Suzana Cristina Witt (Autora) André de Souza Macedo; Clarice Dorneles Nejar; Gabriela Tarouco Tavares; Iassanã Martins da Silva; Italo Cassará; Janaína Moraes Franco; Mariana Silva Freitas; Priscila da Silva Correa; Priscila Soares Morais; e Renata Teixeira Ferreira da Silva (Co-autores) EIXO TEMÁTICO: Relatos de experiências em oficinas e salas de aula. Oficinas de Iniciação Teatral no IE Universidade Federal do Rio Grande do Sul 2010 Oficinas de Iniciação Teatral no IE Suzana Cristina Witt (autora) André de Souza Macedo; Clarice Dorneles Nejar; Gabriela Tarouco Tavares; Iassanã Martins da Silva; Italo Cassará; Janaína Moraes Franco; Mariana Silva Freitas; Priscila da Silva Correa; Priscila Soares Morais; e Renata Teixeira Ferreira da Silva (co-autores) Estudantes de Licenciatura em Teatro da UFRGS; Bolsistas de Iniciação à Docência (PIBID/UFRGS) O projeto PIBID-Teatro/UFRGS propõe diversos objetivos para a recuperação do ensino de teatro no Instituto de Educação General Fores da Cunha (IE). No ano de 2010 iniciamos uma série de atividades, as quais temos por meta dar continuidade em 2011. Para que conseguíssemos iniciar as atividades relacionadas ao ensino teatral, precisávamos conhecer a escola; da mesma forma, o projeto PIBID-Teatro precisava ser conhecido por ela. Iniciamos nossas atividades através de uma pesquisa sobre o espaço físico escolar do IE; para tal, conversamos com a direção da escola, além de secretarias e funcionários. Arrecadadas informações sobre a escola, pesquisamos sobre a história do ensino de teatro no Instituto de Educação, através do arquivo escolar e de textos da fundadora do TIPIE, Olga Reverbel. Nossas atividades ligadas mais diretamente à sala de aula iniciaram-se após as pesquisas. Primeiramente, planejamos uma oficina curta, de quatro aulas no total. O objetivo desta era iniciar o trabalho do PIBID-Teatro na escola e conscientizar tanto alunos, quanto professores e funcionários, de que a sala TIPIE voltaria a ser utilizada para a prática teatral, de modo que as demais atividades que lá ocorriam precisariam encontrar outro espaço (como por exemplo as aulas de educação física, que vinham utilizando a sala para jogos em dia de chuva, e as aulas de circo, que estavam danificando o espaço através de uso indevido). Para começarmos a oficina foi necessária uma faxina geral da sala, que também estava sendo utilizada como depósito. Foi principalmente a partir do segundo semestre de 2010 que começamos com as intervenções em sala de aula. Dividimo-nos em grupos para assistirmos aulas de professores de artes do colégio e, a partir disso, planejamos atividades em que pudéssemos acrescentar, através da utilização da prática teatral, a aula do professor; desse modo, apresentamos o grupo PIBID-Teatro aos alunos e professores e tivemos nossas primeiras experiências em docência no Instituto de Educação. Iniciamos o trabalho com oficinas no turno inverso às aulas dos alunos no segundo semestre de 2010. Dividimo-nos em quatro grupos, para que todos os turnos escolares tivessem possibilidade de participar das oficinas de iniciação teatral; Dentre as várias atividades que realizamos nesta escola, podemos afirmar que as oficinas dentro do TIPIE foram aquelas que mais envolveram os alunos e que exigiram de nós, bolsistas, muita dedicação e planejamento. As turmas foram dispostas da seguinte forma: Turma A - quarta-feira das 10h às 12h Turma B - quarta-feira das 16h30 às 18h30 Turma C - quarta-feira das 19h às 21h Turma D - quinta-feira das 15h às 17h A divulgação para a inscrição nas oficinas foi feita na sala de aula por nós, bolsistas. Dividimo-nos em grupos, de modo a passar em todas as turmas de todos os turnos escolares; a divulgação pessoal foi feita também para que toda a escola ficasse a par das atividades que o PIBID Teatro estava realizando no IE. As inscrições ocorreram no saguão da escola entre 20 e 25 de agosto; ficamos entusiasmados com a grande procura dos alunos pelas oficinas de teatro. Com turmas lotadas, iniciamos as atividades no dia 1 de setembro. As aulas se estenderam, como planejamos, até 2 de dezembro, encerrando simbolicamente as atividades com a mostra dos trabalhos que chamamos “Troca de Figurinhas”. Cada turma, com sua equipe de bolsistas e grupo de alunos, viveu uma experiência única. Detalharemos brevemente sobre cada uma: Turma A: A equipe de bolsistas responsável pela turma “A” teve como objetivos de suas aulas desenvolver com os alunos a consciência e expressão corporal, a improvisação e um sentido de identidade, individual e do grupo. O conjunto dos alunos que integraram esta oficina era, em sua maioria, meninas entre onze e dezesseis anos. Os únicos dois meninos presentes até o final dos trabalhos estavam na faixa dos mais novos, ambos com onze anos. Por essa pluralidade de idades, algumas vezes nos era desafiador atender a demanda dos alunos, de acordo com os interesses e dificuldades de cada faixa etária. Contudo, obtivemos uma experiência enriquecedora na troca de pontos de vista e na forma como cada aluno contribuiu com suas particularidades para o trabalho realizado. Por vontade da própria turma, o trabalho de improvisação de cenas culminou na criação de duas encenações simples. As encenações seriam apresentadas na mostra de trabalhos“Troca de Figurinhas”. Apenas um dos grupos de alunos se disponibilizou a apresentar, o que fizeram com grande habilidade, apesar do nervosismo. Foi gratificante observar, ao final da oficina, o reflexo das atividades que propomos na qualidade do trabalho elaborado pelos alunos: criatividade na criação de um enredo, concentração e estado de jogo dentro de cena, clareza na execução de ações, entrega ao trabalho e capacidade de superar imprevistos. Turma B: As aulas da turma B ocorriam quartas à tarde, tendo início às 16h30 e duração de duas horas. A turma de alunos era bastante heterogênea, principalmente em relação a faixa etária: as idades variavam de 12 até 61 anos. Isso trouxe aos bolsistas ministrantes dificuldade quanto as atividades propostas; de igual forma, essas dificuldades tiveram um lado positivo, pois era necessário trabalhar com as diversidades que apareciam a cada encontro. Para cada aula era feito um obtetivo geral e um específico; assim, trabalhava-se grupo e indivíduo. Os alunos não quiseram participar da “Troca de Figurinhas” com alguma apresentação, pois não puderam contar com a presença dos outros colegas, que nem sempre estavam presentes. A princípio isso foi frustrante para os ministrantes, porém ao analisar os relatórios de cada oficina, percebemos crescimento no desenvolvimento do trabalho, tanto para alunos quanto para bolsistas. Observamos também que a cada aula os a mais tímidos iam tomando frente em algumas decisões e os próprios alunos cobravam assiduidade dos mais relapsos. Dessa forma, é possível perceber que as oficinas tiveram, de alguma forma, grande importância para todos os envolvidos. Turma C: As aulas da turma ocorriam nas quartas-feiras, tendo início às 19h e duração de duas horas. Os alunos da turma C tinham uma faixa etária mais homogênea, variando entre 15 e 18 anos. Inicialmente, a oficina contava com dois ministrantes; logo ao início do trabalho mais uma bolsista envolveu-se com esta turma, para que houvesse a possibilidade de as aulas serem dadas em dupla, enquanto o outro colega observass e fizesse anotações sobre o trabalho realizado. Cada aula era planejada de forma que os ministrantes revezassem suas tarefas. A apresentação final contou com cinco alunas no total, que apresentaram um exercício de improvisação proposto pelos bolsistas nas aulas anteriores a “Troca de figurinhas”. Desse modo, cinco cenas individuais foram interligadas com a proposta de um edifício, sendo que cada cena ocorria em um apartamento. As alunas mostraram concentração, dando valor ao objeto imaginário. Turma D: O objetivo inicial da oficina era trabalhar a identidade pessoal e no grupo. Para isso, as bolsistas responsáveis tinham como proposta a construção de uma partitura pessoal, vendo essa como algo próprio de cada pessoa, que lhe aproximasse consigo mesma. A oficina teve um total de 12 encontros, além da apresentação final. Contou com a participação de 11 alunos, sendo que nas três primeiras aulas compareceram em torno de 20 participantes. Os resultados obtidos na oficina foram muito satisfatórios, tanto no que diz respeito à qualidade do trabalho teatral realizado e apresentado pelos alunos, quanto na construção de uma identidade grupal: percebemos que ao longo do processo os alunos começaram a se apoiar e a entender a turma como um grupo. A apresentação da turma na amostra “Troca de Figurinhas” foi uma junção de diversas atividades realizadas ao longo do semestre. Percebemos que ali, como nas aulas, o cuidado dos alunos para com o trabalho teatral era muito grande. Eles, como grupo, tornaram-se homogêmenos em relação à concentração. Tanto grupo de alunos como bolsistas ministrantes ficaram muito satisfeitos com o trabalho final. A Troca de figurinhas ocorreu no dia 4 de dezembro, sábado. Desse modo, pais e amigos dos alunos puderam estar presentes para assistir as atividades. Foi um momento importante de reconhecimento do PIBID-Teatro/UFRGS pela comunidade escolar. Nesse dia, os alunos não só apresentaram, como também assistiram. Além de ensinarmos a prática teatral, é excencial ensinarmos a ser plateia. Convidamos um grupo de teatro da Fundarte – Montenegro, formado por adolescentes que participam de oficinas teatrais há mais tempo (de 1 a 4 anos). A experiência foi muito boa: os alunos mostraram-se boa plateia e empolgados com a possibilidade de formar peças teatrais dentro de mais algum tempo. Para nós, bolsistas, foi interessante e gratificante assistir aos trabalhos das nossas turmas e também dos demais grupos, ministrados por nossos colegas. Pudemos ali perceber que as oficinas estão tomando um rumo muito bom e que conseguimos trazer de volta para sala TIPIE a prática teatral. O PIBID-Teatro/UFRGS conseguiu no ano de 2010 parte do que está proposto em nosso projeto. Consquistamos e conseguimos a valorização do espaço e da atividade teatral no Instituto de Educação. Na “Troca de Figurinhas”, houve uma maior interação entre PIBID, comunidade e escola. No ano de 2011 pretendemos a continuação das oficinas, assim como a formação de um grupo que conte com a participação dos alunos das oficinas de 2010, para a montagem de uma peça teatral. Há ainda a maior recuperação da sala TIPIE, que está acontecendo no período de férias escolares. Buscamos, através do nosso projeto, que a história teatral do IE volte a ter continuidade. Nesse sentido, entendemos o PIBID como um projeto que de fato vai ao encontro das verdadeiras necessidades escolares.