AUTOMANIA Desoneração de elétricos e hibrídos acontecerá mesmo em 2014. P19 ENERGIA Transmissão terá investimentos de R$ 17,9 bi para aumentar segurança. P6 DADOS Governo de Minas lança hoje plataforma com informações de todo o Brasil. P7 OLHAR DO PLANALTO Bens de elevada intensidade tecnológica têm participação decrescente na exportação. P8 INDICADORES Brasil Econom ico Ações do Banco do Brasil ON (em R$) 26,10 25,50 24,75 24,65 24,00 www.brasileconomico.com.br 19/11 21/11 22/11 25/11 26/11 PUBLISHER RAMIRO ALVES . CHEFE DE REDAÇÃO OCTÁVIO COSTA . EDITORA CHEFE SONIA SOARES . EDITORA CHEFE (SP) ADRIANA TEIXEIRA . QUARTA-FEIRA 27 DE NOVEMBRO DE 2013 . ANO 5 . Nº 1.067 . R$ 3,00 Dilma diz que PIB cresceu 1,5% no ano passado Um drible no fim da impressora Fabricantes buscam se consolidar no papel de fornecedores de tecnologias de captura e gestão de conteúdo, seja ele impresso ou eletrônico. P16 Espionagem dá prejuízo de US$ 35 bi G i g a n te s n o r te americanas de tecnologia tiveram credibilidade abalada pela ação da NSA e podem acumular perdas nesse total até 2016. P26 Luiz Claudio Menezes, da Lexmark Murillo Constantino Em entrevista ao jornal espanhol ‘El País’, a presidenta antecipou que o novo cálculo mostra que economia cresceu acima do 0,9% anunciado. O IBGE informou que só vai anunciar a revisão do PIB, feita habitualmente, na semana que vem. A divulgação antecipada repercutiu mal. P3 INFRAESTRUTURA Investimento até 2018 é menor do que o esperado As obras a serem executadas pelos setores público e privado garantem uma taxa de investimento de 22,6%, abaixo dos 24% projetados. P4e5 COMBUSTÍVEL TRIBUTAÇÃO Mantega descarta gatilho MP pode frear ida de empresa para o exterior Ministro ressalta que reajuste tem que ter “metodologia que não seja inflacionária”. P3 Medida Provisória que muda conceito de coligadas fora do país provoca polêmica. P20e21 2 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 MOSAICO POLÍTICO GILBERTO NASCIMENTO [email protected] PADILHA QUER VICE DO PTB “ Se você faz parte de uma igreja, você tem que pagar dízimo. Se você faz parte de uma associação, tem que pagar alguma contribuição” O ministro da Saúde e pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, quer o apoio do PTB. Segundo petebistas, Padilha, acompanhado do deputado Candido Vaccarezza, se reuniu com o líder do partido na Assembleia paulista, Campos Machado. No encontro, Padilha teria proposto que Machado indicasse o nome do vice na chapa petista. Machado não respondeu. Secretário-geral do diretório nacional do PTB, o deputado diz ter um compromisso de fidelidade com o tucano Geraldo Alckmin. Sempre esteve ao lado do governador e do PSDB nas eleições em São Paulo. E Machado já reivindicou a vice na aliança tucana. O petebista avalia que não há chances de o PSDB conseguir um vice do PSB, por causa da necessidade de Eduardo Campos ter palanque em São Paulo. Antonio Cruz/ABr Carlo Wrede/Ag. O Dia O fato novo é que, pela primeira vez, Machado decidiu apoiar o PT na disputa presidencial. Os petebistas sempre fizeram parte da base de sustentação de Lula e Dilma. Mas o partido nunca havia conseguido o apoio de seu diretório em São Paulo aos petistas. Cada vez mais próximo do partido de Lula e Dilma, Machado se reuniu recentemente também com o presidente do PT, Rui Falcão. Tudo, daqui para a frente, vai depender da resposta tucana à reivindicação do PTB. Se Machado avaliar que o PSDB não soube agradecer a sua lealdade, os petebistas podem cair nos braços do PT. No momento, a pedido do PSDB, a Assembleia paulista discute a possibilidade de punição ao deputado petista licenciado Simão Pedro pela suposta articulação entre o PT e o Cade para denunciar o cartel na compra de trens em São Paulo. Ainda aliado tucano, Machado é contra. CARTAS (PSOL-RJ), ao negar cobrança de dinheiro de funcionários e comparar contribuições ao dízimo Aécio irá a encontro do PSDB em Belém O presidenciável tucano Aécio Neves encerrará suas viagens pelo País com a ida a Bauru (SP), no sábado, e a Belém (PA), no dia 5 de dezembro. Na capital paraense, participará de encontro do PSDB da Amazônia Oriental e será recebido pelo governador Simão Jatene e o prefeito Zenaldo Coutinho, ambos tucanos. No dia 10, Aécio anunciará os principais pontos de seu programa de governo. Murillo Constantino Aliados dizem que PSD ainda pode mudar Vaccarezza diz que Petista critica “visão hegemônica” apoio é bem-vindo O deputado Paulo Teixeira (PT-SP)reagiu ontem à informação, antecipada Candido Vaccarezza diz ser amigo de Campos Machado e afirmou que ficará feliz se o PTB apoiar Padilha. Mas não confirmou o oferecimento da vice. Ressaltou ainda que “nada foi decidido” e “as conversas prosseguem”. Deputada Janira Rocha pela coluna, de que a direção petista não pretende mantê-lo na secretária-geral do diretório nacional. Por integrar a corrente Mensagem do Partido, a segunda mais votada nas eleições internas , Teixeira julga ter esse direito. O presidente reconduzido ao cargo, Rui Falcão, avalia que não. “Se for verdade, isso rompe uma tradição histórica do PT. Rompe com uma unidade interna e demonstra a intenção de uma política hegemônica da CNB (a corrente majoritária Construindo um Novo Brasil)”, reclamou. Para ele, essa decisão faz renascer a ideia “de uma força só dominar o País”. Segundo aliados, o apoio do ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab (PSD) à reeleição de Dilma ainda corre riscos. Kassab não quer ministério agora, mas espaços no governo para abrigar correligionários. Se não conseguir e, ao mesmo tempo, a aliança PSB-Rede prosperar, Kassab mudará de rumo. Ele acha que Marina pode ocupar o lugar de Eduardo Campos. Cartas para a redação: Rua dos Inválidos, 198, 1º andar, CEP 20231-048, Lapa, Rio de Janeiro (RJ). E-mail: [email protected] As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura. Em razão de espaço ou clareza, Brasil Econômico reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br Suposições estão distorcendo a ciência contábil Situação da economia não é muito favorável País sério tem governantes que respeitam o povo Antigamente, nos Balanços Patrimoniais havia um item chamado "Contas de Compensação", no ativo constavam as rubricas de atos que se transformavam em fatos. No passivo, era lançado o mesmo valor, como obrigação para transformar o ato em fato. Hoje estão valorizando “esperanças” como entidade patrimonial . A Dívida Pública Federal do Brasil já corresponde a mais de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) e o governo continua gastando sem freios e metendo os pés pelas mãos, totalmente incompetente. A inflação está em alta, temos baixa produtividade, falta de mão de obra qualificada e a infraestrutura está caindo aos pedaços. Um país para ter consistência na sua economia e se manter em um patamar estabilizado, precisa mostrar e realizar, ter seriedade e respeito com seu povo. Ainda não tive o prazer de ter conhecido um governo que tivesse ações para beneficiar o país e não a si, nossos representantes no Congresso são os piores, estamos em um barco sem capitão. Geraldo Felippe Negrão Lucy Saboia Francisco Carlos Via Facebook Via Facebook Guarulhos, SP INDICADORES A queda de mais de 6% das ações da Petrobras puxou o principal índice do mercado acionário brasileiro, que fechou no nível mais baixo em quase três meses. O giro financeiro do pregão foi de R$ 7,8 bilhões. TAXAS DE CÂMBIO ▲ Dólar comercial (R$ / US$) COMPRA VENDA 2,2940 2,2960 ▲ Euro (R$ / E) 3,1147 3,1159 JUROS ■ Selic (ao ano) META BOLSAS ▼ Bovespa - São Paulo ▲ Dow Jones - Nova York ▼ FTSE 100 - Londres 9,5% VAR. % EFETIVA 9,4% ÍNDICES 1,56 51.446,00 0,04 16.079,44 0,87 6.636,22 Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 3 ▲ BRASIL Robson Fernandjes/Estadão Conteúdo MENSALÃO José Genoíno poderá voltar à prisão A junta médica do Hospital Universitário de Brasília, formada para avaliar o estado de saúde do deputado José Genoino (PT-SP), concluiu que ele é portador de cardiopatia “que não se caracteriza como grave”. O laudo, entregue ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF), diz que Genoino está com “condição patológica tratada e resolvida” e que não é imprescindível tratamento domiciliar. ABr Editor: Paulo Henrique de Noronha [email protected] Dilma antecipa revisão do PIB de 2012: de 0,9% para 1,5% IBGE só divulga nova conta no dia 3. Revelação a jornal espanhol provoca críticas e tentativa de explicação Antonio Cruz/ABr Fernanda Nunes [email protected] Mariana Mainenti [email protected] Economistas e analistas de mercado foram supreendidos ontem com a informação da presidenta Dilma Rousseff, para o jornal espanhol “El País”, da revisão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2012, de 0,9% para 1,5% — uma alta de 0,6 ponto percentual. “Um desatino”, afirma o presidente da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios, Claudio Frischtak. “A informação mexe com o mercado e privilegia os leitores de um único jornal, e ainda estrangeiro”, ressalta o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) Armando Castelar. “Esta semana resolveram reavaliar o PIB. E o PIB do ano passado, que era de 0,9%, passou para 1,5%. Nós sabíamos que não era 0,9%, que estava subestimado o PIB. Isso acontece com outros países também. Os Estados Unidos sempre revisam seu PIB”, afirmou Dilma ao jornal espanhol, para, em seguida, complementar Dilma: para críticos, revelação ao “El País” mexe com o mercado que, em 2013, o crescimento será superior a 1,5%. “Resta saber quanto acima”. Para o diretor da Faap-SP e integrante do Conselho Federal de Economia, Luiz Alberto Machado, as declarações da presidenta Dilma ao “El País” demonstram que o governo está preocupado em passar ao mercado notícias que transmitam confiança. “Eles querem recuperar a credibilidade da política IBGE não se pronunciou sobre as declarações da presidenta. Limitou-se a informar que quaisquer revisões do PIB serão divulgadas na data prevista, em 3 de dezembro econômica, mas seja qual for o efeito da revisão do PIB nas projeções de crescimento que estão sendo feitas para 2013, continuaremos crescendo abaixo dos outros países da região”, critica. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não se pronunciou sobre as declarações da presidenta e, por meio de sua assessoria de imprensa, limitouse a informar que quaisquer revisões do PIB serão divulgadas apenas na data prevista em calendário — em dia 3 de dezembro. Tradicionalmente, no terceiro trimestre de cada ano, o IBGE revisa o PIB do ano anterior. Essa informação não chegou a causar estranheza entre os analistas. “É usual o Brasil e mesmo outros países reverem resultados”, avalia Castelar. Mesmo o fato de a revisão ter sido expressiva não chegou a impressionar. “Quando o IBGE revisou o PIB em 2007, ele aumentou 10 pontos percentuais”, lembra. A perplexidade do mercado foi a antecipação do anúncio pela presidenta, na frente do IBGE, instituição responsável, com exclusividade, pela divulgação dos resultados conjunturais do país, em data determinada, como previsto em lei. Apenas no fim da tarde, a Presidência da República, por meio de nota, veio a público tentar desfazer o que teria sido um mal entendido. Informou que, “na entrevista ao jornal ‘El País’, a presidenta Dilma Rousseff fez estimativa do valor de revisão do PIB de 2012 com base em estudos preliminares do Ministério da Fazenda. Segundo as informações prestadas pelo Ministério da Fazenda à Presidência, estão em curso no IBGE estudos sobre o setor de serviços que poderão concluir por uma revisão do indicador do PIB do ano passado”. A projeção dos efeitos de uma revisão do Produto Interno Bruto pelos economistas é divergente. Para o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e ex-diretor do Banco Central, Carlos Thadeu de Freitas, as mudanças metodológicas poderão ser benéficas também para a taxa de 2013, cuja projeção, segundo ele, passaria de 2,4% para 2,6%. Para Frischtak, no entanto, poderá ter efeito contrário, ao aumentar a base de comparação anual. Murillo Constantino DELFIM: GOVERNO ESTÁ ACERTANDO NOS LEILÕES Mantega diz que reajuste da Petrobras não pode criar mais um indexador para a economia Preocupação do ministro é que a nova fórmula em estudo acabe virando um fator inflacionário ■ O ex-ministro Delfim Netto elogiou o governo Dilma Rousseff ontem pelos recentes resultados dos leilões de concessões, durante sua participação no seminário “O que esperar de 2014”, em São Paulo. Ele considerou satisfatórias as cifras obtidas pela licitação para exploração de petróleo e gás natural do Campo de Libra, e pelas concessões dos aeroportos do Galeão (RJ ) e Confins (MG). “Isso é uma prova de que, com o tempo, até o PT aprende”, disse, com senso de humor. Para ele, a equipe econômica está superando as dificuldades iniciais, após entender que os leilões “são para profissionais”. Patrycia Monteiro Rizzotto O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que a decisão sobre a fórmula de reajuste dos preços dos combustíveis é algo que tem que ser feito de forma muito cautelosa, “para que se tenha uma metodologia que não seja inflacionária, que não indexe a economia”. Mantega, que é presidente do Conselho de Administração da Petrobras, reafirmou que a nova fórmula não pode ser feita “de improviso”. A diretoria da Petrobras aprovou e submeteu ao Conselho de Administração uma proposta de nova política de preços que prevê reajuste automáticos e periódicos dos combustíveis. Mas o governo resiste à ideia, temendo que se torne um peso extra à inflação. O conselho da Petrobras deve avaliar a proposta em sua próxima reunião, nessa sexta-feira. Após os comentários de Mantega, as ações da estatal aceleraram as perdas ontem. “Estamos amadurecendo uma modalidade, não vou dizer nem uma fórmula, para eventual reajuste do combustível. Isso não pode ser uma indexação, estamos trabalhando no Brasil para desindexar, para reduzir a inflação e não podemos ter um mecanismo dessa natureza”, afirmou o ministro da Fazenda. Reuters 4 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 ▲ BRASIL Obras em alta, mas... e o investimento? Canteiro de obras: R$ 1,9 trilhão previstos entre 2013 e 2019 em projetos de infraestrutura Se o governo conseguir tirar do papel todos os projetos de reforma da infraestrutura brasileira, em várias frentes, talvez alcance o volume de recursos para acelerar a expansão econômica O conjunto das obras na área de infraestrutura irá expandir a taxa de investimento do país de 18,14% em 2012 para 22,65% em 2013, pelas contas da agência de classificação de risco Austin Rating, a partir de estudo sobre os investimentos elaborado pela Associação Brasileira de Tecnologia para a Construção e Mineração (Sobratema). A entidade reúne as principais construtoras e fabricantes de máquinas e equipamentos nacionais. A taxa de investimento de 22,65% ainda está abaixo da almejada pelo governo, de 24% — meta anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, como sendo a ideal para que a economia tenha dinamismo. É também inferior à recomendação da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), de 27%, para garantir uma expansão econômica mais acelerada. Os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (Ocde) mantêm taxa superior a 35%, ressaltou a diretora-executiva da Cepal, Alícia Bárcena, em entrevista recente. Se o total de obras sair do papel como o previsto é possível, entretanto, que já em 2014 a meta do governo seja alcançada e, em 2015, a recomendação da Cepal. A Sobratema prevê investimentos totais de R$ 1,19 trilhão de 2013 a 2018 — R$ 290 bilhões anuais, em média. O montante é suficiente para engordar a taxa de investimento em 4,5 pontos percentuais ao ano, segundo o cálculo do economista Alex Agostini, da Austin Rating, “desde que o governo consiga vencer os desafios e realmente viabilizar as obras”. Ele ressalta ainda que o dinheiro será movimentado gradualmente, ano a ano, e que dependerá da aceleração do licencia- mento ambiental e da liberação dos projetos por instituições públicas de controle — como o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público — sobre os gastos e os impactos para as comunidades atingidas. Quase a metade dos projetos previstos no estudo da Sobratema caberão à Petrobras, principal responsável pela produção de petróleo nas reservas do pré-sal e por construir novas refinarias para processar o petróleo. Mas, de olho nos projetos da estatal para os próximos anos, os fornecedores estão até mesmo dispostos a negociar contratos passados e, assim, viabilizar os investimentos futuros. Do total de R$ 1,19 trilhão previstos, R$ 697 bilhões correspondem a projetos ainda na fase de intenção, dos quais R$ 350 bilhões sequer têm data para iniciar. “Estaríamos sendo muito otimistas se esperássemos que tudo que está em projeção venha a sair do papel”, ressalta o vice-presidente da Sobratema, Erinilson Daniel. Além da área de petróleo e gás natural, o segmento de logística também é bastante atrativo a cons- Se o total de obras sair do papel como o previsto é possível, entretanto, que já em 2014 a meta do governo seja alcançada e, em 2015, a recomendação da Cepal Ed Ferreira/Ag. Estado [email protected] Steferson Faria/Ag. Petrobras Fernanda Nunes Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 5 Divulgação USINA DE BELO MONTE Trabalhadores entram em greve Murillo Constantino Divulgação Pugás/DNIT Ari Versiani/AFP Na manhã de ontem, 27 mil empregados que trabalham na construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (PA) paralisaram as atividades, por tempo indeterminado. Em assembleia sábado, eles haviam rejeitado a proposta do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), que prevê um reajuste salarial de 11% para a maioria dos trabalhadores. Os empregados reivindicam 15%. ABr Quase a metade dos projetos previstos caberão à Petrobras, principal responsável pela produção de petróleo nas reservas do pré-sal e por construir novas refinarias de petróleo trutoras e fabricantes de máquinas e equipamentos, de acordo com a Sobratema. “Há uma grande expectativa nas concessões em transporte. Ainda estamos apanhando, tivemos sucesso em duas rodovias apenas”, diz Daniel. Em sua opinião, algumas rodovias não têm fluxo de veículos suficiente para garantir o retorno do investimento e, por isso, suas concessões estariam atreladas ao subsídio do governo. O vice-presidente da Sobratema, assim como o sócio da área de Direito Regulatório do Siqueira Castro Advogados, Márcio Reis, aposta na entrada de construtoras estrangeiras nos próximos anos. Para Reis, entretanto, a tendência é que as companhias internacionais entrem como parceiras das nacionais. “Do ponto de vista de mercado, como há grandes e potentes empreiteiras no Brasil, talvez as estrangeiras fiquem receosas em participar sozinhas dos leilões, por causa do déficit de conhecimento do mercado. É mais provável, em um primeiro momento, que arrematem participações”, aposta Reis. O trem de alta velocidade (TAV) é o projeto com mais dificuldade de atração de investidores, afirma o especialista. Já os aeroportos são os mais atrativos. O economista da UFRJ João Saboia destaca ainda a morosidade dos projetos executados pelo governo e o clima de incerteza que atrapalha o investimento privado. “O Brasil tem muito espaço para investimento, um potencial enorme. Mas é preciso melhorar um pouco o clima geral”, avalia Saboia. Para Reis, no entanto, o governo já deu sinais claros que o modelo de investimento daqui para frente é o de concessão. “O papel do Estado é fiscalizador, não de executor”. Fornecedores e Petrobras em busca de acerto As construtoras e os fabricantes de equipamentos estão dispostos a negociar contratos passados com a Petrobras para contribuir com o caixa da empresa e na viabilidade de projetos futuros. Sobre as negociações que estão em processo, o vice-presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), Erinilson Daniel, afirma que “há um esforço dos dois lados”. “A direção atual da Petrobras é técnica e está se organizando, com mais objetividade nos projetos e priorizando aqueles que estão mais próximos de entrar em operação”, diz ele. Diante do congelamento dos preços dos combustíveis e da necessidade crescente de investimento, principalmente, no pré-sal e em novas refinarias, a Petrobras vem apresentando dificuldades de caixa. Uma das alternativas da diretoria da empresa foi renegociar os contratos com os seus fornecedores, sobretudo no que diz respeito a valores adicionais àqueles previstos para as obras. Segundo Daniel, uma sondagem recente realizada com as fornecedoras da estatal revelou que a maioria considera que a empresa tem uma postura positiva na condução das suas finanças e acredita que o governo irá conceder o aumento dos preços dos combustíveis para garantir os recursos necessários para a Petrobras levar adiante as obras planejadas. “As empresas percebem que a Petrobras está se organizando. A sensibilidade da pesquisa com os empresários da construção é que a empresa está no caminho certo. O que se espera é uma Petrobras mais robusta em 2014”, diz ele. As empresas fornecedoras da estatal foram pegas desprevenidas com a decisão de rever os contratos, segundo o executivo. E, somente agora, em meio à renegociação, “estão encontrando um caminho” que solucione os seus caixas. Procurada, a Petrobras informou que não se posicionaria sobre os investimentos previstos e que, neste momento, revisa o seu plano estratégico para os próximos cinco anos. 6 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 ▲ BRASIL EPE quer R$ 17,9 bi em investimentos na transmissão Plano da Empresa de Pesquisa Energética prevê 13 mil quilômetros de linhas para melhorar o intercâmbio entre as regiões do país Evandro Monteiro A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) propôs ao governo a construção de 13 mil quilômetros de linhas de transmissão e 39 subestações de energia elétrica no país até 2018. A proposta faz parte do segundo ciclo do Programa de Expansão da Transmissão (PET), divulgado ontem pela autarquia responsável pelo planejamento do setor elétrico. O plano tem por objetivo melhorar a segurança no fornecimento de eletricidade no país e vai demandar investimentos de R$ 17,9 bilhões. O segundo ciclo do PET abrange o período entre 2013 e 2018 e já foi encaminhado ao Ministério de Minas e Energia (MME) para que os projetos sejam licitados ao longo do ano que vem. Segundo a EPE, a programação de investimentos contempla “instalações de transmissão visando a expansão da rede básica de modo a garantir as condições para atendimento às necessidades de intercâmbio entre as regiões do país”, para melhor aproveitamento das diferentes condições hidrológicas do Brasil. A EPE ressalta, ainda, que os investimentos de R$ 17,9 bilhões, previstos no segundo ciclo 2013 do PET, referem-se a projetos cujos estudos já estão concluídos, mas que ainda não foram licitados. A previsão é que os novos empreendimentos entrem em operação até o final de 2018. A EPE admite que poderá, neste período, acrescentar ao PET outros projetos que ainda se encontram em fase de estudos. Neste sentido, a partir deste ano, a EPE passará a publicar duas atualizações anuais do PET, tendo como objetivo principal “dar celeridade ao processo de licitação das obras e mitigar atrasos na implementação das expansões do Sistema Interligado Nacional (SIN)”. Além disso, a EPE expandiu o horizonte das obras que compõem os ciclos semestrais do PET para seis anos, ao invés de cinco. NÚMEROS R$ 4,3 bi Investimento previsto no maior sistema do Plano de Expansão da Transmissão, que vai escoar a energia de Belo Monte. 2017 Prazo para conclusão das obras do sistema de Belo Monte, que prevê duas subestações e 2,1 mil km de linhas de transmissão . Plano de transmissão passa a ser publicado duas vezes ao ano, para acompanhar andamento das obras O segundo ciclo do PET abrange o período entre 2013 e 2018 e já foi encaminhado ao Ministério de Minas e Energia para que os projetos sejam licitados ao longo do ano que vem Regionalmente, o subsistema Sudeste/Centro Oeste, onde estão os principais reservatórios de hidrelétricas do país, ficará com a maior extensão de linhas de transmissão (4.286 quilômetros) e a Região Sul com o maior número de subestações (14). O maior volume de recursos para a construção de novas linhas de transmissão será demandado pela Região Norte, cujos 3.764 quilômetros de linhas de transmissão a serem construídos demandarão investimentos no período de R$ 4,3 bilhões, do total de R$ 9,7 bilhões previstos para a expansão das linhas em todo o Brasil. entre os projetos no Norte, há dois grandes sistemas de transmissão para reforçar a qualidade do atendimento na região metropolitana de Belém e no sudeste do Pará. Um dos principais projetos do plano, com investimentos previstos de mais de R$ 4,3 bilhões, é o sistema de escoamento da energia de Belo Monte, maior hidrelétrica em construção no Brasil, que prevê uma subestação de 500 quilovolts (kV), e linhas ligando a usina à hidrelétrica de Estreito, na divisa entre Maranhão e Tocantins, além de uma subestação de 500 kV na ponta final das linhas. O prazo para a conclusão da obra é janeiro de 2017. Já o subsistema Sudeste/Centro-Oeste demandará o maior volume de recursos para a construção de nove novas subestações: R$ 3,1 bilhões do total previsto de R$ 8,2 bilhões. Para a construção das 14 subestações da Região Sul estão previstos recursos de cerca de R$ 2,1 bilhões. No sul, existe grande preocupação do setor com relação ao esgotamento da capacidade de intercâmbio com outras regiões do país. Este ano, o governo realizou dois leilões de linhas de transmissão e subestações — no segundo, conseguiu interessados para um sistema que reforça o transporte da energia das usinas do Rio Madeira, principal fonte da expansão da oferta nos próximos anos, para os mercados do sudeste e do sul. Um terceiro leilão pode ser realizado ainda em dezembro, com lotes que não tiveram interessados na segunda oferta, realizada este mês. Nicola Pamplona e ABr Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 7 Carlos Moraes ATIVIDADE INFORMAL E ILEGAL Cai a atividade econômica subterrânea As atividades econômicas subterrâneas, praticadas pelos setores informais e ilegais — que incluem de vendas por ambulantes até práticas criminosas, como o tráfico de drogas — somaram R$ 760 bilhões em 2013, segundo levantamento da Fundação Getulio Vargas e o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial. O resultado é 0,8 ponto porcentual menor em relação ao ano anterior. ABr. Big Data da economia brasileira Nova plataforma mapeia desde tipos de atividades até ocupações e exportações de estados e municípios do pais Aline Salgado [email protected] Tendo a Tecnologia da Informação como principal aliado, um projeto inovador promete mudar a forma como se estruturam políticas públicas e investimentos privados em todo o Brasil. Construído para ser uma plataforma inteligente de dados, o DataViva, que será lançado hoje pelo governo de Minas Gerais, compila informações colhidas em dez anos (2002 a 2012) por meio da Relação Anual de Informações Sociais (Rais/ Ministério do Trabalho e Emprego), somada a dados de exportações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e as apresenta num formato interativo e de fácil uso. A ferramenta permite, em poucos cliques, saber o perfil populacional, os tipos de atividades desenvolvidas, as ocupações formais, a média salarial por categoria, além dos produtos e volumes exportados em cada um dos 26 estados e milahres de municípios do país e compará-los entre si. “O DataViva acabou se tornou algo muito mais complexo. Um sistema que agregou diversas bases que nos permitem fazer comparações e predições mais ricas sobre a economia de todo o país”, afirma André Barrence, diretor presidente do Escritório de Prioridades Estratégicas do Governo de Minas, que assina o projeto junto com os professores do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Cesar Hidalgo, e da Harvard Kennedy School, Ricardo Hausmann . “ O DataViva vai nos ajudar a identificar vantagens competitivas em Minas. O projeto vai evoluir e vamos incluir outros dados de movimentação de mercadorias” Dorothea Werneck Sec. Desenv. Econ. de Minas Gerais Com investimento de R$ 1 milhão, 18 meses de trabalho e uma equipe de sete profissionais no Brasil e nos EUA, a plataforma digital conta com oito aplicativos onde é possível ter acesso a mais de 100 milhões de visualizações. A ideia inicial, conta André Barrence, era que a ferramenta fosse de uso exclusivo do Estado de Minas, mas, no meio do processo, o projeto aumentou de tamanho. “O Cesar Hidalgo do MIT tinha um projeto publicado que era o Atlas de Complexidade da Economia, baseado apenas na exportação de produtos de todos os países. A partir deessa ideia, agregamos valor ao atrelar outra base rica, já pública porém pouco utilizada, que era a Rais”, explica o diretor presidente do Escritório de Prioridades Estratégicas. Segun- do ele, um convênio com os ministérios do Trabalho e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio dará conta de atualizar periodicamente as informações da base. Secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas, Dorothea Werneck, diz que a plataforma vai ajudar a aprimorar políticas e metas do governo na área de econômica. Ela antecipa que o governo já vem colaborando, inclusive, para uma nova versão da plataforma. “O DataViva vai nos ajudar a identificar vantagens competitivas em Minas. O trabalho hoje realizado se baseia muito em números do estado para a exportação, mas o projeto vai evoluir e pretendemos incluir dados de movimentação de mercadorias, que serão passadas pela Secretaria de Fazenda”, diz. 8 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 OLHAR DO PLANALTO SONIA FILGUEIRAS [email protected] RETRAÇÃO LENTA E GRADUAL Editoria de Arte O exame da participação de bens de elevada intensidade tecnológica na pauta de exportações brasileira mostra uma insignificância contínua e decrescente. Desde 1996, quando começa a série histórica mais à mão no portal do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a participação de itens de elevado conteúdo tecnológico, como os aeronáuticos e os equipamentos de som, telecomunicações e imagem, só ultrapassaram os dois dígitos em 2000 e 2001, quando alcançaram 12% do total das exportações. O pico foi motivado quase que integralmente por motivos conjunturais — além de um bom desempenho na venda de aviões, o Brasil disparou na exportação de celulares, que depois foi lentamente minguando. A série do Mdic termina praticamente igual ao seu início. Em 1996, produtos de elevada sofisticação tecnológica correspondiam a 4,2% do valor global das exportações. Em 2012, equivaliam a 3,2% do total exportado. Do auge de 2000 a 2012, o encolhimento foi de 8,6 pontos percentuais. Neste ano, pouca coisa deve mudar. Os dados do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), que também acompanha o desempenho da indústria exportadora, apontam que, até o terceiro trimestre de 2013, a fatia dos produtos tecnologicamente avançados estava em 3,7% do total. No caso da indústria de média-alta tecnologia, a queda na participação entre 2000 e 2012 foi de 6,5 pontos percentuais – passou de 23,1% para 16,6% do total exportado. Nesse grupo estão máquinas e equipamentos elétricos, equipamentos para ferrovia e material de transporte e veículos automotores e bens de capital. Os dois grupos juntos representavam 20% das exportações brasileiras em 2012 e, em 12 anos, a retração foi de 15 pontos percentuais. O restante das exportações industriais referia-se a produtos siderúrgicos, derivados de petróleo refinado e outros combustíveis, madeira, papel e celulose, têxteis e calçados, dentre outros. São todos classificados nos grupos de média-baixa e baixa intensidade tecnológica. De novo, os dados do Iedi para 2013 prenunciam pouca mudança em 2013: a participação acumulada até setembro está na mesma faixa de 16%. As exportações de automóveis, em recuperação recente, não parecem estar sendo suficientes para dar fôlego ao número. A divisão por intensidade tecnológica é uma das formas possíveis de esmiuçar o valor agregado do que o Brasil exporta no grande grupo dos chamados produtos manufaturados. E esse grupo viu sua participação reduzida em 20% na pauta de exportações entre 2007 e 2012. No mesmo período, produtos básicos como petró- leo, grãos e alimentos registraram expansão idêntica, de 20%. Em resumo, além de a participação dos manufaturados estar diminuindo como um todo, a qualidade da sua composição pouco mudou em mais de uma década — a presença da indústria de elevada e de média-alta tecnologia na pauta se mantém tímida. Segundo o coordenador do grupo de estudos de conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Fernando Ribeiro, o câmbio é a menor parte do problema: “O principal é conhecido: a baixa taxa de investimentos da economia brasileira. O Brasil investe pouco, e menos ainda em inovação especificamente”. O retrato quase imutável da composição da nossa pauta industrial é também indicativo de que o Brasil não consegue sofisticar a composição de suas exportações industriais e tornarse competitivo nessa área. Somos quase sempre passivos seguidores das demandas do mercado internacional. O desmatamento e a disposição política O aumento de 28% do desmatamento entre agosto de 2012 e julho de 2013 na Amazônia Legal, O Brasil não consegue sofisticar a composição de suas exportações industriais e tornar-se competitivo nessa área. Somos quase sempre passivos seguidores das demandas do mercado internacional em comparação ao mesmo período anterior, reavivou um corriqueiro mal-estar existente dentro do governo no que se refere ao combate à destruição do meio ambiente: áreas como as de Agricultura e Energia não parecem ter o mesmo empenho dos órgãos ambientais em controlar a derrubada de vegetação nos projetos sob suas áreas de atuação. O conflito interno leva especialistas em meio ambiente a concluir que o combate ao desmatamento no Brasil precisará de bem mais empenho para tornar-se uma política de governo. Guerra do algodão A reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex), marcada para hoje, deve discutir algum ti- Produtores nacionais de algodão se movimentam por uma atitude firme do governo para retaliar os EUA, pelo não pagamento de reparação ordenada pela OMC po de retaliação à suspensão dos pagamentos, pelos Estados Unidos, da reparação financeira aos cotonicultores brasileiros. A compensação foi determinada pela Organização Mundial do Comércio (OMC), por conta de práticas protecionistas norte-americanas. O setor se movimenta intensamente em Brasília em busca de uma posição firme do governo brasileiro para que os pagamentos, suspenso ha três meses, sejam retomados. Na véspera da agenda, que envolve oito ministros, o consenso em torno do tema — sensível, porque envolve mais uma rusga com o governo de Barack Obama — ainda estava em construção. Coluna publicada às quartas-feiras Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 9 10 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Ag. Vale ▲ BRASIL TRIBUTAÇÃO Julgamento da Vale no STF é suspenso O ministro Ari Pargendler, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), pediu vistas ao processo da Vale sobre tributação no exterior, suspendendo o julgamento — que começou ontem e que já tinha dois votos registrados: um do relator, a favor da empresa, e outro a favor da Fazenda Nacional. O governo diz que a Vale deve cerca de R$ 30 bilhões em tributos, mas a empresa contesta esse valor. Reuters Por um Brasil sem febre aftosa Sete estados devem ser reconhecidos como livres da doença, com vacinação, pela OIE, em maio do ano que vem Divulgação Patrycia Monteiro Rizzotto OS ESTADOS E A AFTOSA [email protected] São Paulo O Brasil está avançando para se tornar reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como país livre da aftosa — o que promete alavancar as exportações nacionais de carne. Recentemente mais sete estados brasileiros conseguiram entrar na lista daqueles considerados “livres da aftosa, com vacinação”, fazendo com que o país some atualmente 23 unidades da federação com o status sanitário, além de Santa Catarina, que é considerada livre da doença sem vacinação. De acordo com o Ministério da Agricultura, até maio de 2014 a OIE deve emitir certificado para Maranhão, Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. Mas o objetivo do Brasil é obter da entidade o status de país livre da doença até 2015. Para tanto, ainda falta melhorar o status sanitário do Amapá e Roraima, ainda considerados de alto risco para a doença, e de parte do Estado do Amazonas — que ontem teve seu status rebaixado de para área de risco médio, por meio de instrução normativa publicada no Diário Oficial da União. Segundo Fernando Sampaio, diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o reconhecimento da OIE abre uma nova perspectiva. “O Brasil já é o maior exportador mundial de carne bovina e este ano deve registrar uma receita recorde de US$ 6 bilhões. Mas com esse reconhecimento, poderemos exportar para os maiores consumidores internacionais do produto, como Estados Unidos, México, Canadá, Indonésia, Japão e Coréia do Sul, que juntos detém 40% de participação no mercado consumidor mundial. Se tudo der certo, a partir de 2015 o Brasil vai acelerar suas exportações de carne e aumentar a rentabilidade”. Em consonância, Antenor Nogueira, presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), diz que a exportação para esses novos mercados vai agregar valor à carne brasileira e que a unificação do status sanitários de todos os estados e o consequente reconhecimento da OIE vão conferir uma espécie de selo de qualidade que facilitará o acesso também ao mercado consumidor europeu. “Poderemos nos habilitar para exportar ■ Maranhão, Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte foram reconhecidos pelo Ministério da Agricultura como regiões “livres da aftosa, com vacinação”. A previsão é que em maio de 2014, a OIE emita certificado reconhecendo o status sanitários desses estados. ■ Desde 2000, Santa Catarina está livre da febre aftosa sem vacinação. Em 2007 o estado foi reconhecido internacionalmente por essa conquista, possível devido às barreiras que não permitem a entrada de bovinos vivos vindos de outros estados. Meta do país é ser considerado, pela Organização Mundial de Saúde Animal, livre da aftosa em 2015 ■ Amapá e Roraima são os únicos estados brasileiros considerados como regiões de “alto risco para aftosa”. Ontem o Ministério da Agricultura reconheceu o estado do Amazonas como “zona de risco médio” O Brasil já é o maior exportador mundial de carne e deve bater recorde de receita nas vendas externas do produto este ano, atingindo um faturamento de US$ 6 bilhões do 212,8 milhões cabeças que ocupam 160 milhões de hectares de pastagem. O país produz 9,4 milhões de toneladas de carne. No acumulado de janeiro a outubro deste ano, o Brasil já exportou 1,2 milhão de toneladas do produto, atingindo uma receita de US$ 5,4 bilhões, registrando crescimento de 18,8% no volume e 12,5% no faturamento em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Guilherme Marques, as iniciativas brasileiras de combate à aftosa vêm sendo implementadas de forma organizada desde a década de 1960. Em 1992, o governo federal lançou o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa), visando implantar zonas livres da doença no país. A primeira zona livre foi conquistada em 1998, em parcerias com os governos estaduais e suas agências de defesa sanitária animal e a iniciativa privada. “Além do potencial aumento das exportações, o reconhecimento da OIE vai permitir inclusive uma diversificação da pauta de exportações brasileira. Acredito que no Nordeste ocorrerá uma especialização do rebanho, principalmente de caprinos e ovinos. A condição sanitária hoje presente é um dos fatores que limita os nordestinos de ampliar os rebanhos dessas espécies e investirem em melhoramento genético” diz. para a União Europeia, que tem os seus próprios critérios” . De acordo com Nogueira, o fato de alguns estados terem demorados mais que outros para melhorar suas classificações de risco é decorrente das prioridades econômicas. “Nos estados onde a atividade pecuária tem peso, rapidamente se avançou no processo, como São Paulo, Mato Grosso e Goiás”, reflete. Na opinião dele, o Brasil deveria firmar parcerias com os países vizinhos, como Bolívia e Venezuela, entendendo que o processo de erradicação da doença é continental, estabelecendo cooperação técnica. Segundo dados do Ministério da Agricultura, nos últimos dois anos o governo brasileiro investiu cerca de R$ 34,8 milhões para controle da doença. Atualmente o rebanho bovino brasileiro é forma- Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 11 Divulgação MEIA ENTRADA Projeto já está pronto para ser votado Está pronta para ser votada no Senado (ainda sem data) a mudança das regras para a concessão da meia-entrada em espetáculos culturais e esportivos. Pelo texto, o benefício não se aplica à Copa do Mundo de 2014 nem aos Jogos Olímpicos. Além de estudantes e idosos terão direito à meia-entrada pessoas com deficiência física e seus acompanhantes. ABr Geraldo Magela/Ag. Senado Mudança no texto leva o Senado a adiar votação do PNE Senador Álvaro Dias fez 101 alterações em substitutivo e forçou novo adiamento Edla Lula [email protected] Brasília A Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado adiou mais uma vez (para hoje) a votação do Plano Nacional de Educação (PNE). O motivo seria a necessidade de os membros da comissão terem mais tempo para avaliar alterações feitas no texto pelo relator Álvaro Dias (PSDBPR). A votação já havia sido adiada na semana passada. Dias acatou 44 das 96 emendas apresentadas e fez 101 alterações no substitutivo do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Por isso, as lideranças pediram novo prazo para avaliar. Por trás das negociações, está a pressão do governo para que o relator retroaja aos pareceres aprovados anteriormente na CCJ e na Comissão de Assuntos Econômi- cos (CAE). O relatório de Álvaro Dias praticamente recupera o texto aprovado na Câmara, que alterou substancialmente o projeto original do governo, mas sofreu modificações nas emendas substitutivas aprovadas pelas duas comissões do Senado, retornando à proposta do Planalto. Entre os pontos nevrálgicos que incomodam o governo, estão a definição do investimento público em educação e o item que cria normas para inclusão educacional, a meta 4. No caso do investimento público, Dias resgata a expressão usada na Câmara prevendo a obrigatoriedade da destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para “investimento em educação pública”. O governo defende a citação do "investimento público em educação”, como está nos pareceres anteriores. “O termo ‘financiamento público em educação’, que é usado na Constituição, permite ao gover- Manifestantes, que defendem 10% do PIB para a educação, saíram frustrados da sessão no Senado Uma troca no texto — de “investimento público em educação” para “investimento em educação pública” —preocupa o governo, que teme perder recursos para Fies, Prouni e Pronatec no incluir programas como o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil)”, defende Rêgo, ao ressaltar que a expressão “financiamento em educação pública” acaba por restringir o financiamento apenas ao setor público. Álvaro Dias, por sua vez, diz que houve um entendimento, ao longo das audiências públicas feitas com a participação de especialistas, de que “o investimento educacional público só pode ter como destinatário principal o setor público”. O relator lembra que criou um dispositivo preservando, pelos próximos dez anos, tanto o Fies quanto o Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e também os programas de bolsas como o Ciências Sem Fronteiras. “Essa parceria com o setor privado, no momento, é relevante para a expansão da educação no Brasil. Por isso, o relatório garante a manutenção desses programas”, afirma o relator. Dias também incluiu, como fonte de financiamento, além dos recursos do pré-sal, recursos da mineração, cuja legislação passa por modificações no Congresso, e o bônus do pré-sal, que rendeu ao governo R$ 15 bilhões. “O governo está relutando em aceitar essa fonte”, disse Dias. Pesquisa vai mensurar analfabetismo científico Índice será útil para orientar políticas públicas educacionais, com ênfase em ciência e tecnologia Rodrigo Carro [email protected] Pesquisadores do Ibope vão a campo entre janeiro e fevereiro do próximo ano para medir pela primeira vez a familiaridade dos brasileiros com o conhecimento científico. Serão entrevistadas 2 mil pessoas em 11 regiões metropolitanas do país. A pesquisa segue os moldes do Inaf, indicador criado em 2001 para mensurar os níveis de analfabetismo funcional da população adulta. A divulgação dos resultados está prevista para março de 2014. “Queremos medir qual o nível de conhecimento científico e as implicações que esse conhecimento tem no cotidiano da população”, explica Ricardo Garcia, CEO da Abramundo, empresa brasileira à frente do projeto de criação do novo indicador. Especializada em desenvolver e produzir materiais destinados ao ensino de ciências, a Abramundo fechou parceria com a organização não governamental Ação Educativa. A ONG ficou responsável por desenvolver a metodologia da pesquisa, similar à do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e à da Prova Brasil (cujos resultados são usados no cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). A meta é repetir o levantamento a cada um ou dois anos. O universo da pesquisa abrange as cida- “ Do ponto de vista do aumento da produtividade, o crescimento econômico foi nulo nos últimos dez anos. O fato de a produtividade não ter avançado é um limitador para o país” Ricardo Garcia Presidente da Abramundo des de Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Distrito Federal, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. “Vamos testar a hipótese de que o analfabetismo é uma âncora que atrasa o desenvolvimento econômico brasileiro”, diz Ana Lúcia Lima, diretora executiva do Instituto Paulo Montenegro, braço social do Ibope. Como já acontece com o Inaf, o novo indicador focado em ciência e tecnologia terá quatro níveis para classificar o entrevistado: analfabeto em ciências e alfabetizado rudimentar, básico e pleno. Uma das principais diferenças em relação ao Inaf está na faixa etária pesquisada, que no caso do novo índice irá dos 15 aos 40 anos, enquanto no indicador de analfabetismo funcional os entrevistados têm de 15 a 64 anos. “Assim como o Inaf, essa é uma iniciativa que pode servir para orientar políticas públicas”, diz Ana Lúcia. A importância da qualificação da mão de obra fica evidente, segundo o presidente da Abramundo, quando se analisa o processo de expansão da economia brasileira num passado recente. “Do ponto de vista do aumento da produtividade, o crescimento econômico foi nulo nos últimos dez anos”, argumenta Garcia. “O fato de a produtividade não ter avançado é um limitador para o país”. Testes internacionais, como o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), indicam que os estudantes brasileiros na faixa dos 15 anos têm desempenho abaixo da média em ciências. 12 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 ▲ EMPRESAS Editora: Flavia Galembeck [email protected] Para Multiplan, agora é a hora de expandir os shoppings Embalada pelo crescimento das cidades, companhia aumentou a área dos empreendimentos de compras e de uso misto. Em 2014, empresa avalia a expansão do novato Village Mall, no Rio, e já comprou o terreno ao lado Fernando Souza Erica Ribeiro [email protected] Com 18 shoppings em funcionamento, a Multiplan quer estar na rota do crescimento das cidades. O mais recente ciclo de investimentos — que inclui a construção de prédios residenciais e torres de escritórios — demandou recursos de R$ 3 bilhões e foi resultado de um planejamento iniciado em 2009. Foram entregues somente neste ano o Morumbi Corporate, a expansão do Ribeirão Shopping, o Parque Shopping Maceió, o ParkShopping Campo Grande, na zona Oeste do Rio, o Jundiaí Shopping, além de expansões em outros empreendimentos. Para o vice-presidente e diretor de Relações com Investidores da Multiplan Armando d’Almeida Neto, esse é um mercado que ainda tem muito para crescer. “Em agosto de 2009 fizemos uma emissão primária de ações para ter uma estrutura mais robusta e fazer frente aos empreendimentos. Com isso, de 2010 para cá crescemos em 70% a nossa Área Bruta Locável (ABL). Tudo é uma questão de oportunidade. Agora estamos trabalhando em novos projetos e expansões para um novo ciclo. No Rio, por exemplo, teremos mais um projeto na zona Oeste da cidade”, diz. Ele acrescenta que as oportunidades surgem também da necessidade crescente de conveniência queapopulaçãotem porcontadadificuldadecadavezmaior dedeslocamento nas cidades. A vida corrida ajuda, de certa forma, no desenvolvimento da indústria de shoppings. “Hoje, o deslocamento de uma pessoa de casa para o trabalho é muito difícil. O crescimento das grandes cidades no Brasil traz um tráfego muito maior de veículos. A falta de tempo não deixa o consumidor fazer o que gostaria. Somado a isso, os shoppings no Brasil unem entretenimento, conveniência e compras. A palavra é mesmo conveniência. E nesse sentido se cria um ambiente para que o mercado cresça”, pondera Neto. Ele continua dizendo que, em 2001, 11% das vendas do varejo passavam pelo shopping center. Dez anos depois, em 2011, esse percentual já tinha dobrado, para Neto, da Multiplan: em busca de oportunidades para manter a expansão. Novo ciclo de investimentos inclui Zona Oeste do Rio “ O crescimento das grandes cidades no Brasil traz um tráfego muito maior de veículos. A palavra é mesmo conveniência. E nesse sentido se cria um ambiente para que o mercado cresça” Armando d’Almeida Neto Vice-presidente da Multiplan 22%, 23%. Sinal claro do poder de atração de consumo gerado pelo centro de compras. “É um grande pilar para a indústria. Não vejo porque parar de crescer. França e Inglaterra têm taxas de 28%. Estados Unidos, México e Canadá apresentam percentuais de 50%”, diz. Quanto aos projetos multiuso, ele destaca que essa é uma característica da Multiplan desde seu início no mercado. “Nosso pensamento é de longo prazo, com empreendimentos que permitam projetos futuros e reinvestimento. Temos shoppings iniciados há 30 anos em constante expansão, como é o caso do BarraShopping”, destaca. Sobre o Village Mall — empreendimento na Barra da Tijuca voltado para o mercado de luxo e que faz parte da área que contempla o BarraShopping, New York City Center e o condomínio residencial Península — , Neto afirma que o resultado está dentro do esperado. Novas marcas estão sendo negociadas. A rede Forever 21 já tem um tapume informando sua chegada. E, apesar de a Multiplan não confirmar, a primeira loja da Apple no Brasil já está ganhando forma e abrirá as portas a partir de 2014. Enquanto isso, o terreno ao lado do shopping, onde antes funcionava o hipermercado Walmart, foi adquirido para, em breve se tornar uma expansão do Village Mall. NÚMEROS R$ 270,8 bilhões Receita bruta daMultiplan no terceirotrimestre de2013. Alta de 21%ante omesmo períododo ano passado. 22% Participação das vendas do varejo em shoppings no ano de 2011. Há dez anos, era de 11%. Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 13 Carlo Wrede VAREJO Casas Bahia pode ser multada em R$ 5 mi A Casas Bahia pode ser multada em até R$ 5 milhões por contratar 1.294 trabalhadores temporários com irregularidades, segundo o Ministério Público do Trabalho. A rede é acusada de não atender aos critérios estabelecidos em lei e não apresentar justificativas. As contratações foram feitas por uma terceirizada, que também está sendo processada em R$ 1 milhão por danos morais coletivos. ABr GPA se consolida no topo no varejo Pão de Açúcar lidera novamente ranking da Ibevar; Instituto vê mercado mais maduro e preparado para fusões Daniel Carmona [email protected] São Paulo Com um faturamento de R$ 57,2 bilhões, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) manteve a liderança entre as maiores companhias de varejo do país, segundo ranking das 120 maiores companhias do setor divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar). Auditado pela consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), o levantamento, que considera os faturamentos das empresas em 2012, destacou ainda a evolução da capilaridade das grandes redes, o aumento do número de companhias bilionárias e o amadurecimento do setor para futuras fusões e aquisições. No topo do ranking, além da consolidação do Pão de Açúcar, que em 2011 já havia figurado na dianteira com RS 46,5 bilhões, apareceram Carrefour, em segundo, com R$ 31 bilhões faturados, seguido do Walmart, com R$ 25 bilhões. Na listagem atual, 18 novas empresas entraram para o chamado “clube do bilhão”, o grupo das empresas com receitas acima de R$ 1 bilhão descrito pelo Ibevar, totalizando 72. Segundo a entidade, esse número deve seguir em franca expansão nos próximos anos devido ao crescimento orgânico das companhias somado às fusões e aquisições. No ranking 2013, que será publicado em 2014, a projeção é que 15 novas companhias entrem nesse patamar. “As empresas que não estão entre as bilionárias começam a per- ceber que é necessário mudar de fase para manter a competitividade. É por isso que a união entre companhias deve ganhar intensidade”, considera Jorge Inafuco, gerente sênior da área de Vendas e Consumo da PwC. Cerca de 10% das 770 fusões e aquisições registradas em 2012 ocorreram entre companhias varejistas ou de consumo. O percentual deve ser mantido em 2013, quando são esperadas 880 novos processos de recomposição entre as empresas. Em relação à capilaridade dos maiores players do país ainda há um terreno bastante amplo para a expansão, aponta Cláudio Felisoni, presidente do Ibevar. “O varejo cada vez mais se assemelha, com isso, o preço passa a ser o atributo qualificador. Isso quer dizer que é preciso ter cada vez mais es- cala para ganhar dinheiro. Até as redes premium e luxo se movimentam nesse sentido”, diz ele, ao revelar que apenas sete grupos varejistas operam com mais de mil lojas no país (Grupo Pão de Açúcar, Máquina de Vendas, O Boticário, Brazil Pharma, Cacau Show, Bob’s e AM/PM). No ano passado, eram cinco. Com presença em todos os estados do país, o número de varejistas também é considerado baixo: nove ao todo. Setorialmente, apesar da liderança dos super e hipermercadistas (com 57,4% de todo o faturamento das 120 companhias), o crescimento de 12,5% na receita ficou abaixo da média de 14,8%. Nesse sentido, Moda e Esportes (20,8%); Eletrônicos e Móveis (17,1%); Fast-food, Conveniência e Restaurantes (16,6%) foram os que mais cresceram. RANKING DO VAREJO ■ Com1.822 lojas, oGrupo Pão deAçúcar reforça aliderança com faturamentode R$57,2 bilhões em 2012. Éseguido por Carrefour (R$ 31,4 bilhões, 236 lojas) e Walmart (R$25bilhões, 547unidades) ■ Habib’s, Leader, International Meal Company (IMC), Bob’s, Comercial Zaragoza, Drogaria Araújo, Fujioka Eletro Imagem, AM/ PM, Giassi, Supermercado Bahamas, Inbrands, Drogaria Nissei, Companhia Sulamericana de Distribuição e Móveis Romera foram as empresas que entraram para o chamado “clube do bilhão” da Ibevar. 14 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 ▲ EMPRESAS Murillo Constantino “ Vamos testar uma ideia. Ver como vai ser. Se der certo, vai para todas as lojas, inclusive nos Estados Unidos. Por enquanto, é um mostruário de alguns produtos (cachaças, vinhos e talheres)” Jandir Dalberto Diretor da Fogo de Chão no Brasil De garçom a executivo: se as decisões globais hoje partem de Dallas, no Texas (EUA), aqui quem bate o martelo é Jandir Dalberto Esquenta a disputa por rodízio nos Jardins Depois de tentar comprar concorrente, Fogo de Chão abre nova unidade a menos de 1km Daniel Carmona [email protected] São Paulo No ano passado, entre sigilosos encontros despistados sob o rótulo de “almoço de negócios”, Jandir Dalberto, que hoje comanda as operações brasileiras da Fogo de Chão, tentou convencer os irmãos Jorge Luis e Giovani Laste, proprietários da tradicional churrascaria paulista Vento Haragano, de que era chegado o momento de eles venderem o negócio. Sob a diretriz do fundo americano Thomas H. Lee Partners, que havia acabado de adquirir por US$ 400 milhões as operações totais da Fogo de Chão da GP Investments, compar a Haragano significaria, de uma vez só, dissolver um forte concorrente e assumir um ponto de venda cobiçado em São Paulo. Mas a negociação entre gaúchos, que inicialmente avançou a ponto de ser avaliada por especialistas em private equity, não chegou ao desfecho esperado por Dalberto. “Acontece. Eles preferiram não ir adiante”.Aresposta,noentanto, estava por vir. Um ano depois de adiar a abertura de uma unidade na regiãodaAvenidaPaulista,mais precisamente para os lados do nobre bairro dos Jardins, a Fogo de Chão abriu nesta semana as portas de sua nona unidade no país. E a exatas seis quadras, ou um quilômetro, da Haragano, sob números que ajudam a entender esse desejo: na região há 103 hotéis, 498 instituições bancárias e uma boa concentração de salários gordos, que podem sustentar refeições na casa de R$ 100 (o valor aproximado do rodízio, sem bebidas e ou sobremesa). “Já que eles não quiseram, nós viemos mesmo assim”, brinca Dalberto, que garante não carregar mágoa alguma da negativa. “São negócios”, acrescenta. De fato, para quem começou como garçom há mais de vinte anos, passou por todas as posições na churrascaria, chegou ao cargo máximo no Brasil em 2010 e, de quebra, é convidado a opinar em alguma das decisões tomadas nos Estados Unidos, onde hoje está o principal mercado da Fogo de Chão (e sob gestão de executivos americanos), águas passadas são, de fato, águas passadas. Ainda mais para quem prevê um faturamento entre R$ 17 milhões e R$ 20 milhões anuais apenas com a recém-inaugurada unidade na Rua Augusta. Além da conhecida e perfumada carne premium como estrela principal de um completo menu, Dalberto testa na nova Fogo de Chão, a quinta da capital paulista e a nona do país, a viabilidade de uma butique de produtos com a assinatura da própria churrascaria. Inicialmente, estão à disposição dos clientes três cachaças artesanais produzidas no Rio Grande do Sul, quatro tipos de vinhos (um chileno, um argentino, um português e outro italiano) e alguns dos talheres que são tradicionalmente utilizados no estabelecimento. “Vamos testar uma ideia. Ver como vai ser. Se der certo, vai para todas as lojas, inclusive nos Estados Unidos”. Se esse pontapé inicial der certo, Dalberto quer trazer para a “lojinha” itens como churrasqueiras, kits churrasco, aventais, bonés, camisetas e até carnes. Por trás da tacada de marketing, a pretensão da Fogo de Chão é chegar mais preparada aos novos destinos. Até 2015, além de três novas lojas no Brasil, uma delas no Rio, e mais de duas a três nos EUA, onde em dezembro será inaugurada a unidade de Nova York, a ideia é desembarcar em outros dois países. Resta saber quais. “Isso não falamos porque não há nada certo”. Convenhamos, mas para quem disseminou aos americanos o que é a “Brazilian Picanha”, nada parece tão complicado assim. Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 15 Justin Sullivan/Getty Images/AFP MONTADORA Ford emite novo recalls para o Escape A sequência de problemas de segurança da Ford com o Escape ano 2013, com motor de 1,6 litro, continua e a montadora emite mais dois recalls para o modelo. Até agora foram sete recalls do carro, que afetaram 161.334 unidades mundialmente — a maior parte nos Estados Unidos. O problema está no cabeçote do cilindro, que pode levar a vazamentos que poderiam causar incêndios. Reuters Novos rumos na gestão de frotas A entrada de companhia norte-americana deve movimentar o mercado, que empresas avaliam como promissor Patricia Stavis Gladstone Campos Gabriela Murno [email protected] A entrada da norte-americana FleetCor promete intensificar a concorrência no mercado brasileiro de gestão de frotas. Recentemente, a companhia, que atua em mais de 40 países, adquiriu a brasileira CTF Technologies. Com a fusão, a CTF passa a atuar em cartões de abastecimento, core business da FleetCor. O produto será voltado também para frotas urbanas e leves, ampliando o foco da CTF. A atuação nessa nova fatia do mercado é uma das principais ferramentas para a CTF cumprir sua meta de dobrar, até 2018, o volume de combustível transacionado, atualmente de 3,5 bilhões de litros ao ano. Em 2012, o mercado brasileiro de rastreamento de veículos e gestão de frotas movimentou R$ 1,5 bilhão e atingiu a marca de 1,94 milhão de dispositivos em operação na frota nacional, segundo estudo do IDC. A pesquisa apontou ainda que 39% das empresas que já contratam soluções de rastreamento pretendem aumentar esse investimento em 2014. Do total de dispositivos, 65% estão em veículos leves e 35% em veículo pesados. “A entrada no mercado de veículos leves é natural, afinal a FleetCor traz o expertise de outros países. Temos uma solução de rastreamento, mas ainda não sabemos se vamos lançá-la, pois é um mercado muito competitivo”, adianta o presidente da CTF, Paulo Sérgio Bonafina. O mercado de rastreamento e gestão de frotas brasileiro, de acordo com as empresas ouvidas pelo Brasil Econômico, é promissor. Dados do IDC confirmam a tendência de crescimento, já que entre 2013 e 2017, a consultoria projeta aumento de 14% nas vendas e incremento nas receitas de 11,6% ao ano. “ O mercado oferece oportunidades, pela dimensão continental do país e o fato de 60% da produção ser escoada por rodovias. Enxergamos positivamente a gestão de frotas nos próximos dez anos”, afirma Marco Mamari, diretor de marketing e produtos da Ticket Car, que hoje possui dez mil empresas-clientes. Ao todo são 500 mil veículos, atendidos por 14 mil estabelecimentos. A Ticket Car começou pela gestão de combustível. “Em uma transportadora, é uma das áreas de maior expressão em valor. Uma frota leve pode ter até três mil veículos e trabalhar com nota ou dinheiro é complicado”, explica Mamari. Agora a empresa possui também so- “ O nosso objetivo é dar ao dono da frota, seja ele transportador ou dono de indústria, informações em tempo real de onde está a frota dele” Gilsinei Hansen Vice-presidente de Sistemas e Segmentos da TOTVS Divulgação “ O mercado de gestão de frotas brasileiro oferece oportunidades, pela dimensão continental do país e o fato de 60% da produção ser escoada por rodovias” Marco Mamari Diretor de Marketing e Produtos Ticket Car Mathias Cramer “ Há frota em qualquer segmento, mesmo que não seja o negócio principal. Observamos uma tendência de terceirização. As frotas estão entre os cinco maiores custos das empresas” Rodrigo Somogyi A CTF passa a atuar em cartões de abastecimento e frotas leves NÚMEROS R$ 1,5 bi Movimento do mercado brasileiro de gestão de frotas e rastreamento de veículos em 2012. 14% Aumento projetado pelo IDC nas vendas do mercado entre 2013 e 2017. luções para manutenção da frota, despachante para pagar taxas do veículo, telemetria para avaliar o comportamento do motorista e do carro e dimensionamento da frota. “Cerca 12% do gasto excessivo ou desgaste do veículo são provocados pelo comportamento do motorista, ociosidade da frota, marcha lenta e controle inadequado do ativo”, ressalta Mamari. Para o gerente de Inovação da Ecofrotas, Rodrigo Somogyi, o mercado local está em amadurecimento, com frotas não mais restritas às transportadoras. “Há frota em qualquer segmento, mesmo Gerente de Inovação da Ecofrotas que não seja o negócio principal da enpresa. Observamos também uma tendência de terceirização. O transporte está entre os cinco maiores custos das empresas”, diz ele. A empresa fornece serviços como o Good Card, que permite controle automatizado dos gastos. A Ecofrotas tem 11,5 mil clientes, com 640 mil veículos. Entre as novidades estão programas de frotas sustentáveis e Crédito de Carbono, além de integração com telemetria de outras empresas. “Está em conclusão um sistema de integração com a Nota Fiscal Eletrônica. Este vai ser um dos nos- sos diferenciais”, adianta Somogyi. A empresa espera fechar o ano com faturamento de R$ 4 bilhões, mantendo média de crescimento de 20% ao ano. “Hoje, 18% do faturamento é investido em pesquisa e desenvolvimento”, completa. A Totvs, que já oferece softwares que ajudam na gestão das frotas, como os de roteirização, focou na rastreabilidade no último Salão Internacional de Transporte. “O objetivo é oferecer informações em tempo real de onde está a frota”, diz o vice-presidente de sistemas e segmentos da Totvs, Gilsinei Hansen. 16 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 ▲ EMPRESAS Fabricantes de impressoras migram do papel ao serviço Xerox e Lexmark passaram a atuar também como fornecedoras de tecnologia de captura e gestão de conteúdo Murillo Constantino Moacir Drska Simpress criou nova unidade de negócios [email protected] São Paulo A redução dos documentos impressos é uma tendência em curso em qualquer país. Diretamente impactadas por esse cenário, as empresas de equipamentos e serviços de impressão estão buscando um novo papel no mercado: o de fornecedoras de tecnologias de captura e gestão de conteúdo, seja ele impresso ou digital. “O mercado brasileiro de serviços de impressão já é bastante maduro. Na gestão de conteúdo, porém, ainda há um campo virgem muito grande para ser explorado”, diz Diego Silva, analista de mercado da IDC. Segundo a consultoria, o mercado brasileiro de serviços de impressão movimentou US$ 683,7 milhões em 2012. A gestão de conteúdo digital respondeu por US$ 85,2 milhões desse montante. Para 2013, a previsão é de que essa vertente gere uma receita de US$ 97,6 milhões, enquanto o mercado como um todo vai alcançar a marca de US$ 736,7 milhões. O caminho para a expansão dessa oferta passa pelo investimento em aplicações e tecnologias capazes de tornar os diferentes processos e fluxos de informação mais ágeis e produtivos nas empresas. “Os desafios para o setor são justamente entender as dores de seus clientes, conseguir customizar as soluções e fazer com que eles enxerguem que não se trata mais de um contrato de custo por página. Há um serviço mais sofisticado nessa oferta”, diz Silva. Para consolidar esse posicionamento, a americana Lexmark investiu na aquisição de empresas de software. A estratégia teve início em 2010, com a compra da Perceptive Software, especializada em sistema de gestão de documentos, por US$ 280 milhões. Desde então, a companhia adquiriu outras nove empresas. Além de trazer o novo portfólio ao Brasil, a estratégia local da Lexmark está focada na consolidação de um novo modelo comercial. “Estamos estruturando a empresa por verticais, para ter mais profundidade e conhecer os processos específicos de cada setor”, diz Luiz Claudio Menezes, gerente-geral da Lexmark no Brasil. “O plano global é de que, até 2017, 50% da receita venha de serviços. No Bra- Luiz Claudio Menezes: a Lexmark estima que 50% da receita global venha de serviços até 2017 “ Nossa estratégia é unir dados não estruturados — vídeos, áudios, planilhas — com os sistemas de gestão das empresas, para que elas possam ter uma visão mais ampla de seus negócios” Luiz Claudio Menezes Gerente-geral da Lexmark sil, hoje esse índice é de 10%”, observa. Uma das aplicações da Lexmark é a oferta de sistemas para hospitais, que permitem acessar dados como resultados de exames a partir de qualquer dispositivo e local. Além da saúde, a nova estrutura vai incluir unidades para finanças, manufatura, varejo, educação, governo e outros serviços. A oferta de softwares e serviços para diferentes segmentos também é uma das bases da japonesa Canon nesse novo contexto. Uma das aplicações oferecidas pela empresa no Brasil — em parceria com a Totvs — é um scanner touch screen para digitalizar a abertura de contas jurídicas de um grande banco americano, de nome não revelado. Em outra ponta, a companhia tem projetos na área jurídica, com sistemas e equipamentos que digitalizam documentos e processos. “O avanço desse mercado depende da redução da burocracia pelo governo e da cultura — ainda muito presente nessa esfera — de lidar com o papel”, avalia Eduardo Buck, gerente de Grandes Contas da Canon. Nessa fase de transição, uma das iniciativas destacadas pela Xerox é um projeto com a TIM. Hoje, Mesmo não produzindo equipamentos de impressão, a brasileira Simpress vive o mesmo desafio da transição digital que suas rivais multinacionais. Nesse contexto, a companhia de serviços de impressão criou em 2011 uma nova unidade de negócios, a qual responde pela implantação e busca de tecnologias para a gestão de todo fluxo de conteúdo dos clientes. “Queremos deixar de ser uma empresa que lida com documentos para ser uma companhia que trata de informação, seja qual for o formato ou o dispositivo”, diz Vittorio Danesi, presidente da Simpress. Hoje, a unidade responde por 4% da receita da empresa, que fechou 2012 com um faturamento de R$ 431 milhões e projeta encerrar 2013 com uma receita de R$ 480 milhões. “Ainda é uma unidade emergente, mas esperamos crescer 50% nessa vertente nos próximos anos, enquanto nossa oferta tradicional de outsourcing cresce, em média, 10%”. Para impulsionar a nova divisão, a Simpress está apostando na evolução dessa oferta dentro de sua própria base de clientes, que hoje concentra cerca de 900 empresas, com contratos mensais que variam de R$ 15 mil a R$ 1 milhão. grande parte do processo de ativação dos clientes da operadora em suas lojas físicas é de responsabilidade da Xerox, o que envolve desde a captura dos documentos na ponta até a verificação e a validação digital do contrato. “O posicionamento da Xerox hoje vai muito além da página impressa”, diz Cristiana Lannes, diretora de Marketing da Xerox no Brasil. “Com serviços mais sofisticados, você passa a ter uma discussão mais estratégica com o cliente. Hoje, o custo por página — base dos serviços de impressão — acaba sendo uma commodity.” Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 17 Divulgação INTERNACIONALIZAÇÃO Vivenda do Camarão chega aos EUA A Vivenda do Camarão inaugura suas duas primeiras unidades nos EUA, ambas na Flórida. A estratégia é dar início às operações em locais com clima propício ao consumo de frutos do mar. Para Fernando Perri, presidente da rede, a meta é “internacionalizar a marca, sem perder o conceito de oferecer pratos rápidos à base de camarão, com qualidade e preço justo”. O investimento nas duas unidades foi de US$ 1,5 milhão. Baralho simula desafios de gestão Parceria entre uma startup brasileira e outra sueca traz para o Brasil um novo método que ajuda micro e PMEs a estruturarem os seus negócios. Modelo é utilizado em 36 países por grandes companhias, como Samsung e Ikea Divulgação Gabriela Murno [email protected] Uma parceria entre duas startups — a brasileira Joox, site de personalização de cartões de visitas, e a sueca MethodKit — trouxe para o país um novo método para ajudar as micro, pequenas e médias empresas nacionais a estruturarem seus negócios. A brincadeira simples, baseada em um jogo com 50 cartas de baralho, já ajuda empresas como Ikea, Dropbox e Samsung, além do Ministério do Planejamento da Suécia, a desenvolverem projetos. Cada uma das cartas possui descrições das atividades e um ícone correspondente, que permite ao empreendedor planejar seu negócio e desenvolver novas ideias. Segundo o CEO da Joox, Genau Lopes Júnior, caberá à startup a impressão e a distribuição dos produtos no país e também na América Latina. “Cada cartão possui um aspecto que orienta o desenvolvimento do projeto”, explica Lopes Júnior. O CEO do MethodKit, Ola Möller, afirma que o Brasil foi escolhido por ser considerado um mercado grande e pelo fato de 30% dos visitantes do site já serem daqui, comprando o MethodKit em inglês. Atualmente, a empresa possui clientes em 36 países. “A distribuição atrapalhava o processo de vendas por aqui. Além disso, startups dificilmente entram em mercados externos sozinhas. Sem parceiros locais, o processo é mais demorado e custoso para ambas as partes”, afirma Möller. “O Brasil é um país “ O Brasil é um país grande, é importante estar aqui e apresentar o nosso produto com a ajuda de uma empresa que já tem expertise neste mercado” Ola Möller CEO do MethodKit Segundo Lopes Júnior, a parceria vai além da venda de produtos e engloba ainda pesquisa e inovação grande, é importante estar aqui e apresentar o nosso produto com a ajuda de uma empresa que já tem expertise nesse mercado”, completa ele. Os jogos podem ser comprados pela internet em quatro formatos: Projetos, Desenvolvimento Pessoal, StartupseDesenvolvimentodeAplicativos. No entanto, por enquanto somente os dois primeiros modelos estão à venda em português. Aparceria vai além da comercialização dos produtos, explica Lopes Júnior. De acordo com ele, a união das duas startups vai favorecer pesquisas e inovações entre os dois países. Para Lopes Júnior e Möeller, a parceria também serve tanto de incentivo a que outras startups brasi- leiras façam parcerias com estrangeiras e, assim, cheguem a outros mercados, como para que empresas de outros países busquem parceiros aqui. “É uma tendência e até uma necessidade que empresas de todo o mundo, principalmente de tecnologia, procurem parceiros no mercado brasileiro”, diz Möeller. A brasileira Joox tem apenas um ano e meio de vida, com investimento inicial de R$ 2 milhões. Apesar do pouco tempo de existência, a empresa já possui cerca de 27 mil clientes e 80 mil projetos realizados. Especializada em cartões de visita, o próximo passo é oferecer uma plataforma corporativa para receber pedidos dos funcionários das empresas clientes. CURTAS Daniel Acker/Bloomberg Lucro da Tiffany aumenta 50% Amazon faz acordo OSX tem prejuízo de com órgão regulador R$ 1,84 bi no 3˚ tri A Tiffany , a segunda maior varejista de jóias de luxo do mundo, está se beneficiando da maior disposição do público endinheirado para comprar joias para aumentar seus preços, em meio a queda do custo de metais preciosos. A empresa anunciou lucros 50% maiores no terceiro trimestre do ano — o lucro líquido chegou a US$ 94,6 milhões. Na bolsa de NY, os papéis tiveram alta de 7.3%. No acumulado do ano, as ações da empresa tiveram alta de 41%. Reuters O órgão antitruste alemão encerrou uma investigação contra a Amazon, depois de a varejista ter concordado em parar de obrigar vendedores que usam sua plataforma a oferecer no site o seu preço mais baixo. Andreas Mundt, presidente do escritório que regula a concorrência na Alemanha, afirmou ter decidido deixar de lado o caso contra a Amazon depois de a empresa ter concordado em retirar essa obrigação dos contratos firmados com terceiros. Reuters A empresa de construção naval OSX teve prejuízo de R$ 1,84 bilhão no terceiro trimestre, revertendo o lucro de R$ 6,92 milhões de um ano antes. O resultado foi impactado por provisões para queda no valor de plataformas e para perdas com calotes. O Ebitda (geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo em R$ 1,839 bilhão, ante resultado positivo em R$ 13,1 milhões de um ano antes. Reuters 18 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 ▲ EMPRESAS Dennis Ivy/Bloomberg News O ano em que o presidente caiu: 43 corporações americanas já trocaram de CEO em 2013 Mudança no consumo, concorrência e pressão de acionistas ditam o ritmo da dança das cadeiras No país, 38 shoppings, lançamentos imobiliários e obras de infraestrutura mantém as projeções Gerdau vê clara recuperação da economia em 2014 Retomada dos EUA, leve avanço da Europa e manutenção do crescimento brasileiro, mantém investimentos de US$ 1, 2 bilhão A Gerdau espera manter o nível de investimento de 2014 próximo do montante previsto para este ano, de US$ 1,2 bilhão, diante de um cenário que considera mais otimista de retomada dos Estados Unidos, recuperação na Europa e manutenção do crescimento brasileiro. Em reunião com analistas e investidores ontem, o vice-presidente financeiro da Gerdau, André Pires, lembrou que o investimento da companhia em 2012 foi de cerca de US$ 1,6 bilhão. Pirescomentouainda quea Gerdau deve evitar captações externas em2014,preferindofinanciar osinvestimentos com geração de caixa. O executivo disse que vê no mercado brasileiro uma clara recuperação da construção residencial, diante do crescimento de 14% nos lançamentos de projetos residenciais no ano até agora e da previsão de que 38 shopping centers serão construídos no país no próximo ano. Além disso, o executivo disse que “de fato existe um ganho de tração em operações ligadas à infraestrutura”, mencionando projetos de hidrelétricas, ferrovias e diante de expectativas de aumento no consumo de materiais pelas obras em concessões do governo, incluindo aeroportos e estradas. A companhia segue com esforços de aprendizagem e ganho de escala do novo laminador de bobinas a quente instalado na usina siderúrgica em Minas Gerais. O equipamento colocou a companhia no mercado de aços planos brasileiro, que é disputado pela ArcelorMittal, Usiminas e CSN. Segundo o vice-presidente da operação Brasil da Gerdau, Manoel Vitor de Mendonça Filho, a expectativa da companhia é ter uma participação no mercado brasileiro de bobinas a quente de 8 % a 10% nos próximos de 2 a 3 anos. A empresa espera que o laminador de bobinas atinja nível de utilização de 60% da capacidade nominal de 800 mil toneladas em 2014. A Gerdau já investiu numa segunda etapa, ainda sem da- ta prevista, em que o volume nominal será ampliado para 1,2 milhão de toneladas. Pires acrescentou que mais 50% do investimento para essa segunda fase já foi feito, mas não deu detalhes. Já o laminador de chapas grossas com capacidade para 1,1 milhão de toneladas — que deve começar a produzir entre final de 2015 e começo de 2016— também tem prevista uma segunda etapa, em que poderá ser ampliado para 1,8 milhão de toneladas. Reuters Gerdau segue com esforços de ganho de escala do novo laminador de bobinas a quente, que a inseriu no mercado de aços planos brasileiro, disputado pela ArcelorMittal, Usiminas e CSN As corporações americanas estão trocando de presidentes no maior ritmo em cinco anos, enquanto companhias como a Wal-Mart Stores e a Microsoft Corp. enfrentam mudanças nos gostos dos consumidores, a concorrência de recémchegados e acionistas inquietos. Neste ano, até o terceiro trimestre, 43 companhias no índice Standard Poor’s 500 estavam trabalhando com novos presidentes, conforme a agência de empregos para executivos Spencer Stuart. Isso sugere que em 2013 se superarão as 49 trocas de 2011, a maior rotatividade desde 2008. A Wal-Mart uniu-se ao grupo ontem, dizendo que Doug McMillon, diretor da sua divisão de negócios internacionais, substituirá Mike Duke em fevereiro. Os presidentes devem possuir uma variedade de habilidades maior do que no passado, quando os principais executivos podiam ascender com uma única disciplina. As companhias são maiores, mais globais e cada vez mais complicadas, e há uma concorrência cada vez maior em países como a China, a Índia e o Brasil. Os executivos também devem se adaptar a uma mudança tecnológica mais rápida, incluindo transformações resultantes do crescente uso de dispositivos móveis. “Companhias de todas as indústrias estão lidando com um novo mundo digital em que as vendas são realizadas de outras formas, chegando-se ao consumidor diferentemente e os produtos devem ser feitos e deslocados pelo mundo de um novo jeito”, disse Bob Benson, diretor da RL Benson Associates. “Os presidentes sem orientação para o digital estão preocupados. Estamos em um mundo novo”. A mudança de presidentes na Wal-Mart e na Microsoft foi impulsionada pela necessidade de melhores estratégias, disse Michael Useem, diretor do Centro para Liderança e Gestão de Mudanças da Escola Wharton, da Universidade da Pensilvânia. “O Wal-Mart precisa melhorar seu desempenho em alguns mercados no exterior onde sofreu dificuldades, e a Microsoft precisa abordar melhor a questão da Internet”, disse Useem. Acionistas ativistas promovem a troca dos CEOs nos EUA O presidente da Microsoft, Steve Ballmer, disse que ele se aposentará enquanto a companhia realiza a sua maior transição — de fabricante de software para fornecedora de dispositivos e serviços. Rivais como a Apple e o Google mudaram o foco do cenário tecnológico dos computadores pessoais para a computação móvel. Não são somente as mudanças tecnológicas que estão impulsionando a taxa alta de rotatividade de presidentes. O mercado acionário recorde nos EUA também torna muito lucrativo para um executivo seaposentar,disseJohnWood,vicepresidente do conselho da agência deempregospara executivosHeidrick Struggles, em Nova York. Neste ano, os acionistas ativistas ajudaram a forçar a saída de executivos da Procter Gamble, da Chesapeake Energy Corp. e da J.C. Penney Co. Os investidores também pressionaram a gerência da Microsoft e da Sotheby’s, entre outras. Bloomberg SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO EDITAL PROCESSO nº E-09/094/562/2013 PREGÃO ELETRÔNICO 051/2013-PMERJ - Tipo Menor Preço Global Por Lote. OBJETO: Contratação de empresa especializada para prestação dos serviços de manutenção predial preventiva e corretiva nas dependências de imóveis pertencentes à Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. REALIZAÇÃO: 10.12.2013 - 10:00 horas. LOCAL. https://www.compras.rj.gov.br INFORMAÇÕES: Rua Evaristo da Veiga, nº 78 - Centro. TEL.: 2333-2701 FAX: 2333-2702 Q.G. – DL/2 Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 19 AUTOMANIA MARCELLUS LEITÃO [email protected] Fotos Carlo Wrede Redesenho no ‘pony car’ A Ford celebra 50 anos do mito e se prepara para apresentar a sexta geração do Mustang. O desenho será inspirado nesse aí acima, mas irá preservar algumas características do original, como a traseira curta e arrebitada e as vigias estreitas. Entre os motores, há especulações sobre os V6, V8 e até os EcoBoost do oval azul. ELE ESTÁ MAIS PERTO A notícia, exclusiva, confirma a desoneração fiscal de elétricos, híbridos e outros carros movidos por energias alternativas menos poluentes, prestes a ser assinada, já no início de 2014. Ela chegou junto com o também inédito teste do elétrico puro Nissan Leaf e uma inesperada fila para recarga, no posto-escola da Lagoa (foto). A desoneração pleiteada pelos fabricantes irá viabilizar a tecnologia e, talvez, até a indesejável fila, e irá beneficiar ainda os modelos já importados, como o Ford Fusion Hybrid e o Toyota Prius, além de abrir horizontes para o Mitsubishi iMiev e os Renault Fluence ZE, Kangoo ZE, ZOE e, com uma forcinha, o Twizy. Este último ainda esbarra no enquadramento como quadriciclo, que o impede de andar emplacado pelas ruas... O Leaf é um projeto elétrico original, que usa ‘packs’ da 48 baterias de íons de lítio superfinas, com o tamanho de um laptop. A vida útil delas é de nove anos, dependendo do uso, é claro. A lógica é a de um smartphone. Parou na garagem à noite, recarrega o carro para o dia seguinte em carga lenta de até oito horas. Todos os sistemas podem ser gerenciados por um aplicativo do iPhone, que exibe carga, tempo gasto, autonomia prevista e até liga o ar-condicionado um pouco antes de sair de casa. Tudo certo, depois do café da manhã entra-se em um interior amplo e confortável para cinco ocupantes, aperta-se o cinto, o botão de partida e tudo continua em silêncio. Aciona-se o joystick sobre o console e o painel indica a função D (drive) e a autonomia possível. Dois toques no joystick e entra o modo EcoDrive, com 10 ou 15 quilômetros extras. As baterias, ocultas sob o carro, são seladas em plástico e muito seguras. Invisíveis, deixam o porta-malas praticamente igual ao de um hatch comum. Na rua, o custo de dois abastecimentos de 80% da carga, em um carregador rápido da Petrobras, cerca de 13 minutos é R$ 3,80 e R$ 3,95, convertidos os Kw/h absorvidos pela bateria em A legislação brasileira não presume um carro urbano dois lugares como o Twizy, como não prevê os demais elétricos, classificados como 'outros' na letra dura da Lei e, por isso, pagantes da maior alíquota de importação possível. Nesta chuva de boas notícias, as voltas com o Leaf encontraram sua vocação na má notícia que é o trânsito carioca. Sem duas vias expressas simultaneamente, o tráfego está insano e o Leaf acabou mostrando, por ironia, a sua grande capacidade de promover o deslocamento urbano confortável e com extrema economia. Em um mundo de rápidas mudanças e quebras de antigos paradigmas, o elétrico brasileiro é uma boa aposta e nela está incluído o Inovar- Auto e a Associação dos Fabricantes, a Anfavea, que (ainda) não confirma nem desmente a desoneração. Toyota quer trazer o GT 86 A marca já não esconde que quer trazer o GT 86 ao Brasil. O modelo transformou-se em um ícone nos EUA, ao lado do gêmeo Subaru BRZ. Esportivo de ótima relação peso-potência pode estar nas lojas em 2016, com motor 2.0 boxer 4 cilindros e 200 cv, câmbio de seis marchas automático ou manual. Preço entre R$ 160 mil e R$ 200 mil. Nova fábrica da Honda reais. Isto, para rodar pouco mais de 120 quilômetros. O taxista que abastecia à nossa frente é pura alegria ao falar do Leaf. Na opinião do profissional, o carro vende a marca e ensina o conceito do elétrico, que pede até uma condução diferente. E de fato, no nosso testdrive, percebemos que utilizar a inércia para recarregar as baterias através da regeneração nas frenagens, leva a mais parcimônia nas acelerações e o pisar no freio bem antes do sinal. O uso mais contido, apesar da intensa aceleração possível com o motor elétrico, agrega segurança e sabedoria. O silêncio é interrompido pelo limpador de para-brisas, sob a chuva insistente. O Leaf chama atenção e pede aberturas de janelas para responder às perguntas de outros motoristas: “Já está à venda? Quanto custa?” Depois da primeira negativa, a segunda resposta desanima. Se fosse vendido hoje, sob a carga tributária vigente, sairia por R$ 200 mil. O CEO da Honda, Takanobu Ito, lançou ontem a pedra fundamental da nova fábrica em Itirapina, SP. A marca investirá no novo projeto cerca de R$ 1 bilhão. Serão empregados 2 mil funcionários para a produção de compactos, como o novo City (foto) o Fit e o SUV Vezel. Coluna publicada às quartas-feiras 20 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 ▲ FINANÇAS Editora: Eliane Velloso [email protected] MP paralisa ida de empresas para o exterior Tributação de coligadas fora do país interrompe o já incipiente processo de internacionalização dos bancos brasileiros Liana Verdini [email protected] A Medida Provisória 627, que alterou diversas regras tributárias há duas semanas, tem o potencial de interromper de vez o já incipiente processo de internacionalização dos bancos brasileiros em particular, e das companhias nacionais em geral, ao taxar o lucro de controladas e coligadas no exterior. Essa é a avaliação do advogado do escritório Vinha e Redenschi e professor da Fundação Getúlio Vargas, Marcos Catão. “Essa MP tem aspectos positivos, como o de tratar um assunto complexo como esse em um texto mais abrangente, o que era necessário. Mas continua com uma visão equivocada de um país importador de capital ao tributar o lucro de empresas, inclusive coligadas, auferidos no exterior”, disse ele. “E não existe país rico no mundo inteiro que não equilibre importação com exportação de capital. País rico pra mim é país que tem multinacional”. O assunto é tão complexo que já recebeu mais de 500 emendas na Comissão Mista do Congresso constituída especificamente para analisar a matéria. E como altera muitas regras, a mobilização é grande para entender exatamente o que muda com essa MP e buscar um consenso para propostas de modificação do texto original. Por isso, a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) e o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) farão um seminário sobre o assunto no dia 2 de dezembro em São Paulo. Já o jurídico da Confederação Nacional da Indústria (CNI) começa a analisar o texto da Medida Provisória e o conteúdo das emendas propostas a partir de amanhã. De qualquer modo, a CNI já havia se posicionado contra a tributação de companhias “ O Brasil é a sexta maior economia do mundo e poucos grupos são globais. O fato é que a internacionalização brasileira é um rotundo fracasso e não vai melhorar” Essa MP tem aspectos positivos, como o de tratar um assunto complexo como esse em um texto mais abrangente. Mas continua com uma visão de um país importador de capital” Marcos Catão Advogado e professor da FGV transnacionais no exterior quando ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) em 2001 contra a Medida Provisória 2.158-35. Essa MP também tributava com IR e CSLL o lucro de controladas e coligadas no exterior. Em abril passado, o STF julgou essa Adin e considerou constitucional taxar o lucro das controladas, mas ilegal tributar o resultado das coli- gadas. Agora, por meio de outra MP, o governo volta a tentar tributar o resultado de coligadas fora do país. “Essa norma, definitivamente, não é estimuladora de internacionalização”, afirma Catão. Para ele, o setor mais penalizado pela nova regra tributária é o de infraestrutura, onde é comum grandes empresas se consorciarem. “A nova MP altera, inclusive, a definição de empresa coligada descrita na Lei das S/A e isso acaba por criar um ambiente de insegurança grande para quem precisa decidir se fará ou não investimentos”. Pelo novo entendimento, se grupos já se consorciaram anteriormente, ao voltarem a se coligar são tomados por grupo de controle e a empresa passa a ser considerada como controlada para fins tributários. Para o advogado, esse clima de insegurança e as regras tributárias punitivas é que levam ao modesto processo de internacionalização das empresas brasileiras. Mas ele admite que o setor bancário tem alguma atuação internacional. “Pouco quando comparado a outros países”, afirma ele. A instituição financeira brasileira com maior atuação no exterior é o Banco do Brasil, presente em 24 países de quatro continentes - exceto a Oceania. É seguido pelo Itaú Unibanco, com atuação em 19 países nas Américas - Sul, Norte e Central -, Europa e Ásia. E do Bradesco, com atividades em 8 países também da três Américas, Europa e Ásia. “O Brasil é enorme, a sexta maior economia do mundo, e poucos grupos são globais. Na Espanha, por exemplo, posso citar pelo menos dois grupos financeiros com intensa atividade varejista internacional: o Santander e o BBVA”. E conclui: “o fato é que a internacionalização brasileira é um rotundo fracasso e não vai melhorar”. Marcos Catão vê risco para o incipiente processo de internacionalização de empresas brasileiras NO EXTERIOR BB Está presente em 24 países de quatro continentes, exceto a Oceania Itaú Atua em 19 países das Américas do Sul, do Norte e Central, Europa e Ásia Bradesco Tem atividades em oito países das três Américas, Europa e Ásia Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 21 Marcela Beltrão PESQUISA CNC Famílias endividadas cresce para 63,2% O percentual de famílias com dívidas no cartão, cheque especial e outros financiamentos cresceu de 62,1% em outubro para 63,2% em novembro deste ano, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). É a terceira alta consecutiva do indicador. O percentual também é superior ao observado em novembro do ano passado, que ficou em 59%. ABr José Pedro Monteiro Bancos públicos buscam opções para vender carteiras de crédito ‘podre’ Necessidade vai crescer com maior exigência de capital de Basileia III e menos empréstimos Divulgação BB vai ampliar atuação na América do Sul e nos EUA O Banco do Brasil vai ampliar sua atividade de varejo no exterior, hoje com escala apenas na Argentina, para outros países da América do Sul e para os Estados Unidos. A informação é do vice-presidente de Atacado, Negócios Internacionais e Private Bank do BB, Paulo Rogério Caffarelli. “Temos atuação varejista também no Japão, onde o banco conta com cerca de 100 mil clientes. Mas na Argentina operamos com uma rede de 200 agências, focadas no mercado local, ocupando o sexto lugar no ranking das maiores instituições financeiras daquele país”, informou Cafarelli. Ele disse que o plano agora é iniciar atividades nesse formato também na Colômbia, Chile e Peru. “Esses três países têm tido crescimento significativo e pode agregar muito valor ao BB”, explicou. Já os Estados Unidos é onde está a maior agência do banco fora do Brasil. “É natural esse movimento. Em 2010 compramos o Eurobank, hoje BB Americas, que é o embrião para termos uma grande atuação no varejo norte-americano”, contou. O foco, nesse caso, é atender a comunidade hispânica nos EUA. O crescimento do BB no exterior também passa pela China. Nos próximos 60 dias o escritório de negócios do banco em Xangai vai virar a mais nova agência bancária da instituição. “Só aguardamos a autorização definitiva do organismo regulador chinês”, afirmou Caffarelli. Além dessas frentes mais imediatas, a instituição já planeja seu crescimento no continente africano. “Essa expansão não será imediata, mas está em nosso horizonte sim. Já temos um escritório de negócios em Angola e o projeto é atuar de forma mais intensa nos países africanos de língua portuguesa”, disse. Na Europa, o banco atua com corporate e com operações entre bancos. “O foco é apoiar nossos clientes globais”, finalizou. Os bancos públicos estão em busca de opções para viabilizar a venda das carteiras de crédito “podre” - aquelas vencidas há muito tempo, que já saíram do balanço. A prática é comum em bancos médios e estrangeiros, mas os bancos controlados pelo governo enfrentam restrições para se desfazer desses ativos problemáticos, lembra Luiz Fabiano Saragiotto, diretor da Latin America Credit & Distress Trading Group do Bank of America Merrill Lynch. A venda precisa ser licitada e como as carteiras são vendidas com deságio, o preço da operação pode ser questionado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O BNDES deu a largada no começo deste ano, abrindo uma licitação para contratar uma consultoria para avaliar sua carteira de aproximadamente R$ 37 bilhões em créditos vencidos. A PwC venceu e assinou o contrato em setembro. Segundo a assessoria de imprensa do BNDES, o resultado da avaliação sai no final do ano que vem. Só depois disso é que o banco vai decidir se vai abrir uma licitação para venda desses créditos. Segundo uma fonte que preferiu não se identificar, o Banco do Brasil (BB) está no mesmo caminho. Ontem, o executivo da área de reestruturação de empréstimos do banco não estava disponível para conceder entrevista. O Banco Central (BC) não divul- ga o volume total de empréstimos vencidos há mais de 180 dias e excluídos dos balanços dos bancos. Mas o BB, por exemplo, disse que no terceiro trimestre baixou a prejuízo 2,47% da sua carteira de crédito - segundo o banco, os três maiores concorrentes privados tem um índice maior, de 5,63%. O BB recuperou 27,62% desses prejuízos, ante uma média de 20,85% dos outros. A Caixa, por enquanto, vem usando outro expediente para “limpar” sua carteira de inadimplentes: aproveita o final do ano para lançar uma campanha de renegociação com seus clientes em atraso. O Itaú adota a mesma prática: os cartazes convidando para a renegociação estão em todas as agências. Assim como Saragiotto, gestores especializados na compra dessas carteiras e na reestruturação de dívidas de empresas, como Alexandre Camara, sócio do BTG Pactual, Rafael Fritsch, sócio da JGP Crédito e Renato Azevedo, sócio da Blackwood acreditam no aumento da oferta . Os executivos estavam reunidos ontem em evento em São Paulo promovido pela TMA. Com a desaceleração da economia e do ritmo de concessões de empréstimos, o peso das operações de crédito vencidas e não pagas vai crescer sobre o total da carteira dos bancos. A venda também ajuda a atender ao aumento das exigências do acordo internacional conhecido como Basileia III - quanto mais crédito em atraso, mais provisões os bancos precisam fazer, o que diminui o capital. Léa De Luca 22 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 O MERCADO COMO ELE É... LUIZ SÉRGIO GUIMARÃES [email protected] SURPRESA NO COPOM? JURO CAI Editoria de Arte C resceu ontem nos mercados de câmbio e juros a percepção de que os dois grandes eventos marcados para hoje — a última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e o início do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) dos processos de poupadores contra planos econômicos do passado — podem ter seus desfechos conhecidos apenas no ano que vem. O Copom pode trazer uma surpresa, não na definição da nova taxa, já que a Selic de 10% foi contratada desde o inicio de outubro, mas no comunicado. Os juros futuros cederam ontem na BM&F porque já se admite a hipótese de o comitê alterar o seu comunicado de forma a não mais sinalizar nova alta de 0,50 ponto no primeiro Copom de 2014, em janeiro. Analistas consideram a possibilidade de o ciclo de alta se prolongar além do esperado, mas num ritmo mais comedido, de 0,25 ponto por reunião. Após quatro dias de alta ininterrupta, os contratos de DIs, com exceção do mais curto, caíram em bloco ontem. A taxa para a virada do ano subiu de 9,73% para 9,74%, apenas para ajustar-se à Selic de dois dígitos. Mas como os contratos mais longos recuaram, houve um fechamento da curva futura de juros. A taxa para janeiro de 2015 baixou de 10,92% para 10,83%, enquanto o juro para janeiro de 2017 caiu de forma mais acentuada, de 12,22% para 12,09%. As cartas para 2014 parecem estar todas na mesa: o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinalizou que o superávit primário deste ano será de 1,5% do PIB, e esta também deverá ser a meta a ser perseguida no ano que vem; e não haverá uma descompressão abrupta dos preços de combustíveis e energia elétrica. Salvo a ocorrência de um choque de oferta ou externo, não será complicado ao BC fazer uma inflação abaixo de 6% no ano eleitoral. Ele já estaria em condições de aliviar um pouco o aperto monetário exercido há sete meses. E, se alterar, como se suspeita, o statement pós-Copom, repetido incansavelmente há quatro reuniões para indicar a manutenção do ritmo de alta de 0,50 ponto, introduzirá um elemento de incerteza e mistério. O mercado só saberá em 2014 até onde a Selic poderá subir. Quanto ao STF, o mercado colheu informações segundo as quais não há clima, a 22 dias úteis do encerramento do ano, para o pesado julgamento da demanda dos correntistas da caderneta de poupança em favor da aplicação da correção monetária retroativa às suas contas. A decisão tende a ser empurrada para o ano que vem. O dólar chegou a subir ontem 0,77%, cotado a R$ 2,3077, mas não havia, interna ou externamente, justificativas para tanto. E fechou com valorização menor, de 0,35%, a R$ 2,2960. Uma das razões principais da alta do dólar foi o aumento das posições “compra- das” nos pregões de derivativos cambiais da BM&F. Esse posicionamento vitorioso quando o dólar sobe está sendo mantido por dois fortes players desde junho. Sãos os investidores estrangeiros e os institucionais brasileiros, notadamente os fundos de investimentos. Dos dois, a ponta mais agressiva é formada pelos hedge funds globais. O volume recorde de apostas estrangeiras contra o real, de US$ 20,21 bilhões, foi estabelecido no dia 1º de outubro. São posições que não se explicam unicamente pela necessidade de o investidor de fora fazer o hedge de suas aplicações em reais. O montante recorde superior a US$ 20 bilhões decorreu apenas em parte da proteção do expressivo ingresso de US$ 7,2 bilhões registrado ao longo de setembro e direcionado à aquisição de títulos públicos federais. A maior parte foi mesmo aposta unidirecional a favor do dólar. As posições compradas em cupom cambial e dólar futuro foram sendo reduzidas de outubro para cá porque a entrada de investimentos de fora em renda fixa diminuiu por causa do temor externo de um rebaixamento da nota de risco de crédito do Brasil em decorrência da percepção de descontrole fiscal. Elas também foram reduzidas porque o Federal Reserve (Fed) emitiu sinais de que o ajuste da política de afrouxamento quantitativo deve ficar mesmo para o ano que vem. A aposta contra o real foi murchando até chegar a US$ 13,51 bilhões na sexta-feira passada. Na segunda, tudo mudou. Em um único dia, os estrangeiros expandiram a posição comprada em US$ 520 milhões. Está agora em US$ 14,03 bilhões. E os operadores relataram ontem a ocorrência de pesado fluxo de compra pelos hedge funds. O que mudou? A hipótese mais concorrida é de que se trata mais de aposta unidirecional em favor do dólar, fomentada pelos problemas do balanço de pagamentos brasileiro, do que de busca de hedge por apli- Analistas consideram a possibilidade de o ciclo de alta da Selic se prolongar além do esperado, mas num ritmo mais comedido, de 0,25 ponto por reunião do Copom cadores de renda fixa. Não basta a eles simplesmente decidir entrar no país para auferir o ganho proporcionado pela Selic de 9,5% (até amanhã) e de 10% (a partir de quinta-feira). A engenharia financeira é complexa: ao comprar NTN-B ou NTN-F de longo prazo, o investidor externo precisa evitar que o rendimento dos papéis de longo prazo seja neutralizado não só pela variação cambial como também pela disparada dos CDIs futuros. Uma aposta seca na renda fixa significa assumir como verdadei- ra a premissa de que o governo conseguirá evitar o rebaixamento do rating no primeiro semestre de 2014. Seria colocar fichas antecipadamente no êxito do pacto político pela responsabilidade fiscal. Mesmo o mais crédulo dos gestores de fundos não chegaria a tanto. É por isso que se cristaliza mais facilmente a impressão de serem operações unidirecionais contra o real. Como o mercado vive de expectativa, de trazer aos preços presentes o que poderá ou não vir a acontecer no futuro, já há enorme pressão para que o BC decida logo se irá ou não manter o seu programa de intervenções cambiais no ano que vem. São dois os sinais enviados pelo BC: 1) Enquanto houver demanda por hedge, estará disposto a vender toda a quantidade de swap cambial pedida pelo mercado; 2) Enquanto não for conhecida plenamente a reação dos mercados globais ao efetivo início do “tapering” da política monetária americana, não há como afrouxar a guarda cambial. Coerente com essa atitude, o BC deve encerrar hoje a rolagem dos US$ 10,12 bilhões em swaps cambiais que vencerão na segunda-feira. A mesma coerência faz com que não reduza em um centavo a sua ração diária de 10 mil contratos, no valor de US$ 500 milhões. Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 23 Murillo Constantino CRÉDITO Febraban vê alta de 0,8% em outubro Sondagem preliminar da Febraban aponta para uma expansão de 0,8% no saldo das operações de crédito em outubro, o que deve elevar o estoque para R$ 2,62 trilhões, ou 56,2 % do PIB. O número oficial será divulgado amanhã. O desempenho é semelhante ao de setembro, mas no mês passado a recuperação foi maior nas operações do crédito direcionado e mais fraca no segmento livre. Selic chega a 10,25% em 2014 O economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, diz que a taxa básica de juros não vai parar de subir este ano Patricia Stavis Ivone Portes [email protected] São Paulo A taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, que hoje deve ser elevada para 10% na reunião do Comitê de Política Monetária (Compom) do Banco Central, deverá subir para 10,25% ao ano em janeiro, patamar com que deve encerrar 2014. As projeções são do economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, que apresentou ontem as previsões do banco para os indicadores econômico do país. A estimativa do economistachefe do Itaú Unibanco para 2014 é mais otimista do que a mediana do mercado, que estima a Selic em 10,5% ao ano daqui a 13 meses. As TOP 5 do Boletim Focus do BC nesta semana, instituições que mais acertam as projeções, prevêm Selic a 11% ao fim de 2014. “Uma taxa de juro básica a 10,25% é suficiente para manter a inflação estável. Mas tudo vai depender também de outras variáveis, como câmbio e questão fiscal”, disse ele, durante divulgação do “Macroeconomia em Pauta”, relatório do banco com previsões para indicadores da economia brasileira e mundial. Para hoje, Goldfajn calcula, em linha com as estimativas de todo o mercado financeiro, um novo aumento de 0,5 ponto percentual. O aumento, segundo ele, deve ocorrer em razãodapersistência dainflação. Ele ressaltou que se não houver qualquer nova sinalização do Banco Central sobre o fim do ciclo de aperto monetário no comunicado que será divulgado hoje, ao fim da reuniãodo Comitê de PolíticaMonetária (Copom), do Banco Central , a taxa continuará subindo. “Se não houver sinalização, deve chegar a 10,25% ao ano em janeiro.” A Selic é usada nos empréstimos feitos entre os bancos e também nas aplicações feitas por estas instituições bancárias em títulos públicos federais. Ela também Goldfajn diz que o Brasil está “na linha d'água” do rebaixamento e que a decisão do STF sobre a ação de correção monetária devida por bancos em planos econômicos gera risco serve de referência para o setor bancário definir as taxas praticadas nas demais operações financeiras. No início deste ano, a Selic estava em 7,25%, menor patamar da história. Começou a subir em abril e, de lá pra cá, já aumentou 2,25 pontos percentuais. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), inflação oficial, deve encerrar este ano em 5,8% e, no próximo, em 5,9%, nos dois casos acima do centro da meta do governo, de 4,5%, mas abaixo do teto (6,5%), segundo Goldfajn. Para o dólar, ele projeta R$ 2,35 ao fim de 2013. “Este é o câmbio de equilíbrio, que estabiliza a conta corrente do governo.” O relatório do Itaú Unibanco prevê ainda que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil vai crescer 2,4% em 2013 e 1,9% em 2014. Para o economista, o Federal Reserve (Fed, BC dos EUA) deve- rá reduzir os estímulos à economia americana só a partir de março do ano que vem, o que deve gerar ainda expectativas no mercado. “O Fed quer tirar os estímulos sem aumentar os juros futuros, uma missão impossível”, diz Ilan. Outra questão que pode ter efeitos sobre o mercado interno é a possibilidade de rebaixamento da nota de risco brasileira. Goldfajn diz que o Brasil está “na linha d'água” do rebaixamento. Segundo ele, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a ação que pede a correção monetária devida por bancos em defasagens de planos econômicos tem um impacto macroeconômico e na percepção de risco. “Mas não tenho certeza de que haverá rebaixamento. Se houver, deverá ser apenas por parte de uma agência, a S&P, e não das três”. Goldfajn: “10,25% é suficiente para manter a inflação estável” Brasilagro - Cia. Brasileira de Propriedades Agrícolas CNPJ nº 07.628.528/0001-59 - NIRE 35.300.326.237 - Cia. Aberta de Capital Autorizado Ata da Assembleia Geral Ordinária Realizada em 29 de Outubro de 2013 Data, Hora e Local: AAssembleia Geral Ordinária foi realizada em primeira convocação em 29/10/13, às 14h30, na sede social da Brasilagro - que se encerrarão na Assembleia Geral Ordinária que aprovar as demonstrações nanceiras da Cia. relativas ao exercício social encerrado em Cia. Brasileira de Propriedades Agrícolas (“Cia.”), na Av. Brig. Faria Lima, 1.309, 5º and., SP/SP. Convocação: Conforme disposto no inciso II do 30/6/15, os Senhores (i) David Alberto Perednik, argentino, casado, contador, portador do passaporte argentino nº 13.417.354, residente e Art. 124 da Lei nº 6.404, de 15/12/76, conforme alterada (“Lei nº 6.404/76”), o edital de 1ª convocação foi publicado no DOESP nas edições dos domiciliado em Buenos Aires, Argentina, em Moreno, 877, piso 24º (C1091AAQ) e Fabio Schuler de Medeiros, brasileiro, casado, veterinário, dias 2, 3 4/10/13, págs. 11, 07 e 17 respectivamente e, no jornal Brasil Econômico, nas edições dos dias 2, 3 e na edição dos dias 4, 5 e 6/10/13, inscrito no CPF/MF sob nº 680.765.250-04, residente e domiciliado em Porto Alegre/RS, na R. José Scutari, 54, apto. 1402, CEP 91340-210, este págs. 25, 23 e 20 respectivamente. Publicações Legais: O Presidente da mesa comunica que o Relatório da Administração e as Demonstra- último indicado nesta mesma data por acionistas minoritários presentes à Assembleia, tendo sido eleito na qualidade de Conselheiro Indepenções Financeiras da Cia. acompanhadas do Parecer do Conselho Fiscal e dos Auditores Independentes, relativos ao exercício social encerrado dente para os ns do Regulamento de Listagem do Novo Mercado da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros - BM&FBOVESPAS.A. 1.3.2. Fica em 30/6/13, foram publicados nos jornais DOESP em sua edição de 20/9/13 nas págs. 5 a 16 e Brasil Econômico, em sua edição de 20, 21 e registrado que os membros do Conselho de Administração ora reeleitos já rmaram o Termo de Anuência dos Administradores às regras contidas 22/9/13, nas págs. 11 a 18, sendo dispensada a publicação dos avisos de que trata o caput do Art. 133 da Lei nº 6.404/76, tendo em vista o dis- no Regulamento de Listagem do Novo Mercado da BM&FBOVESPA e já assinaram os respectivos termos de posse no livro próprio, ocasião na posto no § 5º do referido artigo. Foram, ainda, divulgados os documentos exigidos pela Instrução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) nº qual declararam, para os ns do disposto na Instrução CVM 367/02 e nos §§ 1º e 2º do Art. 147 da Lei nº 6.404/76, que não estão incursos em 481, de 17/12/09 (“Instrução CVM nº 481”). Presenças: A Assembleia foi instalada em 29/10/13, com a presença de acionistas representando qualquer dos impedimentos previstos em lei para o exercício da atividade mercantil e que não foram condenados à pena de suspensão ou inaações de emissão da Cia. em quantidade suciente para atender o quórum legal de instalação, conforme registros e assinaturas apostas no livro bilitação temporária pela Comissão de Valores Mobiliários, sendo elegíveis para o cargo de administração de companhia aberta. 1.3.3. Fica rede Presença dos Acionistas, registrando-se, ainda, a presença dos Srs.: Alejandro G. Elsztain e Saúl Zang, membros efetivos do Conselho de gistrado que os membros do Conselho de Administração ora eleitos tomarão posse nos seus respectivos cargos mediante assinatura de termo Administração; Julio Cesar de Toledo Piza Neto, Diretor-Presidente e de Relações com Investidores; Gustavo Javier Lopez, Diretor Administrati- de posse lavrado em livro próprio e subscrição do Termo de Anuência dos Administradores a que alude o Regulamento de Listagem do Novo vo, Renato Parreira Stetner, membro do Conselho Fiscal e Vanessa Martins, representante da Ernst, Young & Terco Auditores Independentes Mercado da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo - BM&FBOVESPA, ocasião na qual deverão declarar, para os ns do dispos(“E&Y”). A Assembleia Geral Extraordinária não foi instalada, uma vez que o quórum mínimo não foi atendido, conforme se verica do livro de to nos §§ 1º e 2º do Art. 147 da Lei nº 6.404/76, que não estão incursos em qualquer dos impedimentos previstos em lei para o exercício da atipresença de acionistas. Mesa: Presidente: Alejandro G. Elsztain; Secretário: Julio Cesar de Toledo Piza Neto. Ordem do Dia: (1) Em Assem- vidade mercantil e que não foram condenados à pena de suspensão ou inabilitação temporária pela Comissão de Valores Mobiliários, sendo bleia Geral Ordinária: (1.1.) tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações nanceiras, acompanhadas dos elegíveis para o cargo de administração de companhia aberta, fazendo jus à remuneração mínima prevista em lei. Abstiveram-se de votar os pareceres dos Auditores Independentes e do Conselho Fiscal, relativas ao exercício social ndo em 30/6/13; (1.2.) deliberar sobre a destinação acionistas: Fundo Fator Sinergia IV FIA; National Pension Service; Luis Alves de Lima e Humaitá Absolute FIA. Votaram contra os acionistas: do lucro líquido do exercício social ndo em 30/6/13 e a distribuição de dividendos; (1.3.) deliberar sobre a eleição dos membros do Conselho de The Bank of New York ADR Department (3.846 ações); Florida Retirement System Trust Fund; Future Fund Board of Guardians; Nuveen TraAdministração da Cia.; (1.4.) xar o valor da remuneração anual global a ser paga aos administradores da Cia. no exercício social iniciado em dewinds Emerging Markets Fund; Teacher Retirement System of Texas e The Nomura Trust And Banking Co. Ltd. Re. 1.4. Aprovar, por maioria, 1º/7/13 e (1.5.) deliberar sobre a eleição dos membros efetivos e suplentes do Conselho Fiscal da Cia., bem como sobre a xação da remunera- com abstenção dos legalmente impedidos e dos que assim se manifestaram e sem quaisquer ressalvas ou restrições, a remuneração global ção dos membros eleitos que, nos termos do § 3º do Art. 162 da Lei nº 6.404/76 não poderá ser inferior, para cada membro em exercício, a 10% anual dos Administradores, no valor de até R$ 9.500.000,00 incluindo benefícios de qualquer natureza e verbas de representação, para o exerda média da remuneração atribuída aos diretores da Cia. Deliberações: Dando início aos trabalhos, o Presidente da mesa esclareceu que (a) a cício social iniciado em 1º/7/13, cabendo, posteriormente ao Conselho de Administração denir os montantes individuais que serão atribuídos a ata da assembleia seria lavrada em forma de sumário dos fatos ocorridos, contendo apenas a transcrição das deliberações tomadas, e a sua cada administrador da Cia., tendo em conta suas responsabilidades, o tempo dedicado às suas funções, sua competência e reputação prossiopublicação com omissão das assinaturas da totalidade dos acionistas, conforme faculta os §§ 1º e 2º do Art. 130 da Lei nº 6.404/76, e o § 10, Art. nal e o valor de seus serviços no mercado. Abstiveram-se de votar os acionistas: The Bank of New York Adr Department (12.500 ações); Hayp 6º do Estatuto Social da Cia.; (b) os documentos ou propostas, declarações de voto, protestos ou dissidências sobre as matérias a serem delibe- Fundo de Investimento em Ações; Alfa Fundo de Investimento em Ações; Fundo de Investimento em Ações Real Investor; Clube de Investimenradas deveriam ser apresentados por escrito à Mesa que, para esse m, seria representada pelo Secretário da Assembleia; e (c) foi dispensada, to do Gastão; Graphus Premium Fundo de Investimento em Ações; Clube de Investimento Continental; Aspen Fundo de Investimento em Ações; por unanimidade de votos dos presentes, a leitura dos documentos relacionados às matérias a serem deliberadas nesta Assembleia Geral Ordi- Clube de Investimento Lyndos; Clube de Investimento Hill; Clube de Investimento Hope; Clube de Investimento Centauro do Pampa; Tarso Padua nária e Extraordinária, uma vez que eram de pleno conhecimento dos senhores acionistas. Após exame e discussão das matérias constantes da Dutra; Rafael de Souza Morsch; CTM Clube de Investimento; CTM Estratégia Fundo de Investimento em Ações, Fundo Fator Sinergia IV FIA; ordem do dia, os acionistas deliberaram: 1. Em Assembleia Geral Ordinária: 1.1. Aprovar, por unanimidade, com abstenção dos legalmente National Pension Service; Luis Alves de Lima; Humaitá Absolute FIA; Claudio de Castro Cunha; Andre Luiz Cortez Martins e Paulo Tadeu Cortez impedidos e dos que assim se manifestaram e sem quaisquer ressalvas ou restrições, o Relatório da Administração, o Balanço Patrimonial e as Martins. Votaram contra os acionistas: Florida Retirement System Trust Fund; Future Fund Board of Guardians; Nuveen Tradewinds Emerging Demonstrações Financeiras, acompanhadas do Parecer dos Auditores Independentes e do Parecer do Conselho Fiscal, todos relativos ao Markets Fund; Teacher Retirement System of Texas; The Nomura TrustAnd Banking Co. Ltd. Re e The Bank of New YorkADR Department (3.846 exercício social ndo em 30/6/13 e aprovados na reunião do Conselho de Administração da Cia. realizada em 2/9/13. Abstiveram-se de votar ações). 1.5. Aprovar, por unanimidade, com abstenção dos legalmente impedidos e dos que assim se manifestaram e sem quaisquer ressalvas os acionistas: Fundo Fator Sinergia IV FIA; Blackrock Ecosolutions Investment Trust; Emerging Markets Small Capitalization Equity Index Fund; ou restrições, a eleição de três membros efetivos e três membros suplementes para o Conselho Fiscal da Cia., para mandatos unicados que se Emerging Markets Small Capitalization Equity Index Non-Lendable Fund; Emerging Markets Small Capitalization Equity Index Non-Lendable encerrarão na Assembleia Geral Ordinária que aprovar as demonstrações nanceiras da Cia. relativas ao exercício social encerrado em 30/6/14, Fund B; Ishares Msci Brazil Small Cap Index Fund e National Pension Service. 1.2. Aprovar, por unanimidade, com abstenção dos legalmente (a) por indicação dos acionistas minoritários, os Senhores: (a.i.) Aloísio Kok, brasileiro, casado, economista, portador da Cédula de Identiimpedidos e dos que assim se manifestaram e sem quaisquer ressalvas ou restrições, a Proposta da Administração para que o resultado e o dade RG nº 3.942.792-4, inscrito no CPF/MF sob nº 375.089.468-04, residente e domiciliado Cidade de SP/SP, na R. Bernardino Machado, 243, lucro líquido apurado no exercício social encerrado em 30/6/13, nos valores de R$ 28.726.768,99 e R$ 8.257.392,23, respectivamente, tenham Granja Julieta, CEP 04722-120, na qualidade de membro efetivo e (a.ii.) Alexandre Luiz Oliveira de Toledo, brasileiro, advogado, casado, a seguinte destinação: Resultado do Exercício (após deduções de IR e CSLL): R$ 28.726.768,99; R$ 20.469.376,76. Prejuízos Acumulados: portador da Cédula de Identidade RG nº 7.547.108 SSP/SP, inscrito no CPF/MF nº 037.446.598-36, residente e domiciliado na Cidade de SP/SP, R$ 8.257.392,23. Lucro Líquido do Exercício: Reserva Legal (5%): R$ 412.869,61. Lucro Líquido Ajustado: R$ 7.844.522,62. Dividendos na Al. dos Anapurus, 1.345, apto. 101, CEP 04087-004, na qualidade de membro suplente; (b) por indicação dos demais acionistas presen(75%): R$ 5.883.391,96. Reserva para Investimento e Expansão (25%): R$ 1.961.130,65. (a) Prejuízos Acumulados: Nos termos do Art. 189 tes, os Senhores (b.i.) Fabiano Nunes Ferrari, brasileiro, brasileiro, casado, advogado, inscrito na OAB/SP sob nº 172.581, portador da Cédula da Lei nº 6.404/76, serão destinados R$ 20.469.376,76 do Resultado do Exercício, para absorção dos prejuízos acumulados; (b) Reserva Legal: de Identidade RG nº 25.260.606-1 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nº 186.583.958-20, com endereço na Cidade de SP/SP, na R. Augusta, Nos termos do Art. 193 da Lei nº 6.404/76, será destinado 5% do Lucro Líquido, no valor de R$ 412.869,61 à constituição da Reserva Legal; (c) 1.819, 24º and., CEP 01413-000 e Eduardo Tunchel, brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na OAB/SP sob nº 285.621, portador da Cédula de Distribuição de Dividendos: Nos termos do Art. 36 do Estatuto Social da Cia. e do Art. 202 da Lei nº 6.404/76, serão pagos aos acionistas de- Identidade RG nº 44.082.771-1 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nº 358.134.858-64, residente e domiciliado na Cidade de SP/SP, na R. Dr. Gatentores de ações ordinárias de emissão da Cia., dividendos no valor total de R$ 5.883.391,96 correspondendo a R$ 0,100704387 por ação. O briel dos Santos, 541, 1º and., Higienópolis, CEP 01231-011, na qualidade de membros efetivos e (b.ii.) Daniela Gadben, brasileira, casada, pagamento dos dividendos deverá ser realizado em data a ser xada pelo Conselho de Administração durante o atual exercício social e anterior- advogada, inscrita da OAB, Secção de SP sob o nº 206.659, portadora da Cédula de Identidade RG nº 30.599.367-7 SSP/SP, inscrita no CPP/ mente ao seu encerramento em 30/6/14. Os dividendos serão pagos àqueles que detiverem posição acionária da Cia. quando da respectiva MF sob o nº 223.422.038-61, residente e domiciliada na Cidade de SP/SP, na R. José Maria Lisboa, 1.745, apto. 81, Jd. Paulista, CEP 01423-000 deliberação do Conselho de Administração a ser oportunamente informada aos acionistas, sendo que nos termos da referida declaração as e Gabriel Luiz Herscovici Junqueira, brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na OAB/SP sob o nº 305.151, portador da Cédula de Identidade RG ações da Cia. serão negociadas “ex” dividendos e; (d) Reserva para Investimentos e Expansão: O saldo remanescente do Lucro Líquido nº 30.913.538-2 SSP/SP, inscrito no CPF sob o nº 176.635.488-25, residente e domiciliado na Cidade de SP/SP, na R. Rio de Janeiro, 338, 6º Ajustado, nos termos do Art. 36, alínea (c), do Estatuto Social, no montante de R$ 1.961.130,65 será destinado à Reserva de Investimento e and., Higienópolis, CEP 01240-010, na qualidade de membros suplentes. 1.5.1. Os membros do Conselho Fiscal ora eleitos tomarão posse nos Expansão, cuja nalidade contempla a realização de investimentos para desenvolvimento das atividades da Cia., investimentos em propriedades seus respectivos cargos mediante assinatura de termo de posse lavrado em livro próprio e subscrição do Termo deAnuência dosAdministradores e na aquisição de novas propriedades visando a expansão das atividades da Cia., além de investimentos em infraestrutura para ampliação da a que alude o Regulamento de Listagem do Novo Mercado da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo - BM&FBOVESPA, ocasião capacidade produtiva da Cia. A Reserva para Investimento e Expansão pode ser utilizada como lastro na aquisição pela Cia. de ações de sua na qual deverão declarar, para os ns do disposto nos §§ 1º e 2º do Art. 147 da Lei nº 6.404/76, que não estão incursos em qualquer dos impeemissão, em programa de recompra de ações aprovado pelo Conselho de Administração. Abstiveram-se de votar os acionistas: Fundo Fator dimentos previstos em lei para o exercício da atividade mercantil e que não foram condenados a pena de suspensão ou inabilitação temporária Sinergia IV FIA e National Pension Service. 1.3. Aprovar, por maioria, com abstenção dos legalmente impedidos e dos que assim se manifesta- pela Comissão de Valores Mobiliários, sendo elegíveis para o cargo de administração de Cia. aberta, fazendo jus a remuneração mínima previsram e sem quaisquer ressalvas ou restrições, a reeleição, para o cargo de membros efetivos do Conselho de Administração da Cia., para man- ta em lei. 1.5.2. Aprovar, por unanimidade, com abstenção dos legalmente impedidos e dos que assim se manifestaram e sem quaisquer ressaldatos unicados que se encerrarão naAssembleia Geral Ordinária que aprovar as demonstrações nanceiras da Cia. relativas ao exercício social vas ou restrições a xação da remuneração dos membros eleitos do Conselho Fiscal, nos termos do § 3º do Art. 162 da Lei nº 6.404/76 não inencerrado em 30/6/15, os Senhores: (i) Alejandro G. Elsztain, argentino, casado, portador do passaporte argentino nº 17.737.414N, residente ferior, para cada membro em exercício, a 10% da média da remuneração atribuída aos membros da Diretoria da Cia. Absteve-se de votar o em Buenos Aires, Argentina, em Moreno, 877, 23º and., 1091, Capital Federal; (ii) Eduardo S. Elsztain, argentino, casado, portador do passa- acionista: National Pension Service. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foram encerrados os trabalhos e lavrada esta Ata, em forma porte argentino nº 14.014.114, residente em Buenos Aires, Argentina, em Bolívar, 108, 1º and., 1086, Capital Federal; (iii) Saúl Zang, argentino, de sumário, a qual, depois de lida e achada conforme, foi assinada por todos os presentes. Assinaturas: Alejandro G. Elsztain - Presidente e casado, portador do passaporte nº 04.533.949M, residente em Buenos Aires, Argentina, em Florida, 537, 18º and., 1005, Capital Federal; (iv) Julio Cesar de Toledo Piza Neto - Secretário. Acionistas: Agro Managers S.A.; Cresud S.A.C.I.F Y A; The Bank of New York ADR Department; Gabriel Pablo Blasi, argentino, casado, administrador de empresas, portador do passaporte argentino nº 14.222.826, residente em Buenos Ai- HAYP Fundo de Investimento em Ações; Alfa Fundo de Investimento em Ações; Fundo de Investimento em Ações Real Investor; Clube de Invesres, Argentina, em Moreno, 877, piso 24º (C1091AAQ); (v) João de Almeida Sampaio Filho, brasileiro, casado, Secretário de Estado, portador timento do Gastão; Graphus Premium Fundo de Investimento em Ações; Clube de Investimento Continental; Aspen Fundo de Investimento em da cédula de identidade RG nº 9.559.456 SSP/SP, inscrito CPF/MF sob o nº 071.526.218-10, com endereço na Cidade de SP/SP, na Av. Miguel Ações; Clube de Investimento Lyndos; Clube de Investimento Hill; Clube de Investimento Hope; Clube de Investimento Centauro do Pampa; Stéfano, 3.900, Água Funda, CEP 04301-903; (vi) Isaac Selim Sutton, brasileiro, casado, economista, portador da Cédula de Identidade RG nº Tarso Padua Dutra; Rafael de Souza Morsch; CTM Clube de Investimento; CTM Estratégia Fundo de Investimento em Ações, Fundo Fator Si7.386.118-2, inscrito no CPF/MF sob o nº 047.010.738-30, com endereço na Cidade de SP/SP, na Av. Angélica, 2.510, 9º and., Consolação, CEP nergia IV FIA; Blackrock Ecosolutions Investment Trust; Emerging Markets Small Capitalization Equity Index Fund; Emerging Markets Small 01228-200 e (vii) Robert Charles Gibbins, canadense, casado, gestor de investimentos, portador do passaporte canadense nº BC272564, Capitalization Equity Index Non-Lendable Fund; Emerging Markets Small Capitalization Equity Index Non-Lendable Fund B; Florida Retirement inscrito no CPF/MF sob o nº 232.008.438-02, residente em Champery, na Suíça, em Chalet Brosin d’en Haut, 1.874, os 3 últimos eleitos na System Trust Fund; Future Fund Board of Guardians; Ishares Msci Brazil Small Cap Index Fund; National Pension Service; Nuveen Tradewinds qualidade de Conselheiros Independentes para os ns do Regulamento de Listagem do Novo Mercado da Bolsa de Valores, Mercadorias e Fu- Emerging Markets Fund; Teacher Retirement System of Texas; The Nomura Trust and Banking Co. Ltd. RE; Luis Alves de Lima; Humaitá Absoturos - BM&FBOVESPA S.A. 1.3.1. Aprovar, por maioria, com a abstenção dos legalmente impedidos e dos que assim se manifestaram e sem lute FIA, Agro Investments; Claudio de Castro Cunha; Andre Luiz Cortez Martins e Paulo Tadeu Cortez Martins. Declaro que a presente confere quaisquer ressalvas ou restrições, a eleição, para o cargo de membros efetivos do Conselho de Administração da Cia., para mandatos unicados com a original lavrada em livro próprio. SP, 29/10/13. Alejandro G. Elsztain - Presidente. Julio Cesar de Toledo Piza Neto - Secretário. 24 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 ▲ FINANÇAS Petrobras cai mais de 6% e leva Ibovespa a menos 1% ENTREVISTA RODOLFO ZABISKY presidente do grupo Attitude e líder do movimento Brasil+Competitivo PMEs NA BOLSA GERAM NOVOS EMPREGOS E RECEITA DE IMPOSTOS Paulo Fridman/Bloomberg Índice da principal bolsa brasileira fecha no nível mais baixo em quase três meses O acesso de pequenas e médias empresas ao mercado de capitais será discutido hoje na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC) da Câmara dos Deputados, em Brasília, pelo movimento Brasil+Competitivo e representantes convidados do Banco Central e Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Rodolfo Zabisky, um dos idealizadores, espera que a reunião ajude a convencer o governo a apoiar propostas de estímulo que viabilizem a ideia. Marcelo Loureiro [email protected] O que quer o movimento Brasil+ Competitivo? Os 176 integrantes do Brasil+ Competitivo querem fomentar o empreendedorismo, aumentar a competitividade empresarial e melhorar o acesso à captação para as milhares de empresas médias brasileiras que hoje não têm acesso ao mercado de capitais, seja por dívida ou por emissão de ações. Quais os pontos fundamentais do Projeto de Lei 6.558/13? Dois pontos são fundamentais para a ideia de incentivar o acesso das empresas médias ao mercado de capitais: o crédito tributário para a oferta e a isenção fis- cal para a demanda. Companhias com faturamento anual de até R$ 300 milhões interessadas em investir, no mínimo, 70% de uma oferta de títulos de dívida ou de ações poderiam se beneficiar do crédito tributário para pagar os intermediários da operação. Parte do valor devido por elas ao Governo seria usado para pagar bancos de investimento e escritórios de advocacia que assessorarem a oferta. E como será a isenção fiscal para a demanda? O investidor não recolheria imposto de renda sobre o lucro apurado na operação com esses títulos. Essa proposta é contrária ao ajuste fiscal que o Governo atualmente tenta imprimir? Não. Usando o mesmo cálculo que o Governo aplicou para sustentar os incentivos c o nc e d i do s n o s ú l t i m o s anos, serão 1,1 milhão empregos e R$ 2,5 bilhões em arrecadação extra no país no intervalo de cinco anos. Há ainda a expectativa de maior formalização das empresas acessíveis ao benefício, que seriam obrigadas a melhorar sua governança. E o governo não abre mão de nada até que a operação seja concluída. “ A bolsa tem o Bovespa Mais. Mas ali só há emissão de ações ordinárias, o que não combina com o empreendedor que queremos valorizar. A concorrência é sempre salutar” Tais regras abririam espaço para uma bolsa voltada às empresas médias? A bolsa tem o Bovespa Mais. Mas ali só há emissão de ações ordinárias, o que não combina com o empreendedor que queremos valorizar. Imagino um ambiente com emissões de ações preferenciais, para que o empresário não seja punido com a perda do controle para conseguir acessar outra fonte de captação. É importante lembrar que a margem da BM&FBovespa, que atua sozinha no Brasil, chega a 70% em alguns serviços. A concorrência é sempre salutar. Há algo que a CVM possa fazer para melhorar o acessoàs empresas médias? Sugerimos à CVM regras diferentes de compliance e uma categoria nova de empresas, para as companhias que quiserem acessar apenas os investidores qualificados. Isso deixaria os custos da oferta mais parecidos com o perfil das empresas médias. Qual o maior desafio para o Brasil+Competitivo? O desafio é convencer a presidenta Dilma. A queda de mais de 6% das ações da Petrobras puxou para baixo o principal índice do mercado acionário brasileiro, que fechou ontem no nível mais baixo em quase três meses. Havia preocupação de que o governo possa atrasar a aprovação de um mecanismo para o reajuste de preços de combustíveis. O Ibovespa caiu 1,56%, aos 51.446 pontos, nível de fechamento mais baixo desde 30 de agosto. O giro financeiro do pregão foi de R$ 7,8 bilhões. As ações preferenciais da Petrobras perderam 6,29% e as ordinárias 6,43%, acentuando o movimento de baixa após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, dizer que um mecanismo para os reajustes dos combustíveis não pode ser de “improviso”, tampouco inflacionário. Há duas semanas, uma fonte do Executivo disse que o governo resistia à metodologia de reajuste apresentada pela diretoria da estatal. O assunto voltou à tona ontem depois da notícia de que o governo está disposto a reajustar gasolina e diesel neste ano, mas que já considera deixar para 2014 a aprovação de um mecanismo para o reajuste automático. “As pessoas estavam esperando que algo acontecesse (sobre a fórmula dos preços) neste ano”, afirmou o gerente de renda variável da H.Commcor, Ariovaldo Santos. “O Mantega disse que ela não pode ser inflacionária ou contribuir para a indexação da economia, então agora há uma expectativa de que pode não ocorrer nada”. A reunião do Conselho de Administração da estatal que deve analisar o tema, adiada em uma semana, está agendada para a próxima sexta-feira. “A sensação de que o governo continua com um intervencionismo grande nas estatais acabou tendo um reflexo geral sobre o Ibovespa”, afirmou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno. As ações da Vale também caíram. A empresa aguarda uma decisão do STJ relativa a pagamento de imposto sobre o lucro de subsidiárias no exterior. Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 25 Murillo Constantino ITÁLIA Monte dei Paschi aumenta capital O banco italiano Monte dei Paschi di Siena aprovou aumento de capital de até ¤ 3 bilhões de euros (US$ 4 bilhões) e espera concluir a operação no primeiro trimestre do ano que vem. A chamada de capital é necessária para pagar um resgate financeiro que o banco mais antigo do mundo recebeu no início do ano. A proposta ainda será submetida aos acionistas em assembléia este ano. Reuters BB emite 275 milhões de francos suíços em bônus Só neste ano, o banco já fechou captações no exterior de cerca de US$ 3,2 bilhões O Banco do Brasil realizou ontem mais uma captação no exterior. Dessa vez a operação foi de 275 milhões de francos suíços. O prazo dos bônus colocados na Suíça é de 5,5 anos e o yield ficou em 2,555%. Segundo o diretor de Finanças da instituição, José Maurício Coelho, essa emissão atende a estratégia de diversificação de fontes de recursos do banco estatal e ocorre num momento em que o preço está atrativo no mercado suíço. “Entendemos que não é a melhor estratégia ficar dependente de captações em dólar”, afirmou o executivo. Neste ano, o BB fechou captações externas equivalentes a cerca de US$ 3,2 bilhões, incluindo uma operação em dólar, uma em euros e esta em francos suíços. Além da diversificação, Coelho destacou que o mercado suíço ofereceu uma boa oportunidade de preço. “A captação foi 30 pontos-básicos abaixo da nossa curva em dólar”, comemorou ele. A ideia inicial do banco era emitir 200 milhões de francos suíços, mas a demanda chegou a 275 milhões de francos suíços, disse Coelho. Ele acrescentou que a operação foi a maior já realizada por um emissor brasileiro naquele mercado. “Ficamos satisfeitos”, confessou. Ele contou que o BB já havia feito uma captação privada de 50 milhões de francos suíços há cerca de dois meses. O executivo do BB não revelou se o banco pretende fazer novas emissões externas ainda em 2013, mas disse que o banco acompanha “de perto” os mercados. Há dias, algumas fontes contaram que o BB também está buscando levantar pelo menos US$ 1 bilhão em um empréstimo sindicalizado direcionado a investidores asiáticos. Essa operação, contaram, teria duas partes: uma de três e outra de quatro anos. As unidades asiáticas de JP Morgan, BNP Paribas, HSBC e Standard Chartered estariam entre os participantes da transação. Reuters CURTAS BC da China diz que país contará com reformas, não políticas frouxas No Japão, ata mostra conselheiro do BC dividido sobre alcance da meta de preços A China contará com reformas baseadas no mercado para destravar novos motores de crescimento visando dar sustentação à economia, afirmou ontem o presidente do banco central, Zhou Xiaochuan. “O governo chinês está enfatizando as Alguns membros do Conselho do banco central do Japão buscaram no mês passado flexibilizar a meta de inflação da instituição devido a preocupações quanto a riscos, tais como aumentos lentos no investimento empresarial. A ata da reunião de 31 de outubro reformas para impulsionar a vitalidade do mercado e manter o crescimento econômico estável, em vez de contar com políticas fiscal ou monetária ultrafrouxas para sustentar o crescimento e o emprego”, afirmou Zhou Xiaochuan em seu discurso. Reuters COMPANHIA INDUSTRIAL CATAGUASES Companhia Aberta CNPJ/MF nº 19.526.748/0001-50 - NIRE 31300039072 Ata da Assembleia Geral Ordinária realizada no dia 18 de Abril de 2013. I- Data, Hora e Local: Ao décimo oitavo dia do mês de abril de 2013, às 09:00 horas, na sede social da Companhia, na Praça José Inácio Peixoto, 28, na cidade de Cataguases, Estado de Minas Gerais. II- Quorum/ Presenças: Presentes acionistas representando mais de 2/3 (dois terços) constatada a existência do quórum legal para a instalação da Assembleia Geral Presentes ainda, como convidado, o Conselheiro Fiscal, Sr. José Heitor Leonardo, e, em atendimento ao artigo 134, § 1° da Lei no 6.404, de 15/ 12/ 1976, o Sr. Daniel Vieira representante da auditoria externa Ernst & Young Terco Thorton Auditores Independentes, e o Sr. Hênio Murilo B. LemosFilho,DiretorComercialdaCompanhia.Ill-ComposiçãodaMesa: Presidente- Dr. Marcelo Tourinho; Secretária- Suellen de Paula Novais. IV- Publicações Prévias: Relatório da Administracão e Demonstracões Financeiras acompanhadas do Parecer da Ernst & Young Terco Thorton Auditores Independentes: "Diário Oficial de Minas Gerais", de 16/ 03 / 2013, páginas 02 a 07 e "Jornal Brasil Econômico", de 18/ 03 / 2013, páginas 33 a 37; Edital de Convocação: de 02, 03 e 04/04/2013, páginas 01, 10 e 06 respectivamente e "Jornal Brasil Econômico", nos mesmos dias, páginas 22, 17 e 38, respectivamente. V - Abertura: ! "!# ! $% ' # " ## a presidência dos trabalhos, o acionista Marcelo Tourinho, que convidou SuellendePaulaNovais,parasecretariá-lo.VI-Registros:1)Foiautorizada # *# + ! # *# # #< = omissão das assinaturas dos acionistas, com base no disposto no Artigo ! % % > ?@$$ K OQ UW?X Z [ dispensada a leitura das Demonstrações Financeiras, do Relatório da Administração e do Parecer dos Auditores Independentes, tendo em vista serem os mesmos de conhecimento de todos os acionistas presentes; 3) Os documentos relativos às matérias discutidas na presente Assembléia ] ^ Q # sede da Companhia e na internet (www.cataguases.com.br/investidores), bem como nas páginas da CVM - Comissão de Valores Mobiliários (www. cvm.gov.br)edaBM&FBovespa-BolsadeValores,MercadoriaseFuturos S/ A. _```@ @@) na rede mundial de computadores, em <f > ?@$$W? j #< ky { 481/2009. VII - Ordem do Dia: 1) To mar as contas dos Administradores, examinar, discutir e votar as Demonstrações Financeiras da Companhia, Q X Z O < #X 3) Eleger os membros do Conselho de Administração e seus respectivos suplentes; 4) Eleger os membros do Conselho Fiscal e seus respectivos suplentes; 5) Fixar a remuneração anual, global dos administradores da Companhia e do Conselho Fiscal; VIII - Deliberações: 1) Os acionistas aprovaram, por maioria, o relatório da administração, as Demonstrações [ compreendendo o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado, O < y#<f | >*# O < de Fluxo de Caixa, Demonstrações do Valor Adicionado, e as Notas Explicativas, acompanhadas do Parecer dos Auditores Independentes. Os acionistas Adriana Botelho Bastos Zaverucha, Alice Botelho Bastos, Andre Luiz Botelho Bastos, Claudia Botelho Amaral, Cristina Braz Botelho Mansur, Dora Botelho Bastos, Francisco Eduardo Müller Botelho, Gilberto Braz Botelho, Gilberto Müller Botelho, Ivan Müller Botelho, João Braz Bo y ># ~Q ~ y# Q ~ y|Q~Q~#Q~~ PedroAugustoBotelhoBastos,PérolaBrazBotelho,RicardoPerezBotelho, Energisa S.A., e Instituto Dona Lenita Junqueira, todos representados por ! ^ y < + y *# # # *# da Companhia; 2) Os acionistas aprovaram, por maioria, com abstenção dos acionistas representados por Rodrigo Ulrich de Oliveira, a destinação # *# =# < proposto pela Administração da Companhia e aprovado pelo Conselho de Administração em reunião realizada no dia 28/ 03/2013: Valores em k ># >*# Reais antes do cálculo dos Juros s/ o Capital Próprio 5.173.118,53 ( +) Reversão da realizacão da Reserva de Reavaliação 585.327,77 Total 5.758.445,77 Destinações: (-)Reserva Legal 258.655,93 (-)JurossobreoCapitalPróprioimputadosaosDividendos 1.715.343,62 (-)Reserva para Investimento 3.784.446,22 --------@Z ^ # # calculados de acordo com a Lei 9.249/95, e pagos, em 19/03/2013, aos <f < K @WK@$W (hum milhão, setecentos e quinze mil e trezentos e quarenta e três reais e Z < *# K # =# *# @$K@$ _# quatrocentos e cinquenta e oito mil, quarenta e dois reais e oito centavos), PJ imunes ou # [ isentas Tributadas Valor por IRRF (V alor Bruto) _k >*#Z < _Z (15%) Ações ordinárias 11,4303 1,7145 9,7158 f renciais 60,5173 9,0776 51,4397 2.2) Por proposta do Conselho de Administração da Companhia sobre o <@W$@$$? (três milhões, setecentos e oitenta e quatro mil, quatrocentos e quarenta e Z j autorizadapelaLei6.404,de15/12/1976;2.3)Osacionistasrepresentados ! ^ "!# y < Voto à Mesa com relação aos itens 2), 2.1) e 2.2) que, depois de numerada # *# X Z [ como membros do Conselho de Administração, com mandato de 1 (um) ano,avigoraratéapróximaAssembleiaGeralOrdinária:(I)pelosvotosdos acionistas Célia Peixoto de B. Lemos, Dirce Rodrigues Peixoto, Flávia Rodrigues Peixoto, Maria de Magdala Duarte Peixoto, Delta Agropecuária e Participações Ltda., Marcelo Inácio Peixoto, Gabriel Inácio Peixoto e Josélia Peixoto Pacheco de Medeiros, representados pelo Dr. Frederico Rocha Rebello e Nélia de Souza Peixoto, representada por Leonardo Peixoto Ferreira Leite os senhores (a) Eduardo Peixoto Ferreira Leite, brasileiro, casado, empresário, portador da Carteira de Identidade número WK$Wj[ [{?KK$WK #># 175, apto 42, CEP n° 04560-020, na cidade de São Paulo (SP), como < # suplente o Sr. José Pacheco de Medeiros Neto, brasileiro, divorciado, administrador,portadordaCarteiradeIdentidadenoM-2780557,SSP/MG [ { @W@?U # y= k U centro, CEP 36770-060, em Cataguases (MG); (b) Sr. Ricardo Dias da CruzFerreira,brasileiro,empresário,inscritonoCPFsobono164.073.427U # " y!# ~ =# _ Z ' K$ < # suplente o Sr. Gustavo Loureiro Ferreira Leite, brasileiro, industrial, divorciado, portador da Carteira de Identidade n° RG- 6.943.893-6, SSP/SP [{UW@@$ #j*# 'K$$$ na cidade de São Paulo (SP); (c) Sr. José Inácio Peixoto Neto, brasileiro, casado, administrador, portador da Carteira de Identidade no 03.344.678"" [{KU@W@UWU 154, Bairro Santa Cristina, CEP 36.770-416, na cidade de Cataguases _y]Z < seu suplente Sr. Marcelo Inácio Peixoto, brasileiro, divorciado, empresário, nascido em 29/ 01 / 1957, portador da Carteira de Identidade n° M @K@K "" y] [ { KU@?U@KWW O#$'?WW!# _y]ZX (II) pelos votos dos acionistas Adriana Botelho Bastos Zaverucha, Alice Botelho Bastos, André Luiz Botelho Bastos, Cláudia Botelho Amaral, Cristiana Braz Botelho Mansur, Dora Botelho Bastos, Francisco Eduardo Müller Botelho, Gilberto Braz Botelho, Ivan Müller Botelho, João Braz Bo y ># ~Q ~ y# Q ~ Mônica Perez Botelho, Paulo César Botelho Bastos, Pedro Augusto Botelho Bastos, Ricardo Perez Botelho, Energisa S/ A e Instituto Dona Lenita Junqueira, representados por Rodrigo Ulrich de Oliveira: (d) Jorge Nagib Amary Junior, brasileiro, engenheiro e economista, inscrito no CPF sob o { $W@@$W + # de Melo, n° 1955, 15° andar, Cidade de São Paulo/ SP, CEP 04548-005, < # suplente o Sr. Maurício Perez Botelho, brasileiro, casado, engenheiro, j $??$? j[ [ { 738.738.107-00, com escritório na Av. Pasteur n°. 110, 6° andar, CEP n°. 22290-240, Rio de Janeiro (RJ); e (e) Vicente Moliterno Neto, brasileiro, =# j ]$@U@$ "" " [ { UK@??@X na Alameda Itu, 846, apto 81, Cerqueira Cesar, CEP 01421-001, São # _"Z < "@ Maurício Perez Botelho, *# # #@ ^ " @ O #Q[@ky*# são eleitos na qualidade de conselheiros independentes, nos termos do ! "!# ! W ' # @ ^ # ano, que se estenderá até a Assembleia Geral Ordinária que aprovar as @ [ # ! % # ! % j #< % 367, de 29/ 05/2002, da Comissão de Valores Mobiliários, as respectivas <f ## # # arquivados na sede da Companhia. Os Conselheiros ora eleitos também <f j jj % ! 147, da Lei 6.404, de 15/12/1976. Os Conselheiros eleitos declararam *# # < de atividade mercantil, que não ocupam cargo em sociedade que possa ser considerada concorrente com a Companhia, não tendo nem represen @ ' conselheiros, a Assembleia escolheu o Sr. Eduardo Peixoto Ferreira Leite, para exercer o cargo de Presidente do Conselho e o Sr. José Inácio Peixoto Neto, para exercer o cargo de Vice Presidente do Conselho, os *# #<f @ $Z ^ deliberaram,porunanimidadedevotos,pelainstalaçãodoConselhoFiscal, com a imediata eleição de seus membros, tendo sido indicado pelos votos ! ^veira, como membro efetivo, o Sr. Flávio Stamm, brasileiro, casado, administrador de empresas, portador da carteira de identidade número 12.317.859 SSP/SP e do CPF 048.241.708-00, residente à Rua Patápio Silva, 223 ap. 32- São Paulo- SP, e, como seu suplente. o Sr. Luiz da Costa Lima Júnior, brasileiro, casado, contador, portador da carteira de identidade número 2062162-2 SSP/DF e do CPF/MF 804414247-91, com < # ~ { @ minoritária Energisa S.A. como membro efetivo, o Sr. Paulo Henrique Laranjeira da Silva, português, casado, contador, residente e domiciliado em Cabo Frio/RJ à Rua Alex Novelino, 400 apto. 104 -Vila Nova, CEP UWK [ {U@UU@WWW! CRC/RJ 27.866-O e, como seu suplente. o Sr. Vicente Cortes de Carvalho, brasileiro, casado, contador, portador da carteira de identidade número M-1.203.080/SSP-MG e do CPF/MF 194.381.256-04, com escritório na < # ~ { @ ^ "@ FredericoRochaRebelloeLeonardoPeixotoFerreiraLeiteindicaramcomo membros efetivos os senhores Glaydson Ferreira Cardoso, brasileiro, casado, advogado, OAB/MG 81.931, CPF n° 005.273.616-40, com escritório na Rua Rio de Janeiro, n° 927- 7° andar, na cidade de Belo Horizonte (MG), Enio de Melo Coradi, brasileiro, solteiro, contador, RG: M3463774 SSP/MG,CPF:526.204.506-59,CRC:MG-070222/O-5,residentenaRua CarlosSá,630,apto301,JardimAtlântica,BeloHorizonte/MG,CEP31550200, e Anderson de Souza Santos, brasileiro, casado, contador, CPF 879.597.476-87, residente na Rua Capitão Bragança, no 471, apto 202, Bairro de Santa Tereza, Belo Horizonte/MG, CEP: 31010-470, e, como suplentes, os senhores Igor Fonseca Santos Teixeira, brasileiro, solteiro, advogado, portador da Carteira de Identidade n° M-7562504, SSP/MG [ { $@?@?U # "! $ ~ Funcionários, na cidade de Belo Horizonte (MG) e José Heitor Leonardo, brasileiro, casado, contador, CRC/MG n° 35552, portador do CPF n° 331.808.656-87, residente na Rua José Alicio, 161, Bairro Leonardo, na cidade de Cataguases (MG), sendo o senhor Igor Fonseca Santos Teixeira como suplente dos senhores Gladyson Ferreira Cardoso e Enio de Melo Coradi, e o senhor José Heitor Leonardo como suplente do senhor Anderson de Souza Santos. O Conselho Fiscal ora eleito tomará posse na pri- mostrou divergência entre os nove membros do Conselho quanto à meta de inflação, com os pessimistas duvidando que as empresas irão impulsionar os gastos de capital e os pagamentos regulares de modo rápido o suficiente. Reuters meira reunião após sua eleição; e 5) Os acionistas deliberaram, por unanimidadedevotoscomabstençãodosacionistasrepresentadosporRodrigo ^ #< # ! ! $ 5.012.000,00 (cinco milhões e doze mil reais), competindo ao Conselho de Administração decidir sobre a distribuição individual aos administradores. #< [ @ 162, § 3° da Lei 6.404/76; IX- Encerramento e Lavratura: Nada mais ha própriodeAtasdasAssembléiasGeraisdaCompanhiaIndustrialCataguases, a qual, lida e achada correta, vai assinada pelos presentes. Registro 'y] {K$$$K@y#~ - Secretária Geral. AtadaReuniãodoConselhodeAdministraçãorealizadaem19deabril de 2013. 1. Data, Hora e Local: Aos 19 (dezenove) dias do mês de abril de 2013,às10:00horas,nasedesocialdaCompanhia,situadanaPraçaJosé InácioPeixoto,28,noBairroVilaTereza,emCataguases,EstadodeMinas Gerais. 2. Presença: Presentes Eduardo Peixoto Ferreira Leite, vicente Moliterno Neto, Ricardo Dias Ferreira da Cruz, José INácio Peixoto Neto e Jorge Nagib Amary Junior. 3. Mesa de Trabalho: Presidente: Eduardo Peixoto Ferreira Leite, Secretário: Vicente Moliterno. 4. Ordem do Dia: 1. Eleição da Diretoria para o triênio 2013 a 2016. 5. Deliberações: 1. Por unanimidade, os membros do Conselho de Administração elegeram, com mandatode3(trêsanos)paraDiretor-Presidente## #<f deDiretordeRelaçõescomInvestidoreseDiretorAdministrativoFinanceiro, José Inácio Peixoto Neto, brasileiro, casado, administrador, portador do [{KU@W@UWUj{@$$@?W"" RJ, residente na Alameda dos Pardais, 154, Bairro Santa Cristina, CEP { ?WW$? !# _y]ZX Diretor Técnico-Industrial: AntonioDuarteFabelo,brasileiro,casado,EngenheiroTêxtil,portadordo [ { $W@$@$W j { @@$K "" # y " $$ ~ j ' {$?_ ZXDiretorComercial:HênioMurilode BarrosLemosFilho,brasileiro,casado,EngenheirodeProdução,portador [ { W@@?W?$U j { $ j # [ _ Z @ O# $@${?WW!# _y][email protected], Lavratura,AprovaçãoeAssinaturadaAta:Nadamaishavendoatratar,o Sr.Presidentesuspendeuostrabalhospelotemponecessárioàconclusão dapresenteAta,que,apóslidaaospresenteseachadacorreta,vaiassinada pelo Presidente da Mesa e pelo Secretário. Cataguases (MG), 19 de abril de 2013. Eduardo Peixoto Ferreira Leite (Presidente da Mesa), Vicente Moliterno Neto (Secretário). Ricardo Dias Ferreira da Cruz, José Inácio Peixoto Neto, Jorge Nagib Amary Junior. Arquivada na JUCEMG sob o {K$? UK y # ~ " ]@ Ata da Reunião do Conselho de Administração realizada em 26 de junho de 2013. 1. Data, Hora e Local: Aos 26 (vinte e seis) dias do mês de Junho de 2013, às 08:00 horas no escritório da Companhia na Rua Oscar [ K =@ " #"@ 2. Presença: Presentes: Eduardo Peixoto Ferreira Leite, Vicente Moliterno Neto, Ricardo Dias da Cruz Ferreira, Jorge Nagib Amary Junior e José Inácio Peixoto Neto. Presentes na condição de convidados, o Diretor Industrial Sr. Antonio Duarte Fabelo e o Diretor Comercial Sr. Hênio Murilo de Barros Lemos Filho.3. Mesa de Trabalho: Presidente: Eduardo Peixoto Ferreira Leite. Secretária: Suellen de Paula Novais. 4. Ordem do Dia e Deliberações: I - O Conselho de Administração destituiu, por unanimidade, o Sr. José Inácio Peixoto Neto ao cargo de Diretor Presidente da Companhia, a partir do dia 01/07/2013 e elegeu, por unanimidade, para o cargo de Diretor Presidente no triênio 2013/2016einterinamenteparaocargoqueseencontra·vacantedeDiretor Administrativo e Financeiro, o Sr. Paulo Antonio Valente, brasileiro, casa!j{@WU?@$$[ n°114.287.948-83,residentenaAlamedaMunique,n°251,BairroAlphaville, " #" *# W@ II-OsConselheirosdeliberaramporunanimidadepelapermanênciadoSr. JoséInácioPeixotoNetoaocargodeDiretordeRelaçãocomInvestidores *# # < Q no dia 19 /04/2013; III - O <f Conselho,porunanimidade,aseguinteestruturaparaaDiretoriaExecutiva da Companhia: (i) O ## #< de Diretor Administrativo e Financeiro, Sr. Paulo Antonio Valente; (ii) Diretor de Relações com Investidores, Sr. José Inácio Peixoto Neto; (ü) DiretorComercial,Sr.HênioMurilodeBarrosLemosFilho;e,(iii)Diretor Técnico-Industrial, Sr. Antonio Duarte Fabelo. 5. Encerramento: Nada maishavendoatratar,oSr.PresidentedoConselhosuspendeuostrabalhos pelotemponecessárioàconclusãodapresenteAtaque,apóslidaeachada @!# _@y]Z ? =# @ '# [ > _ y Z Suellen de Paula Novais (Secretária). Jorge Nagib Amary Junior, Ricardo Dias da Cruz Ferreira, José Inácio Peixoto Neto, Vicente Moliterno Neto. ! 'y] {KKUy# ~ " ]@ Ata da Reunião do Conselho de Administração Realizada em 17 de Outubro de 2013: 1. Data. Hora e Local: Aos 17 (dezessete) dias do mês de outubro de 2013, às 11:00 horas, no escritório da Companhia, na Rua ^ [ % K =@ " #" 2. Presença: Presentes: EduardoPeixotoFerreiraLeite,VicenteMoliternoNeto,RicardoDiasdaCruz Ferreira, Jorge Nagib Amary Junior e José Inácio Peixoto Neto. 3. Mesa: Presidente: Eduardo Peixoto Ferreira Leite. Secretária: Suellen de Paula Novais. 4. Ordem do dia: Indicação do Diretor que exercerá interinamente o cargo de Diretor de Relação com Investidores. 5. Deliberações: Com o '# [ > k Moliterno Neto, Ricardo Dias da Cruz Ferreira, Jorge Nagib Amary Junior e com a abstenção do Conselheiro José Inácio Peixoto Neto, o Conselho # ! !# ! U ' # " a indicação do Diretor Presidente, Sr. Paulo Antônio Valente, para exercer, cumulativamente, o cargo de Diretor de Relações com Investidores até a eleiçãodeumnovoDiretorparacompletaromandatodoDiretorJoséInácio # # ! ! U do Estatuto Social. 6. Encerramento, Lavratura, Aprovação e Assinatura da Ata: Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente suspendeu os trabalhos pelo tempo necessário à conclusão da presente Ata que recebe a assinatura dos senhores Conselheiros presentes. São Paulo, (SP), 17 de outubro de 2013. Eduardo Peixoto Ferreira Leite - Presidente da Mesa; Suellen de Paula Novais - Secretária; Vicente Moliterno Neto; Ricardo Dias da Cruz Ferreira; Jorge Nagib Amary Junior; José Inácio Peixoto Neto. *# 'y] {KW$WW@y# ~ " ]@ 26 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 ▲ MUNDO Editor: Gabriel de Sales [email protected] Espionagem pode causar perdas de US$ 35 bi à área de TI Previsão para o período até 2016 se refere às gigantes norte-americanas do setor, que tiveram a credibilidade abalada globalmente A indignaçãointernacional em relação à vigilância da Agência Nacional de Segurança (NSA) na internet está prejudicando as vendas globais decompanhiasde tecnologia americanas e atrasando os esforços dos EUA para promover a liberdade na web. A espionagem no exterior poderia custar às companhias americanas até US$ 35 bilhões em perdas de receita até 2016 causadas por dúvidas quanto à segurança da informação dos seus sistemas, segundo a FundaçãodeTecnologiada Informação e Inovação, grupo de pesquisa sobre políticas em Washington cujo comitê inclui representantes de companhias como a IBM e a Intel. “As consequências potencias adversas são enormes, levando em conta o tanto que a nossa economia depende da economia da informação para crescer”, disse Rebecca MacKinnon, membro sênior da Fundação Nova America, grupo de políticas de Washington. “É cada vez mais onde se encontra a vantagem dos EUA”, lembra. Qualquer retrocesso no esforço dos EUA em manter uma internet aberta também causaria prejuízos indiretos a companhias co- Qualquer retrocesso no esforço dos EUA em manter uma internet aberta causaria prejuízos a empresas como Apple e Google, que se beneficiam das redes globais com poucas restrições locais mo a Apple e Google, que se beneficiam das redes globais com poucas restrições nacionais. Quase 40% da população mundial, ou 2,7 bilhões de pessoas, estão online, segundo a União Internacional de Telecomunicações, agência das Nações Unidas com sede em Genebra. A notícia sobre a vigilância dos EUA, revelada pelo ex-contratado da NSA Edward Snowden, tem “umgrande potencial para prejudicar gravemente a competitividade” de companhias americanas como Apple, Facebook e Microsoft, disse Richard Salgado, diretor da Google para cumprimentodeleisesegurançadainformação,aum paineldoSenado dos EUA em 13 de novembro. “A confiança que está ameaçada é essencial para essas empresas”. Países como a China e a Rússia, que estão procurando impor mais controles nacionais à internet, estão vendo seus pontos de vista ganhar força. Potências econômicas em ascensão como a Índia, o México e a Coreia do Sul estão avaliando impor novos limites. A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, alvo da vigilância da NSA, está exortando a rediscutir a questão da administração da internet com o apoio da Alemanha, cuja chanceler, Angela Merkel, também foi alvo da NSA. As companhias de tecnologia não sãoas únicasque enfrentam potenciais prejuízos pela divulgação da vigilância da NSA, disse Myron Brilliant, vice-presidente executivoda Câmara Americanade Comércio em Washington. Estudos mostram que produtos e serviços que dependem de fluxos de dados transfronteiriços devem adicionar aproximadamente US$ 1 trilhão em valor à economia americana por ano durante os próximos 10 anos, disse Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 27 Hugo Correia/Reuters PORTUGAL Parlamento aprova orçamento para 2014 Os deputados portugueses aprovaram o projeto de orçamento para 2014, que prevê duros cortes nos gastos públicos e o aumento dos impostos em um valor total de 3,9 bilhões de euros, o equivalente a 2,3% do PIB. O projeto foi aprovado com os votos dos deputados da coalizão de centro-direita, dirigida pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que dispõe de 132 das 230 cadeiras do Parlamento. AFP Alex Wong/AFP ONU vai propor fim da vigilância eletrônica Protesto contra o gen. Keith Alexander, diretor da NSA, quando era ouvido no Congresso Brilliant. “As pessoas não confiarão tanto nos EUA e nas companhias americanas”,disseJason Healey, diretor da Cyber Statecraft Initiative do Conselho Atlântico, um grupo de políticas com sede em Washington.“Começarão a aparecer fronteiras nacionais no ciberespaço”. Desde que Snowden revelou que a NSA estava monitorando conversas entre Dilma e seus principais assessores, a presidente brasileira lidera uma campanha para estabelecer proteções na internet. O Brasil está pensando em criar leis que exigiriam que companhias como a Google, com sede em Mountain View, Califórnia, usem centros de dados ou equipamentos locais desenvolvidos pelo governo. Uma preferência por fornecedores não americanos poderia afetar companhias como a Juniper Networks ou a Cisco . Salgado disse que as propostas em andamento poderiam levar à “criaçãodeumaredeestilhaçada,divididaempedaçosnacionaiseregionais menores com barreiras em volta deles, para substituir a internet global que conhecemos atualmente”. Nicole Gaouette, Bloomberg News Um comitê da Assembleia-Geral da ONU pediu ontem o fim da vigilância eletrônica excessiva e manifestou preocupação com o dano que estas práticas, incluindo a espionagem em países estrangeiros e a coleta em massa de dados pessoais, podem ter sobre os direitos humanos. O terceiro comitê da Assembleia-Geral, que trata de questões de direitos humanos, adotou a resolução, elaborada por Brasil e Alemanha, por consenso. Espera-se que ela seja submetida a votação no próximo mês. EUA, Grã-Bretanha, Austrália, Canadá e Nova Zelândia — grupo conhecido como aliança de vigilância Cinco Olhos — apoiaram o projeto de resolução depois que a linguagem, que inicialmente sugeria que a espionagem estrangeira poderia ser uma violação dos direitos humanos, foi enfraquecida para apaziguá-los. Resoluções da Assembleia-Geral não são vinculativas, ao contrário de resoluções do Conselho de Segurança, de 15 nações. Mas as resoluções da Assembleia que conseguem amplo apoio internacional podem ganhar peso moral e político significativo. EUA preocupados com lote “apocalíptico” Autoridades de inteligência dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha manifestaram preocupação com o que chamam de lote “apocalíptico” de documentos altamente sigilosos e criptografados que o ex-técnico de inteligência Edward Snowden guardou em uma nuvem de dados. O acervo inclui documentos gerados pela Agência de Segurança Nacional (NSA) e por outros órgãos norte-americanos e nomes de funcionários de inteligência dos EUA e de países aliados, segundo sete atuais e ex-funcionários e outras fontes ouvidas sobre o assunto. Os dados estão protegidos com uma criptografia sofisticada, e são necessárias múltiplas senhas para abri-los. As senhas estão em poder de pelo menos três pessoas e são válidas só durante um curto período por dia, segundo as fontes. Não se conhece a identidade dos possuidores das senhas. Reuters Acordo de Genebra dá novo ânimo à economia iraniana Indústrias petrolífera, petroquímica e automotiva, comércio de metais preciosos e a aviação civil serão os mais beneficiados Denis Balibouse/Reuters Chanceler Zarif, do Irã: “Não há reaproximação” NÚMEROS US$ 12 bi Receita das exportações iranianas de produtos petroquímicos em um ano até março de 2012. 1,6 milhão Produção de veículos em 2011, principal setor da economia do Irã, após o petróleo. O acordo nuclear entre o Irã e países ocidentais vai tornar mais fácil, barato e menos extenuante negociar seu petróleo, graças em grande parte ao levantamento parcial da proibição de a carga ser segurada por companhias europeias, disse, ontem, uma autoridade do setor industrial iraniano. O Irã e seis potências mundiais chegaram a um acordo no domingo para restringir o programa nuclear iraniano em troca do alívio limitado das sanções, incluindo o compromisso de permitir que alguns embarques de petróleo do país sejam cobertos por provedores de seguro naval, ramo dominado pela Grã-Bretanha. As sanções dos Estados Unidos e da União Europeia levaram as exportações iranianas de petróleo a se reduzirem de 2,5 milhões de barris por dia (bpd) para cerca de 1 milhão bpd, mas o governo norte-americano afirma que não permitirá que as exportações subam além dos níveis atuais. O acordo de Genebra sobre o programa nuclear iraniano também suspende as sanções sobre o ouro e os metais preciosos, a indústria petroquímica, a indústria automotiva e a aviação civil, setores-chave da economia de Teerã. Em setembro de 2012, as reservas de ouro iraniano chegavam a 109 toneladas, de acordo com o jornal econômico “Donya-ye Eqtesad”. Os maiores compradores são Turquia e Índia. Entre março e setembro de 2013, as exportações iranianas (PVC, polietileno, ABS, polipropileno, poliéster etc.) eram de US$ 5 bilhões (ou US$ 12 bilhões para o ano iraniano entre março de 2011 e fevereiro de 2012), segundo o portal na Internet da Indústria petroquímica nacional. A indústria automotiva é a segunda mais importante da economia iraniana, atrás apenas do petróleo, de acordo com estimativas de diferentes especialistas. A produção se situa entre 500 mil e 800 mil unidades. Em 2011, bateu a marca de cerca de 1,6 milhão de veículos. Antes das sanções, empregava direta e indiretamente de 400 mil a 500 mil pessoas. Os principais fabricantes são Irã Khodro e Saipa. AFP 28 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 ▲ MUNDO Andy Buchanan/AFP Caso se torne independente, Escócia ficará fiel à rainha Alex Salmond: “O futuro da Escócia está agora nas mãos da Escócia” Chefe de governo Alex Salmond também promete conservar a libra como moeda Se a Escócia conquistar a independência do Reino Unido, conservará a libra como moeda e Elizabeth II como rainha, segundo o projeto para a independência do país apresentado pelo governo regional. O chefe de Governo, Alex Salmond, apresentou ontem em Glasgow o “livro branco”, com a esperança de reverter as pesquisas desfavoráveis 10 meses antes do referendo. “O futuro da Escócia está agora nas mãos da Escócia”, disse Salmond no ato em que apresentou o ‘livro branco’, que responde a 650 questões concretas sobre uma eventual separação e assegura que a independência trará mais prosperidade e igualdade econômica para esta província britânica de 5,2 milhões de habitantes. “Os escoceses pagaram mais impostos que o resto da Grã-Bretanha nos últimos 32 anos”, criticou Salmond, antes de destacar que a ruptura com a Inglaterra, Gales e Irlanda após 300 anos de união permitiria “lutar contra o legado de dívida e desigualdade social imposto pelas políticas” de Londres. “O futuro da Escócia - seu guia para uma Escócia independente” detalha pela primeira vez os planos de Edimburgo para a moeda, regime fiscal, educação e políticas de bem-estar no caso de vitória do “sim” no referendo marcado para 18 de setembro de 2014. O guia destaca que a Escócia ficaria com 90% das reservas de petróleo do Mar do Norte e que não permitiria armas nucleares na base militar de Faslane, que abriga o submarino nuclear britânico. Na pesquisa mais recente, publicada no domingo no jornal Sunday Times, 47% dos escoceses eram contrários à independência, 38% apoiam e 15% ainda não definiram o voto Um referendo realizado em 1997 deu mais autonomia ao governo escocês, com o Parlamento ganhando competência para áreas como educação, saúde, meio ambiente e justiça O país continuaria usando a libra como divisa, reconheceria a rainha Elizabeth II como monarca em sua nova Constituição e renunciaria à BBC como meio de comunicação público nacional. Finalmente, permaneceria na Otan e na União Europeia (UE). Salmond, do Partido Nacional Escocês (SNP), expressou segurança no cumprimento de seus planos, apesar de Londres e Bruxelas não terem se comprometido a facilitar suas ideias. Os eleitores julgarão o conteúdo do livro “em contraste com a campanha do ‘não’ e seus augúrios de pesadelo e negatividade”, disse o chefe de Governo escocês. O governo central do primeiroministro David Cameron alega que cada escocês perderia com a independência 1.000 libras ao ano, a título de aumento de impostos para criar um novo país. “Respeitar o resultado do referendo é algo diferente a aceitar tudo o que Alex Salmond diz em uma entrevista coletiva”, comentou um porta-voz do governo de Cameron. O “não” lidera as pesquisas, apesar da alta popularidade de Salmond e do SNP. No levantamento mais recente, publicada no domingo no jornal Sunday Times, 47% dos escoceses eram contrários à independência, 38% apoiam e 15% ainda não definiram o voto. O resultado deu um pouco de esperança para os nacionalistas escoceses, cuja proposta separatista tradicionalmente recebia o apoio de no máximo 20% do eleitorado. Robin Millard, AFP OCDE prevê queda no valor das aposentadorias As recentes reformas das aposentadorias ajudaram a conter o aumento dos custos provocados pelo envelhecimento da população e o aumento da esperança de vida, mas se traduzirão em aposentadorias mais baixas, segundo um relatório da OCDE divulgado ontem. O estudo “Panorama das aposentadorias 2013” afirma que em 2050, na maioria dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE), os homens e as mulheres terão “pelo menos 67 anos no momento de sua aposentadoria”. “Isso representa pelos menos um aumento dos níveis atuais de 3,5 anos em média para os homens e de 4,5 anos para as mulheres”, afirma a OCDE. “As reformas recentes farão com que a maioria dos trabalhadores que se incorporam ao mercado de trabalho atual tenham aposentadorias mais baixas, diferente das gerações passadas’, indica o relatório. Diante disso, “elevar a idade de aposentadorias e promover as previdências privadas são passos que vão na direção indicada, mas por si só são insuficientes”, afirma o secretário geral da OCDE, Angel Gurría. “Os governos necessitam considerar o impacto a longo prazo na coesão social, a desigualdade e a pobreza”, acrescenta. AFP Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 29 Orlando Sierra/AFP ELEIÇÕES EM HONDURAS Juan Hernández consolida vantagem O candidato de direita Juan Orlando Hernández consolidou a vantagem na apuração dos votos da eleição presidencial de Honduras, considerada “irreversível” pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE). Após apuração de 67% das urnas, Hernández, do governante Partido Nacional (PN), acumula 34% dos votos contra 29% de Xiomara Castro, esposa do presidente destituído Manuel Zelaya. Reuters Papa ataca ‘tirania do mercado’ e pede a renovação da Igreja Em sua primeira exortação apostólica, de 84 páginas, redigida em estilo caloroso, Francisco critica a “idolatria ao dinheiro” e reivindica “trabalho, atendimento de saúde e educação dignos” para todos Giampiero Sposito/Reuters O papa Francisco pediu uma renovação na Igreja Católica, chamou o capitalismo desenfreado de uma “nova tirania” e pediu aos líderes mundiais que combatam a pobreza e o crescimento econômico desigual na primeira exortação aposólica de sua autoria desde que foi eleito pontífice. O documento de 84 páginas, denominado “Evangelii Gaudium” (A Alegria do Evangelho),, equivale a uma plataforma oficial do papado, com base em opiniões que ele tem expressado em sermões e comentários desde que tornouse, em março, o primeiro pontífice não europeu em 1.300 anos. No texto, Francisco foi além de criticar o sistema econômico mundial, ao atacar a “idolatria ao dinheiro” e pedir aos políticos que garantam a todos os cidadãos “trabalho, atendimento de saúde e educação dignos”. Ele também pediu às pessoas ricas que compartilhem sua riqueza. “Do mesmo modo como o mandamento ‘Não matarás’ estabelece um claro limite para salvaguardar o valor da vida humana, hoje nós também temos de dizer ‘Não deves’ para uma economia de exclusão e desigualdade. Tal tipo de economia mata”, escreveu Francisco no documento divulgado ontem. “Como pode ser que não seja assunto para notícia quando uma pessoa sem teto morre por abandono às intempéries, mas é notícia quando o mercado de ações perde 2 pontos?”, indaga. O papa disse que a renovação da Igreja Papa Francisco ontem na Basílica de São Pedro: rejeição da autonomia absoluta dos mercados não poderá ser adiada e que o Vaticano e sua arraigada hierarquia “também precisam ouvir o chamado da conversão pastoral”. “Eu prefiro uma Igreja que esteja machucada, ferida e suja porque tem saído às ruas do que uma Igreja doente por estar confinada e se agarrar à própria segurança”, escreveu Francisco. Em julho, Francisco encerrou uma encíclica iniciada pelo papa Bento 16, mas deixou claro que era de modo geral o trabalho de seu antecessor, que renunciou em fevereiro. A exortação é apresentada no estilo de pregação simples e calorosa de Francisco, distinta dos escritos acadêmicos de papas anteriores, e enfatiza a missão central da Igreja de pregar “a beleza do amor salvador de Deus manifestada em Jesus Cristo”. Francisco reitera afirmações anteriores de que a Igreja não pode ordenar mulheres ou aceitar o aborto. O sacerdócio exclusivo para os homens, disse ele, “não é uma questão aberta à discussão”. A desigualdade econômica é um dos temas com os quais Fran- cisco mais se preocupa no texto. O papa pede uma mudança no sistema financeiro e alerta que a distribuição desigual das riquezas inevitavelmente conduz à violência. “Enquanto os problemas dos pobres não forem radicalmente resolvidos por meio da rejeição da autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira, e pelo ataque às causas estruturais da desigualdade, nenhuma solução será encontrada para os problemas do mundo ou, nessa matéria, para quaisquer problemas”, escreveu. Naomi O’Leary, Reuters Reuters ‘COELHO DE JADE’ IRÁ À LUA EM DEZEMBRO ■ O primeiro jipelunar chinêspousará no começo dedezembrona Lua,em um importantemarcoparaas ambições espaciais do país. AChinajá fotografou a superfície lunarpara preparar opouso, disse umporta-vozda Administração Estatal deCiência,Tecnologia e Indústriapara a DefesaNacional. Em2007, opaíslançou uma primeira sonda orbital lunar, aChang'e1,quecolheuimagens dasuperfície lunar. Ojipe lunar foi batizadode“Yutu”numa votação popular. Onomesignifica “coelho de jade”,nomedo animaldeestimaçãodeChang’e, segundoo folclore. Reuters Relatório denuncia aumento da fome em NY Organização constata que um quinto das crianças não têm o suficiente para comer Mais de 20% — ou um quinto das crianças de Nova York vivem em casas onde não têm o suficiente para comer, alerta o relatório anual da Coalizão da Cidade de Nova York contra a Fome. O documento diz que houve um aumento de crianças nessas condições devido ao furacão Sandy, que devastou a cidade no ano passado. Também são mencionados os cortes no orçamento devido à crise fiscal. Um em seis nova-iorquinos, ou 1,3 a 1,4 milhão de pessoas, viviam em casas sem comida suficiente entre 2010 e 2012, e quase meio milhão de crianças estavam nesta situação, 10% a mais do que no período 2006-2008. Joel Berg, diretor-executivo da Coalizão, disse que cortes orçamentários mais aprofundados significa que o pior estava por vir. “Enquanto os ricos têm um acesso nunca visto à comida mais refinada, um e seis de nossos vizinhos está lutando contra a fome”, afirmou. “O recente corte (do governo) federal dos vales-alimentação (programa de assistência nutricional a indivíduos de baixa renda) vai piorar ainda mais as coisas”, acrescentou. Segundo o informe, bancos de comida e centros de distribuição de sopativeramuma demanda 10% maior em 2013, embora 57% tenham sofrido com cortes de gastos privados e oficiais. Apesquisacriticaa disparidade crescente de riqueza entre os nova-iorquinos super-ricos e o resto da população. “O salário de classe média, reajustado pela inflação, é menor do que há uma década. Pobreza, fome e falta de teto dispararam. Quase a metade da população é pobre ou quase pobre”, advertiu o informe. Para os 1,8 milhão de novaiorquinos que dependem de assistência nutricional do governo, os cortes significam que em novembro uma família com três membros perdeu US$ 29 ao mês ou o equivalente a cerca de 20 refeições. Um quinto dos 1,7 milhão de moradores da cidade vive abaixo da linha oficial de pobreza, que prevê rendimentos de US$ 19.090 ao ano para uma família de três pessoas. AFP 30 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 OPINIÃO Editoria de Arte A volta da inspeção veicular Elcio Luiz Farah* [email protected] om a volta da inspeção veicular obrigatória na maior cidade do país, um estudo divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) chama a atenção. Com base em centenas de estudos científicos, a mais importante entidade na área de saúde classificou a poluição atmosférica como causa comprovada de câncer de pulmão, e possível causa do câncer de bexiga. Segundo o documento, 223 mil pessoas morreram no mundo, em 2010, de câncer de pulmão originado pela poluição atmosférica. A divulgação do estudo da OMS na mesma época em que as autoridades municipais limitam o alcance da inspeção veicular em São Paulo exige uma reflexão. Independente do imbróglio estabelecido entre a prefeitura paulistana e a Controlar, empresa concessionária que realiza a inspeção, é inegável que o sistema implantado e estruturado de acordo com os critérios do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) para inspeção de milhões de veículos por ano, trouxe benefícios à saúde. Principalmente para a parcela da população mais exposta às emissões de poluentes e ruído, como motoristas, pedestres, ambulantes, policiais e usuários do transporte coletivo que esperam pelo ônibus em pontos instalados nas vias de trânsito. Segundo dados oficiais, em 2011 os carros que passaram pela inspeção veicular e precisaram ser submetidos a serviços de manutenção para reduzir a poluição gerada, tiveram a emissão de dois importantes poluentes reduzida substancialmente: 49% para monóxido de carbono e 39% para hidrocarbonetos. Reduções igualmente significantes desses poluentes foram observadas nas motocicletas, enquanto que nos veículos a diesel se atingiu uma redução de 28% na emissão de fumaça. Em geral, os cuidados de manutenção para corrigir a emissão excessiva de poluentes são simples e têm baixo custo em relação aos benefícios que geram. Os mais comuns são a substituição do filtro de ar, limpeza ou troca de velas, limpeza dos bicos injetores de combustível ou do carburador, podendo, em casos mais extremos, requerera substituição do escapamento, do catalisadorou de outro componente importante, como a válvula EGR. O efeito principal do programa I/M é a contenção da emissão de poluentes e de ruído, evitando o aumento que ocorreria se o desgaste de componentes não fosse corrigido. O resultado final desse C O programa I/M de São Paulo possibilitou, nos últimos três anos, salvar perto de 1.400 vidas e evitar quase 2.000 internações hospitalares, com economia de R$ 320 milhões nos gastos em saúde ciclo virtuoso é um conjunto de benefícios para a sociedade que nem sempre são evidentes. Estudo da Faculdade de Medicina da USP mostra que o programa I/M de São Paulo possibilitou, nos últimos três anos, salvar aproximadamente 1.400 vidas e evitar quase 2.000 internações hospitalares, proporcionando economia de R$ 320 milhões com gastos em saúde. Outro benefício é a economia no consumo de combustível. Admitindo uma economia média no consumo em torno de 2% para a frota inspecionada, o gasto evitado em 2012 com gasolina e etanol é de cerca de R$ 150 milhões. Ainda é preciso considerar que um veículo aprovado na inspeção ambiental apresenta condições adequadas de operação e de segurança, com menor probabilidade de panes na via e de acidentes causados por falha mecânica ou elétrica. Há quem questione a inspeção veicular, o que é esperado em qualquer ação governamental que requer participação coletiva. Contudo, a maioria da população apoia a sua realização. De acordo com pesquisa Datafolha (09/2013), após tomar conhecimento dos benefícios que a inspeção pode trazer para a saúde pública, 38% dos usuários de veículos que já realizaram a inspeção manteriam a operação do programa e 53% ampliariam a sua realização. Portanto, cabe à Prefeitura de São Paulo uma atenção mais qualificada e isenta de interesses políticos com a inspeção veicular. Vale lembrar que em abril de 2013 o prefeito Fernando Haddad aprovou, sem suficiente debate técnico, a Lei Municipal15.688 que mutila ascaracterísticasessenciais do Programa I/M estabelecidas pelo CONAMA, reduzindo em cerca de 50% a sua efetividade ambiental e, por conseguinte, dos demais benefícios citados. Atenta aos diversos problemas que envolveram a elaboração e aprovação da lei, a Procuradoria Geral de Justiça do Estado propôs recentemente uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, com pedido de liminar para a sua suspensão. Diante do risco de câncer de pulmão quando há exposição à poluição atmosférica, o estudo da OMS se torna um importante alerta às autoridades e todos os envolvidos no controle das emissões veiculares. Existem formas eficazes de reduzir a poluição atmosférica e, dada a escala dos milhões de pessoas expostas diariamente às emissões dos milhões de veículos que circulam em São Paulo, a inspeção veicular, feita com seriedade e competência, é um instrumento imprescindível para a proteção da saúde pública. *Elcio Luiz Farah é diretor executivo da Afeevas — Associação dos Fabricantes de Equipamentos para Controle de Emissões Veiculares da América do Sul Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 31 JUAN N. CENTO CLAUDIA ANGELICA MARTINEZ Presidente da Divisão América Latina e Caribe da FedEx Express Diretora do Banco Máxima Capacitar as mulheres faz bem aos negócios Informação faz bem para o bolso Recentemente, as mulheres tiveram uma conquista importante na América Latina e no Caribe. Por meio do Consenso de Santo Domingo, pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), os líderes da região reconheceram que a igualdade de condições para mulheres e meninas, é de fundamental importância em todos os níveis da sociedade. Embora o Consenso cubra meticulosamente uma série de questões importantes, sinto-me especialmente motivado pelas políticas voltadas à força de trabalho feminina. Diante da recente alta da taxa básica de juros da economia, e da perspectiva de novos aumentos para conter a inflação, o investidor se vê novamente atraído por alternativas de ganho em investimentos de renda fixa. Num passado não tão distante, investimentos em fundos DI eram a saída mais prática e atraente para quem buscava segurança e alguma rentabilidade. Bastava deixar o dinheiro quietinho lá, que as taxas de juros astronômicas eram suficientes para garantir o crescimento do patrimônio. As mulheres ainda são um recurso empresarial pouco utilizado e capaz de contribuir para o aumento da competitividade global. Elas têm a atitude, a motivação e a capacidade de vencer como empreendedoras e líderes de negócios. Tudo o que precisam é de acesso a treinamentos e às oportunidades. Por muito tempo, os homens estiveram à frente no acesso ao conhecimento na ciência e na tecnologia, bem como em outras carreiras acadêmicas que estabelecem a base para o sucesso no mundo dos negócios. Evidências e estatísticas mostram, entretanto, que, quando as mulheres têm as mesmas oportunidades, elas conseguem ter sucesso nos negócios. Felizmente, o cenário mudou. Apesar da inflação ainda ser preocupante, ninguém mais acredita que a taxa Selic voltará a patamares alarmantes acima de 20%, tão comuns no passado. Se, por um lado, a receita de bolo para o investidor desandou, por outro surgiram novos ingredientes que sofisticaram o segmento de renda fixa. Hoje, além dosfundosDI, o mercado contacom alternativasmuito maisinteressantes como títulos do tesouro, CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e LCIs (Letras de Crédito Imobiliário). Qualquer um de nós que esteja em posição de eliminar as barreiras e reforçar a autoconfiança, o talento e as habilidades das mulheres tem a obrigação moral de fazê-lo Há dois anos, a FedEx encomendou uma pesquisa junto a mulheres empreendedoras e lideranças empresariais femininas da região e os resultados revelaram que elas sentiam falta de acesso à educação desde os primeiros anos de vida, à experiência prática e à especialização acadêmica, que seriam fundamentais para seu sucesso, mas que estavam indisponíveis ou eram de difícil obtenção. Essas e outras descobertas confirmaram que as mulheres buscam se sobressair, mas enfrentam barreiras que dificultam seu desenvolvimento. Aqueles que estejamem posição de eliminar essas barreiras e reforçar seu ta- lento e habilidades, tem a obrigação moral de fazê-lo. E isso também é benéfico para os negócios. Considere as estatísticas: um estudo realizado pela McKinsey concluiu que as empresas que possuem três ou mais mulheres na diretoria ou alta administração têm resultados melhores em praticamente todos os seus indicadores de desempenho em comparação às que não possuem. Além disso, segundo o Banco Mundial, 70 milhões de mulheres entraram nomercadode trabalho da América Latina desde 1980 e representam 40% da força de trabalho da região. Progressos consideráveis foram feitos na última década, mas muito precisa ser melhorado. O número de lideranças femininas na região ainda é menor do que em outras partes do mundo. Na divisão da América Latina da FedEx Express, tenho visto as importantes contribuições de nossas colaboradoras, em todos os níveis da organização. Incentivamos seu crescimento e desenvolvimento por meio de um programa ativo de tutoria conhecido como Fórumda Mulher na América Latina, que conecta executivas, diretoras e gerentes da FedEx, promovendo o intercâmbio de ideias e o desenvolvimento das lideranças femininas. Temos um longo histórico de ações em prol das mulheres de negócios na região, como uma série de workshops criados para ajudar as mulheres empreendedoras a melhorar seu conhecimento do inglês, e seminários focados em temas como exportação, recursos humanos, tecnologia e marketing. Precisamos nos empenhar para acompanhar o restante do mundo, e disponibilizar as ferramentas e recursos de que as mulheres precisam para crescer pessoal e profissionalmente. O volume aplicado nas LCIs cresceu 45,5% entre setembro de 2012 e igual mês deste ano, enquanto o salto do patrimônio líquido de fundos DI foi de 12,6% na mesma comparação AsLCIs são títulosemitidosporbancos que concedem financiamentos imobiliários e têm a vantagem de ser isentos do pagamento do IR, de IOF e de taxas de administração. Além disso, contam com o mesmo colchão de segurança que garante os depósitos na caderneta de poupança, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Caso a instituição financeira enfrente dificuldades de honrar seus compromissos financeiros, o FGC faz o ressarcimento dos depósitos até o limite de R$ 250 mil por CPF e por instituição bancária. Para se ter uma ideia comparativa entre rentabilidades, vamos a alguns números. No ano, o rendimento médio dos fundosDI era de 6,16%, segundo dadosda Anbima, até setembro. Sobre essepercentual,ainda deveserdescontado o imposto de renda, de 20% sobre a rentabilidade para investimentos com prazo de até 360 dias. Ou seja, o ganho líquido seria de 4,93%. Se tivesse aplicado o dinheiro em uma LCI de um ano, com rendimento de 104% do CDI, estaria ganhando 7,63%no mesmo período. Estamosfalando de um percentual que equivale ao dobroda inflaçãoregistrada no mesmo intervalo de tempo, de 3,79%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE. Embora o volume do patrimônio líquidodosfundosDI sejabastante superior aos estoques de LCIs, já é possível notar um crescimento dessas letras no portfólio do investidor. O volume aplicado nas LCIs cresceu 45,5% entre setembro de 2012 e igual mês deste ano, enquanto o salto do patrimônio líquido de fundos DI foi de 12,6% na mesma comparação. Essa expansão, no entanto, poderia ser ainda maior se não fosse um certo comodismo dos investidores e o receio em relação a novas alternativas do mercado. Éaíque entra o papeldosbancos especializados e consultores financeiros na educação do investidor, para dirimirdúvidase dissiparo temordasconsequências de novas crises. Um pouco de informação é suficiente para que as pessoas percebam que não faz o menor sentido se contentar com baixa rentabilidade em renda fixa, tendo com opção os produtos e taxas oferecidos pelos bancos médios e pequenos. E, muito menos, com os baixos ganhos da poupança, ainda mais quando existem papéis oferecidos por instituições de alta credibilidade, com lastro imobiliário e a garantia do FGC, como é o caso das LCIs, que seguem como a aplicação mais vantajosa em renda fixa. Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Diretor Presidente José Mascarenhas BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A. Publisher Ramiro Alves Chefe de Redação Octávio Costa Editora-Chefe Sonia Soares Editora-Chefe (SP) Adriana Teixeira Diretor de arte André Hippertt Editora de arte Renata Maneschy Redação (RJ) Rua dos Inválidos, 198, Centro, CEP 20231-048, Rio de Janeiro Tels.: (21) 2222-8000 e 2222-8200 Redação (SP) Rua Guararapes, 2064, Térreo, Brooklin Novo, CEP 04561-004, São Paulo E-mail [email protected] CONTATOS Redação Tels.: (21) 2222-8000 e (11) 3320-2000 Administração Tels. : (21) 2222-8050 e (11) 3320-2128 Publicidade Tels.: (21) 2222-8151 e (11) 3320-2182 Condições especiais para pacotes e projetos corporativos [email protected] Tel.: (11) 3320-2017 (circulação de segunda à sexta, exceto nos feriados nacionais) Atendimento ao assinante / leitor Rio de Janeiro (Capital) — Tels.: (21) 3878-9100 São Paulo e demais localidades — Tels.: 0800 021-0118 De segunda a sexta-feira — das 6h30 às 18h30 Sábados, domingos e feriados — das 7h às 14h www.brasileconomico.com.br/assine [email protected] Central de Atendimento ao Jornaleiro Tel.: (11) 3320-2112 Impressão Editora O DIA S.A. (RJ) 32 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 ASSINE JÁ! São Paulo e demais localidades: 0800 021 0118 Rio de Janeiro (Capital) : (21) 3878-9100 [email protected] Empresa Jornalística Econômico S. A. Rua dos Inválidos, 198, Centro - CEP: 20231-048, Rio de Janeiro (RJ) - Tels.: (21) 2222-8000 e 2222-8200 www.brasileconomico.com.br PONTO FINAL OCTÁVIO COSTA Chefe de Redação [email protected] Na experiência brasileira, a inflação e a correção monetária estavam umbilicalmente ligadas. Mas nem todos os economistas pensavam assim. E isso gerava uma discussão interminável sobre o que alimentava a alta dos preços. Em estudo sobre a década de 70, Fernando de Holanda Barbosa, hoje professor da pós-graduação na EPGE da Fundação Ge- AROEIRA túlio Vargas, argumentava que nem todos os problemas da economia podiam ser atribuídos ao reajuste periódico dos preços. Em sua opinião, o que mais contribuía para evitar a formação de expectativas negativas eram as políticas antiinflacionárias. Essas políticas, sim, constituíam-se em instrumento poderoso de combate à inflação ao atuar na formação A visão de Simonsen prevaleceu e a correção monetária foi extinta pelos economistas da PUC que, em 1994, resgataram a credibilidade da moeda nacional A visão de Simonsen prevaleceu e a correção monetária foi acabou extinta pelos economistas da PUC que, em 1994, resgataram a credibilidade da moeda nacional. O real pôs fim à cultura da indexação. Por isso, é surpreendente a intenção da diretoria da Petrobras de adotar um gatilho automático para o reajuste dos combustíveis. A estatal acredita que conseguirá reforçar seu caixa. Mas parece esquecer que o Brasil lutou a duras penas para se desvencilhar da inflação galopante. Da mesma forma que tudo começou com a criação das ORTNs, o monstro pode renascer das cinzas com o gatilho da Petrobras. Felizmente, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, entendeu que é hora de conter as expectativas inflacionárias e vetou a iniciativa da estatal. “Não pode ser feito de improviso, tem de ser feito de forma cautelosa, com uma metodologia que não seja inflacionária e que compatibilize os interesses da Petrobras com esses objetivos”. Indexação, não! SOBE E DESCE Carlo Allegri/Reuters P or quase meio século, o Brasil sofreu os efeitos de uma economia indexada. Tudo começou em julho de 1964 quando Octavio Gouvêa de Bulhões criou as Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional com o objetivo de alongar o perfil da dívida pública. Como garantia aos investidores, as ORTNs, além dos juros, pagavam correção monetária. Aos poucos, a remuneração, com base na inflação passada, se generalizou para os demais contratos públicos e privados. Se no início serviu para dar credibilidade à moeda logo após o golpe militar, a correção monetária, com o passar do tempo, tornou-se obstáculo ao combate da inflação. Mesmo assim, o instituto sobreviveu até 1994, quando finalmente foi abandonado em nome do sucesso do Plano Real. das expectativas dos agentes econômicos, “persuadindo-os de que o passado não se repetirá no futuro”, dizia Barbosa. Na outra ponta do debate acadêmico, destacava-se ninguém menos do que o ex-ministro da Fazenda Mário Henrique Simonsen, que não tinha qualquer dúvida sobre o efeito deletério dos reajustes automáticos. “A correção monetária significa que os preços aumentarão hoje porque se elevaram ontem, e que se elevarão neste ano porque aumentaram no ano passado'”, advertia. Em sua cruzada particular contra a correção monetária, Simonsen explicava que a correção monetária era a inflação gerando a própria inflação e com a tendência se eternizar em patamares elevados. “É preciso compreender que, se todos reajustam salários, preços e lucros na proporção da inflação passada, o melhor que se pode conseguir não é estabilizar a moeda, mas apenas estabilizar a taxa de inflação”, ironizava o respeitado professor da FGV. ■ Fernanda Montenegro venceu o 41º Emmy Internacional (o Oscar da televisão mundial) na categoria melhor atriz por sua atuação no especial “Doce de mãe”, da Globo, exibido em 2012. Ela interpreta uma senhora de 85 anos. Gazeta do Povo GATILHOÉALAVANCADAINFLAÇÃO ■ O STF investigará a suspeita de uso de dinheiro não declarado à Justiça Eleitoral, em 2012, envolvendo Renata Bueno e o pai dela, o deputado federal pelo PPS do Paraná Rubens Bueno. Hoje ela atua no parlamento italiano. Cida Calu Sucesso depende da Planejamento se aplica a qualquer porte de empresa, de todo segmento e em vários momentos da sua trajetória. No caso das pequenas, cada ação deve ser muito bem pensada estratégia Textos José Carlos Videira Um dos principais equívocos do empreendedor: achar que é pequeno demais para planejar seu negócio, e que isso é coisa de empresa grande. Muitas vezes, ações mal planejadas ou a falta de uma visão sistemática sobre o negócio pode levar um empreendimento ao fracasso muito rapidamente. “Quandoaempresapossuiplanejamento estratégico desenhado, ela passa a ter mais controle das suas ações e não fica apenas reativa às si- tuações de contingência”, explica o consultor do Sebrae-SP Marcelo Sinelli. “O exercício de planejamento permite à empresa prever asdificuldades que vai ter ao longo do caminho”, complementa o diretor de projetosdoCentrodeEmpreendedorismo e Novos Negócios (GVcenn) da Escola de Administração de EmpresasdeSãoPaulodaFundaçãoGetulio Vargas (FGV-EAESP), Renê José Rodrigues Fernandes. E, segundo os especialistas, planejamento se aplica a qualquer porte de empresa, de qualquer segmento e em qualquer momento da ESPECIAL MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS sua trajetória. “As grandes corporações, por serem muito complexas, precisam planejar suas ações para o curto, médio e longo prazos”, destaca Sinelli. As pequenas precisam planejar bem, porque, explica o diretor da FGV, geralmente, “não têm muita gordura para queimar”. E entre as utilidades práticas de um planejamento, além de guiar a condução do negócio, Fernandes diz que permite que potenciais parceirosentendamque rumo a empresa quer tomar. Segundo ele, ajuda os bancos na análise para concessão de crédito e, principalmente, empresasde capital venture interessadas no empreendimento. “Permite materializar as ideias e colocálas num documento que vai ajudar numa conversa ou discussão sobre as melhores estratégias para o negócio”, ressalta o professor. Sem planejamento, um pequeno negócio que se inicia ou uma empresa com muitos anos de mercado podem até dar certo, mas no longo prazo pode haver dificuldade. “Geralmente, o empreendedorismo por necessidade acaba gerando negócios sem planejamento”, ressalta o diretor do GVcenn. Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 2 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 ESPECIAL MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS Planejamento deve ser revisado pelo menos uma vez por ano As ações exigem dos pequenos empresários sempre esforço, trabalho, disciplina, tempo, dedicação e muita organização. Mas de nada adiantará traçar toda a trajetória da empresa e abandoná-la dentro de uma gaveta Divulgação A época das decisões empresariais somente no feeling já passou. Hoje a tecnologia e a informação estão disponíveis para todo mundo, incluindo os concorrentes. A diferença é que o pequeno põe a mão na massa, enquanto as grandes empresas contratam consultorias. “O planejamento é o mapa da estrada, independentemente se está na floresta ou no deserto. É preciso ter”, diz o consultor do Sebrae-SP Marcelo Sinelli. Dos pequenos empresários, exige sempre esforço, trabalho, disciplina, tempo, dedicação e organização. E de nada adianta fazêlo e esquecer dentro de uma gaveta. “É preciso que seja consultado e revisado pelo menos uma vez por ano”, ressalta o consultor. Tocar uma empresa sem planejamento “é uma mistura de sorte e de competência”, assinala Sinelli. Porém, ele diz que vai chegar um momento, por exemplo, em que a empresa deixará de crescer. Todo voo cego está fadado a uma tragédia iminente. “Ninguém sai para viajar, sem antes verificar as condições do veículo, da estrada; se tem combustível, se a viagem será de dia ou de noite etc”, compara Sinelli. Quando os empreendedores montam seus negócios baseados em planejamento, segundo ele, já demonstram um alto grau de maturidade. De uns anos para cá, o diretor Renê José Rodrigues Fernandes, da Escola de Administração da Fundação Getúlio Vargas, observa crescimento no empreendedorismo de oportunidade: “E nesses casos, o viés é de montar negócios de maneira mais articulada”. TUDO MUITO BEM CALCULADO Erros Acertos ■ Subestimar o planejamento por ainda ser pequeno; ■ Não levantar informações sobre o mercado em que atua; ■ Não ter definidos negócio e público-alvo; ■ Falta de monitoramento do retorno das ações; ■ Deixar de revisar periodicamente o planejamento. ■ Conhecimento das forças e das fraquezas da empresa; ■ Domínio sobre o macro ambiente onde atua; ■ Pro-atividade nas decisões; ■ Preparo para impactos e contingências do negócio; ■ Visão estratégica do negócio e do mercado. Fonte: Sebrae-SP Marcelo Sinelli, do Sebrae: os empreendedores que planejam demonstram alto grau de maturidade Zona Cerealista Online nasceu após longo período de estudos de mercado e avaliação de modelos Marcelo Kahn/divulgação Análise mostrou que viabilidade do negócio estava relacionada à questão do preço Quando o sócio da Zona Cerealista Online Alex Zago formou-se em Administração, em 2004, não conhecia nem um pouco toda a burocracia necessária para montar uma empresa. Mas era craque em planejamento. E isso ajudou bastante na hora de empreender, junto com o irmão, há pouco mais de um ano. Os dois montaram a empresa que vende pela internet alimentos da linha saudável, como castanhas, sementes, grãos, farinhas, frutas secas etc. “Na minha primeira reunião com meu irmão sobre o empreendimento, já levei uma apresentação em power point, com ‘mis- são’, ‘valores’ e onde queria chegar”, lembra Zago. Segundo ele, a ideia era fazer o levantamento completo da viabilidade do novo negócio, antes de investir tempo e cerca de R$ 20 mil. O plano contemplava pesquisa com consumidores, fornecedores e concorrentes; projeção de vendas, custos e até três cenários de Alex Zago, sócio da Cerealista: empresa começou 100% planejada Plano contemplou pesquisa com consumidores, fornecedores e concorrentes; projeção de vendas, custos e até três cenários de margem: baixa, intermediária e alta margem: baixa, intermediária e alta. “Levamos cerca de 40 dias para concluir o planejamento, entre levantamento de campo e montagem do modelo”, explica. O resultado do trabalho mostrou que a viabilidade do novo negócio estava relacionada à questão de preço. “Só ia funcionar se fosse mais barato que o da concorrência, com a comodidade de entrega pelo Correio”, contou. E o negócio vai de vento em popa. A Zona Cerealista Online, que começou com apenas 100 itens no seu portfólio, já tem hoje quase 500. Empresa 100% familiar, também já emprega quatro colaboradores. Está tendo de buscar espaço para um novo armazém, redesenhar processos e resolver gargalos que, mesmo com o plano, acabaram surgindo com o crescimento da demanda. Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 3 Marketing fica com 10%do faturamento A diferença entre o planejamento da pequena empresa e da grande é, basicamente, o recurso disponível. Para uma ação efetiva, o empreendedor precisa pensar o tempo todo em como atrair a atenção do seu público-alvo Ferramenta que vai ajudar a gerar vendas, o marketing tem de ser pensado desde o início do negócio. “Quanto mais planejamento de marketing, menos esforço nas vendas”, ensina o professor de Administração da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Marcelo Nakagawa. OconsultordoSebrae-SPMarcelo Sinelli reforça que, quanto mais cedofor trabalhado,melhor oresultado final. “Como arrumar cliente para o seu negócio tem de estar na lista de prioridades desde o nascimento da empresa”, acrescenta. O que vai diferenciar o planejamento de marketing da pequena empresa de uma grande é, basicamente, o recurso disponível. Mas o empenho tem de ser o mesmo. “O ideal é separar entre 5% ou 10% do faturamento, ou que for possível, para aplicação em marketing”, ressalta o consultor. Mas é preciso cuidado com ações inadequadas. “Muitas vezes, o que funciona para uma empresa, não funciona para outra”, avisa Sinelli. Segundo ele, é o plano que dirá o que deve ser feito. “Da inauguração até a sustentação do negócio, produto ou serviço.” Para o professor da ESPM, entre os principais erros na área de marketing está o de não conhecer o público-alvo. Também é comum errar na projeção de vendas. “Muitas vezes, não se treina a equipe para vender, nem se busca o feedback do cliente”, diz Nakagawa. Para uma ação efetiva, segundo o especialista da ESPM, o empreendedor precisa pensar o tempo todo em como atrair a atenção do seu público-alvo. “No caso de ERROS QUE PODEM ACABAR COM O NEGÓCIO ■ Não conhecer o público-alvo; ■ Não falar a linguagem do cliente; ■ Passar mensagens conflitantes; ■ Não entregar o que promete; ■ Não investir no relacionamento com o cliente. Fonte: Sebrae-SP um comércio, o próprio prédio é um ponto que pode chamar a atenção do público”, exemplifica. Depois disso, “o público precisa ter interesse pelo produto ou serviço”, continua o professor. “Também deve ter o desejo despertado pelo produto ou serviço”, frisa. Facilidade na ação de compra é o passo seguinte no plano de marketing, segundo Nakagawa. “Dar prazo, desconto, aceitar cartão, ter estacionamento, entre outros, facilitam as vendas”, explica. Na visão do professor, é igualmente importante despertar a lealdade. “Cliente é leal quando estásatisfeito e, muitas vezes, nem tem consciência disso”, diz. Segundo o especialista, ter canais de retorno do cliente, com sugestões e críticas, ajudam a construir a fidelidade. Cumpridas à risca todas as etapas anteriores, o resultado é ter um cliente “apóstolo”. Nakagawa conta que é aquele que vai falar bem da empresa, do produto ou serviço para todo mundo. “Quanto mais cliente assim, menor o esforço que a empresa vai ter de fazer para vender”, enfatiza. Fonte: ESPM Lucas fazia o melhor bolo da redondeza. Só faltava uma pitada de planejamento estratégico. Ninguém abre uma confeitaria por ter talento para análise de mercado. Para isso existe o Sebrae, para ajudar na gestão do seu negócio. Palestras, cursos, consultorias, tudo na medida para a sua microempresa prosperar e crescer. Tem uma microempresa? Faça um grande negócio: procure o Sebrae. Ligue 0800 570 0800 Planejamento Estratégico | Plano de Marketing | Internet Associativismo | Gestão Financeira | Tributação | Gestão de Pessoas /sebrae @sebrae 4 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 ESPECIAL MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS Henrique Manreza Empreendedor na nuvem planeja com baixo custo Em vez de investir pesado na aquisição de software e hardware, a pequena empresa opta pelo aluguel das soluções que necessita A tecnologia está presente em todos os lugares. Computadores, softwares são cada vez mais comuns nas empresas. E o acesso dos pequenos empreendedores tem-se dado mediante à redução de preços e a questões regulatórias. Com o advento da Nota Fiscal Eletrônica, os pequenos, principalmente do comércio, se viram obrigados a ter de consumir tecnologia. “Toda empresa hoje tem de transmitir para o governo suas informações fiscais”, lembra o consultor Dagoberto Hajjar, da Advance Consulting. As empresas de tecnologia também descobriram que o mercado onde elas podem crescer mais é o de pequenas empresas, observa o diretor geral da W5 Solutions, Marcos Abellón. “Existem muito mais pequenas e médias empresas do que grandes”, constata. Com isso, já começa a haver uma grande disseminação de programas voltados a esse segmento. A Totvs, empresa brasileira desenvolvedora de softwares de gestão empresarial, há cerca de cinco anos, passou a desenvolver produtos para micro empresas, lembra o diretor de Small Business da Totvs, André Bretas. Ele confirma crescimento da demanda desse nicho de mercado. E como preço ainda é um fator bastante sensível nas pequenas e médias, a proliferação de programas para pequenas empresas tem acontecido por meio da nuvem. “Em vez de ter de montar toda uma parafernália de software e hardware dentro da pequena empresa, a preferência tem sido o aluguel das soluções que ela necessita”, conta o diretor da W5 SoluDivulgação “ O SaS poderia ser melhor utilizado não fosse a deficiência na telecomunicação. Por isso, o ideal é não deixar programas críticos somente na nuvem. É bom ter alguma redundância Dagoberto Hajjar Consultor da Advance Consulting tions, que desenvolve softwares de Business Inteligence. Conhecida como SaS (Software como Serviço), as ofertas na nuvem vão desde uma planilha a softwares de gestão, como ERP, CRM, de controle de estoque, controle de loja, de gerenciamento de e-mail, site e até de Business Inteligence. Mas o gargalo ainda é a infraestrutura de telecomunicação do Brasil. Segundo Hajjar, o SaS poderia ser mais bem utilizado não fosse a deficiência na telecomunicação. “O ideal é não deixar programas críticos somente na nuvem”, adverte. Segundo ele, é bom sempre ter alguma redundância. O diretor da Totvs diz que o processo de aquisição de tecnologia entre as micro ainda vem muito mais pela obrigação. Alguns segmentos, como o de varejo, segundo Bretas, nem chegam a fazer uso de todos benefícios da tecnologia. Do faturamento atual da Totvs de R$ 1,5 bilhão, R$ 12 milhões vêm do segmento de microempresas. “Ainda é bem pequeno, mas o potencial de crescimento é enorme”, afirma o diretor da empresa. O segmento representa 20 mil clientes na Totvs, dos quais apenas cerca de 5 mil utilizam serviços pós-venda, nos segmentos de varejo, manufatura, jurídico, serviços e saúde. “A perspectiva é de dobrar de tamanho nos próximos cinco anos”, calcula Bretas. Pequeno empresário faz uso restrito dos benefícios da tecnologia Business Inteligence pode ser adaptado a qualquer tamanho de empresa Usuário deve definir o que precisa visualizar, quais dados e análises são sensíveis ao seu negócio As pequenas empresas começam a ter acesso a tecnologias que contribuem para melhorar as suas estratégias comerciais. Entre elas está o Business Inteligence (BI), que ajuda na tomada de decisões, permitindo que o empresário enxergue e entenda melhor o cenário de atuação de sua empresa. Para o diretor geral da W5 Solutions, Marcos Abellón, muita gente ainda vê BI como algo distante da realidade de pequenas empresas. Segundo ele, isso não é verdade. “A ferramenta pode ser adaptada a qualquer tamanho”, ressalta. Segundo o empresário, hoje em dia, cada vez mais as empresas, mesmo de pequeno porte, têm tido acesso a softwares de gestão, como o ERP, tanto local quanto na nuvem. “E os softwares de BI extraem todas as informações dos ERPs”, diz. As ferramentas são fáceis de utilizar, porém, Abellón avisa que é necessário o usuário saber exatamente que informação é importante. “É ele quem define o que precisa visualizar, quais dados e análises são sensíveis ao seu negócio”, pondera. Por exemplo, um mercadinho pode mapear todas as informações sobre suas vendas, o que pode ajudar a administração a trabalhar melhor compras, logística, armazenamento etc. Uma pequena fábrica de sapatos pode ter dados sobre o que vende mais em determinada região ou época do ano. Esse conhecimento vai ajudar na definição da próxima coleção. “E tudo isso pode ser acessado via tablet ou smartphone”, informa o diretor da W5 Solutions. Adeus agenda de papel A tecnologia ajudou no crescimento da Multiclínicas, de Campinas (SP), que hoje tem mais de 100 mil pacientes cadastrados. Em 1995, esse número era de apenas 10 mil, lembra o diretor administrativo da empresa, Rafael Martins da Silva. “Todo ano tínhamos que comprar um armário novo para guardar as fichas dos clientes”, conta. A empresa adotou o Personal “ Hoje todo o trabalho das recepcionistas é realizado eletronicamente, incluindo o preenchimento da receita. Ficou muito mais rápido e seguro para todo mundo Rafael Martins da Silva Diretor da Multiclínicas Med, software da Totvs para gerenciar essas informações entre várias outras funcionalidades. Se não tivesse tomado essa providência, Silva afirma que a clínica não teria crescido em número de clientes, nem de médicos ou de especializações. “Naquela época, tudo era feito à mão”, relembra. Segundo Silva, as recepcionistas usavam uma agenda de papel, tinhamdebuscarasfichasdospacientes nosarquivos, levá-las ao consultório do médico. Após a consulta, o médico preenchia as requisições de exames e receitas e depois tudo tinha de ser arquivado novamente. Hoje todo esse processo é realizado eletronicamente, incluindo o preenchimento da receita. “Ficou muito mais rápido e seguro para todo mundo”, avalia. Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 5 caixa.gov.br SAC CAIXA: 0800 726 0101 (informações, reclamações, sugestões e elogios) Para pessoas com deficiência auditiva ou de fala: 0800 726 2492 Ouvidoria: 0800 725 7474 Com a linha de crédito especial da CAIXA, ficou mais fácil para a sua empresa pagar o 13º salário dos seus funcionários. O banco das melhores taxas oferece crédito para você pagar com tranquilidade o 13º e as despesas típicas de final de ano. É simples e rápido. Procure um de nossos gerentes e saiba mais. P R O G R A M A 6 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 ESPECIAL MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS Celulares e tablets para fazer o controle do caixa Operações bancárias por meio de dispositivos móveis cresceram 223%, de 2008 a 2012 Fotos: divulgação As transações bancárias feitas por meio de dispositivos móveis, como celulares, smartphones e tablets, tem crescido consideravelmente. Segundo a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), de 2008 a 2012, as operações cresceram 223%, atingindo o total de 823 milhões, no ano passado. O número de usuários de mobile banking em 2012 cresceu 2,7 vezes sobre o ano anterior. “O que não estiver no celular daqui a dois anos estará fora do mercado”, prevê o diretor geral da W5 Solutions, Marcos Abellón. Segundo ele, será uma verdadeira revolução. “Tudo o que se fazia há cinco anos, será feito diferente nos próximos dois anos.” Segundo o superintendente executivo do Bradesco Dia e Noite, Antranik Haroutiounian, “as empresas já podem fazer praticamente tudo o que a pessoa física faz com os celulares”. Conferir saldo e extrato, fazer transferências, via doc e ted, pagamentos etc. Em 2011, as transações via mobile representavam 1% do total dos canais digitais do Bradesco. “No ano passado, chegaram a 4%, e neste ano já representam 10% do total”, revela Haroutiounian. Mais facilidade no dia a dia Para os pequenos empreendedores, essas soluções proporcionam economia de tempo e custos. É o caso, por exemplo, da Garagem Maluca, que produz objetos de decoração a partir de materiais reciclados. A microempresa de São Paulo usa um dispositivo no tablet ou no celular que possibilita receber pagamentos por cartão de crédito. Segundo a proprietária, Beatriz Teixeira, além da mobilidade, Jeane não mexe na aplicação Estratégia financeira para não ficar no vermelho Fábrica de brigadeiros utiliza o período do cheque especial sem cobrança de juros Oliveira, da Anefac: análise criteriosa do crédito permite economia, pois não precisa alugar a “maquinha”. Essa solução é oferecida pela iZettle em parceria com o Santander. Lançada em agosto, permite que qualquer empresa possa receber transações com cartões em celulares e tablets. A parceria entre o Bradesco e a operadora Claro viabilizaram, em outubro, o Meu Dinheiro Claro. O produto funciona como um cartão de débito pelo celular, que permite compras, transferências e saques. A novidade que promete crescer rapidamente e que vai permitir a bancarização de boa parte da Fonte: Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2013, Teleco Souza, do Bradesco: todos os serviços em um só população, sem conta corrente, mas com celular, já ganha regulação. No início deste mês, o Banco Central e o Conselho Monetário Nacional editaram, respectivamente as Resoluções 4.282 e 4.283 e as Circulares 3.680/81/82/83, que instituem o marco regulatório dessa nova modalidade de transações financeiras, muitas delas, sem passar por bancos. Os bancos oferecem ainda diversas ferramentas que auxiliam as empresas na tarefa de zelar pelo caixa. Linhas de crédito de curto, médio e longo prazos, adequadas a cada situação específica, e tudo on-line. “Com o Bradesco Net Empresa, o empresário pode realizar praticamente todas as operações que necessita”, explica o diretor adjunto do Bradesco, Altair Antônio de Souza. Aferramenta permite que o dono da empresa coloque títulos em cobrança, antecipe o recebimento de cartões de crédito, pague tributos e salários. A Caixa, em parceria com a Tim e a Mastercard, vai lançar em abril de 2014 o cartão pré-pago no celular. Inicialmente, os usuários serão os da base de clientes da Tim. A gestão da conta será feita pela Caixa, e a Mastercard ficará responsável pela plataforma de pagamentos móveis, processamento das transações e pela bandeira de aceitação. A movimentação por aproximação estará restrita a smartphones. O Santander tem disponível a ferramenta Super Cash, para controle dofluxode caixa do cliente. Segundo a superintendente executiva de Segmentos do Santander, Cristiane Nogueira, a ferramenta cruza os pagamentos e os recebimentos e informa quando e de quanto será o descasamento que eventualmente poderia ter: “Esse software pode ser utilizado com contas em outros bancos”. Com todasas facilidadesexistentes, principalmente na obtenção de crédito, as pequenas precisam avaliar e estudar bem cada oferta com critério. “As empresas crescem com crédito, que deve resolver problema e não criar mais um”, avisa o o diretor executivo de Estudos Econômicos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira. A proprietária da Loubet Brigaderia, Jeane Loubet, aproveita osdias de carência do cheque especial do Santander para cobrir eventuais descasamentos no fluxo de caixa de sua empresa. “Aproveito ao máximo o uso dos dias que tenho sem a cobrança de juros”, revela a empresária. No mercado desde 2009, há um ano, Jeane abriu um ponto de venda de brigadeiros no Shopping Center 3, na avenida Paulista, em São Paulo. Além de trabalhar no quiosque de nove metros quadrados, Jeane conta que visita regularmente dezenas de empresas, oferecendo seus doces a funcionários de empresas e como opção de brinde. Poder contar com essa flexibilidade do banco Santander, segundo a empresária, tem ajudado bastante o dia a dia da pequena empresa. “Assim, nem preciso mexer na aplicação”, revela Jeane. Embora a estratégia financeira não seja a mais adequada, ela conta que consegue administrar bem essa situação. Ela também costuma antecipar os recebíveis de cartão. “Já estou montando um segundo ponto de venda dos meus produtos”, antecipa. A pequena empresa emprega cinco funcionários. Com faturamento de R$ 70 milhões por ano e com 300 funcionários, o empresário Marcus Haddad, dono da Arizona, empresa gerenciadora de sistemas de marketing, fica muito atento ao fluxo de caixa. “Prejuízo não quebra a empresa, mas o fluxo de caixa, sim”, ensina. Cliente do Santander, usa alguns produtos, como antecipaçãode recebíveise folha de pagamento. Recentemente, recorreu aobancoparafinanciarainternacionalização da empresa. “Abrimosuma filialna Argentina e solicitamos ao banco uma linha adequadaparaaoperação”,revelaHaddad.Paraele,oquefazadiferença é o atendimento que os executivos do banco oferecem. Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 Brasil Econômico 7 8 Brasil Econômico Quarta-feira, 27 de novembro, 2013 PARA AMORES DO TAMANHO DO MUNDO, ENCOMENDAS QUE ATRAVESSAM FRONTEIRAS. Diariamente, os Correios entregam pelo menos 35 milhões de remessas. Com uma estrutura como esta, foi natural ir mais longe e entregar em todo o mundo. Hoje, os Correios são o único operador logístico capaz de ligar qualquer ponto do Brasil a qualquer lugar do planeta. Seja qual for a sua necessidade, nós temos o serviço. Seja para onde for, nós entregamos. Com a confiança que você conhece.