CESUMAR – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ
PRÓ-REITORIA ACADÊMICA
DIRETORIA DE ENSINO
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PROJETO INTÉRPRETES DE LIBRAS
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SUMÁRIO
1 JUSTIFICATIVA .................................................................................... 3
2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................ 6
3 OBJETIVO GERAL .................................................................................. 11
4 METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DO PROJETO DE INTÉRPRETES NO
CESUMAR ................................................................................................ 11
5 CÓDIGO DE ÉTICA................................................................................. 12
6 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 13
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JUSTIFICATIVA
Quando um bebê nasce surdo, ele desenvolve primeiramente as mesmas
fases de linguagem que o bebê ouvinte, ou seja, grito de satisfação, choro de dor e
fome, emite sons sem significados até mais ou menos 6 meses de idade e quando
chega à fase de balbucio é que começa a ser diferenciado um do outro. Porque o
bebê ouvinte, podendo ouvir os sons do ambiente ao redor de si tenta se comunicar
emitindo sons, enquanto o bebê surdo, com a barreira causada pela surdez, não
ouve sons do ambiente e por isto as primeiras “palavras” não surgem e
conseqüentemente disso fica com a aquisição de linguagem atrasada e limitada por
falta de continuidade e acesso aos conhecimentos e informações externas.
Sabendo que a criança surda é inteligente e que o desenvolvimento da
linguagem não depende da audição, o que faltou foi a oportunidade de “comunicarse” de forma adequada. É possível a aquisição de linguagem da criança surda seguir
em trajetória a de criança ouvinte, contanto que a criança surda tenha acesso com
a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.
Pelas pesquisas já feitas nos Estados Unidos e na Europa, comprovaram que
as crianças surdas de pais surdos se saem melhor na oralização e na escrita que as
outras crianças surdas de pais ouvintes, pois as mesmas não apresentam os
problemas da defasagem de linguagem porque os pais surdos já estão se
“comunicando” com os filhos esclarecendo todas as suas curiosidades naturais.
Isto não quer dizer que estamos negando à criança surda o direito de se
integrar a sociedade ouvinte, pelo contrário, usando LIBRAS como primeira língua
desde
cedo
ela
assimila
o
conteúdo
desenvolvendo-se
cognitivamente
e
emocionalmente, o que facilitará a aprendizagem da segunda língua, o português que poderá ser através da escrita e leitura ou da fala e leitura labial. Mas antes de
tudo, devemos aceitar a LIBRAS como a primeira língua dos surdos.
Segundo a FENEIS (Federação Nacional de Educação e Integração dos
Surdos), o Brasil tem aproximadamente 5% da comunidade surda total estudando
em Universidade sendo que os demais 95% são incapazes de lidar com o português
escrito. Devido de ter sido negado à criança surda a aquisição da primeira língua:
LIBRAS e com isto a segunda língua ficou pobre, fragmentada e limitada e ao
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ingressar na escola regular a criança surda enfrenta seu maior problema: a barreira
de comunicação.
Há muitos graus de perda auditiva, hoje dizemos que surdos são aqueles que
usam a língua de sinais para se comunicar e deficientes auditivos aqueles que com
uma prótese podem reconhecer pelo som as palavras. Os surdos são aquelas
pessoas que utilizam a comunicação espaço-visual como principal meio de conhecer
o mundo em substituição à audição e à fala. A maioria das pessoas surdas no
contato com outros surdos, desenvolvem a Língua de Sinais. Já outros, por viverem
isolados ou em locais onde não exista uma comunidade surda, apenas se
comunicam por gestos. Existem surdos que por imposição familiar ou opção pessoal
preferem utilizar a língua oral (fala).
A educação de uma pessoa surda se dará de forma diferente de acordo com a
época em que a surdez acontecer. Ela precisará de um atendimento especializado
para conseguir uma educação de qualidade e poder participar da sociedade como
cidadã. A FENEIS sempre acompanha as pesquisas e direcionamentos dados á
educação dos surdos em cumprimento de sua missão que visa a educação e a
integração dos surdos.
A estimativa do Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística (IBGE) é que o
Brasil atingiu o século XXI com uma população de aproximadamente 169,8 milhões
de habitantes. Segundo dados oficiais, projetados pela CORDE (Coordenadoria
Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência), 14,5% da
população brasileira apresente algum tipo de deficiência, o que equivale a 24,5
milhões de pessoas, das quais, 16,7% ou cerca de 4.100.000 são surdos.
Esses dados foram calculados com base no índice da Organização Mundial da
Saúde (OMS), que estima que o número de pessoas com algum tipo de deficiência
oscila entre 10 e 15% da população total dos países em desenvolvimento.
O senso 2000 (BRASIL, 2003), por exemplo, já indicou que Maringá, no
Paraná, tem em torno de 288,7 mil habitantes. Dessa população, 16,7% apresenta
pelo menos algum tipo de deficiência (mental, física, auditiva ou visual), o que
corresponde a 48,3 mil pessoas, das quais, segundo os critérios da OMS, cerca de
3300 são deficiente auditivos.
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O CESUMAR tem a sua atuação em uma vasta área geográfica que
compreende 119 municípios e tem se caracterizado como uma instituição
verdadeiramente regional, refletida principalmente nas suas atividades de pesquisa,
extensão e cultura voltada ao atendimento das necessidades regionais e tem por
finalidade promover a cultura através da pesquisa e do desenvolvimento das
ciências, letras e artes; formar pessoas habilitadas para a investigação filosófica,
cientifica e literária, os exercícios das profissões liberais, técnico-científicas e do
magistério; prestar serviço á comunidade.
Dentre os serviços prestados á comunidade, destacam-se os na área da
saúde, com a clínica odontológica, farmácia ensino, clínica fonoaudiológica, clínica
de fisioterapia, clínica de psicologia, Hospital Veterinário entre outros. Os da área
jurídica, com o Serviço de Assistência Judiciária, além dos diversos programas em
outras áreas, destinados á comunidade externa.
Maringá é uma referencia importante na área de atendimento às pessoas com
necessidade especial; ela conta com escolas especializadas na área de deficiência
mental, auditiva, visual, física, autismo e condutas típicas, além de uma entidade
que oferece orientações á família e apoio escolar para fissurados lábios-palatais. Um
ponto que merece destaque é a intensa participação das pessoas com necessidades
especiais na sociedade mediante a atuação das entidades de pessoas com
deficientes, com o CVI – Centro de Vida Independente, cuja representação em
Maringá foi a primeira a ser criada em uma cidade do interior do país; a ASUMAR –
Associação de Surdos de Maringá, a ADEVIMAR – Associação dos Deficientes Visuais
de Maringá; a APADEFI – Associação Paranaense de Deficientes Físicos, entidades
combativas no que se refere á defesa dos direitos de seus membros, quanto no
atendimento de suas necessidades básicas, como profissionalização e trabalho,
assistência social, esporte, culta e lazer.
A cidade de Maringá também conta com o Conselho de Direitos das Pessoas
Portadoras de Deficiência – CMPPD em plena atividade, de Promotoria Especial de
Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiências atuante, além dos trabalhos de
entidades confessionais.
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Nesse sentido, o CESUMAR tem se destacado no atendimento a alunos com
necessidades educativas especiais e realiza contratação de intérpretes pra melhor
atender os acadêmicos portadores de deficiência auditiva.
Além da contratação de intérpretes também está sendo viabilizado a oferta
de disciplina de LIBRAS – língua brasileira de sinais, para os cursos de
Fonoaudiólogia, de Psicologia, de Fisioterapia, de Odontologia, Licenciatura em
geral, de Direito, de Turismo, ou outros, com intuito de atender a legislação
vigente, mas também, de eliminar as barreiras na comunicação para os surdos,
transformando o CESUMAR em local de referência para outras Instituições de Ensino
Superior.
2
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As conquistas relativas aos direitos dos portadores de deficiências são
bastantes recentes se consideradas sob um prisma histórico, visto que o avanço se
deu praticamente no século XX. Até meados dos anos 70, a questão da deficiência
no Brasil sempre foi encaminhada pelos técnicos ou responsáveis considerados
especialistas na área. A meta principal do grupo era o atendimento assistencialista
dos portadores de deficiência dentro de instituição para PPDs.
O principio que norteava essas ações era o da normalização, isto é, as ações
educativas eram focalizadas em tornar o sujeito “especial”, o mais próximo possível
do sujeito “normal”, tornando a participação na sociedade responsabilidade do
individuo com necessidades especiais, ou do grau de “normalização” alcançado.
As primeiras entidades a se organizar em nível nacional foram: o Conselho
Brasileiro para o Bem-Estar dos Cegos, fundado em 1954; a Federação Nacional das
APAES, criadas em 1962, a Federação Nacional das Sociedades Pestalozzi, em 1970
e a Federação Brasileira de Instituições de Excepcionais, a FEBIEX, fundada em
1974.
Em 1979, acompanhando um movimento em nível mundial detonado pela
ONU ao instituir para 1981, o Ano Internacional das Pessoas Deficientes – AIPD,
alguns grupos organizados dirigidos por portadores de deficiência das várias áreas
começaram a se reunir para preparar o segmento. Como conseqüência, em 1980,
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em Brasília, aconteceu o I Encontro Nacional de Entidades de Pessoas Deficientes
que contou com a presença de cerca de mil participantes, representantes de
cegos,surdos, deficientes físicos e hansenianos, vindos de todo o Brasil. As
entidades de e não para deficientes começam a se fortalecer.
Neste encontro aprovou-se a primeira pauta de lutas do grupo,crio-se a
primeira entidade representativa – Coalisão Nacional – englobando todas as áreas e
definiu-se a política a ser adotada no ano seguinte, o AIPD. A principal característica
do movimento que surgia era a representação pelos próprios portadores de
deficiência e não mais pelos especialistas.
O ano de 1984 foi decisivo para o movimento, pois foram fundadas a FEBEC –
Federação Brasileira de Entidades de Cegos; a ONEDEF – Organização Nacional de
Entidades de Deficientes Físicos, a FENEIS – Federação Nacional de Educação e
Integração de Surdos e o MORHAN – Movimento de Reintegração dos Hansenianos.
Alem disso, em dezembro de 1984, criou-se o Conselho Brasileiro de Entidades de
Pessoas Deficientes, para reunir as quatro entidades e substituir a Coalisão
Nacional, sendo toda esta estrutura, organizada e gerida pelos próprios deficientes,
sob o lema o AIPD – “Plena Participação e Igualdade”, lançando no Brasil o
Movimento de auto-ajuda em torno de um grupo até então tutelado pelo estado e
pelas instituições assistências. Atualmente, existe o CONADE – Conselho dos
Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência.
Em 1985 fundou-se a Sociedade Brasileira dos Ostomizados e em 1987, os
paralisados cerebrais, antes representados pelas entidades de deficientes físicos ou
mentais, fundaram a APCB – Associação de Paralisia Cerebral do Brasil.
Como conseqüência das reivindicações desses movimentos de auto-ajuda, o
Governo começou a se estruturar estabelecendo uma política favorecendo as PPDs e
em 1987 é criada a CORDE – Coordenadoria Nacional para a Integração das Pessoas
Portadoras de deficiência, recriada pelo congresso em 1989 pela Lei 7.853. A
primeira pessoa a dirigir a CORDE, foi a paranaense Maria de Lourdes Canziani, que
por vinte anos havia dirigido o DEE – Departamento de Educação Especial da SEED
– Paraná.
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No nível dos governos estaduais e municipais, surgem órgãos de apoio ás
pessoas
com
deficiência,
com
a
participação
ativa
dos
representantes
do
movimento. Dentro dos partidos políticos surgem candidaturas de portadores de
deficiências, muitos ocupando cargos atualmente, nos três níveis do Legislativo.
Durante a década de 1980, o discurso referente ao atendimento as pessoas
com necessidades especiais, enfatizava a INTEGRAÇÃO, que no campo educacional
significava atendimento especial em escolas comuns; atividades extra classe em
comum; currículos adaptados.Dito de outra forma, as pessoas com deficiência
partilhavam do mesmo espaço físico, porem continuavam separadas ate que
possuíssem habilidades e competências suficientes para serem integradas á
comunidade.
Durante os anos 80, o movimento se expandiu em nível internacional, com a
ONEDEF passando a representar o Brasil junto ao Disable People’s Internacional,
através de seu Conselho Latino Americano.Os cegos passam a acompanhar os
avanços mundiais da área, mediante a filiação á UMC – União Mundial dos cegos e á
ULAC – União Latino – Americana de cegos e a FENEIS, liga os surdos ao World
Federation of Deaf – Federação Mundial de Suros, ampliando a sua atuação policia e
amadurecendo suas lideranças.
O trabalho dessas lideranças foi decisivo para uma das principais etapas da
luta travada nos anos 80: uma mudança de postura em relação ás pessoas com
necessidades especiais. O paternalismo daria lugar á equiparação de oportunidades.
A tutela teria de ser substituída pela cidadania. Com intensa participação de todos
os segmentos das pessoas com necessidades especiais, essa postura transparece na
nova Constituição Brasileira, promulgada em outubro de 1988. Das reivindicações
apresentadas pelo movimento, praticamente apenas a não adoção da LIBRAS como
língua oficial do Brasil, não aconteceu naquele momento, embora hoje isso já tenha
sido aprovado pelo Congrego Nacional, significando que LIBRAS, Língua Brasileira
de Sinais é uma língua oficial do Brasil, que consta hoje, com duas línguas oficiais:
português e a LIBRAS.
Toda essa mobilização em torno da deficiência reflete o inicio de um processo
de
conscientização
social,
não
apenas
da
comunidade
em
geral
mas,
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particularmente, das próprias PPDs exemplos simples, como a garantia do direito de
ir e vir, com a construção de rampas de acesso, a oferta de transporte coletivo
adaptado, a remoção de barreiras arquitetônicas, o direito ao intérprete,
estacionamento especial, sistema Braille em bancos e restaurantes, enfim,são
varias as conquistas concretas que podem ser notadas e partir da participação dos
próprios deficientes, não mais como objetos das políticas traçadas para a área, mas,
sim.como sujeito desta transformação social.
No campo de mercado de trabalho várias empresas têm aberto suas portas
para pessoas deficientes físicas ou sensorial e leis garantem a reserva de vagas nas
empresas públicas e privadas. A educação conseguiu avançar e hoje já é possível
encontrar PPD s cursando universidade e a ter acesso (concurso vestibular),
regulamentado mediante portaria do MEC. Embora ainda discutível, a inclusão do
PPDs no ensino regular, tem alterado o comportamento de criança e jovens frente
às pessoas PPDs. Porém, todas essas conquistas não chegam a significar, de fato,
uma melhoria para as condições de vida dos portadores de deficiência e seus
familiares, pois a maioria desses recursos nem chega ao conhecimento da
população diretamente interessada. A informação é instrumento valiosíssimo para a
melhoria das qualidades de vida e para a luta dos deficientes pelos seus direitos e
cidadania.
Atualmente, o principio que sustenta as ações direcionadas às pessoas com
deficiência é o da INCLUSÃO. De acordo com este princípio, a responsabilidade de
participação na vida comunitária e social não depende mais apenas da pessoa com
deficiência e de seu grau de competência, mas, sim, da preparação desta sociedade
em recebê-lo. Tornando mais claro, exemplificamos com o caso especifico dos
surdos.
Anteriormente ao movimento da inclusão, a responsabilidade da integração
era do “deficiente auditivo” este era “obrigado” a falar e a oralização era o único
método de educação de surdos permitido pelos órgãos governamentais. Hoje, a
LIBRAS é reconhecida, respeitada e, após decreto governamental que regulamenta
a Lei 10.436 de 24 de abril de 2002 dispõe que:
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Art. 1º A Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS será um componente
curricular obrigatório nos cursos de formação de professores para o
exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de
fonoaudiologia, de instituições de ensino públicas e privadas, do
sistema federal de ensino.
§ 1º Todos os cursos de licenciatura, o curso normal superior, o curso
de pedagogia e o curso de educação especial serão considerados
cursos de formação de professores e profissionais da educação para o
exercício do magistério.
§ 2º A LIBRAS poderá constituir componente curricular optativo nos
demais cursos superiores.
Art. 8º As instituições de ensino da educação básica e superior,
públicas e privadas, deverão garantir às pessoas surdas acessibilidade
à comunicação nos processos seletivos, nas atividades e nos
conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis, etapas e
modalidades de educação.
§ 1º Para garantir a acessibilidade prevista no caput, as instituições
de ensino deverão:
I - capacitar os professores para o ensino e uso da LIBRAS e para o
ensino da Língua Portuguesa para surdos;
II - viabilizar o ensino da LIBRAS e também da Língua Portuguesa
para os alunos surdos;
III - prover as escolas com o profissional Tradutor e Intérprete de
LIBRAS e Língua Portuguesa, como requisito de acessibilidade à
comunicação e à educação de alunos surdos em todas as atividades
didático-pedagógicas;
IV - viabilizar o atendimento educacional especializado para alunos
surdos;
V - apoiar, na comunidade escolar, o uso e a difusão de LIBRAS entre
professores, alunos, funcionários, direção da escola e familiares.
Apesar de se ter entrado no terceiro milênio, as dificuldades para colocar em
prática os direitos assegurados na legislação às pessoas portadoras de deficiência
são imensas, pois implica uma mudança muito mais de ordem cultural do que
legislativa.
O Ministério da Educação, com o intuito de assegurar a acessibilidade aos
portadores de deficiência física e sensorial condições básicas de acesso ao ensino
superior, de mobilidade e de utilização de equipamentos e instalações das
instituições de ensino, publicou a Portaria n.3.284/03, que em seu art.2º,
parágrafo 1º, determinou a eliminação de barreiras arquitetônicas para circulação
do estudante, permitindo o acesso aos espaços de uso coletivo, reserva de vagas
em estacionamentos nas proximidades das unidades de serviços, construção de
rampas com corrimãos ou colocação de elevadores, facilitando a circulação de
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cadeira de rodas, adaptação de portas e banheiros com espaço suficiente para
permitir o acesso de cadeira de rodas, colocação de barras de apoio nas paredes
dos banheiros, instalação de lavabos, bebedouros e telefones públicos em altura
acessível aos usuários de cadeira de todas. O CESUMAR tem atendido as
determinações no que se refere à eliminação de barreiras arquitetônicas, podendo,
inclusive, ser considerado exemplo nesse sentido.
Para ser considerado um Centro Superior modelo no que se refere à
acessibilidade, tão discutida nos dias atuais, resta também eliminar as barreiras de
comunicação.
3
OBJETIVO GERAL
•
Contratação de intérpretes para atendimento aos acadêmicos portadores de
deficiência auditiva com o intuito de proporcionar-lhes uma aprendizagem
significativa e conseqüentemente uma atuação competente e cidadã na
sociedade.
4
METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DO PROJETO DE INTÉRPRETES
NO CESUMAR
•
Contratação inicial de 8 intérpretes para atender a demanda de acadêmicos
portadores de necessidades especiais matriculados nos seguintes cursos:
Artes Visuais; Pedagogia; Publicidade e Propaganda; Sistema de
Informação e Web DESIGN;
•
Capacitação pedagógica dos intérpretes pelo NAP, subsidando-os no seu
trabalho em sala de aula;
•
Reunião pedagógica com os alunos portadores de necessidades especiais e
seus familiares;
•
Orientação
aos
docentes
dos
cursos
acima
citados
quanto
ao
encaminhamento metodológico com os alunos portadores de necessidades
especiais;
•
Orientação aos docentes quanto a função do intérprete em sala de aula.
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CÓDIGO DE ÉTICA
1. O intérprete será uma pessoa de alto caráter moral, honesto, confiável,
consciente e de maturidade emocional. Ele guardará informações
confidenciais e não trairá confidências as quais foram reveladas a ele.
2. O intérprete manterá imparcialidade ou atitudes neutras, durante o decorrer
da sua interpretação, evitando impor seus próprios pontos de vista, a menos
que lhe pergunte que dê sua opinião.
3. O intérprete interpretará fielmente e da melhor maneira possível sempre
transmitindo o pensamento, intento e o espírito do falante. Ele deverá
lembrar os limites de sua particular função e não ir além da sua
responsabilidade.
4. O intérprete deverá reconhecer seu próprio nível de competência e usar
discrição em aceitar tarefas, procurando a assistência de outro intérprete
quando necessário.
5. O intérprete devera adotar um modo conservador de se vestir, mantendo a
dignidade da sua profissão e não chamar atenção sobre si mesmo.
6. O intérprete devera usar discrição no caso de aceitar remuneração de
serviços, e ser voluntário onde fundos não estão disponíveis.
7. O intérprete jamais deverá encorajar pessoas surdas a buscarem decisões
legais ou outras que lhe favoreçam, simplesmente pelo fato do intérprete ser
simpático ao surdo.
8. Em caso legal de interpretação, o intérprete deverá informar a corte quando
o nível de compreensão da pessoa surda envolvida é tal, que interpretação
literal não é possível e o intérprete terá de parafrasear grosseiramente e
reafirmar ambos: o que é dito ao surdo e o que o surdo está dizendo á corte.
9. O intérprete deverá se esforçar para reconhecer os vários tipos de recursos
necessários a uma compreensão adequada por parte do surdo. Aqueles que
não conhecem a língua de sinais poderão ser assistidos pela tradução
(interpretação oral da palestra original), ou interpretação (parafraseando,
definindo, explicando ou fazendo conhecer a vontade do palestrante, sem
considerar a linguagem original usada).
10.Reconhecendo a necessidade do seu desenvolvimento profissional, o
intérprete irá se agrupar a colegas da área, com o propósito de compartilhar
novos conhecimentos. Procurar compreender as implicações da surdez e as
necessidades particulares da pessoa surda. Desenvolver suas capacidades
expressivas e receptivas em interpretação e tradução.
11.O intérprete deverá procurar manter a dignidade e a pureza da língua de
sinais. Ele também deverá estar pronto para aprender e aceitar sinais novos,
se isto for necessário para entendimento.
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12.O intérprete deverá se responsabilizar, sempre que possível, pela
manutenção do respeito do público ao surdo. Reconhecendo que muitos
equívocos (má informação), tem surgido pela falta de conhecimento na área
das surdez e do tipo de comunicação utilizada pêlos surdos
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REFERÊNCIAS
BRASIL. MEC/SEESP. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação
Brasileira.. Brasília. 2001.
MIRANDA, Wilson de Oliveira. Comunidade Surda: olhares sobre os contatos
culturais. Porto Alegre. Dissertação de mestrado, UFRGS, 2001.
SKLIAR, Carlos.
Mediação,1998.
A
Surdez:
um
olhar
sobre
a
diferença.
Porto
Alegre:
SURDOS. Direitos Humanos e Surdez: a acessibilidade promovendo a cidadania dos
surdos – FADERS
www.fapiso.com.br
www.feneis.com.br
www.fapiso.com.br
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A incluso do aluno com necessidade educacional especial