+ Entrevista:
É hora de mudar
+ Autopeças:
Honda planeja
automotivos
nacionalizar
compra
de
pistões
Rima migra para o alumínio
+ Na linha de montagem:
Fabricante procura fornecedor que ofereça qualidade compatível aos componentes
Honda nacionaliza pistão
japoneses
+ Mercado:
Consumo de alumínio é recorde
+ Lançamentos:
Alumínio de luxo
+ Transporte:
Varejo resiste à crise
Depois de iniciar a produção nacional de motores e caixas de câmbio fabricados em alumínio, no
ano passado, a Honda Automóveis Brasil quer agora nacionalizar a compra de pistões
automotivos, igualmente manufaturados com o metal, e até hoje importados do Japão. “Estamos
desenvolvendo fornecedores nacionais para substituir a importação”, afirmou Alfredo Guedes,
engenheiro do departamento de relações institucionais da Honda. A estratégia é uma forma de a
empresa se blindar contra flutuações de câmbio e reduzir custos.
O executivo não revela a partir de quando os carros da marca, Civic e Fit, começarão a rodar
com pistões fabricados em território nacional. Tão pouco quem são os fornecedores em
avaliação. Porém, não é difícil pressupor que os parceiros atuais saiam na frente. “Estamos
checando a capacidade de condições das empresas que já fornecem pistões para nossas
motocicletas, mas não há nenhuma garantia porque está tudo em fase de análise”, afirma.
De acordo com Guedes, o processo de desenvolvimento de fornecedores da Honda passa por
análises técnicas de resistência e durabilidade dos produtos de cada empresa, bem como por
perícias rigorosas de desempenho. “Também analisamos a similaridade da qualidade dos pistões
dos fornecedores locais com a qualidade daqueles fabricados no Japão”, diz.
Já a preferência da montadora pelo alumínio dá prosseguimento ao plano, estratégico para a
Honda, de aplicar o metal em componentes que favoreçam a relação peso/potência do veículo,
notadamente os itens do powertrain (sistema composto pelo motor, câmbio, cardan e eixos
traseiro e dianteiro). “O alumínio é comprovadamente um material que ajuda a performance e a
leveza do veículo e, consequentemente, seu consumo”, afirma Guedes. De fato, a montadora
tem aumentado o uso de alumínio. Nos EUA, a empresa superou a GM no consumo do metal
automotivo, como pode ser visto na reportagem principal dessa edição.
Entretanto, o executivo acredita que o desenvolvimento de fornecedores locais de componentes
em alumínio seja um dos principais desafios para o aumento do consumo do alumínio nos
veículos brasileiros. “Nem sempre é fácil desenvolver e identificar fornecedores habilitados em
entregar soluções e produtos em alumínio com o mesmo nível de qualidade exigido lá fora”,
analisa.
Ainda assim, Guedes acredita que é uma questão de tempo. “Há uma demanda global por carros
mais eficientes energeticamente e isso passa inevitavelmente por alternativas com materiais
mais leves que os convencionais”, diz. Pelo menos na Honda, isso já parece ser uma realidade.
“A melhoria constante de matérias primas e de processos utilizados em nossos carros e o
emprego do alumínio estão dentro de nossos estudos de inovação”.
Para ver íntegra da entrevista com o engenheiro do departamento de relações institucionais da
Honda, para quem a incerteza provocada pela crise não impacta o avanço tecnológico dos
automóveis, clique aqui.
Atualmente, quase todos os pistões automotivos são fabricados com ligas especiais de alumínio.
Como mostra o “The Aluminium Automotive Manual”, publicação eletrônica da European
Aluminium Association – EAA (http://eaa.net/aam/), o processo mais usado é o de fundição por
gravidade, com ligas de alumínio eutéticas, tipicamente com 12% de silício – contendo ainda
aproximadamente 1% de cada um dos seguintes elementos: cobre, níquel e magnésio. Já os
pistões fundidos com ligas hipereutéticas, com 18 a 24% de silício, oferecem menores taxas de
expansão térmica e de desgaste, embora com resistência reduzida. Pistões forjados com ligas de
alumínio eutéticas e hipereutéticas apresentam resistência mecânica superior e são usados na
produção de motores de alta performance. Há também pistões com bases reforçadas com fibras
de Al2O3, que são fabricados por fundição por compressão – processo também conhecido como
forjamento do metal líquido (squeeze casting) – e usados principalmente em motores a diesel de
caminhões.
Download

Honda planeja nacionalizar compra de pistões automotivos