GeoBrasil 2002 – Geoinformação na Gestão das Cidades Ontologias do Espaço Urbano e a Produção de Informação Geográfica Gilberto Câmara (INPE) Taciana Lemos Dias (PRODABEL) Frederico Fonseca (Penn State Univ) Licença de Uso: Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br/ Motivação Pode existir um “cadastro multi-finalitário?” É possível, numa mesma prefeitura, ter um único banco de dados geográfico, que organize todas as informações sobre o espaço urbano? Como é possivel compartilhar dados sobre o espaço urbano? Ontologias que interoperam Estudo Ontologia Urbana única? Investiga os limites téoricos e conceituais Conceitos chave Espaço urbano Ontologias Condição de Existência Quando duas ontologias são iguais? Mapeamento de conceitos O conhecimento é possível? “Se quisermos apreender a essência de um complexo de noções abstratas, devemos por um lado investigar as relações mútuas entre os conceitos e as afirmações feitas a seu respeito e, por outro, investigar como eles se relacionam com as experiências.” Albert Einstein Componentes de Ontologia Urbana Conceitos Processos Ações (“valor venal do terreno” ou “regiões sensíveis a dengue”) Modelos Espaciais Unicidade (“lote”, “dengue”) Relações entre conceitos Partes, funções, atributos Geometrias associadas a conceitos Modelos temporais Cada ontologia tem seu modelo temporal Organização Ontologias Urbanas Afinal das contas, o que é o “espaço urbano”? Como as diferentes visões do “espaço urbano” afetam a concepção e uso de SIG ? O que fazer para dar suporte a estas visões diferentes? Pode existir um “cadastro multi-finalitário?” Espaço como Totalidade “Forma e Função, Estrutura e Processo” (Milton Santos) Forma Função tarefa, atividade ou papel a ser desempenhado pelo objeto; Estrutura aspecto visível do objeto, referindo-se, ainda, ao seu arranjo, que passa a constituir um padrão espacial; maneira pela qual os objetos estão inter-relacionados Processo estrutura em seu movimento de transformação, ação que se realiza continuamente visando um resultado qualquer, implicando tempo e mudança Ontologia Ontologia Descreve “o que existe” Lista de conceitos usados para modelar informação Ex: dicionário Porque ontologias são importantes? Modelagem formal de domínios de aplicação Compreender o conteúdo de bancos de dados Compartilhar ontologias : essencial para comunicação Entity Group Location Geographical region Amount of matter Physical obj ect Liv ing being Group of people Social entity Fruit Animal Country Apple Lepidopteran Caterpillar Butterfly Vertebrate Person Organization Ontologia: Brincar com Palavras Ontologias Formalização explicita de um modelo mental de uma comunidade Hipótese Linguística comunidade de interesse Urbano (forma uma comunidade ou várias?) “Os limites da minha linguagem são os limites do meu mundo” (Wittgenstein) Hipótese do Condicionamento Ontológico “Os limites da minha visão de mundo são os limites do meu banco de dados “ Modelo mental condiciona o modelo lógico (TADs) Processo de Representação Computacional Universo Universo Universo Universo Ontológico Formal Estrutural Implement. Níveis de abstração Ontologias (conceitos do mundo real): lote, tipo de solos Formal: entidades (objetos) x processos (campos) Estruturas de dados: matrizes, vetores Implementação: código em linguagem de computador Processo de Representação Computacional Universo Universo Universo Universo Ontológico Formal Estrutural Implement. Entidade única Poligono Tabela refúgio Lista de coord. Universo Ontológico Domínio de aplicação estabelece conceitos (“visão de mundo”) ex: “refúgio” e “fragmento” em ecologia “concentração de poluentes” Como traduzir os conceitos para o SIG ? Associação formal campos/objetos (e suas especializações) Mensuração levantamento de campo Processo de Representação Computacional Decisões concretas Atributos Que medidas caracterizam os dados ? Partição geométrica do espaço Que estruturas de dados são necessárias ? Escala Qual o nível de detalhe? Analise Que procedimentos de extração de informação serão utilizado? Ex: câncer de esôfago e exclusão/inclusão social Mapas Temáticos Superfícies Imagens Compartilhar Múltiplas “Visões” do Espaço Redes Feições Diferentes Leituras do Espaço Geográfico Percepções do Espaço Espaço como uma subdivisão planar Espaço como uma superfície contínua Percepções do Espaço Espaço como uma superfície de decisão Espaço como Clusters de Eventos Espaço como uma Dinâmica de Evolução Urbana S2 Realidade S3 O “Urbano” e Suas Circunstâncias Afinal das contas, o que é um SIG para gestão urbana? O “Urbano” e Suas Circunstâncias Afinal das contas, o que é um SIG para gestão urbana? Diferentes visões do fenômeno urbano Cadastro lotes e logradouros Roteamento Políticas públicas (saúde, educação, assistência social) Planejamento Urbano Meio-Ambiente Ontologias Urbanas Cadastro lotes e logradouros Mundo ocupado por “objetos” de localização fixa Mudanças temporais discretas Entidades geográficas institucionais Construídas pelo homem (fiat) Existência depende de contrato social (e.g., lei de uso do solo urbano) The Structure of Social Reality Representação de Cadastro Dualidade entre localização e atributos Lotes geoid 23 22 dono endereço cadastro IPTU 22 Guimarães Caetés 768 250186 23 Bevilácqua São João 456 110427 24 Ribeiro Caetés 790 271055 Para que serve uma linha? Setores censitários em São José dos Campos Para que serve uma linha? Setores Censitários Papel institucional Linhas no mapa Função social Levantamento de dados Indicadores sociais Estrutura Geral “Uma área é um setor censitário no Censo 1991” Modelos Temporal para Objetos Institucionais Urbanos Planejamento Estradas: Avenida avenida a avenida a plan 1996 a avenida 1996 bairro avenida 1996 d e bairro d e bairro b c 1995 c f 1996 c f 1997 Ontologias Urbanas Políticas Públicas espaço: ocupado por cidadãos depende de características dos indivíduos problema dados agregados por área Problema das Unidades de Área Modificáveis - MAUP Ontologias Urbanas: A Questão da Escala A Falácia Ecológica envolve a inferência não apropriada de relações em nível individual a partir de resultados agregados em unidades de área. Isto ocorre, tipicamente, quando o dado agregado é a única fonte disponível, porém o objeto de estudo são características e relacionamentos em nível do indivíduo. Wrigley, et. al , 1996 Renda individual per capita distritos Zonas od97 Zonas_renda Ontologias Urbanas: Efeitos de Escala Aumento da desagregação espacial Cuidados na desagregação uso de setores censitários do Censo 2000 efeitos de pequenas áreas (instabilidades) Uso de estatística (convencional e espacial) determinação de “clusters” construção de superfícies Ontologias Urbanas Análises Socioeconômicas Fenômenos contínuos no espaço Padrões espaço-temporais podem ser tão importantes quanto efeitos individuais uso de representações de superfícies Análise Espacial Domínios do Conhecimento Teorias Conceitos Qualitativos Modelos Inferenciais Hipóteses T estáveis Análise Espacial Ontologias Urbanas “Bolsões” de exclusão/inclusão social em São Paulo Do Espaço das Áreas ao Espaço das Superfícies dados agrupados por áreas / polígonos geração de centróides/Centros de Massa do atributo X,Y,Z X,Y,Z X,Y,Z X,Y,Z pontos / amostras krigeagem superfície contínua / grade X,Y,Z Produção da Topografia Social Homicídios - Das Zonas às Superfícies Fonte: SEADE Homicídos - SP 1996 Homicídos - SP 1999 Slides: Marília Carvalho ENSP/FIOCRUZ Avaliação dos Serviços de Saúde FONTE: FIOCRUZ Ontologias Urbanas Meio-Ambiente funções contínuas; localização – fixa Existem independentemente de nossa vontade (bona fide) Não precisam de contrato social Não são objetos institucionais Ontologias Urbanas Validação da hipótese linguística? Ontologias Urbanas Tipo de Dado Ontologia Meio-Ambiente Superfície Contínua Objetos Naturais Mudanças (Bona fide ? ) contínuas (lentas) Cadastro Objetos de Objetos Localização Fixa Institucionais (Fiat) Mudanças discretas Políticas Públicas Indivíduos (agregados área) Mudanças contínuas (rápidas) Objetos por Construídos (Fiat) Temporalidade SocioEconomia Padrões Espaço- Processos Temporais (superfícies) Mudanças contínuas (rápidas) Violência Ocorrências (região ocorrência) ??? Roteamento Objetos Localização Móvel de ?Processos? Objetos Criados Mudanças pelo Homem discretas Revisão Ontologias Urbanas Como as diferentes visões do “urbano” afetam a concepção e uso de SIG ? ...... O que fazer para dar suporte a estas visões diferentes? ..... Pode existir um “cadastro multi-finalitário?” NÃO, cada ontologia urbana requer uma organização de dados distinta???