Carlos Corrêa – Dióxido de azoto Dióxido de azoto Carlos Corrêa Departamento de Química (FCUP) Centro de Investigação em Química (CIQ) Carlos Corrêa – Dióxido de azoto O dióxido de azoto, NO2, é um gás castanho-avermelhado que pode facilmente ser observado quando se trata cobre metálico com ácido nítrico concentrado, na presença de ar. 2 HNO3(conc.) + 3 Cu(s) + 6 H+(aq) 3 Cu2+(aq) + 2 NO(g) + 4 H2O(l) Incolor 2 NO(g) + O2 (ar) 2 NO2(g) Castanho-avermelhado 119 pm O N 119 pm 134º O O NO2 tem um electrão desemparelhado; é um radical livre. N O Pode dimerizar, dando N2O4: O N–N 2 O=N=O O O O O Carlos Corrêa – Dióxido de azoto Pode, também, preparar-se a partir de nitrito em meio ácido: O anião nitrito, em meio ácido, é protonado sucessivamente: NO2¯(aq) + H+(aq) HNO2(aq) HO-N=O(aq) + H+(aq) + HO––N=O (aq) H O ácido nitroso protonado decompõem-se dando o catião NO+ (agente de nitrosação de aminas): + HO––N=O (aq) H2O(l) + NO+ (aq) H que reage com NO2¯ dando NO e NO2: NO2¯+ NO+ NO(g) + NO2(g) Carlos Corrêa – Dióxido de azoto Já se referiu que o monóxido de azoto, NO (ou óxido nítrico), é rapidamente oxidado a NO2 pelo oxigénio do ar. 2 NO(g) + O2(g) 2 NO2(g) Vamos preparar NO numa seringa e observar a formação de NO2 (acastanhado) quando se mistura O2. Carlos Corrêa – Dióxido de azoto Preparação de NO a partir de HNO3 conc. + Cu Barquinha NO(g) HNO3 + Cu2+ Cu(s) 8 HNO3(conc.) + 3 Cu(s) 3 Cu(NO3)2(aq) + 2 NO(g) + 4 H2O(l) Carlos Corrêa – Dióxido de azoto Oxidação de NO(g) com O2(g) CLICAR O2(g) NO(g) Reparar na alteração da cor do gás na seringa (formação de NO2) Carlos Corrêa – Dióxido de azoto Preparação de NO e NO2 em seringa Barquinha com NaNO2 HCl(aq) aspirado para a seringa Carlos Corrêa – Dióxido de azoto Preparação de NO e NO2 em seringa Barquinha com NaNO2(s) CLICAR Carlos Corrêa – Dióxido de azoto Propriedades ácidas do NO2 +4 Dismutação +3 +5 2 NO2(g) + H2O(l) HNO2(aq) + HNO3(aq) NO2(g) HNO2(aq) + H2O(l) NO2¯(aq) + H3O+(aq) HNO3(aq) + H2O(l) NO3¯(aq) + H3O+(aq) Carlos Corrêa – Dióxido de azoto O NO2 e outros óxidos de azoto, quando libertados para a atmosfera, contribuem para a ocorrência de chuvas ácidas CLICAR NO2 NO2 Solução levemente alcalina (c/ Indicador Universal) Carlos Corrêa – Dióxido de azoto CLICAR NO2(g) Solução neutra Carlos Corrêa – Dióxido de azoto Oxidação do NO2 pelo KMnO4 (× 1) MnO4 ¯ + 8 H+ + 5 e¯ Mn2+ + 4 H2O (× 5) NO2 + H2O NO3¯ + 2 H+ + e¯ MnO4 ¯ + 5 NO2 + H2O Mn2+ + 5 NO3¯ + 2 H+ Rosa Incolor Rosa Incolor Carlos Corrêa – Dióxido de azoto CLICAR NO2 KMnO4(aq) Carlos Corrêa – Dióxido de azoto Oxidação do NO2 pelo Br2 (× 1) Br2 + 2 e¯ 2 Br ¯ (×2) NO2 + H2O NO3¯ + 2 H+ + e¯ Br2 + 2 NO2 + 2 H2O 2 Br ¯ + 2 NO3¯ + 4 H+ Amarelo-acastanhado Incolor Carlos Corrêa – Dióxido de azoto CLICAR NO2(g) Br2(aq) Carlos Corrêa – Dióxido de azoto Equilíbrio 2 NO2(g) N2O4(g) O N–N 2 O=N=O O O O A reacção é exotérmica (DH = -57,2 kJ / mol) pois forma-se uma ligação; o equilíbrio é deslocado no sentido directo quando se baixa a temperatura. 2 NO2(g) N2O4(g) Castanho Amarelo ténue Arrefecendo a mistura, a cor torna-se menos intensa, como veremos a seguir. Carlos Corrêa – Dióxido de azoto Água quente Água fria Carlos Corrêa – Dióxido de azoto Mais NO2 Temperatura mais alta Menos NO2 Temperatura mais baixa Carlos Corrêa – Dióxido de azoto A reacção dá-se com diminuição do número de moléculas no estado gasoso: 2 NO2(g) N2O4(g) Quando se aumenta a pressão, o equilíbrio desloca-se no sentido directo (menor número de moléculas) para se opor ao aumento da pressão. Vamos verificar isto experimentalmente. Carlos Corrêa – Dióxido de azoto O efeito não é tão nítido como no caso da alteração da temperatura Pressão mais alta Maior quantidade de NO2 Pressão mais baixa Pressão mais baixa Carlos Corrêa – Dióxido de azoto