Professor(a): Fábio, Hicaro e Cleber. Matéria: FÍSICA Símbolos adotados nesta prova: g: módulo da gravidade na superfície da Terra. G: constante gravitacional universal. c: velocidade da luz no vácuo. : constante de Planck reduzida. Questão 1. O módulo de Young de um material me sua resistência a deformações causadas por esforços externos. Numa parede vertical, encontra-se engastado um sólido maciço de massa especifica p e módulo de Young E, em formato de paralelepípedo reto, cujas dimensões são indicadas na figura. Com base nas correlações entre grandezas físicas, assinale a alternativa que melhor expressa a deflexão vertical sofrida pela extremidade livre do sólido pela ação do seu próprio peso. A) 3gab/(2) B) 3gb2/(2) C) 3b2h2(2ga4) D) 3ga4/ (2h2) E) 3gbh/(2) Solução: Alternativa D Pela configuração do sistema, o desvio deve ser independente da espessura b. Assim, alternativa correta letra D Questão 02. Considere dois satélites artificiais S e T em torno da Terra. S descreve uma órbita elíptica com semieixo maior a, e T, uma órbita circular de raio a, com os respectivos vetores posição rs e rT com origem no centro da Terra. É correto afirmar que A) para o mesmo intervalo de tempo, a área varrida por rs é igual a varrida por rT . B) para o mesmo intervalo de tempo, a área varrida por rs é maior que a varrida por rT . C) o período de translação de S é igual ao T. D) o período de translação de S é maior que o de T. E) se S e T tem a mesma massa, então a energia mecânica de S é maior que a de T. Solução: Alternativa C Pela 3ª lei de Kepler os períodos são iguais. Questão 03. Uma esfera de massa m tampa um buraco circular de raio r no fundo de um recipiente cheio de água de massa específica . Baixandose lentamente o nível da água, num dado momento a esfera de desprende do fundo do recipiente. Assinale a alternativa que expressa a altura h do nível de água para que isto aconteça, sabendo que o topo da esfera , a uma altura a do fundo do recipiente, permanece sempre coberto de água. A) m/(a2) B) m/(r2) C) a(3r2 + a2)/(6r2) D) a/2 - m/(r2) E) a(3r2 + a2)/(6r2) - m/(r2) Solução: Alternativa E A parte da esfera no interior do recipiente desloca líquido e, sendo assim sofre por parte deste uma força E cujo módulo é igual ao peso do líquido deslocado: E = Vcalotag = . πa 2 3r a 2 6 .g No entanto, a parte inferior da esfera não encontra-se imersa, logo deve-se diminuir de E o valor f da força que o líquido aplicaria: f = (pressão).(área efetiva) = gh.a2 Ao perder o contato com o fundo, a força mg peso da esfera se relaciona com E e f por: E – f = mg . πa 2 3r a 2 6 .g - gh.a 2 = mg h = a(3r2 + a2)/(6r2) - m/(r2) Questão 04. Sobre uma placa de vidro plana é colocada uma lente plano-convexa, com 1,50 de índice de refração e concavidade de 8,00m de raio voltada para baixo. Com a lente iluminada perpendicularmente de cima por uma luz de comprimento de onda de 589nm (no ar), aparece um padrão de interferência com um ponto escuro central circundado por anéis, dos quais 50 são escuros, inclusive o mais externo da borda na lente. Este padrão de interferência aparece devido ao filme de ar entre a lente e a placa de vidro (como esquematizado na figura). A espessura da camada de ar no centro do padrão de interferência e a distância focal da lente são respectivamente, a) 14,7 m e – 10,0m b) 14,7 m e – 16,0m c) 238 m e – 8,00m d) 35,2 m e 16,0m e) 29,4 m e – 16,0m Solução: Alternativa B Note-se que o raio superior, que reflete na interface vidro-ar não sofre inversão de fase, mas o raio inferior que reflete na interface ar-vidro sofre inversão, logo, tudo se processa como se Página 1 de 11 fossem duas fontes em oposição de fase. Para interferência destrutiva (anel escuro) tem-se: x = n, com n = 1, 2, 3,...(ordem do anel) Sendo x = 2d, então: 2d = n para o anel de número 50: 2.d = 50. 589 d = 14,7 m Pela equação de Halley (ou dos fabricantes) 1 n 1,5 1 1 1 = lente 1 = 1 8 nmeio R1 R2 1 f = -16m 1 f entre as placas passa a ser r. Note que para a força é como se uma placa estivesse no campo da outra, sendo assim o valor do campo cai pela metade. No equilíbrio as forças F e força elástica se igualam: F = FELAS (E/2).q = k(r0 – r) Para a capacitância tem-se: C = (A)/d Para a carga q entre as placas tem-se: q = C.V Para a ddp entre as placas tem-se: V = (E/2)r Daí: V2 = Questão 05. Um capacitor de placas planas paralelas de área A, separadas entre si por uma distancia inicial r0 muito menor que as dimensões dessa área, têm sua placa inferior fixada numa base isolante e a superior suspensa por uma mola (figura 1). Dispondo-se uma massa m sobre a placa superior, resultam pequenas oscilações de período T do conjunto placa superior + massa m. variando-se m, obtém-se um gráfico de T2 versus m, do qual, após ajuste linear, se extrai o coeficiente angular . A seguir, após remover a massa m da placa superior e colocando entre as placas um meio dielétrico sem resistência ao movimento, aplica-se entre elas uma diferença de potencial V e monitora-se a separação r de equilíbrio (figura 2 e 3). Nestas condições, a permissividade do meio entre as placas é 27AV B) C) 8 r / 27AV D) 4 r / AV E) 16 r / 27AV 2k 0 r0 r r 2 A . Do enunciado V = Vm para r = 2r0/3, substituindo esse valores e resolvendo para : = 32 2 r03 / 27AVm2 Questão 6: a figura mostra um interferômetro de Michelson adaptado para determinar o índice de refração do ar. As características do padrão de interferência dos feixes incidente no anteparo dependem da diferença de fase entre eles, neste caso, influenciada pela cápsula contendo ar. Reduzindo a pressão na cápsula de 1 atm até zero (vácuo), nota-se que a ordem das franjas de interferências sofre um deslocamento N, ou seja, a franja de ordem 0 passa a ocupar o lugar da de ordem N, a franja de ordem 1 ocupa o lugar da de ordem N + 1, e assim sucessivamente. Sendo d a espessura da cápsula e o comprimento de onda da luz no vácuo, o índice de refração do ar é igual a A) N/d B) N/(2d) C) 1 + N/d D) 1 + N/(2d) E) 1 - N/d A) 32 2 r03 / 27AVm2 16 2 r03 / 2 m 2 3 0 2 m 2 3 0 Solução: Alternativa D Quando uma onda atravessa uma mesma distância L em dois materiais diferentes a diferença de fase entre eles é: 2 m 2 3 2 m Solução: Alternativa A Durante a oscilação os sistema se comporta como um conjunto massa-mola vertical, cujo período T é dado por: T = 2 m k T2 = 4 2 k m= 4 2 k 1 1 λ1 λ 2 1 - 2 = (k1 - k2)L = 2 Assim, a variação da pressão ocasionou essa diferença de fase. Do enunciado: 1 - 2 = N.2 1 1 λ1 λ 2 Então: N.2 = 2 Aplicando uma ddp as placas passam a se atrair com uma força elétrica F = (E/2).q e a distância L. L 1 1 L N = λ ar n n 1 1 N = ar L N = ar 2d Página 2 de 11 λ0 λ0 λ λ0 nar = 1 + N/(2d) Questão 07. É muito comum a ocorrência impurezas em cristais semicondutores. Em primeira aproximação, a energia de ionização dessas impurezas pode ser calculada num modelo semelhante ao do átomo de hidrogênio. Considere um semicondutor com uma impureza de carga +e atraindo um elétron de carga –e. Devido a interações com os átomos da rede cristalina, o elétron, no semicondutor, possui uma massa igual a mrm0, em que m0 é a massa de repouso do elétron e mr, uma constante adimensional. O conjunto impureza/elétron está imerso no meio semicondutor de permissividade relativa r. A razão entre a energia de ionização desta impureza e a energia de ionização do átomo de hidrogênio é igual a a) 1 b) mr/r2 c) r2/mr d) mr/r e) r/mr Solução: Alternativa B Para o átomo de hidrogênio tem-se: k0e 2 I) Fele = FCP r2 = m0 v 2 r II) m0vr = n III) E = - k0e 2 r m0 v 2 2 + O que resulta em: E = - 2 2 k 0 m0 e 4 n2h2 , se n = 1( E1 = energia de ionização): E1 = - 2 2 k 0 m0 e 4 h2 , Semelhantemente para a impureza: E2 = - 2 2 k r me 4 h 2 Daí: E2/E1 = , kr = k0 r e m = m0mr mr r2 Questão 8. Considere um capacitor de placas paralelas ao plano yz tendo um campo elétrico de intensidade E entre elas, medido por um referencial S em repouso em relação ao capacitor. Dois outros referenciais, S’’ e S’’, que se movem com velocidade de modulo v constante em relação a S nas direções de r e y, nesta ordem, medem as respectivas intensidades E’ e E’’ dos campos elétricos entre placas do capacitor. Sendo 1 v c 2 , pode-se dizer que E’/E e E’’/E são, respectivamente, iguais a A) 1 e 1 B) e 1 C) 1 e D) e 1/ E) 1 e 1/ Solução: Alternativa C O campo elétrico entre as placas de um capacitor é dado por: E = 2 Q 2 A = Q A Do enunciado, estando as placas no plano yz, o campo está na direção de x. Assim, em relação ao referencial S’, não há qualquer mudança, logo: E’/E0 = 1 Já para o referencial S” as dimensões sofrem variação relativística. Então: A” = A/. Então o campo fica multiplicado por : E”/E0 = Questão 9. Considere as afirmações a seguir: I. Em equilíbrio eletrostático, uma superfície metálica é equipotencial. II. Um objeto eletrostaticamente carregado induz uma carga uniformemente distribuída numa superfície metálica próxima quando equilíbrio eletrostático. III. Uma carga negativa desloca-se da região de maior para a de menor potencial elétrico. IV. É nulo o trabalho para se deslocar uma carga teste do infinito ate o ponto médio entre duas cargas pontuais de mesmo módulo e sinais opostos. Destas afirmações é (são) correta(s) somente A) I e II B) I, II e III C) I, II, IV D) I e IV. E) III Solução: Alternativa D I – Verdadeira II – Falsa, pois a densidade de carga induzida depende do formato do corpo III – Falsa, pois as cargas negativas tendem a se mover contrariamente ao campo e este se orienta a favor da diminuição do potencial IV – Verdadeira. Note-se que tanto no infinito quanto no ponto médio entre as cargas o potencial elétrico é nulo. Questão 10. Um recipiente contém um gás monoatômico ideal inicialmente no estado L, com Página 3 de 11 pressão p e volume V. O gás é submetido a uma transformação cíclica LMNL, absorvendo de uma fonte quente uma quantidade de calor Q1 e cedendo a uma fonte fria uma quantidade de calor Q2. Pode-se afirmar que Q1 é igual a: a) 30pV b) 51pV/2 c) 8pV d) 15pV/2 e) 9pV/2 Solução: Alternativa B Deve-se notar que o gás recebe calo nos trechos LM e MN. Pela 1ª lei da Termodinâmica: ULMN = Q1 - LMN Q1 = ULMN + LMN Cálculo de ULMN: Para o ponto L: pV = nRTL Para o ponto N: 4p4V = nRTN TN = 16TL Daí: ULMN = (3/2)nR(TN – TL) = (3/2)nR(15TL) ULMN = (45/2)nRTL = (45/2)pV Solução: Alternativa C Durante a subida, o pólo norte se aproxima da face inferior da espira, surge uma corrente induzida que se opõe a essa aproximação, gerando nessa face um pólo norte e na face superior um pólo sul. Portanto na espira uma corrente tem sentido horário (vista de cima). Na volta ocorre o contrário surgindo uma corrente em sentido anti-horário. Questão 12. Um circuito elétrico com dois pares de terminais é conhecido como quadripolo. Para um quadripolo passivo, as tensões medidas em cada par de terminais podem ser expressas em função das correntes mediante uma matriz de z z impedância Z = 11 12 de tal forma que: z 21 z 22 Cálculo de LMN: Como a transformação MN é isocórica, o trabalho LMN é dado por: LMN = p(4V – V) = 3pV Então, como: Q1 = ULMN + LMN Logo: Q = (45/2)PV + 3pV = (51/2)PV Questão 11: Considere um imã cilíndrico vertical com um pólo norte para cima, tendo um anel condutor posicionado acima do mesmo. Um agente externo imprime um movimento ao anel que, partindo do repouso, desce verticalmente em torno do ímã e atinge uma posição simétrica à original, iniciando logo em seguida, um movimento ascendente e retornando à posição inicial em repouso. Considerando o eixo de simetria do anel sempre coincidente com o do ímã e sendo positiva a corrente no sentido anti-horário (visto por um observador de cima), o gráfico que melhor representa o comportamento da corrente induzida i no anel é v1 v 2 = i i2 Z 1 . Dos quadripolos propostos nas alternativas seguintes, assinale aquele cuja matriz de 4 2 impedância seja 2 3 Solução: Alternativa D Do enunciado, podemos supor que o circuito deve ser da seguinte forma: A i1 i2 D R1 V1 + R2 + R3 i1 i 2 + - - C Página 4 de 11 B V2 Aplicando a lei das malhas tem-se: V1 = R1i1 + R3 (i1 + i2) = (R1 + R3)i1 + R3i2 V2 = R2i2 + R3 (i1 + i2) = R3i1 + (R2 + R3)i2 Na forma matricial tem-se: v1 v 2 R R3 = 1 R3 R3 i1 R2 R3 i2 RCP = FG f= o que se determina: Questão 13. Um sistema é formado por duas estrelas esféricas de respectivas massas m e M, cujos centros distam d entre si, cada qual descrevendo um movimento circular em torno do centro de massas desse sistema. Com a estrela de massa m na posição mostrada na figura, devido ao efeito Doppler, um observador T da Terra detecta uma raia do espectro do hidrogênio, emitida por essa estrela, com uma freqüência f ligeiramente diferente da sua freqüência natural f0. Considere a Terra em repouso no mesmo plano de observação. Sendo as velocidades das estrelas muito menores que c, assinale a alternativa que explicita o valor absoluto de (f – f0)/f0. Se necessário, utilize (1 + x)n 1 + nx para x << 1 a) GM 2 / d M m c 2 Gm cos / d M m c GM sen / d M m c GM cos / d M m c b) Gm sen / d M m c 2 c) d) e) 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 Solução: Alternativa E Deve-se inicialmente notar que o efeito Doppler se na direção da reta que une fonte e observador. A equação do efeito Doppler relativístico é: f= 1 1 f0, sendo = Vr c = V cos c com << 1 -- Cálculo de V (velocidade tangencial de m): Os raios das trajetórias são: R = Md Mm er= = GMm d 2 V= GM2 d(M m) --Voltando ao efeito Doppler: R1 = R3 = 2 e R2 = 1 Aplicando as transformações “delta –estrela” em ADBC tem-se: Seja x = R1R2 + R1R3 + R2R3 = 2.1 + 2.2 + 2.1 = 8 RAD = x/R3 = 8/2 = 4 RAC = x/R2 = 8/1 = 8 RDC = x/R1 = 8/2 = 4 2 mV 2 r md Mm Igualando a resultante centrípeta com a força gravitacional na massa m: 1 1 f0 = (1 + )1/2(1 - )-1/2 f0 f = (1 + /2)(1 + /2)f0 = (1 + /2)2f0 = (1 + )f0 f – f0 = f0 (f – f0)/f0 = = V cos c Logo: (f – f0)/f0 = GM 2 cos 2 / d M m c 2 Questão 14. Um luz monocromática incide perpendicularmente num plano com três pequenos orifícios formando um triangulo eqüilátero, acarretando m padrão d interferência de um anteparo paralelo ao triangulo, com o Maximo de intensidade num ponto P eqüidistante dos orifícios. Assinale as respectivas reduções da intensidade em P com um e com dois orifícios tampados. A) 4/9 e 1/9 B) 2/3 e 1/3 C) 8/27 e 1/27 D) ½ e 1/3 E)1/4 e 1/9 Solução: alternativa A P tem a mesma distância a qualquer dos orifícios que produzem em P ondas com a mesma amplitude. A amplitude da onda em P é 3A Sendo a intensidade proporcional ao quadrado da amplitude tem-se: I = kA2 I0 = k(3A)2 = 9kA2 Com uma das fendas tapadas: I’ = k(2A)2 = 4kA2 I’/I0 = 4/9 Com duas fendas tapadas: I” = kA2 I”/I0 = 1/9 Questão 15. Pode-se associar a segunda lei da termodinâmica a um principio de degradação da energia. Assinale a alternativa que melhor justifica esta associação. A) A energia se conserva sempre. B) O calor não flui espontaneamente de um corpo quente para outro frio. C) Um maquina térmica operando em ciclo converte integralmente trabalho em calor. D) Todo sistema tende naturalmente para o estado de equilíbrio. Página 5 de 11 E) É impossível converter calor totalmente em trabalho. Solução: A) Falsa, pois não se tem rendimento 100% B) Falsa, pois espontaneamente é de um corpo quente para outro frio. C) Falsa, pois não se tem rendimento 100% (2ª Lei) D) Verdadeira E) Falsa, se a transformação for aberta é possível Questão 16. Um cilindro de altura h e raio a, com água ate uma certa altura, gira com velocidade angular w constante. Qual o valor Maximo de w para que a água não transborde, sabendo que neste limite a altura z (ver figura) é igual a h/3 + w3a2/(4g)? Dado: num referencial que gira com cilindro, e, portanto, considerando a força centrífuga, todos os pontos da superfície da água tem a mesma energia potencial. A) w = 2 gh / 3a 2 B) w = C) w = D) w = E) w = 4 ga / 9h 4 ga / 3h 4 gh / 3a 4 gh / 9a 2 2 2 2 Solução: Alternativa D Isolando um ponto da superfície do líquido: y E P x Note-se que não há movimento da superfície do liquido relativamente ao recipiente. Então: E P maCP tg = ma mg = w 2x g dy dx = y= Para x = a e y = h h = h/3 + w3a2/(4g) = w 2a 2 2g w= 4 gh / 3a 2 Questão 17. Um disco rígido de massa M e centro 0 pode oscilar sem atrito num plano vertical em torno de uma articulação P. O disco é atingido por um projétil de massa m M que se move horizontalmente com velocidade v no plano do disco. Após a colisão, o projétil se incrusta no disco e o conjunto gira em torno de P até o ângulo . Nestas condições, afirmam-se: I. A quantidade de movimento do conjunto projétil+disco se mantém a mesma imediatamente antes e imediatamente depois da colisão. II. A energia cinética do conjunto projétil+disco se mantém a mesma imediatamente antes e imediatamente depois da colisão. III. A energia mecânica do projétil+disco imediatamente após a colisão é igual à da posição de ângulo . É (são) verdadeira(s) apenas a(s) assertiva(s) A) I B) I e II C) I e III D) II e III E) III Solução: Alternativa C I) Verdadeira. II) Falsa, a colisão é inelástica, logo há perda de energia. III) Verdadeira. Questão 18. As figuras mostram três espiras circulares concêntricas e coplanares percorridas por correntes da mesma intensidade I em diferentes sentidos. Assinale a alternativa que ordena corretamente as magnitudes dos respectivos campos magnéticos nos centros B1, B2, B3 e B4. w 2x2 2g w 2a 2 2g Igualando com a expressão dada: Página 6 de 11 A) B2 B4 B3 B1 B) B1 B4 B3 B2 C) B2 B3 B4 B1 D) B3 B2 B4 B1 E) B4 B3 B2 B1 Solução: Alternativa C O campo magnético gerado por uma corrente no centro de uma espira tem sentido dão pela regra da mão direita e o módulo é inversamente proporcional ao raio da mesma, logo: B2 B3 B4 B1 Questão 19. Duas placas de um mesmo metal e com área de 5,0cm2, paralelas e próximas entre si, são conectadas aos terminais de um gerador de tensão ajustável. Sobre a placa conectada ao terminal negativo, faz-se incidir radiação e, por efeito fotoelétrico, aparece uma corrente no circuito, cuja relação com a tensão aplicada é explicitada no gráfico. Sabendo que a função trabalho do metal é 4,1 eV e assumindo que na região de saturação da corrente todo fóton incidente sobre a placa gera um fotoelétron que é coletado, a medida da intensidade dessa radiação em W/cm2 é igual a I= A corrente de saturação IM vale 10A, mas: IM = Q ∆t = n.e ∆t n ∆t = IM e = Então a intensidade da radiação I é dada por: I= Potência área = n.(Energia do foton) ∆t.A = n.hf ∆t.A = 13W/cm2 Questão 20. Uma amostra I de átomos de 57Fe, cujos núcleos excitados emitem fótons devido a uma transição nuclear, esta situada a uma altura d verticalmente acima de uma amostra II de 57Fe que recebe a radiação emitida pela amostra I. Ao chegar a II, os fótons da amostra I sofrem um aumento de freqüência devido a redução de sua energia potencial gravitacional, sendo, portanto, incapazes de excitar os núcleos de 57Fe dessa amostra II com uma velocidade v adequada. Considerando v<<c e que a energia potencial gravitacional do fóton de energia pode ser obtida mediante sua “massa efetiva” c2, assinale a opção que explicita v. Se necessário, utilize (1+x)n 1 + nx para x << 1. A) gd B) gd/c C) 2 gd D) 2 gd/c E) gd gd /c2 Solução: Alternativa B A energia = hf do fóton passa a ser ’ = hf’ cuja relação é: ’ = + mgd hf’ = hf + (c2)gd hf’ = hf + (hfc2)gd f’ = f[1 + (gd/c2)] com gd<<c2 Aplicando a equação do efeito Doppler: f= a) 13 b) 8,2 c) 6,6 d) 3,2 e) 1,6 Solução: Da equação de Einstein para o efeito fotoelétrico: Emax = hf - - Para Emax: Do gráfico IxV a ddp de corte (U) vale 2,5V Emax = eU = e.2,5 = 2,5eV - Para : = 4,1eV Daí: Emax = hf - 2,5 = hf – 4,1 hf = 6,6eV n.hf ∆t.A 1 1 f’, sendo = v/c com << 1 Substituindo encontramos: V = gd/c As questões dissertativas, numeradas de 21 a 30, devem ser desenvolvidas, justificadas e respondidas no caderno de soluções. Atente para os algarismos significativos. Questão 21. No sistema de unidades atômicas de Hartree, as unidades de carga elétrica, de massa, de comprimento e de tempo podem ser representadas respectivamente por qA, mA, LA e tA. Neste sistema, a carga elétrica e do próton é igual 1qA, a massa do elétron m0 vale 1mA, a constante de Planck reduzida é igual a 1m A .L2A / t A e a constante de Coulomb k0 = 1/ (40) vale -19 1m A .L3A / q 2A .t A2 . Dados no SI: e = 1,6.10 C, m0 = 9,1.10-31kg, = 1,1.10-34J.s, k0 = 9,0.109 Nm2/C2 Página 7 de 11 a) Qual a medida em metros de um comprimento igual a 1,0LA? b) Qual a medida em segundos de um tempo igual a 1,0tA? Solução: a) = 1m A .L2A tA Mas, k0 = L2A = 1m A .L3A t A mA L4A = t A2 = q 2A .t A2 2t A2 m 2A m A .L3A q 2A .k 0 Substituindo essa última na primeira: L4A = 2 m 2A . m A .L3A q 2A .k 0 LA = Substituindo LA em L2A = 2. m A q 2A .k 0 t A mA tem-se: t A = Questão 23. A figura mostra a parte de uma camada de um cristal tridimensional infinito de sal de cozinha, em que a distancia do átomo de Na ao de seu vizinho Cl é igual a a. Considere a existência dos seguintes defeitos neste cristal: ausência de um átomo de Cl e a presença de uma impureza de lítio (esfera cinza), cuja carga é igual a fundamental +e, situada no centro do quadrado formado pelos átomos de Na e Cl. Obtenha as componentes Fx e Fy da força eletrostática resultante F = Fxx+Fyy que atua no átomo de lítio. Dê sua resposta em função de e, a e da constante de Coulomb K0. 3 m A q 4A .k 02 Substituindo os valores numéricos: LA = 5,7.10-11m e tA = 2,8.10-17s Questão 22. Considere uma esfera maciça de raio r, massa m, coeficiente de dilatação volumétrica a, feita de um material com calor especifico a volume constante cv. A esfera, sujeita à pressão atmosférica p, repousa sobre uma superfície horizontal isolante térmica e está inicialmente a uma temperatura T alta o suficiente para garantir que a sua energia interna não se altera em processos isotérmicos. Determine a temperatura final da esfera após receber uma quantidade de calor Q, sem perdas para o ambiente. Dê sua resposta em função de g e dos outros parâmetros explicitados. Solução: Da 1ª lei da Termodinâmica: U = Q - U = nCvT Durante o aquecimento tem-se uma transformação isobárica, pois só a atmosfera realiza trabalho. 1) Cálculo do acréscimo de volume: r = r.’.T = r.(/3)T - cálculo da energia potencial: E = mgr E = mg r.(/3)T - cálculo do trabalho realizado sobre a esfera durante a expansão isobárica (pressão atmosférica) = pV = pV0T = p(4/3)r3T Da conservação temos: Q = U + E + substituindo nessa equação encontramos: T = T0 + mcV r 3 Q 4 pr 2 mg Solução: Seja r o vetor posição: y F a/2 r x 5a/2 Calculando r: r2 = (a/2)2 + (5a/2)2 r = F k 0 q1q2 r = r3 = k 0 (e)(e) r r3 26a 2 = k0e 2 26 a 2 3 5a a x y r 2 2 Substituindo os valores numéricos econtramos: F = 10ke 2 13 26 a 2 x 2ke 2 13 26 a 2 y r Questão 24. Em uma experiência de interferência de Young, uma luz magenta, constituída por uma mistura de luz vermelha (de comprimento de onde de 660nm) e luz azul (comprimento de onda 440nm) na mesma intensidade da luz vermelha, Página 8 de 11 incide perpendicularmente num plano onde atravessa duas fendas paralelas separadas de 22,0 m e alcança um anteparo paralelo ao plano, a 5,00m de distancia. Neste, há um semieixo Ou perpendicular à direção das fendas cuja origem também está a 5,00m do ponto médio entre estas. Obtenha o primeiro valor de y > 0 onde há uma Maximo de luz magenta 9intensidade máximas de vermelho e azul no mesmo local). Se necessário, utilize tan sen, para rad. Solução: Do experimento de Young, a posição y de um máximo de ordem n é dada por: dy n11 D dy n2 2 Assim, para 2: D n Então: n11 = n11 1 2 n2 1 dy n D Assim, para 1: = 440 2 = 660 3 n 1 = 2 e n2 = 3 Logo y = n1 D 1 = d 30 cm Questão 25. Partindo do repouso, uma bolinha cai verticalmente sobre um plano inclinado de ângulo com relação à horizontal, originando seguidos choques perfeitamente elásticos. Se d é a distancia inicial da bolinha ao plano, obtenha, em função de d, n e , a distancia do ponto do nésimo choque em relação ao ponto do primeiro choque. Solução: Considere o esquema abaixo que indica o movimento da bolinha. Note-se que na primeira queda, a bolinha andou d/cos perpendicular ao plano a velocidade inicial após cada colisão é v1cos. Para o tempo t entre duas colisões sucessivas: t = 2v1cos/gcos = 2v1/g Note-se que após n colisões: o tempo que transcorreu T = (n - 1)t Assim, na direção paralela ao plano o alcance é dado por: A = v1sen + (gsent2)/2 Substituindo t e v1 A = 4dtg(n – 1)n Questão 26. O aparato esquematizado na figura mede a velocidade da luz usando o método do espelho rotativo de Focault, em que o feixe de laser é refletido por um espelho rotativo I, que gira a velocidade angular w constante, sendo novamente refletido por um espelho estacionário II a uma distancia d. Devido ao tempo de percurso do feixe, o espelho rotativo terá girado de ângulo quando o feixe retornar ao espelho I, que finalmente o deflete para o detector. A) Obtenha o ângulo a do posicionamento do detector em função de . B) Determine a velocidade da luz em função de d,w e C) Explique como poderá ser levemente modificado este aparato experimental para demonstrar que a velocidade da luz na água é menor que o ar. Solução: a) trata-se do ângulo de deslocamento do espelho em relação ao ângulo de deslocamento do raio de luz: N1 Ri RR1 RR2 i1 N2 i2 Conservado a energia na primeira colisão, a velocidade v1 com que a bolinha atinge o plano é dada por: v1 = 2 gd / cos Para facilitar a análise do movimento, vamos decompor a gravidade nas direções tangente e perpendicular ao plano. Sendo as colisões elásticas não há perda de velocidade. Na direção Da figura = 2 b) Da cinemática tem-se: t = 2d c neste intervalo de tempo tem-se ainda: t = Então: c= 2dw/ Página 9 de 11 w c) Como na água a velocidade é menor, então a distância 2d será percorrida em um tempo maior aumentando assim o ângulo de deslocamento. Questão 27. Pontos quânticos são monoestruturas que permitem a manipulação do estado quântico de um único elétron, sendo um caminho promissor para a Computação Quântica. Em primeira aproximação, um ponto quântico confina elétrons com um potencial semelhante ao de um oscilador harmônico, isto é, com uma energia potencial do tipo V (x) = mw2x2/2, em que x é a posição da partícula em relação ao ponto de equilibrio, m é a massa da partícula confinada, w = (k/m)1/2 e k é a “constante de mola” (embora não seja este um conceito apropriado no mundo quântico). De acordo com a Mecânica Clássica, a energia mecânica deste oscilador pode variar continuamente de zero até o infinito. Por outro lado, na Mecânica Quântica, a energia deste oscilador varia de forma discreta, de acordo com a expressão En = (n+1/2) w, em que n pode assumir os valores 0, 1, 2, ... Na descrição quântica do oscilador harmônico, o menor valor possível para a energia mecânica é w/2, diferentemente do previsto na Mecânica Clássica. Explique porque não é possível haver energia igual a zero na descrição quântica do oscilador harmônico. Solução: Sabemos da mecânica clássica que a energia do oscilador é nula na abscissa nula. No entanto, o princípio da incerteza de Heisenberg não nos permite determinar com precisão a energia de um corpo em dada posição, portanto, quando a posição e nula, não se pode afirmar que a energia também o é. Questão 28. Duas espiras verticais estacionárias com aproximadamente o mesmo diâmetro d, perpendiculares e isoladas eletricamente entre si, têm seu centro comum na origem de um sistema de coordenadas xyz, na qual também está centrado um ímã cilíndrico de comprimento << d e raio r << . O ímã tem seu pólo norte no semieixo x positivo e pode girar livremente em torno do eixo vertical z, sendo mantido no plano xy. Numa das espiras, situada no plano yz, circula uma corrente I1 = icos(wt), cujo sentido positivo é o anti-horário visto do semieixo x positivo, e na outra circula uma corrente I2 = isen(wt), cujo sentido positivo é o anti-horário visto do semieixo y positivo. a) Desprezando a diferença de diâmetro entre as espiras, obtenha o campo magnético B na origem devido às correntes I1 e I2, na forma Bx x + By y b) Explique, por que, partindo do repouso em t = 0, o ímã adquire movimento de rotação em torno de z. Em que sentido (horário ou anti-horário, visto a partir do semieixo z positivo) ocorre este giro? c) Ao se aumentar gradativamente a freqüência angular w das correntes, nota-se que o ímã passa a girar cada vez mais rápido. Contudo, com o ímã inicialmente em repouso e se são repentinamente aplicadas correntes I1 e I2 de alta freqüência angular, nota-se que o ímã praticamente não se move. Explique a(s) razão(ões). Solução: a) Do enunciado, I1 gera campo magnético na direção de x e I2 gera campo na direção de , então: B= B= B= B= I x+ 0 2 y 2r 2r 0 I1 0 I 2 x+ y B = 0 (I1 x + d d d 0 [icos(wt) x + isen(wt) y ] d 0i [cos(wt) x + sen(wt) y ] d Bx x + By y = 0 I1 I2 y ) b) O ímã se orienta na mesma direção e sentido do vetor campo de indução magnética o qual irá girar no sentido anti-horário (visto do topo), assim o ímã adquire movimento de rotação. c) O aumento na freqüência angular faz com que os campos de indução mudem de sentido rapidamente. Mesmo com a mudança do vetor indução a inércia do ímã dificulta seu giro. Questão 29. Uma fonte de corrente é um dispositivo que fornece uma corrente invariável independente da tensão entre seus terminais. No circuito da figura, a corrente i produzida pela fonte é proporcional à corrente i que circula no resistor R. Inicialmente descarregadas, as placas M e N são carregadas após o fechamento das chaves S1, S2 e S3, que serão novamente abertas após o intervalo de tempo T. A placa M é então retirada do circuito e é posta em contato com um condutor C descarregado (não mostrado na figura), ao qual transfere uma fração f de sua carga. Em seguida com esse contato desfeito, o condutor C é totalmente descarregado. Na seqüência, o mesmo procedimento é aplicado à Página 10 de 11 placa N, a qual transfere a C a mesma fração f de sua carga, sendo então o contato desfeito e descarregando-se novamente C. Quando M e N são reintroduzidas no circuito, com as respectivas cargas remanescentes (de mesmo módulo, mas de sinais opostos), as chaves S1, S2 e S3 são fechadas outra vez, permanecendo assim durante o intervalo de tempo T, após o que são novamente abertas. Então, como antes repetemse os contatos entre cada placa e C, e este processo de carga/descarga das placas é repetido indefinidamente. Nestas condições, considerando os sucessivos processos de transferência de carga entre M e C, e N e C, determine a carga q de M após todo esse procedimento em função de , f, r, R, V1, V2, V3 e T. Considere V3 < V2 < V1. Solução: Ao fecharmos a chave tem-se: - da lei de Kirchhorff: i = (v2 – v3)/R Já na fonte de tensão tem-se: I = i = (v2 – v3)/R A carga Q1 recebida pelo capacitor após o tempo t é dada por: Q1 = It = t(v2 – v3)/R Para a primeira carga: QR1 = t(v2 – v3)/R - ft(v2 – v3)/R = t(1 - f)(v2 – v3)/R Agora, recolocando as placas no circuito e religando as chaves, durante o mesmo tempo t: Q2 = QR1 + t(v2 – v3)/R = t(1 – f + 1)(v2 – v3)/R Solução: A simetria das esferas garante que seus centros formam um tetraedro regular como indicado abaixo (A, B, C e D são os centros das esferas): A reta DO corresponde à vertical onde passa o peso da esfera superior. Observe que cada esfera exerce sobre ela uma força N orientada segundo o ângulo da primeira figura. Assim, no equilíbrio: 3Nsen = P N = P/3sen N = Veja que as esferas inferiores tendem a se afastar, não havendo, portanto, força de interação entre elas. Então, a parede deve equilibrar a componente horizontal de N, logo: Fparede = Ncos = 3 6 P 3 6 = 2 P 6 Para o conjunto das esferas, o peso total é equilibrado pela ação do piso FP. Então: 3Fp = 4P FP = 4P/3 Fazendo para o 2º contato: Q2C = t(1– f+1)(v2 – v3)/R - ft (v2 – v3) (1 – f + 1)/R O que se deduz: QNC = t(v2 – v3)[ 6 P 6 n (1 f ) ]/R i i 1 Questão 30. Um recipiente cilíndrico vertical contém em seu interior três esferas idênticas de mesmo peso P que são tangentes entre si e também à parede interna do recipiente. Uma quarta esfera, idêntica às anteriores, é então sobreposta às três esferas como ilustrado em pontilhado. Determine as respectivas intensidades das forças normais em função de P que a parede do recipiente exerce nas três esferas. Página 11 de 11