais
são o principal item de exportação do país (2001). Na Inglaterra,
corresponde a 8,2% do PIB (2004), emprega 6,4% da força de
trabalho e cresce 8% ao ano desde 1997.
Economia da Cultura no Brasil
No Brasil atuam 320 mil empresas voltadas à produção cultural,
que geram 1,6 milhão de empregos formais. Ou seja, as empresas
da cultura representam 5,7% do total de empresas no país e são
responsáveis por 4% dos postos de trabalho.
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Nos anos 70, por exemplo, o Brasil cresceu a patamares de 10%
ao ano, mas concentrou renda, ampliou as desigualdades sociais
e conservou distâncias culturais. A década de 90, por sua vez, foi
marcada pela ampliação desses problemas em conseqüência da
hegemonia de idéias que privilegiaram o mercado como meio
regulador das dinâmicas de expressão simbólica.
Hoje, no entanto, a cultura, como lugar de inovação e expressão
da criatividade brasileira, se apresenta como parte constitutiva do
novo cenário de desenvolvimento econômico socialmente justo e
sustentável.
Nesse contexto, reconhece-se hoje a existência de uma economia
da cultura que, melhor regulada e incentivada, pode ser vista
como um vetor de desenvolvimento essencial para a inclusão
social através da geração de ocupação e renda.
Entretanto, torna-se imperativa a regulação das “economias da
cultura”, de modo a evitar os monopólios comerciais, a exclusão e
os impactos destrutivos da exploração predatória do meio
ambiente e dos valores simbólicos a ele relacionados.
Não cabe aos governos ou às empresas conduzir a produção da
cultura, seja ela erudita ou popular, impondo-lhe hierarquias e
sistemas de valores. Para evitar que isso ocorra, o Estado deve
permanentemente reconhecer e apoiar práticas, conhecimentos e
tecnologias sociais, desenvolvidas em todo o País, promovendo o
direito à emancipação, à autodeterminação e à liberdade de
indivíduos e grupos.
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Tecnologias Sociais
Vamos entender tecnologias sociais como um conjunto de
produtos, técnicas ou metodologias que se caracterizam pela
simplicidade, baixo custo e fácil aplicação que potencializam a
utilização de insumos locais e mão - de - obra disponível,
protegem o meio ambiente e tem grande
capacidade de
resolução de problemas sociais.
As tecnologias sociais se propõem a articular a produção e a
transmissão do conhecimento para solucionar problemas reais da
sociedade.
A
abordagem
de
cada
iniciativa
deve,
necessariamente, valorizar os conhecimentos e potencialidades
locais;
adotar
metodologias
participativas;
compreender
a
realidade a partir da interação entre os conhecimentos técnicos,
ecológicos, sociais, econômicos, culturais e políticos; primar por
parcerias inter e multiinstitucionais; articular pesquisa e extensão,
além de promover a gestão solidária dos empreendimentos.
Sustentabilidade/Empreendimentos Solidários
Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a
continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e
ambientais da humanidade.
Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e atividades
humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e as
suas economias possam preencher as suas necessidades,
expressar o seu maior potencial no presente; ao mesmo tempo
preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais.
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Para um empreendimento humano ser sustentável, tem de ter em
vista
4
requisitos
básicos:
ecologicamente
correto;
economicamente viável; socialmente justo; e culturalmente aceito
Empreendimentos Solidários
Empreendimentos solidários são as diversas formas concretas de
manifestação da Economia Solidária: cooperativas, associações
populares e grupos informais (de produção, de serviços, de
consumo, de comercialização e de crédito solidário, nos âmbitos
rural urbano); empresas recuperadas de autogestão (antigas
empresas
capitalistas
falidas
recuperadas
pelos/as
trabalhadores/as); agricultores familiares; fundos solidários e
rotativos de crédito (organizados sob diversas formas jurídicas e
também informalmente); clubes e grupos de trocas solidárias (com
ou sem o uso de moeda social, ou moeda comunitária); ecovilas;
redes e articulações de comercialização e de cadeias produtivas
solidárias; lojas de comércio justo; agências de turismo solidário;
entre outras.
Os empreendimentos solidários caracterizam-se por acentuarem a
noção de projeto, de desenvolvimento local e de pluralidade das
formas de atividade econômica, visando à utilidade pública.
O território como referencial de formulação e implementação
de políticas.
A grande extensão geográfica do país e as disparidades
socioeconômicas e regionais representam um desafio para as
políticas
públicas,
ainda
executadas
segundo
critérios
predominantemente setoriais. Essa abordagem, além de reduzir a
efetividade das políticas, dificulta a percepção dos recursos
estratégicos inscritos no território.
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Assumir o espaço como um referencial de formulação e
implementação de políticas representa, portanto, uma estratégia
imprescindível para valorizar a diversidade brasileira e transformar
o aproveitamento de seu potencial socioeconômico em um dos
pilares do projeto de desenvolvimento do país.
APLs – Arranjos Produtivos Locais
Uma das vertentes da estratégia de atuação do Governo Federal
para o desenvolvimento do país consiste na realização de ações
integradas de políticas públicas para Arranjos Produtivos Locais
(APLs).
Arranjos Produtivos Locais - APL - são conjuntos de atores
econômicos políticos e sociais, localizados em um mesmo
território, desenvolvendo atividades econômicas correlatas e que
apresentam vínculos de produção, interação, cooperação e
aprendizagem.
Um APL se caracteriza por um número significativo de
empreendimentos e de indivíduos que atuam em torno de uma
atividade produtiva predominante, e que compartilhem formas
percebidas de cooperação e algum mecanismo de governança, e
pode incluir pequenas, médias e grandes iniciativas.
APLs geralmente incluem iniciativas – produtoras de bens e
serviços finais, fornecedoras de equipamentos e outros insumos,
prestadoras
cooperativas,
de
serviços,
associações
comercializadoras,
e
representações
clientes,
-
e
etc.,
demais
organizações voltadas à formação e treinamento de recursos
humanos, informação, pesquisa, desenvolvimento e engenharia,
promoção e financiamento.
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No final dos anos de 1970,
setores maduros da
economia italiana,
caracterizados por
pequenas e médias
empresas aglomeradas em
limitados.
Nas décadas seguintes, o
termo distrito industrial,
cedeu lugar aos termos
clusters e Arranjos
Produtivos Locais (APLs)
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É possível reconhecer a existência de um arranjo produtivo local a
partir de um conjunto de variáveis, presentes em graus diferentes
de intensidade. Pelo Termo de Referência para Política de Apoio
ao Desenvolvimento dos Arranjos Produtivos Locais elaborado
pelo GTP APL, um APL deve ter a seguinte caracterização:
•
Ter um número significativo de empreendimentos no
território e de indivíduos que atuam em torno de uma
atividade produtiva predominante;
•
Compartilhar formas percebidas de cooperação e algum
mecanismo de governança. Pode incluir pequenas e
médias empresas
O apoio a Arranjos Produtivos Locais é fruto de uma nova
percepção de políticas públicas de desenvolvimento, em que o
local passa a ser visto como um eixo orientador de promoção
econômica e social. Seu objetivo é orientar e coordenar os
esforços governamentais na indução do desenvolvimento local,
buscando-se, em consonância com as diretrizes estratégicas do
governo, a geração de emprego e renda e o estímulo às
exportações.
Intersetorialidade.
No processo de redemocratização dos anos 80 o debate
sobre descentralização das políticas sociais, reorientação
da gestão, participação social, integração e convergência
de ações ganha maior destaque na agenda das políticas
públicas no Brasil e na América Latina, revigorando a
discussão sobre intersetorialidade (JUNQUEIRA, 1997).
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Acompanhe os trabalhos
pelo site
www.redesist.ie.ufrj.br
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De
modo
geral,
intersetorialidade,
pressupõe
troca
de
experiências e informações no desenvolvimento de ações
sinérgicas, para a construção de uma rede de interação e
cooperação social, entre os diferentes atores envolvidos num
mesmo processo coletivo. E, ainda, como uma proposta de
organização que busca complementaridade entre os serviços,
influindo no planejamento, na execução e na avaliação dos
resultados alcançados (JUNQUEIRA, 1997).
A intersetorialidade em última instância significa superação da
fragmentação das políticas a partir de processos de integração de
saberes e experiências.
APLs de Cultura
A idéia do Arranjo Produtivo Local de Cultura se apresenta como
uma proposta intersetorial envolvendo, inicialmente, ações e
programas do Ministério da Ciência e Tecnologia e do Ministério
da Cultura.
O relacionamento entre os referidos ministérios está pautado por
uma portaria interministerial firmada durante o ano de 2008.
Na referida portaria vários eixos temáticos foram apresentados, e
entre eles, o eixo - cultura, tecnologia e alternativas sociais de
geração de renda.
Neste contexto, o MCT através da Secretaria de Inclusão Social
(SECIS) e o MinC através da Secretaria da Cidadania Cultural
(SCC), aproximaram dois de seus programas, Ciência Tecnologia
e Inovação para o Desenvolvimento Social (MCT/SECIS) e o
Programa Cultura Viva (MinC/SCC).
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Para ser mais especifico, dentro destes programas foram
articuladas duas ações, Apoio a Pesquisa e a Inovação em
Arranjos Produtivos Locais (MCT/SECIS) e Apoio a Iniciativas de
Economia Solidária Relacionadas à Cultura (MinC/SCC).
Desta maneira a tecnologia dos APLs será aplicada na cadeia
produtiva da cultura, consolidando e capacitando os agentes de
cultura, valorizando e ampliando o potencial de geração de
riquezas implícito na produção cultural; sempre no sentido de
fortalecer a diversidade, o desenvolvimento local e os valores
éticos relacionados às práticas solidárias de geração de renda.
2.1 O APL do Hip Hop
Sendo a primeira experiência de Arranjo Produtivo Local a
fomentar a cadeia da Cultura no Brasil, o Projeto desenvolvido em
Ceilândia, Distrito Federal, tem como objetivo “contribuir para a
organização e desenvolvimento de arranjo produtivo local da
cultura, com ênfase no hip-hop, identificando toda a cadeia
produtiva, capacitando os atores sociais envolvidos e qualificando
mão-de-obra preparada”.
O Projeto é desenvolvido pela Programando o Futuro, em parceria
com o Grupo Atitude, Grupo Azulim, Menino de Ceilândia e o
Ministério da Ciência e Tecnologia – esse, além de parceiro, é o
agente financiador.
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Acompanhe os trabalhos e o
andamento do Projeto pela
comunidade virtual
aplhiphopceilandia.ning.com
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Está previsto a capacitação de 435 atores em formação técnica e
empreendedora, divididos em 3 eixos de atuação, congregando 11
oficinas de formação. São elas:
Eixo de atuação
Produção
Confecção
Musical
Oficina
Elaboração de Projetos
Produção de Eventos
Corte e Costura
Modelagem
Serigrafia
Design Gráfico
Grafiti
Edição de áudio
Musicalização
DJ
Mixagem e Masterização
Além da formação técnica, os atores participarão de formação em
empreendedorismo
a
fim
de
incentivá-los
a
serem
empreendedores.
O Projeto prevê ainda a realização de workshops pelas
comunidades a fim de divulgar os empreendedores e os trabalhos
produzidos.
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
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3. PESQUISA PARTICIPATIVA
“Pesquisa participante é um processo de Pesquisa
no qual a comunidade participa na análise de sua
própria realidade, com vistas a promover uma
transformação social em benefício dos participantes
que são oprimidos. Portanto, é uma atividade de
Pesquisa, educacional orientada para a ação. Em
certa medida, tentativa da Pesquisa Participante foi
vista como uma abordagem que poderia resolver a
tensão contínua entre o processo de geração de
conhecimento e o uso deste conhecimento, entre o
mundo "acadêmico" e o "irreal", entre intelectuais e
trabalhadores, entre ciência e vida." Grossi (1981)
Para Carlos Brandão, “trata-se de um enfoque de investigação
social por meio do qual se busca plena participação da
comunidade na análise de sua própria realidade, com objetivo de
promover a participação social para o benefício dos participantes
da investigação. Trata-se, portanto, de uma atividade educativa de
investigação e ação social”.
O conceito aqui utilizado trata-se Pesquisa Participante como um
tipo de Pesquisa que não possui um planejamento ou um projeto
anterior à prática, sendo que o mesmo só será construído junto
aos participantes.
3.1 Características
a) É um processo de conhecer e agir. A população
engajada
na
Pesquisa
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participante
simultaneamente
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aumenta seu entendimento e conhecimento de uma
situação particular, bem como parte para uma ação de
mudança em seu benefício.
b) É iniciada na realidade concreta que os marginalizados
pretendem mudar. Gira em torno de um problema existente.
Caso haja consciência suficiente, a própria população inicia
o processo e pode até mesmo dispensar o perito externo.
Mas ainda começando pelo perito, o envolvimento da
população é essencial.
c) Variam a extensão e natureza da participação. No caso
ideal, a população participa do processo inteiro: proposta
de Pesquisa, coleta de dados, análise, planejamento e
intervenção na realidade.
d) A população deve ter controle do processo.
e) Tenta-se eliminar ou reduzir as limitações da Pesquisa
tradicional. Pode empregar métodos tradicionais na coleta
de
dados,
mas
enfatiza
posturas
qualitativas
e
hermenêuticas, e a comunicação interpessoal.
f) É um processo coletivo
g) É uma experiência educativa
3.2 Metodologia
A Pesquisa tem como objetivo apresentar dados estatísticos
percentuais sobre o grupo de pessoas que se identificam com os
símbolos, música e estética da cultura Hip Hop na Ceilândia. O
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 21
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
objetivo ainda é colaborar com o movimento Hip Hop para que, a
partir desta Pesquisa, outras sejam feitas, e para que os dados
coletados possam servir de referencia às políticas públicas e
iniciativas em direção ao Hip Hop da Ceilândia.
A Pesquisa se justifica no potencial econômico gerador e trabalho
e renda presente no mercado que a cultura Hip Hop movimenta ou
pode movimentar. A mesma foi realizada durante os meses de
setembro e outubro de 2009.
3.2.1 Público de interesse
Para a realização da Pesquisa definiu-se como público de
interesse os atores do movimento Hip Hop, residentes na cidade
de Ceilândia, independente da atuação.
3.2.2 Pesquisadores populares
Para a realização da Pesquisa, foram selecionados 10 atores
locais do movimento Hip Hop a fim de aturarem da coleta de
dados. Estes atores, agora Pesquisadores populares, passaram
por um processo de formação de 32 horas.
No anexo 2 desse, encontra-se o plano de curso aplicado na
formação desses atores.
3.2.3 Instrumentos
Para a atuação em campo, torna-se necessário a elaboração dos
questionários para a coleta de dados. Esses questionários foram
elaborados também na formação que os Pesquisados receberam.
No anexo 1 desse, encontra-se o instrumento utilizado para a
coleta de dados.
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 22
A formação foi baseada
em tecnologias sociais, o
contexto político atual e
na formação técnica,
baseada em planilha
eletrônica e banco de
dados.
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
3.2.4 Abrangência
Os Pesquisadores populares foram em lugares na Ceilândia
freqüentados pela comunidade Hip Hop. Desta maneira a
Pesquisa é bem recortada e feita de dentro para fora. O propósito
foi levantar informações de quem, de alguma forma, por se
identificar, está dentro do movimento da cultura Hip Hop.
3.2.5 Operacionalização
A
Pesquisa
tem
como
metodologia
de
aplicação
a
proporcionalidade desses atores, devido a ampla densidade
demográfica da região. Nesse sentido, definiu-se a aplicação de
200 questionários em regiões diversas da cidade. O critério é que
todos os entrevistados sejam de alguma forma, atores do
movimento Hip Hop.
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 23
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
4 – RESULTADOS ALCANÇADOS
Sexo
Masculino
Feminino
166
34
Quantas pessoas residem na sua casa?
Condição na Família
Escolaridade
Ocupação
Renda familiar
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
0
Pessoa de Referência
Cônjuge
Filho
Outro Parente
Dependente
30
9
136
11
14
Analfabeto
Fundamental
Fundamental Incompleto
Médio
Médio Incompleto
Técnico
Técnico Incompleto
Superior
Superior Incompleto
0
18
19
89
48
6
0
8
12
Assalariado com registro
Assalariado sem registro
Autônomo com regularidade
Autônomo sem regularidade
Negócio Próprio
Desempregado
59
20
13
19
12
77
Até 1 salário mínimo
De 1 a 2 salários
De 2 a 3 salários
De 3 a 4 salários
Acima de 4 salário
32
45
57
30
36
Página 24
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
Anos morando no Território
De 00 a 05
De 06 a 10
De 11 a 15
De 16 a 20
21 ou mais
32
22
37
48
61
Procedência anterior
Não, sempre morou aqui
Sim, esta família já morou em (UF)
132
0
Você gosta da cidade?
Muito
Razoável
Muito pouco
Nada
149
36
14
1
Tranqüilidade, sossego
Natureza, ar limpo, ecologia
Eventos culturais
O pessoal é legal
Outros
33
14
114
148
28
Cite 2 (duas) coisas boas da cidade:
Asfalto
Esgoto, água encanada
Iluminação pública
Regularização loteamentos
Creches
Escolas de ensino básico
Espaços Culturais
Vamos falar também sobre os problemas da cidade. Na Cursos profissionalizantes
sua opinião, escolha as 05 (cinco) mais importantes.
Posto de saúde
Hospital
Preservação do meio ambiente
Áreas de lazer
Instalações p/ práticas esportivas
Posto policial
Transporte
Outros
Sua residência é
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Própria (já paga)
Própria (pagando ainda)
Página 25
60
41
55
36
54
25
130
72
64
109
54
90
50
54
59
7
107
19
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
Alugada
Cedida
64
10
Casa
Apto
Outros
176
10
14
A maior parte da renda da família é gasta em:
Aluguel
Vestuário
Saúde
Transporte
Água, luz e telefone
Alimentação
Escola
Outros
67
15
9
29
109
79
25
2
A renda familiar é suficiente para suprir as
necessidades da família?
SIM
Aluguel
Vestuário
Saúde
Transporte
Água, luz e telefone
Alimentação
Escola
Outros
72
27
19
2
15
52
25
12
0
Corte e Costura
Direção artística
Design gráfico
Produção de Eventos
Design de moda
Design gráfico
Artesanato
Produção musical
Serigrafia
Grafite
Produção de vinhetas e spots
DJ
Elaboração de projetos
Musicalização
Outros
5
19
32
41
18
10
6
24
10
41
11
36
13
43
56
Tipo do domicílio
Quais habilidades você tem e que gostaria de
transformar em profissão ou fonte de renda?
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 26
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
Quais produtos e serviços relacionados a cultura Hiphop você consome?
Conhece o trabalho em Cooperativa?
Qual sua atuação dentro da cultura hip-hop?
Onde você atua?
Acredita que uma Cooperativa de
atores do hip hop daria certo aqui em SIM, PORQUE?
Ceilândia?
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Vestuário
Eventos
Música
Dança
Grafite
Publicações
Internet
Rádio
127
100
153
97
62
45
106
75
SIM
NÃO
MC
Dançarino
Consumidor
Dança
Grafiti
DJ
Bboy
Serigrafia
Desenho
Ativista social
Instrutor
beat box
Rapper
Produtor de eventos
Produtor musical
56
65
0
52
26
9
14
24
12
39
1
1
3
4
1
10
7
1
Eventos
Praças
Apresentações
Shows
Festas
Igreja
Rua
Escolas
Vários lugares
11
6
1
1
4
17
13
8
45
A atividade cultural é oportuna
A Ceilândia é a referência do Hip
Hop
Página 27
6
10
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
Seria interessante
Valorização da cultura local
Porque a cidade possui vários
artistas
Ajudaria a divulgar a cultura local
A população não valoriza
NÃO, PORQUE? Necessita de investimento
financeiro
Que profissões você já exerceu? (cite apenas 02 mais
importantes)
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Vendedor
Auxiliar administrativo
Serviços gerais
Designer
Nunca trabalhou
Estagiário
Office Boy
Caixa
Operador de microcomputador
Professor de Educação Física
Manutenção de computadores
Eletricista
Professor
Dançarino
Pintor
Pedreiro
Monitor
Vigilante
Secretária
Comerciante
Atendente
Motorista
Professor de dança
Gratifi
Fiscal
Técnico de áudio
Mecânico
Músico
Segurança
Empacotador
Estoquista
Comprador
Almoxarife
Página 28
26
19
5
8
24
17
15
11
10
9
9
6
6
6
5
5
5
5
5
4
4
4
4
4
4
3
3
3
2
2
2
2
2
2
2
2
2
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
Impressor
Menor aprendiz
Jornaleiro
Artesão
Cinegrafista
Pizzaiolo
Ator
Locutor de rádio
Serralheiro
Garçom
Balconista
Panfleteiro
Marceneiro
Supervisor
DJ
Voluntário
Feirante
Projetos sociais
Produtor de eventos
Cozinheiro
Marceneiro
Jardineiro
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Página 29
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
Você gostaria de fazer algum curso de
SIM, PORQUE?
formação profissional?
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Literatura de cordel
Eletricista
Informática
Produção de eventos
Manutençao de computadores
Administração
Dança
Línguas
Radiologia
Secretariado
Eletrônica
Produção de eventos
Medicina
Edição de vídeo
Estilista
Auxiliar administrativo
Designer gráfico
Educação física
Grafiti
Produção de eventos
Elaboração de projetos
Nutrição
Segurança
Enfermagem
Técnico de áudio
Gestão Social
Brigadista
Vigilante
Enfermagem
DJ
Técnico em gesso
Professor de Educação Física
Promotor de vendas
Gestão pública
Atendente de farmácia
Página 30
2
4
25
1
5
2
3
6
1
1
2
1
1
1
1
1
5
4
2
2
1
1
1
3
2
1
1
3
1
7
1
2
1
1
2
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
Está pensando em montar algum
negócio?
Você acredita na capacidade da
geração de renda através da cultura
hip-hop?
Grife
Clínica
Loja de informática
Gráfica
Lanchonete
Um grupo de HipHop
Contabilidade
Fábrica de acessórios
Agência de propaganda
SIM, PORQUE?
Loja de roupas
Loja de som
Estúdio musical
Bureau artístico
Loja de skate
Serigrafia
Produtora de eventos
Loja de discos
Academia de danças
Não tenho interesse
NÃO, PORQUE? Não tenho idade
Falta investimento
3
2
2
1
2
2
1
1
2
7
3
1
1
1
2
5
3
3
52
4
4
Arte
MC
Grafite
DJ
Produção de eventos
SIM, COMO?
Cachê dos artistas
Música
Confecção
Dança
Acessórios
Não acredito
NÃO, PORQUE? Não aceitação pela sociedade
Não é valorizada
4
0
3
1
10
1
5
11
3
2
3
1
1
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 31
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
O que precisa para acontecer?
Que tipo de atividade econômica relacionada ao hiphop daria certo aqui na Ceilândia?
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Espaço físico
Participação da comunidade
União dos atores do movimento
Divulgação
Reconhecimento
Valorização
Investimento
Lojas de hip hop
Maior apoio do Governo
Atuação da galera
Capacitação
Incentivo
Eventos
Oportunidade
Organização
4
5
2
8
6
6
37
1
9
2
7
16
5
9
25
Grafiti
Venda de calçados
Venda de roupas
Qualificação para o Hip Hop
Venda de acessórios para o Hip Hop
Dança
Produção musical
Produção de eventos
Serigrafia
Rádio comunitária
Os 4 elementos do HipHop
DJ
Eventos
Entidades sociais
Cooperativa prestadora de serviços
Break
Basquete de rua
Um selo de gravação
19
8
28
9
2
29
11
36
1
1
3
7
12
1
2
8
1
2
Página 32
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
Onde você compra roupa?
Feira da Ceilândia
Feira dos Goianos
Shopping
Lojas diversas
Lojas de hip hop
Internet
Mando fazer
Eventos de HipHop
52
15
9
27
53
2
2
1
Onde você compra cd?
Em eventos
Na feira
No shopping
Lojas no Plano Pioto
Do artista
Não compro
Lojas do movimento
4
43
5
38
3
50
13
Que rádio você curti?
Smurphies
Klvj
Jovem Pan
JK FM
94,3
Mix
Sara Brasil FM
Transamérica
CBN
Não tenho preferência
Não ouço
88,9
Cultura FM
Radio na internet
Ação periferia
Atividade
OK FM
Rádio Câmara
Verde Oliva
Antena 1
Canção Nova
Nova Brasil FM
53
3
34
1
1
13
5
3
1
2
28
3
1
2
1
3
2
3
2
3
2
1
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 33
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
Clube FM
Qual site na internet você acessa?
Quais eventos você participa?
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
7
MySpace
Orkut
Twitter
Expresso22
Rap Nacioinal
Cultura HipHop
Espaço rap
Youtube
Aliados do ritmo
Bocada forte
Yahoo
Blogspot
Planet Bboys
hiphop.com
Bcone
breakboy.net
Jogos eletrônicos
Twitter
Google
Concursos
r.raul.com
Nenhum
MSN/Hotmail
Globo.com
Palco MP3
Vários sites
10
47
2
2
17
11
1
24
1
5
1
3
6
5
1
1
1
2
4
1
1
3
13
3
14
11
Grife
Campeonato de hip hop
Campeonato de Break
Batalhas
Interferências de grafiti
Encontro da galera
Eventos diversos
Eventos na rua
Eventos da igreja
Nenhum
Skate
Shows
1
36
12
8
4
5
37
23
2
1
1
1
Página 34
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
Onde é o ponto de encontro da sua galera?
Que estilo de música você curte?
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Praça do cidadão
Praça da biblia
Escola
Vários pontos
Na rua
Na Igreja
Skate Park
Quadra de esportes
Festas de HipHop
Shopping
Na feira
Entidades sociais
Na casa de alguém
38
5
23
6
49
19
3
1
8
1
1
1
7
HIP HOP
RAP
MPB
RAGGAE
ROCK
FUNK
PAGODE
TODOS
GOSPEL
SAMBA
JAZZ
MÚSICA ELETRÔNICA
POP
TODOS OS ESTILOS
71
77
13
10
10
19
5
8
9
9
4
6
3
7
Página 35
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
Qual seu gasto anual consumindo cultura hip-hop?
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Até R$30,00
Até R$50,00
Até R$100,00
Até R$200,00
Até R$250,00
Até R$500,00
Até R$800,00
Até R$1.000,00
Até R$1.500,00
Até R$2.500,00
Até R$5.000,00
Até R$10.000,00
Acima de R$10.000
Não tenho noção
Não tenho gasto
6
6
4
3
20
17
12
18
7
6
3
3
1
6
16
Página 36
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
5 – INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Na tabulação dos resultados e percepções da Pesquisa
Participativa, apresentamos os mesmos a partir da seguinte
estrutura:
•
Aspectos sócio-culturais e econômicos
•
Renda familiar
•
Questão de Gênero
•
Identificação com a Ceilândia
•
Escolaridade
•
Áreas de Interesse
•
Experiência de Trabalho
•
Mercado de trabalho
•
Consumo
5.1 Aspectos sócio-culturais e econômicos
A Pesquisa mostrou que a cultura Hip Hop atinge a juventude
local, pois 84% dos entrevistados têm até 30 anos, sendo que
55% têm entre 16 e 22 anos.
Desses, 68% estão na condição de filhos em suas famílias,
reforçando o quanto este grupo é jovem. Podemos concluir que a
maioria dos jovens tem alguma estrutura familiar, já que se dizem
na condição de filhos, nos indicando assim que são indivíduos em
situação familiar. Em tese estes jovens estão mais bem
amparados e menos vulneráveis socialmente.
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 37
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
5.2 Renda familiar
A renda familiar está entre 1 e 3 salários para 51% desses atores
e temos mais famílias com renda superior a 4 salários do que
famílias que tem até 1 salário de renda mensal. São 18% com
renda familiar acima de 4 salários e 16% com até 1 salário mês.
Ainda temos 63% que moram em casa própria, sendo que 101 dos
entrevistados moram com três a cinco pessoas na mesma casa.
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 38
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
A renda familiar é gasta em destaque com água luz e telefone,
seguido da alimentação e aluguel, sendo que para 64% a renda
familiar é insuficiente.
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 39
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
5.3 Questão de Gênero
Temos neste grupo 166 homens e 34 mulheres, ou seja, por
amostragem a comunidade Hip Hop Ceilândia é composta por
83% de homens.
Podemos entender como evolução, pensando que as mulheres
vêem ocupando seu espaço e o movimento Hip Hop vai
absorvendo cada vez mais a energia feminina? Ou foi sempre
assim, apenas 17% cabem as mulheres e fechou?
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 40
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
5.4 Identificação com a Ceilândia
Este grupo, que em sua maioria é composto de jovens, têm uma
relação de raiz com o seu território, já que 67% dos entrevistados
moram a mais de dez anos na cidade e 61%, nunca moraram em
outro lugar.
Para aqueles já residiram em outro estado, destaque para São
Paulo que apresente o maior índice.
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 41
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
Além de evidenciar o respeito e apresso pela Ceilândia, já que
83% responderam que gostam muito da cidade, a Pesquisa
mostrou um grande potencial de articulação popular dentro no
movimento Hip Hop, já que 46% afirmaram que a melhor coisa da
cidade é o seu povo e isto é um importante facilitador para as
construções coletivas.
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 42
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
Temos um coletivo Hip Hop jovem masculino em sua maioria, com
raízes locais, que gosta da Ceilândia e dos ceilândenses.
Pelo lado ruim nossos entrevistados indicaram quais os cinco
problemas mais importantes, foram citados temas relacionados à
infra-estrutura (asfalto, esgoto, transporte, regularização de
imóveis, iluminação), entretanto na somatória das indicações os
eixos relacionados à educação, cultura, esporte e lazer estão em
destaque. A galera também chama a atenção para a saúde
pública, o número de indicações é importante, foram 109 citações.
As cinco deficiências estão assim classificadas:
1. Falta de espaços culturais
2. Hospital
3. Áreas de lazer
4. Cursos profissionalizantes
5. Posto de saúde
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 43
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
5.5 Escolaridade
Neste grupo o nível de analfabetismo é zero, com 72% do coletivo
em nível médio, sendo que 50% com nível médio completo.
Entretanto 10% acessam o ensino superior e apenas 5%
conseguem concluir sua graduação.
De acordo com os resultados percentuais, das 200 pessoas do
grupo, 100 terminaram ensino médio e estariam em condições de
acessar o ensino superior, entretanto apenas 20 acessam e 10
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 44
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
concluem a formação superior. Percebemos assim que 80% das
pessoas que terminaram o ensino médio param sua formação.
Podemos ter aqui uma grande oportunidade e um primeiro
indicativo para investimentos, pois existe um número significativo
de pessoas que embora terminem o ensino médio não se
profissionalizam, e com isso encaram o mercado de trabalho sem
as informações e instrumentos que seu nível de formação lhe
permitiria ter.
A Pesquisa aponta que 1% do coletivo entrevistado fez curso
técnico. Neste sentido cabe oferecer cursos de formação e
qualificação técnica profissional e empreendedora para estes
jovens agentes da cultura Hip Hop da Ceilândia.
Quando perguntado se há interesse do entrevistado em fazer
cursos de profissionalização, 94% expressaram interesse.
5.6 Áreas de Interesse
Destaca-se o interesse pela informática que se somarmos aos que
mostraram interesse por áreas relacionadas à produção cultural,
teremos um bom recorte transversal. Novas mídias, novas formas
de organização e distribuição de bens e conteúdos culturais abrem
espaços e alternativas de trabalho e geração de renda.
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 45
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
Vamos
considerar
que
informática
e
manutenção
de
computadores são áreas bem aproximadas, desta maneira 30
pessoas indicaram seu interesse em fazer cursos relacionados a
estes temas e 27 pessoas apontam seu interesse para áreas
relacionadas à produção de conteúdos culturais.
Temos 49% das pessoas relacionadas à cultura Hip Hop na
Ceilândia, que desejam trabalhar nos eixos cultura e tecnologia da
informação.
5.7 Experiência de Trabalho
Quando perguntados sobre experiências profissionais, apenas 10
pessoas disseram que nunca trabalharam, ou seja, a maioria
absoluta tem alguma experiência profissional. A ocupação que
mais apareceu foi a de vendedor com 25 pessoas, entretanto no
eixo relacionado à cultura, 31 pessoas têm alguma experiência de
trabalho ligada às mais variadas formas de produção cultural.
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 46
Segundo o Observatório
Nacional de Inclusão
Digital existem 18
Telecentros em Ceilândia.
Fonte: (www.onid.org.br)
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
5.7.1 Principais experiências profissionais
Experiência
Vendedor
Auxiliar administrativo
Serviços gerais
Designer
Nunca trabalhou
Estagiário
Office Boy
Caixa
Operador de microcomputador
Professor de Educação Física
Manutenção de computadores
Eletricista
Professor
Dançarino
Pintor
Pedreiro
Monitor
Vigilante
Secretária
Comerciante
Atendente
Motorista
Professor de dança
Gratifi
Fiscal
Técnico de áudio
Mecânico
Músico
Segurança
Empacotador
Estoquista
Comprador
Almoxarife
Impressor
Menor aprendiz
Jornaleiro
Artesão
Cinegrafista
Pizzaiolo
Ator
Locutor de rádio
Serralheiro
Garçom
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Qtd.
24
17
15
11
10
9
9
6
6
6
5
5
5
5
5
4
4
4
4
4
4
3
3
3
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Página 47
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
Balconista
Panfleteiro
Marceneiro
Supervisor
DJ
Voluntário
Feirante
Projetos sociais
Produtor de eventos
Cozinheiro
Marceneiro
Jardineiro
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Essa informação demonstra que há um indicativo de que ações de
profissionalização relacionadas ao desenvolvimento da cultura em
Ceilândia podem gerar bons impactos sócio-econômicos.
Entre as habilidades relacionadas à produção cultural identificadas
ao grupo entrevistado e que desejam transformar em fonte de
renda destacam-se o mercado da música e produção de eventos,
entretanto de modo geral grande parte dos atores identificados
com o movimento Hip Hop já produzem conteúdos culturais, seja
na arte do grafite, na dança, no design e eventos que organizam.
Observando a tabela de resultados fica evidente o interesse em
transformar elementos relacionados à cultura em alternativa
econômica.
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 48
Ceilândia já produziu
bandas de renome nacional
como o Câmbio Negro,
Tropa de Elite e Alibi.
Também produz atores
individuais e grupos de
discotecagem.
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
5.7.2 Cursos que os entrevistados gostariam de fazer
Cursos
Informática
DJ
Línguas
Manutençao de computadores
Designer gráfico
Eletricista
Educação física
Dança
Enfermagem
Vigilante
Literatura de cordel
Administração
Eletrônica
Grafiti
Produção de eventos
Técnico de áudio
Professor de Educação Física
Atendente de farmácia
Produção de eventos
Radiologia
Secretariado
Produção de eventos
Medicina
Edição de vídeo
Estilista
Auxiliar administrativo
Elaboração de projetos
Nutrição
Segurança
Gestão Social
Brigadista
Enfermagem
Técnico em gesso
Promotor de vendas
Gestão pública
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Qtd.
25
7
6
5
5
4
4
3
3
3
2
2
2
2
2
2
2
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Página 49
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
5.8 Mercado de trabalho
Entre nossos entrevistados, 33% tem carteira de trabalho
assinada, 32% se disseram desempregados e 26% atuam de
forma autônoma, sendo que 8% têm seu próprio negócio.
Podemos verificar que entre os 200 entrevistados, temos 16
empreendedores, 18 autônomos e 60 trabalhadores registrados.
São 94 pessoas atuando no mercado de forma regular, ou seja,
47% do grupo participam do mercado de trabalho.
5.9 Consumo
Quando a Pesquisa aborda o tema “consumo”, em destaque está
a música, roupas e acessórios. E quando perguntados sobre onde
compram roupas e CDs, a Feira da Ceilândia foi citada varias
vezes, indicando que esse centro comercial popular é um reduto
interessante de consumo da galera do Hip Hop.
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 50
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
O gráfico a seguir corresponde à pergunta “Onde você compra
Roupa”:
Quando perguntado sobre qual rádio você ouve, obteve-se o
seguinte resultado:
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 51
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
Entre as rádios a Smurphies é a mais ouvida e, na interne,t os
sites de relacionamentos são bastante utilizados, em destaque o
Orkut. Entre os sites relacionados ao movimento o Rap Nacional
aparece como o mais acessado.
As batalhas e campeonatos são os eventos que mais atraem
estes jovens do Hip Hop da Ceilândia e os pontos de encontro
mais citados são a praça do cidadão, na escola e sobre tudo na
rua. A rua é realmente o lugar da cultura e do movimento Hip Hop.
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 52
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
6 – CONSIDERAÇÕES
Com a realização da Pesquisa, alguns pontos tornam-se
necessário aprofundar a reflexão. Aqui, destacamos alguns
desses pontos:
6.1 Pré-conceito existe?
Aqui vale perceber que entre a juventude Hip Hop muitos estão no
mercado de trabalho e muitas vezes não é esta a imagem que a
sociedade produz, sendo aqui um exemplo de pré-conceito, e este
apontamento se reforça quando vamos buscar a história do Hip
Hop na Ceilândia e em todo DF.
Criminalizar o que não se entende, criminalizar o que provoca e
evidencia as contradições da realidade pode ser uma estratégia?
Um jovem artista que busca a alegria de expressar sua arte, não
se enquadra aos padrões médios usa roupas de tamanho não
adequado e com imaginação, percepção e atitude deve ser
invisível aos olhos da sociedade?
No Brasil a produção criativa inspirada na realidade das periferias
e dos guetos deveria ficar invisível, e quando vista o normal é com
algemas. Propor inverter esta ordem custa caro, logo o artista é
desestimulado, é desacreditado na sua arte. O discurso da
maturidade e seriedade destrói o diferente. Vamos escondendo
nossos diferentes, estreitando os caminhos. Uma idéia, uma cor,
uma roupa, um boné, uma entrada, uma saída, uma pergunta,
uma resposta, uma verdade.
Entretanto esta Pesquisa evidencia características que marcam a
comunidade Hip Hop Ceilândia e pode servir inclusive para que
ela própria se perceba e assim cada vez mais apresente,
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 53
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
represente, ponha suas letras, seus símbolos, suas idéias e seu
papo com qualidade dignidade, podendo viver da arte.
Aqui o desafio. Este é o papo, geração de renda relacionada à
cultura Hip Hop, entender o Hip Hop como saída econômica real,
ainda mais na Ceilândia, conhecida e reconhecida no Brasil inteiro
como um grande celeiro da cultura.
6.2 Geração de renda e Hip Hop? Será que rola?
Para 75% dos entrevistados a resposta é sim. Significa que entre
200 pessoas, 151 acreditam que Hip Hop pode ser fonte de
geração de renda.
Destaca-se o fato de que 96 pessoas disseram que estão
pensando em abrir um negócio e destas 82 tem a intenção de
fazer empreendimentos que dialogam com a cultura Hip Hop, isso
significa que 41% percebem e desejam trabalhar e gerar renda
com iniciativas relacionadas à produção cultural Hip Hop.
Entre os empreendedores 18 estão interessados no ramo das
lojas de roupa e 13 pensam em produtora de eventos, sendo os
dois segmentos mais citados.
São números importantes e significativos, entretanto o que falta
para acontecer? O que precisa ser feito para que realmente este
potencial, estas possibilidades se transformem em realidade e o
presente se apresente?
Entre os que acreditam na possibilidade de gerar renda
trabalhando com Hip Hop, 49 % disseram que as dificuldades
estão relacionadas a investimento/incentivo e organização.
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 54
O foco do Projeto está na
geração de renda dos
atores participantes a
partir da cultura Hip Hop
dentro de suas
comunidades e áreas de
atuação.
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
Vontade, Incentivo, Participação, Apropriação e Aprendizagem a
trilha e a cultura Hip Hop o meio, a forma, o como e o porque.
Testemunho – abalo ou uma letra, poema.
6.3 Desafios para o APL do Hip Hop
O desafio estruturante é garantir perenidade e sustentabilidade ao
coletivo formado pelas organizações locais e representado oficial
e legalmente no Conselho Gestor.
representa
politicamente
o
arranjo
Este Conselho Gestor
produtivo
local
e
seu
funcionamento é a alma da proposta.
Destaca-se que um apl é sobretudo uma construção política, um
exercício
de
democracia
participativa,
e
sendo
assim
a
sustentabilidade do apl está relacionado ao funcionamento do
conselho gestor.
Uma ação dentro da rubrica do APL é necessariamente uma ação
coletiva, pois a tese é a de que agrupados e organizados
coletivamente as iniciativas individuais se fortalecem.
Desta maneira o desafio mais importante e que é o caminho
apresentado pela tese do APL, é fazer com que os indivíduos
percebam que associados é melhor.
A aposta é estimular empreendimentos individuais e agrupá-los
em associações para que a cadeia produtiva se aglutine e
coletivamente se fortaleça.
Neste caso o desenvolvimento econômico e todo o processo de
geração de renda está diretamente relacionada a articulação
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 55
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
política entre as partes que compõe o arranjo. Neste caso não
adianta
apenas
formar
muitos
empreendedores
agindo
individualmente. Adianta fazer um planejamento coletivo a partir
das intersecções dos planos e intenções individuais.
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 56
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
ANEXO I – FORMULÁRIO DE ENTREVISTAS
IDENTFICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO
QUESTIONÁRIO Nº
PESQUISADOR SOCIAL
QUADRA /BAIRRO
CARACTERIZAÇÃO DA FAMÍLIA
Nome do Entrevistado:
Endereço eletrônico:
Idade
Sexo
◻ Masculino
◻ Feminino
Quantas pessoas residem na sua casa?
◻ Pessoa de Referência
Analfabeto
◻
◻ Cônjuge
Condição na
Família
◻
◻ Filho
C
Médio
Escolaridade
◻ Outro Parente
Assalariado com registro
◻
Assalariado sem registro
◻
I
◻C ◻
I
◻C ◻ I
Superior
◻C ◻
I
◻ Até 1 salário mínimo
◻ Autônomo com regularidade
Ocupação
◻
Técnico
◻ Dependente
◻
◻
C
I
Fundamental
◻ De 1 a 2 salários
Renda familiar
Autônomo sem regularidade
◻ De 2 a 3 salários
◻ De 3 a 4 salários
◻ Negócio Próprio
◻
Acima de 4 salário
Desempregado
Anos morando no Território (há quantos anos esta família mora na localidade)
◻
◻
De 00 a 05
◻
De 06 a 10
◻
De 11 a 15
◻
◻
De 16 a 20
21 ou mais
Procedência anterior (esta família já morou em outra localidade)
◻
Não, sempre morou aqui
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
◻
Sim, esta família já morou em
◻◻
Página 57
UF
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
IDENTIDADE COM A CEILÂNDIA
Você gosta da cidade?
Muito
Muito pouco
Razoável
Nada
Tranqüilidade, sossego
Natureza, ar limpo, ecologia
Cite 2 (duas) coisas
boas da cidade:
Eventos culturais
O pessoal é legal
Outros ________________________________________________
Vamos falar também
sobre os problemas
da cidade. Na sua
opinião, escolha as 05
(cinco) mais
importantes.
Asfalto
Esgoto, água encanada
Iluminação pública
Regularização loteamentos
Creches
Escolas de ensino básico
Espaços Culturais
Posto de saúde
Hospital
Preservação do meio ambiente
Áreas de lazer
Instalações p/ práticas esportivas
Posto policial
Transporte
Cursos profissionalizantes
Outros _____________________
MORADIA
Sua residência é
Tipo do domicílio
Própria (já paga)
Própria (pagando ainda)
Alugada
Cedida
Casa
Apto
RENDIMENTO
A maior parte da renda da
família é gasta em:
Aluguel
Vestuário
Saúde
A renda familiar é suficiente
para suprir as necessidades da
família?
Outros
Transporte
Água, luz e
telefone
Outros
Alimentação
Escola
Quais_________________
Se não, qual a área que fica mais crítica?
Aluguel
Transporte
Alimentação
Vestuário
Água, luz e
telefone
Escola
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
CAPITAL HUMANO (HABILIDADES, SABER FAZER...)
Que profissões você já exerceu?
(cite apenas 02 mais importantes
Você gostaria de fazer algum curso
de formação profissional?
Está pensando em montar algum
negócio?
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
(a) __________________________________________
(b) _______________________________________________
NÃO. Por quê? __________________________________
SIM. Qual? _____________________________________
NÃO. Por quê? __________________________________
SIM. Qual? _____________________________________
Página 58
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
Corte e Costura
Direção artística
Quais habilidades você tem e que
gostaria de transformar em
profissão ou fonte de renda?
Produção de Eventos
Design de moda (personal style,
customização
Design gráfico
Artesanato – madeira, material reciclado, pintura em
tecido, crochê, tricô, etc.
Produção musical - mixagem e masterização
Serigrafia
Grafite
Produção de vinhetas e spots
DJ
Elaboração de projetos
Musicalização (conhecimento musical)
Outros
CIRCULAÇÃO ECONÔMICA DA CULTURA HIP-HOP NA CEILÂNDIA
Você já ouviu falar sobre economia
da cultura?
Você acredita na capacidade da
geração de renda através da
cultura hip-hop?
NÃO. Por quê? __________________________________
SIM. Qual? _____________________________________
NÃO. Por quê? __________________________________
SIM. Qual? _____________________________________
O que precisa para acontecer?
Que tipo de atividade econômica
relacionada ao hip-hop daria certo
aqui na Ceilândia?
Cite duas
____________________________________________________
_________
____________________________________________________
_________
Vestuário
Eventos
Música
Dança
Quais produtos e serviços
relacionados a cultura Hip-hop
você consome?
Grafite
Publicações
Internet
Rádio
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 59
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
Onde você compra roupa?
Onde você compra cd?
Que rádio você curti?
Qual site na internet você acessa?
Quais eventos você participa?
Onde é o ponto de encontro da
sua galera?
Que estilo de música você curte?
Qual seu gasto anual consumindo
cultura hip-hop?
ATUAÇÃO
Qual sua atuação dentro da cultura
hip-hop?
Onde você atua?
Conhece o trabalho em
Cooperativa?
Acredita que uma Cooperativa de
atores do hip hop daria certo aqui
em Ceilândia?
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Sim
Não
Sim. Por quê? ___________________________________
Não. Por quê? ___________________________________
Página 60
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
ANEXO II – FORMAÇÃO DOS PESQUISADORES POPULARES
Tópico
Histórico Conceitual
Técnico Operacional
Elaboração do
Questionário
Coleta dos dados
Tabulação e
sistematização dos
dados
Apresentação dos
dados
Atividade
Encontro Inaugural
“Pensar Global e Agir Local”
Encontro 1 – Formação política
Apresentação do APL de Cultura
Tecnologia Social
Encontro 2 – Formação política
Participação, Apropriação e Autonomia
Conclusão e transição de módulo
Encontro 3 - Planilha eletrônica
Aula prática: utilização de recursos básicos e recursos
dinâmicos
Encontro 4 - Planilha eletrônica
Aula prática: recursos dinâmicos
Encontro 5 - Planilha eletrônica
Aula prática: recursos multimeios
Encontro 6 – Banco de Dados
Aula prática: recursos básicos
Encontro 7 – Banco de Dados
Aula prática: recursos multimeios
Encontro 8 – Elaboração de questionário
Aula prática: questionário
Trabalho em campo
Os participantes serão divididos em 5 duplas. Cada
equipe dessas será responsável pela aplicação de 40
questionários.
Encontro 9 –Tabulação e Interpretação dos dados
Aula prática: Tabulação dos dados e Interpretação dos
dados.
Encontro 10 – Sistematização dos dados
Aula prática: elaboração do relatório
Encontro Final
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 61
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
ANEXO III – FOTO DOS PESQUISADORES POPULARES
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
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Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 63
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
ANEXO IV – FOTO DA COLETA DOS DADOS
Fazer fotos e colocar aqui
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
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Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
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Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
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Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
ANEXO V – DEPOIMENTOS
Colocar 1 depoimento de cada pesquisador, 1 do Marcus e outro
do Vilmar.
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 67
Pesquisa Participativa da Cadeia Consumidora do Hip Hop
BIBLIOGRAFIA
Citar os materiais do ITS
RAP, o canto da Ceilândia
E ver as demais literaturas
Arranjos Produtivos Locais para Cultura – Marcus Vinicius Franchi
Nogueira.
Ciência e tecnologia para inclusão social - Texto produzido por
João Carlos Martins Neto – analista técnico da Secretaria de
Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia.
[Ceilândia-DF, Outubro de 2009]
Página 68
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