Condutor - Outubro de 2002 CONDUTOR Número 95 Órgão Representativo do Centro de Engenharia Elétrica O Curso Cooperativo Tire as últimas dúvidas sobre o formato do curso cooperativo e como funciona o sistema quadrimestral do coop antes da escolha de ênfase. A Revolução de 1932 e a Escola Politécnica Projeto Mapcom Conheça o projeto de Mapeamento de Competências, uma iniciativa da Associação de Engenheiros Politénicos que cadastra os politécnicos depois de formados, criando uma rede de contatos com aqueles que já estudaram na nossa escola, independentemente de onde estejam, para quando precisarmos encontrar alguém da poli no mercado de trabalho. Copa elétrica Saiba mais sobre a participação da Poli na Revolução Constitucionalista, as conseqüências para a Escola e como aqueles politécnicos ajudaram na luta contra um governo ditatorial sem constituição, o inimigo da liberdade, e pagando até com a vida a afronta ao governo de Getúlio Vargas. Nada é tão novo... ...nada é tão velho Outubro de 2002 III Valvulada Saiba como foi a III Valvulada na tempestade do dia 20 de setembro, veja as fotos das bandas que tocaram e leia detalhes do nosso festival de bandas da elétrica, que aconteceu mesmo debaixo de chuva. Quem ficou para conferir não se arrependeu. Nesta edição: Informa CEE Curso Cooperativo Mapcom Valvulada Poli na Revolução de 32 OR Ska UT D IN Como está a copa elétrica? Veja na nossa sessão de esportes e confira quais os times que irão disputar as finais e depois participe da premiação no dia 11 às 18h, junto com a festa de inauguração da churrasqueira no CEE. Depois de duas edições com bandas de décadas passadas, um artigo sobre algumas bandas que vêm tomando espaço no cenário musical nos últimos anos, e consquistando o gosto das novas gerações de ouvintes de música no mundo. Um estilo que influênciou tanto a música moderna não poderia passar sem um artigo no Indutor. Algumas linhas sobre o Ska, ritmo jamaicano que deixou muitas marcas nos mais variados estilos e influênciou muitas bandas de nossa geração. 1 R BandasUNovas TO IND OR Copa elétrica UT IND Isolante 2 Condutor - Outubro de 2002 Sim, temos finalmente mais uma edição do condutor. E novamente gostaria de agradecer a todos que enviaram o texto e viabilizaram mais uma edição do nosso jornal. Nesta edição, temos uma matéria muito interessante que trata sobre a participação da Poli na revolução de 1932; apesar dos efeitos dessa revolução terem ficado aquém das expectativas dos paulistas, muitos deram suas vidas num momento pós-golpe acreditando nos ideais pelos quais lutavam. Para o pessoal do segundo ano, o artigo sobre o curso Cooperativo é muito interessante de ser lido antes da escolha de ênfase. No mais, tenham uma boa leitura, e espero que vocês gostem desta edição. Prof. Orsini 80 anos O professor Orsini completou 80 anos do dia 10 de setembro desse ano. A data foi comerada com uma modesta festa na lanchonete da elétrica, que, por melhor que fosse, não há festa que consiga homenagear esse professor e a importância que ele tem para a engenharia elétrica no Brasil. Expediente Informa Finalmente a churrasqueira está pronta CEE Será realizada durante os meses de outubro e novembro ação beneficente em prol do Grendacc - Grupo Em Defesa da Criança com Câncer. O CEC, o CAFB - C.A. Farmácia e Bioquímica e o CEE participarão da coleta de doações e da grande festa 29/11, sexta: “Forró Beneficente do Grendacc”. Informações com a Joaninha, da Far mácia: [email protected]. JDF Reuniões estudantis do IEEE Finalmente temos uma churrasqueira para os alunos da engenharia elétrica e engenharia de computação utilizarem. Depois de mais de um ano de novelas, finalmente conseguimos fazer este projeto se tornar realidade. Para poder usar a churrasqueira, deverá ser feita reserva (só para evitar conflito entre usuários) com a Luana. Agradecimento War II Agradeço a todos os alunos, professores e funcionários pela ajuda que recebi nessa hora tão difícil que passei. Que as suas alegrias sejam tão grandes quanto a bondade que vocês me ofereceram na hora em que eu mais precisei. Para quem gosta deste velho jogo de estratégia, o centrinho tem a disposição um jogo de WAR II dos alunos. Mate a saudade desse bom jogo que depois de tanto tempo ainda é apreciado por muitos. Mas venha com tempo de sobra, porque quem joga sabe que uma partida demora. Muito Obrigado. Reinaldo Comerço Aconteceu neste fim de semana na Universidade Federal de Juiz de Fora-MG a primeira RNR-Reunião Nacional de“Ramos Estudantis do IEEE”, entre os dias 26 e 29 de setembro, da qual participaram estudantes de todo o Brasil e inclusive alunos da Poli membros do IEEE. Na próxima semana acontecerá em Bogotá (Col) a VI Reunião Regional de Ramos da Região 9 (América Latina). Maiores detalhes sobre a atividade do IEEE podem ser obtidos com André Ribeiro "Magrão"([email protected]), Damião ([email protected]) ou Paulo Alexandre Calil ([email protected]). JDF Tiragem: 3000 exemplares O CONDUTOR é um espaço livre para opiniões e pensamentos de todos os Editor Claudio “Salsicha” Cervelin (4! alunos e professores. A equipe de Rogério “Koshas” Yonemura (4! Energia) Energia) edição e o CEE não se responsabilizam pelo conteúdo e/ou teor dos artigos Revisão Dalmo Guedes “Hobbit” de assinados neste veículo, cabendo os Luana Wilke Moreira (1o. Letras) Oliveira (4! Sistemas) ônus aos autores dos textos. CONDUTOR 95-Outubro/2002 Evento Beneficente CEE Editorial Isolante Centro de Engenharia Elétrica AssociaÁ„o dos Alunos de Engenharia ElÈtrica Gestão: ATENSÃO 2002 Presidente: Marcelo “Boituva” Vieira de Moraes Vice-Presidente: Renata Fontes Leite “Renata Loira” Tesoureiro: Leonardo “Milhouse” Nantes Secretária Geral: Renata Duarte Mendes“Renata Noel” Av. Prof. Luciano Gualberto, travessa 3, nº 158 - Cidade Universitária – SP – CEP: 05508-900 Tel: 3091-5451 na internet: www.cee.poli.usp.br e-mail:[email protected] cONDUTOR [email protected] Colabore com o Visite o CONDUTOR ONLINE : na Internet: http://cee.poli.usp.br/novocee/ condutor/ Notícias, Condutores Antigos Condutor - Outubro de 2002 3 O Curso Cooperativo de Computação na Poli Diego M Dela Corte, representante de classe do Coop2004 e-mail: [email protected] A vida é feita de muitas escolhas. Depois de escolher a Poli e depois de escolher a elétrica, o segundo-anista ainda tem que escolher a ênfase dentro da elétrica. Bom, os bixos da elétrica devem estar cansados de saber disso. O mais importante na hora da decisão é ir atrás do que se gosta, e não de uma tendência do mercado. É impossível prever como o mundo estará daqui a três, quatro anos, mas se o formando sai da faculdade sendo bom naquilo que faz (e gostando!), aumenta a probabilidade de uma maior satisfação pessoal e uma melhor colocação no mercado de trabalho. Um exemplo do porquê as escolhas não podem ser feitas pela “moda” do momento. Há alguns anos a tendência era a computação e, portanto, este era o curso mais concorrido dentro da elétrica. Mas com o desaquecimento do mercado, a falência de inúmeras empresas pontocom e outros fatores fizeram o interesse pelas ênfases de computação diminuir. Nos últimos anos a grande coqueluche da elétrica foi a ênfase de telecomunicações. Com a grave crise que assola este setor atualmente, acredito que este interesse p o d e a c a b a r diminuindo. M i n h a missão aqui não é dizer qual curso é melhor ou pior, porque eu considero todos os cursos da Poli bons (principalmente na elétrica) e a opção é simplesmente por um gosto pessoal. Inclusive para os que querem computação, a escolha entre semestral e cooperativo vai depender do seu estilo de vida. Nenhuma delas tem mais status, nenhuma delas é melhor. Com currículos bastante semelhantes, os c u r s o s semestral e quadrimestral de Engenharia de Computação diferem, principalmente, na agenda escolar. Sim, o Coop tem aula nas férias, em janeiro, julho.... Mas acredite, mesmo quem é do semestral começa a estagiar em algum momento e também acaba “perdendo” as férias. E é bom se convencer, as férias vão ficando cada vez mais escassas para os alunos de qualquer ênfase... A diferença do cooperativo é a maior organização e estruturação das tarefas. Após os quatro módulos de estágio previstos no curso, o engenheiro de computação do quadrimestral sai com uma grande experiência para o mercado de trabalho e o mais importante: muitos, muitos contatos. Imagine os contatos que você fará nas empresas onde fará seus estágios. Agora some com os contatos entre os colegas, porque a turma do Coop é mais unida, e certamente de lá sairão alguns CIOs (ou até um CEO). Bastante interessante, hein?! Portanto, segundo-anista, quando chegar a hora da opção, faça a decisão baseado em VOCÊ, não no mercado nem no glamour de alguma ênfase. Você exercerá a profissão de engenheiro? Engº Geraldo Burani Coordenador do Programa Bolsa de Estudos da AEP A AEP – Associação dos Engenheiros Politécnicos vêm pesquisando há muito tempo como os politécnicos estão posicionados no mercado de trabalho. Constatou que do seu quadro associativo – cerca de 21.000 politécnicos: -30,6% são diretores/ sócios/ proprietários de empresa; -11,6% são consultores/ profissionais liberais; -10,0% são gerentes de divisão / departamento. Sendo que um terço dos politécnicos não exercem a profissão de engenheiro por diversos motivos: entraram para o m e r c a d o financeiro, dirigem negócios familiares, gerenciam departamentos de vendas/marketing ou escolheram outra profissão. Atualmente o número de recém-formados que exercem funções de administradores, economistas, profissionais de marketing/ vendas vêm crescendo! Diante da realidade de m u i t o s politécnicos competirem por uma vaga no mercado de trabalho não somente com engenheiros de outras faculdades, mas com administradores e economistas da FEA, FGV e até publicitários da ESPM, a AEP se mobilizou para auxiliar os novos politécnicos na difícil decisão de definir o início de suas carreiras, oferecendo a todos os for mandos o mapeamento de competências (Projeto POLI MAPCOM). Através deste instrumento será mais fácil descobrir e desenvolver suas habilidades e talentos...seja qual for sua opção! 4 Condutor - Outubro de 2002 Música debaixo de chuva André Ribeiro - 4o. Controle Aislan Foina - 3o. Sistemas do público que, fiel ao evento, aproveitou todo o potencial e se divertiu à beça mesmo tomando gotas na nuca. O palco foi montado pontualmente duas horas após o previsto, às 20:30, com aprovação da instalação do equipamento que s e g u i u todas as regras de segurança previstas no IEEE STD 666 de como f a z e r gambiarras Flor de Vinil ( v i d e podreira na vertente musical isolante, ou melhor fita crepe). Poucos BOOMs ocorreram, podre atual. A festa foi regada a muita houve um blackout local que cerveja e muita água... Muita atingiu apenas a região oeste do água mesmo(choveu pra estado, e a tão esperada queima caralho!-vide isolante), ficamos de ... amplificadores no meio do impressionados com a presença show. Sensacional, foi um A terceira edição do mais tradicional encontro de bandas da elétrica contou com a presença de mais de 7 bandas da engenharia elétrica dos mais variados estilos, indo desde alanis até o que tem de mais MonkeyBrain espetáculo, tinha fumaça para todos os lados! Desconsiderando os detalhes técnicos, todos os objetivos foram atingidos, apesar dos erros de paralaxe, o show teve seu começo, meio,chuva, meio,chuva. meio, chuva,começo chuva, fim, meio chuva e finalmente acabou, Acreditamos que os sons emitidos e a baba escorrendo são sinais de aprovação. Gostaríamos se agradecer a todos os participantes e aos valentes e corajosos espectadores que resistiram ao tempo e à água, enfrentando a natureza para assistir ao maior Rapantes pontualmente as 5 da manhã, com o bis triplo da banda final. As impressões do evento foram variadas. Segundo um dos participante escolhido aleatoriamente para responder nossa pergunta, o festival foi praticamente um woodstock, porém, segundo membros da equipe técnica diversas afirmações não compreessíveis foram feitas, seguindo abaixo uma delas: O que o senhor achou do evento? “-zzzzzzz...” De qual banda o senhor mais gostou? - zzzzzzzzzz...” O senhor está acordado?!? - Uh? Zzzzzzzzzzzzz e melhor festival de bandas que o CEE organiza. O Nobre Entrevistado Condutor - Outubro de 2002 5 Os participantes da brava expedição contra a chuva Aislan Gomide Foina - 3o. Sistemas saber que não dá certo) e abrindo caminho para que as outras bandas não tivessem tanto receio de tocar e poder realizar mais uma edição da valvulada, que vem a três anos resisitindo à chuvas (sim, a primeira e a s e g u n d a valvulada f o r a m marcadas pela chuva no dia do evento, tanto que na primeira valvulada tivemos que recolher o equipamento às pressas pois Fugindo da Seca a lona que elétrica do palco se tornou cobria o palco rompeu com a praticamente inviável até as chuva). Um destaque que não 20h30 (o início estava marcado pode passar em branco, é a para as 18h). O que dizer então banda Flor de Vinil, que tinha da primeira banda, os Rapantes, como vocalista uma mulher, esse que arriscou estrear combinando ser tão desconhecido pelos eletricidade e água (não precisa politécnicos, que desperta lendas ser formado em Potência pra e mistérios na mente daqueles Todo grande feito demanda a presença de heróis, e não tem como pensar de outra forma quando se pensa em um festival de bandas no meio da chuva tão forte que a montagem da parte que fazem parte dessa escola. Mas falando sério, muitos gostaram dessa banda, Tequila con Bolachitas principalmente os fãs de Alanis Morissete (obviamente a banda tocou covers dela). Tivemos QSoul Cova Rasa Rapantes) e as duas últimas (Fugindo da seca e MonkeyBrain) agradaram aos também bandas de rock clássico tocando estilo Deep Purple e Dire Straits representados pela banda Tequila con Bolachitas. E o que seria de um festival de bandas da poli sem bandas punk tocando? A primeira banda (Os adeptos do estilo.Teve também uma banda de Trash (que contou com a participação do Magrão e o Zoca), O Cova Rasa, t o c a n d o m ú s i c a s próprias e covers do Sepultura. E claro, não poderíamos deixar de citar a QSoul, a única banda com um estilo não manjado na elétrica, trazendo variedade à valvulada ao tocar Soul Music. Enfim, a III Valvulada foi um evento muito legal, pena que muita gente perdeu esse grande evento, mas contamos com a sua presença na IV Valvulada no ano que vem. 6 Condutor - Outubro de 2002 Heróis Politécnicos na Revoluçã o Carlos “Caê / Óla” Paiola – 4o. Controle [email protected] Granadas de mão, capacetes, munição de infantaria, mapas e binóculos, máscaras antigases, bombas aéreas, morteiros leves e pesados, lança-chamas: uma nova super produção hollywoodiana? Não. Escola Politécnica, 1932. Assim descrevia a Revista Politécnica os acontecimentos da época: “A 9 de julho de 1932 irrompeu neste estado um grande movimento armado, animado do mais puro idealismo, sob as aclamações calorosas de crianças, de moços e de velhos, sublevação heróica, com o incondicional apoio de ricos e pobres, homens e mulheres. E a nossa Escola, através de todo o seu corpo docente e discente, unânime e coesa, apressou-se em hipotecar completa e irrestrita solidariedade ao movimento assim deflagrado.” E assim foi feito. A Politécnica entregavase de corpo e alma ao movimento constitucionalista, engajando-se na política e na construção de armas e outros artefatos úteis à guerra, contra a ditadura de Getúlio Vargas. Durante os cansativos três meses do conflito a rotina da Escola transformou-se. Laboratórios eram utilizados para o estudo e fabricação de perigosos explosivos, mesmo sem o conhecimento perfeito de seu velocidade, produzia-se tremendo ruído, semelhante ao de uma metralhadora. Mas nem todos conseguiram conter-se diante da situação. Alguns alunos chegaram a se alistar como soldados rasos em vez de se engajar nas atividades da Escola. Por iniciativa do grêmio foi organizado o batalhão “Caçadores de Piratininga”, do qual o primeiro pelotão era formado por politécnicos. Há registro de que eles se rebelaram e desobedeceram as ordens da comissão de professores da escola, que de posse de uma requisição do Q.G., tencionava impedir a sua partida para o front, alegando que seus serviços seriam mais úteis no Serviço de Engenharia da Força Pública do estado. Ao lado de outros 135 mil paulistas, os politécnicos lutaram incansavelmente. Mas, no dia dois de outubro, sem armas, sem munição e O Pelotão Caçadores de Piratininga sem o apoio de outros estados, São Paulo foi iminência de uma explosão fatal, obrigado a render-se às forças de Vargas. demonstrando puro idealismo e coragem. Entretanto, embora derrotada em armas, a Vários projetos ousados foram realizados sob revolução paulista conquistou todos seus a supervisão da Politécnica, como a blindagem objetivos, já que no mesmo dia em que de trens, veículos terrestres leves e até de uma rebentou o conflito, cedendo à pressão, Getúlio nomeou uma lancha, utilizada para comissão de patrulhar a fronteira constitucionalização, com Minas Gerais. iniciando assim o Foram fabricadas franco declínio do ainda bombas de m o v i m e n t o fumaça, munições tenentista. para fuzis e Não posso deixar metralhadoras (a de citar ao menos um Escola chegou a destes “Heróis adaptar máquinas Politécnicos”, de parafusos para engrandecendo meus tal atividade) e escritos com seu lança-chamas, nome: Clineu Braga “interessante de Magalhães, arma vomitadora componente do de longa língua memorável batalhão de fogo à “14 de Julho”, morto temperatura de em combate. Eis o 1700o C”, segundo relato da Revista discurso de Alfredo Um dos blindados construídos na Poli Politécnica. Outro Giglio, quando da engenhoso recurso fabricado foi a matraca, inauguração do monumento em memória aos aparelho que era composto por uma lâmina politécnicos mortos na Revolução metálica em contato com uma roda Constitucionalista: “A mocidade acadêmica dentada; girando a roda em grande tomou parte em todas as fases da Revolução comportamento e dos acidentes que poderiam ser provocados. Muitas vezes os politécnicos tiveram que resolver problemas com os quais nunca sonharam confrontar-se, sempre à Condutor - Outubro de 2002 o de 1932 de 32, e continua ativamente no resguardo das cousas paulistas que se prendam intimamente aos feitos sagrados daquela epopéia. Aqui estamos diante dos feitos mais eloqüentes de nossa guerra, aqui vemos o dinamismo do paulista na mágica improvisada do alcance técnico de nossa engenharia, no tocante ao prolongamento de uma guerra feita quase sem outra ajuda que o armamento da inteligência...” Devíamos nos espelhar nestes bravos, deixar nosso comodismo de lado e lutar por aquilo em que acreditamos. Pra quê estudamos? Apenas para ganhar dinheiro e adquirir certo status? Eu não quero acreditar nisso. A Escola Politécnica antigamente formava, não só engenheiros altamente capazes de resolver problemas, problemas esses que poderiam custar a sua própria vida, mas também pessoas cientes de sua responsabilidade como agentes modificadores da sociedade, que tinham coragem de se levantar de suas salas de aula, de largar os seus laboratórios e aplicar todo o conhecimento adquirido em prol de ideais revolucionários. Aonde foi parar este espírito? Morreu na Revolução de 1932? Tenho orgulho de ser paulista, tenho orgulho de estudar engenharia e tenho orgulho de ser Politécnico, sei do meu valor e não me acho melhor ou pior que ninguém. Apenas sei de minhas responsabilidades, e, por isso, darei o quanto sou naquilo que fizer; é o mesmo que espero de cada um de vocês. Que possamos nunca desistir de nossos ideais, de nossa guerra diária, só assim seremos dignos de ser chamados colegas dos politécnicos de 32 e de cada grande pessoa que marcou esta Escola. 7 ORAÇÃO ANTE A ÚLTIMA TRINCHEIRA Guilherme de Almeida “Agora é o silêncio É o silêncio que faz a última chamada É o silêncio que responde: — Presente” ! Depois será a grande asa tutelar de São Paulo — asa que é dia e noite e sangue e estrela e mapa — descendo, petrificada, sobre um sono que é vigília. E aqui ficareis, Heróis-Mártires plantados, firmes: — para, sempre, neste santificado torrão de chão paulista. Para receber-vos, feriu-se ele da máxima de entre as únicas feridas, na terra, que nunca se cicatrizam, porque delas uma imensa coisa emerge e impõe-se que as eterniza. Só para o alicerce, a lavra, a sepultura, e a trincheira se tem o direito de ferir a terra. E, mais legítima que a ferida do alicerce, que se eterniza na casa, a dar teto para o amor, a família, a honra, a paz. Mais legítima que a ferida da lavra, que se eterniza na árvore a dar lenho para o leito, a mesa, o cabo da enxada, a coronha do fuzil; mais legítima que a ferida da sepultura, que se eterniza no mármore a dar imagem para a saudade, o consolo, a benção, a inspiração, mais legítima que essas feridas é a ferida da trincheira, que se eterniza na Pátria a dar a pura razão de ser da casa, da árvore e do mármore. Este cavado trapo de terra — corpo místico de São Paulo, em que ora existis, consubstanciados, mais que corte de alicerce, sulco de lavra, cova de sepultura, é rasgão de trincheira. E esta, perene que povoais, é a nossa última trincheira. Esta é a trincheira que não se rendeu, a que deu à terra o seu suor, a que deu à terra a sua lágrima, a que deu à terra o seu sangue! Esta é a trincheira que não se rendeu, a que é nossa bandeira gravada no chão, pelo branco do nosso Ideal, pelo negro do nosso Luto, pelo vermelho do nosso Coração. Esta é a trincheira que não se rendeu: a que, atenta, nos vigia; a que, invicta, nos defende; a que, eterna, nos glorifica! Esta é a trincheira que não se rendeu: a que não transigiu, a que não esqueceu, a que não perdoou! Esta é a trincheira que não se rendeu: Aqui a vossa presença, que é relíquia, transfigura e consagra num altar, para o vôo, até Deus da nossa fé! E, pois, ante este altar, alma de joelho, a voz rogamos: — Soldados santos de 32, sem armas em vossos ombros, velai por nós!; sem balas na cartucheira, velai por nós!; sem pão em vosso bornal, velai por nós!; sem água em vosso cantil, velai por nós!; sem galões de ouro no braço, velai por nós!; sem medalhas sobre o cáqui, velai por nós!; sem mancha no pensamento, velai por nós!; sem medo no coração, velai por nós!; sem sangue já pelas veias, velai por nós!; sem lágrimas ainda nos olhos, velai por nós!; sem sopro mais entre os lábios, velai por nós!; sem nada a não ser vós mesmos, velai por nós!; sem nada senão São Paulo, velai por nós! INDUTOR Resenhas e impressões sobre música, cinema, literatura, esportes, enfim, sobre qualquer coisa. 8 Condutor - Outubro de 2002 SKA para quem gosta Mario Linestevão de Barros - GAE Talvez nunca os jazzistas da Jamaica um dia sequer teriam imaginado a repercussão que o ritmo inventado por eles teria sobre a música. Se você algum dia já ouviu falar sobre Bob Marley, ou qualquer banda de reggae, ou até mais recentemente sobre Reel Big Fish, ou se você gostava daquela música do O f f s p r i n g “Smash”, você com certeza já ouviu parte do legado deixado por esses músicos. A Jamaica dos anos 50 e 60 foi muito próspera de bons músicos, influenciados pela música negra norteamericana, principalmente o jazz e o rhythm’n’blues. Pela própria mutação musical que qualquer estilo passa, a música jamaicana sofreu uma grande mudança aliando o som das big bands à percussão africana. Isso resultou o Ska. Uma das grandes bandas jamaicanas foram os Skatalites. Bob Marley chegou a gravar com eles. Ao final dos 60 houve uma queda na produção das bandas de ska ao mesmo tempo que surgia um novo estilo, o rock steady, mais tarde batizado de reggae. Nos anos 70 e 80 o ska ressurgiu na Inglaterra misturado ao punk rock, mistura que até hoje se mantém fir me. Bandas como Specials, Bad Manners e Madness foram os grandes expoentes da época. O interessante dessa sinestesia foi o cunho político surgido nas letras. Nessa época surge o “Ska contra o racismo”, tema freqüentemente abordado por esse pessoal. Da Inglaterra, o ska foi para os EUA. Bandas como Toasters, H e p c a t , Mudsharks são nomes que d e r a m continuidade ao que estava sendo feito lá. Mas o ska tomou uma notoriedade tão forte que permitiu que bandas com influências de outros estilos também incorporassem o ska, assim como o punk o fez nos 80. Daí vieram Reel Big Fish, Save Ferris, Spring Heeled Jack, Five Iron Frenzy, Less than Jake, Voodoo Glow Skulls, e muitas outras, sem contar as bandas que se influenciaram do ska e que todos já ouviram falar como Sugar Ray, Sublime, No Doubt, Offspring, etc. No Brasil, talvez a banda que mais tenha divulgado o ska foram Os Paralamas do Sucesso, desde seu início até os últimos álbuns. Bandas como Titãs, Raimundos, Charlie Brown Jr. e Skank já utilizaram dessa influência. Mas o ska meio que tomou face como um movimento a partir dos anos 90 com as bandas Skuba, Skamoondongos, por exemplo. A partir daí, mais uma vez, a molecada que curtia um som alternativo, assim como foi na Inglaterra nos 80, começou a ouvir e produzir um ska de qualidade misturado com outros estilos, principalmente o hardcore. Dessa geração temos bandas muito boas e que se destacam na cena como Sapo Banjo, Randal Grave, Os Thompsons, Supersaiajeans, King Kong de Conga, Pinrudes e Homesick. O que nos resta fazer é valorizar e curtir o que está sendo feito aqui. São pessoas que fazem o que g o s t a m mesmo sem ter apoio algum, tudo o que essas b a n d a s fazem parte do próprio bolso. Tudo isso somente pelo prazer de tocar. Quem quiser saber mais sobre as bandas aqui citadas, é muito fácil achar conteúdo na internet. As bandas nacionais citadas no final possuem homepages próprias contendo mp3 e material multimídia bastante interessante. *Este texto foi baseado em uma edição especial da ShowBizz Condutor - Outubro de 2002 9 Bandas (nem tão) novas que você deveria conhecer Thiago da Silva Cavazzana - 3o. Cooperativo Nas duas últimas edições do Condutor, estavam presentes matérias sobre duas bandas dos anos 60 e 70. Nada contra essas bandas, mas, como vivemos do presente, acho mais importante conhecermos as bandas que produzem trabalhos de alguma relevância hoje. Abaixo, faço uma lista das bandas promissoras que surgiram neste ano ou de bandas que já tem alguns anos de estrada, mas que provavelmente atingiram seu ápice de trabalho neste ano. The Vines – Desde o fim do grunge, todo ano se procura pelo novo Nirvana. Os australianos do The Vines ocupam o posto em 2002. O vocalista Craig Nicholls é o maior Kurt Cobain wannabe já surgido desde então. Do disco, Highly Evolved, as músicas mais lentas são fracas, mas as pesadas são ótimas, com guitarras barulhentas e refrões grudentos. Destaque para ‘Get Free’, ‘The Outtathaway!’, ‘1969’ e a faixa título. Outras referências: Nirvana, Stone Temple Pilots. Wilco – A banda está na ativa desde 1994 e é um dos pilares do chamado alt.country americano. Musicas leves e complexas são características desta banda, que podia ser muito bem a banda do Neil Young desde o ‘Harvest Moon’. Jeff Tweedy e sua banda são também responsáveis por uma das melhores histórias de amor à música dos últimos anos, ao romper com a gravadora após esta os ter mandado regravar o disco que, para ela, era suicídio comercial. Após este rompimento, o disco resultante é a obra-prima ‘Yankee Hotel Foxtrot’. Difícil indicar só algumas músicas, mas ‘I’m trying to break your heart’, ‘Kamera’ e ‘Heavy Metal Drummer’ vão servir. Outras referências: Calexico, Neil Young. estiveram até no Brasil, tocando no RiR3, quando ficaram mais conhecidos pela banda cujo baixista tocou sem roupa. Naquele tempo eles vinham aparados pelo ótimo disco ‘Rated R’, de 2000. Para 2002, eles lançaram ‘Songs for the Deaf’, que vem respaldado pelo Dave Grohl (Nirvana, Foo Fighters) tocando bateria em TODAS as faixas. Só por isso já valeria conferir, mas ‘I ain’t worth a dollar, but I feel like a millionaire’, ‘No one knows’ e ‘Another Love Song’ são motivos a mais. Outras referências: ...and you will know us by the trail of dead, At the Drive-In. R O T U D IN The Hives – Banda sueca pertencente a uma onda de bandas nórdicas surgidas ultimamente, com um pé nos anos 60 e o outro no punk-rock, os caras são uma lição E de estilo, tocando arrumadinhos em cima do palco. O disco deles é de 2000, nenhuma musica tem mais de três minutos e meio, mas só este ano surgiu para o mundo. ‘Die, All Right!’, ‘Hate to say I told you so’ e ‘The Hives Declaire Guerre Nucleaire’ são as musicas que voce precisa ouvir. Outras referências: The (International) Noise Conspiracy, The Hellacopters. E S P O R T E S Queens of the Stone Age – Esses já Ash – Trio irlandês que faz provavelmente o melhor power-pop do mundo hoje. Guitarras enlouquecidas, com o vocalista quase berrando por cima da massa sonora. O último disco deles – ‘Free All Angels’ – é de 2001, mas eu só o descobri este ano. As letras muitas vezes são meio bobas, só que, juntas à melodia criam pop-songs perfeitas. ‘Walking Barefoot’ é uma das melhores canções sobre o verão já escritas. ‘Cherry Bomb’, ‘Nicole’ e ‘There’s a star’ também devem ser conferidas. Outras referências: JJ72, Teenage Fanclub. E S P O R T E S SE SP P OO RR T TE SE FINAIS DA COPA ELÉTRICA ANTECIPAM E S P O R T E S E S P O R T E S E S P O R T E S E S P O R T E S CHURRASCO DE INAUGURAÇÃO!! Aconteceram nas últimas semanas as quartas-de-finais e semifinais da Copa Elétrica 2002, a mais emocionante dos últimos tempos.Nas quartas-de-finais, 3 goleadas: do Aedes à Caçadora sobre osComputoscos (11 a 3), do Fusil em cima do Sai que é Sua Ojima(7 a 1) e do Tentáculos em cima do Parax (9 a 1). Só o Uspernadipau penaram no seu jogo: os Smurfs perderam por 5 a 4, com um gol noúltimo minuto.Nas semifinais, o confronto entre os campeões Fusil (2001) eTentáculos (2000) resultou num surpreendente 10 a 1 para oTentáculos, depois de um primeiro tempo que terminou em 1 a 0.Já o AedesxUspernadipau foi um jogo equilibradíssimo: 4 a 4, e2 a 0 na decisão por penaltis.As finais acontecerão na próxima terça (dia 8) e quarta(dia 9), antecipando a Festa de Inauguração da Churrasqueirado CEE, na qual será feita a premiação dos times vencedores. S 10 ISOLANTE Condutor - Outubro de 2002 De mal com a vida... Hipocrisia Sim, apenas uma palavra.... hipocrisia. Quantas vezes você já se deparou com pessoas que fingem que nem te conhece pelos corredores de nossa faculdade, ou mesmo você que finge que não conhece.... será você uma pessoa um pouco tímida? Ou apenas mais um hipócrita que fala apenas quando interessa ao seu próprio umbigo? Situação complicada não é verdade? De difícil explicação , mas que gira em torno de você que simplesmente vive em qualquer que seja a região. Não sou eu, mero ser medíocre, que irá resolver seus problemas, mas que isso as vezes causa situações inusitadas, isso causa..... você que só fala com aquele nerd na véspera de prova pra saber se ele tem alguma dica , ou simplesmente pra fazer o trouxa te explicar toda a matéria antes da prova, afinal você matou todas as aulas pra ficar jogando sinuca, vendo tv, etc.... e depois da bela demonstração de solidariedade de seu “querido nerd de plantão” , você até que tira uma nota razoável naquela prova que “estudou” de véspera, e para agradecer seu “amigo” simplesmente o ignora pelos corredores. Seu hipócrita!! São esses os mesmos que zoam com os outros dentro das salas de aulas durante o semestre, se achando os tais, não sendo meras crianças idiotas que tem tudo o que querem de mão beijada.... você agora poderia dizer que talvez eu que seria esse ser zoado que estaria querendo se mostrar ou fazer papel de coitado, mas pelo contrário, nunca tive esse tipo de problema, sou mal humorado demais para levar desaforo pra casa... muito menos gozação (opss..) E falando em ignorar, e aquela mina que te deu um fora e que agora finge que nem te vê mais quando cruza com você porae, e que talvez até mesmo você esteja agindo da mesma forma agora..... será hipocrisia da parte de ambos? Ou apenas uma “troca de gentilezas” (para não dizer c* doce). Nessas horas de ficar analisando a realidade que nos cerca que me pergunto, qual será a lógica disso tudo? Vai saber, afinal o ser humano é que existe de mais facetado nesse mundo, onde a pessoa que você conhece pode agir de maneira mais estranho ao seus olhos, do que aquele estranho(a) que acabou de conhecer... Você agir como um hipócrita, ou simplesmente ser você mesmo, ou será que cometi um erro ao digitar isso, será você mesmo esse hipócrita? Ou será que sou mais um hipócrita em escrever algumas atitudes que eu mesmo cometo e que considero como uma hipocrisia? Poderia escrever um livro de lixo como esse pequeno texto hipócrita, mas acho que já me confundi todo com essa merda hipócrita que é a realidade que nos cerca de maneira idiota. :P Moral da estória 1: esse cara que tá escrevendo essa merda é um hipócrita! Moral da estória 2: cara, que merda de texto! Moral da estória 3: pra que discutir hipocrisia? Você nem sabe o que significa isso mesmo Moral da estória 4: Por que esse texto tá aqui afinal? Moral da estória 5: Ainda sem mulher? A R T E D O D E S O C U P A D O Condutor - Outubro de 2002 11 !#$&*%$# !#$&*%$# !#$&*%$# !#$&*%$# O Direito do Foda-se Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos do povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia. “Pra caralho”, por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que “Pra caralho”? “Pra caralho” tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende? No gênero do “Pra caralho”, mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso “Nem fodendo!”. O “Não, não e não!” e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade “Não, absolutamente não!” o substituem. O “Nem fodendo” é irretorquével, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo “Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!”. O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio. Por sua vez, o “porra nenhuma!” atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um “É PhD porra nenhuma!”, ou “ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!”. O “porra nenhuma”, como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos “aspone”, “chepone”, “repone” e, mais recentemente, o “prepone” - presidente de porra nenhuma. Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um “Puta-que-pariu!”, ou seu correlato “Putaque-o-pariu!”, falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba...Diante de uma notícia irritante qualquer um “puta-que-o-pariu!” dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça. E o que dizer de nosso famoso “vai tomar no cu!”? E sua maravilhosa e reforçadora derivação “vai tomar no olho do seu cu!”. Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: “Chega! Vai tomar no olho do seu cu!”. Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios. E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: “Fodeu!”. E sua derivação mais avassaladora ainda: “Fodeu de vez!”.Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? “Fodeu de vez!”. Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de “foda-se!” que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do “foda-se!”? O “foda-se!” aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta. “Não quer sair comigo? Então foda-se!”. “Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!”. O direito ao “foda-se!” deveria estar assegurado na Constituição Federal. Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se. Millôr Fernandes 12 Condutor - Outubro de 2002 Lixeira do Hobbit Conclusão do ano 2002 Faça como o *******, copie a conclusão abaixo e garanta já a sua nota de relatório e passe de todos os laboratórios para o resto de seus dia na Poli. Resultados testados e comprovados no laboratório de controle, aprovados pela equipe de desocupados do Isolante! -Um site de caricaturas http://www.caricaturas.com.br -Morto Magician (2mb) - Indicacao do Anderson (Sistemao) http://images.countingdown.com/images/theater2/ 264343/media/264343_fl_l.swf -Teste de masculinidade - Indicacao Lenin (GAE) http://www.b3ta.com/femaleorshemale/ -Manual da H.O.M.E.M (Honrada Organizacao Mundial de Especialistas em Mulheres) http://www.geocities.com/ccneves/homem.htm -Para quem gosta de animacoes http://www.pocketmovies.net -Coisas escondidas em softwares, os famosos Easter Eggs http://www.eeggs.com/ -Olha que idiotice http://www.beijoneles.com -De nota para fotos http://www.cocadapreta.com.br -Cemiterio virtual http://www.cemetery.org/ -Veja a hora que voce morrerß http://www.deathclock.com/ -Site oficial das Rouge (Popstars) http://www.somosrouge.aol.com.br Phrases Phantásticas 2002 As mais votadas 1 “Me avisa se vier um tronco aí atrás” B2 (Christian) - 5o. Computação, em pé e de costas, no jipe do passeio do Macuco, tirando as fotos da galera 2 “A primeira vez, eu fiquei com vontade de salsichão” Luiz Faro - 5o. Computação, comentando as preferências por comida alemã Difícil é fornicar sobre os apoios na rede 3 “Que seja na minha bunda” Bruno Bom - 3o. Sistemas, orientando o melhor local de propaganda eleitoral na USP “Você é praticamente meu cunhado” Lia - Irmã do Thiago(5o. Computação), falando para o B2 (sim, ele de novo), revelando ao mundo o relacionamento íntimo de seu irmão e o amigo “Todo mundo vai dar e vai faltar” Gabi - Futsal Feminino, comentando a vaquinha para a inscrição nos Jogos da Liga “Ai, eu adoro essa lingüicinha vermelha, a única coisa que atrapalha é a pelinha” Gama- GAE, depois de ter posto a linguiça na boca “Eu tenho experiência no PUTUSP” Bruno Bom (sim, ele consegue)- 3o. Sistemas, mostrando a sua intimidade com a área “Hoje a gente tava de quatro e demoramos umas duas horas” Rodolfo Augusto - 4o. Sistemas, sobre o tempo que levou para terminar um jogo “O do Perônio é mais razoável... mais eu ainda acho grande” Goiano - GAE, incomodado com o tamanho, querendo um menor para usar