POLÍTICAS PÚBLICAS,
QUALIDADE DE VIDA
e
ATIVIDADE FÍSICA :
ENFOQUE NA CRIANÇA
Roberto Teixeira Mendes
Depto. de Pediatria
FCM / Unicamp
Política Pública
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Política é conflito, mediado por estruturas e
instâncias do Estado e da Sociedade, em
busca de um movimento positivo resultante
das disputas que envolvem poder e
recursos
Política Pública é aquela que impacta o
conjunto da sociedade, executada pelo
Estado , em nome do interesse comum
Qualidade de Vida
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Qualidade de Vida é conceito que abriga
condições objetivas (moradia, emprego, acesso à
saúde, educação, lazer, alimentação, etc.) e
subjetivas (expectativas,vivências, afetos,
relações) de vida
Condições objetivas (modo de vida) e subjetivas
(estilo de vida) podem ser impactadas por
políticas públicas
As necessidades referentes às condições de vida
podem ser supridas por acesso público ou pelo
mercado
Atividade Física
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Refere-se ao movimento corporal, seja nas
atividades cotidianas (trabalho, deslocamento,
cuidar da casa) seja no lazer e/ou esporte
Pode variar de intensidade em qualquer das
situações, com impacto no condicionamento
físico e/ou na saúde
Pode ser vivenciada como agradável ou
desagradável
Tem inserção histórica e sócio-cultural
PP, QV e a Criança
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Políticas Públicas relativas às crianças são
sempre precárias,tardias, insuficientes e
distorcidas em relação às especificidades (como
com os idosos) : população não
produtiva
Melhorias recentes: saúde,educação, ECA
Condições de vida (QV) dependem muito da
capacidade de acesso ao mercado de bens e
serviços
Criança e Atividade Física
BOM
DESENVOLVIMENTO
Atividade Física e Criança
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O movimento é a base do desenvolvimento
(Piaget)
Quanto menor a criança, mais o
desenvolvimento, em especial o cognitivo,
baseia-se no movimento (o brincar)
(Piaget e Winnicott)
Moradia e/ou acesso a espaço seguro, com a
observação/cuidado/afeto de um adulto e
objetos/brinquedos adequados são condições
básicas para o desenvolvimento da criança
Atividade Física e Criança
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É próprio da criança a curiosidade, a
exploração do ambiente e a capacidade de
brincar/fantasiar
Brincadeira pressupõe postura ativa da
criança
O Brincar permite a objetivação do mundo ,
ensaiar os papéis sociais e lidar com
angústias e frustrações
Atividade Física e Criança
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A maneira como a criança brinca vai
impactar a vivência do movimento e do
esforço físico do adulto
Hoje, sabe-se que a AF vai diminuindo no
correr da infância; na puberdade a redução
é maior para as meninas; nos adultos, é
mais ativo quem teve oportunidade de
manter AF na puberdade/adolescência
Atividade Física, Criança e PP
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O domicílio: baixa renda X boa renda
os espaços: amplitude e segurança
a presença do adulto
existência de brinquedos
a TV (passividade + produção do
consumidor)
Para a criança maior: os entornos da casa
AF, Criança e PP
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Creches:
os “estacionamentos de crianças”
o “modelo enfermagem”
o “modelo pedagógico”
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Na área pública: insuficiência,
precariedade (período parcial)
AF, Criança e PP
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A Escola Infantil : espaço pedagógico e
lúdico; em geral as crianças “vão bem”
O Primeiro Grau:
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disciplina do corpo e da mente
sem espaços/tempos para o “brincar”
Atividade física reduzida , disciplinarmente
desvalorizada e separada do “aprendizado de
conteúdos”
Desadaptação /escolarização conflituosa
AF, Criança e PP
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Avaliação da implementação de AF por
escolas municipais de 1º grau :
Artur Nogueira (IDH e IPRS baixos)
Vinhedo (IDH e IPRS altos)
Vinhedo, ao redor de 80% em média
Artur Nogueira, abaixo de 40% em média
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(Boccaletto, Mendes e Villarta)
AF, Criança e PP
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Espaços de Lazer onde a criança pode se
movimentar ou praticar esportes:
Casa?
Rua?
Praças , praças de esportes
Clubes
Academias
Crianças com necessidades especiais,
AF e PP
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Problemas de saúde crônicos:
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Anemia carencial ( 40 a 50% aos 2 anos)
Sobre-peso e Obesidade(25 a 30% aos 10 anos)
Asmáticos (10 a 12%); AIE (atletas, 10 a 15%)
Déficits mentais ou sensório-motores
Síndromes genéticas (DOWN : 1/1000)
Doenças crônicas: diabetes I, cardiopatias,
doenças reumáticas, pneumopatias, nefropatias
gastro-intestinais (celiácos,1%)
AF, Crianças e PP
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QV e AF das crianças dependem
primordialmente de políticas que impactem
a QV da família:
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Emprego,moradia adequada, entornos,
segurança, apoio profissional acessível
Acesso a espaços adequados: praças, praças
de esportes,clubes , com apoio profissional local
AF, Crianças e PP
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Adequação dos espaços e da pedagogia
das creches, escolas infantis , 1º e 2º graus
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Pedagogia não dicotômica (disciplina do corpo X
disciplina da mente)
Educador Físico bem formado
Inclusão das crianças menos ativas, com deficits
ou problemas de saúde crônicos
AF, Criança e PP
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Desenvolvimento de Programas Integrados
UBS, Escolas, Praças de Esportes, Clubes
NASF
Matriciamento do profissonal Educador Físico
Formação/capacitação do profissional de saúde
com visão e competência para integrar
programas e processos: MSF, Pediatras,
Fisioterapeutas,Enfermeiros, Técnicos, Agentes
de Saúde, Gestores
Finalizando
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Qual o papel social da Criança/Infância no mundo
atual, da intensificação do trabalho com o
implemento das tecnologias?
Continuamos compreendendo essa fase da vida
como um moratória até a adultice?
Qual o espaço da criança no mundo?
Que adulto queremos que as crianças sejam?
Trabalhadores e consumidores disciplinados?
E a Escola com isso?
Que movimentos (AF) interessam às crianças?
Finalizando
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Há que se entender que AF não é um
substituto ou coadjuvante de processos de
proteção à saúde ou de alternativas do
lazer
AF é uma dimensão dos seres vivos, que
necessitam do movimento para “estar no
mundo” , desde a gestação no caso dos
mamíferos.
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POLÍTICAS PÚBLICAS, QUALIDADE DE VIDA e ATIVIDADE FÍSICA: ENFOQUE