VAMOS COBRAR! Primarização das atividades fim ganha força na Cemig O dia 9 de março ficará marcado na história recente dos eletricitários. Trabalhadores, lideranças políticas e sindicais participaram, da homenagem às mulheres e comemoraram a retirada das grades instaladas na Sede da Cemig. Na avaliação do Sindieletro, um dos pronunciamentos mais importantes feitos pelo presi- dente da Cemig, Mauro Borges Lemos, foi o anúncio de que será feito um diagnóstico da terceirização para a retomada gradativa da primarização na empresa. “Sabemos que os trabalhadores de carreira têm formação importante para garantir a qualidade e o bem servir à população, que deve ser o primeiro objetivo de uma empresa pública”, justificou. Em entrevista à imprensa, o coordenador geral do Sindieletro, Jairo Nogueira Filho, reforçou a expectativa de retomada do diálogo e o resgate do papel da estatal, com uma atuação mais voltada para o social. “Queremos que a empresa deixe de pensar apenas nos acionistas e volte seus olhos para os empregados e a população mineira”, disse Jairo. Leia matéria nas paginas 4 e 5, com análise do Sindieletro sobre as medidas anunciadas pelo presidente da Cemig. Nas páginas 6 e 7 leia o relato dos eletricitários do Quarteirão 14, que ajuda a compreender a extensão dos prejuízos provocados pela terceirização na empresa. Chave Geral - Número 772 - De 09/03/2015 a 16/03/2015 - Página 1 COMUNICADO Atendendo ao que dispõe o Artigo 50 do Estatuto Social do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais – SINDIELETRO-MG, a Junta Eleitoral comunica que se inscreveu para concorrer às eleições a se realizarem nos dias 13, 14 e 15 de abril do ano de dois mil e quinze, conforme edital afixado neste Sindicato, publicado no jornal “Hoje em Dia” do dia 12 de fevereiro do ano de dois mil e quinze, no Caderno Editais às págs. 16 e 19 e no Jornal Chave Geral nº 768 da semana de 12/02/2015 a 20/02/2015, a seguinte chapa: CHAPA ÚNICA: ADELSON KLEIBER SOARES, ADRIANO FELIPE ANDRADE SILVA, AFONSO ALVES DE OLIVEIRA, ALAIR MAGELA DE ARAUJO, ALESSANDRO BATISTA, ALEX FABIANO PEREIRA DE AMORIM, ALEX HALEY ANTONIO NUNES DE SOUZA, ALEXANDER FREITAS FIGUEIREDO DOS SANTOS, ALEXANDRE LUIZ LEANDRO, ALEXANDRE SALVADOR RIBEIRO, ANDERSON ALVES SALMASO, ANDRÉ SILVA FRANCISCO, ANGELO RUCALY ALI FIGUEIREDO, ANTONIO GERALDO CORSETTI DUTRA, ANTONIO MARCOS OLIVEIRA, ARCANGELO EUSTAQUIO TORRES QUEIROZ, ARLINDO GOMES DIAS, ARMANDO MARCOLINO FILHO, CARLOS ALBERTO DE ALMEIDA, CARLOS ALBERTO GOMES DE OLIVEIRA, CARLOS AUGUSTO TORRES QUEIROZ, CELSO JOSE DA SILVA, CELSO MARCOS PRIMO, CLAUDINEI ALVES FERREIRA, CLAUDIO RODRIGUES DE OLIVEIRA, EDER JOSÉ DE SOUZA, EDSON VITORIA, EDVALDO PEREIRA DA SILVA, EDY PINHEIRO FILHO, ELTON VIEIRA TIRADENTES, EMERSON ANDRADA LEITE, EMILIO CARLOS LOPES GIANAZI, EUGENIO CARLOS PIRES, EULER ALVES NETO, EURICO SILVA PACHECO, EVALDO GOMES DE ARAUJO, EVANDER ELIAS DE OLIVEIRA, EVERALDO RODRIGUES DE OLIVEIRA, FÁBIO FERREIRA COSTA, FABIO ROGÉRIO SOUZA PARREIRA, FERNANDO CESAR RODRIGUES DA SILVA, GEOVANE NASCIMENTO VIEIRA, GERALDO EUSTÁQUIO DE SOUZA LOPES, GILMAR DE SOUZA PINTO, GILSON GONZAGA DINIZ, GOETHE EDUARDO BARROSO, GUILHERME CAMARGOS DE MATOS, HILTON HENRIQUE DA SILVA, JAIR GOMES PEREIRA FILHO, JAIRO NOGUEIRA FILHO, JARBAS DISCACCIATI, JEFFERSON LEANDRO TEIXEIRA SILVA, JOÃO FRANCISCO PRADO EL-CORAB, JOBERT FERNANDO DE PAULA, JOSÉ ADELSON SANTOS, JOSÉ AURELIO DA COSTA, JOSÉ DOS SANTOS FERREIRA, JOSÉ GONÇALVES FILHO, JOSÉ HENRIQUE DE FREITAS VILELA, JOSÉ PAULO DE OLIVEIRA, JOSÉ RICARDO DA CUNHA, LAZARO PAULO MARTINS, LEANDRO COELHO GOMES, LEOZINGER VIEIRA ALVES, LUCIANO LOPES AMARAL, LUCIMAR LIZANDRO FREITAS, LÚCIO SANTOS PARRELA, LUPÉRCIO RODRIGUES COSTA, MANOEL BARBOSA CANGUSSU NETO, MARCELO BORGES DE QUEIROZ, MARCELO CORREIA DE MOURA BAPTISTA, MARCIO ANTONIO DOS SANTOS, MARCIO RODRIGUES CORREA, MARIA DA SOLEDADE QUEIROZ A CARVALHO, MARIA DE LOURDES LIMA DA FONSECA, MOISES ACORRONI, PAULO MARINHO PEREIRA, PEDRO LUIZ CLARE, PIO DE CASTRO MOTTA, RAIMUNDO EVALDO BERNARDES DE FREITAS, REINALDO MACHADO LINHARES, RENATO FERREIRA DA SILVA, ROBERTO FERREIRA CADETE, ROMUALDO CATARINO SOUZA, RONALDO MEIRA PINHEIRO, RONEI CARDOSO DA CUNHA, SALIM GOMES DE OLIVEIRA, SEBASTIÃO ALVES DE OLIVEIRA FILHO, THIAGO RIBEIRO, VALDENEI INACIO DE LIMA, VANDER MEIRA PEREIRA, VANDERLI FERREIRA DUARTE, VANESSA REIS DE SOUZA, VICENTE FERREIRA NASCIMENTO, VLADIMIR CALDEIRA SOUZA, WAGNO LUCIO DE OLIVEIRA BERTO, WALMAR GERALDO DE REZENDE, WELLINGTON DE ALMEIDA NEVES, WELLINGTON PINTO COELHO, WILLIAN ALESSANDRO PEREIRA, WILLIAN FRANKLIN, WOLMAR FERREIRA DE PAULA. Conforme disposto nos Artigos 54 a 58 do estatuto, o prazo para impugnação de candidaturas é de 05 (cinco) dias contados da publicação do presente. Belo Horizonte, 9 de Março de 2.015. Marcelo Correia de Moura Baptista Coordenador da Junta Eleitoral ENCONTRO DE APOSENTADOS A Secretária dos Aposentados do Sindieletro esta promovendo encontros com os eletricitários aposentados em todas as Regionais do Sindicato. No último dia 5 de março, dezenas de aposentados se reuniram em Conselho Lafaiete, na Regional Chave Geral - Número 772 - De 09/03/2015 a 16/03/2015 - Página 2 Mantiqueira. Na pauta, Forluz, Cemig Saúde e vários outros assuntos foram debatidos. Os próximos encontros já foram definidos. No dia 18 de março será em Ipatinga, na Regional Vale do Aço, e no dia 24será a vez dos aposentados de Belo Horizonte. Anote na sua agenda e compareça, contribua com o debate e com a organização dos eletricitários aposentados. Em breve comunicaremos as datas e os locais dos próximos encontros. ACIDENTE NA SELT/REMO Eletricista perde a visão do olho esquerdo Este ano os eletricitários já amargam duas mortes com eletricitários terceirizados e, para piorar, no último dia 3 de março, o eletricista da Selt/Remo, Raimundo Adriano Custódio, ficou cego do olho esquerdo devido a uma lesão gravíssima que sofreu quando realizava um trabalho de instalação de cabos na rede elétrica na zona rural de Vespasiano, na Grande BH. Um dos cabos se soltou da haste, atingindo violentamente o rosto e o olho esquerdo do eletricista. Os óculos de proteção quebraram e Raimundo foi jogado contra o poste. Ele foi submetido a uma cirurgia e fará novo procedimento cirúrgico esta semana. Depois que Raimundo estiver recuperado das duas cirurgias, o médico fará nova avaliação para verificar se o paciente tem chance de voltar a enxergar. “Meu médico disse que ainda é cedo para avaliar se eu ficarei cego ou se poderei voltar a enxergar, com limitações”, afirmou Raimundo Adriano. O eletricista trabalha na Selt/Remo há nove meses, tem 38 anos, é casado e pai de três filhos. Mas já atua na função há mais de seis anos. Ele foi um dos trabalhadores da empreiteira CET flagrados Rua Mucuri, 271 - Floresta Belo Horizonte/MG - CEP: 30.150-190 Intimidação pela fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego em trabalho análogo à escravidão. A CET foi fechada justamente por causa da fiscalização, que constatou dezenas de irregularidades e grande parte de seus trabalhadores foram readmitidos na Selt/ Remo. Eles, inclusive, denunciam que o antigo dono da CET acabou se associando à Selt/Remo. Trabalhadores denunciaram que um dos gestores da empreiteira, o antigo dono da CET, reuniu-se com eles logo após o acidente e “intimidou todo mundo”. Segundo os eletricitários, o gestor responsabilizou-os pela insegurança, foi muito agressivo em suas palavras, demonstrando desequilíbrio e desrespeito. “Ele nos disse que somos responsáveis pelos acidentes. Assim, criou um clima ainda pior, um mal-estar geral, uma indignação total. Foi injusto conosco e não considerou que a responsabilidade pela segurança dos trabalhadores é da empresa. Esse gestor é muito autoritário, agressivo e desrespeita todos os seus trabalhadores”, criticou um eletricista. Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais Telefone: (31) 3238.5000 Fax: (31) 3238.5049 • E-mail: [email protected] Diretor responsável: Arcângelo Queiroz • Edição: Benedito Maia • Redação: Benedito Maia, Mariângela Castro, Rosana Zica e Vinícius Avelar • Fotografia: Benedito Maia • Diagramação: Vinícius Avelar • Cartunista: Nilson Azevedo Central de Informações: Nízio Fernandes • Impressão: Alicerce Editora Gráfica • Tiragem: 11.500 exemplares Chave Geral - Número 772 - De 09/03/2015 a 16/03/2015 - Página 3 SE DE NA AT O Expectativa dos trabalhadores pela abertura das negociações e pagamento dos 3% Durante o ato, o presidente da Cemig, Mauro Borges também anunciou o fim do desligamento compulsório dos eletricitários aos 55 anos, reconhecendo que esses trabalhadores devem ter o direito de optar por permanecer na empresa com a sua experiência e sabedoria que agrega valor à Cemig. Para o Sindieletro essa afirmação representa avanço na luta pela valorização dos trabalhadores que, na antiga direção, eram descartados como bagaço de laranja, assim que completavam 55 anos. O presidente anunciou formalmente que a empresa acatou o Acórdão nos pontos que estabelecem o pagamento de 3% de aumento real, a exclusão da cláusula da periculosidade do ACT e a garantia do acesso dos dirigentes sindicais aos locais de trabalho para “bem realizar o trabalho sindical”. No entanto deixou no ar quando pagará o aumento real, tão aguardado pelos trabalhadores e cobrado pelo Sindieletro, ao afirmar que será negociada com o sindicato a forma de pagamento, assim que o TST comunicar ao TRT. A decisão do TST anula o julgamento do TRT que não concedeu aumento real para os eletricitários. Para o Sindieletro essa negociação deve ser feita na reunião de negociação agendada com a empresa para o dia 12 de março. saudáveis com os trabalhadores, Mauro Borges anunciou que concorda com a criação de uma Mesa de Negociação Permanente, onde serão tratados todos os assuntos ligados ao Contrato Coletivo de Trabalho e outras demandas da categoria. Saúde e segurança Em relação às políticas para promover a saúde e a integri- dade do trabalhador, o presidente afirmou que será feito um pacto pela saúde ocupacional e segurança para cumprir a política de tolerância zero com os acidentes. Comitê de Mulheres da Cemig Nas celebrações do Dia Internacional da Mulher, Lemos também anunciou a cria- ção do Comitê de Mulheres da Cemig que, junto com a Diretoria de Gestão Empresarial (DGE) estabelecerá metas para a presença das mulheres na alta direção da empresa. Para o Sindieletro, a criação do Comitê é um importante avanço ao reconhecer que muitas eletricitárias tem competência para ocupar cargos importantes na Cemig. Depoimentos mostram expectativa por mais respeito Trabalhadores chegaram para o ato usando as portarias da Avenida Barbacena e da Rua Alvarenga Peixoto, que estiveram fechadas por cerca de anos, devido ao autoritarismo que marcou a direção da Cemig. As eletricitárias que chegavam para o trabalho foram recebidas com música, tapete vermelho e flo- Negociações permanentes Ao destacar o empenho da estatal em promover relações Chave Geral - Número 772 - De 09/03/2015 a 16/03/2015 - Página 4 res distribuídas pelo Sindieletro. Eletricitários de varias bases - Sete lagoas, Betim, Anel Rodoviário, São Gabriel, Itambé, de Barbacena e da Cidade Industrial, além da Sede- participaram do ato. O eletricista Hilton Henrique da Silva, veio de Barbacena com cinco colegas para dar o reca- do aos colegas e à direção da Cemig: valeu a pena lutar por uma empresa pública, aberta ao diálogo com os trabalhadores e a população. “A retirada das grades que geravam grande transtorno para a população e os trabalhadores é um fato histórico para todos nós”, comemorou. Mudanças Durante o ato, trabalhadores diziam que a arrancada das grades deixava o Edifício sede mais bonito e o clima na empresa mais alegre. A secretária Raquel Sana Duarte estava vibrante com a mudança e “confiante que o momento que viveremos daqui para frente será de mais diálogo e abertura para retomar as negociações”. Para a técnica financeira Eliane Barbosa, o cli- Retirada das grades é momento histórico para os trabalhadores ma era de festa com todos os trabalhadores apoiando uma iniciativa a favor da empresa. “Esse ato pode ser o prenúncio de um tempo bom para a empresa, para os trabalhadores e para a sociedade, pois nunca pensamos só em nós”. O eletricista Sebastião Vitor saiu da base São Gabriel para participar do ato que marcou a arrancada das grades. “Tudo que conseguimos na Cemig foi através de muito esforço e luta. E esse ato, hoje, é a consagração das nossas lutas nos últimos anos”, afirma. Um olhar pelos terceirizados Numa inovação completa do cerimonial, que também simboliza avanço na organização dos trabalhadores, Antônia Alves, trabalhadora da Terceiriza, empresa que realiza serviços gerais na Sede, usou o microfone para a sua fala an- tes mesmo do presidente da Cemig. Ela destacou o apoio que o Sindieletro dá para a luta por melhores condições de trabalho e diz que espera que o clima de mudança na estatal ajude a solucionar problemas antigos na relação de trabalho que ocorrem na Terceiriza e outras empreiteiras. Menos para Andrade Gutierrez A presidente da CUT Mi- nas, Beatriz Cerqueira, participou do ato e destacou que foi a resistência dos eletricitários que permitiu que a retirada das grades da Cemig acontecesse. “Que esse ato signifique a devolução dessa estatal para a sociedade e que os lucros da Cemig deixem de favorecer só os acionistas como a Andrade Gutierrez e sejam usados, principalmente, para atender bem a população”, defendeu. Chave Geral - Número 772 - De 09/03/2015 a 16/03/2015 - Página 5 Oficinas de distribuição do Q14 continuam abandonadas No momento em que o presidente da Cemig anuncia a realização de um diagnóstico para a retomada da primarização, eletricitários do Quarteirão 14, na Cidade Industrial, apresentam um levantamento do desmonte da empresa nos últimos anos em um órgão importante da estatal: a Diretoria da Distribui- ção e Comercialização (DDC). Essa diretoria é composta por oficinas de transformadores aéreos, de manutenção e testes de religadores e seccionalizadores, de reguladores de tensão, de ferramentas especiais, de transformadores de SE’s (alta), central de tratamento de óleo, oficina de proteção anticorrosiva, oficina de medição e instrumentação, oficina de calibração e aferição de medidores, dentre outras atividades diversificadas. A oficina de transformadores de distribuição (OTD) está em fase final de fechamento, processo que ameaça outras oficinas da Cemig, via terceirização, o que deixa trabalhadores de outros setores da empresa que dependem dessas oficinas inseguros e sem poder atender as demandas. Os eletricitários reivindicam que este processo seja revertido com urgência. Leia abaixo o texto produzido pelos trabalhadores. O que a terceirização tem provocado na Cemig Trazemos aqui, novamente, uma questão que, enquanto existir, sempre valerá muito a pena ser discutida: a terceirização, dessa vez dentro da ótica dos trabalhadores de Contagem, lotados no Quarteirão 14. Há décadas, a Cemig vem terceirizando sua mão de obra. Nos últimos 15 anos a sensação dos eletricitários é que se abandonou de vez o propósito inicial de criação da empresa, que era de fornecer um dos principais suportes para o desenvolvimento da sociedade mineira: a energia elétrica colocada a serviço do bem comum. Aos nossos olhos, a Cemig se desvirtuou, atuando mais voltada para o mercado financeiro do que para o povo mineiro. Seguindo as leis de mercado e tendo como objetivo maior a maximização dos lucros para os acionistas, a terceirização ganhou força nos últimos anos e hoje, no Q.14, pode-se afirmar que ela ocorre de forma irresponsável, insensata e inconsequente, sendo promovida por parte dos gestores da empresa. A terceirização promovida aqui, em Contagem, traduz bem o descaso da empresa com as demandas do sistema elétrico, com a qualidade da energia e revela a incoerência da empresa quando o assunto é sustentabilidade. As oficinas que fazem a recuperação, a manutenção e teste de diversos e indispensáveis instrumentos e equipamentos utilizados nas redes, subestações e usinas. Escola para centenas de trabalhadores, que se aposentaram e ativos, que no momento são poucos, estão instaladas nesse quarteirão e visam suprir as demandas da empresa. Dentro dessa estrutura, além das oficinas temos laboratórios e outros setores de apoio. Hoje, o corpo técnico das oficinas reflete bem os objetivos da gestão da empresa, com dois terços da mão de obra terceirizados. Obviamente, como nessa área não existem voluntários, o desejo da Cemig de reduzir cada vez mais seus custos com pessoal próprio, atrai os donos das “ ...a empresa resolveu abrir mão dessa área, o que significa abrir mão da garantia dos transformadores junto aos fornecedores, o que evitaria jogar fora equipamentos facilmente recuperáveis” Chave Geral - Número 772 - De 09/03/2015 a 16/03/2015 - Página 6 empreiteiras para a operação de serviços, dando início a um triste conflito de interesses: de um lado a Cemig, celebrando contratos vantajosos para sua administração, e do outro lado, a empreiteira querendo obter o máximo de lucro em cima da mão de obra de seus funcionários. No meio desse conflito, temos um exército de profissionais terceirizados, sem treinamentos adequados, mal remunerados, que sofrem com as incertezas provocadas pelas constantes trocas de empreiteiras, como a falta de garantia de emprego ou até mesmo de seus direitos trabalhistas. Nos últimos anos, os companheiros do Q.14 têm observado e convivido, atônitos, com abandonos de contrato por empreiteiras, longos intervalos entre o final de um contrato e o início de outro, ações judiciais das empreiteiras contra a Cemig e vice-versa, paralisando as atividades nas oficinas. Essas interrupções criam uma série de outros problemas que poderiam ser evitados se existissem critérios no atual processo de terceirização. Para ilustrar essa situação, ressaltamos que as atividades nas oficinas estão paralisadas há mais de 5 meses por falta de contrato. Na última licitação, a empresa vencedora teve a documentação reprovada e o segundo colocado ainda não foi acionado, o que representa maior indefinição quanto ao retorno das atividades. Os eletricitários do Q.14 são unânimes em afirmar que algumas funções de apoio até poderiam ser terceirizadas. Mas, nas atividades desenvolvidas pelo corpo técnico da Cemig, a utilização do quadro próprio seria fundamental para garantir o bom andamento das atividades e para manter o knowhow dos setores, garantindo a segurança e a confiabilidade dos equipamentos instalados no sistema elétrico, que passam pelas oficinas. Acima, imagem registrada na década de 1980 mostra o grande número de trabalhadores na Oficina do Quarteirão 14. Abaixo, em imagem registrada recentemente, a realidade é outra: abandono e esvaziamento. Na contramão da sustentabilidade Um setor do Quarteirão 14 afetado não só pela terceirização, como também pela gestão equivocada da empresa é a oficina de transformadores de distribuição (OTD). O setor que atuava junto com as áreas de compras e qualidade da Cemig atestava a qualidade dos transformadores e dava à empresa o direto de exercer a garantia desses equipamentos, além de executar as manutenções com boa qualidade e custo baixo, se comparados com o mercado externo. A oficina sempre atendeu as demandas nos momentos críticos de continuidade de fornecimento de energia elétrica, sendo que no final de 2013 e início de 2014 atendeu consideravelmente a Região Metropolitana de BH disponibilizando transformadores durante a crise de fornecimento desses equipamentos pelo mercado, funcionando como setor estratégico da empresa. Mesmo assim a empresa resolveu abrir mão dessa área, o que significa abrir mão da garantia dos transformadores junto aos fornecedores, o que evitaria jogar fora equipamentos facilmente recuperáveis e, consequentemente, o dinheiro dos consumidores, além de fechar postos de trabalho. Todas as outras concessionárias de energia do Brasil investem na recuperação de transformadores de distribuição enquanto a Cemig prefere jogá-los fora e comprar novos, onerando cada vez mais a sua tarifa de energia. Todos os trabalhadores do Q.14 esperam que a nova direção da empresa, como tem sido afirmado, não veja a terceirização com a única opção existente para a continuidade das importantes atividades desenvolvidas nessa base. E que a nossa força de trabalho venha a ter novamente, como foi dito certo dia por um superintendente, o sentimento de pertencimento à Cemig. * Texto produzido pelos trabalhadores da Cemig no Quarteirão 14 Chave Geral - Número 772 - De 09/03/2015 a 16/03/2015 - Página 7 Reivindicação dos trabalhadores da rede subterrânea No último dia 25 de fevereiro, o Sindieletro enviou um ofício ao diretor de Gestão Empresarial da Cemig, Marcio Serrano, cobrando a inclusão dos fatores de periculosidade e insalubridade no PPRA, para os eletricitários que atuam na rede subterrânea. Na última reunião de negociação, o Sindicato cobrou da Cemig diálogo para a inclusão desses fatores no programa e que os eletricitários tenham acesso ao PPRA, o que atualmente é vedado. O Sindieletro também reivindica transparência e a abertura de espaço para a participação dos trabalhadores na construção do programa, que é uma importante ferramenta de garantia de saúde e segurança para os eletricitários. O que é o PPRA? O Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais (PPRA) é um documento que mapeia e previne riscos de acidente de trabalho e adoecimento profissional. Chave Geral - Número 772 - De 09/03/2015 a 16/03/2015 - Página 8