AUTOMANIA
Desoneração de elétricos
e hibrídos acontecerá
mesmo em 2014. P19
ENERGIA
Transmissão terá
investimentos de R$ 17,9 bi
para aumentar segurança. P6
DADOS
Governo de Minas lança hoje
plataforma com informações
de todo o Brasil. P7
OLHAR DO PLANALTO
Bens de elevada intensidade
tecnológica têm participação
decrescente na exportação. P8
INDICADORES
Brasil
Econom ico
Ações do Banco do Brasil ON
(em R$)
26,10
25,50
24,75
24,65
24,00
www.brasileconomico.com.br
19/11
21/11
22/11
25/11
26/11
PUBLISHER RAMIRO ALVES . CHEFE DE REDAÇÃO OCTÁVIO COSTA . EDITORA CHEFE SONIA SOARES . EDITORA CHEFE (SP) ADRIANA TEIXEIRA . QUARTA-FEIRA 27 DE NOVEMBRO DE 2013 . ANO 5 . Nº 1.067 . R$ 3,00
Dilma diz que
PIB cresceu 1,5%
no ano passado
Um drible
no fim da
impressora
Fabricantes
buscam se
consolidar no papel
de fornecedores de
tecnologias de
captura e gestão
de conteúdo, seja
ele impresso ou
eletrônico. P16
Espionagem
dá prejuízo
de US$ 35 bi
G i g a n te s n o r te americanas de tecnologia tiveram credibilidade abalada
pela ação da NSA e
podem acumular
perdas nesse total
até 2016. P26
Luiz Claudio
Menezes, da
Lexmark
Murillo Constantino
Em entrevista ao jornal espanhol ‘El País’, a presidenta antecipou que o
novo cálculo mostra que economia cresceu acima do 0,9% anunciado.
O IBGE informou que só vai anunciar a revisão do PIB, feita habitualmente,
na semana que vem. A divulgação antecipada repercutiu mal. P3
INFRAESTRUTURA
Investimento até 2018 é
menor do que o esperado
As obras a serem executadas pelos setores público
e privado garantem uma taxa de investimento
de 22,6%, abaixo dos 24% projetados. P4e5
COMBUSTÍVEL
TRIBUTAÇÃO
Mantega
descarta
gatilho
MP pode frear
ida de empresa
para o exterior
Ministro ressalta que
reajuste tem que ter
“metodologia que não
seja inflacionária”. P3
Medida Provisória que
muda conceito de coligadas fora do país provoca polêmica. P20e21
2 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013
MOSAICO POLÍTICO
GILBERTO NASCIMENTO
[email protected]
PADILHA QUER VICE DO PTB
“
Se você faz parte
de uma igreja,
você tem que
pagar dízimo.
Se você faz
parte de uma
associação, tem
que pagar alguma
contribuição”
O
ministro da Saúde e pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, quer
o apoio do PTB. Segundo petebistas, Padilha, acompanhado do deputado Candido Vaccarezza,
se reuniu com o líder do partido na Assembleia paulista, Campos Machado. No encontro,
Padilha teria proposto que Machado indicasse o nome do vice na chapa petista. Machado não respondeu.
Secretário-geral do diretório nacional do PTB, o deputado diz ter um compromisso de fidelidade com
o tucano Geraldo Alckmin. Sempre esteve ao lado do governador e do PSDB nas eleições em São Paulo.
E Machado já reivindicou a vice na aliança tucana. O petebista avalia que não há chances de o PSDB
conseguir um vice do PSB, por causa da necessidade de Eduardo Campos ter palanque em São Paulo.
Antonio Cruz/ABr
Carlo Wrede/Ag. O Dia
O fato novo é que, pela primeira
vez, Machado decidiu apoiar o PT
na disputa presidencial. Os petebistas sempre fizeram parte da base de sustentação de Lula e Dilma.
Mas o partido nunca havia conseguido o apoio de seu diretório em
São Paulo aos petistas. Cada vez
mais próximo do partido de Lula e
Dilma, Machado se reuniu recentemente também com o presidente do PT, Rui Falcão. Tudo, daqui
para a frente, vai depender da resposta tucana à reivindicação do
PTB. Se Machado avaliar que o PSDB não soube agradecer a sua lealdade, os petebistas podem cair
nos braços do PT. No momento, a
pedido do PSDB, a Assembleia
paulista discute a possibilidade de
punição ao deputado petista licenciado Simão Pedro pela suposta articulação entre o PT e o Cade para
denunciar o cartel na compra de
trens em São Paulo. Ainda aliado
tucano, Machado é contra.
CARTAS
(PSOL-RJ), ao negar
cobrança de dinheiro de
funcionários e comparar
contribuições ao dízimo
Aécio irá a encontro do PSDB em Belém
O presidenciável tucano Aécio Neves encerrará suas viagens
pelo País com a ida a Bauru (SP), no sábado, e a Belém (PA),
no dia 5 de dezembro. Na capital paraense, participará de encontro
do PSDB da Amazônia Oriental e será recebido pelo governador
Simão Jatene e o prefeito Zenaldo Coutinho, ambos tucanos. No dia
10, Aécio anunciará os principais pontos de seu programa de governo.
Murillo Constantino
Aliados dizem
que PSD ainda
pode mudar
Vaccarezza diz que Petista critica “visão hegemônica”
apoio é bem-vindo O deputado Paulo Teixeira (PT-SP)reagiu ontem à informação, antecipada
Candido Vaccarezza diz ser amigo
de Campos Machado e afirmou
que ficará feliz se o PTB apoiar
Padilha. Mas não confirmou o
oferecimento da vice. Ressaltou
ainda que “nada foi decidido”
e “as conversas prosseguem”.
Deputada Janira Rocha
pela coluna, de que a direção petista não pretende mantê-lo na
secretária-geral do diretório nacional. Por integrar a corrente Mensagem
do Partido, a segunda mais votada nas eleições internas , Teixeira julga ter
esse direito. O presidente reconduzido ao cargo, Rui Falcão, avalia que não.
“Se for verdade, isso rompe uma tradição histórica do PT. Rompe com uma
unidade interna e demonstra a intenção de uma política hegemônica da
CNB (a corrente majoritária Construindo um Novo Brasil)”, reclamou. Para
ele, essa decisão faz renascer a ideia “de uma força só dominar o País”.
Segundo aliados, o apoio do
ex-prefeito paulistano Gilberto
Kassab (PSD) à reeleição
de Dilma ainda corre riscos.
Kassab não quer ministério
agora, mas espaços no governo
para abrigar correligionários.
Se não conseguir e, ao mesmo
tempo, a aliança PSB-Rede
prosperar, Kassab mudará
de rumo. Ele acha que
Marina pode ocupar o lugar
de Eduardo Campos.
Cartas para a redação: Rua dos Inválidos, 198, 1º andar, CEP 20231-048, Lapa, Rio de Janeiro (RJ).
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espaço ou clareza, Brasil Econômico reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br
Suposições
estão distorcendo
a ciência contábil
Situação da
economia não é
muito favorável
País sério tem
governantes que
respeitam o povo
Antigamente, nos Balanços
Patrimoniais havia um item
chamado "Contas de
Compensação", no ativo
constavam as rubricas de atos
que se transformavam em fatos.
No passivo, era lançado o mesmo
valor, como obrigação para
transformar o ato em fato. Hoje
estão valorizando “esperanças”
como entidade patrimonial .
A Dívida Pública Federal
do Brasil já corresponde a mais
de 3% do Produto Interno Bruto
(PIB) e o governo continua
gastando sem freios e metendo
os pés pelas mãos, totalmente
incompetente. A inflação
está em alta, temos baixa
produtividade, falta de mão de
obra qualificada e a infraestrutura
está caindo aos pedaços.
Um país para ter consistência
na sua economia e se manter em
um patamar estabilizado, precisa
mostrar e realizar, ter seriedade
e respeito com seu povo. Ainda
não tive o prazer de ter conhecido
um governo que tivesse ações
para beneficiar o país e não a si,
nossos representantes no
Congresso são os piores, estamos
em um barco sem capitão.
Geraldo Felippe Negrão
Lucy Saboia
Francisco Carlos
Via Facebook
Via Facebook
Guarulhos, SP
INDICADORES
A queda de mais de 6% das ações da Petrobras puxou o principal
índice do mercado acionário brasileiro, que fechou no nível mais baixo
em quase três meses. O giro financeiro do pregão foi de R$ 7,8 bilhões.
TAXAS DE CÂMBIO
▲ Dólar comercial (R$ / US$)
COMPRA
VENDA
2,2940
2,2960
▲ Euro (R$ / E)
3,1147
3,1159
JUROS
■ Selic (ao ano)
META
BOLSAS
▼ Bovespa - São Paulo
▲ Dow Jones - Nova York
▼ FTSE 100 - Londres
9,5%
VAR. %
EFETIVA
9,4%
ÍNDICES
1,56
51.446,00
0,04
16.079,44
0,87
6.636,22
Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 3
▲
BRASIL
Robson Fernandjes/Estadão Conteúdo
MENSALÃO
José Genoíno poderá voltar à prisão
A junta médica do Hospital Universitário de Brasília, formada para
avaliar o estado de saúde do deputado José Genoino (PT-SP),
concluiu que ele é portador de cardiopatia “que não se caracteriza
como grave”. O laudo, entregue ontem ao Supremo Tribunal Federal
(STF), diz que Genoino está com “condição patológica tratada e
resolvida” e que não é imprescindível tratamento domiciliar. ABr
Editor: Paulo Henrique de Noronha
[email protected]
Dilma antecipa revisão do PIB
de 2012: de 0,9% para 1,5%
IBGE só divulga nova conta no dia 3. Revelação a jornal espanhol provoca críticas e tentativa de explicação
Antonio Cruz/ABr
Fernanda Nunes
[email protected]
Mariana Mainenti
[email protected]
Economistas e analistas de mercado foram supreendidos ontem
com a informação da presidenta
Dilma Rousseff, para o jornal espanhol “El País”, da revisão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2012,
de 0,9% para 1,5% — uma alta de
0,6 ponto percentual. “Um desatino”, afirma o presidente da Inter.B Consultoria Internacional de
Negócios, Claudio Frischtak. “A
informação mexe com o mercado
e privilegia os leitores de um único jornal, e ainda estrangeiro”,
ressalta o economista do Instituto
Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) Armando Castelar.
“Esta semana resolveram reavaliar o PIB. E o PIB do ano passado, que era de 0,9%, passou para
1,5%. Nós sabíamos que não era
0,9%, que estava subestimado o
PIB. Isso acontece com outros países também. Os Estados Unidos
sempre revisam seu PIB”, afirmou Dilma ao jornal espanhol, para, em seguida, complementar
Dilma: para críticos, revelação ao “El País” mexe com o mercado
que, em 2013, o crescimento será
superior a 1,5%. “Resta saber
quanto acima”.
Para o diretor da Faap-SP e integrante do Conselho Federal de Economia, Luiz Alberto Machado, as
declarações da presidenta Dilma
ao “El País” demonstram que o governo está preocupado em passar
ao mercado notícias que transmitam confiança. “Eles querem recuperar a credibilidade da política
IBGE não se
pronunciou sobre
as declarações da
presidenta. Limitou-se
a informar que
quaisquer revisões do
PIB serão divulgadas
na data prevista,
em 3 de dezembro
econômica, mas seja qual for o
efeito da revisão do PIB nas projeções de crescimento que estão sendo feitas para 2013, continuaremos crescendo abaixo dos outros
países da região”, critica.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não se
pronunciou sobre as declarações
da presidenta e, por meio de sua
assessoria de imprensa, limitouse a informar que quaisquer revisões do PIB serão divulgadas apenas na data prevista em calendário — em dia 3 de dezembro. Tradicionalmente, no terceiro trimestre de cada ano, o IBGE revisa o
PIB do ano anterior. Essa informação não chegou a causar estranheza entre os analistas. “É usual o
Brasil e mesmo outros países reverem resultados”, avalia Castelar.
Mesmo o fato de a revisão ter sido
expressiva não chegou a impressionar. “Quando o IBGE revisou o
PIB em 2007, ele aumentou 10 pontos percentuais”, lembra.
A perplexidade do mercado foi
a antecipação do anúncio pela presidenta, na frente do IBGE, instituição responsável, com exclusividade, pela divulgação dos resultados conjunturais do país, em data
determinada, como previsto em
lei. Apenas no fim da tarde, a Presidência da República, por meio
de nota, veio a público tentar desfazer o que teria sido um mal entendido. Informou que, “na entrevista ao jornal ‘El País’, a presidenta Dilma Rousseff fez estimativa do valor de revisão do PIB de
2012 com base em estudos preliminares do Ministério da Fazenda. Segundo as informações prestadas pelo Ministério da Fazenda
à Presidência, estão em curso no
IBGE estudos sobre o setor de serviços que poderão concluir por
uma revisão do indicador do PIB
do ano passado”.
A projeção dos efeitos de uma
revisão do Produto Interno Bruto pelos economistas é divergente. Para o economista-chefe da
Confederação Nacional do Comércio (CNC) e ex-diretor do
Banco Central, Carlos Thadeu de
Freitas, as mudanças metodológicas poderão ser benéficas também para a taxa de 2013, cuja projeção, segundo ele, passaria de
2,4% para 2,6%. Para Frischtak,
no entanto, poderá ter efeito contrário, ao aumentar a base de
comparação anual.
Murillo Constantino
DELFIM: GOVERNO ESTÁ ACERTANDO NOS LEILÕES
Mantega diz que reajuste da
Petrobras não pode criar mais
um indexador para a economia
Preocupação do ministro
é que a nova fórmula
em estudo acabe virando
um fator inflacionário
■ O ex-ministro Delfim Netto elogiou o governo Dilma Rousseff ontem pelos recentes resultados
dos leilões de concessões, durante sua participação no seminário “O que esperar de 2014”, em
São Paulo. Ele considerou satisfatórias as cifras obtidas pela licitação para exploração de
petróleo e gás natural do Campo de Libra, e pelas concessões dos aeroportos do Galeão (RJ ) e
Confins (MG). “Isso é uma prova de que, com o tempo, até o PT aprende”, disse, com senso de
humor. Para ele, a equipe econômica está superando as dificuldades iniciais, após entender que
os leilões “são para profissionais”. Patrycia Monteiro Rizzotto
O ministro da Fazenda, Guido
Mantega, afirmou ontem que a decisão sobre a fórmula de reajuste
dos preços dos combustíveis é algo que tem que ser feito de forma
muito cautelosa, “para que se tenha uma metodologia que não seja inflacionária, que não indexe a
economia”.
Mantega, que é presidente do
Conselho de Administração da
Petrobras, reafirmou que a nova
fórmula não pode ser feita “de improviso”.
A diretoria da Petrobras aprovou e submeteu ao Conselho de
Administração uma proposta de
nova política de preços que prevê
reajuste automáticos e periódicos
dos combustíveis. Mas o governo
resiste à ideia, temendo que se torne um peso extra à inflação.
O conselho da Petrobras deve
avaliar a proposta em sua próxima
reunião, nessa sexta-feira. Após
os comentários de Mantega, as
ações da estatal aceleraram as perdas ontem.
“Estamos amadurecendo uma
modalidade, não vou dizer nem
uma fórmula, para eventual reajuste do combustível. Isso não pode ser uma indexação, estamos
trabalhando no Brasil para desindexar, para reduzir a inflação e
não podemos ter um mecanismo
dessa natureza”, afirmou o ministro da Fazenda. Reuters
4 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013
▲
BRASIL
Obras em alta,
mas... e o
investimento?
Canteiro de obras:
R$ 1,9 trilhão
previstos entre 2013
e 2019 em projetos
de infraestrutura
Se o governo conseguir tirar do papel todos os projetos de
reforma da infraestrutura brasileira, em várias frentes, talvez
alcance o volume de recursos para acelerar a expansão econômica
O conjunto das obras na área de infraestrutura irá expandir a taxa de
investimento do país de 18,14%
em 2012 para 22,65% em 2013, pelas contas da agência de classificação de risco Austin Rating, a partir de estudo sobre os investimentos elaborado pela Associação Brasileira de Tecnologia para a Construção e Mineração (Sobratema).
A entidade reúne as principais
construtoras e fabricantes de máquinas e equipamentos nacionais.
A taxa de investimento de
22,65% ainda está abaixo da almejada pelo governo, de 24% — meta anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, como sendo a ideal para que a economia tenha dinamismo. É também inferior à recomendação da Comissão
Econômica para a América Latina
e o Caribe (Cepal), de 27%, para
garantir uma expansão econômica mais acelerada. Os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (Ocde) mantêm taxa superior a 35%,
ressaltou a diretora-executiva da
Cepal, Alícia Bárcena, em entrevista recente.
Se o total de obras sair do papel
como o previsto é possível, entretanto, que já em 2014 a meta do governo seja alcançada e, em 2015, a
recomendação da Cepal. A Sobratema prevê investimentos totais
de R$ 1,19 trilhão de 2013 a 2018 —
R$ 290 bilhões anuais, em média.
O montante é suficiente para engordar a taxa de investimento em
4,5 pontos percentuais ao ano, segundo o cálculo do economista
Alex Agostini, da Austin Rating,
“desde que o governo consiga vencer os desafios e realmente viabilizar as obras”. Ele ressalta ainda
que o dinheiro será movimentado
gradualmente, ano a ano, e que dependerá da aceleração do licencia-
mento ambiental e da liberação
dos projetos por instituições públicas de controle — como o Tribunal
de Contas da União (TCU) e o Ministério Público — sobre os gastos
e os impactos para as comunidades atingidas.
Quase a metade dos projetos
previstos no estudo da Sobratema
caberão à Petrobras, principal responsável pela produção de petróleo nas reservas do pré-sal e por
construir novas refinarias para
processar o petróleo. Mas, de olho
nos projetos da estatal para os próximos anos, os fornecedores estão
até mesmo dispostos a negociar
contratos passados e, assim, viabilizar os investimentos futuros.
Do total de R$ 1,19 trilhão previstos, R$ 697 bilhões correspondem a projetos ainda na fase de intenção, dos quais R$ 350 bilhões
sequer têm data para iniciar. “Estaríamos sendo muito otimistas
se esperássemos que tudo que está em projeção venha a sair do papel”, ressalta o vice-presidente
da Sobratema, Erinilson Daniel.
Além da área de petróleo e gás
natural, o segmento de logística
também é bastante atrativo a cons-
Se o total de obras
sair do papel como
o previsto é possível,
entretanto, que já
em 2014 a meta
do governo seja
alcançada e, em 2015,
a recomendação
da Cepal
Ed Ferreira/Ag. Estado
[email protected]
Steferson Faria/Ag. Petrobras
Fernanda Nunes
Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 5
Divulgação
USINA DE BELO MONTE
Trabalhadores entram em greve
Murillo Constantino
Divulgação Pugás/DNIT
Ari Versiani/AFP
Na manhã de ontem, 27 mil empregados que trabalham na
construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (PA) paralisaram as
atividades, por tempo indeterminado. Em assembleia sábado, eles
haviam rejeitado a proposta do Consórcio Construtor Belo Monte
(CCBM), que prevê um reajuste salarial de 11% para a maioria dos
trabalhadores. Os empregados reivindicam 15%. ABr
Quase a metade dos
projetos previstos
caberão à Petrobras,
principal responsável
pela produção de
petróleo nas reservas
do pré-sal e por
construir novas
refinarias de petróleo
trutoras e fabricantes de máquinas e equipamentos, de acordo
com a Sobratema. “Há uma grande expectativa nas concessões em
transporte. Ainda estamos apanhando, tivemos sucesso em duas
rodovias apenas”, diz Daniel. Em
sua opinião, algumas rodovias
não têm fluxo de veículos suficiente para garantir o retorno do investimento e, por isso, suas concessões estariam atreladas ao subsídio do governo.
O vice-presidente da Sobratema, assim como o sócio da área de
Direito Regulatório do Siqueira
Castro Advogados, Márcio Reis,
aposta na entrada de construtoras
estrangeiras nos próximos anos.
Para Reis, entretanto, a tendência
é que as companhias internacionais entrem como parceiras das
nacionais.
“Do ponto de vista de mercado, como há grandes e potentes
empreiteiras no Brasil, talvez as estrangeiras fiquem receosas em
participar sozinhas dos leilões,
por causa do déficit de conhecimento do mercado. É mais provável, em um primeiro momento,
que arrematem participações”,
aposta Reis.
O trem de alta velocidade
(TAV) é o projeto com mais dificuldade de atração de investidores,
afirma o especialista. Já os aeroportos são os mais atrativos.
O economista da UFRJ João Saboia destaca ainda a morosidade
dos projetos executados pelo governo e o clima de incerteza que
atrapalha o investimento privado.
“O Brasil tem muito espaço para
investimento, um potencial enorme. Mas é preciso melhorar um
pouco o clima geral”, avalia Saboia. Para Reis, no entanto, o governo já deu sinais claros que o
modelo de investimento daqui para frente é o de concessão. “O papel do Estado é fiscalizador, não
de executor”.
Fornecedores e
Petrobras em
busca de acerto
As construtoras e os
fabricantes de equipamentos
estão dispostos a negociar
contratos passados com a
Petrobras para contribuir com
o caixa da empresa e na
viabilidade de projetos futuros.
Sobre as negociações que
estão em processo, o
vice-presidente da Associação
Brasileira de Tecnologia para
Construção e Mineração
(Sobratema), Erinilson Daniel,
afirma que “há um esforço dos
dois lados”.
“A direção atual da
Petrobras é técnica e está se
organizando, com mais
objetividade nos projetos e
priorizando aqueles que estão
mais próximos de entrar em
operação”, diz ele.
Diante do congelamento
dos preços dos combustíveis e
da necessidade crescente de
investimento, principalmente,
no pré-sal e em novas
refinarias, a Petrobras vem
apresentando dificuldades de
caixa. Uma das alternativas
da diretoria da empresa foi
renegociar os contratos com os
seus fornecedores, sobretudo
no que diz respeito a valores
adicionais àqueles previstos
para as obras.
Segundo Daniel, uma
sondagem recente realizada
com as fornecedoras da estatal
revelou que a maioria
considera que a empresa tem
uma postura positiva na
condução das suas finanças e
acredita que o governo irá
conceder o aumento dos
preços dos combustíveis para
garantir os recursos
necessários para a Petrobras
levar adiante as obras
planejadas. “As empresas
percebem que a Petrobras está
se organizando. A sensibilidade
da pesquisa com os
empresários da construção
é que a empresa está no
caminho certo. O que se espera
é uma Petrobras mais robusta
em 2014”, diz ele.
As empresas fornecedoras
da estatal foram pegas
desprevenidas com a decisão
de rever os contratos, segundo
o executivo. E, somente agora,
em meio à renegociação,
“estão encontrando um
caminho” que solucione
os seus caixas.
Procurada, a Petrobras
informou que não se
posicionaria sobre os
investimentos previstos e que,
neste momento, revisa o seu
plano estratégico para os
próximos cinco anos.
6 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013
▲
BRASIL
EPE quer R$ 17,9 bi
em investimentos
na transmissão
Plano da Empresa de Pesquisa Energética prevê 13 mil quilômetros
de linhas para melhorar o intercâmbio entre as regiões do país
Evandro Monteiro
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) propôs ao governo a
construção de 13 mil quilômetros
de linhas de transmissão e 39 subestações de energia elétrica no
país até 2018. A proposta faz parte
do segundo ciclo do Programa de
Expansão da Transmissão (PET),
divulgado ontem pela autarquia
responsável pelo planejamento
do setor elétrico. O plano tem por
objetivo melhorar a segurança no
fornecimento de eletricidade no
país e vai demandar investimentos de R$ 17,9 bilhões.
O segundo ciclo do PET abrange o período entre 2013 e 2018 e
já foi encaminhado ao Ministério
de Minas e Energia (MME) para
que os projetos sejam licitados
ao longo do ano que vem. Segundo a EPE, a programação de investimentos contempla “instalações de transmissão visando a expansão da rede básica de modo a
garantir as condições para atendimento às necessidades de intercâmbio entre as regiões do
país”, para melhor aproveitamento das diferentes condições
hidrológicas do Brasil.
A EPE ressalta, ainda, que os
investimentos de R$ 17,9 bilhões,
previstos no segundo ciclo 2013
do PET, referem-se a projetos
cujos estudos já estão concluídos, mas que ainda não foram licitados. A previsão é que os novos
empreendimentos entrem em
operação até o final de 2018. A
EPE admite que poderá, neste período, acrescentar ao PET outros
projetos que ainda se encontram
em fase de estudos.
Neste sentido, a partir deste
ano, a EPE passará a publicar duas
atualizações anuais do PET, tendo
como objetivo principal “dar celeridade ao processo de licitação
das obras e mitigar atrasos na implementação das expansões do Sistema Interligado Nacional (SIN)”.
Além disso, a EPE expandiu o horizonte das obras que compõem os
ciclos semestrais do PET para seis
anos, ao invés de cinco.
NÚMEROS
R$ 4,3 bi
Investimento previsto no
maior sistema do Plano de
Expansão da Transmissão,
que vai escoar a energia
de Belo Monte.
2017
Prazo para conclusão das
obras do sistema de Belo
Monte, que prevê duas
subestações e 2,1 mil km de
linhas de transmissão .
Plano de transmissão passa a ser publicado duas vezes ao ano, para acompanhar andamento das obras
O segundo ciclo do
PET abrange o período
entre 2013 e 2018
e já foi encaminhado
ao Ministério de Minas
e Energia para que
os projetos sejam
licitados ao longo
do ano que vem
Regionalmente, o subsistema
Sudeste/Centro Oeste, onde estão
os principais reservatórios de hidrelétricas do país, ficará com a
maior extensão de linhas de transmissão (4.286 quilômetros) e a Região Sul com o maior número de
subestações (14).
O maior volume de recursos
para a construção de novas linhas
de transmissão será demandado
pela Região Norte, cujos 3.764 quilômetros de linhas de transmissão a serem construídos demandarão investimentos no período de
R$ 4,3 bilhões, do total de R$ 9,7
bilhões previstos para a expansão
das linhas em todo o Brasil. entre
os projetos no Norte, há dois grandes sistemas de transmissão para
reforçar a qualidade do atendimento na região metropolitana
de Belém e no sudeste do Pará.
Um dos principais projetos do
plano, com investimentos previstos de mais de R$ 4,3 bilhões, é o
sistema de escoamento da energia de Belo Monte, maior hidrelétrica em construção no Brasil,
que prevê uma subestação de 500
quilovolts (kV), e linhas ligando a
usina à hidrelétrica de Estreito,
na divisa entre Maranhão e Tocantins, além de uma subestação de
500 kV na ponta final das linhas.
O prazo para a conclusão da obra
é janeiro de 2017.
Já o subsistema Sudeste/Centro-Oeste demandará o maior volume de recursos para a construção de nove novas subestações:
R$ 3,1 bilhões do total previsto de
R$ 8,2 bilhões. Para a construção
das 14 subestações da Região Sul
estão previstos recursos de cerca
de R$ 2,1 bilhões. No sul, existe
grande preocupação do setor com
relação ao esgotamento da capacidade de intercâmbio com outras
regiões do país.
Este ano, o governo realizou
dois leilões de linhas de transmissão e subestações — no segundo,
conseguiu interessados para um
sistema que reforça o transporte
da energia das usinas do Rio Madeira, principal fonte da expansão
da oferta nos próximos anos, para
os mercados do sudeste e do sul.
Um terceiro leilão pode ser realizado ainda em dezembro, com lotes
que não tiveram interessados na
segunda oferta, realizada este
mês. Nicola Pamplona e ABr
Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 7
Carlos Moraes
ATIVIDADE INFORMAL E ILEGAL
Cai a atividade econômica subterrânea
As atividades econômicas subterrâneas, praticadas pelos setores
informais e ilegais — que incluem de vendas por ambulantes até
práticas criminosas, como o tráfico de drogas — somaram R$ 760
bilhões em 2013, segundo levantamento da Fundação Getulio Vargas
e o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial. O resultado é 0,8
ponto porcentual menor em relação ao ano anterior. ABr.
Big Data da economia brasileira
Nova plataforma mapeia desde tipos de atividades até ocupações e exportações de estados e municípios do pais
Aline Salgado
[email protected]
Tendo a Tecnologia da Informação como principal aliado, um
projeto inovador promete mudar a forma como se estruturam
políticas públicas e investimentos privados em todo o Brasil.
Construído para ser uma plataforma inteligente de dados, o DataViva, que será lançado hoje pelo governo de Minas Gerais, compila informações colhidas em
dez anos (2002 a 2012) por meio
da Relação Anual de Informações Sociais (Rais/ Ministério do
Trabalho e Emprego), somada a
dados de exportações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e as
apresenta num formato interativo e de fácil uso.
A ferramenta permite, em poucos cliques, saber o perfil populacional, os tipos de atividades desenvolvidas, as ocupações formais, a média salarial por categoria, além dos produtos e volumes
exportados em cada um dos 26 estados e milahres de municípios do
país e compará-los entre si.
“O DataViva acabou se tornou
algo muito mais complexo. Um sistema que agregou diversas bases
que nos permitem fazer comparações e predições mais ricas sobre a
economia de todo o país”, afirma
André Barrence, diretor presidente do Escritório de Prioridades Estratégicas do Governo de Minas,
que assina o projeto junto com os
professores do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Cesar
Hidalgo, e da Harvard Kennedy
School, Ricardo Hausmann .
“
O DataViva vai
nos ajudar a
identificar vantagens
competitivas em
Minas. O projeto vai
evoluir e vamos
incluir outros dados
de movimentação
de mercadorias”
Dorothea Werneck
Sec. Desenv. Econ. de Minas Gerais
Com investimento de R$ 1 milhão, 18 meses de trabalho e uma
equipe de sete profissionais no Brasil e nos EUA, a plataforma digital
conta com oito aplicativos onde é
possível ter acesso a mais de 100
milhões de visualizações. A ideia
inicial, conta André Barrence, era
que a ferramenta fosse de uso exclusivo do Estado de Minas, mas,
no meio do processo, o projeto aumentou de tamanho.
“O Cesar Hidalgo do MIT tinha
um projeto publicado que era o
Atlas de Complexidade da Economia, baseado apenas na exportação de produtos de todos os países. A partir deessa ideia, agregamos valor ao atrelar outra base rica, já pública porém pouco utilizada, que era a Rais”, explica o diretor presidente do Escritório de
Prioridades Estratégicas. Segun-
do ele, um convênio com os ministérios do Trabalho e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio dará conta de atualizar periodicamente as informações da base.
Secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas, Dorothea Werneck, diz que a
plataforma vai ajudar a aprimorar
políticas e metas do governo na
área de econômica. Ela antecipa
que o governo já vem colaborando, inclusive, para uma nova versão da plataforma.
“O DataViva vai nos ajudar a
identificar vantagens competitivas em Minas. O trabalho hoje realizado se baseia muito em números
do estado para a exportação, mas o
projeto vai evoluir e pretendemos
incluir dados de movimentação de
mercadorias, que serão passadas
pela Secretaria de Fazenda”, diz.
8 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013
OLHAR DO PLANALTO
SONIA FILGUEIRAS
[email protected]
RETRAÇÃO LENTA E GRADUAL
Editoria de Arte
O
exame da participação de bens de elevada intensidade
tecnológica na pauta de exportações brasileira mostra uma
insignificância contínua e decrescente. Desde 1996, quando
começa a série histórica mais à mão no portal do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a
participação de itens de elevado conteúdo tecnológico, como os
aeronáuticos e os equipamentos de som, telecomunicações e
imagem, só ultrapassaram os dois dígitos em 2000 e 2001, quando
alcançaram 12% do total das exportações. O pico foi motivado quase
que integralmente por motivos conjunturais — além de um bom
desempenho na venda de aviões, o Brasil disparou na exportação de
celulares, que depois foi lentamente minguando.
A série do Mdic termina praticamente igual ao seu início. Em
1996, produtos de elevada sofisticação tecnológica correspondiam
a 4,2% do valor global das exportações. Em 2012, equivaliam a 3,2%
do total exportado. Do auge de
2000 a 2012, o encolhimento foi
de 8,6 pontos percentuais. Neste
ano, pouca coisa deve mudar. Os
dados do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial
(Iedi), que também acompanha o
desempenho da indústria exportadora, apontam que, até o terceiro
trimestre de 2013, a fatia dos produtos tecnologicamente avançados estava em 3,7% do total.
No caso da indústria de média-alta tecnologia, a queda na
participação entre 2000 e 2012
foi de 6,5 pontos percentuais –
passou de 23,1% para 16,6% do
total exportado. Nesse grupo estão máquinas e equipamentos
elétricos, equipamentos para ferrovia e material de transporte e
veículos automotores e bens de
capital. Os dois grupos juntos representavam 20% das exportações brasileiras em 2012 e, em 12
anos, a retração foi de 15 pontos
percentuais. O restante das exportações industriais referia-se
a produtos siderúrgicos, derivados de petróleo refinado e outros
combustíveis, madeira, papel e
celulose, têxteis e calçados, dentre outros. São todos classificados nos grupos de média-baixa
e baixa intensidade tecnológica.
De novo, os dados do Iedi para
2013 prenunciam pouca mudança em 2013: a participação acumulada até setembro está na
mesma faixa de 16%. As exportações de automóveis, em recuperação recente, não parecem estar sendo suficientes para dar fôlego ao número.
A divisão por intensidade tecnológica é uma das formas possíveis de esmiuçar o valor agregado
do que o Brasil exporta no grande
grupo dos chamados produtos
manufaturados. E esse grupo viu
sua participação reduzida em
20% na pauta de exportações entre 2007 e 2012. No mesmo período, produtos básicos como petró-
leo, grãos e alimentos registraram expansão idêntica, de 20%.
Em resumo, além de a participação dos manufaturados estar diminuindo como um todo, a qualidade da sua composição pouco
mudou em mais de uma década
— a presença da indústria de elevada e de média-alta tecnologia
na pauta se mantém tímida.
Segundo o coordenador do
grupo de estudos de conjuntura
do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Fernando Ribeiro, o câmbio é a menor parte
do problema: “O principal é conhecido: a baixa taxa de investimentos da economia brasileira.
O Brasil investe pouco, e menos
ainda em inovação especificamente”. O retrato quase imutável da composição da nossa pauta industrial é também indicativo de que o Brasil não consegue
sofisticar a composição de suas
exportações industriais e tornarse competitivo nessa área. Somos quase sempre passivos seguidores das demandas do mercado
internacional.
O desmatamento
e a disposição política
O aumento de 28% do desmatamento entre agosto de 2012 e julho de 2013 na Amazônia Legal,
O Brasil não consegue
sofisticar a composição
de suas exportações
industriais e tornar-se
competitivo nessa área.
Somos quase sempre
passivos seguidores
das demandas do
mercado internacional
em comparação ao mesmo período anterior, reavivou um corriqueiro mal-estar existente dentro do governo no que se refere
ao combate à destruição do meio
ambiente: áreas como as de Agricultura e Energia não parecem
ter o mesmo empenho dos órgãos ambientais em controlar a
derrubada de vegetação nos projetos sob suas áreas de atuação. O
conflito interno leva especialistas em meio ambiente a concluir
que o combate ao desmatamento
no Brasil precisará de bem mais
empenho para tornar-se uma política de governo.
Guerra do algodão
A reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex), marcada
para hoje, deve discutir algum ti-
Produtores nacionais
de algodão se
movimentam
por uma atitude
firme do governo
para retaliar os EUA,
pelo não pagamento
de reparação
ordenada pela OMC
po de retaliação à suspensão dos
pagamentos, pelos Estados Unidos, da reparação financeira aos
cotonicultores brasileiros. A
compensação foi determinada
pela Organização Mundial do Comércio (OMC), por conta de práticas protecionistas norte-americanas. O setor se movimenta intensamente em Brasília em busca de uma posição firme do governo brasileiro para que os pagamentos, suspenso ha três meses,
sejam retomados.
Na véspera da agenda, que envolve oito ministros, o consenso
em torno do tema — sensível,
porque envolve mais uma rusga
com o governo de Barack Obama
— ainda estava em construção.
Coluna publicada às quartas-feiras
Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 9
10 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013
Ag. Vale
▲
BRASIL
TRIBUTAÇÃO
Julgamento da Vale no STF é suspenso
O ministro Ari Pargendler, do Superior Tribunal de Justiça (STJ),
pediu vistas ao processo da Vale sobre tributação no exterior,
suspendendo o julgamento — que começou ontem e que já tinha dois
votos registrados: um do relator, a favor da empresa, e outro a favor
da Fazenda Nacional. O governo diz que a Vale deve cerca de R$ 30
bilhões em tributos, mas a empresa contesta esse valor. Reuters
Por um Brasil sem febre aftosa
Sete estados devem ser reconhecidos como livres da doença, com vacinação, pela OIE, em maio do ano que vem
Divulgação
Patrycia Monteiro Rizzotto
OS ESTADOS E A AFTOSA
[email protected]
São Paulo
O Brasil está avançando para se
tornar reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal
(OIE) como país livre da aftosa —
o que promete alavancar as exportações nacionais de carne. Recentemente mais sete estados brasileiros conseguiram entrar na lista daqueles considerados “livres da aftosa, com vacinação”, fazendo
com que o país some atualmente
23 unidades da federação com o
status sanitário, além de Santa Catarina, que é considerada livre da
doença sem vacinação.
De acordo com o Ministério da
Agricultura, até maio de 2014 a
OIE deve emitir certificado para
Maranhão, Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. Mas o objetivo do Brasil é obter da entidade o status de
país livre da doença até 2015. Para
tanto, ainda falta melhorar o status sanitário do Amapá e Roraima, ainda considerados de alto risco para a doença, e de parte do Estado do Amazonas — que ontem
teve seu status rebaixado de para
área de risco médio, por meio de
instrução normativa publicada no
Diário Oficial da União.
Segundo Fernando Sampaio,
diretor executivo da Associação
Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o reconhecimento da OIE abre uma nova perspectiva. “O Brasil já é o
maior exportador mundial de carne bovina e este ano deve registrar uma receita recorde de US$ 6
bilhões. Mas com esse reconhecimento, poderemos exportar para
os maiores consumidores internacionais do produto, como Estados Unidos, México, Canadá, Indonésia, Japão e Coréia do Sul,
que juntos detém 40% de participação no mercado consumidor
mundial. Se tudo der certo, a partir de 2015 o Brasil vai acelerar
suas exportações de carne e aumentar a rentabilidade”.
Em consonância, Antenor Nogueira, presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de
Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA),
diz que a exportação para esses novos mercados vai agregar valor à
carne brasileira e que a unificação
do status sanitários de todos os estados e o consequente reconhecimento da OIE vão conferir uma espécie de selo de qualidade que facilitará o acesso também ao mercado consumidor europeu. “Poderemos nos habilitar para exportar
■ Maranhão, Alagoas, Ceará,
Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio
Grande do Norte foram
reconhecidos pelo Ministério da
Agricultura como regiões “livres
da aftosa, com vacinação”. A
previsão é que em maio de 2014, a
OIE emita certificado
reconhecendo o status sanitários
desses estados.
■ Desde 2000, Santa Catarina está
livre da febre aftosa sem
vacinação. Em 2007 o estado foi
reconhecido internacionalmente
por essa conquista, possível
devido às barreiras que não
permitem a entrada de bovinos
vivos vindos de outros estados.
Meta do país é ser considerado, pela Organização Mundial de Saúde Animal, livre da aftosa em 2015
■ Amapá e Roraima são os únicos
estados brasileiros considerados
como regiões de “alto risco
para aftosa”. Ontem o Ministério
da Agricultura reconheceu o
estado do Amazonas como
“zona de risco médio”
O Brasil já é o maior
exportador mundial
de carne e deve bater
recorde de receita
nas vendas externas
do produto este ano,
atingindo um
faturamento
de US$ 6 bilhões
do 212,8 milhões cabeças que ocupam 160 milhões de hectares de
pastagem. O país produz 9,4 milhões de toneladas de carne. No
acumulado de janeiro a outubro
deste ano, o Brasil já exportou 1,2
milhão de toneladas do produto,
atingindo uma receita de US$ 5,4
bilhões, registrando crescimento
de 18,8% no volume e 12,5% no faturamento em relação ao mesmo
período do ano passado.
Segundo o diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Guilherme
Marques, as iniciativas brasileiras
de combate à aftosa vêm sendo implementadas de forma organizada
desde a década de 1960. Em 1992,
o governo federal lançou o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa), visando implantar zonas livres da
doença no país. A primeira zona livre foi conquistada em 1998, em
parcerias com os governos estaduais e suas agências de defesa sanitária animal e a iniciativa privada. “Além do potencial aumento
das exportações, o reconhecimento da OIE vai permitir inclusive
uma diversificação da pauta de exportações brasileira. Acredito que
no Nordeste ocorrerá uma especialização do rebanho, principalmente de caprinos e ovinos. A condição sanitária hoje presente é um
dos fatores que limita os nordestinos de ampliar os rebanhos dessas
espécies e investirem em melhoramento genético” diz.
para a União Europeia, que tem os
seus próprios critérios” .
De acordo com Nogueira, o fato de alguns estados terem demorados mais que outros para melhorar suas classificações de risco é
decorrente das prioridades econômicas. “Nos estados onde a atividade pecuária tem peso, rapidamente se avançou no processo, como São Paulo, Mato Grosso e
Goiás”, reflete. Na opinião dele, o
Brasil deveria firmar parcerias
com os países vizinhos, como Bolívia e Venezuela, entendendo que
o processo de erradicação da doença é continental, estabelecendo
cooperação técnica.
Segundo dados do Ministério
da Agricultura, nos últimos dois
anos o governo brasileiro investiu
cerca de R$ 34,8 milhões para controle da doença. Atualmente o rebanho bovino brasileiro é forma-
Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 11
Divulgação
MEIA ENTRADA
Projeto já está pronto para ser votado
Está pronta para ser votada no Senado (ainda sem data) a mudança
das regras para a concessão da meia-entrada em espetáculos
culturais e esportivos. Pelo texto, o benefício não se aplica à Copa do
Mundo de 2014 nem aos Jogos Olímpicos. Além de estudantes e
idosos terão direito à meia-entrada pessoas com deficiência física e
seus acompanhantes. ABr
Geraldo Magela/Ag. Senado
Mudança no
texto leva o
Senado a adiar
votação do PNE
Senador Álvaro Dias fez 101 alterações
em substitutivo e forçou novo adiamento
Edla Lula
[email protected]
Brasília
A Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado adiou
mais uma vez (para hoje) a votação do Plano Nacional de Educação (PNE). O motivo seria a necessidade de os membros da comissão terem mais tempo para
avaliar alterações feitas no texto
pelo relator Álvaro Dias (PSDBPR). A votação já havia sido adiada na semana passada.
Dias acatou 44 das 96 emendas
apresentadas e fez 101 alterações
no substitutivo do senador Vital
do Rêgo (PMDB-PB) na Comissão
de Constituição e Justiça (CCJ).
Por isso, as lideranças pediram novo prazo para avaliar.
Por trás das negociações, está
a pressão do governo para que o relator retroaja aos pareceres aprovados anteriormente na CCJ e na
Comissão de Assuntos Econômi-
cos (CAE). O relatório de Álvaro
Dias praticamente recupera o texto aprovado na Câmara, que alterou substancialmente o projeto
original do governo, mas sofreu
modificações nas emendas substitutivas aprovadas pelas duas comissões do Senado, retornando à
proposta do Planalto.
Entre os pontos nevrálgicos
que incomodam o governo, estão
a definição do investimento público em educação e o item que cria
normas para inclusão educacional, a meta 4. No caso do investimento público, Dias resgata a expressão usada na Câmara prevendo a obrigatoriedade da destinação de 10% do Produto Interno
Bruto (PIB) para “investimento
em educação pública”. O governo
defende a citação do "investimento público em educação”, como está nos pareceres anteriores.
“O termo ‘financiamento público em educação’, que é usado
na Constituição, permite ao gover-
Manifestantes, que defendem 10% do PIB para a educação, saíram frustrados da sessão no Senado
Uma troca no texto —
de “investimento
público em educação”
para “investimento em
educação pública”
—preocupa o governo,
que teme perder
recursos para Fies,
Prouni e Pronatec
no incluir programas como o Fies
(Fundo de Financiamento Estudantil)”, defende Rêgo, ao ressaltar que a expressão “financiamento em educação pública” acaba
por restringir o financiamento
apenas ao setor público.
Álvaro Dias, por sua vez, diz
que houve um entendimento, ao
longo das audiências públicas feitas com a participação de especialistas, de que “o investimento
educacional público só pode ter
como destinatário principal o setor público”. O relator lembra
que criou um dispositivo preservando, pelos próximos dez anos,
tanto o Fies quanto o Programa
Universidade para Todos (Prouni)
e o Programa Nacional de Acesso
ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e também os programas de
bolsas como o Ciências Sem Fronteiras. “Essa parceria com o setor
privado, no momento, é relevante para a expansão da educação
no Brasil. Por isso, o relatório garante a manutenção desses programas”, afirma o relator.
Dias também incluiu, como
fonte de financiamento, além dos
recursos do pré-sal, recursos da
mineração, cuja legislação passa
por modificações no Congresso, e
o bônus do pré-sal, que rendeu ao
governo R$ 15 bilhões. “O governo está relutando em aceitar essa
fonte”, disse Dias.
Pesquisa vai mensurar analfabetismo científico
Índice será útil para
orientar políticas públicas
educacionais, com ênfase
em ciência e tecnologia
Rodrigo Carro
[email protected]
Pesquisadores do Ibope vão a
campo entre janeiro e fevereiro
do próximo ano para medir pela
primeira vez a familiaridade dos
brasileiros com o conhecimento
científico. Serão entrevistadas 2
mil pessoas em 11 regiões metropolitanas do país. A pesquisa segue os moldes do Inaf, indicador
criado em 2001 para mensurar os
níveis de analfabetismo funcional da população adulta. A divulgação dos resultados está prevista para março de 2014.
“Queremos medir qual o nível
de conhecimento científico e as
implicações que esse conhecimento tem no cotidiano da população”, explica Ricardo Garcia, CEO
da Abramundo, empresa brasileira à frente do projeto de criação do
novo indicador. Especializada em
desenvolver e produzir materiais
destinados ao ensino de ciências,
a Abramundo fechou parceria
com a organização não governamental Ação Educativa. A ONG ficou responsável por desenvolver
a metodologia da pesquisa, similar à do Enem (Exame Nacional do
Ensino Médio) e à da Prova Brasil
(cujos resultados são usados no
cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
A meta é repetir o levantamento a cada um ou dois anos. O universo da pesquisa abrange as cida-
“
Do ponto de vista
do aumento da
produtividade, o
crescimento econômico
foi nulo nos últimos
dez anos. O fato de a
produtividade não
ter avançado é um
limitador para o país”
Ricardo Garcia
Presidente da Abramundo
des de Rio de Janeiro, São Paulo,
Belo Horizonte, Belém, Fortaleza,
Recife, Salvador, Distrito Federal,
Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. “Vamos testar a hipótese de
que o analfabetismo é uma âncora
que atrasa o desenvolvimento econômico brasileiro”, diz Ana Lúcia
Lima, diretora executiva do Instituto Paulo Montenegro, braço social do Ibope.
Como já acontece com o Inaf, o
novo indicador focado em ciência
e tecnologia terá quatro níveis para classificar o entrevistado: analfabeto em ciências e alfabetizado
rudimentar, básico e pleno. Uma
das principais diferenças em relação ao Inaf está na faixa etária pesquisada, que no caso do novo índice irá dos 15 aos 40 anos, enquanto no indicador de analfabetismo
funcional os entrevistados têm de
15 a 64 anos. “Assim como o Inaf,
essa é uma iniciativa que pode servir para orientar políticas públicas”, diz Ana Lúcia.
A importância da qualificação
da mão de obra fica evidente, segundo o presidente da Abramundo, quando se analisa o processo
de expansão da economia brasileira num passado recente. “Do ponto de vista do aumento da produtividade, o crescimento econômico
foi nulo nos últimos dez anos”, argumenta Garcia. “O fato de a produtividade não ter avançado é um
limitador para o país”.
Testes internacionais, como o
Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla
em inglês), indicam que os estudantes brasileiros na faixa dos 15
anos têm desempenho abaixo da
média em ciências.
12 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013
▲
EMPRESAS
Editora: Flavia Galembeck
[email protected]
Para Multiplan, agora é a hora
de expandir os shoppings
Embalada pelo crescimento das cidades, companhia aumentou a área dos empreendimentos de compras e de
uso misto. Em 2014, empresa avalia a expansão do novato Village Mall, no Rio, e já comprou o terreno ao lado
Fernando Souza
Erica Ribeiro
[email protected]
Com 18 shoppings em funcionamento, a Multiplan quer estar na
rota do crescimento das cidades.
O mais recente ciclo de investimentos — que inclui a construção
de prédios residenciais e torres de
escritórios — demandou recursos
de R$ 3 bilhões e foi resultado de
um planejamento iniciado em
2009. Foram entregues somente
neste ano o Morumbi Corporate, a
expansão do Ribeirão Shopping, o
Parque Shopping Maceió, o ParkShopping Campo Grande, na zona Oeste do Rio, o Jundiaí Shopping, além de expansões em outros empreendimentos. Para o vice-presidente e diretor de Relações com Investidores da Multiplan Armando d’Almeida Neto, esse é um mercado que ainda tem
muito para crescer.
“Em agosto de 2009 fizemos
uma emissão primária de ações
para ter uma estrutura mais robusta e fazer frente aos empreendimentos. Com isso, de 2010 para
cá crescemos em 70% a nossa
Área Bruta Locável (ABL). Tudo é
uma questão de oportunidade.
Agora estamos trabalhando em
novos projetos e expansões para
um novo ciclo. No Rio, por exemplo, teremos mais um projeto na
zona Oeste da cidade”, diz.
Ele acrescenta que as oportunidades surgem também da necessidade crescente de conveniência
queapopulaçãotem porcontadadificuldadecadavezmaior dedeslocamento nas cidades. A vida corrida
ajuda, de certa forma, no desenvolvimento da indústria de shoppings.
“Hoje, o deslocamento de
uma pessoa de casa para o trabalho é muito difícil. O crescimento das grandes cidades no Brasil
traz um tráfego muito maior de
veículos. A falta de tempo não
deixa o consumidor fazer o que
gostaria. Somado a isso, os shoppings no Brasil unem entretenimento, conveniência e compras.
A palavra é mesmo conveniência. E nesse sentido se cria um
ambiente para que o mercado
cresça”, pondera Neto.
Ele continua dizendo que, em
2001, 11% das vendas do varejo
passavam pelo shopping center.
Dez anos depois, em 2011, esse
percentual já tinha dobrado, para
Neto, da Multiplan: em busca de oportunidades para manter a expansão. Novo ciclo de investimentos inclui Zona Oeste do Rio
“
O crescimento das
grandes cidades no
Brasil traz um tráfego
muito maior de
veículos. A palavra
é mesmo conveniência.
E nesse sentido se cria
um ambiente para que
o mercado cresça”
Armando d’Almeida Neto
Vice-presidente da Multiplan
22%, 23%. Sinal claro do poder
de atração de consumo gerado pelo centro de compras.
“É um grande pilar para a indústria. Não vejo porque parar de
crescer. França e Inglaterra têm
taxas de 28%. Estados Unidos,
México e Canadá apresentam percentuais de 50%”, diz.
Quanto aos projetos multiuso,
ele destaca que essa é uma característica da Multiplan desde seu
início no mercado.
“Nosso pensamento é de longo
prazo, com empreendimentos
que permitam projetos futuros e
reinvestimento. Temos shoppings iniciados há 30 anos em constante expansão, como é o caso do
BarraShopping”, destaca.
Sobre o Village Mall — empreendimento na Barra da Tijuca
voltado para o mercado de luxo e
que faz parte da área que contempla o BarraShopping, New York City Center e o condomínio residencial Península — , Neto afirma que
o resultado está dentro do esperado. Novas marcas estão sendo negociadas. A rede Forever 21 já tem
um tapume informando sua chegada. E, apesar de a Multiplan não
confirmar, a primeira loja da Apple no Brasil já está ganhando forma e abrirá as portas a partir de
2014. Enquanto isso, o terreno ao
lado do shopping, onde antes funcionava o hipermercado Walmart,
foi adquirido para, em breve se tornar uma expansão do Village Mall.
NÚMEROS
R$ 270,8
bilhões
Receita bruta daMultiplan no
terceirotrimestre de2013.
Alta de 21%ante omesmo
períododo ano passado.
22%
Participação das vendas
do varejo em shoppings
no ano de 2011. Há dez
anos, era de 11%.
Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 13
Carlo Wrede
VAREJO
Casas Bahia pode ser multada em R$ 5 mi
A Casas Bahia pode ser multada em até R$ 5 milhões por contratar
1.294 trabalhadores temporários com irregularidades, segundo
o Ministério Público do Trabalho. A rede é acusada de não atender
aos critérios estabelecidos em lei e não apresentar justificativas.
As contratações foram feitas por uma terceirizada, que também está
sendo processada em R$ 1 milhão por danos morais coletivos. ABr
GPA se consolida no topo no varejo
Pão de Açúcar lidera novamente ranking da Ibevar; Instituto vê mercado mais maduro e preparado para fusões
Daniel Carmona
[email protected]
São Paulo
Com um faturamento de R$
57,2 bilhões, o Grupo Pão de
Açúcar (GPA) manteve a liderança entre as maiores companhias
de varejo do país, segundo ranking das 120 maiores companhias do setor divulgado ontem
pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de
Consumo (Ibevar). Auditado pela consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), o levantamento, que considera os faturamentos das empresas em 2012, destacou ainda a evolução da capilaridade das grandes redes, o aumento do número de companhias bilionárias e o amadurecimento do setor para futuras fusões e aquisições.
No topo do ranking, além da
consolidação do Pão de Açúcar,
que em 2011 já havia figurado na
dianteira com RS 46,5 bilhões,
apareceram Carrefour, em segundo, com R$ 31 bilhões faturados, seguido do Walmart, com
R$ 25 bilhões.
Na listagem atual, 18 novas empresas entraram para o chamado
“clube do bilhão”, o grupo das empresas com receitas acima de R$ 1
bilhão descrito pelo Ibevar, totalizando 72. Segundo a entidade, esse número deve seguir em franca
expansão nos próximos anos devido ao crescimento orgânico das
companhias somado às fusões e
aquisições. No ranking 2013, que
será publicado em 2014, a projeção é que 15 novas companhias entrem nesse patamar.
“As empresas que não estão entre as bilionárias começam a per-
ceber que é necessário mudar de
fase para manter a competitividade. É por isso que a união entre
companhias deve ganhar intensidade”, considera Jorge Inafuco,
gerente sênior da área de Vendas e
Consumo da PwC.
Cerca de 10% das 770 fusões e
aquisições registradas em 2012
ocorreram entre companhias varejistas ou de consumo. O percentual deve ser mantido em 2013,
quando são esperadas 880 novos
processos de recomposição entre
as empresas.
Em relação à capilaridade dos
maiores players do país ainda há
um terreno bastante amplo para a
expansão, aponta Cláudio Felisoni, presidente do Ibevar. “O varejo cada vez mais se assemelha,
com isso, o preço passa a ser o atributo qualificador. Isso quer dizer
que é preciso ter cada vez mais es-
cala para ganhar dinheiro. Até as
redes premium e luxo se movimentam nesse sentido”, diz ele,
ao revelar que apenas sete grupos
varejistas operam com mais de
mil lojas no país (Grupo Pão de
Açúcar, Máquina de Vendas, O Boticário, Brazil Pharma, Cacau
Show, Bob’s e AM/PM). No ano
passado, eram cinco. Com presença em todos os estados do país, o
número de varejistas também é
considerado baixo: nove ao todo.
Setorialmente, apesar da liderança dos super e hipermercadistas (com 57,4% de todo o faturamento das 120 companhias), o
crescimento de 12,5% na receita ficou abaixo da média de 14,8%.
Nesse sentido, Moda e Esportes
(20,8%); Eletrônicos e Móveis
(17,1%); Fast-food, Conveniência
e Restaurantes (16,6%) foram os
que mais cresceram.
RANKING DO VAREJO
■ Com1.822 lojas, oGrupo Pão
deAçúcar reforça aliderança
com faturamentode R$57,2
bilhões em 2012. Éseguido
por Carrefour (R$ 31,4
bilhões, 236 lojas) e Walmart
(R$25bilhões, 547unidades)
■ Habib’s, Leader,
International Meal Company
(IMC), Bob’s, Comercial
Zaragoza, Drogaria Araújo,
Fujioka Eletro Imagem, AM/
PM, Giassi, Supermercado
Bahamas, Inbrands, Drogaria
Nissei, Companhia
Sulamericana de Distribuição
e Móveis Romera foram as
empresas que entraram para
o chamado “clube do bilhão”
da Ibevar.
14 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013
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EMPRESAS
Murillo Constantino
“
Vamos testar uma ideia.
Ver como vai ser. Se der
certo, vai para todas
as lojas, inclusive
nos Estados Unidos.
Por enquanto, é um
mostruário de alguns
produtos (cachaças,
vinhos e talheres)”
Jandir Dalberto
Diretor da Fogo de Chão no Brasil
De garçom a executivo: se as decisões globais hoje partem de Dallas, no Texas (EUA), aqui quem bate o martelo é Jandir Dalberto
Esquenta a disputa por
rodízio nos Jardins
Depois de tentar comprar concorrente, Fogo de Chão abre nova unidade a menos de 1km
Daniel Carmona
[email protected]
São Paulo
No ano passado, entre sigilosos encontros despistados sob o rótulo
de “almoço de negócios”, Jandir
Dalberto, que hoje comanda as
operações brasileiras da Fogo de
Chão, tentou convencer os irmãos
Jorge Luis e Giovani Laste, proprietários da tradicional churrascaria
paulista Vento Haragano, de que
era chegado o momento de eles
venderem o negócio. Sob a diretriz do fundo americano Thomas
H. Lee Partners, que havia acabado de adquirir por US$ 400 milhões as operações totais da Fogo
de Chão da GP Investments, compar a Haragano significaria, de
uma vez só, dissolver um forte
concorrente e assumir um ponto
de venda cobiçado em São Paulo.
Mas a negociação entre gaúchos, que inicialmente avançou a
ponto de ser avaliada por especialistas em private equity, não chegou
ao desfecho esperado por Dalberto.
“Acontece. Eles preferiram não ir
adiante”.Aresposta,noentanto, estava por vir. Um ano depois de
adiar a abertura de uma unidade na
regiãodaAvenidaPaulista,mais precisamente para os lados do nobre
bairro dos Jardins, a Fogo de Chão
abriu nesta semana as portas de sua
nona unidade no país. E a exatas
seis quadras, ou um quilômetro, da
Haragano, sob números que ajudam a entender esse desejo: na região há 103 hotéis, 498 instituições
bancárias e uma boa concentração
de salários gordos, que podem sustentar refeições na casa de R$ 100 (o
valor aproximado do rodízio, sem
bebidas e ou sobremesa).
“Já que eles não quiseram, nós
viemos mesmo assim”, brinca
Dalberto, que garante não carregar mágoa alguma da negativa.
“São negócios”, acrescenta.
De fato, para quem começou como garçom há mais de vinte anos,
passou por todas as posições na
churrascaria, chegou ao cargo máximo no Brasil em 2010 e, de quebra, é convidado a opinar em alguma das decisões tomadas nos Estados Unidos, onde hoje está o principal mercado da Fogo de Chão (e
sob gestão de executivos americanos), águas passadas são, de fato,
águas passadas. Ainda mais para
quem prevê um faturamento entre
R$ 17 milhões e R$ 20 milhões
anuais apenas com a recém-inaugurada unidade na Rua Augusta.
Além da conhecida e perfumada carne premium como estrela
principal de um completo menu,
Dalberto testa na nova Fogo de
Chão, a quinta da capital paulista e
a nona do país, a viabilidade de
uma butique de produtos com a assinatura da própria churrascaria.
Inicialmente, estão à disposição
dos clientes três cachaças artesanais produzidas no Rio Grande do
Sul, quatro tipos de vinhos (um
chileno, um argentino, um português e outro italiano) e alguns dos
talheres que são tradicionalmente
utilizados no estabelecimento.
“Vamos testar uma ideia. Ver como vai ser. Se der certo, vai para todas as lojas, inclusive nos Estados
Unidos”. Se esse pontapé inicial
der certo, Dalberto quer trazer para a “lojinha” itens como churrasqueiras, kits churrasco, aventais,
bonés, camisetas e até carnes.
Por trás da tacada de marketing, a pretensão da Fogo de Chão
é chegar mais preparada aos novos
destinos. Até 2015, além de três novas lojas no Brasil, uma delas no
Rio, e mais de duas a três nos EUA,
onde em dezembro será inaugurada a unidade de Nova York, a ideia
é desembarcar em outros dois países. Resta saber quais. “Isso não falamos porque não há nada certo”.
Convenhamos, mas para quem disseminou aos americanos o que é a
“Brazilian Picanha”, nada parece
tão complicado assim.
Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 15
Justin Sullivan/Getty Images/AFP
MONTADORA
Ford emite novo recalls para o Escape
A sequência de problemas de segurança da Ford com o Escape ano
2013, com motor de 1,6 litro, continua e a montadora emite mais
dois recalls para o modelo. Até agora foram sete recalls do carro,
que afetaram 161.334 unidades mundialmente — a maior parte
nos Estados Unidos. O problema está no cabeçote do cilindro,
que pode levar a vazamentos que poderiam causar incêndios. Reuters
Novos rumos na gestão de frotas
A entrada de companhia norte-americana deve movimentar o mercado, que empresas avaliam como promissor
Patricia Stavis
Gladstone Campos
Gabriela Murno
[email protected]
A entrada da norte-americana
FleetCor promete intensificar a
concorrência no mercado brasileiro de gestão de frotas. Recentemente, a companhia, que atua em mais
de 40 países, adquiriu a brasileira
CTF Technologies. Com a fusão, a
CTF passa a atuar em cartões de
abastecimento, core business da
FleetCor. O produto será voltado
também para frotas urbanas e leves, ampliando o foco da CTF.
A atuação nessa nova fatia do
mercado é uma das principais ferramentas para a CTF cumprir sua
meta de dobrar, até 2018, o volume de combustível transacionado, atualmente de 3,5 bilhões de
litros ao ano.
Em 2012, o mercado brasileiro
de rastreamento de veículos e gestão de frotas movimentou R$ 1,5 bilhão e atingiu a marca de 1,94 milhão de dispositivos em operação
na frota nacional, segundo estudo
do IDC. A pesquisa apontou ainda
que 39% das empresas que já contratam soluções de rastreamento
pretendem aumentar esse investimento em 2014. Do total de dispositivos, 65% estão em veículos leves
e 35% em veículo pesados.
“A entrada no mercado de veículos leves é natural, afinal a FleetCor
traz o expertise de outros países. Temos uma solução de rastreamento,
mas ainda não sabemos se vamos
lançá-la, pois é um mercado muito
competitivo”, adianta o presidente da CTF, Paulo Sérgio Bonafina.
O mercado de rastreamento e
gestão de frotas brasileiro, de acordo com as empresas ouvidas pelo
Brasil Econômico, é promissor. Dados do IDC confirmam a tendência
de crescimento, já que entre 2013 e
2017, a consultoria projeta aumento de 14% nas vendas e incremento nas receitas de 11,6% ao ano.
“ O mercado oferece oportunidades, pela dimensão continental do país e o fato de 60% da produção ser escoada por rodovias.
Enxergamos positivamente a gestão de frotas nos próximos dez
anos”, afirma Marco Mamari, diretor de marketing e produtos da
Ticket Car, que hoje possui dez
mil empresas-clientes. Ao todo
são 500 mil veículos, atendidos
por 14 mil estabelecimentos.
A Ticket Car começou pela gestão de combustível. “Em uma
transportadora, é uma das áreas de
maior expressão em valor. Uma frota leve pode ter até três mil veículos e trabalhar com nota ou dinheiro é complicado”, explica Mamari.
Agora a empresa possui também so-
“
O nosso objetivo
é dar ao dono
da frota, seja ele
transportador
ou dono de indústria,
informações
em tempo real de
onde está a frota dele”
Gilsinei Hansen
Vice-presidente de Sistemas
e Segmentos da TOTVS
Divulgação
“
O mercado de gestão de
frotas brasileiro
oferece oportunidades,
pela dimensão
continental do país
e o fato de 60%
da produção ser
escoada por rodovias”
Marco Mamari
Diretor de Marketing e
Produtos Ticket Car
Mathias Cramer
“
Há frota em qualquer
segmento, mesmo
que não seja o negócio
principal. Observamos
uma tendência
de terceirização.
As frotas estão entre
os cinco maiores custos
das empresas”
Rodrigo Somogyi
A CTF passa a atuar em cartões de abastecimento e frotas leves
NÚMEROS
R$ 1,5 bi
Movimento do mercado
brasileiro de gestão de
frotas e rastreamento de
veículos em 2012.
14%
Aumento projetado pelo IDC
nas vendas do mercado
entre 2013 e 2017.
luções para manutenção da frota,
despachante para pagar taxas do
veículo, telemetria para avaliar o
comportamento do motorista e do
carro e dimensionamento da frota.
“Cerca 12% do gasto excessivo
ou desgaste do veículo são provocados pelo comportamento do motorista, ociosidade da frota, marcha
lenta e controle inadequado do ativo”, ressalta Mamari.
Para o gerente de Inovação da
Ecofrotas, Rodrigo Somogyi, o
mercado local está em amadurecimento, com frotas não mais restritas às transportadoras. “Há frota
em qualquer segmento, mesmo
Gerente de Inovação da Ecofrotas
que não seja o negócio principal da
enpresa. Observamos também
uma tendência de terceirização. O
transporte está entre os cinco
maiores custos das empresas”, diz
ele. A empresa fornece serviços como o Good Card, que permite controle automatizado dos gastos.
A Ecofrotas tem 11,5 mil clientes, com 640 mil veículos. Entre
as novidades estão programas de
frotas sustentáveis e Crédito de
Carbono, além de integração com
telemetria de outras empresas.
“Está em conclusão um sistema
de integração com a Nota Fiscal
Eletrônica. Este vai ser um dos nos-
sos diferenciais”, adianta Somogyi. A empresa espera fechar o ano
com faturamento de R$ 4 bilhões,
mantendo média de crescimento
de 20% ao ano. “Hoje, 18% do faturamento é investido em pesquisa e
desenvolvimento”, completa.
A Totvs, que já oferece softwares que ajudam na gestão das frotas, como os de roteirização, focou na rastreabilidade no último
Salão Internacional de Transporte. “O objetivo é oferecer informações em tempo real de onde está a
frota”, diz o vice-presidente de
sistemas e segmentos da Totvs,
Gilsinei Hansen.
16 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013
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EMPRESAS
Fabricantes de impressoras
migram do papel ao serviço
Xerox e Lexmark passaram a atuar também como fornecedoras de tecnologia de captura e gestão de conteúdo
Murillo Constantino
Moacir Drska
Simpress criou
nova unidade de
negócios
[email protected]
São Paulo
A redução dos documentos impressos é uma tendência em curso
em qualquer país. Diretamente
impactadas por esse cenário, as
empresas de equipamentos e serviços de impressão estão buscando um novo papel no mercado: o
de fornecedoras de tecnologias de
captura e gestão de conteúdo, seja
ele impresso ou digital.
“O mercado brasileiro de serviços de impressão já é bastante maduro. Na gestão de conteúdo, porém, ainda há um campo virgem
muito grande para ser explorado”,
diz Diego Silva, analista de mercado da IDC. Segundo a consultoria,
o mercado brasileiro de serviços
de impressão movimentou US$
683,7 milhões em 2012. A gestão
de conteúdo digital respondeu por
US$ 85,2 milhões desse montante. Para 2013, a previsão é de que
essa vertente gere uma receita de
US$ 97,6 milhões, enquanto o mercado como um todo vai alcançar a
marca de US$ 736,7 milhões.
O caminho para a expansão
dessa oferta passa pelo investimento em aplicações e tecnologias capazes de tornar os diferentes processos e fluxos de informação mais ágeis e produtivos nas
empresas. “Os desafios para o setor são justamente entender as dores de seus clientes, conseguir customizar as soluções e fazer com
que eles enxerguem que não se trata mais de um contrato de custo
por página. Há um serviço mais sofisticado nessa oferta”, diz Silva.
Para consolidar esse posicionamento, a americana Lexmark investiu na aquisição de empresas
de software. A estratégia teve início em 2010, com a compra da Perceptive Software, especializada
em sistema de gestão de documentos, por US$ 280 milhões. Desde
então, a companhia adquiriu outras nove empresas.
Além de trazer o novo portfólio
ao Brasil, a estratégia local da Lexmark está focada na consolidação
de um novo modelo comercial.
“Estamos estruturando a empresa
por verticais, para ter mais profundidade e conhecer os processos específicos de cada setor”, diz Luiz
Claudio Menezes, gerente-geral
da Lexmark no Brasil. “O plano
global é de que, até 2017, 50% da
receita venha de serviços. No Bra-
Luiz Claudio Menezes: a Lexmark estima que 50% da receita global venha de serviços até 2017
“
Nossa estratégia é unir
dados não estruturados
— vídeos, áudios,
planilhas — com os
sistemas de gestão
das empresas, para
que elas possam ter
uma visão mais ampla
de seus negócios”
Luiz Claudio Menezes
Gerente-geral da Lexmark
sil, hoje esse índice é de 10%”, observa. Uma das aplicações da Lexmark é a oferta de sistemas para
hospitais, que permitem acessar
dados como resultados de exames
a partir de qualquer dispositivo e
local. Além da saúde, a nova estrutura vai incluir unidades para finanças, manufatura, varejo, educação, governo e outros serviços.
A oferta de softwares e serviços para diferentes segmentos
também é uma das bases da japonesa Canon nesse novo contexto.
Uma das aplicações oferecidas pela empresa no Brasil — em parceria com a Totvs — é um scanner
touch screen para digitalizar a
abertura de contas jurídicas de
um grande banco americano, de
nome não revelado. Em outra ponta, a companhia tem projetos na
área jurídica, com sistemas e equipamentos que digitalizam documentos e processos. “O avanço
desse mercado depende da redução da burocracia pelo governo e
da cultura — ainda muito presente
nessa esfera — de lidar com o papel”, avalia Eduardo Buck, gerente de Grandes Contas da Canon.
Nessa fase de transição, uma
das iniciativas destacadas pela Xerox é um projeto com a TIM. Hoje,
Mesmo não produzindo
equipamentos de impressão, a
brasileira Simpress vive o
mesmo desafio da transição
digital que suas rivais
multinacionais. Nesse
contexto, a companhia de
serviços de impressão criou
em 2011 uma nova unidade de
negócios, a qual responde pela
implantação e busca de
tecnologias para a gestão de
todo fluxo de conteúdo dos
clientes. “Queremos deixar de
ser uma empresa que lida com
documentos para ser uma
companhia que trata de
informação, seja qual for o
formato ou o dispositivo”, diz
Vittorio Danesi, presidente da
Simpress. Hoje, a unidade
responde por 4% da receita da
empresa, que fechou 2012 com
um faturamento de R$ 431
milhões e projeta encerrar
2013 com uma receita de R$
480 milhões. “Ainda é uma
unidade emergente, mas
esperamos crescer 50% nessa
vertente nos próximos anos,
enquanto nossa oferta
tradicional de outsourcing
cresce, em média, 10%”. Para
impulsionar a nova divisão, a
Simpress está apostando na
evolução dessa oferta dentro
de sua própria base de clientes,
que hoje concentra cerca de
900 empresas, com contratos
mensais que variam de R$ 15
mil a R$ 1 milhão.
grande parte do processo de ativação dos clientes da operadora em
suas lojas físicas é de responsabilidade da Xerox, o que envolve desde a captura dos documentos na
ponta até a verificação e a validação digital do contrato. “O posicionamento da Xerox hoje vai muito
além da página impressa”, diz
Cristiana Lannes, diretora de Marketing da Xerox no Brasil. “Com
serviços mais sofisticados, você
passa a ter uma discussão mais estratégica com o cliente. Hoje, o
custo por página — base dos serviços de impressão — acaba sendo
uma commodity.”
Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 17
Divulgação
INTERNACIONALIZAÇÃO
Vivenda do Camarão chega aos EUA
A Vivenda do Camarão inaugura suas duas primeiras unidades nos
EUA, ambas na Flórida. A estratégia é dar início às operações em locais
com clima propício ao consumo de frutos do mar. Para Fernando Perri,
presidente da rede, a meta é “internacionalizar a marca, sem perder o
conceito de oferecer pratos rápidos à base de camarão, com qualidade
e preço justo”. O investimento nas duas unidades foi de US$ 1,5 milhão.
Baralho simula desafios de gestão
Parceria entre uma startup brasileira e outra sueca traz para o Brasil um novo método que ajuda micro e PMEs a
estruturarem os seus negócios. Modelo é utilizado em 36 países por grandes companhias, como Samsung e Ikea
Divulgação
Gabriela Murno
[email protected]
Uma parceria entre duas startups
— a brasileira Joox, site de personalização de cartões de visitas, e a sueca MethodKit — trouxe para o país
um novo método para ajudar as micro, pequenas e médias empresas
nacionais a estruturarem seus negócios. A brincadeira simples, baseada em um jogo com 50 cartas de
baralho, já ajuda empresas como
Ikea, Dropbox e Samsung, além do
Ministério do Planejamento da Suécia, a desenvolverem projetos.
Cada uma das cartas possui
descrições das atividades e um
ícone correspondente, que permite ao empreendedor planejar seu
negócio e desenvolver novas
ideias. Segundo o CEO da Joox,
Genau Lopes Júnior, caberá à startup a impressão e a distribuição
dos produtos no país e também
na América Latina.
“Cada cartão possui um aspecto que orienta o desenvolvimento
do projeto”, explica Lopes Júnior.
O CEO do MethodKit, Ola Möller,
afirma que o Brasil foi escolhido
por ser considerado um mercado
grande e pelo fato de 30% dos visitantes do site já serem daqui, comprando o MethodKit em inglês.
Atualmente, a empresa possui
clientes em 36 países.
“A distribuição atrapalhava o
processo de vendas por aqui.
Além disso, startups dificilmente entram em mercados externos
sozinhas. Sem parceiros locais, o
processo é mais demorado e custoso para ambas as partes”, afirma Möller. “O Brasil é um país
“
O Brasil é um país
grande, é importante
estar aqui
e apresentar
o nosso produto
com a ajuda de
uma empresa que
já tem expertise
neste mercado”
Ola Möller
CEO do MethodKit
Segundo Lopes Júnior, a parceria vai além da venda de produtos e engloba ainda pesquisa e inovação
grande, é importante estar aqui e
apresentar o nosso produto com
a ajuda de uma empresa que já
tem expertise nesse mercado”,
completa ele.
Os jogos podem ser comprados
pela internet em quatro formatos:
Projetos, Desenvolvimento Pessoal,
StartupseDesenvolvimentodeAplicativos. No entanto, por enquanto
somente os dois primeiros modelos
estão à venda em português.
Aparceria vai além da comercialização dos produtos, explica Lopes
Júnior. De acordo com ele, a união
das duas startups vai favorecer pesquisas e inovações entre os dois países. Para Lopes Júnior e Möeller, a
parceria também serve tanto de incentivo a que outras startups brasi-
leiras façam parcerias com estrangeiras e, assim, cheguem a outros
mercados, como para que empresas de outros países busquem parceiros aqui. “É uma tendência e até
uma necessidade que empresas de
todo o mundo, principalmente de
tecnologia, procurem parceiros no
mercado brasileiro”, diz Möeller.
A brasileira Joox tem apenas
um ano e meio de vida, com investimento inicial de R$ 2 milhões.
Apesar do pouco tempo de existência, a empresa já possui cerca
de 27 mil clientes e 80 mil projetos
realizados. Especializada em cartões de visita, o próximo passo é
oferecer uma plataforma corporativa para receber pedidos dos funcionários das empresas clientes.
CURTAS
Daniel Acker/Bloomberg
Lucro da Tiffany
aumenta 50%
Amazon faz acordo OSX tem prejuízo de
com órgão regulador R$ 1,84 bi no 3˚ tri
A Tiffany , a segunda maior
varejista de jóias de luxo do
mundo, está se beneficiando da
maior disposição do público
endinheirado para comprar joias
para aumentar seus preços, em
meio a queda do custo de metais
preciosos. A empresa anunciou
lucros 50% maiores no terceiro
trimestre do ano — o lucro líquido
chegou a US$ 94,6 milhões. Na
bolsa de NY, os papéis tiveram
alta de 7.3%. No acumulado do
ano, as ações da empresa tiveram
alta de 41%. Reuters
O órgão antitruste alemão
encerrou uma investigação
contra a Amazon, depois de a
varejista ter concordado em parar
de obrigar vendedores que usam
sua plataforma a oferecer no site
o seu preço mais baixo. Andreas
Mundt, presidente do escritório
que regula a concorrência na
Alemanha, afirmou ter decidido
deixar de lado o caso contra a
Amazon depois de a empresa ter
concordado em retirar essa
obrigação dos contratos firmados
com terceiros. Reuters
A empresa de construção naval
OSX teve prejuízo de R$ 1,84
bilhão no terceiro trimestre,
revertendo o lucro de R$ 6,92
milhões de um ano antes. O
resultado foi impactado por
provisões para queda no valor de
plataformas e para perdas com
calotes. O Ebitda (geração de
caixa medida pelo lucro antes de
juros, impostos, depreciação e
amortização) ficou negativo em
R$ 1,839 bilhão, ante resultado
positivo em R$ 13,1 milhões de um
ano antes. Reuters
18 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013
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EMPRESAS
Dennis Ivy/Bloomberg News
O ano em que o presidente caiu:
43 corporações americanas já
trocaram de CEO em 2013
Mudança no consumo,
concorrência e pressão de
acionistas ditam o ritmo
da dança das cadeiras
No país, 38 shoppings, lançamentos imobiliários e obras de infraestrutura mantém as projeções
Gerdau vê clara
recuperação da
economia em 2014
Retomada dos EUA, leve avanço da Europa e manutenção do
crescimento brasileiro, mantém investimentos de US$ 1, 2 bilhão
A Gerdau espera manter o nível
de investimento de 2014 próximo do montante previsto para este ano, de US$ 1,2 bilhão, diante
de um cenário que considera
mais otimista de retomada dos
Estados Unidos, recuperação na
Europa e manutenção do crescimento brasileiro.
Em reunião com analistas e investidores ontem, o vice-presidente financeiro da Gerdau, André Pires, lembrou que o investimento da companhia em 2012 foi
de cerca de US$ 1,6 bilhão.
Pirescomentouainda quea Gerdau deve evitar captações externas
em2014,preferindofinanciar osinvestimentos com geração de caixa.
O executivo disse que vê no
mercado brasileiro uma clara recuperação da construção residencial, diante do crescimento
de 14% nos lançamentos de projetos residenciais no ano até agora e da previsão de que 38 shopping centers serão construídos
no país no próximo ano.
Além disso, o executivo disse
que “de fato existe um ganho de
tração em operações ligadas à infraestrutura”, mencionando
projetos de hidrelétricas, ferrovias e diante de expectativas de
aumento no consumo de materiais pelas obras em concessões
do governo, incluindo aeroportos e estradas.
A companhia segue com esforços de aprendizagem e ganho de
escala do novo laminador de bobinas a quente instalado na usina siderúrgica em Minas Gerais. O
equipamento colocou a companhia no mercado de aços planos
brasileiro, que é disputado pela
ArcelorMittal, Usiminas e CSN.
Segundo o vice-presidente da
operação Brasil da Gerdau, Manoel Vitor de Mendonça Filho, a
expectativa da companhia é ter
uma participação no mercado
brasileiro de bobinas a quente de
8 % a 10% nos próximos de 2 a 3
anos. A empresa espera que o laminador de bobinas atinja nível
de utilização de 60% da capacidade nominal de 800 mil toneladas
em 2014. A Gerdau já investiu numa segunda etapa, ainda sem da-
ta prevista, em que o volume nominal será ampliado para 1,2 milhão de toneladas. Pires acrescentou que mais 50% do investimento para essa segunda fase já foi feito, mas não deu detalhes.
Já o laminador de chapas grossas com capacidade para 1,1 milhão de toneladas — que deve começar a produzir entre final de
2015 e começo de 2016— também
tem prevista uma segunda etapa,
em que poderá ser ampliado para
1,8 milhão de toneladas. Reuters
Gerdau segue com
esforços de ganho
de escala do novo
laminador de bobinas a
quente, que a inseriu no
mercado de aços planos
brasileiro, disputado
pela ArcelorMittal,
Usiminas e CSN
As corporações americanas estão
trocando de presidentes no maior
ritmo em cinco anos, enquanto
companhias como a Wal-Mart Stores e a Microsoft Corp. enfrentam
mudanças nos gostos dos consumidores, a concorrência de recémchegados e acionistas inquietos.
Neste ano, até o terceiro trimestre, 43 companhias no índice Standard Poor’s 500 estavam trabalhando com novos presidentes, conforme a agência de empregos para executivos Spencer Stuart. Isso sugere
que em 2013 se superarão as 49 trocas de 2011, a maior rotatividade
desde 2008. A Wal-Mart uniu-se
ao grupo ontem, dizendo que Doug
McMillon, diretor da sua divisão de
negócios internacionais, substituirá Mike Duke em fevereiro.
Os presidentes devem possuir
uma variedade de habilidades
maior do que no passado, quando
os principais executivos podiam
ascender com uma única disciplina. As companhias são maiores,
mais globais e cada vez mais complicadas, e há uma concorrência
cada vez maior em países como a
China, a Índia e o Brasil. Os executivos também devem se adaptar a
uma mudança tecnológica mais rápida, incluindo transformações resultantes do crescente uso de dispositivos móveis.
“Companhias de todas as indústrias estão lidando com um novo mundo digital em que as vendas são realizadas de outras formas, chegando-se ao consumidor
diferentemente e os produtos devem ser feitos e deslocados pelo
mundo de um novo jeito”, disse
Bob Benson, diretor da RL Benson
Associates. “Os presidentes sem
orientação para o digital estão
preocupados. Estamos em um
mundo novo”.
A mudança de presidentes na
Wal-Mart e na Microsoft foi impulsionada pela necessidade de melhores estratégias, disse Michael
Useem, diretor do Centro para Liderança e Gestão de Mudanças da
Escola Wharton, da Universidade
da Pensilvânia. “O Wal-Mart precisa melhorar seu desempenho em
alguns mercados no exterior onde
sofreu dificuldades, e a Microsoft
precisa abordar melhor a questão
da Internet”, disse Useem.
Acionistas ativistas promovem
a troca dos CEOs nos EUA
O presidente da Microsoft, Steve
Ballmer, disse que ele se aposentará enquanto a companhia realiza a
sua maior transição — de fabricante de software para fornecedora
de dispositivos e serviços. Rivais
como a Apple e o Google mudaram o foco do cenário tecnológico
dos computadores pessoais para a
computação móvel.
Não são somente as mudanças
tecnológicas que estão impulsionando a taxa alta de rotatividade de
presidentes. O mercado acionário
recorde nos EUA também torna
muito lucrativo para um executivo
seaposentar,disseJohnWood,vicepresidente do conselho da agência
deempregospara executivosHeidrick Struggles, em Nova York. Neste
ano, os acionistas ativistas ajudaram a forçar a saída de executivos
da Procter Gamble, da Chesapeake
Energy Corp. e da J.C. Penney Co.
Os investidores também pressionaram a gerência da Microsoft e da Sotheby’s, entre outras. Bloomberg
SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
EDITAL
PROCESSO nº E-09/094/562/2013
PREGÃO ELETRÔNICO 051/2013-PMERJ - Tipo Menor Preço Global Por Lote.
OBJETO: Contratação de empresa especializada para prestação dos serviços de manutenção
predial preventiva e corretiva nas dependências de imóveis pertencentes à Polícia Militar do Estado
do Rio de Janeiro.
REALIZAÇÃO: 10.12.2013 - 10:00 horas.
LOCAL. https://www.compras.rj.gov.br
INFORMAÇÕES: Rua Evaristo da Veiga, nº 78 - Centro.
TEL.: 2333-2701
FAX: 2333-2702
Q.G. – DL/2
Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 19
AUTOMANIA
MARCELLUS LEITÃO
[email protected]
Fotos Carlo Wrede
Redesenho
no ‘pony car’
A Ford celebra 50 anos do mito e
se prepara para apresentar a sexta
geração do Mustang. O desenho
será inspirado nesse aí acima,
mas irá preservar algumas
características do original, como
a traseira curta e arrebitada e as
vigias estreitas. Entre os motores,
há especulações sobre os V6, V8
e até os EcoBoost do oval azul.
ELE ESTÁ MAIS PERTO
A
notícia, exclusiva, confirma a desoneração fiscal
de elétricos, híbridos e outros carros movidos por
energias alternativas menos poluentes, prestes a
ser assinada, já no início de 2014. Ela chegou junto com o
também inédito teste do elétrico puro Nissan Leaf e uma
inesperada fila para recarga, no posto-escola da Lagoa
(foto). A desoneração pleiteada pelos fabricantes irá
viabilizar a tecnologia e, talvez, até a indesejável fila, e irá
beneficiar ainda os modelos já importados, como o Ford
Fusion Hybrid e o Toyota Prius, além de abrir horizontes
para o Mitsubishi iMiev e os Renault Fluence ZE, Kangoo ZE,
ZOE e, com uma forcinha, o Twizy. Este último ainda esbarra
no enquadramento como quadriciclo, que o impede de
andar emplacado pelas ruas...
O Leaf é um projeto elétrico original,
que usa ‘packs’ da 48 baterias de íons
de lítio superfinas, com o tamanho de
um laptop. A vida útil delas é de nove
anos, dependendo do uso, é claro. A
lógica é a de um smartphone. Parou
na garagem à noite, recarrega o carro
para o dia seguinte em carga lenta de
até oito horas. Todos os sistemas podem ser gerenciados por um aplicativo do iPhone, que exibe carga, tempo
gasto, autonomia prevista e até liga o
ar-condicionado um pouco antes de
sair de casa.
Tudo certo, depois do café da manhã entra-se em um interior amplo e
confortável para cinco ocupantes,
aperta-se o cinto, o botão de partida e
tudo continua em silêncio. Aciona-se
o joystick sobre o console e o painel indica a função D (drive) e a autonomia
possível. Dois toques no joystick e entra o modo EcoDrive, com 10 ou 15 quilômetros extras.
As baterias, ocultas sob o carro, são
seladas em plástico e muito seguras. Invisíveis, deixam o porta-malas praticamente igual ao de um hatch comum.
Na rua, o custo de dois abastecimentos de 80% da carga, em um carregador rápido da Petrobras, cerca de 13 minutos é R$ 3,80 e R$ 3,95, convertidos
os Kw/h absorvidos pela bateria em
A legislação brasileira não presume um carro urbano dois
lugares como o Twizy, como não prevê os demais elétricos,
classificados como 'outros' na letra dura da Lei e, por isso,
pagantes da maior alíquota de importação possível.
Nesta chuva de boas notícias, as voltas com o Leaf
encontraram sua vocação na má notícia que é o trânsito
carioca. Sem duas vias expressas simultaneamente, o
tráfego está insano e o Leaf acabou mostrando, por ironia, a
sua grande capacidade de promover o deslocamento urbano
confortável e com extrema economia. Em um mundo de
rápidas mudanças e quebras de antigos paradigmas, o
elétrico brasileiro é uma boa aposta e nela está incluído o
Inovar- Auto e a Associação dos Fabricantes, a Anfavea, que
(ainda) não confirma nem desmente a desoneração.
Toyota quer
trazer o GT 86
A marca já não esconde que quer
trazer o GT 86 ao Brasil. O modelo
transformou-se em um ícone nos
EUA, ao lado do gêmeo Subaru BRZ.
Esportivo de ótima relação
peso-potência pode estar nas lojas
em 2016, com motor 2.0 boxer 4
cilindros e 200 cv, câmbio de seis
marchas automático ou manual.
Preço entre R$ 160 mil e R$ 200 mil.
Nova fábrica
da Honda
reais. Isto, para rodar pouco mais de
120 quilômetros. O taxista que abastecia à nossa frente é pura alegria ao falar
do Leaf. Na opinião do profissional, o
carro vende a marca e ensina o conceito do elétrico, que pede até uma condução diferente. E de fato, no nosso testdrive, percebemos que utilizar a inércia para recarregar as baterias através
da regeneração nas frenagens, leva a
mais parcimônia nas acelerações e o pisar no freio bem antes do sinal.
O uso mais contido, apesar da intensa aceleração possível com o motor elétrico, agrega segurança e sabedoria.
O silêncio é interrompido pelo limpador de para-brisas, sob a chuva insistente. O Leaf chama atenção e pede aberturas de janelas para responder às perguntas de outros motoristas: “Já está à venda? Quanto custa?” Depois da primeira
negativa, a segunda resposta desanima.
Se fosse vendido hoje, sob a carga tributária vigente, sairia por R$ 200 mil.
O CEO da Honda, Takanobu Ito,
lançou ontem a pedra fundamental
da nova fábrica em Itirapina, SP.
A marca investirá no novo projeto
cerca de R$ 1 bilhão. Serão
empregados 2 mil funcionários para
a produção de compactos, como o
novo City (foto) o Fit e o SUV Vezel.
Coluna publicada às quartas-feiras
20 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013
▲
FINANÇAS
Editora: Eliane Velloso
[email protected]
MP paralisa ida
de empresas
para o exterior
Tributação de coligadas fora do país interrompe o já incipiente
processo de internacionalização dos bancos brasileiros
Liana Verdini
[email protected]
A Medida Provisória 627, que alterou diversas regras tributárias
há duas semanas, tem o potencial de interromper de vez o já incipiente processo de internacionalização dos bancos brasileiros
em particular, e das companhias nacionais em geral, ao taxar o lucro de controladas e coligadas no exterior. Essa é a avaliação do advogado do escritório Vinha e Redenschi e professor da
Fundação Getúlio Vargas, Marcos Catão.
“Essa MP tem aspectos positivos, como o de tratar um assunto complexo como esse em um
texto mais abrangente, o que
era necessário. Mas continua
com uma visão equivocada de
um país importador de capital
ao tributar o lucro de empresas,
inclusive coligadas, auferidos
no exterior”, disse ele. “E não
existe país rico no mundo inteiro que não equilibre importação com exportação de capital.
País rico pra mim é país que
tem multinacional”.
O assunto é tão complexo que
já recebeu mais de 500 emendas
na Comissão Mista do Congresso
constituída especificamente para analisar a matéria. E como altera muitas regras, a mobilização é grande para entender exatamente o que muda com essa
MP e buscar um consenso para
propostas de modificação do texto original. Por isso, a Associação Nacional dos Executivos de
Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) e o Instituto
dos Auditores Independentes do
Brasil (Ibracon) farão um seminário sobre o assunto no dia 2 de
dezembro em São Paulo.
Já o jurídico da Confederação
Nacional da Indústria (CNI) começa a analisar o texto da Medida Provisória e o conteúdo das
emendas propostas a partir de
amanhã. De qualquer modo, a
CNI já havia se posicionado contra a tributação de companhias
“
O Brasil é a sexta
maior economia
do mundo e poucos
grupos são globais.
O fato é que
a internacionalização
brasileira é um
rotundo fracasso
e não vai melhorar”
Essa MP tem aspectos
positivos, como
o de tratar um assunto
complexo como esse
em um texto mais
abrangente.
Mas continua com uma
visão de um país
importador de capital”
Marcos Catão
Advogado e professor da FGV
transnacionais no exterior quando ajuizou uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade (Adin)
no Supremo Tribunal Federal
(STF) em 2001 contra a Medida
Provisória 2.158-35. Essa MP
também tributava com IR e CSLL o lucro de controladas e coligadas no exterior. Em abril passado, o STF julgou essa Adin e
considerou constitucional taxar
o lucro das controladas, mas ilegal tributar o resultado das coli-
gadas. Agora, por meio de outra
MP, o governo volta a tentar tributar o resultado de coligadas fora do país.
“Essa norma, definitivamente, não é estimuladora de internacionalização”, afirma Catão.
Para ele, o setor mais penalizado pela nova regra tributária é o
de infraestrutura, onde é comum grandes empresas se consorciarem. “A nova MP altera,
inclusive, a definição de empresa coligada descrita na Lei das
S/A e isso acaba por criar um
ambiente de insegurança grande para quem precisa decidir se
fará ou não investimentos”. Pelo novo entendimento, se grupos já se consorciaram anteriormente, ao voltarem a se coligar
são tomados por grupo de controle e a empresa passa a ser considerada como controlada para
fins tributários.
Para o advogado, esse clima
de insegurança e as regras tributárias punitivas é que levam ao
modesto processo de internacionalização das empresas brasileiras. Mas ele admite que o setor
bancário tem alguma atuação internacional. “Pouco quando
comparado a outros países”,
afirma ele.
A instituição financeira brasileira com maior atuação no exterior é o Banco do Brasil, presente em 24 países de quatro
continentes - exceto a Oceania. É seguido pelo Itaú Unibanco, com atuação em 19 países
nas Américas - Sul, Norte e Central -, Europa e Ásia. E do Bradesco, com atividades em 8 países também da três Américas,
Europa e Ásia.
“O Brasil é enorme, a sexta
maior economia do mundo, e
poucos grupos são globais. Na Espanha, por exemplo, posso citar
pelo menos dois grupos financeiros com intensa atividade varejista internacional: o Santander
e o BBVA”. E conclui: “o fato é
que a internacionalização brasileira é um rotundo fracasso e
não vai melhorar”.
Marcos Catão vê risco para o incipiente processo
de internacionalização de empresas brasileiras
NO EXTERIOR
BB
Está presente em 24 países
de quatro continentes,
exceto a Oceania
Itaú
Atua em 19 países das
Américas do Sul, do Norte
e Central, Europa e Ásia
Bradesco
Tem atividades em oito
países das três Américas,
Europa e Ásia
Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 21
Marcela Beltrão
PESQUISA CNC
Famílias endividadas cresce para 63,2%
O percentual de famílias com dívidas no cartão, cheque especial e
outros financiamentos cresceu de 62,1% em outubro para 63,2% em
novembro deste ano, segundo pesquisa da Confederação Nacional
do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). É a terceira alta
consecutiva do indicador. O percentual também é superior ao
observado em novembro do ano passado, que ficou em 59%. ABr
José Pedro Monteiro
Bancos públicos
buscam opções para
vender carteiras de
crédito ‘podre’
Necessidade vai crescer
com maior exigência de
capital de Basileia III e
menos empréstimos
Divulgação
BB vai ampliar atuação
na América do Sul e nos EUA
O Banco do Brasil vai ampliar
sua atividade de varejo no
exterior, hoje com escala
apenas na Argentina, para
outros países da América do
Sul e para os Estados Unidos.
A informação é do
vice-presidente de Atacado,
Negócios Internacionais e
Private Bank do BB, Paulo
Rogério Caffarelli.
“Temos atuação varejista
também no Japão, onde o
banco conta com cerca de 100
mil clientes. Mas na Argentina
operamos com uma rede de
200 agências, focadas no
mercado local, ocupando o
sexto lugar no ranking das
maiores instituições
financeiras daquele país”,
informou Cafarelli.
Ele disse que o plano agora
é iniciar atividades nesse
formato também na Colômbia,
Chile e Peru. “Esses três
países têm tido crescimento
significativo e pode agregar
muito valor ao BB”, explicou.
Já os Estados Unidos é onde
está a maior agência do banco
fora do Brasil. “É natural esse
movimento. Em 2010 compramos
o Eurobank, hoje BB Americas,
que é o embrião para termos
uma grande atuação no varejo
norte-americano”, contou. O
foco, nesse caso, é atender a
comunidade hispânica nos EUA.
O crescimento do BB no
exterior também passa pela
China. Nos próximos 60 dias o
escritório de negócios do banco
em Xangai vai virar a mais nova
agência bancária da instituição.
“Só aguardamos a autorização
definitiva do organismo
regulador chinês”, afirmou
Caffarelli.
Além dessas frentes mais
imediatas, a instituição já planeja
seu crescimento no continente
africano. “Essa expansão não
será imediata, mas está em
nosso horizonte sim. Já temos
um escritório de negócios em
Angola e o projeto é atuar de
forma mais intensa nos países
africanos de língua portuguesa”,
disse.
Na Europa, o banco atua com
corporate e com operações entre
bancos. “O foco é apoiar nossos
clientes globais”, finalizou.
Os bancos públicos estão em busca de opções para viabilizar a venda das carteiras de crédito “podre” - aquelas vencidas há muito
tempo, que já saíram do balanço.
A prática é comum em bancos médios e estrangeiros, mas os bancos
controlados pelo governo enfrentam restrições para se desfazer
desses ativos problemáticos, lembra Luiz Fabiano Saragiotto, diretor da Latin America Credit & Distress Trading Group do Bank of
America Merrill Lynch. A venda
precisa ser licitada e como as carteiras são vendidas com deságio, o
preço da operação pode ser questionado pelo Tribunal de Contas
da União (TCU).
O BNDES deu a largada no começo deste ano, abrindo uma licitação para contratar uma consultoria para avaliar sua carteira de
aproximadamente R$ 37 bilhões
em créditos vencidos. A PwC venceu e assinou o contrato em setembro. Segundo a assessoria de imprensa do BNDES, o resultado da
avaliação sai no final do ano que
vem. Só depois disso é que o banco vai decidir se vai abrir uma licitação para venda desses créditos.
Segundo uma fonte que preferiu não se identificar, o Banco do
Brasil (BB) está no mesmo caminho. Ontem, o executivo da área
de reestruturação de empréstimos do banco não estava disponível para conceder entrevista.
O Banco Central (BC) não divul-
ga o volume total de empréstimos
vencidos há mais de 180 dias e excluídos dos balanços dos bancos.
Mas o BB, por exemplo, disse que
no terceiro trimestre baixou a prejuízo 2,47% da sua carteira de crédito - segundo o banco, os três
maiores concorrentes privados
tem um índice maior, de 5,63%.
O BB recuperou 27,62% desses
prejuízos, ante uma média de
20,85% dos outros.
A Caixa, por enquanto, vem
usando outro expediente para
“limpar” sua carteira de inadimplentes: aproveita o final do ano
para lançar uma campanha de renegociação com seus clientes em
atraso. O Itaú adota a mesma prática: os cartazes convidando para a
renegociação estão em todas as
agências.
Assim como Saragiotto, gestores especializados na compra dessas carteiras e na reestruturação
de dívidas de empresas, como Alexandre Camara, sócio do BTG Pactual, Rafael Fritsch, sócio da JGP
Crédito e Renato Azevedo, sócio
da Blackwood acreditam no aumento da oferta . Os executivos estavam reunidos ontem em evento
em São Paulo promovido pela
TMA. Com a desaceleração da economia e do ritmo de concessões
de empréstimos, o peso das operações de crédito vencidas e não pagas vai crescer sobre o total da carteira dos bancos. A venda também ajuda a atender ao aumento
das exigências do acordo internacional conhecido como Basileia III
- quanto mais crédito em atraso,
mais provisões os bancos precisam fazer, o que diminui o capital. Léa De Luca
22 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013
O MERCADO COMO ELE É...
LUIZ SÉRGIO GUIMARÃES
[email protected]
SURPRESA NO COPOM? JURO CAI
Editoria de Arte
C
resceu ontem nos mercados de câmbio e juros a percepção de
que os dois grandes eventos marcados para hoje — a última
reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do
Banco Central e o início do julgamento pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) dos processos de poupadores contra planos
econômicos do passado — podem ter seus desfechos conhecidos
apenas no ano que vem. O Copom pode trazer uma surpresa, não na
definição da nova taxa, já que a Selic de 10% foi contratada desde o
inicio de outubro, mas no comunicado. Os juros futuros cederam
ontem na BM&F porque já se admite a hipótese de o comitê alterar o
seu comunicado de forma a não mais sinalizar nova alta de 0,50
ponto no primeiro Copom de 2014, em janeiro. Analistas consideram
a possibilidade de o ciclo de alta se prolongar além do esperado, mas
num ritmo mais comedido, de 0,25 ponto por reunião.
Após quatro dias de alta ininterrupta, os contratos de DIs, com
exceção do mais curto, caíram
em bloco ontem. A taxa para a virada do ano subiu de 9,73% para
9,74%, apenas para ajustar-se à
Selic de dois dígitos. Mas como
os contratos mais longos recuaram, houve um fechamento da
curva futura de juros. A taxa para janeiro de 2015 baixou de
10,92% para 10,83%, enquanto o
juro para janeiro de 2017 caiu de
forma mais acentuada, de
12,22% para 12,09%.
As cartas para 2014 parecem estar todas na mesa: o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, sinalizou que o superávit primário deste ano será de 1,5% do PIB, e esta
também deverá ser a meta a ser
perseguida no ano que vem; e não
haverá uma descompressão abrupta dos preços de combustíveis e
energia elétrica. Salvo a ocorrência de um choque de oferta ou externo, não será complicado ao BC
fazer uma inflação abaixo de 6%
no ano eleitoral. Ele já estaria em
condições de aliviar um pouco o
aperto monetário exercido há sete
meses. E, se alterar, como se suspeita, o statement pós-Copom, repetido incansavelmente há quatro reuniões para indicar a manutenção do ritmo de alta de 0,50
ponto, introduzirá um elemento
de incerteza e mistério. O mercado só saberá em 2014 até onde a Selic poderá subir.
Quanto ao STF, o mercado colheu informações segundo as
quais não há clima, a 22 dias úteis
do encerramento do ano, para o pesado julgamento da demanda dos
correntistas da caderneta de poupança em favor da aplicação da
correção monetária retroativa às
suas contas. A decisão tende a ser
empurrada para o ano que vem.
O dólar chegou a subir ontem
0,77%, cotado a R$ 2,3077, mas
não havia, interna ou externamente, justificativas para tanto. E fechou com valorização menor, de
0,35%, a R$ 2,2960. Uma das razões principais da alta do dólar foi
o aumento das posições “compra-
das” nos pregões de derivativos
cambiais da BM&F. Esse posicionamento vitorioso quando o dólar
sobe está sendo mantido por dois
fortes players desde junho. Sãos
os investidores estrangeiros e os
institucionais brasileiros, notadamente os fundos de investimentos. Dos dois, a ponta mais agressiva é formada pelos hedge funds
globais. O volume recorde de apostas estrangeiras contra o real, de
US$ 20,21 bilhões, foi estabelecido no dia 1º de outubro.
São posições que não se explicam unicamente pela necessidade de o investidor de fora fazer o
hedge de suas aplicações em reais.
O montante recorde superior a
US$ 20 bilhões decorreu apenas
em parte da proteção do expressivo ingresso de US$ 7,2 bilhões registrado ao longo de setembro e direcionado à aquisição de títulos
públicos federais. A maior parte
foi mesmo aposta unidirecional a
favor do dólar. As posições compradas em cupom cambial e dólar
futuro foram sendo reduzidas de
outubro para cá porque a entrada
de investimentos de fora em renda fixa diminuiu por causa do temor externo de um rebaixamento
da nota de risco de crédito do Brasil em decorrência da percepção
de descontrole fiscal.
Elas também foram reduzidas
porque o Federal Reserve (Fed)
emitiu sinais de que o ajuste da política de afrouxamento quantitativo deve ficar mesmo para o ano
que vem. A aposta contra o real foi
murchando até chegar a US$ 13,51
bilhões na sexta-feira passada. Na
segunda, tudo mudou. Em um único dia, os estrangeiros expandiram a posição comprada em US$
520 milhões. Está agora em US$
14,03 bilhões. E os operadores relataram ontem a ocorrência de pesado fluxo de compra pelos hedge
funds. O que mudou?
A hipótese mais concorrida é
de que se trata mais de aposta unidirecional em favor do dólar, fomentada pelos problemas do balanço de pagamentos brasileiro,
do que de busca de hedge por apli-
Analistas consideram
a possibilidade de
o ciclo de alta da Selic
se prolongar além do
esperado, mas
num ritmo
mais comedido,
de 0,25 ponto por
reunião do Copom
cadores de renda fixa. Não basta a
eles simplesmente decidir entrar
no país para auferir o ganho proporcionado pela Selic de 9,5%
(até amanhã) e de 10% (a partir de
quinta-feira). A engenharia financeira é complexa: ao comprar
NTN-B ou NTN-F de longo prazo,
o investidor externo precisa evitar que o rendimento dos papéis
de longo prazo seja neutralizado
não só pela variação cambial como também pela disparada dos
CDIs futuros.
Uma aposta seca na renda fixa
significa assumir como verdadei-
ra a premissa de que o governo
conseguirá evitar o rebaixamento
do rating no primeiro semestre de
2014. Seria colocar fichas antecipadamente no êxito do pacto político pela responsabilidade fiscal.
Mesmo o mais crédulo dos gestores de fundos não chegaria a tanto. É por isso que se cristaliza mais
facilmente a impressão de serem
operações unidirecionais contra o
real. Como o mercado vive de expectativa, de trazer aos preços presentes o que poderá ou não vir a
acontecer no futuro, já há enorme
pressão para que o BC decida logo
se irá ou não manter o seu programa de intervenções cambiais no
ano que vem.
São dois os sinais enviados pelo
BC: 1) Enquanto houver demanda
por hedge, estará disposto a vender toda a quantidade de swap
cambial pedida pelo mercado; 2)
Enquanto não for conhecida plenamente a reação dos mercados
globais ao efetivo início do “tapering” da política monetária americana, não há como afrouxar a
guarda cambial. Coerente com essa atitude, o BC deve encerrar hoje a rolagem dos US$ 10,12 bilhões
em swaps cambiais que vencerão
na segunda-feira. A mesma coerência faz com que não reduza em
um centavo a sua ração diária de
10 mil contratos, no valor de US$
500 milhões.
Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 23
Murillo Constantino
CRÉDITO
Febraban vê alta de 0,8% em outubro
Sondagem preliminar da Febraban aponta para uma expansão
de 0,8% no saldo das operações de crédito em outubro, o que deve
elevar o estoque para R$ 2,62 trilhões, ou 56,2 % do PIB. O número
oficial será divulgado amanhã. O desempenho é semelhante ao de
setembro, mas no mês passado a recuperação foi maior nas
operações do crédito direcionado e mais fraca no segmento livre.
Selic chega a 10,25% em 2014
O economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, diz que a taxa básica de juros não vai parar de subir este ano
Patricia Stavis
Ivone Portes
[email protected]
São Paulo
A taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, que hoje deve ser elevada para 10% na reunião do Comitê de Política Monetária (Compom) do Banco Central, deverá subir para 10,25% ao
ano em janeiro, patamar com que
deve encerrar 2014. As projeções
são do economista-chefe do Itaú
Unibanco, Ilan Goldfajn, que
apresentou ontem as previsões do
banco para os indicadores econômico do país.
A estimativa do economistachefe do Itaú Unibanco para 2014
é mais otimista do que a mediana
do mercado, que estima a Selic
em 10,5% ao ano daqui a 13 meses. As TOP 5 do Boletim Focus do
BC nesta semana, instituições que
mais acertam as projeções, prevêm Selic a 11% ao fim de 2014.
“Uma taxa de juro básica a
10,25% é suficiente para manter a
inflação estável. Mas tudo vai depender também de outras variáveis, como câmbio e questão fiscal”, disse ele, durante divulgação do “Macroeconomia em Pauta”, relatório do banco com previsões para indicadores da economia brasileira e mundial.
Para hoje, Goldfajn calcula, em
linha com as estimativas de todo o
mercado financeiro, um novo aumento de 0,5 ponto percentual. O
aumento, segundo ele, deve ocorrer em razãodapersistência dainflação. Ele ressaltou que se não houver
qualquer nova sinalização do Banco Central sobre o fim do ciclo de
aperto monetário no comunicado
que será divulgado hoje, ao fim da
reuniãodo Comitê de PolíticaMonetária (Copom), do Banco Central , a
taxa continuará subindo. “Se não
houver sinalização, deve chegar a
10,25% ao ano em janeiro.”
A Selic é usada nos empréstimos feitos entre os bancos e também nas aplicações feitas por estas instituições bancárias em títulos públicos federais. Ela também
Goldfajn diz que o
Brasil está “na linha
d'água” do
rebaixamento e que a
decisão do STF sobre a
ação de correção
monetária devida por
bancos em planos
econômicos gera risco
serve de referência para o setor
bancário definir as taxas praticadas nas demais operações financeiras. No início deste ano, a Selic
estava em 7,25%, menor patamar
da história. Começou a subir em
abril e, de lá pra cá, já aumentou
2,25 pontos percentuais.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), inflação oficial, deve encerrar este ano em
5,8% e, no próximo, em 5,9%,
nos dois casos acima do centro da
meta do governo, de 4,5%, mas
abaixo do teto (6,5%), segundo
Goldfajn. Para o dólar, ele projeta
R$ 2,35 ao fim de 2013. “Este é o
câmbio de equilíbrio, que estabiliza a conta corrente do governo.”
O relatório do Itaú Unibanco
prevê ainda que o Produto Interno
Bruto (PIB) do Brasil vai crescer
2,4% em 2013 e 1,9% em 2014.
Para o economista, o Federal
Reserve (Fed, BC dos EUA) deve-
rá reduzir os estímulos à economia americana só a partir de março do ano que vem, o que deve gerar ainda expectativas no mercado. “O Fed quer tirar os estímulos sem aumentar os juros futuros, uma missão impossível”,
diz Ilan.
Outra questão que pode ter efeitos sobre o mercado interno é a
possibilidade de rebaixamento da
nota de risco brasileira. Goldfajn
diz que o Brasil está “na linha
d'água” do rebaixamento.
Segundo ele, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a ação que pede a correção monetária devida por bancos em defasagens de planos econômicos
tem um impacto macroeconômico e na percepção de risco. “Mas
não tenho certeza de que haverá
rebaixamento. Se houver, deverá
ser apenas por parte de uma agência, a S&P, e não das três”.
Goldfajn: “10,25% é suficiente para manter a inflação estável”
Brasilagro - Cia. Brasileira de Propriedades Agrícolas
CNPJ nº 07.628.528/0001-59 - NIRE 35.300.326.237 - Cia. Aberta de Capital Autorizado
Ata da Assembleia Geral Ordinária Realizada em 29 de Outubro de 2013
Data, Hora e Local: AAssembleia Geral Ordinária foi realizada em primeira convocação em 29/10/13, às 14h30, na sede social da Brasilagro - que se encerrarão na Assembleia Geral Ordinária que aprovar as demonstrações nanceiras da Cia. relativas ao exercício social encerrado em
Cia. Brasileira de Propriedades Agrícolas (“Cia.”), na Av. Brig. Faria Lima, 1.309, 5º and., SP/SP. Convocação: Conforme disposto no inciso II do 30/6/15, os Senhores (i) David Alberto Perednik, argentino, casado, contador, portador do passaporte argentino nº 13.417.354, residente e
Art. 124 da Lei nº 6.404, de 15/12/76, conforme alterada (“Lei nº 6.404/76”), o edital de 1ª convocação foi publicado no DOESP nas edições dos domiciliado em Buenos Aires, Argentina, em Moreno, 877, piso 24º (C1091AAQ) e Fabio Schuler de Medeiros, brasileiro, casado, veterinário,
dias 2, 3 4/10/13, págs. 11, 07 e 17 respectivamente e, no jornal Brasil Econômico, nas edições dos dias 2, 3 e na edição dos dias 4, 5 e 6/10/13, inscrito no CPF/MF sob nº 680.765.250-04, residente e domiciliado em Porto Alegre/RS, na R. José Scutari, 54, apto. 1402, CEP 91340-210, este
págs. 25, 23 e 20 respectivamente. Publicações Legais: O Presidente da mesa comunica que o Relatório da Administração e as Demonstra- último indicado nesta mesma data por acionistas minoritários presentes à Assembleia, tendo sido eleito na qualidade de Conselheiro Indepenções Financeiras da Cia. acompanhadas do Parecer do Conselho Fiscal e dos Auditores Independentes, relativos ao exercício social encerrado dente para os ns do Regulamento de Listagem do Novo Mercado da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros - BM&FBOVESPAS.A. 1.3.2. Fica
em 30/6/13, foram publicados nos jornais DOESP em sua edição de 20/9/13 nas págs. 5 a 16 e Brasil Econômico, em sua edição de 20, 21 e registrado que os membros do Conselho de Administração ora reeleitos já rmaram o Termo de Anuência dos Administradores às regras contidas
22/9/13, nas págs. 11 a 18, sendo dispensada a publicação dos avisos de que trata o caput do Art. 133 da Lei nº 6.404/76, tendo em vista o dis- no Regulamento de Listagem do Novo Mercado da BM&FBOVESPA e já assinaram os respectivos termos de posse no livro próprio, ocasião na
posto no § 5º do referido artigo. Foram, ainda, divulgados os documentos exigidos pela Instrução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) nº qual declararam, para os ns do disposto na Instrução CVM 367/02 e nos §§ 1º e 2º do Art. 147 da Lei nº 6.404/76, que não estão incursos em
481, de 17/12/09 (“Instrução CVM nº 481”). Presenças: A Assembleia foi instalada em 29/10/13, com a presença de acionistas representando qualquer dos impedimentos previstos em lei para o exercício da atividade mercantil e que não foram condenados à pena de suspensão ou inaações de emissão da Cia. em quantidade suciente para atender o quórum legal de instalação, conforme registros e assinaturas apostas no livro bilitação temporária pela Comissão de Valores Mobiliários, sendo elegíveis para o cargo de administração de companhia aberta. 1.3.3. Fica rede Presença dos Acionistas, registrando-se, ainda, a presença dos Srs.: Alejandro G. Elsztain e Saúl Zang, membros efetivos do Conselho de gistrado que os membros do Conselho de Administração ora eleitos tomarão posse nos seus respectivos cargos mediante assinatura de termo
Administração; Julio Cesar de Toledo Piza Neto, Diretor-Presidente e de Relações com Investidores; Gustavo Javier Lopez, Diretor Administrati- de posse lavrado em livro próprio e subscrição do Termo de Anuência dos Administradores a que alude o Regulamento de Listagem do Novo
vo, Renato Parreira Stetner, membro do Conselho Fiscal e Vanessa Martins, representante da Ernst, Young & Terco Auditores Independentes Mercado da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo - BM&FBOVESPA, ocasião na qual deverão declarar, para os ns do dispos(“E&Y”). A Assembleia Geral Extraordinária não foi instalada, uma vez que o quórum mínimo não foi atendido, conforme se verica do livro de to nos §§ 1º e 2º do Art. 147 da Lei nº 6.404/76, que não estão incursos em qualquer dos impedimentos previstos em lei para o exercício da atipresença de acionistas. Mesa: Presidente: Alejandro G. Elsztain; Secretário: Julio Cesar de Toledo Piza Neto. Ordem do Dia: (1) Em Assem- vidade mercantil e que não foram condenados à pena de suspensão ou inabilitação temporária pela Comissão de Valores Mobiliários, sendo
bleia Geral Ordinária: (1.1.) tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações nanceiras, acompanhadas dos elegíveis para o cargo de administração de companhia aberta, fazendo jus à remuneração mínima prevista em lei. Abstiveram-se de votar os
pareceres dos Auditores Independentes e do Conselho Fiscal, relativas ao exercício social ndo em 30/6/13; (1.2.) deliberar sobre a destinação acionistas: Fundo Fator Sinergia IV FIA; National Pension Service; Luis Alves de Lima e Humaitá Absolute FIA. Votaram contra os acionistas:
do lucro líquido do exercício social ndo em 30/6/13 e a distribuição de dividendos; (1.3.) deliberar sobre a eleição dos membros do Conselho de The Bank of New York ADR Department (3.846 ações); Florida Retirement System Trust Fund; Future Fund Board of Guardians; Nuveen TraAdministração da Cia.; (1.4.) xar o valor da remuneração anual global a ser paga aos administradores da Cia. no exercício social iniciado em dewinds Emerging Markets Fund; Teacher Retirement System of Texas e The Nomura Trust And Banking Co. Ltd. Re. 1.4. Aprovar, por maioria,
1º/7/13 e (1.5.) deliberar sobre a eleição dos membros efetivos e suplentes do Conselho Fiscal da Cia., bem como sobre a xação da remunera- com abstenção dos legalmente impedidos e dos que assim se manifestaram e sem quaisquer ressalvas ou restrições, a remuneração global
ção dos membros eleitos que, nos termos do § 3º do Art. 162 da Lei nº 6.404/76 não poderá ser inferior, para cada membro em exercício, a 10% anual dos Administradores, no valor de até R$ 9.500.000,00 incluindo benefícios de qualquer natureza e verbas de representação, para o exerda média da remuneração atribuída aos diretores da Cia. Deliberações: Dando início aos trabalhos, o Presidente da mesa esclareceu que (a) a cício social iniciado em 1º/7/13, cabendo, posteriormente ao Conselho de Administração denir os montantes individuais que serão atribuídos a
ata da assembleia seria lavrada em forma de sumário dos fatos ocorridos, contendo apenas a transcrição das deliberações tomadas, e a sua cada administrador da Cia., tendo em conta suas responsabilidades, o tempo dedicado às suas funções, sua competência e reputação prossiopublicação com omissão das assinaturas da totalidade dos acionistas, conforme faculta os §§ 1º e 2º do Art. 130 da Lei nº 6.404/76, e o § 10, Art. nal e o valor de seus serviços no mercado. Abstiveram-se de votar os acionistas: The Bank of New York Adr Department (12.500 ações); Hayp
6º do Estatuto Social da Cia.; (b) os documentos ou propostas, declarações de voto, protestos ou dissidências sobre as matérias a serem delibe- Fundo de Investimento em Ações; Alfa Fundo de Investimento em Ações; Fundo de Investimento em Ações Real Investor; Clube de Investimenradas deveriam ser apresentados por escrito à Mesa que, para esse m, seria representada pelo Secretário da Assembleia; e (c) foi dispensada, to do Gastão; Graphus Premium Fundo de Investimento em Ações; Clube de Investimento Continental; Aspen Fundo de Investimento em Ações;
por unanimidade de votos dos presentes, a leitura dos documentos relacionados às matérias a serem deliberadas nesta Assembleia Geral Ordi- Clube de Investimento Lyndos; Clube de Investimento Hill; Clube de Investimento Hope; Clube de Investimento Centauro do Pampa; Tarso Padua
nária e Extraordinária, uma vez que eram de pleno conhecimento dos senhores acionistas. Após exame e discussão das matérias constantes da Dutra; Rafael de Souza Morsch; CTM Clube de Investimento; CTM Estratégia Fundo de Investimento em Ações, Fundo Fator Sinergia IV FIA;
ordem do dia, os acionistas deliberaram: 1. Em Assembleia Geral Ordinária: 1.1. Aprovar, por unanimidade, com abstenção dos legalmente National Pension Service; Luis Alves de Lima; Humaitá Absolute FIA; Claudio de Castro Cunha; Andre Luiz Cortez Martins e Paulo Tadeu Cortez
impedidos e dos que assim se manifestaram e sem quaisquer ressalvas ou restrições, o Relatório da Administração, o Balanço Patrimonial e as Martins. Votaram contra os acionistas: Florida Retirement System Trust Fund; Future Fund Board of Guardians; Nuveen Tradewinds Emerging
Demonstrações Financeiras, acompanhadas do Parecer dos Auditores Independentes e do Parecer do Conselho Fiscal, todos relativos ao Markets Fund; Teacher Retirement System of Texas; The Nomura TrustAnd Banking Co. Ltd. Re e The Bank of New YorkADR Department (3.846
exercício social ndo em 30/6/13 e aprovados na reunião do Conselho de Administração da Cia. realizada em 2/9/13. Abstiveram-se de votar ações). 1.5. Aprovar, por unanimidade, com abstenção dos legalmente impedidos e dos que assim se manifestaram e sem quaisquer ressalvas
os acionistas: Fundo Fator Sinergia IV FIA; Blackrock Ecosolutions Investment Trust; Emerging Markets Small Capitalization Equity Index Fund; ou restrições, a eleição de três membros efetivos e três membros suplementes para o Conselho Fiscal da Cia., para mandatos unicados que se
Emerging Markets Small Capitalization Equity Index Non-Lendable Fund; Emerging Markets Small Capitalization Equity Index Non-Lendable encerrarão na Assembleia Geral Ordinária que aprovar as demonstrações nanceiras da Cia. relativas ao exercício social encerrado em 30/6/14,
Fund B; Ishares Msci Brazil Small Cap Index Fund e National Pension Service. 1.2. Aprovar, por unanimidade, com abstenção dos legalmente (a) por indicação dos acionistas minoritários, os Senhores: (a.i.) Aloísio Kok, brasileiro, casado, economista, portador da Cédula de Identiimpedidos e dos que assim se manifestaram e sem quaisquer ressalvas ou restrições, a Proposta da Administração para que o resultado e o dade RG nº 3.942.792-4, inscrito no CPF/MF sob nº 375.089.468-04, residente e domiciliado Cidade de SP/SP, na R. Bernardino Machado, 243,
lucro líquido apurado no exercício social encerrado em 30/6/13, nos valores de R$ 28.726.768,99 e R$ 8.257.392,23, respectivamente, tenham Granja Julieta, CEP 04722-120, na qualidade de membro efetivo e (a.ii.) Alexandre Luiz Oliveira de Toledo, brasileiro, advogado, casado,
a seguinte destinação: Resultado do Exercício (após deduções de IR e CSLL): R$ 28.726.768,99; R$ 20.469.376,76. Prejuízos Acumulados: portador da Cédula de Identidade RG nº 7.547.108 SSP/SP, inscrito no CPF/MF nº 037.446.598-36, residente e domiciliado na Cidade de SP/SP,
R$ 8.257.392,23. Lucro Líquido do Exercício: Reserva Legal (5%): R$ 412.869,61. Lucro Líquido Ajustado: R$ 7.844.522,62. Dividendos na Al. dos Anapurus, 1.345, apto. 101, CEP 04087-004, na qualidade de membro suplente; (b) por indicação dos demais acionistas presen(75%): R$ 5.883.391,96. Reserva para Investimento e Expansão (25%): R$ 1.961.130,65. (a) Prejuízos Acumulados: Nos termos do Art. 189 tes, os Senhores (b.i.) Fabiano Nunes Ferrari, brasileiro, brasileiro, casado, advogado, inscrito na OAB/SP sob nº 172.581, portador da Cédula
da Lei nº 6.404/76, serão destinados R$ 20.469.376,76 do Resultado do Exercício, para absorção dos prejuízos acumulados; (b) Reserva Legal: de Identidade RG nº 25.260.606-1 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nº 186.583.958-20, com endereço na Cidade de SP/SP, na R. Augusta,
Nos termos do Art. 193 da Lei nº 6.404/76, será destinado 5% do Lucro Líquido, no valor de R$ 412.869,61 à constituição da Reserva Legal; (c) 1.819, 24º and., CEP 01413-000 e Eduardo Tunchel, brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na OAB/SP sob nº 285.621, portador da Cédula de
Distribuição de Dividendos: Nos termos do Art. 36 do Estatuto Social da Cia. e do Art. 202 da Lei nº 6.404/76, serão pagos aos acionistas de- Identidade RG nº 44.082.771-1 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nº 358.134.858-64, residente e domiciliado na Cidade de SP/SP, na R. Dr. Gatentores de ações ordinárias de emissão da Cia., dividendos no valor total de R$ 5.883.391,96 correspondendo a R$ 0,100704387 por ação. O briel dos Santos, 541, 1º and., Higienópolis, CEP 01231-011, na qualidade de membros efetivos e (b.ii.) Daniela Gadben, brasileira, casada,
pagamento dos dividendos deverá ser realizado em data a ser xada pelo Conselho de Administração durante o atual exercício social e anterior- advogada, inscrita da OAB, Secção de SP sob o nº 206.659, portadora da Cédula de Identidade RG nº 30.599.367-7 SSP/SP, inscrita no CPP/
mente ao seu encerramento em 30/6/14. Os dividendos serão pagos àqueles que detiverem posição acionária da Cia. quando da respectiva MF sob o nº 223.422.038-61, residente e domiciliada na Cidade de SP/SP, na R. José Maria Lisboa, 1.745, apto. 81, Jd. Paulista, CEP 01423-000
deliberação do Conselho de Administração a ser oportunamente informada aos acionistas, sendo que nos termos da referida declaração as e Gabriel Luiz Herscovici Junqueira, brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na OAB/SP sob o nº 305.151, portador da Cédula de Identidade RG
ações da Cia. serão negociadas “ex” dividendos e; (d) Reserva para Investimentos e Expansão: O saldo remanescente do Lucro Líquido nº 30.913.538-2 SSP/SP, inscrito no CPF sob o nº 176.635.488-25, residente e domiciliado na Cidade de SP/SP, na R. Rio de Janeiro, 338, 6º
Ajustado, nos termos do Art. 36, alínea (c), do Estatuto Social, no montante de R$ 1.961.130,65 será destinado à Reserva de Investimento e and., Higienópolis, CEP 01240-010, na qualidade de membros suplentes. 1.5.1. Os membros do Conselho Fiscal ora eleitos tomarão posse nos
Expansão, cuja nalidade contempla a realização de investimentos para desenvolvimento das atividades da Cia., investimentos em propriedades seus respectivos cargos mediante assinatura de termo de posse lavrado em livro próprio e subscrição do Termo deAnuência dosAdministradores
e na aquisição de novas propriedades visando a expansão das atividades da Cia., além de investimentos em infraestrutura para ampliação da a que alude o Regulamento de Listagem do Novo Mercado da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo - BM&FBOVESPA, ocasião
capacidade produtiva da Cia. A Reserva para Investimento e Expansão pode ser utilizada como lastro na aquisição pela Cia. de ações de sua na qual deverão declarar, para os ns do disposto nos §§ 1º e 2º do Art. 147 da Lei nº 6.404/76, que não estão incursos em qualquer dos impeemissão, em programa de recompra de ações aprovado pelo Conselho de Administração. Abstiveram-se de votar os acionistas: Fundo Fator dimentos previstos em lei para o exercício da atividade mercantil e que não foram condenados a pena de suspensão ou inabilitação temporária
Sinergia IV FIA e National Pension Service. 1.3. Aprovar, por maioria, com abstenção dos legalmente impedidos e dos que assim se manifesta- pela Comissão de Valores Mobiliários, sendo elegíveis para o cargo de administração de Cia. aberta, fazendo jus a remuneração mínima previsram e sem quaisquer ressalvas ou restrições, a reeleição, para o cargo de membros efetivos do Conselho de Administração da Cia., para man- ta em lei. 1.5.2. Aprovar, por unanimidade, com abstenção dos legalmente impedidos e dos que assim se manifestaram e sem quaisquer ressaldatos unicados que se encerrarão naAssembleia Geral Ordinária que aprovar as demonstrações nanceiras da Cia. relativas ao exercício social vas ou restrições a xação da remuneração dos membros eleitos do Conselho Fiscal, nos termos do § 3º do Art. 162 da Lei nº 6.404/76 não inencerrado em 30/6/15, os Senhores: (i) Alejandro G. Elsztain, argentino, casado, portador do passaporte argentino nº 17.737.414N, residente ferior, para cada membro em exercício, a 10% da média da remuneração atribuída aos membros da Diretoria da Cia. Absteve-se de votar o
em Buenos Aires, Argentina, em Moreno, 877, 23º and., 1091, Capital Federal; (ii) Eduardo S. Elsztain, argentino, casado, portador do passa- acionista: National Pension Service. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foram encerrados os trabalhos e lavrada esta Ata, em forma
porte argentino nº 14.014.114, residente em Buenos Aires, Argentina, em Bolívar, 108, 1º and., 1086, Capital Federal; (iii) Saúl Zang, argentino, de sumário, a qual, depois de lida e achada conforme, foi assinada por todos os presentes. Assinaturas: Alejandro G. Elsztain - Presidente e
casado, portador do passaporte nº 04.533.949M, residente em Buenos Aires, Argentina, em Florida, 537, 18º and., 1005, Capital Federal; (iv) Julio Cesar de Toledo Piza Neto - Secretário. Acionistas: Agro Managers S.A.; Cresud S.A.C.I.F Y A; The Bank of New York ADR Department;
Gabriel Pablo Blasi, argentino, casado, administrador de empresas, portador do passaporte argentino nº 14.222.826, residente em Buenos Ai- HAYP Fundo de Investimento em Ações; Alfa Fundo de Investimento em Ações; Fundo de Investimento em Ações Real Investor; Clube de Invesres, Argentina, em Moreno, 877, piso 24º (C1091AAQ); (v) João de Almeida Sampaio Filho, brasileiro, casado, Secretário de Estado, portador timento do Gastão; Graphus Premium Fundo de Investimento em Ações; Clube de Investimento Continental; Aspen Fundo de Investimento em
da cédula de identidade RG nº 9.559.456 SSP/SP, inscrito CPF/MF sob o nº 071.526.218-10, com endereço na Cidade de SP/SP, na Av. Miguel Ações; Clube de Investimento Lyndos; Clube de Investimento Hill; Clube de Investimento Hope; Clube de Investimento Centauro do Pampa;
Stéfano, 3.900, Água Funda, CEP 04301-903; (vi) Isaac Selim Sutton, brasileiro, casado, economista, portador da Cédula de Identidade RG nº Tarso Padua Dutra; Rafael de Souza Morsch; CTM Clube de Investimento; CTM Estratégia Fundo de Investimento em Ações, Fundo Fator Si7.386.118-2, inscrito no CPF/MF sob o nº 047.010.738-30, com endereço na Cidade de SP/SP, na Av. Angélica, 2.510, 9º and., Consolação, CEP nergia IV FIA; Blackrock Ecosolutions Investment Trust; Emerging Markets Small Capitalization Equity Index Fund; Emerging Markets Small
01228-200 e (vii) Robert Charles Gibbins, canadense, casado, gestor de investimentos, portador do passaporte canadense nº BC272564, Capitalization Equity Index Non-Lendable Fund; Emerging Markets Small Capitalization Equity Index Non-Lendable Fund B; Florida Retirement
inscrito no CPF/MF sob o nº 232.008.438-02, residente em Champery, na Suíça, em Chalet Brosin d’en Haut, 1.874, os 3 últimos eleitos na System Trust Fund; Future Fund Board of Guardians; Ishares Msci Brazil Small Cap Index Fund; National Pension Service; Nuveen Tradewinds
qualidade de Conselheiros Independentes para os ns do Regulamento de Listagem do Novo Mercado da Bolsa de Valores, Mercadorias e Fu- Emerging Markets Fund; Teacher Retirement System of Texas; The Nomura Trust and Banking Co. Ltd. RE; Luis Alves de Lima; Humaitá Absoturos - BM&FBOVESPA S.A. 1.3.1. Aprovar, por maioria, com a abstenção dos legalmente impedidos e dos que assim se manifestaram e sem lute FIA, Agro Investments; Claudio de Castro Cunha; Andre Luiz Cortez Martins e Paulo Tadeu Cortez Martins. Declaro que a presente confere
quaisquer ressalvas ou restrições, a eleição, para o cargo de membros efetivos do Conselho de Administração da Cia., para mandatos unicados com a original lavrada em livro próprio. SP, 29/10/13. Alejandro G. Elsztain - Presidente. Julio Cesar de Toledo Piza Neto - Secretário.
24 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013
▲
FINANÇAS
Petrobras cai
mais de 6% e
leva Ibovespa
a menos 1%
ENTREVISTA RODOLFO ZABISKY presidente do grupo Attitude e líder do movimento Brasil+Competitivo
PMEs NA BOLSA
GERAM NOVOS
EMPREGOS
E RECEITA
DE IMPOSTOS
Paulo Fridman/Bloomberg
Índice da principal
bolsa brasileira fecha
no nível mais baixo
em quase três meses
O acesso de pequenas e médias empresas ao mercado
de capitais será discutido hoje na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio
(CDEIC) da Câmara dos Deputados, em Brasília, pelo
movimento Brasil+Competitivo e representantes convidados do Banco Central e Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Rodolfo Zabisky, um dos idealizadores, espera que a reunião ajude a convencer o governo
a apoiar propostas de estímulo que viabilizem a ideia.
Marcelo Loureiro
[email protected]
O que quer o movimento Brasil+
Competitivo?
Os 176 integrantes do Brasil+
Competitivo querem fomentar o
empreendedorismo, aumentar
a competitividade empresarial e
melhorar o acesso à captação para as milhares de empresas médias brasileiras que hoje não têm
acesso ao mercado de capitais,
seja por dívida ou por emissão
de ações.
Quais os pontos fundamentais
do Projeto de Lei 6.558/13?
Dois pontos são fundamentais
para a ideia de incentivar o acesso das empresas médias ao mercado de capitais: o crédito tributário para a oferta e a isenção fis-
cal para a demanda. Companhias com faturamento anual
de até R$ 300 milhões interessadas em investir, no mínimo,
70% de uma oferta de títulos de
dívida ou de ações poderiam se
beneficiar do crédito tributário
para pagar os intermediários da
operação. Parte do valor devido
por elas ao Governo seria usado
para pagar bancos de investimento e escritórios de advocacia que assessorarem a oferta.
E como será a isenção fiscal para a demanda?
O investidor não recolheria imposto de renda sobre o lucro
apurado na operação com esses títulos.
Essa proposta é contrária ao
ajuste fiscal que o Governo
atualmente tenta imprimir?
Não. Usando o mesmo cálculo que o Governo aplicou para sustentar os incentivos
c o nc e d i do s n o s ú l t i m o s
anos, serão 1,1 milhão empregos e R$ 2,5 bilhões em arrecadação extra no país no intervalo de cinco anos. Há ainda a expectativa de maior formalização das empresas acessíveis ao benefício, que seriam obrigadas a melhorar
sua governança. E o governo
não abre mão de nada até que
a operação seja concluída.
“
A bolsa tem
o Bovespa Mais.
Mas ali só há emissão
de ações ordinárias,
o que não combina com
o empreendedor que
queremos valorizar.
A concorrência é
sempre salutar”
Tais regras abririam espaço para uma bolsa voltada às empresas médias?
A bolsa tem o Bovespa Mais. Mas
ali só há emissão de ações ordinárias, o que não combina com
o empreendedor que queremos
valorizar. Imagino um ambiente com emissões de ações preferenciais, para que o empresário
não seja punido com a perda do
controle para conseguir acessar
outra fonte de captação. É importante lembrar que a margem
da BM&FBovespa, que atua sozinha no Brasil, chega a 70% em
alguns serviços. A concorrência
é sempre salutar.
Há algo que a CVM possa fazer
para melhorar o acessoàs empresas médias?
Sugerimos à CVM regras diferentes de compliance e uma categoria nova de empresas, para as
companhias que quiserem acessar apenas os investidores qualificados. Isso deixaria os custos
da oferta mais parecidos com o
perfil das empresas médias.
Qual o maior desafio para o
Brasil+Competitivo?
O desafio é convencer a presidenta Dilma.
A queda de mais de 6% das
ações da Petrobras puxou para
baixo o principal índice do mercado acionário brasileiro, que
fechou ontem no nível mais baixo em quase três meses. Havia
preocupação de que o governo
possa atrasar a aprovação de
um mecanismo para o reajuste
de preços de combustíveis.
O Ibovespa caiu 1,56%, aos
51.446 pontos, nível de fechamento mais baixo desde 30 de
agosto. O giro financeiro do
pregão foi de R$ 7,8 bilhões.
As ações preferenciais da Petrobras perderam 6,29% e as ordinárias 6,43%, acentuando o
movimento de baixa após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, dizer que um mecanismo
para os reajustes dos combustíveis não pode ser de “improviso”, tampouco inflacionário.
Há duas semanas, uma fonte do Executivo disse que o governo resistia à metodologia de
reajuste apresentada pela diretoria da estatal.
O assunto voltou à tona ontem depois da notícia de que o
governo está disposto a reajustar gasolina e diesel neste
ano, mas que já considera deixar para 2014 a aprovação de
um mecanismo para o reajuste automático.
“As pessoas estavam esperando que algo acontecesse (sobre a fórmula dos preços) neste
ano”, afirmou o gerente de renda variável da H.Commcor,
Ariovaldo Santos. “O Mantega
disse que ela não pode ser inflacionária ou contribuir para a indexação da economia, então
agora há uma expectativa de
que pode não ocorrer nada”.
A reunião do Conselho de
Administração da estatal que
deve analisar o tema, adiada
em uma semana, está agendada para a próxima sexta-feira.
“A sensação de que o governo continua com um intervencionismo grande nas estatais
acabou tendo um reflexo geral
sobre o Ibovespa”, afirmou o
estrategista-chefe do Banco
Mizuho, Luciano Rostagno.
As ações da Vale também caíram. A empresa aguarda uma
decisão do STJ relativa a pagamento de imposto sobre o lucro
de subsidiárias no exterior.
Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 25
Murillo Constantino
ITÁLIA
Monte dei Paschi aumenta capital
O banco italiano Monte dei Paschi di Siena aprovou aumento de
capital de até ¤ 3 bilhões de euros (US$ 4 bilhões) e espera concluir
a operação no primeiro trimestre do ano que vem. A chamada
de capital é necessária para pagar um resgate financeiro que o banco
mais antigo do mundo recebeu no início do ano. A proposta ainda
será submetida aos acionistas em assembléia este ano. Reuters
BB emite 275
milhões de
francos suíços
em bônus
Só neste ano, o banco
já fechou captações
no exterior de cerca
de US$ 3,2 bilhões
O Banco do Brasil realizou ontem mais uma captação no exterior. Dessa vez a operação foi
de 275 milhões de francos suíços. O prazo dos bônus colocados na Suíça é de 5,5 anos e o
yield ficou em 2,555%.
Segundo o diretor de Finanças da instituição, José Maurício Coelho, essa emissão atende a estratégia de diversificação de fontes de recursos do
banco estatal e ocorre num momento em que o preço está atrativo no mercado suíço.
“Entendemos que não é a
melhor estratégia ficar dependente de captações em dólar”,
afirmou o executivo.
Neste ano, o BB fechou captações externas equivalentes a
cerca de US$ 3,2 bilhões, incluindo uma operação em dólar, uma em euros e esta em
francos suíços.
Além da diversificação, Coelho destacou que o mercado
suíço ofereceu uma boa oportunidade de preço. “A captação
foi 30 pontos-básicos abaixo
da nossa curva em dólar”, comemorou ele.
A ideia inicial do banco era
emitir 200 milhões de francos
suíços, mas a demanda chegou
a 275 milhões de francos suíços, disse Coelho. Ele acrescentou que a operação foi a maior
já realizada por um emissor brasileiro naquele mercado. “Ficamos satisfeitos”, confessou.
Ele contou que o BB já havia feito uma captação privada de 50
milhões de francos suíços há
cerca de dois meses.
O executivo do BB não revelou se o banco pretende fazer
novas emissões externas ainda
em 2013, mas disse que o banco acompanha “de perto” os
mercados.
Há dias, algumas fontes contaram que o BB também está
buscando levantar pelo menos
US$ 1 bilhão em um empréstimo sindicalizado direcionado
a investidores asiáticos. Essa
operação, contaram, teria duas
partes: uma de três e outra de
quatro anos.
As unidades asiáticas de JP
Morgan, BNP Paribas, HSBC e
Standard Chartered estariam
entre os participantes da transação. Reuters
CURTAS
BC da China diz que país contará
com reformas, não políticas frouxas
No Japão, ata mostra conselheiro do BC
dividido sobre alcance da meta de preços
A China contará com reformas
baseadas no mercado para
destravar novos motores de
crescimento visando dar
sustentação à economia, afirmou
ontem o presidente do banco
central, Zhou Xiaochuan. “O
governo chinês está enfatizando as
Alguns membros do Conselho do
banco central do Japão buscaram
no mês passado flexibilizar a
meta de inflação da instituição
devido a preocupações quanto a
riscos, tais como aumentos lentos
no investimento empresarial.
A ata da reunião de 31 de outubro
reformas para impulsionar a
vitalidade do mercado e manter o
crescimento econômico estável, em
vez de contar com políticas fiscal ou
monetária ultrafrouxas para
sustentar o crescimento e o
emprego”, afirmou Zhou
Xiaochuan em seu discurso. Reuters
COMPANHIA INDUSTRIAL CATAGUASES
Companhia Aberta
CNPJ/MF nº 19.526.748/0001-50 - NIRE 31300039072
Ata da Assembleia Geral Ordinária realizada no dia 18 de Abril de
2013. I- Data, Hora e Local: Ao décimo oitavo dia do mês de abril de 2013,
às 09:00 horas, na sede social da Companhia, na Praça José Inácio Peixoto, 28, na cidade de Cataguases, Estado de Minas Gerais. II- Quorum/
Presenças: Presentes acionistas representando mais de 2/3 (dois terços)
constatada a existência do quórum legal para a instalação da Assembleia
Geral Presentes ainda, como convidado, o Conselheiro Fiscal, Sr. José
Heitor Leonardo, e, em atendimento ao artigo 134, § 1° da Lei no 6.404, de
15/ 12/ 1976, o Sr. Daniel Vieira representante da auditoria externa Ernst
& Young Terco Thorton Auditores Independentes, e o Sr. Hênio Murilo B.
LemosFilho,DiretorComercialdaCompanhia.Ill-ComposiçãodaMesa:
Presidente- Dr. Marcelo Tourinho; Secretária- Suellen de Paula Novais.
IV- Publicações Prévias: Relatório da Administracão e Demonstracões
Financeiras acompanhadas do Parecer da Ernst & Young Terco Thorton Auditores
Independentes: "Diário Oficial de Minas Gerais", de 16/ 03 / 2013,
páginas 02 a 07 e "Jornal Brasil Econômico", de 18/ 03 / 2013, páginas
33 a 37; Edital de Convocação: de 02,
03 e 04/04/2013, páginas 01, 10 e 06 respectivamente e "Jornal Brasil
Econômico", nos mesmos dias, páginas 22, 17 e 38, respectivamente.
V - Abertura: ! "!# ! $% '
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a presidência dos trabalhos, o acionista Marcelo Tourinho, que convidou
SuellendePaulaNovais,parasecretariá-lo.VI-Registros:1)Foiautorizada
# *# + ! # *# # #< = omissão das assinaturas dos acionistas, com base no disposto no Artigo
!
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dispensada a leitura das Demonstrações Financeiras, do Relatório da
Administração e do Parecer dos Auditores Independentes, tendo em vista
serem os mesmos de conhecimento de todos os acionistas presentes; 3)
Os documentos relativos às matérias discutidas na presente Assembléia
] ^ Q
# sede da Companhia e na internet (www.cataguases.com.br/investidores),
bem como nas páginas da CVM - Comissão de Valores Mobiliários (www.
cvm.gov.br)edaBM&FBovespa-BolsadeValores,MercadoriaseFuturos
S/ A. _```@
@@) na rede mundial de computadores, em
<f
> ?@$$W? j
#< ky {
481/2009. VII - Ordem do Dia: 1) To mar as contas dos Administradores,
examinar, discutir e votar as Demonstrações Financeiras da Companhia,
Q X Z
O
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#X
3) Eleger os membros do Conselho de Administração e seus respectivos
suplentes; 4) Eleger os membros do Conselho Fiscal e seus respectivos
suplentes; 5) Fixar a remuneração anual, global dos administradores da
Companhia e do Conselho Fiscal; VIII - Deliberações: 1) Os acionistas
aprovaram, por maioria, o relatório da administração, as Demonstrações
[
compreendendo o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado,
O
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| >*# O
<
de Fluxo de Caixa, Demonstrações do Valor Adicionado, e as Notas
Explicativas, acompanhadas do Parecer dos Auditores Independentes.
Os acionistas Adriana Botelho Bastos Zaverucha, Alice Botelho Bastos,
Andre Luiz Botelho Bastos, Claudia Botelho Amaral, Cristina Braz Botelho
Mansur, Dora Botelho Bastos, Francisco Eduardo Müller Botelho, Gilberto
Braz Botelho, Gilberto Müller Botelho, Ivan Müller Botelho, João Braz Bo y >#
~Q ~ y# Q ~
y|Q~Q~#Q~~
PedroAugustoBotelhoBastos,PérolaBrazBotelho,RicardoPerezBotelho,
Energisa S.A., e Instituto Dona Lenita Junqueira, todos representados por
€!  ^ y
< + y
*# # # *# da Companhia; 2) Os acionistas aprovaram, por maioria, com abstenção
dos acionistas representados por Rodrigo Ulrich de Oliveira, a destinação
# *# =#
< proposto pela Administração da Companhia e aprovado pelo Conselho de
Administração em reunião realizada no dia 28/ 03/2013:
Valores em
k ># >*# ƒ
Reais
antes do cálculo dos Juros s/ o Capital Próprio
5.173.118,53
( +) Reversão da realizacão da Reserva de Reavaliação
585.327,77
Total
5.758.445,77
Destinações:
(-)Reserva Legal
258.655,93
(-)JurossobreoCapitalPróprioimputadosaosDividendos 1.715.343,62
(-)Reserva para Investimento
3.784.446,22
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…#
ƒ #
calculados de acordo com a Lei 9.249/95, e pagos, em 19/03/2013, aos
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(hum milhão, setecentos e quinze mil e trezentos e quarenta e três reais e
Z < *#
K‡ # =#
*#
€† @$Kˆ@$ˆ _# quatrocentos e cinquenta e oito mil, quarenta e dois reais e oito centavos),
‰
PJ imunes ou
…#
[
isentas
Tributadas
Valor por
IRRF
(V alor Bruto)
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< _۠Z
(15%)
Ações ordinárias
11,4303
1,7145
9,7158
f
renciais
60,5173
9,0776
51,4397
2.2) Por proposta do Conselho de Administração da Companhia sobre o
<€†@Wˆ$@$$?
(três milhões, setecentos e oitenta e quatro mil, quatrocentos e quarenta e
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autorizadapelaLei6.404,de15/12/1976;2.3)Osacionistasrepresentados
€!  ^ "!# y
< Voto à Mesa com relação aos itens 2), 2.1) e 2.2) que, depois de numerada
# *# X Z [ como membros do Conselho de Administração, com mandato de 1 (um)
ano,avigoraratéapróximaAssembleiaGeralOrdinária:(I)pelosvotosdos
acionistas Célia Peixoto de B. Lemos, Dirce Rodrigues Peixoto, Flávia
Rodrigues Peixoto, Maria de Magdala Duarte Peixoto, Delta Agropecuária
e Participações Ltda., Marcelo Inácio Peixoto, Gabriel Inácio Peixoto e
Josélia Peixoto Pacheco de Medeiros, representados pelo Dr. Frederico
Rocha Rebello e Nélia de Souza Peixoto, representada por Leonardo
Peixoto Ferreira Leite os senhores (a) Eduardo Peixoto Ferreira Leite,
brasileiro, casado, empresário, portador da Carteira de Identidade número
WˆK$‹Wj[€…[{ˆ?KˆK$W‹K
€#>#
175, apto 42, CEP n° 04560-020, na cidade de São Paulo (SP), como
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suplente o Sr. José Pacheco de Medeiros Neto, brasileiro, divorciado,
administrador,portadordaCarteiradeIdentidadenoM-2780557,SSP/MG
[ { @W@?‹U €# y= k U centro, CEP 36770-060, em Cataguases (MG); (b) Sr. Ricardo Dias da
CruzFerreira,brasileiro,empresário,inscritonoCPFsobono164.073.427U ƒ Œ €# " y!# ~ =# € … _€…Z '‰ K‹$ < #
suplente o Sr. Gustavo Loureiro Ferreira Leite, brasileiro, industrial, divorciado, portador da Carteira de Identidade n° RG- 6.943.893-6, SSP/SP
[{UˆW@ˆ@$ˆ‹
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na cidade de São Paulo (SP); (c) Sr. José Inácio Peixoto Neto, brasileiro,
casado, administrador, portador da Carteira de Identidade no 03.344.678""€…[{KU@Wˆ@UˆW‹U
154, Bairro Santa Cristina, CEP 36.770-416, na cidade de Cataguases
_y]Z < seu suplente Sr. Marcelo Inácio Peixoto, brasileiro, divorciado, empresário, nascido em 29/ 01 / 1957, portador da Carteira de Identidade n° M
‹@K@K "" y] [ { KU@?U@ˆKW‹ˆW Œ O#$'?WW‹!#
_y]ZX
(II) pelos votos dos acionistas Adriana Botelho Bastos Zaverucha, Alice
Botelho Bastos, André Luiz Botelho Bastos, Cláudia Botelho Amaral,
Cristiana Braz Botelho Mansur, Dora Botelho Bastos, Francisco Eduardo
Müller Botelho, Gilberto Braz Botelho, Ivan Müller Botelho, João Braz Bo y >#
~Q ~ y# Q ~
Mônica Perez Botelho, Paulo César Botelho Bastos, Pedro Augusto Botelho Bastos, Ricardo Perez Botelho, Energisa S/ A e Instituto Dona Lenita
Junqueira, representados por Rodrigo Ulrich de Oliveira: (d) Jorge Nagib
Amary Junior, brasileiro, engenheiro e economista, inscrito no CPF sob o
{ $W@ˆ@ˆ$ˆ‹W ƒ Œ + €# de Melo, n° 1955, 15° andar, Cidade de São Paulo/ SP, CEP 04548-005,
< #
suplente o Sr. Maurício Perez Botelho, brasileiro, casado, engenheiro,
j Ž $??ˆ$‹? j[ €… [ {
738.738.107-00, com escritório na Av. Pasteur n°. 110, 6° andar, CEP n°.
22290-240, Rio de Janeiro (RJ); e (e) Vicente Moliterno Neto, brasileiro,
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Ž €]‹$@ˆU@$‹ "" " [ { UK@??ˆ@ˆ‹X na Alameda Itu, 846, apto 81, Cerqueira Cesar, CEP 01421-001, São
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Maurício Perez Botelho, *# # #@ ^
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são eleitos na qualidade de conselheiros independentes, nos termos do
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#
ano, que se estenderá até a Assembleia Geral Ordinária que aprovar as
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367, de 29/ 05/2002, da Comissão de Valores Mobiliários, as respectivas
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arquivados na sede da Companhia. Os Conselheiros ora eleitos também
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147, da Lei 6.404, de 15/12/1976. Os Conselheiros eleitos declararam ‹ *# # < de atividade mercantil, que não ocupam cargo em sociedade que possa
ser considerada concorrente com a Companhia, não tendo nem represen ’ @ '
conselheiros, a Assembleia escolheu o Sr. Eduardo Peixoto Ferreira
Leite, para exercer o cargo de Presidente do Conselho e o Sr. José Inácio
Peixoto Neto, para exercer o cargo de Vice Presidente do Conselho, os
*#
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deliberaram,porunanimidadedevotos,pelainstalaçãodoConselhoFiscal,
com a imediata eleição de seus membros, tendo sido indicado pelos votos
€!  ^veira, como membro efetivo, o Sr. Flávio Stamm, brasileiro, casado, administrador de empresas, portador da carteira de identidade número
12.317.859 SSP/SP e do CPF 048.241.708-00, residente à Rua Patápio
Silva, 223 ap. 32- São Paulo- SP, e, como seu suplente. o Sr. Luiz da
Costa Lima Júnior, brasileiro, casado, contador, portador da carteira de
identidade número 2062162-2 SSP/DF e do CPF/MF 804414247-91, com
ƒ < €# ~
{ ˆ @ minoritária Energisa S.A. como membro efetivo, o Sr. Paulo Henrique
Laranjeira da Silva, português, casado, contador, residente e domiciliado
em Cabo Frio/RJ à Rua Alex Novelino, 400 apto. 104 -Vila Nova, CEP
ˆUW‹K
[
{U@UU@WW‹W!
CRC/RJ 27.866-O e, como seu suplente. o Sr. Vicente Cortes de Carvalho, brasileiro, casado, contador, portador da carteira de identidade número M-1.203.080/SSP-MG e do CPF/MF 194.381.256-04, com escritório na
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{ ˆ @ ^
"@
FredericoRochaRebelloeLeonardoPeixotoFerreiraLeiteindicaramcomo
membros efetivos os senhores Glaydson Ferreira Cardoso, brasileiro,
casado, advogado, OAB/MG 81.931, CPF n° 005.273.616-40, com escritório na Rua Rio de Janeiro, n° 927- 7° andar, na cidade de Belo Horizonte
(MG), Enio de Melo Coradi, brasileiro, solteiro, contador, RG: M3463774
SSP/MG,CPF:526.204.506-59,CRC:MG-070222/O-5,residentenaRua
CarlosSá,630,apto301,JardimAtlântica,BeloHorizonte/MG,CEP31550200, e Anderson de Souza Santos, brasileiro, casado, contador, CPF
879.597.476-87, residente na Rua Capitão Bragança, no 471, apto 202,
Bairro de Santa Tereza, Belo Horizonte/MG, CEP: 31010-470, e, como
suplentes, os senhores Igor Fonseca Santos Teixeira, brasileiro, solteiro, advogado, portador da Carteira de Identidade n° M-7562504, SSP/MG
[ { $@?@?‹U €# "! $ˆ ~
Funcionários, na cidade de Belo Horizonte (MG) e José Heitor Leonardo,
brasileiro, casado, contador, CRC/MG n° 35552, portador do CPF n°
331.808.656-87, residente na Rua José Alicio, 161, Bairro Leonardo, na
cidade de Cataguases (MG), sendo o senhor Igor Fonseca Santos Teixeira como suplente dos senhores Gladyson Ferreira Cardoso e Enio de Melo
Coradi, e o senhor José Heitor Leonardo como suplente do senhor Anderson de Souza Santos. O Conselho Fiscal ora eleito tomará posse na pri-
mostrou divergência entre os nove
membros do Conselho quanto à
meta de inflação, com os
pessimistas duvidando que as
empresas irão impulsionar os
gastos de capital e os pagamentos
regulares de modo rápido o
suficiente. Reuters
meira reunião após sua eleição; e 5) Os acionistas deliberaram, por unanimidadedevotoscomabstençãodosacionistasrepresentadosporRodrigo
 ^ #< # ! ! $  €†
5.012.000,00 (cinco milhões e doze mil reais), competindo ao Conselho de
Administração decidir sobre a distribuição individual aos administradores.
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162, § 3° da Lei 6.404/76; IX- Encerramento e Lavratura: Nada mais ha ‹
própriodeAtasdasAssembléiasGeraisdaCompanhiaIndustrialCataguases, a qual, lida e achada correta, vai assinada pelos presentes. Registro
…'y]
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- Secretária Geral.
AtadaReuniãodoConselhodeAdministraçãorealizadaem19deabril
de 2013. 1. Data, Hora e Local: Aos 19 (dezenove) dias do mês de abril de
2013,às10:00horas,nasedesocialdaCompanhia,situadanaPraçaJosé
InácioPeixoto,28,noBairroVilaTereza,emCataguases,EstadodeMinas
Gerais. 2. Presença: Presentes Eduardo Peixoto Ferreira Leite, vicente
Moliterno Neto, Ricardo Dias Ferreira da Cruz, José INácio Peixoto Neto
e Jorge Nagib Amary Junior. 3. Mesa de Trabalho: Presidente: Eduardo
Peixoto Ferreira Leite, Secretário: Vicente Moliterno. 4. Ordem do Dia: 1.
Eleição da Diretoria para o triênio 2013 a 2016. 5. Deliberações: 1. Por
unanimidade, os membros do Conselho de Administração elegeram, com
mandatode3(trêsanos)paraDiretor-Presidente##
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deDiretordeRelaçõescomInvestidoreseDiretorAdministrativoFinanceiro,
José Inácio Peixoto Neto, brasileiro, casado, administrador, portador do
[{KU@Wˆ@UˆW‹Uj{@$$@?Wˆ‹""
RJ, residente na Alameda dos Pardais, 154, Bairro Santa Cristina, CEP
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_y]ZX Diretor Técnico-Industrial:
AntonioDuarteFabelo,brasileiro,casado,EngenheiroTêxtil,portadordo
[ { $W@$@$W‹ j { @@$‹K ""
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{$‹?ƒ_€…ZXDiretorComercial:HênioMurilode
BarrosLemosFilho,brasileiro,casado,EngenheirodeProdução,portador
[ { W@ˆ@?W?‹$U j { $‹
j
# [ _€…Z @ O#
ˆ$‹@${?WW‹!#
_y][email protected],
Lavratura,AprovaçãoeAssinaturadaAta:Nadamaishavendoatratar,o
Sr.Presidentesuspendeuostrabalhospelotemponecessárioàconclusão
dapresenteAta,que,apóslidaaospresenteseachadacorreta,vaiassinada
pelo Presidente da Mesa e pelo Secretário. Cataguases (MG), 19 de abril
de 2013. Eduardo Peixoto Ferreira Leite (Presidente da Mesa), Vicente
Moliterno Neto (Secretário). Ricardo Dias Ferreira da Cruz, José Inácio
Peixoto Neto, Jorge Nagib Amary Junior. Arquivada na JUCEMG sob o
{K$ˆ?ˆ UK ‹ y” # ~ ‹ " ]@
Ata da Reunião do Conselho de Administração realizada em 26 de
junho de 2013. 1. Data, Hora e Local: Aos 26 (vinte e seis) dias do mês de
Junho de 2013, às 08:00 horas no escritório da Companhia na Rua Oscar
[ K =@ " #"@ 2. Presença: Presentes: Eduardo
Peixoto Ferreira Leite, Vicente Moliterno Neto, Ricardo Dias da Cruz
Ferreira, Jorge Nagib Amary Junior e José Inácio Peixoto Neto. Presentes
na condição de convidados, o Diretor Industrial Sr. Antonio Duarte Fabelo
e o Diretor Comercial Sr. Hênio Murilo de Barros Lemos Filho.3. Mesa de
Trabalho: Presidente: Eduardo Peixoto Ferreira Leite. Secretária: Suellen
de Paula Novais. 4. Ordem do Dia e Deliberações: I - O Conselho de
Administração destituiu, por unanimidade, o Sr. José Inácio Peixoto Neto
ao cargo de Diretor Presidente da Companhia, a partir do dia 01/07/2013
e elegeu, por unanimidade, para o cargo de Diretor Presidente no triênio
2013/2016einterinamenteparaocargoqueseencontra·vacantedeDiretor
Administrativo e Financeiro, o Sr. Paulo Antonio Valente, brasileiro, casa!j{@WU?@$$[
n°114.287.948-83,residentenaAlamedaMunique,n°251,BairroAlphaville,
" #" *# W@
II-OsConselheirosdeliberaramporunanimidadepelapermanênciadoSr.
JoséInácioPeixotoNetoaocargodeDiretordeRelaçãocomInvestidores
*# €# < Q
no dia 19 /04/2013; III - O <f
Conselho,porunanimidade,aseguinteestruturaparaaDiretoriaExecutiva
da Companhia: (i) O ## #<
de Diretor Administrativo e Financeiro, Sr. Paulo Antonio Valente; (ii)
Diretor de Relações com Investidores, Sr. José Inácio Peixoto Neto; (ü)
DiretorComercial,Sr.HênioMurilodeBarrosLemosFilho;e,(iii)Diretor
Técnico-Industrial, Sr. Antonio Duarte Fabelo. 5. Encerramento: Nada
maishavendoatratar,oSr.PresidentedoConselhosuspendeuostrabalhos
pelotemponecessárioàconclusãodapresenteAtaque,apóslidaeachada
@!#
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Suellen de Paula Novais (Secretária). Jorge Nagib Amary Junior, Ricardo
Dias da Cruz Ferreira, José Inácio Peixoto Neto, Vicente Moliterno Neto.
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Ata da Reunião do Conselho de Administração Realizada em 17 de
Outubro de 2013: 1. Data. Hora e Local: Aos 17 (dezessete) dias do mês
de outubro de 2013, às 11:00 horas, no escritório da Companhia, na Rua
^
[ % K =@ " #" 2. Presença: Presentes:
EduardoPeixotoFerreiraLeite,VicenteMoliternoNeto,RicardoDiasdaCruz
Ferreira, Jorge Nagib Amary Junior e José Inácio Peixoto Neto. 3. Mesa:
Presidente: Eduardo Peixoto Ferreira Leite. Secretária: Suellen de Paula
Novais. 4. Ordem do dia: Indicação do Diretor que exercerá interinamente
o cargo de Diretor de Relação com Investidores. 5. Deliberações: Com o
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Moliterno Neto, Ricardo Dias da Cruz Ferreira, Jorge Nagib Amary Junior
e com a abstenção do Conselheiro José Inácio Peixoto Neto, o Conselho
# ! !# ! U '
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a indicação do Diretor Presidente, Sr. Paulo Antônio Valente, para exercer,
cumulativamente, o cargo de Diretor de Relações com Investidores até a
eleiçãodeumnovoDiretorparacompletaromandatodoDiretorJoséInácio
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do Estatuto Social. 6. Encerramento, Lavratura, Aprovação e Assinatura da Ata: Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente suspendeu os
trabalhos pelo tempo necessário à conclusão da presente Ata que recebe
a assinatura dos senhores Conselheiros presentes. São Paulo, (SP), 17
de outubro de 2013. Eduardo Peixoto Ferreira Leite - Presidente da Mesa;
Suellen de Paula Novais - Secretária; Vicente Moliterno Neto; Ricardo Dias
da Cruz Ferreira; Jorge Nagib Amary Junior; José Inácio Peixoto Neto.
*#…'y]
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26 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013
▲
MUNDO
Editor: Gabriel de Sales
[email protected]
Espionagem
pode causar
perdas de
US$ 35 bi
à área de TI
Previsão para o período até 2016 se refere
às gigantes norte-americanas do setor, que
tiveram a credibilidade abalada globalmente
A indignaçãointernacional em relação à vigilância da Agência Nacional de Segurança (NSA) na internet
está prejudicando as vendas globais
decompanhiasde tecnologia americanas e atrasando os esforços dos
EUA para promover a liberdade na
web. A espionagem no exterior poderia custar às companhias americanas até US$ 35 bilhões em perdas
de receita até 2016 causadas por dúvidas quanto à segurança da informação dos seus sistemas, segundo a
FundaçãodeTecnologiada Informação e Inovação, grupo de pesquisa
sobre políticas em Washington cujo
comitê inclui representantes de
companhias como a IBM e a Intel.
“As consequências potencias
adversas são enormes, levando
em conta o tanto que a nossa economia depende da economia da informação para crescer”, disse Rebecca MacKinnon, membro sênior da Fundação Nova America,
grupo de políticas de Washington.
“É cada vez mais onde se encontra
a vantagem dos EUA”, lembra.
Qualquer retrocesso no esforço dos EUA em manter uma internet aberta também causaria prejuízos indiretos a companhias co-
Qualquer retrocesso
no esforço dos EUA em
manter uma internet
aberta causaria
prejuízos a empresas
como Apple e Google,
que se beneficiam
das redes globais com
poucas restrições locais
mo a Apple e Google, que se beneficiam das redes globais com poucas restrições nacionais.
Quase 40% da população mundial, ou 2,7 bilhões de pessoas, estão online, segundo a União Internacional de Telecomunicações,
agência das Nações Unidas com sede em Genebra.
A notícia sobre a vigilância dos
EUA, revelada pelo ex-contratado
da NSA Edward Snowden, tem
“umgrande potencial para prejudicar gravemente a competitividade”
de companhias americanas como
Apple, Facebook e Microsoft, disse
Richard Salgado, diretor da Google
para cumprimentodeleisesegurançadainformação,aum paineldoSenado dos EUA em 13 de novembro.
“A confiança que está ameaçada é
essencial para essas empresas”.
Países como a China e a Rússia,
que estão procurando impor mais
controles nacionais à internet, estão vendo seus pontos de vista ganhar força. Potências econômicas
em ascensão como a Índia, o México e a Coreia do Sul estão avaliando
impor novos limites. A presidente
do Brasil, Dilma Rousseff, alvo da
vigilância da NSA, está exortando
a rediscutir a questão da administração da internet com o apoio da
Alemanha, cuja chanceler, Angela
Merkel, também foi alvo da NSA.
As companhias de tecnologia
não sãoas únicasque enfrentam potenciais prejuízos pela divulgação
da vigilância da NSA, disse Myron
Brilliant, vice-presidente executivoda Câmara Americanade Comércio em Washington. Estudos mostram que produtos e serviços que
dependem de fluxos de dados transfronteiriços devem adicionar aproximadamente US$ 1 trilhão em valor à economia americana por ano
durante os próximos 10 anos, disse
Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 27
Hugo Correia/Reuters
PORTUGAL
Parlamento aprova orçamento para 2014
Os deputados portugueses aprovaram o projeto de orçamento para
2014, que prevê duros cortes nos gastos públicos e o aumento dos
impostos em um valor total de 3,9 bilhões de euros, o equivalente
a 2,3% do PIB. O projeto foi aprovado com os votos dos deputados
da coalizão de centro-direita, dirigida pelo primeiro-ministro Pedro
Passos Coelho, que dispõe de 132 das 230 cadeiras do Parlamento. AFP
Alex Wong/AFP
ONU vai propor
fim da vigilância
eletrônica
Protesto contra
o gen. Keith
Alexander,
diretor da
NSA, quando
era ouvido no
Congresso
Brilliant. “As pessoas não confiarão
tanto nos EUA e nas companhias
americanas”,disseJason Healey, diretor da Cyber Statecraft Initiative
do Conselho Atlântico, um grupo
de políticas com sede em Washington.“Começarão a aparecer fronteiras nacionais no ciberespaço”.
Desde que Snowden revelou
que a NSA estava monitorando
conversas entre Dilma e seus principais assessores, a presidente brasileira lidera uma campanha para
estabelecer proteções na internet.
O Brasil está pensando em
criar leis que exigiriam que companhias como a Google, com sede
em Mountain View, Califórnia,
usem centros de dados ou equipamentos locais desenvolvidos pelo
governo. Uma preferência por fornecedores não americanos poderia afetar companhias como a Juniper Networks ou a Cisco .
Salgado disse que as propostas
em andamento poderiam levar à
“criaçãodeumaredeestilhaçada,divididaempedaçosnacionaiseregionais menores com barreiras em volta deles, para substituir a internet
global que conhecemos atualmente”. Nicole Gaouette, Bloomberg News
Um comitê da Assembleia-Geral
da ONU pediu ontem o fim da
vigilância eletrônica excessiva
e manifestou preocupação
com o dano que estas práticas,
incluindo a espionagem
em países estrangeiros e
a coleta em massa de dados
pessoais, podem ter sobre
os direitos humanos.
O terceiro comitê da
Assembleia-Geral, que trata de
questões de direitos humanos,
adotou a resolução, elaborada
por Brasil e Alemanha,
por consenso. Espera-se
que ela seja submetida
a votação no próximo mês.
EUA, Grã-Bretanha,
Austrália, Canadá e Nova
Zelândia — grupo conhecido
como aliança de vigilância
Cinco Olhos — apoiaram o
projeto de resolução depois que
a linguagem, que inicialmente
sugeria que a espionagem
estrangeira poderia ser
uma violação dos direitos
humanos, foi enfraquecida
para apaziguá-los.
Resoluções da
Assembleia-Geral não são
vinculativas, ao contrário
de resoluções do Conselho
de Segurança, de 15 nações.
Mas as resoluções da
Assembleia que conseguem
amplo apoio internacional
podem ganhar peso moral
e político significativo.
EUA preocupados
com lote “apocalíptico”
Autoridades de inteligência
dos Estados Unidos e da
Grã-Bretanha manifestaram
preocupação com o que
chamam de lote “apocalíptico”
de documentos altamente
sigilosos e criptografados que
o ex-técnico de inteligência
Edward Snowden guardou
em uma nuvem de dados.
O acervo inclui documentos
gerados pela Agência de
Segurança Nacional (NSA)
e por outros órgãos
norte-americanos e nomes
de funcionários de inteligência
dos EUA e de países aliados,
segundo sete atuais e
ex-funcionários e outras fontes
ouvidas sobre o assunto.
Os dados estão protegidos
com uma criptografia
sofisticada, e são necessárias
múltiplas senhas para abri-los.
As senhas estão em poder
de pelo menos três pessoas
e são válidas só durante
um curto período por dia,
segundo as fontes. Não se
conhece a identidade dos
possuidores das senhas. Reuters
Acordo de Genebra
dá novo ânimo à
economia iraniana
Indústrias petrolífera, petroquímica e automotiva, comércio de
metais preciosos e a aviação civil serão os mais beneficiados
Denis Balibouse/Reuters
Chanceler Zarif, do Irã: “Não há reaproximação”
NÚMEROS
US$ 12 bi
Receita das exportações iranianas de produtos
petroquímicos em um ano até março de 2012.
1,6 milhão
Produção de veículos em 2011, principal
setor da economia do Irã, após o petróleo.
O acordo nuclear entre o Irã e países ocidentais vai tornar mais fácil, barato e menos extenuante negociar seu petróleo, graças em
grande parte ao levantamento parcial da proibição de a carga ser segurada por companhias europeias, disse, ontem, uma autoridade do setor industrial iraniano.
O Irã e seis potências mundiais
chegaram a um acordo no domingo para restringir o programa nuclear iraniano em troca do alívio limitado das sanções, incluindo o
compromisso de permitir que alguns embarques de petróleo do
país sejam cobertos por provedores de seguro naval, ramo dominado pela Grã-Bretanha.
As sanções dos Estados Unidos
e da União Europeia levaram as exportações iranianas de petróleo a
se reduzirem de 2,5 milhões de
barris por dia (bpd) para cerca de
1 milhão bpd, mas o governo norte-americano afirma que não permitirá que as exportações subam
além dos níveis atuais.
O acordo de Genebra sobre o
programa nuclear iraniano também suspende as sanções sobre o
ouro e os metais preciosos, a indústria petroquímica, a indústria
automotiva e a aviação civil, setores-chave da economia de Teerã.
Em setembro de 2012, as reservas de ouro iraniano chegavam a
109 toneladas, de acordo com o
jornal econômico “Donya-ye
Eqtesad”. Os maiores compradores são Turquia e Índia.
Entre março e setembro de
2013, as exportações iranianas
(PVC, polietileno, ABS, polipropileno, poliéster etc.) eram de US$ 5
bilhões (ou US$ 12 bilhões para o
ano iraniano entre março de 2011
e fevereiro de 2012), segundo o
portal na Internet da Indústria petroquímica nacional.
A indústria automotiva é a segunda mais importante da economia iraniana, atrás apenas do petróleo, de acordo com estimativas de diferentes especialistas. A
produção se situa entre 500 mil e
800 mil unidades. Em 2011, bateu a marca de cerca de 1,6 milhão de veículos. Antes das sanções, empregava direta e indiretamente de 400 mil a 500 mil pessoas. Os principais fabricantes
são Irã Khodro e Saipa. AFP
28 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013
▲
MUNDO
Andy Buchanan/AFP
Caso se torne
independente,
Escócia ficará
fiel à rainha
Alex
Salmond:
“O futuro da
Escócia está
agora nas
mãos da
Escócia”
Chefe de governo Alex Salmond também
promete conservar a libra como moeda
Se a Escócia conquistar a independência do Reino Unido, conservará a libra como moeda e Elizabeth
II como rainha, segundo o projeto
para a independência do país apresentado pelo governo regional. O
chefe de Governo, Alex Salmond,
apresentou ontem em Glasgow o
“livro branco”, com a esperança
de reverter as pesquisas desfavoráveis 10 meses antes do referendo.
“O futuro da Escócia está agora
nas mãos da Escócia”, disse Salmond no ato em que apresentou o
‘livro branco’, que responde a 650
questões concretas sobre uma
eventual separação e assegura que
a independência trará mais prosperidade e igualdade econômica
para esta província britânica de
5,2 milhões de habitantes.
“Os escoceses pagaram mais
impostos que o resto da Grã-Bretanha nos últimos 32 anos”, criticou
Salmond, antes de destacar que a
ruptura com a Inglaterra, Gales e
Irlanda após 300 anos de união
permitiria “lutar contra o legado
de dívida e desigualdade social imposto pelas políticas” de Londres.
“O futuro da Escócia - seu guia
para uma Escócia independente”
detalha pela primeira vez os planos de Edimburgo para a moeda,
regime fiscal, educação e políticas
de bem-estar no caso de vitória
do “sim” no referendo marcado
para 18 de setembro de 2014.
O guia destaca que a Escócia ficaria com 90% das reservas de petróleo do Mar do Norte e que não
permitiria armas nucleares na base militar de Faslane, que abriga o
submarino nuclear britânico.
Na pesquisa mais
recente, publicada
no domingo no
jornal Sunday Times,
47% dos escoceses
eram contrários à
independência, 38%
apoiam e 15% ainda
não definiram o voto
Um referendo realizado
em 1997 deu mais
autonomia ao governo
escocês, com o
Parlamento ganhando
competência
para áreas como
educação, saúde, meio
ambiente e justiça
O país continuaria usando a libra como divisa, reconheceria a
rainha Elizabeth II como monarca
em sua nova Constituição e renunciaria à BBC como meio de comunicação público nacional. Finalmente, permaneceria na Otan e
na União Europeia (UE).
Salmond, do Partido Nacional
Escocês (SNP), expressou segurança no cumprimento de seus planos, apesar de Londres e Bruxelas
não terem se comprometido a facilitar suas ideias.
Os eleitores julgarão o conteúdo do livro “em contraste com a
campanha do ‘não’ e seus augúrios de pesadelo e negatividade”,
disse o chefe de Governo escocês.
O governo central do primeiroministro David Cameron alega
que cada escocês perderia com a
independência 1.000 libras ao
ano, a título de aumento de impostos para criar um novo país. “Respeitar o resultado do referendo é
algo diferente a aceitar tudo o que
Alex Salmond diz em uma entrevista coletiva”, comentou um porta-voz do governo de Cameron.
O “não” lidera as pesquisas,
apesar da alta popularidade de Salmond e do SNP. No levantamento
mais recente, publicada no domingo no jornal Sunday Times, 47%
dos escoceses eram contrários à
independência, 38% apoiam e
15% ainda não definiram o voto.
O resultado deu um pouco de
esperança para os nacionalistas escoceses, cuja proposta separatista
tradicionalmente recebia o apoio
de no máximo 20% do eleitorado.
Robin Millard, AFP
OCDE prevê queda no valor das aposentadorias
As recentes reformas das
aposentadorias ajudaram
a conter o aumento dos
custos provocados pelo
envelhecimento da população
e o aumento da esperança de
vida, mas se traduzirão em
aposentadorias mais baixas,
segundo um relatório
da OCDE divulgado ontem.
O estudo “Panorama das
aposentadorias 2013” afirma
que em 2050, na maioria
dos países da Organização
para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômicos
(OCDE), os homens e as mulheres
terão “pelo menos 67 anos no
momento de sua aposentadoria”.
“Isso representa pelos menos
um aumento dos níveis atuais
de 3,5 anos em média para
os homens e de 4,5 anos para
as mulheres”, afirma a OCDE.
“As reformas recentes
farão com que a maioria dos
trabalhadores que se incorporam
ao mercado de trabalho atual
tenham aposentadorias mais
baixas, diferente das gerações
passadas’, indica o relatório.
Diante disso, “elevar a idade
de aposentadorias e promover
as previdências privadas são
passos que vão na direção
indicada, mas por si só são
insuficientes”, afirma o secretário
geral da OCDE, Angel Gurría. “Os
governos necessitam considerar
o impacto a longo prazo na
coesão social, a desigualdade
e a pobreza”, acrescenta. AFP
Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 29
Orlando Sierra/AFP
ELEIÇÕES EM HONDURAS
Juan Hernández consolida vantagem
O candidato de direita Juan Orlando Hernández consolidou a
vantagem na apuração dos votos da eleição presidencial de Honduras,
considerada “irreversível” pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE).
Após apuração de 67% das urnas, Hernández, do governante Partido
Nacional (PN), acumula 34% dos votos contra 29% de Xiomara
Castro, esposa do presidente destituído Manuel Zelaya. Reuters
Papa ataca ‘tirania do mercado’
e pede a renovação da Igreja
Em sua primeira exortação apostólica, de 84 páginas, redigida em estilo caloroso, Francisco critica
a “idolatria ao dinheiro” e reivindica “trabalho, atendimento de saúde e educação dignos” para todos
Giampiero Sposito/Reuters
O papa Francisco pediu uma renovação na Igreja Católica, chamou
o capitalismo desenfreado de uma
“nova tirania” e pediu aos líderes
mundiais que combatam a pobreza e o crescimento econômico desigual na primeira exortação aposólica de sua autoria desde que foi
eleito pontífice.
O documento de 84 páginas, denominado “Evangelii Gaudium”
(A Alegria do Evangelho),, equivale a uma plataforma oficial do papado, com base em opiniões que
ele tem expressado em sermões e
comentários desde que tornouse, em março, o primeiro pontífice
não europeu em 1.300 anos.
No texto, Francisco foi além de
criticar o sistema econômico mundial, ao atacar a “idolatria ao dinheiro” e pedir aos políticos que
garantam a todos os cidadãos “trabalho, atendimento de saúde e
educação dignos”.
Ele também pediu às pessoas ricas que compartilhem sua riqueza. “Do mesmo modo como o mandamento ‘Não matarás’ estabelece
um claro limite para salvaguardar
o valor da vida humana, hoje nós
também temos de dizer ‘Não deves’ para uma economia de exclusão e desigualdade. Tal tipo de economia mata”, escreveu Francisco
no documento divulgado ontem.
“Como pode ser que não seja assunto para notícia quando uma
pessoa sem teto morre por abandono às intempéries, mas é notícia quando o mercado de ações
perde 2 pontos?”, indaga. O papa
disse que a renovação da Igreja
Papa Francisco ontem na Basílica de São Pedro: rejeição da autonomia absoluta dos mercados
não poderá ser adiada e que o Vaticano e sua arraigada hierarquia
“também precisam ouvir o chamado da conversão pastoral”.
“Eu prefiro uma Igreja que esteja machucada, ferida e suja porque tem saído às ruas do que uma
Igreja doente por estar confinada
e se agarrar à própria segurança”,
escreveu Francisco.
Em julho, Francisco encerrou
uma encíclica iniciada pelo papa
Bento 16, mas deixou claro que
era de modo geral o trabalho de
seu antecessor, que renunciou
em fevereiro.
A exortação é apresentada no
estilo de pregação simples e calorosa de Francisco, distinta dos escritos acadêmicos de papas anteriores, e enfatiza a missão central
da Igreja de pregar “a beleza do
amor salvador de Deus manifestada em Jesus Cristo”.
Francisco reitera afirmações
anteriores de que a Igreja não pode ordenar mulheres ou aceitar o
aborto. O sacerdócio exclusivo para os homens, disse ele, “não é
uma questão aberta à discussão”.
A desigualdade econômica é
um dos temas com os quais Fran-
cisco mais se preocupa no texto.
O papa pede uma mudança no sistema financeiro e alerta que a distribuição desigual das riquezas
inevitavelmente conduz à violência. “Enquanto os problemas dos
pobres não forem radicalmente resolvidos por meio da rejeição da
autonomia absoluta dos mercados
e a especulação financeira, e pelo
ataque às causas estruturais da desigualdade, nenhuma solução será encontrada para os problemas
do mundo ou, nessa matéria, para
quaisquer problemas”, escreveu.
Naomi O’Leary, Reuters
Reuters
‘COELHO DE JADE’ IRÁ À LUA EM DEZEMBRO
■ O primeiro jipelunar
chinêspousará no começo
dedezembrona Lua,em um
importantemarcoparaas
ambições espaciais do país.
AChinajá fotografou a superfície
lunarpara preparar opouso, disse
umporta-vozda Administração
Estatal deCiência,Tecnologia e
Indústriapara a DefesaNacional.
Em2007, opaíslançou uma
primeira sonda orbital lunar,
aChang'e1,quecolheuimagens
dasuperfície lunar. Ojipe lunar
foi batizadode“Yutu”numa
votação popular. Onomesignifica
“coelho de jade”,nomedo
animaldeestimaçãodeChang’e,
segundoo folclore. Reuters
Relatório
denuncia
aumento da
fome em NY
Organização constata
que um quinto das
crianças não têm o
suficiente para comer
Mais de 20% — ou um quinto das crianças de Nova York vivem em casas onde não têm o
suficiente para comer, alerta o
relatório anual da Coalizão da
Cidade de Nova York contra a
Fome. O documento diz que
houve um aumento de crianças
nessas condições devido ao furacão Sandy, que devastou a cidade no ano passado. Também
são mencionados os cortes no
orçamento devido à crise fiscal.
Um em seis nova-iorquinos,
ou 1,3 a 1,4 milhão de pessoas,
viviam em casas sem comida suficiente entre 2010 e 2012, e quase meio milhão de crianças estavam nesta situação, 10% a mais
do que no período 2006-2008.
Joel Berg, diretor-executivo
da Coalizão, disse que cortes orçamentários mais aprofundados significa que o pior estava
por vir. “Enquanto os ricos
têm um acesso nunca visto à comida mais refinada, um e seis
de nossos vizinhos está lutando contra a fome”, afirmou.
“O recente corte (do governo) federal dos vales-alimentação (programa de assistência
nutricional a indivíduos de baixa renda) vai piorar ainda mais
as coisas”, acrescentou.
Segundo o informe, bancos
de comida e centros de distribuição de sopativeramuma demanda 10% maior em 2013, embora
57% tenham sofrido com cortes
de gastos privados e oficiais.
Apesquisacriticaa disparidade crescente de riqueza entre os
nova-iorquinos super-ricos e o
resto da população. “O salário
de classe média, reajustado pela
inflação, é menor do que há uma
década. Pobreza, fome e falta de
teto dispararam. Quase a metade da população é pobre ou quase pobre”, advertiu o informe.
Para os 1,8 milhão de novaiorquinos que dependem de assistência nutricional do governo, os cortes significam que em
novembro uma família com
três membros perdeu US$ 29
ao mês ou o equivalente a cerca
de 20 refeições.
Um quinto dos 1,7 milhão
de moradores da cidade vive
abaixo da linha oficial de pobreza, que prevê rendimentos de
US$ 19.090 ao ano para uma família de três pessoas. AFP
30 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013
OPINIÃO
Editoria de Arte
A volta
da inspeção
veicular
Elcio Luiz Farah*
[email protected]
om a volta da inspeção veicular
obrigatória na maior cidade do
país, um estudo divulgado pela
Organização Mundial de Saúde
(OMS) chama a atenção. Com
base em centenas de estudos
científicos, a mais importante entidade
na área de saúde classificou a poluição
atmosférica como causa comprovada
de câncer de pulmão, e possível causa
do câncer de bexiga. Segundo o documento, 223 mil pessoas morreram no
mundo, em 2010, de câncer de pulmão
originado pela poluição atmosférica.
A divulgação do estudo da OMS na
mesma época em que as autoridades municipais limitam o alcance da inspeção
veicular em São Paulo exige uma reflexão. Independente do imbróglio estabelecido entre a prefeitura paulistana e a
Controlar, empresa concessionária que
realiza a inspeção, é inegável que o sistema implantado e estruturado de acordo
com os critérios do Conselho Nacional
do Meio Ambiente (Conama) para inspeção de milhões de veículos por ano, trouxe benefícios à saúde. Principalmente
para a parcela da população mais exposta às emissões de poluentes e ruído, como motoristas, pedestres, ambulantes,
policiais e usuários do transporte coletivo que esperam pelo ônibus em pontos
instalados nas vias de trânsito.
Segundo dados oficiais, em 2011 os
carros que passaram pela inspeção veicular e precisaram ser submetidos a serviços de manutenção para reduzir a poluição gerada, tiveram a emissão de dois
importantes poluentes reduzida substancialmente: 49% para monóxido de
carbono e 39% para hidrocarbonetos.
Reduções igualmente significantes desses poluentes foram observadas nas motocicletas, enquanto que nos veículos a
diesel se atingiu uma redução de 28%
na emissão de fumaça.
Em geral, os cuidados de manutenção
para corrigir a emissão excessiva de poluentes são simples e têm baixo custo em
relação aos benefícios que geram. Os
mais comuns são a substituição do filtro
de ar, limpeza ou troca de velas, limpeza
dos bicos injetores de combustível ou do
carburador, podendo, em casos mais extremos, requerera substituição do escapamento, do catalisadorou de outro componente importante, como a válvula EGR.
O efeito principal do programa I/M é
a contenção da emissão de poluentes e
de ruído, evitando o aumento que ocorreria se o desgaste de componentes não
fosse corrigido. O resultado final desse
C
O programa I/M de
São Paulo possibilitou,
nos últimos três anos, salvar
perto de 1.400 vidas e evitar
quase 2.000 internações
hospitalares, com economia
de R$ 320 milhões
nos gastos em saúde
ciclo virtuoso é um conjunto de benefícios para a sociedade que nem sempre
são evidentes.
Estudo da Faculdade de Medicina da
USP mostra que o programa I/M de São
Paulo possibilitou, nos últimos três
anos, salvar aproximadamente 1.400 vidas e evitar quase 2.000 internações
hospitalares, proporcionando economia de R$ 320 milhões com gastos em
saúde. Outro benefício é a economia no
consumo de combustível. Admitindo
uma economia média no consumo em
torno de 2% para a frota inspecionada,
o gasto evitado em 2012 com gasolina e
etanol é de cerca de R$ 150 milhões. Ainda é preciso considerar que um veículo
aprovado na inspeção ambiental apresenta condições adequadas de operação
e de segurança, com menor probabilidade de panes na via e de acidentes causados por falha mecânica ou elétrica.
Há quem questione a inspeção veicular, o que é esperado em qualquer ação
governamental que requer participação coletiva. Contudo, a maioria da população apoia a sua realização. De acordo com pesquisa Datafolha (09/2013),
após tomar conhecimento dos benefícios que a inspeção pode trazer para a
saúde pública, 38% dos usuários de veículos que já realizaram a inspeção manteriam a operação do programa e 53%
ampliariam a sua realização.
Portanto, cabe à Prefeitura de São Paulo uma atenção mais qualificada e isenta
de interesses políticos com a inspeção veicular. Vale lembrar que em abril de 2013 o
prefeito Fernando Haddad aprovou, sem
suficiente debate técnico, a Lei Municipal15.688 que mutila ascaracterísticasessenciais do Programa I/M estabelecidas
pelo CONAMA, reduzindo em cerca de
50% a sua efetividade ambiental e, por
conseguinte, dos demais benefícios citados. Atenta aos diversos problemas que
envolveram a elaboração e aprovação da
lei, a Procuradoria Geral de Justiça do Estado propôs recentemente uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, com pedido de liminar para a sua suspensão.
Diante do risco de câncer de pulmão
quando há exposição à poluição atmosférica, o estudo da OMS se torna um importante alerta às autoridades e todos os envolvidos no controle das emissões veiculares. Existem formas eficazes de reduzir a poluição atmosférica e, dada a escala dos milhões de pessoas expostas diariamente às emissões dos milhões de veículos que circulam em São Paulo, a inspeção veicular, feita com seriedade e competência, é um instrumento imprescindível para a proteção da saúde pública.
*Elcio Luiz Farah é diretor executivo da Afeevas
— Associação dos Fabricantes de Equipamentos para
Controle de Emissões Veiculares da América do Sul
Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 31
JUAN N. CENTO
CLAUDIA ANGELICA MARTINEZ
Presidente da Divisão América Latina
e Caribe da FedEx Express
Diretora do Banco Máxima
Capacitar as mulheres
faz bem aos negócios
Informação faz
bem para o bolso
Recentemente, as mulheres tiveram uma conquista importante na América Latina e no Caribe. Por meio do Consenso
de Santo Domingo, pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), os líderes da região reconheceram que a igualdade de condições para mulheres e meninas,
é de fundamental importância em todos os níveis da sociedade. Embora o Consenso cubra meticulosamente uma série
de questões importantes, sinto-me especialmente motivado
pelas políticas voltadas à força de trabalho feminina.
Diante da recente alta da taxa básica de juros da economia, e
da perspectiva de novos aumentos para conter a inflação, o
investidor se vê novamente atraído por alternativas de ganho em investimentos de renda fixa.
Num passado não tão distante, investimentos em fundos
DI eram a saída mais prática e atraente para quem buscava segurança e alguma rentabilidade. Bastava deixar o dinheiro
quietinho lá, que as taxas de juros astronômicas eram suficientes para garantir o crescimento do patrimônio.
As mulheres ainda são um recurso
empresarial pouco utilizado e capaz
de contribuir para o aumento da competitividade global. Elas têm a atitude,
a motivação e a capacidade de vencer
como empreendedoras e líderes de negócios. Tudo o que precisam é de acesso a treinamentos e às oportunidades.
Por muito tempo, os homens estiveram à frente no acesso ao conhecimento na ciência e na tecnologia,
bem como em outras carreiras acadêmicas que estabelecem a base para o
sucesso no mundo dos negócios. Evidências e estatísticas mostram, entretanto, que, quando as mulheres têm
as mesmas oportunidades, elas conseguem ter sucesso nos negócios.
Felizmente, o cenário mudou. Apesar da inflação ainda ser preocupante,
ninguém mais acredita que a taxa Selic voltará a patamares alarmantes acima de 20%, tão comuns no passado.
Se, por um lado, a receita de bolo
para o investidor desandou, por outro
surgiram novos ingredientes que sofisticaram o segmento de renda fixa. Hoje, além dosfundosDI, o mercado contacom alternativasmuito maisinteressantes como títulos do tesouro, CDBs
(Certificados de Depósito Bancário) e
LCIs (Letras de Crédito Imobiliário).
Qualquer um de nós
que esteja em posição de
eliminar as barreiras e
reforçar a autoconfiança, o
talento e as habilidades das
mulheres tem a obrigação
moral de fazê-lo
Há dois anos, a FedEx encomendou
uma pesquisa junto a mulheres empreendedoras e lideranças empresariais femininas da região e os resultados revelaram que elas sentiam falta
de acesso à educação desde os primeiros anos de vida, à experiência prática
e à especialização acadêmica, que seriam fundamentais para seu sucesso,
mas que estavam indisponíveis ou
eram de difícil obtenção.
Essas e outras descobertas confirmaram que as mulheres buscam se sobressair, mas enfrentam barreiras que
dificultam seu desenvolvimento.
Aqueles que estejamem posição de eliminar essas barreiras e reforçar seu ta-
lento e habilidades, tem a obrigação
moral de fazê-lo. E isso também é benéfico para os negócios.
Considere as estatísticas: um estudo realizado pela McKinsey concluiu
que as empresas que possuem três ou
mais mulheres na diretoria ou alta administração têm resultados melhores
em praticamente todos os seus indicadores de desempenho em comparação às que não possuem.
Além disso, segundo o Banco Mundial, 70 milhões de mulheres entraram nomercadode trabalho da América Latina desde 1980 e representam
40% da força de trabalho da região.
Progressos consideráveis foram feitos
na última década, mas muito precisa
ser melhorado. O número de lideranças femininas na região ainda é menor
do que em outras partes do mundo.
Na divisão da América Latina da FedEx Express, tenho visto as importantes contribuições de nossas colaboradoras, em todos os níveis da organização. Incentivamos seu crescimento e
desenvolvimento por meio de um programa ativo de tutoria conhecido como Fórumda Mulher na América Latina, que conecta executivas, diretoras
e gerentes da FedEx, promovendo o intercâmbio de ideias e o desenvolvimento das lideranças femininas.
Temos um longo histórico de ações
em prol das mulheres de negócios na
região, como uma série de workshops
criados para ajudar as mulheres empreendedoras a melhorar seu conhecimento do inglês, e seminários focados
em temas como exportação, recursos
humanos, tecnologia e marketing.
Precisamos nos empenhar para
acompanhar o restante do mundo, e
disponibilizar as ferramentas e recursos de que as mulheres precisam para
crescer pessoal e profissionalmente.
O volume aplicado nas
LCIs cresceu 45,5% entre
setembro de 2012 e igual
mês deste ano, enquanto o
salto do patrimônio líquido
de fundos DI foi de 12,6%
na mesma comparação
AsLCIs são títulosemitidosporbancos que concedem financiamentos
imobiliários e têm a vantagem de ser
isentos do pagamento do IR, de IOF e
de taxas de administração. Além disso, contam com o mesmo colchão de
segurança que garante os depósitos na
caderneta de poupança, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Caso a instituição financeira enfrente dificuldades de honrar seus compromissos financeiros, o FGC faz o ressarcimento
dos depósitos até o limite de R$ 250
mil por CPF e por instituição bancária.
Para se ter uma ideia comparativa
entre rentabilidades, vamos a alguns
números. No ano, o rendimento médio dos fundosDI era de 6,16%, segundo dadosda Anbima, até setembro. Sobre essepercentual,ainda deveserdescontado o imposto de renda, de 20%
sobre a rentabilidade para investimentos com prazo de até 360 dias. Ou seja,
o ganho líquido seria de 4,93%.
Se tivesse aplicado o dinheiro em
uma LCI de um ano, com rendimento
de 104% do CDI, estaria ganhando
7,63%no mesmo período. Estamosfalando de um percentual que equivale
ao dobroda inflaçãoregistrada no mesmo intervalo de tempo, de 3,79%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE.
Embora o volume do patrimônio líquidodosfundosDI sejabastante superior aos estoques de LCIs, já é possível
notar um crescimento dessas letras no
portfólio do investidor.
O volume aplicado nas LCIs cresceu 45,5% entre setembro de 2012 e
igual mês deste ano, enquanto o salto
do patrimônio líquido de fundos DI foi
de 12,6% na mesma comparação.
Essa expansão, no entanto, poderia ser ainda maior se não fosse um
certo comodismo dos investidores e
o receio em relação a novas alternativas do mercado.
Éaíque entra o papeldosbancos especializados e consultores financeiros
na educação do investidor, para dirimirdúvidase dissiparo temordasconsequências de novas crises. Um pouco
de informação é suficiente para que as
pessoas percebam que não faz o menor sentido se contentar com baixa
rentabilidade em renda fixa, tendo
com opção os produtos e taxas oferecidos pelos bancos médios e pequenos.
E, muito menos, com os baixos ganhos da poupança, ainda mais quando existem papéis oferecidos por instituições de alta credibilidade, com
lastro imobiliário e a garantia do
FGC, como é o caso das LCIs, que seguem como a aplicação mais vantajosa em renda fixa.
Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas
Diretor Presidente José Mascarenhas
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PONTO FINAL
OCTÁVIO COSTA Chefe de Redação
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Na experiência brasileira, a inflação e a correção monetária estavam umbilicalmente ligadas.
Mas nem todos os economistas
pensavam assim. E isso gerava
uma discussão interminável sobre o que alimentava a alta dos
preços. Em estudo sobre a década
de 70, Fernando de Holanda Barbosa, hoje professor da pós-graduação na EPGE da Fundação Ge-
AROEIRA
túlio Vargas, argumentava que
nem todos os problemas da economia podiam ser atribuídos ao reajuste periódico dos preços. Em
sua opinião, o que mais contribuía para evitar a formação de expectativas negativas eram as políticas antiinflacionárias. Essas políticas, sim, constituíam-se em
instrumento poderoso de combate à inflação ao atuar na formação
A visão de Simonsen
prevaleceu e a
correção monetária
foi extinta pelos
economistas
da PUC que,
em 1994, resgataram
a credibilidade
da moeda nacional
A visão de Simonsen prevaleceu e a correção monetária foi acabou extinta pelos economistas da
PUC que, em 1994, resgataram a
credibilidade da moeda nacional.
O real pôs fim à cultura da indexação. Por isso, é surpreendente a intenção da diretoria da Petrobras
de adotar um gatilho automático
para o reajuste dos combustíveis.
A estatal acredita que conseguirá
reforçar seu caixa. Mas parece esquecer que o Brasil lutou a duras
penas para se desvencilhar da inflação galopante. Da mesma forma que tudo começou com a criação das ORTNs, o monstro pode renascer das cinzas com o gatilho da
Petrobras. Felizmente, o ministro
da Fazenda, Guido Mantega, entendeu que é hora de conter as expectativas inflacionárias e vetou a
iniciativa da estatal. “Não pode
ser feito de improviso, tem de ser
feito de forma cautelosa, com
uma metodologia que não seja inflacionária e que compatibilize os
interesses da Petrobras com esses
objetivos”. Indexação, não!
SOBE E DESCE
Carlo Allegri/Reuters
P
or quase meio século, o Brasil sofreu os efeitos de uma economia
indexada. Tudo começou em julho de 1964 quando Octavio
Gouvêa de Bulhões criou as Obrigações Reajustáveis do Tesouro
Nacional com o objetivo de alongar o perfil da dívida pública. Como
garantia aos investidores, as ORTNs, além dos juros, pagavam correção
monetária. Aos poucos, a remuneração, com base na inflação passada,
se generalizou para os demais contratos públicos e privados. Se no
início serviu para dar credibilidade à moeda logo após o golpe militar,
a correção monetária, com o passar do tempo, tornou-se obstáculo
ao combate da inflação. Mesmo assim, o instituto sobreviveu até 1994,
quando finalmente foi abandonado em nome do sucesso do Plano Real.
das expectativas dos agentes econômicos, “persuadindo-os de
que o passado não se repetirá no
futuro”, dizia Barbosa.
Na outra ponta do debate acadêmico, destacava-se ninguém
menos do que o ex-ministro da Fazenda Mário Henrique Simonsen,
que não tinha qualquer dúvida sobre o efeito deletério dos reajustes
automáticos. “A correção monetária significa que os preços aumentarão hoje porque se elevaram ontem, e que se elevarão neste ano
porque aumentaram no ano passado'”, advertia. Em sua cruzada
particular contra a correção monetária, Simonsen explicava que a
correção monetária era a inflação
gerando a própria inflação e com a
tendência se eternizar em patamares elevados. “É preciso compreender que, se todos reajustam
salários, preços e lucros na proporção da inflação passada, o melhor
que se pode conseguir não é estabilizar a moeda, mas apenas estabilizar a taxa de inflação”, ironizava
o respeitado professor da FGV.
■ Fernanda Montenegro venceu
o 41º Emmy Internacional (o Oscar
da televisão mundial) na categoria
melhor atriz por sua atuação no
especial “Doce de mãe”, da Globo,
exibido em 2012. Ela interpreta
uma senhora de 85 anos.
Gazeta do Povo
GATILHOÉALAVANCADAINFLAÇÃO
■ O STF investigará a suspeita
de uso de dinheiro não declarado
à Justiça Eleitoral, em 2012,
envolvendo Renata Bueno e o pai
dela, o deputado federal pelo PPS
do Paraná Rubens Bueno. Hoje
ela atua no parlamento italiano.
Cida Calu
Sucesso depende da
Planejamento
se aplica a
qualquer porte
de empresa,
de todo
segmento
e em vários
momentos da
sua trajetória.
No caso das
pequenas,
cada ação
deve ser muito
bem pensada
estratégia
Textos
José Carlos Videira
Um dos principais equívocos do
empreendedor: achar que é pequeno demais para planejar seu negócio, e que isso é coisa de empresa
grande. Muitas vezes, ações mal
planejadas ou a falta de uma visão
sistemática sobre o negócio pode
levar um empreendimento ao fracasso muito rapidamente.
“Quandoaempresapossuiplanejamento estratégico desenhado, ela
passa a ter mais controle das suas
ações e não fica apenas reativa às si-
tuações de contingência”, explica o
consultor do Sebrae-SP Marcelo Sinelli. “O exercício de planejamento
permite à empresa prever asdificuldades que vai ter ao longo do caminho”, complementa o diretor de
projetosdoCentrodeEmpreendedorismo e Novos Negócios (GVcenn)
da Escola de Administração de EmpresasdeSãoPaulodaFundaçãoGetulio Vargas (FGV-EAESP), Renê José Rodrigues Fernandes.
E, segundo os especialistas, planejamento se aplica a qualquer porte de empresa, de qualquer segmento e em qualquer momento da
ESPECIAL MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
sua trajetória. “As grandes corporações, por serem muito complexas,
precisam planejar suas ações para
o curto, médio e longo prazos”,
destaca Sinelli. As pequenas precisam planejar bem, porque, explica
o diretor da FGV, geralmente, “não
têm muita gordura para queimar”.
E entre as utilidades práticas de
um planejamento, além de guiar a
condução do negócio, Fernandes
diz que permite que potenciais parceirosentendamque rumo a empresa quer tomar. Segundo ele, ajuda
os bancos na análise para concessão de crédito e, principalmente,
empresasde capital venture interessadas no empreendimento. “Permite materializar as ideias e colocálas num documento que vai ajudar
numa conversa ou discussão sobre
as melhores estratégias para o negócio”, ressalta o professor.
Sem planejamento, um pequeno negócio que se inicia ou uma
empresa com muitos anos de mercado podem até dar certo, mas no
longo prazo pode haver dificuldade. “Geralmente, o empreendedorismo por necessidade acaba gerando negócios sem planejamento”, ressalta o diretor do GVcenn.
Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico
2 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013
ESPECIAL MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
Planejamento deve ser revisado
pelo menos uma vez por ano
As ações exigem dos pequenos empresários sempre esforço, trabalho, disciplina, tempo, dedicação e muita
organização. Mas de nada adiantará traçar toda a trajetória da empresa e abandoná-la dentro de uma gaveta
Divulgação
A época das decisões empresariais somente no feeling já passou.
Hoje a tecnologia e a informação
estão disponíveis para todo mundo, incluindo os concorrentes.
A diferença é que o pequeno
põe a mão na massa, enquanto as
grandes empresas contratam consultorias. “O planejamento é o mapa da estrada, independentemente se está na floresta ou no deserto. É preciso ter”, diz o consultor
do Sebrae-SP Marcelo Sinelli.
Dos pequenos empresários,
exige sempre esforço, trabalho,
disciplina, tempo, dedicação e organização. E de nada adianta fazêlo e esquecer dentro de uma gaveta. “É preciso que seja consultado
e revisado pelo menos uma vez
por ano”, ressalta o consultor.
Tocar uma empresa sem planejamento “é uma mistura de sorte e
de competência”, assinala Sinelli.
Porém, ele diz que vai chegar um
momento, por exemplo, em que a
empresa deixará de crescer.
Todo voo cego está fadado a
uma tragédia iminente. “Ninguém sai para viajar, sem antes verificar as condições do veículo, da
estrada; se tem combustível, se a
viagem será de dia ou de noite
etc”, compara Sinelli. Quando os
empreendedores montam seus negócios baseados em planejamento, segundo ele, já demonstram
um alto grau de maturidade.
De uns anos para cá, o diretor
Renê José Rodrigues Fernandes,
da Escola de Administração da
Fundação Getúlio Vargas, observa
crescimento no empreendedorismo de oportunidade: “E nesses casos, o viés é de montar negócios
de maneira mais articulada”.
TUDO MUITO BEM CALCULADO
Erros
Acertos
■ Subestimar o planejamento
por ainda ser pequeno;
■ Não levantar informações
sobre o mercado em que atua;
■ Não ter definidos negócio
e público-alvo;
■ Falta de monitoramento
do retorno das ações;
■ Deixar de revisar
periodicamente o planejamento.
■ Conhecimento das forças
e das fraquezas da empresa;
■ Domínio sobre o macro
ambiente onde atua;
■ Pro-atividade nas
decisões;
■ Preparo para impactos
e contingências do negócio;
■ Visão estratégica do
negócio e do mercado.
Fonte: Sebrae-SP
Marcelo Sinelli, do Sebrae: os empreendedores que planejam demonstram alto grau de maturidade
Zona Cerealista Online nasceu após longo período
de estudos de mercado e avaliação de modelos
Marcelo Kahn/divulgação
Análise mostrou que
viabilidade do negócio
estava relacionada
à questão do preço
Quando o sócio da Zona Cerealista Online Alex Zago formou-se
em Administração, em 2004, não
conhecia nem um pouco toda a
burocracia necessária para montar uma empresa. Mas era craque
em planejamento. E isso ajudou
bastante na hora de empreender,
junto com o irmão, há pouco
mais de um ano. Os dois montaram a empresa que vende pela internet alimentos da linha saudável, como castanhas, sementes,
grãos, farinhas, frutas secas etc.
“Na minha primeira reunião
com meu irmão sobre o empreendimento, já levei uma apresentação em power point, com ‘mis-
são’, ‘valores’ e onde queria chegar”, lembra Zago. Segundo ele,
a ideia era fazer o levantamento
completo da viabilidade do novo
negócio, antes de investir tempo
e cerca de R$ 20 mil.
O plano contemplava pesquisa
com consumidores, fornecedores
e concorrentes; projeção de vendas, custos e até três cenários de
Alex Zago, sócio da Cerealista: empresa começou 100% planejada
Plano contemplou
pesquisa com
consumidores,
fornecedores e
concorrentes; projeção
de vendas, custos
e até três cenários
de margem: baixa,
intermediária e alta
margem: baixa, intermediária e alta. “Levamos cerca de 40 dias para concluir o planejamento, entre
levantamento de campo e montagem do modelo”, explica.
O resultado do trabalho mostrou que a viabilidade do novo negócio estava relacionada à questão de preço. “Só ia funcionar se
fosse mais barato que o da concorrência, com a comodidade de entrega pelo Correio”, contou.
E o negócio vai de vento em popa. A Zona Cerealista Online, que
começou com apenas 100 itens
no seu portfólio, já tem hoje quase 500. Empresa 100% familiar,
também já emprega quatro colaboradores. Está tendo de buscar
espaço para um novo armazém,
redesenhar processos e resolver
gargalos que, mesmo com o plano, acabaram surgindo com o
crescimento da demanda.
Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 3
Marketing fica com 10%do faturamento
A diferença entre o planejamento da pequena empresa e da grande é,
basicamente, o recurso disponível. Para uma ação efetiva, o empreendedor
precisa pensar o tempo todo em como atrair a atenção do seu público-alvo
Ferramenta que vai ajudar a gerar
vendas, o marketing tem de ser
pensado desde o início do negócio. “Quanto mais planejamento
de marketing, menos esforço nas
vendas”, ensina o professor de Administração da Escola Superior de
Propaganda e Marketing (ESPM)
Marcelo Nakagawa.
OconsultordoSebrae-SPMarcelo Sinelli reforça que, quanto mais
cedofor trabalhado,melhor oresultado final. “Como arrumar cliente
para o seu negócio tem de estar na
lista de prioridades desde o nascimento da empresa”, acrescenta.
O que vai diferenciar o planejamento de marketing da pequena
empresa de uma grande é, basicamente, o recurso disponível. Mas o
empenho tem de ser o mesmo. “O
ideal é separar entre 5% ou 10% do
faturamento, ou que for possível,
para aplicação em marketing”, ressalta o consultor.
Mas é preciso cuidado com
ações inadequadas. “Muitas vezes, o que funciona para uma empresa, não funciona para outra”,
avisa Sinelli. Segundo ele, é o plano que dirá o que deve ser feito.
“Da inauguração até a sustentação
do negócio, produto ou serviço.”
Para o professor da ESPM, entre os principais erros na área de
marketing está o de não conhecer
o público-alvo. Também é comum
errar na projeção de vendas. “Muitas vezes, não se treina a equipe para vender, nem se busca o feedback do cliente”, diz Nakagawa.
Para uma ação efetiva, segundo o especialista da ESPM, o empreendedor precisa pensar o tempo todo em como atrair a atenção
do seu público-alvo. “No caso de
ERROS QUE PODEM
ACABAR COM O NEGÓCIO
■ Não conhecer o público-alvo;
■ Não falar a linguagem
do cliente;
■ Passar mensagens conflitantes;
■ Não entregar o que promete;
■ Não investir no relacionamento
com o cliente.
Fonte: Sebrae-SP
um comércio, o próprio prédio é
um ponto que pode chamar a atenção do público”, exemplifica.
Depois disso, “o público precisa ter interesse pelo produto ou serviço”, continua o professor. “Também deve ter o desejo despertado
pelo produto ou serviço”, frisa.
Facilidade na ação de compra é
o passo seguinte no plano de marketing, segundo Nakagawa. “Dar
prazo, desconto, aceitar cartão,
ter estacionamento, entre outros,
facilitam as vendas”, explica.
Na visão do professor, é igualmente importante despertar a lealdade. “Cliente é leal quando estásatisfeito e, muitas vezes, nem tem
consciência disso”, diz. Segundo o
especialista, ter canais de retorno
do cliente, com sugestões e críticas,
ajudam a construir a fidelidade.
Cumpridas à risca todas as etapas anteriores, o resultado é ter
um cliente “apóstolo”. Nakagawa
conta que é aquele que vai falar
bem da empresa, do produto ou
serviço para todo mundo. “Quanto mais cliente assim, menor o esforço que a empresa vai ter de fazer para vender”, enfatiza.
Fonte: ESPM
Lucas fazia o melhor
bolo da redondeza.
Só faltava uma pitada
de planejamento estratégico.
Ninguém abre uma confeitaria por ter talento para análise
de mercado. Para isso existe o Sebrae, para ajudar na
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4 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013
ESPECIAL MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
Henrique Manreza
Empreendedor
na nuvem planeja
com baixo custo
Em vez de investir pesado na aquisição de software e hardware,
a pequena empresa opta pelo aluguel das soluções que necessita
A tecnologia está presente em todos os lugares. Computadores, softwares são cada vez mais comuns
nas empresas. E o acesso dos pequenos empreendedores tem-se
dado mediante à redução de preços e a questões regulatórias.
Com o advento da Nota Fiscal
Eletrônica, os pequenos, principalmente do comércio, se viram
obrigados a ter de consumir tecnologia. “Toda empresa hoje tem de
transmitir para o governo suas informações fiscais”, lembra o consultor Dagoberto Hajjar, da Advance Consulting.
As empresas de tecnologia também descobriram que o mercado
onde elas podem crescer mais é o
de pequenas empresas, observa o
diretor geral da W5 Solutions,
Marcos Abellón. “Existem muito
mais pequenas e médias empresas
do que grandes”, constata. Com isso, já começa a haver uma grande
disseminação de programas voltados a esse segmento.
A Totvs, empresa brasileira desenvolvedora de softwares de gestão empresarial, há cerca de cinco
anos, passou a desenvolver produtos para micro empresas, lembra o
diretor de Small Business da Totvs, André Bretas. Ele confirma
crescimento da demanda desse nicho de mercado.
E como preço ainda é um fator
bastante sensível nas pequenas e
médias, a proliferação de programas para pequenas empresas tem
acontecido por meio da nuvem.
“Em vez de ter de montar toda
uma parafernália de software e
hardware dentro da pequena empresa, a preferência tem sido o aluguel das soluções que ela necessita”, conta o diretor da W5 SoluDivulgação
“
O SaS poderia ser
melhor utilizado não
fosse a deficiência
na telecomunicação.
Por isso, o ideal é não
deixar programas
críticos somente na
nuvem. É bom ter
alguma redundância
Dagoberto Hajjar
Consultor da Advance
Consulting
tions, que desenvolve softwares
de Business Inteligence.
Conhecida como SaS (Software como Serviço), as ofertas na
nuvem vão desde uma planilha a
softwares de gestão, como ERP,
CRM, de controle de estoque,
controle de loja, de gerenciamento de e-mail, site e até de Business Inteligence.
Mas o gargalo ainda é a infraestrutura de telecomunicação do
Brasil. Segundo Hajjar, o SaS poderia ser mais bem utilizado não fosse a deficiência na telecomunicação. “O ideal é não deixar programas críticos somente na nuvem”,
adverte. Segundo ele, é bom sempre ter alguma redundância.
O diretor da Totvs diz que o processo de aquisição de tecnologia
entre as micro ainda vem muito
mais pela obrigação. Alguns segmentos, como o de varejo, segundo Bretas, nem chegam a fazer uso
de todos benefícios da tecnologia.
Do faturamento atual da Totvs de R$ 1,5 bilhão, R$ 12 milhões vêm do segmento de microempresas. “Ainda é bem pequeno, mas o potencial de crescimento é enorme”, afirma o diretor da empresa.
O segmento representa 20 mil
clientes na Totvs, dos quais apenas cerca de 5 mil utilizam serviços pós-venda, nos segmentos de
varejo, manufatura, jurídico, serviços e saúde. “A perspectiva é de
dobrar de tamanho nos próximos
cinco anos”, calcula Bretas.
Pequeno empresário faz uso restrito dos benefícios da tecnologia
Business Inteligence pode ser adaptado a qualquer tamanho de empresa
Usuário deve definir o
que precisa visualizar,
quais dados e análises são
sensíveis ao seu negócio
As pequenas empresas começam
a ter acesso a tecnologias que contribuem para melhorar as suas estratégias comerciais. Entre elas está o Business Inteligence (BI), que
ajuda na tomada de decisões, permitindo que o empresário enxergue e entenda melhor o cenário de
atuação de sua empresa.
Para o diretor geral da W5 Solutions, Marcos Abellón, muita gente ainda vê BI como algo distante
da realidade de pequenas empresas. Segundo ele, isso não é verdade. “A ferramenta pode ser adaptada a qualquer tamanho”, ressalta.
Segundo o empresário, hoje
em dia, cada vez mais as empresas, mesmo de pequeno porte,
têm tido acesso a softwares de
gestão, como o ERP, tanto local
quanto na nuvem. “E os softwares de BI extraem todas as informações dos ERPs”, diz.
As ferramentas são fáceis de
utilizar, porém, Abellón avisa que
é necessário o usuário saber exatamente que informação é importante. “É ele quem define o que
precisa visualizar, quais dados e
análises são sensíveis ao seu negócio”, pondera.
Por exemplo, um mercadinho
pode mapear todas as informações sobre suas vendas, o que pode ajudar a administração a trabalhar melhor compras, logística, armazenamento etc. Uma pequena
fábrica de sapatos pode ter dados
sobre o que vende mais em determinada região ou época do ano.
Esse conhecimento vai ajudar na
definição da próxima coleção. “E
tudo isso pode ser acessado via tablet ou smartphone”, informa o
diretor da W5 Solutions.
Adeus agenda
de papel
A tecnologia ajudou no crescimento da Multiclínicas, de Campinas
(SP), que hoje tem mais de 100 mil
pacientes cadastrados. Em 1995,
esse número era de apenas 10 mil,
lembra o diretor administrativo da
empresa, Rafael Martins da Silva.
“Todo ano tínhamos que comprar um armário novo para guardar as fichas dos clientes”, conta.
A empresa adotou o Personal
“
Hoje todo o trabalho
das recepcionistas
é realizado
eletronicamente,
incluindo o
preenchimento da
receita. Ficou muito
mais rápido e seguro
para todo mundo
Rafael Martins da Silva
Diretor da Multiclínicas
Med, software da Totvs para gerenciar essas informações entre
várias outras funcionalidades.
Se não tivesse tomado essa providência, Silva afirma que a clínica não teria crescido em número
de clientes, nem de médicos ou de
especializações. “Naquela época,
tudo era feito à mão”, relembra.
Segundo Silva, as recepcionistas
usavam uma agenda de papel, tinhamdebuscarasfichasdospacientes nosarquivos, levá-las ao consultório do médico. Após a consulta, o
médico preenchia as requisições de
exames e receitas e depois tudo tinha de ser arquivado novamente.
Hoje todo esse processo é realizado eletronicamente, incluindo
o preenchimento da receita. “Ficou muito mais rápido e seguro para todo mundo”, avalia.
Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 5
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6 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013
ESPECIAL MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
Celulares e tablets para
fazer o controle do caixa
Operações bancárias por meio de dispositivos móveis cresceram 223%, de 2008 a 2012
Fotos: divulgação
As transações bancárias feitas por
meio de dispositivos móveis, como celulares, smartphones e tablets, tem crescido consideravelmente. Segundo a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), de
2008 a 2012, as operações cresceram 223%, atingindo o total de
823 milhões, no ano passado. O
número de usuários de mobile
banking em 2012 cresceu 2,7 vezes sobre o ano anterior.
“O que não estiver no celular
daqui a dois anos estará fora do
mercado”, prevê o diretor geral
da W5 Solutions, Marcos Abellón.
Segundo ele, será uma verdadeira
revolução. “Tudo o que se fazia há
cinco anos, será feito diferente
nos próximos dois anos.”
Segundo o superintendente
executivo do Bradesco Dia e Noite, Antranik Haroutiounian, “as
empresas já podem fazer praticamente tudo o que a pessoa física
faz com os celulares”. Conferir saldo e extrato, fazer transferências,
via doc e ted, pagamentos etc.
Em 2011, as transações via mobile representavam 1% do total
dos canais digitais do Bradesco.
“No ano passado, chegaram a 4%,
e neste ano já representam 10%
do total”, revela Haroutiounian.
Mais facilidade
no dia a dia
Para os pequenos empreendedores, essas soluções proporcionam
economia de tempo e custos. É o
caso, por exemplo, da Garagem
Maluca, que produz objetos de decoração a partir de materiais reciclados. A microempresa de São
Paulo usa um dispositivo no tablet
ou no celular que possibilita receber pagamentos por cartão de crédito. Segundo a proprietária, Beatriz Teixeira, além da mobilidade,
Jeane não mexe na aplicação
Estratégia
financeira
para não ficar
no vermelho
Fábrica de brigadeiros
utiliza o período do
cheque especial
sem cobrança de juros
Oliveira, da Anefac: análise criteriosa do crédito
permite economia, pois não precisa alugar a “maquinha”.
Essa solução é oferecida pela
iZettle em parceria com o Santander. Lançada em agosto, permite
que qualquer empresa possa receber transações com cartões em celulares e tablets. A parceria entre
o Bradesco e a operadora Claro viabilizaram, em outubro, o Meu Dinheiro Claro. O produto funciona
como um cartão de débito pelo celular, que permite compras, transferências e saques.
A novidade que promete crescer rapidamente e que vai permitir a bancarização de boa parte da
Fonte: Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2013, Teleco
Souza, do Bradesco: todos os serviços em um só
população, sem conta corrente,
mas com celular, já ganha regulação. No início deste mês, o Banco
Central e o Conselho Monetário
Nacional editaram, respectivamente as Resoluções 4.282 e 4.283
e as Circulares 3.680/81/82/83,
que instituem o marco regulatório
dessa nova modalidade de transações financeiras, muitas delas,
sem passar por bancos.
Os bancos oferecem ainda diversas ferramentas que auxiliam
as empresas na tarefa de zelar pelo
caixa. Linhas de crédito de curto,
médio e longo prazos, adequadas
a cada situação específica, e tudo
on-line. “Com o Bradesco Net Empresa, o empresário pode realizar
praticamente todas as operações
que necessita”, explica o diretor
adjunto do Bradesco, Altair Antônio de Souza. Aferramenta permite que o dono da empresa coloque
títulos em cobrança, antecipe o recebimento de cartões de crédito,
pague tributos e salários.
A Caixa, em parceria com a Tim
e a Mastercard, vai lançar em abril
de 2014 o cartão pré-pago no celular. Inicialmente, os usuários serão
os da base de clientes da Tim. A gestão da conta será feita pela Caixa, e
a Mastercard ficará responsável pela plataforma de pagamentos móveis, processamento das transações e pela bandeira de aceitação.
A movimentação por aproximação
estará restrita a smartphones.
O Santander tem disponível a
ferramenta Super Cash, para controle dofluxode caixa do cliente. Segundo a superintendente executiva de Segmentos do Santander,
Cristiane Nogueira, a ferramenta
cruza os pagamentos e os recebimentos e informa quando e de
quanto será o descasamento que
eventualmente poderia ter: “Esse
software pode ser utilizado com
contas em outros bancos”.
Com todasas facilidadesexistentes, principalmente na obtenção de
crédito, as pequenas precisam avaliar e estudar bem cada oferta com
critério. “As empresas crescem
com crédito, que deve resolver problema e não criar mais um”, avisa o
o diretor executivo de Estudos Econômicos da Associação Nacional
dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira.
A proprietária da Loubet Brigaderia, Jeane Loubet, aproveita
osdias de carência do cheque especial do Santander para cobrir
eventuais descasamentos no fluxo de caixa de sua empresa.
“Aproveito ao máximo o uso dos
dias que tenho sem a cobrança
de juros”, revela a empresária.
No mercado desde 2009, há
um ano, Jeane abriu um ponto
de venda de brigadeiros no
Shopping Center 3, na avenida
Paulista, em São Paulo. Além de
trabalhar no quiosque de nove
metros quadrados, Jeane conta
que visita regularmente dezenas de empresas, oferecendo
seus doces a funcionários de empresas e como opção de brinde.
Poder contar com essa flexibilidade do banco Santander,
segundo a empresária, tem ajudado bastante o dia a dia da pequena empresa. “Assim, nem
preciso mexer na aplicação”,
revela Jeane.
Embora a estratégia financeira não seja a mais adequada, ela
conta que consegue administrar bem essa situação. Ela também costuma antecipar os recebíveis de cartão. “Já estou montando um segundo ponto de
venda dos meus produtos”, antecipa. A pequena empresa emprega cinco funcionários.
Com faturamento de R$ 70
milhões por ano e com 300 funcionários, o empresário Marcus
Haddad, dono da Arizona, empresa gerenciadora de sistemas
de marketing, fica muito atento
ao fluxo de caixa. “Prejuízo não
quebra a empresa, mas o fluxo
de caixa, sim”, ensina.
Cliente do Santander, usa alguns produtos, como antecipaçãode recebíveise folha de pagamento. Recentemente, recorreu
aobancoparafinanciarainternacionalização da empresa. “Abrimosuma filialna Argentina e solicitamos ao banco uma linha
adequadaparaaoperação”,revelaHaddad.Paraele,oquefazadiferença é o atendimento que os
executivos do banco oferecem.
Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 7
8 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013
PARA AMORES
DO TAMANHO
DO MUNDO,
ENCOMENDAS
QUE ATRAVESSAM
FRONTEIRAS.
Diariamente, os Correios entregam pelo menos 35 milhões de remessas.
Com uma estrutura como esta, foi natural ir mais longe e entregar em todo o mundo.
Hoje, os Correios são o único operador logístico capaz de ligar qualquer ponto do
Brasil a qualquer lugar do planeta. Seja qual for a sua necessidade, nós temos o serviço.
Seja para onde for, nós entregamos. Com a confiança que você conhece.
Download

micro, pequenas e médias empresas