Rede Cyberela
de Comunicadoras
Populares
PROMOVENDO A INCLUSÃO DIGITAL
ATRAVÉS DO RÁDIO
Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio
Pesquisa e Redação:
Luciana Neto
Silvana Lemos
Colaboradores:
Bruno Borges
Crispiano Ribeiro
Marta Gil
Consultoria:
Graciela Selaimen
Edição:
Renata Bernardes
Produção Editorial:
Silvana Lemos
Coordenação Editorial: Thais Corral
Fotos:
Divulgação Cemina
Projeto Gráfico:
A 4 Mãos Comunicação e Design
M188
Magalhães Neto, Luciana.
Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: promovendo a
Inclusão Digital através do Rádio / Luciana Neto e Silvana Lemos.
– Rio de Janeiro : CEMINA, 2005.
56p. Il.
1. Rádio. 2. Inclusão Digital. 3. Mulheres. I – Neto, Luciana
II – Lemos, Silvana. III – CEMINA - Comunicação, Educação e
Informação em Gênero. IV – Título.
CDU – 654.195
Rio de Janeiro 2005
Esta edição é uma produção do CEMINA – Comunicação, Educação e Informação em Gênero,
com o financiamento da W.K. KELLOGG FOUNDATION e da UNESCO
IPDC
Conteúdo
Apresentação
....................................................................5
Parte I - Inclusão Digital: a democratização do acesso à informação e à comunicação . . . . . . . . . . . . . . 9
1.1 Tecnologias de Informação e Comunicação: uma nova ordem mundial . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.2 Sociedade da Informação: mudanças na relação espaço-tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.3 O cenário brasileiro: inclusão e excluídos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.4 E as mulheres, como ficam? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.5 Promovendo a Inclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.5.1 A ação do governo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.5.2 A Sociedade Civil e a Inclusão Digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
PARTE II - A Experiência do CEMINA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.1 Rádio-telecentro: um modelo inovador de inclusão digital de mulheres . . . . . . . . . . . . . . . . 24
PARTE III . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.1. Operacionalizando um telecentro: idéias e sugestões . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.1.1 Telecentros comunitários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.1.2 Importância do monitoramento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.1.3 Usuári@: a razão de ser do telecentro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3.1.4 Cadastro de usuári@s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.1.5 A valorização do espaço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.1.6 A importância de estar na Rede . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.2 Acessibilidade Digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.3 O Desafio da Sustentabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.3.1 Como criar um Plano de Negócios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.4 Para enfrentar acidentes de percurso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
3.5 Dicas de sites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
3.6 Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
4
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
Apresentação
5
O CEMINA é hoje uma
das organizações do
terceiro setor com
reconhecido trabalho
de inclusão digital de
mulheres no Brasil.
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
E
sta publicação tem como objetivo compartilhar o aprendizado de uma
inovação social. Aliás, são elas que vem mudando de forma rápida a cara
do planeta e das relações sociais. Quem poderia imaginar há apenas
duas décadas atrás as mudanças que a Internet, ou a “Rede”,como é conhecida
por muitos, ocasionou em termos de avanços na democracia, transparência
pública, cidadania e poder individual?
E quem somos nós? Por que estamos falando em invenção social e internet?
O CEMINA, Comunicação, Educação e Informação em Gênero é uma organização não governamental que desde 1990 vem apostando na comunicação como
forma de desenvolvimento individual e comunitário em prol da cidadania e da
qualidade de vida, ressaltando o importante papel que desempenham as mulheres. Nossa primeira iniciativa foi um programa de rádio no Rio de Janeiro, o
6
programa Fala Mulher. Esse programa se transformou depois num modelo a ser
replicado através de cursos de capacitação em rádio e questões de gênero.
Muitas das participantes nesses cursos criaram seus próprios programas de rádio
que por sua vez formaram uma rede, a Rede de Mulheres no Rádio. Essa rede
conta com cerca de 400 comunicadoras de todos os cantos do Brasil.
A associação do rádio com a Internet, mais especificamente a fase de nossa
história que aqui relatamos, teve início a partir de 1999 quando as oportunidades
oferecidas pela expansão da malha da infra-estrutura das telecomunicações se
expandiu no Brasil.
Falava-se já naquela época em políticas públicas de inclusão digital, em facilitar meios para superar as disparidades urbanas e regionais brasileiras, em acesso à Internet e aos outros benefícios propiciados por ferramentas de informação
e comunicação digitais. A questão era, e continua sendo como chegar às pessoas excluídas não só socialmente, mas a margem dos grandes centros urbanos.
O rádio nos parecia um caminho recomendável, até porque entre os mais de 5
mil municípios brasileiros todos contam pelo menos com uma emissora de
rádio. Na sua grande maioria, essas rádios já atuam como núcleos de comunicação comunitária. A internet e outras ferramentas digitais somam-se a esse
lugar já consolidado junto à comunidade.
Ao longo dos últimos 5 anos essa experiência se consolidou e expandiu-se
fazendo com que o CEMINA seja hoje uma das organizações do terceiro setor
com reconhecido trabalho de inclusão digital de mulheres no Brasil.
A implementação da estratégia de inclusão digital do CEMINA somente foi
possível graças a um conjunto de parcerias, entre as quais destacam-se a
Fundação Kellogg, o programa Infodev do Banco Mundial, a UNESCO, a Microsoft
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
que acreditaram em nossa visão e nos apoiaram com doação de recursos financeiros a fundo perdido. O governo brasileiro que forneceu as antenas GESAC
para as rádios através do Ministério do Planejamento, a Fundação do Banco do
Brasil com quem partilhamos o projeto das Estações Digitais e a RITS, Rede de
Informações do Terceiro Setor, que nos acompanhou desde o início nesta trajetória.
No entanto, este projeto não teria sido realizado se as comunicadoras populares, que fazem parte da Rede de Mulheres no Rádio articulada pelo CEMINA,
não tivessem acreditado e investido na proposta. As cyberelas dividem conosco
o mérito de ter tornado o sonho da inclusão digital uma realidade para centenas
de pessoas no Brasil.
THAIS CORRAL
Coordenadora Geral do CEMINA
7
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
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<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
PARTE I
Inclusão
Digital:
A Democratização do
Acesso à Informação
e à Comunicação
Promover a Inclusão Digital
é, portanto, incentivar que
tod@s se apropriem dessas
ferramentas e descubram a
utilidade que elas podem ter
em suas vidas.
9
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
1.1 Tecnologias de Informação e Comunicação: uma nova
ordem mundial
Quando se quer trabalhar com Inclusão Digital, o primeiro passo é entender o
significado desta expressão tão na moda. Inclusão Digital (ID) significa possibilitar
o acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), através da capacitação e motivação para o uso dessas tecnologias de forma crítica e consciente.
Inclusão Digital não se alcança apenas com a posse de computadores, impressoras, scanners, e conexão à internet. Esta é apenas a primeira barreira a ser vencida.
Os/as usuários/as precisam, também, ser habilitados para o uso de programas
que atendam suas necessidades de trabalho e/ou educacionais. E, principalTIC, O QUE É ISTO?
10
mente, para saber escolher quando, de que forma e para quê utilizar tais tecnologias.
TIC é a abreviação
usada para as Tecnologias de Informação
e Comunicação. As TIC
possibilitam unir diferentes mídias como,
por exemplo, passar
um e-mail pelo celular, ouvir rádio pelo
computador
entre
outras tantas tecnologias que integram a
informação e promovem a comunicação.
Promover a Inclusão Digital é, portanto, incentivar que tod@s se apropriem
destas ferramentas e descubram a utilidade que elas podem ter em suas vidas.
Trabalhar com Inclusão Digital exige, além disso, uma reflexão sobre os
impactos e as mudanças que as TIC acarretaram: seria possível se falar em uma
nova ordem de tempo e espaço e, por que não dizer, de indivíduos?
1.2 Sociedade da Informação: mudanças na relação espaço-tempo
Nas sociedades contemporâneas, a informação é um dos bens de maior valor.
E a velocidade com que circula, sua principal característica. Dados e notícias vão
de um ponto a outro do mundo num piscar de olhos. Esta alteração na relação
espaço-tempo provoca muitas outras mudanças com as quais sequer ainda
aprendemos a conviver.
As relações de trabalho, por exemplo, tendem a sofrer mudanças profundas
à medida que determinados tipos de serviços podem ser realizados em casa e
não necessariamente nas empresas que os contratam. Para determinadas
atividades – escrever, traduzir, elaborar projetos, por exemplo – esta já é uma
opção concreta, e todos ganham em conforto, eficiência e aproveitamento do
tempo.
Para os que já estão “incluídos” neste novo modelo de sociedade, o domínio
do uso das TIC abre infinitas possibilidades: realizar pesquisa, manter contato
com pessoas em qualquer lugar do planeta (através do correio eletrônico, listas
e programas de comunicação em tempo real que incluem ferramentas de áudio
e vídeo), enviar dados, organizar e participar de redes nacionais e internacionais.
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
É verdade que as TIC vêm sendo incorporadas a passos largos à vida cotidiana,
mesmo daqueles que individualmente estão à margem da sociedade digital:
receber aposentadoria sem o uso de um cartão magnético é hoje impossível até
para quem vive afastado dos centros urbanos.
Mas é também verdade que a divisão entre pessoas incluídas e excluídas
digitalmente contribui para aumentar ainda mais o abismo econômico e
social existente nas sociedades. Empresas solicitam o envio de currículos
por correio eletrônico, inscrições para concorrer a emprego são feitas pela
Internet, como também pagamentos de contas, declaração de imposto de
renda, requisição do
CPF, consultas públicas
para a elaboração de
leis. Enfim, tudo o que
pode não só simplificar
a vida, mas facilitar o
exercício da cidadania
vem se atrelando ao
uso das TIC e dependendo, portanto, da
Inclusão Digital.
Esta nova realidade,
como vimos, tem provocado mudanças nas
relações de trabalho, de
educação, da economia
e de comportamento. E
as transformações decorrentes, em todo o
mundo,
são
de
tal
ordem e têm impacto
sobre tantos setores da
vida social que a ONU –
Organização das Nações
Unidas – está promovendo um processo de
discussão do uso dessas
tecnologias, a chamada
Cúpula Mundial sobre a
Sociedade
da
mação (CMSI).
Infor-
11
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A CÚPULA MUNDIAL SOBRE A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
A Comunidade Internacional (países membros da
ONU) acredita que as TIC, dependendo de suas aplicações, podem contribuir para a solução de problemas sociais: erradicação da pobreza e fome; universalização da educação básica; promoção da igualdade de gênero e empoderamento das mulheres;
redução da mortalidade infantil e melhora da saúde
materna; combate ao HIV/Aids, malária e outras
doenças; garantia da sustentabilidade ambiental.
A primeira fase da CMSI que aconteceu em
Genebra, na Suíça, em dezembro de 2003, com a par-
12
cações da sociedade civil sintetizados em três princípios: reconhecer que o conhecimento é um bem
comum que deve estar acessível a todos, sob
condições justas; rechaçar a concentração da propriedade e a exploração comercial do conhecimento, e incentivar seu compartilhamento; promover o empoderamento de tod@s oferecendo
oportunidades iguais no acesso à educação e aos
meios e tecnologias da informação e da comunicação.
A segunda fase da CMSI acontece em 2005, na
ticipação de governos, setor privado e sociedade
Tunísia e a sociedade espera conquistas mais signi-
civil, não chegou a um consenso sobre como acabar
com a exclusão digital.
ficativas no campo das TIC e da ID.
A CMSI é uma oportunidade de conciliar diferentes
opiniões e a respeito do que pode ser a Sociedade
da Informação. Os documentos oficiais da Cúpula
Mundial, entretanto, não refletiram as idéias e reivindi-
Outras informações:
OBSERVATÓRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFOINCLUSÃO
(www.infoinclusao.org.br)
1.3 O cenário brasileiro: inclusão e excluídos
O Brasil é o oitavo país do mundo em número de provedor de hospedagem
(hosts). Segundo pesquisa da Network Wizards, publicada no site do Conselho
Gestor da Internet, até janeiro de 2004 havia 3.163.349 sítios.br cadastrados.
Neste mesmo período, a quantidade de pessoas com acesso à internet havia
alcançado os 30,3 milhões1. Dessas, 14 milhões tinham conexão em casa, e 16
milhões utilizavam a Internet no trabalho, na universidade, em escolas, casa de
amigos, cyber cafés e telecentros.
De acordo com a pesquisa Mapa da Exclusão Digital2 há diferenças de acesso
conforme as regiões do país, a raça/etnia, além das diferenças econômicas e
acesso à educação. O perfil de quem tem acesso ao computador seria: homem,
branco, morador de uma grande cidade da região Sudeste, com renda superior
à média da população e mais de doze anos de estudo.
1 “Desempenho Setorial” – Associação Brasileira
http://www.abinee.org.br/abinee/decon/decon15.htm
de
Indústria
Elétrica
e
Eletrônica
(Abinee)
–
2 Realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pelo Comitê para a Democratização da Informática (CDI), com
números da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD) do IBGE, de 2001 e dados do Censo 2000 –
acessível pelo site: www2.fgv.Br/ibre/cps/mapa_exclusão/apresentação/apresetacao.htm
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1.4. E as mulheres, como ficam?
Ao longo dos anos as mulheres vêm conseguindo derrubar preconceitos e
conquistar garantias de direitos humanos e sociais. Mas ainda estão em situação
de grande exclusão no que se refere ao acesso e uso estratégico das TIC.
É o que mostra a pesquisa A mulher brasileira nos espaços público e privado3, que realizou mais de 2.500 entrevistas em 2002, apontando também que o
tratamento desigual para homens e mulheres ainda está presente na família, na
escola e, por reflexo, no mundo do trabalho, na cultura brasileira e no acesso e
utilização das TIC.
Revela, além disso, que no Brasil 72% das mulheres nunca utilizaram um computador, 86% não tiveram contato com a Internet e 30% nem sabem do que se
trata.
13
3 Pesquisa de opinião pública: A mulher brasileira nos espaços público e privado – como vivem e o que pensam as
brasileiras no início do século XXI. Fundação Perseu Abramo. [Online]. Disponível: www.fpabramo.org.br [a partir de
março de 2002]
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Se por um lado fica claro que as mulheres precisam buscar condições de igualdade em relação às TIC, por outro lado mostra também que não basta apenas
igualar as estatísticas de acesso, porque as barreiras impostas às mulheres nesta
área vêm somar-se a outros fatores de exclusão social.
A própria ONU coloca a falta de acesso às tecnologias da informação em terceiro lugar entre estes fatores, logo após a pobreza e a violência de gênero.
Por si só as TIC não garantem a igualdade de gênero, mas podem ser instrumentos de grande valia para a promoção de mudanças sociais. As TIC possibilitam o estabelecimento de conexões entre mulheres de qualquer parte do
mundo, em uma rede de comunicação na qual a troca e a disseminação de informações têm infinitas possibilidades.
As redes promovem o processo de empoderamento feminino com base no
conhecimento partilhado. Por isso, o acesso à informação deve ser visto como
14
aspecto central deste processo, impulsionando o direito fundamental de liberdade de pensamento, criação e comunicação.
O conhecimento fortalece a participação da mulher nos processos políticos,
econômicos e sociais, permitindo-lhe um melhor entendimento de sua complexidade. Fortalecer e empoderar implica em que a pessoa assuma o comando
de sua própria vida. E o poder está identificado com a eqüidade e a igualdade de
gênero no acesso a recursos e na garantia de direitos.
A inclusão digital tem ainda um efeito multiplicador, na medida em que as
mulheres envolvidas tendem a encorajar outras mulheres para o contato
com as TIC.
A Associação para o Progresso das Comunicações – APC, através do seu programa de Apoio a Redes de Mulheres, destaca a importância das mulheres
estarem presentes em todos os níveis de acesso às TIC. Caso contrário iremos
assistir novas formas de marginalização que podem minar avanços já conquistados pelas mulheres no século XX.
A APC desenvolveu uma ferramenta – a GEM (Metodologia para avaliação de
Gênero em políticas e projetos de TIC)4 – para auxiliar organizações da sociedade
civil e governos a monitorarem as questões de gênero na implementação de
políticas de Inclusão Digital.
1.5. Promovendo a Inclusão
Os governos federal, estadual e municipal, assim como as organizações da
sociedade civil, têm implementado iniciativas visando à inclusão digital.
4 a GEM está disponível no site www.apcwomen.org
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1.5.1 A ação do governo
O governo em suas várias instâncias desenvolve, muitas vezes em parceria
com a sociedade civil, programas conhecidos como e-gov (governo eletrônico),
que visam tornar mais democrática e transparente a relação entre os vários
níveis governamentais, com seus fornecedores e com cidadãos e cidadãs. Um
exemplo de sucesso é o Imposto de Renda: atualmente 98% das declarações são
feitas via Internet.
As pessoas que não estiverem conectadas à Rede Mundial de Computadores,
porém, estarão excluídas desses benefícios.
Para solucionar este problema, o Governo Federal vem há algum tempo
investindo na Inclusão Digital e em uma melhor utilização social das TIC.
RECURSOS
GOVERNAMENTAIS PARA A INCLUSÃO DIGITAL
Em 2000, foi aprovada a lei que criou no Brasil o FUST – Fundo de
Universalização dos Serviços de Telecomunicação, com a finalidade de garantir
recursos para o acesso de tod@s aos serviços de telecomunicações.
O Ministério das Comunicações é responsável pela formulação de políticas e
diretrizes para aplicação dos recursos do Fundo, além de definir programas, projetos e atividades. Cabe à ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicação colocar em prática, acompanhar e fiscalizar essas iniciativas.
O FUST recolhe 1% da receita operacional bruta das operadoras de telefonia,
além de 50% das receitas da Anatel referentes a concessões de serviços públicos, exploração de serviços privados e direito de uso de radiofreqüência, até o
limite de R$700 milhões por ano.
A legislação privilegia o acesso à internet por instituições de saúde, segurança
pública, estabelecimentos de ensino e bibliotecas, com instalação de terminais
para usuários e redes de alta velocidade para implantação de serviços de teleconferência entre estabelecimentos. Define, também, cotas mínimas de investimento para regiões Norte e Nordeste (30%) e para instituições públicas de ensino (18%).
Ainda em 2000, aconteceu a reunião inicial do programa Sociedade da
Informação – SocInfo, do Ministério da Ciência e Tecnologia5. Em 2001, foi rea-
5 O programa SocInfo elaborou através de processo de consulta à sociedade uma proposta detalhada de metas
para inserir o Brasil na sociedade da informação e um documento específico com possíveis aplicações das tecnologias de informação e comunicação, o Livro Verde. (http://www.socinfo.org.br/livro_verde/download.htm)
FUNÇÕES DO e-gov
1. Prestação eletrônica de informações e
serviços.
2. R e g u l a m e n t a ç ã o
das redes de informação, envolvendo principalmente governança, certificação e tributação.
3. Prestação de contas públicas, transparência e monitoramento da execução
orçamentária.
4. Ensino a distância,
alfabetização digital e
manutenção de bibliotecas virtuais.
5. Difusão cultural com
ênfase nas identidades locais, fomento
e preservação de culturas locais.
6. Aquisição de bens e
serviços por meio da
Internet, como licitações públicas, pregões, bolsas de compras públicas virtuais
e outros tipos de mercados digitais para os
bens adquiridos pelo
governo.
7. Estímulo aos e-negócios, através da criação de ambientes de
transações seguras,
especialmente para
pequenas e médias
empresas.
15
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
lizada a primeira Chamada Pública através do edital do FUST/Bibliotecas, programa que pretendia interligar em redes as bibliotecas e conectá-las à
Internet com computadores para uso interno e terminais de consulta
(http://portalfust.socinfo.org.br).
Os recursos atuais do FUST somam R$ 3,4 bilhões e o novo decreto de regulamentação da Lei do FUST prevê que os repasses possam ser feitos diretamente
para Estados e municípios, quando antes passavam pelas concessionárias de
telecomunicações.
A liberação dos recursos do FUST aos Estados e municípios dependerá da
apresentação de um plano de inclusão digital feito segundo as diretrizes e prioridades estabelecidas pela Lei do Fust (www.mc.gov.br/fust)
INICIATIVAS
GOVERNAMENTAIS EM CURSO
16
O Brasil continua carente de uma estratégia nacional de inclusão digital, que
reúna sociedade civil organizada, governos, entidades privadas e pesquisadores
para mudar o quadro de exclusão atual.
Entre as iniciativas em curso está a criação do Comitê Técnico para a Inclusão
Digital, com representantes de vários Ministérios sob a coordenação da
Secretaria de Logística de Tecnologia da Informação (SLTI) do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão
(www.planejamento.gov.br/tecnologia_informacao/index.htm)
n GESAC
O Governo Lula herdou do anterior o programa GESAC-Governo Eletrônico
Serviço de Atendimento ao Cidadão, cuja meta inicial era instalar 4 mil terminais
de acesso público, onde poderiam ser acessados os serviços oferecidos pelo
governo na Internet.
O atual governo optou pela instalação de pontos de conexão via satélite
em 3.200 comunidades, em todos os estados brasileiros. Estes estão em
escolas, associações de bairros, creches, sindicatos, prefeituras e outras
localidades. O critério utilizado para definir as localidades que seriam beneficiadas, com o kit de conexão – antena, modem e um servidor, é que tenham
baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e não possuam acesso à
Internet de banda larga.
Assim, ao invés de acessar apenas informações do governo, as pessoas
podem aproveitar as várias possibilidades da Internet.
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n CASA BRASIL
O Programa Casa Brasil é uma proposta de integração das iniciativas de
inclusão digital e social do Governo Federal que possibilita o acesso público e
gratuito à rede mundial de computadores. Cada Casa Brasil é composta por um
telecentro com pelo menos 10 computadores, utilizando software livre, além
de uma sala de leitura e um auditório para 50 pessoas.
De acordo com as necessidades e oportunidades de cada comunidade,
poderão ser utilizados outros espaços e serviços como rádio comunitária, postos de atendimento de bancos federais e espaços destinados à campanhas
educativas, de saúde e culturais do Governo.
O programa prevê na primeira fase a instalação de 90 Casas Brasil, 55 nas capitais brasileiras e o restante nas cidades mais populosas nas 5 regiões do país. A
prioridade é para áreas com IDH negativo, superpopulosas e com altos níveis de
violência e desemprego.
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1.5.2 A Sociedade Civil e a Inclusão Digital
Algumas organizações da sociedade civil têm sido pioneiras na implementação
de projetos de inclusão digital. Conheça as experiências destas instituições.
n CDI
O CDI- Comitê pela Democratização da Informática é uma organização nãogovernamental que promove a inclusão social e a cidadania através da tecnologia da informação. Seus públicos-alvo são comunidades de baixa renda, pessoas
com necessidades especiais, jovens em situação de rua, populações indígenas,
entre outros.
Tem como missão mobilizar e organizar as comunidades para a criação e
manutenção de Escolas de Informática e Cidadania (EIC), espaços informais de
18
ensino que nascem da parceria do CDI com associações e organizações comunitárias. A proposta das EIC é aliar o ensino técnico da informática a temas da
realidade local.
O CDI acompanha o processo de implantação das EIC nas comunidades para
as quais são doados computadores e equipamentos, além de oferecer capacitação de educadores locais e material didático. A gestão das EIC é comunitária e
o CDI presta-lhes assessoria para que se tornem auto-sustentáveis através da
cobrança de taxas de serviço ou do apoio financeiro de instituições parceiras.
Presente em 35 cidades de 20 estados brasileiros, o CDI funciona em 10 outros
países, onde conta com 11 Comitês Regionais. Até maio de 2005 já haviam sido
criadas 962 EIC, instalados 5.778 computadores e formados 1.924 educadores.
Sua meta atual é garantir que todas as Escolas de Informática e Cidadania
estejam conectadas à internet e funcionem em rede.
n REDE SACI
O censo realizado pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em
2000, revela que 24,5 milhões de brasileiros e brasileiras, ou seja, 14,5% da população, são portadores de algum tipo de deficiência. Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e promover o exercício da cidadania dessas pessoas
nasce, em 1999, a Rede SACI.
A Rede percebeu que a Internet e a ID poderiam ser aliadas na promoção da
inclusão social dos portadores de deficiências possibilitando a troca entre eles,
familiares, amigos, profissionais especializados, instituições de ensino e
pesquisa, e organizações da sociedade civil.
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A Rede SACI oferece a seus usuários correio eletrônico (e-mail), suporte técnico, programas (softwares) adaptados para portadores de deficiência, além de
base de dados especializada, programação de eventos, listas de trocas e discussões, entre outros serviços. Como muitos não possuem computadores e
acesso à Internet em casa, investiu-se na criação dos CIC- Centros de Informação
e Convivência, em locais de acesso fácil e gratuito, adaptados para portadores de
todos os tipos de deficiência, onde são oferecidos cursos de informática. Estão
em funcionamento quatro CIC: um em Ribeirão Preto/SP, dois na cidade de São
Paulo e um em Uberlândia/MG.
n RITS
A Rede de Informações para o Terceiro Setor–RITS, organização sem fins lucrativos fundada em 1997, é uma rede virtual de informações voltada para organizações da sociedade civil e movimentos sociais. Foi pioneira em perceber a
importância das TIC e do uso da Internet como ferramentas de produção e troca
de informação para o fortalecimento das redes sociais.
Entre suas iniciativas no campo das novas tecnologias e da promoção da
Inclusão Digital, está a edição semanal da Revista do Terceiro Setor-RETS,
uma publicação eletrônica com informações de interesse das organizações
da sociedade civil e dos movimentos sociais. Todas as semanas um boletim
com as atualizações da revista é enviado por correio eletrônico para mais
de 50 mil assinantes, que podem se cadastrar gratuitamente no endereço
http://www.rits.org.br/index_assine_o_boletim.html
Outra iniciativa da RITS é o Portal Cidadania na Internet – www.cidadania.org.br
– um espaço aberto à publicação de conteúdos produzidos por organizações da
sociedade civil, pesquisadores(as) e pessoas que trabalham temas como democratização da informação, defesa dos direitos humanos e participação social
cidadã. Através deste Portal, instituições e parceiros podem disseminar informações com autonomia.
A Rits criou, também, o Observatório de Políticas Públicas de Infoinclusão –
OPPI, para divulgar, atualizar, monitorar e colocar em debate, permanentemente, projetos e políticas que promovam a infoinclusão e a universalização do
acesso às TIC no Brasil. O projeto mantém o site www.infoinclusao.org.br, que
reúne informações sobre esses temas.
A RITS é parceira de outras instituições na implementação de telecentros
comunitários. Junto com a Prefeitura de São Paulo foi responsável pela realização de um dos maiores projetos de ID do país, criando pontos de acesso público e gratuito nas regiões mais carentes da cidade. Sua função foi de gerencia-
19
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
mento de recursos humanos, administração de cursos de software livre, promoção e apropriação das TIC para o desenvolvimento local.
Outro projeto de inclusão digital desenvolvido pela Rits é o Projeto Ação
Digital Nordeste www.rits.org.br/adn, que leva computadores e acesso à
Internet para 40 pequenas organizações não-governamentais da região
Nordeste do Brasil. O apoio para o uso das TIC é dado em encontros presenciais,
suporte local e via Internet. As organizações beneficiadas – de Pernambuco,
Bahia e Paraíba – foram selecionadas por edital e capacitadas para melhor se
apropriarem das TIC e, assim, aprimorar o trabalho que realizam.
n SAMPA.ORG
20
A proposta do Sampa.Org é ampliar a cidadania e combater a exclusão social
através da democratização do acesso às TIC.
O modelo de acesso coletivo às TIC que utiliza são telecentros comunitários –
espaços coletivos com atividades planejadas e conexão à rede mundial de computadores, geridos pelas comunidades em que estão inseridos. O Sampa.Org já
implementou 10 telecentros em parceria com entidades comunitárias da região
de Capão Redondo (periferia da cidade de São Paulo) e seu entorno.
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
Uma de suas maiores vitórias é ter conseguido que a população não se interessasse pela informática visando apenas o ingresso no mercado de trabalho,
mas por perceber a importância da inclusão digital e da utilização das TIC como
ferramentas para ampliar sua interação com a sociedade e na produção de informação e conhecimento.
Ao longo da atuação do Sampa.Org surgiram outros projetos comunitários
que se utilizam das novas TIC, destacando-se a Agência de Notícias Capão On-line
e a Rádio Biboca. Ambas são iniciativas de moradores da região para mostrar que
a periferia da zona Sul paulistana não é apenas o cenário de drogas e violência
exibido pela mídia convencional: acontecem lá, também, muitas experiências
positivas nas áreas cultural e social, que podem ser conferidas nos sites
www.agenciacapao.sampa.org e www.biboca.sampa.org
Um convênio firmado com a Prefeitura Municipal de São Paulo em 2002 permitiu que os telecentros implementados pelo Sampa.Org fossem encampados
pelo Projeto Telecentros do Governo Eletrônico daquela municipalidade,
reunindo duas iniciativas de inclusão digital – uma governamental, outra da
sociedade civil.
A partir daí os telecentros, coordenados pelos monitores e gerentes das associações locais, passaram a contar cada um com 10 a 20 terminais de acesso,
conectados em rede à Internet e utilizando exclusivamente software livre.
Além de assumir a responsabilidade pelo suporte e manutenção de todos
equipamentos instalados nos telecentros, o Projeto Telecentros da Prefeitura
Municipal de São Paulo fornece também mobiliário e ajuda de custo para despesas com infraestrutura física (incluindo conexão ADSL), divulgação e comunicação visual, material de rede e de escritório.
21
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
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<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
PARTE II
A
Experiência
do CEMINA
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O rádio-telecentro é um modelo que conecta duas mídias – a
rádio e a internet – para
ampliar e difundir o acesso
coletivo à informação e à
comunicação.
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
2.1 Rádio-telecentro: um modelo inovador de inclusão digital
de mulheres
Criado pela Ong CEMINA – Comunicação, Educação e Informação em Gênero,
o rádio-telecentro é um modelo que conecta duas mídias – o rádio e a internet
– para ampliar e difundir o acesso coletivo à informação e à comunicação.
A união dessas duas tecnologias estende às comunidades o acesso à Internet,
fundamental hoje para a modernização e aprimoramento da produção
radiofônica.
Até maio de 2005, O CEMINA havia instalado 13 rádio-telecentros, a “menina
dos olhos” de seu programa de inclusão digital. O aspecto inovador e pioneiro
desta iniciativa merece um capítulo à parte. Satisfaçam à vontade sua curiosidade!
24
n
UM CASAMENTO PARA DAR CERTO
Os Rádio-telecentros têm por trás uma idéia genial: a de fortalecer a inserção
e a credibilidade das rádios comunitárias em suas respectivas áreas de influência,
agregando-lhes um espaço físico equipado com computadores que compartilham com a rádio uma mesma conexão à internet.
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
Este “casamento” permite articular a divulgação dos serviços, tanto da rádio
quanto do telecentro, que incentivem e promovam a inclusão digital e o desenvolvimento local.
n MAIS QUALIDADE EM MENOS TEMPO
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A união do rádio com a internet traz muitos e importantes benefícios. Foi
pensando nesta estratégia que o CEMINA construiu seu projeto de Inclusão
Digital de Mulheres Comunicadoras – Projeto Cyberela, depois de ter trabalhado
durante 12 anos na promoção dos direitos das mulheres através do rádio. O
primeiro passo foi transformar o programa de rádio Fala Mulher em uma rádio
na internet – www. radiofalamulher.com. O segundo foi promover dois concursos direcionados às 400 integrantes da Rede de Mulheres no Rádio, selecionando 29 comunicadoras. Cada uma delas recebeu computador, softwares de
edição e montagem de programas de rádio, conexão à internet e capacitação
para lidar com integração destas duas mídias. O resultado, facilmente identificado por quem produz e, principalmente, por quem ouve, é a melhoria da qualidade sonora/técnica do áudio veiculado pelas emissoras.
Isto é devido à utilização de programas que facilitam a seleção dos trechos das
entrevistas e reportagens a serem veiculados e permitem maior precisão na
montagem de esquetes e dos programas de rádio. A agilidade que se ganha no
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
processo possibilita que o tempo economizado seja revertido em maior zelo e
investimento na pesquisa , produção de vinhetas, campanhas e apoios culturais
das próprias rádios.
A conexão da rádio à Internet resultou, principalmente, em aprimoramento
do conteúdo veiculado. Incentivou e ampliou a pesquisa por parte d@s comunicador@s. E o uso do e-mail, além de lhes proporcionar maior interatividade, lhes
permitiu o recebimento de informações pertinentes ao conteúdo proposto no
programa, estabelecendo um canal direto com instituições, fundações,
prefeituras, secretarias de governo, entre outros.
A porta de entrada da web trouxe ainda, um incentivo para que as rádios
tivessem sua própria página/sítio (site) na internet. O intercâmbio com a Rádio
Fala Mulher.com. também cresceu, principalmente no que diz respeito a baixar
áudios.
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UMA HISTÓRIA DE SUCESSO: A EXPERIÊNCIA DA RÁDIO NOVO AR
A Novo Ar localiza-se no município de São Gonçalo (RJ), que tem uma população de 1 milhão e 200 mil habitantes, muitos migrantes do nordeste e
do norte do Estado que vieram em busca de empregos em obras do governo. Neste cenário, o acesso à cultura e à comunicação é bastante limitado:
existe apenas um jornal, do mesmo proprietário da faculdade de
Comunicação local.
Em 1996, nasce a Comunidade Novo Ar, associação responsável pela Rádio
Novo Ar, que hoje alcança 80% do município. A manutenção da Rádio é feita
por 1.600 sócios que contribuem, cada um, com 1% do salário mínimo. Em
contrapartida, os sócios têm descontos nos cursos promovidos pela
Comunidade, em consultas médicas e odontológicas, assessoria jurídica e
administrativa e outros serviços que ganham divulgação através da própria
rádio.
Em 2002, a Novo Ar venceu um concurso de projetos sociais inovadores promovido pelo Banco Mundial. Os recursos do prêmio foram utilizados na aquisição
de computadores e aparelhamento de um telecentro com 5 terminais.
A Comunidade Novo Ar pratica a gestão participativa: todas as decisões
são tomadas coletivamente, entre estas, as regras de utilização e
gerenciamento do telecentro. A Comunidade, que no começo não sabia
muito bem como lidar com o telecentro, ganhou novo impulso com seu
funcionamento.
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
COLOCANDO IDÉIAS EM PRÁTICA
O telecentro oferece cursos de iniciação à informática e à Internet e para a utilização de programas específicos, com duração de 180 horas (5 meses), cuja
mensalidade é de R$ 20. Os cursos acontecem duas vezes na semana, e também
aos sábados pela manhã.
Em outros três dias, permanece aberto à comunidade das 8 às 20h, ao custo
de R$ 1,00/ hora para acesso à Internet. Os/as usuários/as já somam mais de 700,
em sua maioria mulheres e jovens de ambos os sexos.
O espaço conta com 13 computadores, sem limite de tempo para uso.
@s usuári@s, ao chegarem, são informados pelos monitores sobre o tempo de
espera para a liberação de uma máquina. Tod@s são cadastrados e recebem uma
ficha de controle das datas e tempo de utilização, que deve ser apresentada
cada vez que forem utilizar os serviços.
Uma cópia das fichas fica em poder da Novo Ar que mantém, além disso, um
caderno de controle, onde são anotados a data, o número de inscrição d@
usuári@, qual computador utilizou, horário de entrada e de saída, com espaço para
sua assinatura. Este processo permite acompanhar a quantidade e retorno de
usuári@s, bem como a receita diária.
A remuneração dos/as monitores/as não é fixa, mas proporcional ao número
de usuári@s do telecentro e para isso é importante o caderno de controle. A
receita total é dividida em partes iguais, uma para cada monitor/a e uma para a
Novo Ar.
No que se refere aos cursos, os professores/as recebem 35% da receita e o
restante é destinado a despesas com material didático, luz, banda larga (que
ainda é mantida, além da antena do Gesac) e para a entidade poder arcar com
a manutenção de equipamentos e reposição de materiais.
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<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
A RÁDIO SOBE AO PALCO
Nos sábados à tarde e domingos, o telecentro é ocupado pelos produtores,
programadores e apresentadores da rádio, que utilizam o espaço para produção
radiofônica.
Cada um@ tem seu correio eletrônico, o que lhes permite receber diretamente informações de serviços de órgãos públicos, sugestões de pauta e dicas
culturais, além de estabelecer mais um canal de interação com a comunidade.
O acesso à Internet tem permitido, além disso, melhorar a qualidade da informação veiculada e incrementar o conteúdo da programação. No espaço do telecentro também são realizadas capacitações de rádio e internet.
Duas monitoras e uma coordenadora têm orientado e incentivado os
usuários, acompanhando seu progresso na utilização do equipamento e da
28
Internet. Os resultados demonstram claramente que um melhor nível de informação do/a monitor/a interfere positivamente na orientação d@s usuári@s.
A equipe do telecentro reúne-se para discutir temas como inclusão digital,
softwares livres, já produziu apostilas sobre estes temas e preocupa-se com sua
própria atualização e capacitação permanentes.
FÁTIMA SANTÁGATA - Boca do Acre - AM
RUTH LUCIMAR GOMES - Rio Branco - AC
EDILENE DE OLIVEIRA - Macapá - AP
LÚCIA HELENA MARTINS - Belém - PA
ANSLEÍRIA RODRIGUES - Santarém - PA
LIGIA KLOSTER APEL - Santarém - PA
LEOGIVILDA BEZERRA - Fortaleza - CE
ROBERTA PACHECO - Nazaré da Mata - PE
MICHELINE AMÉRICO - Palmares - PE
ADRIANA GOMES - Solidão - PE
MARLA CARVALHO - Olinda - PE
BETANIA BUARQUE - Campestre - AL
TATIANA NEVES - Boca da Mata - AL
NELMA PEREIRA - Lençóis - BA
ELOÍDE MACEDO - Pintadas - BA
ROSE RIOS - Retirolândia - BA
VALDA TORRES - Paulo Afonso - BA
GERALDA FERRAZ - Goiânia - GO
DEUSELINA TELES - Cocalzinho de Goiás - GO
KELLY SCHULMANN - Nova Friburgo - RJ
GRAÇA ROCHA - São Gonçalo - RJ
CLEIDE GONÇALVES - São Paulo - SP
RACHEL QUINTILIANO - São Paulo - SP
IARA DA ROSA - Porto Alegre - RS
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
OS PRÓXIMOS PASSOS
Nos planos da Novo Ar está a criação de um clube de usuári@s do telecentro,
através do qual seriam divulgadas as aptidões e talentos dos seus membros; e a de
uma biblioteca (já em implementação) com gratuidade de acesso à Internet para
estudantes da rede pública, alun@s e professores/as do Pré-vestibular Comunitário.
Por trás desta história de sucesso está a garra da Graça Rocha, nossa primeira
cyberela. Mas ela não é a única. Vamos conhecer algumas outras dessas bravas
comunicadoras que venceram a barreira da inclusão digital; e saber como estão
funcionando as rádio-telecentros à frente dos quais se encontram, implementados pelo CEMINA em parceria com outras organizações.
l MICHELINE AMÉRICO – Palmares (PE)
29
A cyberela
Jornalista, 33 anos, feminista, Micheline é coordenadora do Programa Direitos
Reprodutivos e Direitos Sexuais da organização não-governamental Centro das
Mulheres do Cabo (PE) e dirige o programa Rádio Mulher.
Bolsista da Fundação Carlos Chagas em 2003, Micheline recebeu o 2º Lugar no
Prêmio de Inclusão Digital do Instituto Telemar -Norte/Nordeste, em 2004, com
seu projeto Conexão G., de pesquisa e intervenção no campo de inclusão digital
das mulheres da zona rural de Pernambuco.
O programa Rádio Mulher
Classificado entre os finalistas do Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo/1999,
e do Prêmio Cristina Tavares de Jornalismo/2000, o programa está em segundo
lugar geral no quadro de audiência da Rádio Quilombo FM. Estas conquistas são
valorizadas pelo fato de o programa veicular apenas informações qualificadas
sobre Direitos Reprodutivos e Sexuais e Cidadania Feminina.
Em 2005, foi dada partida à implementação de um telecentro junto a um espaço multimídia com biblioteca, sala de vídeo e a produção do programa de rádio.
l CLEIDE GONÇALVES FERREIRA E RACHEL QUINTILIANO – São Paulo (SP)
As cyberelas
Cleide Ferreira é comunicadora comunitária. Foi coordenadora do telecentro
Sampa.org/Jardim Rosana (2000/2002), idealizadora e colaboradora da Agência
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
Comunitária de Notícias Capaonline (2001 /2004). Atua hoje na Rádio Biboca e é
coordenadora do Núcleo Jardim Rosana no Projeto Jovens Urbanos (2004/2005).
Rachel Quintiliano é jornalista, especializada em Globalização e Cultura pela
Fundação Escola de Sociologia Política. Em 2002, foi bolsista do Programa GralGênero, Reprodução, Ação e Liderança, da Fundação Carlos Chagas e Fundação
MacArthur, com o projeto Juventude em Ação. Trabalha com comunicação
comunitária no Sampa.org, onde está à frente do projeto Rádio Web/Rádio
Biboca.
A Rádio Biboca
As duas Cyberelas se uniram e realizaram a capacitação em reportagem comunitária – com conteúdos de gênero e habilidade em rádio on-line – nas regiões
do Capão Redondo, Jardim Ângela e Campo Limpo, bairros extremamente ca-
30
rentes da grande São Paulo. ´
O resultado foi a Rádio Comunitária Biboca, inaugurada em 23 de maio de
2003, que nasceu de uma parceria entre a Associação de Moradores do Jardim
Rosana, Sampa.Org, FES/ILDES e Espaço Feminino, com o apoio do CEMINA.
Sua proposta é atender, ouvir e dar voz à comunidade, estimulando a promoção dos Direitos de Homens e Mulheres, a eliminação das desigualdades
entre os gêneros, classes e raças, sempre respeitando as diferenças e divulgando a produção cultural local.
l FÁTIMA SANTÁGATA – Boca do Acre (AM)
A cyberela
Fátima Santágata é comunicadora comunitária, tem ensino médio, curso de
agente comunitária (WWF), é diretora da Rádio e Coordenadora do projeto de
inclusão digital "Rádio Jagube uma Nova Idéia na Floresta”.
A Rádio Jagube
Instalar a banda larga no Amazonas foi um grande desafio devido ao difícil
acesso, à falta de infra-estrutura, inclusive a de energia elétrica. Outra barreira foi
conseguir computadores adequados à energia solar, que serve à região, já que o
consumo de um computador de mesa (desktop) - oito vezes maior do que o de
um portátil (laptop) - inviabiliza seu uso. O CEMINA conseguiu a doação de dois
laptops que estão sendo utilizados pelos jovens e mulheres da comunidade. A
conexão à internet só foi possível via satélite.
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
l EDVALDA TORRES – Paulo Afonso (BA)
A cyberela
Valda Torres é educadora agroecológica e coordenadora da AGENDHA –
Assessoria e Gestão em Estudos da Natureza, Desenvolvimento Humano e
Agroecologia. É consultora do SEBRAE, entre outras instituições. Produz um
programa de rádio AM com jovens no Município de Paulo Afonso (BA)
Programa de Rádio
O acesso aos arquivos da Rádio Fala Mulher via internet tem facilitado a produção do programa “A Voz e a Vez das Mulheres”, cuja audiência se estende a
cidades vizinhas dos Estados de Alagoas, Pernambuco e Sergipe.
Telecentro
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O telecentro, inaugurado em 12 de dezembro de 2004, está aberto ao público
para consultas à internet e, em março de 2005, passou a oferecer cursos de informática. Como estratégia para seu funcionamento, foram estabelecidas parcerias com instituições locais que
trabalham com crianças e adolescentes tais como APAE, Lar da
Criança Vicentina, Grupo Capoeira Brasil, ONG Raízes, Associação
Pauloafonsina de Dança e Teatro e Agentes de Saúde. Beneficia
também jovens indígenas das aldeias Pancararé, Kaimbé e Tuxá,
indicados pela FUNAI, e radialistas capacitados pela AGENDHA.
Atualmente, cerca de 80 jovens estão participando das atividades
do programa de inclusão digital desenvolvido pelo telecentro, o
que tem contribuído significativamente para sua auto-estima e
perspectivas de futuro.
Pintadas é um pequeno município
localizado na região semi-árida da
Bahia, distante 250 km de Salvador,
sem asfalto nem transporte coletivo,
onde a população economicamente
ativa ou trabalha para a Prefeitura, ou
sobrevive dos programas de transferência de renda do governo federal.
A partir da década de 90, o movimento organizado de mulheres tem
l
ELOÍDE MACEDO DOS SANTOS EPIFÂNIO – Pintadas (BA)
A cyberela
feito a diferença na cidade na reivindicação do acesso à água potável e
aos programas de saúde integral da
mulher. Este movimento já tem repre-
Eloíde Macedo é membro da Associação de Mulheres
sentação jurídica e administra um
Pintadenses e atuava na rádio Cultura FM até esta ser fechada
empreendimento – o Delícias do
pela Anatel.
Sertão – um “complexo” formado por
padaria, lanchonete e restaurante.
O telecentro
Inaugurado em 6 de dezembro de 2004, funciona próximo ao
“Delícias do Sertão” e o primeiro benefício que trouxe foi a inte-
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
gração dos jovens ao movimento de mulheres. Em menos de seis meses, possibilitou que 600 pessoas tirassem documentos on-line e que um grande número
de usuári@s consultasse sites dos governos estadual e federal. Oferece curso
básico de informática e estimula tod@s que freqüentam o espaço a criarem seu
endereço eletrônico.
l LÍGIA KLOSTER APEL E ANSLEÍRIA RODRIGUES– Santarém (PA)
As cyberelas
Ligia Apel produz programa na Rádio Rural – Rede de Repórteres
Comunitários, com jovens comunicadores. Fez parcerias com o GDA – Grupo de
Defesa da Amazônia, e com o Centro de Apoio a Projetos e Ação Comunitária –
CEAPAC, para promover o telecentro.
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Ansleíria Rodrigues é comunicadora e coordena dois projetos na Rádio
Educativa Rural de Santarém, no Pará. Um deles, apoiado pelo Unicef, é o programa de rádio “Para Ouvir e Aprender”, produzido com a participação de comunicadores adolescentes, que aborda temas relacionados à escola e à comunidade.
Ansleíria também apresenta o programa De Mulher pra Mulher. O programa
tem parceria com o Movimento de Mulheres do Baixo Amazonas e conta com a
participação de suas integrantes.
O telecentro
Inaugurado em nove de março de 2005, oferece acesso gratuito à comunidade três dias por semana. Já tem 60 usuári@s cadastrad@s que, em sua maioria, utiliza o serviço de correio eletrônico e utiliza a Internet para pesquisa.
A Rádio Rural tem atuado junto ao telecentro incentivando os/as repórteres
comunitários a realizarem pesquisas na Internet e a se comunicarem entre si,
visando melhorar a qualidade da programação. No telecentro, os jovens estão
sendo capacitados, além disso, para a utilização de programas de edição de áudio.
l
MARIA BETÂNIA WANDERLEY BUARQUE – Campestre (AL)
A cyberela
Maria Betânia Buarque é diretora artística da Rádio Campestre FM e apresentadora do programa Panorama Mulher, transmitido semanalmente. O programa
aborda temas diversos voltados para o direito e saúde da mulher, cidadania,
entre outros, com participação ao vivo das ouvintes.
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
A Rádio Campestre e o telecentro
O Rádio é o único veículo de comunicação a que a população local, de seis
mil habitantes, tem acesso. É o centro vital da cidade – congrega trabalho
voluntário e mobiliza parcerias em um município situado a apenas 80 km de
Maceió, mas isolado pelo difícil acesso e escassez de recursos econômicos.
Com o suporte técnico e a capacitação proporcionados pelo CEMINA, a Rádio
passou a produzir programas e reportagens sobre a vida da mulher na
região, introduzindo temas de fontes nacionais e internacionais através do
acesso à Internet, além de aproveitar o conteúdo dos arquivos sonoros da
Rádio Fala Mulher.
O telecentro foi inaugurado em 29 de novembro de 2004. Trata-se de uma iniciativa fomentada pelo CEMINA, com computadores, impressora, mobiliário,
servidor e bolsas de três monitores custeados pela Fundação Banco do Brasil e
conexão em banda larga do GESAC.
Oferece acesso gratuito à Internet e, desde março de 2005, com a ajuda de
um professor, administra curso de informática a preços populares. Entre @s
usuári@s, é grande a participação de estudantes.
l NELMA PEREIRA DE JESUS – Lençóis (BA)
A cyberela
Nelma Pereira é locutora e coordenadora da Rádio Laúza FM. Desde 1999
apresenta o Programa Toque, que aborda temas de interesse da mulher, tais
como: ecologia, violência e participação nas políticas públicas. A Rádio atinge
todo o município, com cerca de oito mil habitantes.
A Rádio Laúza e o telecentro
Todo o conteúdo da capacitação oferecida às cyberelas foi repassado aos/às
jovens que atuam na Rádio Laúza. Eles/as mantêm contato direto com a equipe
técnica do CEMINA, que esclarece dúvidas que tenham quanto à operação dos
programas de edição, envio e recebimento de arquivos sonoros. O domínio
destas tecnologias deu novo impulso à Rádio, motivando a participação de outros/as jovens.
O telecentro foi inaugurado em dezembro de 2004, mas aberto ao público em
fevereiro de 2005. A iniciativa está integrada às ações de comunicação da ONG
Avante, que além da rádio comunitária publica um jornal e mantém uma biblioteca.
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<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
A Organização capacita jovens para atuarem nestes veículos o que, além de
qualificá-los, promove a socialização do conhecimento e da informação. Está
prevista a extensão do treinamento oferecido a 15 jovens que compõem a
equipe da ONG a outros 63 adolescentes que atuam em suas Oficinas Educativas,
e a 43 sócios/as da Avante.
Além do curso básico de informática que em breve estará à disposição da
comunidade, faz parte da estratégia para a auto-sustentabilidade do telecentro
o incentivo aos turistas para darem preferência à utilização deste cyber-espaço,
em função do caráter social do projeto.
l ROBERTA PACHECO DO ESPÍRITO SANTO – Nazaré da Mata (PE)
A cyberela
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Roberta Pacheco é locutora e operadora de áudio da Rádio Comunitária
Alternativa FM, uma iniciativa da ONG AMUNAM – Associação das Mulheres de
Nazaré da Mata.
A Rádio Alternativa e os telecentros
A Rádio Alternativa é uma das três rádios existentes na cidade, sendo uma
comercial e a outra evangélica. Funciona diariamente das 6h às 19 h. Depois de
receber capacitação, Roberta ensinou a seis colegas que trabalham na Rádio o
uso das ferramentas de edição e montagem dos programas. Sua iniciativa nivelou
o conhecimento da equipe e resultou em melhor qualidade sonora da rádio.
Estimulada pelo CEMINA, Roberta articulou parceria com provedor local que
lhe fornece conexão em banda larga, gratuita. A doação de dez computadores
permitiu a instalação de dois telecentros, um na Associação, com foco na capacitação de jovens mulheres, e outro junto à Rádio, aberto a toda comunidade.
Desde sua inauguração, em três de dezembro de 2004, além de acesso à Internet,
oferece cursos de informática a preços bem abaixo do mercado. Tem sido grande
o movimento de estudantes, e a utilização dos equipamentos, tanto para
pesquisas, quanto para inscrições em concursos públicos, vestibular e outros cursos, ampliando os horizontes e favorecendo a auto-estima d@s usuári@s.
l
DEUSELINA TELES – Cocalzinho de Goiás (GO)
A cyberela
Deuselina Teles é coordenadora da Rádio Comunitária Vitória FM. Foi “promovida” a cyberela na 3ª Oficina da Inclusão Digital, realizada em São Paulo, em
maio de 2003.
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
Integrante da Rede de Mulheres no Rádio, Deuselina acompanhava de perto o
projeto do CEMINA e, percebendo o alcance da inclusão digital, por iniciativa
própria correu atrás da conexão GESAC e do apoio da Fundação Banco do Brasil.
O Telecentro Águia Dourada
O nome foi escolhido por Deuselina por ela se considerar uma águia, já que o
caminho da comunicação permitiu que saísse de uma depressão e mudou toda
sua vida. O telecentro tem parceria com a escola estadual da cidade, que atende
300 alunos/as entre 10 e 25 anos.
Os/as alunos/as que podem, contribuem com R$ 5,00 por mês para ajudar na
manutenção do telecentro, em troca do acesso gratuito à Internet. Têm, também, descontos nos cursos de informática e nos serviços de impressão. Esta
contribuição viabiliza, além disso, o acesso de jovens que não têm condições
financeiras para tal. A doação de 11 novos computadores ao telecentro deu
novo impulso ao seu funcionamento, até então lento e com fila de espera para
@s usuári@s.
n O DESTINO DAS CYBERELAS: SER ABÓBORA, NUNCA MAIS!
Três anos após o início do projeto, já é visível uma maior auto-confiança das
mulheres em relação às novas tecnologias. A perda do medo de lidar com computadores e outros equipamentos, traz junto a possibilidade de reconhecimento e de sair da invisibilidade quando começam a se comunicar com outras pessoas via internet (bate-papo ou correio eletrônico).
Pode-se observar também seu
real empoderamento: o uso das tecnologias digitais lhes desvenda a
possibilidade de exercerem a cidadania – acesso a serviços gratuitos de
orientação jurídica, reivindicação de
direitos,
educação
à
distância.
Fatores que lhes permitem também
melhor educar os filhos e deles se
aproximarem através do compartilhamento do uso de novas formas
de comunicação.
Tudo isto sem o risco de, à meianoite, voltar a ser gatas-borralheiras e
os computadores virarem abóbora...
35
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
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<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
PARTE III
Operacionalizando
um Telecentro:
Idéias e sugestões
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Os telecentros comunitários
são locais de encontros e
intercâmbios, espaços de
aprendizagem e mobilização
para resolver problemas e
necessidades da comunidade.
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
“Os telecentros comunitários são locais de
encontros e intercâmbios, espaços de aprendizagem, crescimento
pessoal e mobilização
para resolver problemas e necessidades
da comunidade”.
Telecentros Comunitários
para o Desenvolvimento
Humano, Karin
Delgadillo, Ricardo
Gómez, Klaus Stoll - 2003
3.1 OPERACIONALIZANDO UM TELECENTRO: IDÉIAS E SUGESTÕES
3.1.1Telecentros comunitários
MISSÃO:
n oferecer à comunidade acesso às TIC- Tecnologias de Informação e
Comunicação e capacitação para utilizá-las, com o propósito de promover o
desenvolvimento humano e local.
n Utilizar estes espaços para a formação de monitoras/es que possam transmitir não apenas os aspectos técnicos da informação e comunicação, como
também o uso das tecnologias digitais como gerador de mudança social.
38
DESENHO:
...“E o usuário na prática
tem acesso ao provedor.
Se liga no monitor.
Vê tudo que foi passado,
e o mundo globalizado,
através do computador”...
Trecho do maracatu “A
Informática”
n espaços públicos e multifuncionais que oferecem acesso gratuito à
Internet, uso de correio eletrônico, cursos em informática e/ou qualquer
outro que utilize as TIC.
n podem ser constituídos através de parcerias entre governos municipais e
associações de moradores, entre organizações não governamentais e outras
instituições da sociedade civil, governos estaduais e federal e a iniciativa privada. A experiência tem mostrado que quanto maior a diversidade dos parceiros, maior a oportunidade de promover o desenvolvimento local.
UTILIZAÇÃO:
n
Navegação na Internet (pesquisa escolar e profis-
sional, oportunidades de trabalho, cursos à distância,
etc)
n
n
n
n
n
n
Enviar e receber e-mails
Impressão de trabalhos e documentos
Cursos de informática
Digitação de trabalhos
Jogos e lazer
Oficinas temáticas
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
GESTÃO:
n criação de um Conselho Gestor: além de constituir um espaço de formação
política, o Conselho irá definir formato e as atividades que serão desenvolvidas no local.
n participação de representantes da comunidade no Conselho Gestor: fundamental não só para legitimar o uso público, como para definir claramente as
regras de funcionamento de acordo com as características e necessidades de
cada comunidade.
É PROIBIDO PROIBIR, MAS É PRECISO RESPEITAR...
n o/a usuário/a do telecentro não pode: acessar sites que tenham conteúdo
pornográfico, preconceituoso ou de incitação ao ódio (racismo, sexismo); utilizar disquetes sem antes passar o anti-vírus; desligar o computador;
n o/a usuário/a deve respeitar as regras determinadas para o local (ex: não
entrar com comida ou bebida).
n as regras de utilização devem estar destacadas num local onde tod@s que
estiverem no telecentro possam ler.
A
participação
em
alguns
espaços interativos como salas de
bate-papo, blogs, sítios web, tem
exposto @s jovens a aliciamento,
desrespeito e abusos psicológicos. As mães, pais e educadores,
precisam ficar atentos, conscientes
e ter uma capacitação adequada,
caso contrário pode aumentar o
uso dos recursos da rede para buscar pornografia.
Em alguns casos, isto tem levado
a várias formas de exploração e
tráfico sexual, especialmente de
crianças e jovens da comunidade.
39
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
3.1.2 Importância do monitoramento
n a capacitação de monitoras/es para
mediar a relação entre a tecnologia e
os usuários é fundamental: o contato
pessoal ajuda a vencer as barreiras do
virtual.
n é imprescindível ainda que estas pessoas sejam do próprio local, o que
facilita (e muito!) a comunicação e o
incentivo à apropriação do espaço.
n monitor@s devem ter conhecimento
técnico aliado a capacidade de educar.
Devem atualizar-se permanentemente.
40
n muito importante, ainda, é definir se
seu trabalho será voluntário ou remunerado e adotar a mesma regra para
tod@s.
AS ATRIBUIÇÕES D@S MONITOR@S
“Eu consigo ser muito
mais do que uma monitora de informática
aqui. Eu converso, eu
entendo, eu brinco.
Acho que a monitora
tem que ter esta relação humana muito
mais do que técnica.”
Daiana Maciel, monitora do
Telecentro Novo Ar – São
Gonçalo – RJ
l
Recepcionar quem chega ao telecentro
l
Orientar o usuário
l
Fazer seu cadastro
l
Auxiliar nas pesquisas
l
Estimular a busca de informação
l
Manter o ambiente limpo e organizado
l
Mediar relações
l
Tratar as pessoas com igualdade
l
Facilitar a convivência
l
Administrar – manter o controle
l
Dar aulas de informática
l
Limpar o servidor
l
Cuidar da manutenção da rede
l
Enfim: construir um ambiente agradável para o bom
relacionamento entre @s usuári@s
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
O PERFIL D@S MONITOR@S
l
Ter bom senso;
l
Ser paciente e atencios@;
l
Ter conhecimento de informática/internet;
“Computador é prática, depois que você
perde o medo, você
pode até não saber,
mas você descobre”
Viviane Fonseca,
l
Ter consciência do papel social do telecentro;
l
Estar dispost@ a aprimorar-se constantemente;
l
Ter capacidade de mediação;
l
Sentir prazer no que faz;
l
Ter facilidade de comunicação/ expressão;
l
Ter capacidade de adaptar sua linguagem a diferentes públicos e situações;
l
Não ter preconceitos – gostar de gente;
l
Não se achar o dono da verdade – “sabe-tudo”, o que facilita a convivência
monitora do telecentro
Novo Ar, São Gonçalo – RJ
e motiva as pessoas a voltarem.
3.1.3 Usuári@: a razão de ser do telecentro
A PRIMEIRA IMPRESSÃO É A QUE FICA
n Ajudar quem não conhece o computador a desmitificar o contato com a máquina e a vencer o
medo
n Explicar o que pode parecer óbvio, mas que para muitos, principalmente os mais velhos, tem sido
a maior dificuldade: o que é o monitor, mouse, programa, etc
n Estimular o uso de programas de desenho, como o Paintbrush, para ajudar a “soltar a mão”
NÃO CUSTA FACILITAR
l
Cadastrar cada usuári@
l
Apresentá-lo/a à informática
l
Ajudá-lo/a a pesquisar na internet
l
Provê-lo/a de endereço eletrônico
l
Oferecer-lhe um modelo de currículo
l
Ter disponível uma relação de sites mais pesquisados em local visível para facilitar a busca
41
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
3.1.4 Cadastro de usuári@s
PARA QUE SERVE
n Fazer um cadastro d@s usuári@s dos telecentros é construir a identidade deste espaço coletivo.
n Este instrumento possibilita conhecer com detalhes qual o perfil d@s usuári@s, como idade, sexo,
que tipo de uso faz do espaço, os sites de maior interesse, se este é o único local que lhe permite acesso à internet.
n É recomendável produzir um relato mensal, a partir dos cadastros, o que possibilitará direcionar
melhor as atividades e os cursos oferecidos no telecentro, assim como ter argumentos fundamentados que servirão para escrever projetos e/ou buscar apoios e parcerias.
42
COMO DESENHAR UM CADASTRO
Logomarca da entidade
CADASTRO DE USUÁRI@S
Nome:
Endereço:
Bairro:
Cep.:
Telefone:
Idade:
Sexo:
Profissão:
Escolaridade:
E-mail:
Número de matrícula d@ Usuári@:
Quais são seus sites preferidos?
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
3.1.5 A valorização do espaço
n Identificar as principais necessidades d@s
usuári@s – acesso à internet e/ou cursos de
informática – para melhor planejar as atividades
do telecentro.
n Construir a agenda do telecentro tendo como
premissa a noção da utilização do espaço público.
n Divulgar o espaço e suas atividades através do
rádio, com entrevistas, campanhas, debates que
esclareçam a utilidade e descrevam as vantagens do telecentro.
n Tentar obter espaço editorial (reportagem), ou
43
publicitário (comercial) no jornal local; produzir cartazes; distribuir panfletos no comércio, escolas, feiras, missas, cultos, posto de saúde, sindicatos, associações de moradores e em todo e qualquer espaço de grande circulação.
3.1.6 A importância de estar na Rede
n A inclusão e divulgação de informações sobre uma comunidade na Internet aumenta a auto-estima das pessoas e faz com que elas se sintam fazendo parte de um conjunto. Isto pode se dar
através de e-mails, blogs, páginas, sites, portais....
n Há uma infinidade de ferramentas disponíveis, que fazem toda a diferença em realidades tão
precárias, onde geralmente as pessoas não têm acesso sequer a serviços básicos. As mazelas do
“O que era lentidão
os micros fez avançar
Posso me comunicar
Numa fração de
segundos
Com o outro lado do
mundo
Sem nunca ter ido lá”.
dia-a-dia são tantas que as levam, inclusive, a duvidar de si mesmas.
n A visibilidade lhes proporcionará uma sensação de pertencimento e uma esperança de obter a
atenção de alguém que possa ajudar a mudar este cenário.
n Cada vez mais esta possibilidade de produzir conteúdo tem sido ampliada, rompendo as barreiras
de escolaridade e classe social. Sem contar a oportunidade que oferece de crescimento individual
e coletivo e da descoberta de se atuar em um novo campo de participação social pelos direitos
d@s cidadãos.
3.2 ACESSIBILIDADE DIGITAL
n Para possibilitar a inclusão digital, é preciso adotar critérios de acessibilidade
digital. É curioso saber que o mundo digital também pode apresentar
Maracatu “A Informática”
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
obstáculos à navegação, assim como no mundo real, escadas (e outras coisas)
podem dificultar a locomoção das pessoas.
n Podemos definir a acessibilidade na Internet como a flexibilidade do acesso à
informação e à interação dos usuários que possuam algum tipo de deficiência ou necessidade especial no que se refere aos mecanismos de navegação e
à apresentação das páginas, operação de softwares, hardwares e adaptação
de ambientes e situações.6
Para Paulo Romeu, analista de sistemas da
• Pode estar usando uma versão antiga de
PRODAM e deficiente visual, “um site é acessível se
browser, um browser totalmente diferente, um
tiver sido construído e publicado com a inserção
browser de voz ou um sistema totalmente cus-
de legendas ocultas em imagens (fotos, desenhos
tomizado.
ou figuras) ou com recursos que permitam leitura
44
por um sintetizador de voz. Ou seja, se o profissio-
l
volvem conteúdos na Internet se preocuparem
nal (web designer) utilizou tecnologia apropriada
em respeitar estas regras de acessibilidade,
para torná-lo acessível a todas as pessoas, inde-
estarão se auto-beneficiando porque terão um
pendentemente de suas limitações”
l
Se as pessoas responsáveis e as que desen-
número maior de consumidores de suas infor-
Os aspectos considerados pela acessibilidade di-
mações ou produtos, entre estes: pessoas com
gital7 devem levar em conta a variedade de con-
deficiências (visuais, auditivas, motoras e outras),
textos de interação que podem estar relacionados
idosos, gente que consulta a Internet com
a diversos tipos de deficiência do usuário, que:
modems ou ligações lentas, pessoas com dificul-
• Pode não ser capaz de ver, ouvir, se mover ou
dades de letramento, enfim, um contingente
de processar certos tipos de informação;
significativo de usuários.
• Pode ter dificuldade para ler ou para com-
l
Em um mundo em transformação, onde cada vez
preender o texto;
mais o computador é um meio de expressão e
• Pode não ser capaz de operar o teclado ou o
comunicação fundamental e uma importante fer-
mouse;
ramenta de trabalho, não se pode permitir que
• Pode estar usando um monitor de texto que
não processa imagens ou um monitor pequeno;
• Pode não entender facilmente a linguagem do
documento;
os milhões de pessoas com algum tipo de deficiência sejam excluídas das possibilidades que a
informática oferece. Esta é uma das principais
chaves para a inclusão social e digital.
Para saber mais:
• Pode estar em uma situação onde os olhos, os
ouvidos ou as mãos podem estar comprometi-
• Rede SACI: www.saci.org.br
dos, executando outra função que não a ope-
• Telecentros para Tod@s:
ração do browser;
http://telecentros.saci.org.br/telecentros
6 Fonte: www.prodam.sp.gov.br
7 Apresentação feita por Ana Maria Barbosa, Supervisora de Comunicação da Rede SACI, na 2ª reunião do Grupo de
Trabalho sobre Acessibilidade da ABNT, em 06 / 11/ 2001.
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
3.3 O DESAFIO DA SUSTENTABILIDADE
Ser auto-sustentável tem sido o desafio de todos os projetos de telecentros
comunitários espalhados pelo país. Esta é a meta do CEMINA para os 13 rádiotelecentros em funcionamento, que se encontram em diferentes estágios de
desenvolvimento.
O CEMINA visa quatro tipos de sustentabilidade: social, tecnológica, econômica e financeira. Cada uma dessas têm características próprias e requer diferentes
habilidades:
n sustentabilidade social – vem sendo trabalhada desde a capacitação inicial das
cyberelas para ressaltar o objetivo do desenvolvimento local através do telecentro. Outro resultado é a parceria entre telecentro e rádio, promovendo a
democratização da comunicação e a inclusão digital. A gestão participativa
tem sido experimentada pelas cyberelas, orientada também pela necessidade
de as mulheres ocuparem pelo menos 50% dos postos, com o objetivo de
incentivar a eqüidade de gênero no acesso, capacitação e instâncias de
decisões.
Comprovou-se, ainda, a promoção da cidadania com a retirada de documentos on-line, incentivo para que tod@s tenham correio eletrônico, e espaço
para formação e a capacitação à distância.
n sustentabilidade tecnológica - este é um aspecto fundamental, pois em grande
parte das localidades onde os telecentros estão instalados os serviços técnicos de manutenção são inexistentes ou escassos, além de caros.
A capacitação dos próprios membros da comunidade soluciona os problemas
técnicos de manutenção dos equipamentos e, ao mesmo tempo,qualifica
mão-de-obra para o mercado de trabalho.
n sustentabilidade econômica – para garantir o funcionamento dos rádio-telecentros é preciso elaborar um plano de gestão, ter conhecimento do mercado,
de economia de recursos e capacidade de geração de lucro.
n sustentabilidade financeira – é a manutenção do telecentro propriamente dito ,
como fazer face ao pagamento do aluguel do espaço, luz, água, limpeza, trabalho d@s monitor@s, custeio dos materiais de reposição e manutenção de
equipamentos.
45
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
Um conjunto de ações têm sido experimentado nos rádio-telecentros implementados pelo CEMINA: a cobrança de mensalidades com valores abaixo do
mercado pelos cursos de informática e edição de áudio, pagamento diferenciado pela impressão em cores e preto e branco, cobrança pela digitação e serviços
oferecidos; contribuição de sócios do telecentro; manter um banco de dados
com o currículo d@s trabalhadores/as, cobrando por isto e tudo mais que o
Conselho Gestor definir e se adequar à comunidade.
Orienta-se, ainda, a buscar parceria com as Prefeituras, oferecendo-lhes o
espaço para professores darem aulas, e recebendo em troca um pagamento
mensal.
Ter consciência da real dimensão das despesas é um grande passo para tornar
estes espaços viáveis.
46
3.3.1 COMO CRIAR UM PLANO DE NEGÓCIOS
Antes de preparar o plano de negócios é preciso organizar todas as informações necessárias para assegurar a viabilidade do empreendimento.
A título de roteiro, sugerimos algumas questões e dados que podem facilitar
sua elaboração:
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
1. Caracterize o local do Telecentro
Imóvel próprio ( ) alugado ( ) cedido ( ) outro ( ).....................................................................
Número de salas ..............................................
Número de computadores.............................
Outras informações importantes ..............................................................................................................
2. Liste todos os serviços e produtos que o Telecentro oferece, como por exemplo: acesso à
Internet, serviços de desenvolvimento de sites, produção de programas de rádio, cursos de
capacitação e outros.
.........................................................................................................................................................................
3. Qual o perfil d@ usuári@?
.........................................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................................
4. Existe algum negócio na região que oferece os mesmos serviços ou serviços parecidos ao
do Telecentro? Enumere-os.
.........................................................................................................................................................................
2. Se existe algum negócio similar, o que eles fazem melhor (pontos fortes) e o que eles não
oferecem (fraquezas)? (ex: o cybercafé tem mais computadores que o Telecentro (forte), mas
cobra taxas de utilização (fraco)
Outro negócio
Pontos fortes
Pontos fracos
6. Como @s usuári@s tomaram conhecimento do Telecentro? (ouvindo no rádio, através de
amigos, panfleto...) Liste todas as maneiras:
.........................................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................................
7. Que melhorias podem ser feitas no Telecentro para atrair mais pessoas?
.........................................................................................................................................................................
.............................................................................................................................
8. Liste de que forma acredita que pode promover e divulgar os serviços do Telecentro e os
custos (ex: folders, cartazes,etc.)
47
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
De que forma?
Custos
9. Existe alguma coisa que o telecentro pode oferecer que ninguém mais poderá? Em comparação, com outros negócios, o que o faz diferente? Indique mesmo as coisas que acredita
serem obvias.
.........................................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................................
48
10. Faça uma estimativa mensal de quanto você está arrecadando com a venda de serviços
no telecentro.
Serviço
Valor
Total - Multiplique por 12 (anual):
11. Considerando CADA serviço que você oferece, quant@s usuári@s você espera conseguir,
por mês, nos próximos 12 meses?................................................................................................................
...............................................................................................................................................................................
12. Providencie uma lista completa de todos os custos envolvidos no funcionamento do telecentro. (ex.: luz, equipe de funcionários, aluguel...)
13. Providencie uma lista com os custos de equipamentos, materiais, suprimentos e serviços
que você precisa comprar para manter o local funcionando efetivamente.
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
Plano de Negócios é o nome que se dá ao planejamento das atividades de
um empreendimento de modo a antecipar resultados e eventualmente corrigir
a rota dos planos feitos originalmente. Um plano de negócios é um instrumento de gestão e pode ser feito tanto no começo de um empreendimento, como
em qualquer momento onde se faça necessária uma reavaliação.
Aí vai uma dica...
1. NOME DO NEGÓCIO:
7. AMEAÇAS:
Qual o nome do telecentro? O nome é apropria-
São os fatores que você acredita que o telecentro
do? Pelo nome as pessoas sabem exatamente o que
pode ter dificuldades para lidar. Os avanços tecno-
o telecentro pode oferecer a elas? Você acredita que
lógicos que se movem rápido demais para o tele-
o nome faz as pessoas quererem ir ao telecentro?
centro acompanhar. São as considerações sobre
2. VISÃO:
como os concorrentes vão reagir às atividades do
Como você pensa que o telecentro estará no
telecentro e o que @s usuári@s pensam sobre essas
próximo ano? O que você gostaria de mudar para
tornar o espaço melhor para @ usuári@ e qual seria
objetivo do telecentro nesse momento?
atividades.
A análise dessa conjuntura vai ajudar o telecentro
a construir sobre os pontos fortes; resolver suas
3. MISSÃO PRINCIPAL:
fraquezas, aproveitar as oportunidades e evitar as
Explique exatamente quais atividades o telecentro
ameaças. Fazer essa análise vai ajudá-l@ a criar um
executa, o que o torna melhor, único, comparado aos
seus concorrentes, como pretende conseguir mais
usuári@s.
4. PONTOS FORTES:
São as coisas que vão bem no telecentro, que o
plano de ação mais estratégico e realista.
8. DETALHES FINANCEIROS:
Listar os recursos e as despesas. Com isso você
ganhará uma idéia exata do que planeja alcançar
financeiramente em um ano.
faz diferente e melhor que os outros negócios similares. Ex.: acesso livre à Internet
5. PONTOS FRACOS:
Os pontos fracos são aqueles que você sente que
tiram a capacidade do telecentro de competir com
outros negócios similares. Ex.: Uma conexão lenta à
Internet.
9. ESTRATÉGIA PARA SEIS MESES:
Aqui é preciso descrever todas as atividades que
o telecentro vai oferecer, como pretende vender
essas atividades e de que forma pretende promovêlas. É necessário incluir: o que é que o telecentro oferece atualmente e em que período de tempo? Que
melhoramento/aprimoramento você pretende fazer
6. OPORTUNIDADES:
São as atividades que o telecentro pode levar
adiante, os serviços que pode fornecer. Inclui tam-
nos produtos e serviços? Em quanto tempo se pretende fazer essas mudanças e melhoramentos?
bém as mudanças que podem melhorar seus
10. PLANO DE MARKETING:
serviços. As oportunidades se concentram no que as
Para que público exatamente estão direcionados
pessoas do local querem, nas vantagens que o tele-
os serviços do telecentro? Como você pode ter
centro pode ter com os avanços tecnológicos e nos
certeza de que seus serviços são aplicáveis a eles?
apoios que pode contar para atividades que pre-
Seus planos futuros de desenvolvimento estão de
tende empreender.
acordo com o que esse público deseja?
49
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
Sempre consulte o plano de negócios para ter certeza de que se as coisas não
ocorrerem conforme o esperado, o plano precisa ser modificado. Áreas como a
Visão e a Missão principal irão conduzí-l@ e serão a chave para assegurá-l@ de
que o trabalho que está sendo feito continua a ser apoiado e incentivado pela
comunidade onde o telecentro está inserido.
3.4 Para enfrentar acidentes de percurso
n O QUE FAZER SE A MÁQUINA ENGUIÇAR
Se um computador não funciona corretamente é necessário detectar as possíveis causas do problema. Basicamente, existem três tipos de problemas:
• Na conexão dos cabos;
50
• Na parte lógica do computador, ou seja, os programas (software);
• Na parte física do computador, ou seja, as peças (hardware);
Problemas na conexão dos cabos
São comuns quando o equipamento apresenta problemas na alimentação do
sinal. Veja na tabela abaixo os problemas mais comuns:
PROBLEMA
PODE SER...
SOLUÇÃO
O computador não liga
Estabilizador/filtro desligado,
Verificar as conexões da
tomada mal encaixada.
tomada e se os cabos estão
bem encaixados
O monitor não liga
Estabilizador/filtro desligado,
Verificar as conexões da
tomada ou cabo de conexão com tomadas e se os cabos estão
o computador mal encaixado.
bem encaixados.
O mouse ou o teclado
Cabo de conexão com o
Verificar se o cabo está bem
não funciona
computador mal encaixado.
encaixado.
Outros periféricos
Estabilizador/filtro desligado,
Verificar as conexões da
(impressora, scanner,
tomada mal encaixada.
caixa de som, etc)
tomada e se os cabos estão
bem encaixados.
não ligam.
Problemas nos programas do computador (softwares)
O software é o intermediário entre o usuário e o computador, por isso está
mais sujeito a problemas provenientes da utilização incorreta pelo usuário e do
mau funcionamento nas peças (hardware).
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
PROBLEMA
PODE SER...
SOLUÇÃO
Erros em telas de
Instalação incorreta do programa, Tentar reinstalar os programas
programas
programa danificado, defeito de
e verificar a existência de
hardware ou vírus.
vírus.
O Windows/Linux
Instalação incorreta do programa, Tentar reinstalar o Sistema
(Sistema Operacional)
programa danificado, defeito de
Operacional e verificar a
não inicia
hardware ou vírus.
existência de vírus.
Funcionamento mais
Vírus
Verificar a existência de vírus.
lento dos programas
A causa pode ser um vírus
Vírus são programas de computador cuja função é a de danificar outros programas, atrapalhar a utilização e destruir dados. A cada dia milhares de novos
vírus são “lançados” e com a popularização da Internet “espalhados” de forma
assustadora.
Para se proteger de vírus é preciso instalar um programa Anti-Vírus (AV) no
computador. Os AV devem ser atualizados com a maior freqüência possível, ou
não terão efeito, visto que a cada momento surgem novos vírus.
Os principais fabricantes de AV possuem sites na Internet, onde os programas
e suas atualizações podem ser obtidos:
Gratuitos:
Grisoft (AVG) – www.grisoft.com
ClamWin AV – www.clamav.net
Pagos:
Trend Micro (PC-cillin) – www.antivirus.com.br
Mcafee – www.mcafee.com.br
Symantec (Norton Anti-Vírus) – www.symantec.com.br
Nos sites dos fabricantes existe farta documentação sobre vírus e utilização
dos programas.
Problemas em peças do computador (hardware)
Devem ser detectados por técnic@ especializad@, que através de testes
descobre qual a peça danificada e a substitui. Atenção: não se faz consertos em
peças de computador, com exceção de periféricos como impressora, scanner,
monitor, etc.
51
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
O QUE É UMA REDE DE COMPUTADORES?
Uma Rede de Computadores consiste de dois ou mais computadores ligados
IMPORTANTE:
Essas noções são para
esclarecer algumas questões que acontecem
durante a utilização de
um computador, caso
encontre alguma dúvida ou não tenha certeza do que fazer, não
hesite em chamar apoio
técnico especializado!
entre si e compartilhando arquivos, impressoras, trocando mensagens (e-mails),
etc. A Internet é um exemplo de Rede. Recursos de vários equipamentos interligados podem ser compartilhados de diversas formas.
Existem vários modelos de rede, porém o mais conhecido é o modelo clienteservidor onde existe uma máquina principal (servidor) e outras máquinas ligadas
a ela (clientes).
52
Servidor – numa rede, é um computador que administra e fornece programas e informações para os outros computadores conectados. No modelo
cliente-servidor, é o programa responsável pelo atendimento a determinado
serviço solicitado por um programa cliente. No servidor existem sistemas que
provém recursos tais como armazenamento de dados, impressão e acesso
dial-up para usuários de uma rede de computadores.
Cliente – numa rede, são os computadores que utilizam os recursos do servidor e são utilizados pelos usuários.
Recomendamos o uso de programas de software livre, especialmente os que
rodam em sistemas operacionais de fonte aberta como GNU/Linux. Isto contribui na redução dos custos de implantação e de atualização de programas.
Como e onde conseguir os programas de software livre
• www.abrasol.org - Associação Brasileira de Software Livre
• www.cipsa.org.br - Comitê de Incentivo à Produção de Software GNU e Alternativo
(CIPSGA)
• http://debian-br.cipsga.org.br - Comunidade de desenvolvedores e usuários GNU/Linux
(distribuição Debian-BR)
• www.softwarelivre.org - Projeto Software Livre do Rio Grande do Sul
• http://www.softwarelivre.gov.br - Portal do Governo Federal
• www.chasquinet.org/linux/index.html -Da rede somos@telecentros
• http://www.fsf.org/home.pt.html - Free Software Foundation
<<Rede Cyberela de Comunicadoras Populares: Promovendo a Inclusão Digital através do Rádio>>
5.3 Para economizar tempo aí vão mais algumas dicas de sites
para pesquisa...
POLÍTICAS E CIDADANIA • Direitos do cidadão, informações e serviços governamentais.
www.cg.org.br
www.idbrasil.gov.br
www.novarte.com.br
www.jornaisdehoje.com.br
www.vermelho.org.br
www.vivafavela.com.br
www.proinfo.org.br
admpo.cjb.net
www.planalto.gov.br
www.ibge.gov.br
www.bcb.gov.br
www.redegoverno.gov.br
www.stf.gov.br
www.receita.fazenda.gov.br
www.cidadania24hrs.com.br
www.meuprimeirotrabalho.sp.gov.br
www.portalcidadania.com.br
www.hrw.org./portuguese
www.mpd.org.br
www.geocities.com/Paris/Opera/4700/main.html
www.whirledbank.org (em inglês)
www.midiadapaz.org
www.previdenciasocial.gov.br
www.akatu.net
www.aultimaarcadenoe.com.br
www.sabesp.com.br
www.wlreopaulo.com.br
www.acaocidadania.com.br
www.rits.org.br
MEIO AMBIENTE • Sites relacionados à ecologia
www.greenpeace.org.br
www.desmatamentozero.ig.com.br
www.wwf.org
www.bioamazonia.org.br
www.neoambiental.com.br
www.aultimaarcadonoe.com
www.meioambiente.com.br
www.tamar.org.br
www.electus.com.br/ecologia
MÍDIA • Informação e meios de comunicação
www.agenciabrasil.gov.br
www.sidenet.com.br
www.radiofalamulher.com
www.radios.com.br
www.no.com.br
www.estado.com.br
www.ultimosegundo.com.br
www.folhasp.com.br
www.dipo.com.br
www.jovempan.uol.com.br/jpam
www.uol.com.br/caroamigos
www.universohq.com
www.guiadafoto.com.br
www.reporterbrasil.com.br
www9.zip.net/tver
zonanon.com
www.globonews.com
www.observatoriodaimprensa.com.br
www.istoe.com.br
www.agestado.com.br
www.folhaonline.com.br
www.terra.com.br/noticias
www.bbc.co.uk/portuguese
www.jornalmetropolitano.com.br
www.tudonoar.com.br
www.agenciacartamaior.com.br
www.agencia.camara.gov.br
www.senado.gov.br/agencia
www.anf.org.br
INFORMÁTICA • Apostilas gratuitas, programas, etc.
apostilas.informática.vila.bol.com.br
www.pegar.com.br
www.clubeinternet.cjb.net
www.geocities.com/fabricioarruda
www.superdias.com.br
www.superdownloads.com.br
www.museudocomputador.org
www.infoguerra.com.br
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INFANTIL • Conteúdo apropriado para crianças
www.radarkids.com.br
www.disney.com.br
EDUCAÇÃO – Disciplinas escolares, vestibulares e universidades
54
www.uol.com.br/vestibuol
www.ciee.org.br
www.uol.com.br/linguaportuguesa
www.webeduc.mec.org.br
historianet.zip.net
www.ola3.com
www.crisbigardi.nom.br/filosofia
www.estudegratis.com.br
www.biomania.com.br
alivecursos.cjb.net
www.fisica.net
www.e-cursos.com.br
www.giocities.com/fabclaret/quimica.htm
www.zipcurso.com.br
www.terra.com.br/sualingua
www.biomarco.cjb.net
www.folhanet.com.br/portrasdasletras
www.nossalinguaportuguesa.com.br
www.somatematica.com.br
www.eduk.com.br
www.frigeletto.vila.bol.com.br
www.vejaeducacao.com.br
www.englishtown.com
www.guiadoscuriosos.com.br
www.hildebrando.com.br
www.aprendiz.org.br
www.gramaticaportuguesa.com.br
www.pesquisaescolar.com.br
www.uol.com.br/aurelio
www.sualingua.com.br
www.interuni.com.br
www.portugues.com.br
CULTURA – Museus, artistas, grupos e movimentos artísticos
www.bibvirt.futuro.usp.br
www.socioambiental.org
www.leituras.com.br
www.spguia.com.br
www.bibliotecavirtual.com.br
www.palavra.com.br
www.ici.org.br
www.louvre.fr
www.mam.org.br
www.itaucultural.org.br/arqueologia
www.uol.com.br/musica
www.iphan.org.br
www.portinari.org.br
www.mae.usp.br
www.uol.com.br/pinasp
bocc.ubi.pt
www.sombras.com.br/elis
www.memorialdoimigrante.sp.gov.br
www.lsi.usp.br/art/pessoa
www.onegro.com.br
www.academia.org.br/machado.htm
www2.uol.com.br/andi
www.lobato.com.br
www.vbookstore.com.br
www.bn.pt
www.djweb.com.br/historia
www.surf.to/paulinyi
indigenas.brasil.nom.br
www.direitoshumanos.usp.br/principal.html
www.mvhp.com.br
www.dpt.bn.br
www.surrealismo.net
promo.net/pg
www.arteinfinita.com.br
www.wbookbrasil.com
www.memorial.org.br
www.mp.usp.br
www.museus.art.br
www2.uol.com.br/mpessoa/
www.mundocultural.com.br
www.masp.art.br
www.omeelete.com.br
www.museudoindio.org.br
www.comborangers.com.br
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CONSUMO – Direitos do consumidor e comparação de preços
www.buscape.com.br
www.jacotei.com.br
www.uol.com.br/idec
www.procon.sp.gov.br
www.infosebo.com.br
www.comparatel.com.br
www.ivox.com.br
SAÚDE – Dicas para o bem-estar físico e mental e sites médicos
www.odonto.com.br/manual
www.viasaude.com.br
www.cybercook.com.br
www.saude.com.br
SERVIÇOS – Serviços disponíveis na internet
www.servicosgratis.com.br
www.nube.com.br
www.nationalgeographic.com/maps
www.catho.com.br
www.handicraft.com.br
www.saopaulobairros.com.br
www.guiasmais.com.br
www.correios.com.br
www.maplink.com.br
www.misterz.com.br
www.apontador.com.br
www.petsite.com.br
www.emprego.com.br
www.centraldeconcursos.com.br
BUSCA – Sites de busca no Brasil
www.cade.com.br
www.radar.uol.com.br
www.google,com.br
www.yahoo.com.br
www.buscaweb.com.br
www.altavita.com.br
www.encontrei.com
www.achei.com.br
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5.6 BIBLIOGRAFIA:
CD-rom – Inclusão Digital e Social Através das Rádios Comunitárias: A Experiência da
Rede Cyberela – 2004 – CEMINA (www.cemina.org.br / (21)22621704)
DIEESE. Boletim Dieese, Edição Especial de 8 de março: A Situação das Trabalhadoras
Brasileiras. São Paulo: Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), 2002. (disponível no site: www.dieese.org.br/esp/espmulher.html)
FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO. (2001). Pesquisa de opinião pública: A mulher brasileira nos
espaços público e privado – como vivem e o que pensam as brasileiras no início do
século XXI. Fundação Perseu Abramo. [Online]. Disponível: www.fpabramo.org.br [a
partir de março de 2002]
GREENHALGH, Laura. CADERNOS DO CIM – n.2 – 1995, São Paulo. p.102-107.
DELGADILLO, Karen; GOMES, Ricardo; STOLL, Klaus. Telecentros Comunitários para o
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Desenvolvimento Humano. Lições sobre telecentros comunitários na América Latina
e Caribe. Disponível em http://www.infoinclusão.org.br - Acesso em 21 de março de
2005.
Mapa da Exclusão Digital – acessível: http://www2.fgv.br/ibre/cps/mapa_exclusao/apresentacao/apresentacao.htm
MÍDIA DADOS.– Pesquisa. São Paulo: Grupo de Mídia, 2005. Disponível: www.gm.org.br
SILVEIRA, Sérgio Amadeu da. Exclusão digital: a miséria na era da informação. São Paulo:
Editora Fundação Perseu Abramo, 2001.
CONTATOS:
CEMINA – Comunicação, Educação e Informação em Gênero
Rua Álvaro Alvim, 21 – 16o. andar – Centro
CEP 20031-010 – Rio de Janeiro – RJ
[email protected]
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