Transmissão Ações de saúde para a população e trabalhadores da Linha Bateias-Ibiúna F OTO G ERALDO K OSINSKI Para avaliar e monitorar os impactos da construção da Linha de Transmissão Bateias-Ibiúna sobre a saúde das populações que residem próximas ao projeto e dos trabalhadores, o Departamento de Saúde (DSA.G) implantou, em janeiro de 2002, o Programa de Ação Emergencial de Saúde e Segurança do Trabalho. O programa do DSA.G foi desenvolvido com o apoio do Departamento de Meio Ambiente (DMA.T), do Departamento de Segurança e Higiene Industrial (DSH.G), da Superintendência de Planejamento (SL.T) e secretarias municipais de Saúde e Educação. A linha de transmissão BateiasIbiúna, de 500 kV em circuito duplo, com 332 km de extensão, interliga as subestações de Ibiúna (SP) e Bateias (PR), aumentando em 2.000 MW o intercâmbio de energia entre as regiões Sul e Sudeste. Foi construída em apenas um ano e dez meses e gerou, aproximadamente, 2.600 empregos diretos. A atuação do DSA.G se deu em três etapas principais. Na primeira, denominada planejamento das ações, foram realizadas visitas técnicas às áreas de implantação das obras com o objetivo de identificar os impactos sobre as comunidades. Os impactos identificados foram referentes ao aumento do trânsito rodoviário causado pelo transporte de equipamentos e o aumento do fluxo de mãode-obra nas cidades onde se localizavam os alojamentos. “Foi preciso implementar, de imediato, estratégias de educa20 • setembro 2003 • Linha Direta nº 300 Da esquerda para a direita, os médicos José Bulcão, Ignez Zita (gerente do DSA.G) e Aloysio Mayolino, equipe responsável pelo Programa de Saúde na linha Bateias-Ibiúna ção para o trânsito, melhorar as sinalizações e vias de acesso e esclarecer os trabalhadores sobre os riscos das doenças sexualmente transmissíveis, principalmente a AIDS”, explicou o médico José Antônio Simas Bulcão. A etapa seguinte foi a realização dos exames médicos admissionais para contratação de mão-de-obra. Antes do início da obra, o DSA.G apresentou o Programa Emergencial de Saúde em palestra realizada durante o Encontro Técnico Empreendimento Bateias-Ibiúna, promovido pelo Departamento de Construção de Transmissão Sul (DTS.T), com a participação do corpo gerencial e técnico de FURNAS, das empreiteiras e empresas fornecedoras de equipamentos. Prevenção O departamento também atuou na fiscalização das empreiteiras contratadas por FURNAS. As empreiteiras tive- ram que cumprir as normas do Ministério do Trabalho, que exigem condições adequadas nas frentes de obra e na infraestrutura dos alojamentos, refeitórios e ambulatórios médicos. O dr. Aloysio Mayolino explicou que foi preciso verificar em que condições os indivíduos estavam trabalhando, se existia água potável nos locais da obra, se a alimentação correspondia ao esforço físico desempenhado. “A alimentação era um quesito fundamental. Caso não estivesse se alimentando corretamente, após um dia de serviço, o trabalhador poderia passar mal, ter dificuldade para acordar no dia seguinte. Foram avaliadas, ainda, as condições de descanso, se os ambientes eram limpos e arejados, se as camas eram resistentes etc.”, concluiu. A equipe realizou vistorias a cada 30 dias e elaborou relatórios periódicos, descrevendo as ações das empreiteiras para ser apresentado EscritórioCentral Central durante as audiências públicas do Ministério do Trabalho. O programa de saúde para os trabalhadores teve os objetivos de promover e assegurar as condições necessárias de preservação de saúde e segurança de todos os funcionários das obras, garantir e proporcionar atendimento de primeiros socorrros e ambulatorial em situações de emergência e fornecer treinamento aos trabalhadores envolvidos nas obras quanto à prevenção de acidentes e cuidados com a saúde. Para isso, foram realizadas palestras sobre prevenção de acidentes relacionados com a utilização inadequada dos veículos, equipamentos e ferramentas; acidentes causados por animais selvagens e peçonhentos; doenças sexualmente transmissíveis, AIDS, alcoolismo, drogas e violência. Essas palestras também foram apresentadas aos moradores das comunidades onde se localizavam os canteiros de obras e alojamentos. O setor de enfermagem também contribuiu na formação de grupos de atendimento de primeiros socorros. O DSA.G preparou 700 pessoas em toda extensão da linha para prestar os primeiros atendimentos, imobilizar e remover rapidamente a vítima em casos de emergência. A equipe também realizou campanhas de vacinação para todos os trabalhadores contratados contra febre amarela e tétano. A gerente do DSA.G, Ignez Zita Quaresma do Amaral, destacou a receptividade do público ao programa de saúde. “Tanto a população como os trabalhadores aceitaram muito bem as palestras, os programas de vacinação e profilaxia. O que direcionou as atividades do DSA.G foi o compromisso com a saúde do trabalhador e das populações vizinhas às instalações de FURNAS, permitindo que a Empresa cumprisse a sua missão de gerar e transmitir energia elétrica com segurança e qualidade ao longo do território brasileiro”, afirmou. Rampa beneficiará deficientes físicos do Escritório Central Projeto da rampa para a entrada principal do Escritório Central Joana Parreira Roquette (foto), 20 anos, é advogada do Escritório Central de FURNAS. Todos os dias ela acorda às 7h30 da manhã, levanta da cama, senta sob a sua cadeira de rodas elétrica, toma café da manhã e sai para trabalhar. FOTO KARLA MOURA ANDRADE E la mora há uma quadra de distância da Empresa. Para entrar, utiliza a entrada da rua Mena Barreto e depois sobe a rampa dos carros. “Não uso a entrada principal da Empresa pela rua Real Grandeza pois há muitos degraus e a rampa de carros é muito íngrime para eu subir,” explica Joana. Com o objetivo de facilitar o acesso de Joana e outros deficientes físicos na Empresa, o Departamento de Serviços Gerais - DSA.G, do Escritório Central, inicia na primeira semana de setembro a construção da rampa para deficientes físicos na entrada principal. O projeto está previsto para ser concluído na primeira semana de novembro, na Semana Interna de Prevenção de Acidentes - SIPAT. O projeto da rampa foi executado pelo Departamento de Engenharia Civil – DEC.T, e aprovado pelo Instituto Brasileiro da Pessoa Portadora de Deficiência -IBDD, que há um ano e meio firmou um convênio com FURNAS garantindo a contratação de 30 deficientes físicos no Escritório Central. Outra dificuldade diária de Joana, a única cadeirante (que se locomove através de cadeira de rodas) da Empresa é entrar no bloco A, onde trabalha. “Quando a porta de vidro está fechada, é difícil abri-la”, conta ela. Segundo Carlos Afonso Paula Lima, chefe do DSA.G, as portas de vidro do bloco A e do bloco C serão substituídas ainda este ano por portas automáticas com sensor de presença. Paula Lima afirma que os elevadores do bloco C e do bloco B serão modernizados como foi feito no bloco A, há dois anos. “O que beneficiará os 29 deficientes da Empresa, incluindo os surdos e mudos”. “Há quatro anos os banheiros sanitários feminino e masculino do auditório do bloco B e o do auditório do 8º andar do bloco A já foram adaptados de acordo com a necessidade dos deficientes”, explica Paula Lima, acrescentando que o próximo a ser adaptado será no 15º andar do bloco A, onde Joana trabalha. “Tenho uma certa dificuldade de usar o banheiro aqui na Empresa, uso o da minha casa na hora do almoço”, disse Joana. “É extremamente importante a conclusão dessas obras no Escritório Central para otimizar a circulação e acesso dos empregados e para qualquer cidadão que visite a Empresa”, conclui Maria Luisa Amorim, da Assessoria de Programas Assistenciais – APA.G, responsável pela contratação dos portadores de deficiência em FURNAS. Linha Direta nº 300 • setembro 2003 • 21