Congresso Internacional “I República e Republicanismo”
Eixo 'Cultura, movimentos culturais e memória'
Autor:
Categoria:
Instituição:
Email:
Ana Cristina Martins
Investigador Auxiliar
IICT - Instituto de Investigação Científica Tropical
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Título da comunicação proposta:
A Arqueologia na agenda republicana: entre o mito e a realidade
Archaeology within republican agenda: between myth and reality
Resumo da comunicação proposta:
Os esforços envidados para institucionalizar o exercício arqueológico em
Portugal, desde meados de oitocentos, colheram paulatinamente frutos, apesar dos
obstáculos emergidos a cada passo. Não obstante as intenções e os primeiros ensaios
registados em plena Monarquia Constitucional, foi a 1.ª República a legislar pela
primeira vez na área da preservação patrimonial, contemplando a Arqueologia como
elemento essencial ao estudo e divulgação do passado do país desde tempos
imorredouros, conferindo-lhe maior visibilidade. Apesar disso, foram inúmeros os
problemas surgidos para cumprir a lei, quase todos decorrentes da inexistência de uma
estrutura sólida e profissionalizada na área. Mais do que isso, divisava-se um certo
distanciamento das entidades competentes quanto ao exercício arqueológico, na medida
em que, ao contrário do que sucedia em países onde fora acolhido desde cedo nas
academias e universidades, Portugal não carecia dele para justificar fronteiras ou
fortalecer sentimentos identitários. As excepções residiriam em iniciativas do foro
particular, embora a ideologia republicana se compadecesse desde logo com o conceito
de pré-história, por implicar, entre outros aspectos, o reconhecimento da evolução
humana direccionada a um destino que se pretendia melhor(ado). Serão, pois, estas as
vertentes exploradas na nossa comunicação, avaliando de que modo a agenda
republicana procurou institucionalizar a Arqueologia em Portugal, e em que medida a
Arqueologia terá contribuído para a afirmação do ideário republicano entre nós.
Escrutinar-se-ão para tal escritos finisseculares donde brotava a interligação entre
passado e presente para legitimar procedimentos actuais e contrariar modelos políticos
depostos, com auxílios mais ou menos mútuos, como teremos oportunidade de
constatar.
Curriculum vitae (abreviado)
Ana Cristina Martins é Doutora em História, Mestre em Arte, Património e Restauro e
Licenciada em História-variante de Arqueologia pela Universidade de Lisboa, em cujo
Centro de Arqueologia – Uniarq – desenvolve um projecto de pós-doutoramento sobre a
Arqueologia em Portugal entre as décadas de 20 e de 60 de novecentos, sendo
investigadora principal da linha History of Archaeology in Portugal. Theoretical Issues.
Possui várias publicações na área da História da evolução do pensamento arqueológico,
museológico e patrimonial, a maioria das quais resultante de comunicações
apresentadas em encontros nacionais e internacionais. É Investigadora Auxiliar do
Instituto de Investigação Científica Tropical, no âmbito do programa Compromisso com
a Ciência, onde incrementa projectos na área da História da Ciência, em geral, e da
História da Arqueologia, sendo ainda responsável pelas colecções de Pré-história e
Arqueologia. Lecciona na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
(Lisboa), na qualidade de Professora Auxiliar Convidada, onde coordena a Secção de
História do Património e da Ciência integrada no CPES - Centro de Pesquisa e Estudos
Sociais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas.
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Ana Martins