CUSTOS DE PRODUÇÃO
O objetivo é dar suporte para o uso dos coeficientes técnicos e outros
subsídios necessários para o cálculo do custo e para a análise financeira da
produção de sementes.
Os custos podem ser classificados em fixos (seguro, depreciação, juros,
arrendamentos, etc) e variáveis (sementes, adubos, combustíveis, etc) (Ortigara,
1984).
Os custos de produção de sementes melhoradas envolve o valor básico de
custeio (Ocepar, 1986) mais custos com o manuseio, beneficiamento, secagem e
armazenamento das sementes (Almeida, 1985).
Para uma análise financeira é necessário calcular o ponto de equilíbrio, que
indica o volume de vendas necessário para cobrir os custos fixos e variáveis, o
que é diferente do ponto de equilíbrio da empresa que é atingido quando o lucro é
maximizado e o custo minimizado por unidade de produto (Almeida, 1985).
O ponto de equilíbrio pode ser calculado seguindo a fórmula:
P. E. = C. F. / M. C.u ou C. F. / M. C.(%)
sendo que P. E. é o ponto de equilíbrio, C. F. são custos fixos totais, M. C.u
é a margem de contribuição por unidade e M.C. (%) é a margem de contribuição
percentual.
A diferença entre o faturamento e os custos variáveis para um determinado
volume de vendas é denominada de Margem de Contribuição (Almeida, 1985).
Quanto maior for o valor da Margem de Contribuição melhores serão os resultados
líquidos da empresa. O resultado líquido é obtido subtraindo da margem de
contribuição os custos fixos. Na entresafra, deve-se, na medida do possível, gerar
receitas com a prestação de serviços. Nesta época a empresa opera com custos
fixos elevados. Na safra, a preocupação deve ser com os custos variáveis. Devese procurar reduzi-los ou não deixá-los expandir. Para uma empresa que num
determinado mês teve um faturamento de R$ 264.000,00, com um custo variável
de 64% deste faturamento haverá uma margem de contribuição de R$ 95.040,00.
Subtraindo, também, os custos fixos de R$ 68.640,00 haverá um resultado líquido
de R$ 26.400,00. Em outro exemplo, se os custos fixos forem de R$ 750.000,00, e
um saco tiver o preço de R$ 125,00 com custos variáveis de 70% obtem-se uma
margem de contribuição unitária de R$ 37,50. O ponto de equilíbrio será R$
750.000,00 dividido por R$ 37,50. O resultado será igual a 20.000 sacos. Como no
custo fixo está incluso valores não desembolsáveis com a depreciação, a emprêsa
poderá estar operando abaixo do ponto de equilíbrio. Se for subtraido dos custos
fixos (R$ 750.000,00) um valor não desembolsável de R$ 75.000,00 e o resultado
dividido por R$ 37,50 obtem-se um PE de 18.000 sacos. Assim a empresa estará
apenas liquidando as suas obrigações financeiras. É necessário ficar atento para
esta situação
PLANILHA 1 - Sugestão de uma planilha para custos de produção de sementes de
leguminosas e gramíneas forrageiras de inverno . Os coeficientes
devem ser atualizados pra cada espécie em particular.
ITENS
Operações
Conservação de
terraços
Aração
Gradeação
Plantio e Adubação
Aplicação de herbicidas
Capinas (2x)
Adubação de Cobertura
Aplicação de
Inseticidas
Aplicação de
Fungicidas
Transporte Interno
Colheita Mecanizada
Subtotal
Mão de Obra
Limpeza de máq. e
equip.
Plantio e adubação
Aplicação de
herbicidas.
Aplic. de Inset. e Fung.
Adubação em
Cobertura.
Transporte Interno.
Roguing
Ensaque
Sub-total
Insumos
Sementes
Fertilizantes
Sacaria
Sub total
Total Geral
Coef
0,50
2,70
2,00
1,00
0,60
2,00
0,60
0,60
1,20
0,80
1,20
0,30
0,10
0,08
0,24
0,08
0,10
6,00
3,00
40,00
26,00
Custo/unitário
R$/ha
ÍTENS COMPLEMENTARES
1. Valor da Matéria Prima:
É o preço do produto comercial recebido pelo cooperante ou o custo
levantado pelos coeficientes técnicos anteriores. No caso de gramíneas tropicais,
os custos podem começar a serem calculados a partir deste ítem, aproveitando,
quando necessário, os coeficientes listados na tabela anterior.
2. Vistoria de Lavouras
São custos de mão de obra especializada mais gastos com veículos.
a - Mão de Obra: Normalmente são necessários 2 agrônomos (1 responsável
técnico por 3.000 ha e 1 responsável pelo LASP, que pode vistoriar até 1.500 ha)
para acompanhar cerca de 4.500 ha de campos de sementes, tendo em média 3
visitas por campo durante um período de 6 meses (SEAB, 1996; FECOTRIGODETEC, 1977).
b - Veículos: Considera-se na planilha de custos um veículo POPULAR,
modelo STANDART ou similar. Considere o valor inicial, o valor final (20 % do
Valor Inicial), o valor médio, a vida útil de 5 anos e a utilização mensal de 1700
km.
a- Custos Variáveis:
Especificação
Combustíveis
Óleo Carter
Óleo Dif.
Lavagem e Graxa
Pneus e Câmaras
Peças e Oficina
Coef.
0,11
3l/5000 km
3l/5000 km
1/3000 km
4/30000 km
0,154/30000 km
Custo Unitário
Custo/ km.
Coef.
0,0144
1/12
1/12
1/12
0,011
Custo/Unitário.
Custo/km
b - Custos Fixos:
Especificações
Depreciação Mensal
Licenciamento
Seguro Obrigatório
Seguro do Carro
Remuneração do
Capital
3. Sacaria
A semente bruta é recebida em sacaria de juta que pode ser utilizada até‚ 3
vezes sendo que a beneficiada é embalada em sacaria de papel.
4. Bonificação
Sobre a semente aprovada é pago ao cooperante uma bonificação que
envolve um percentual superior ao preço recebido na venda paga consumo.
5. Análise
São realizadas duas análises para cada lote de semente. A primeira é
denominada de prévia e a segunda de definitiva. O custo de cada análise deve ser
cotado junto ao Laboratório Oficial de Análise de Sementes - CLASPAR no Estado
de Paraná; CATI no Estado de São Paulo e assim por diante, em cada Estado.
6. Associação de Classes
Considere o valor pago na APASEM
7. Anotação de Responsabilidade Técnica - ART.
É cobrada pelo número de campos inscritos.
8. Registro de Produtor e Comerciante
De acordo com o M. A. E é válido por um período de dois anos.
Registro de produtor
R$
Registro de comerciante R $
9. Inspeção
Considerar a taxa de inspeção para fiscalização e certificação conforme
orientações existentes na Secretária da Agricultura.
10. Armazenagem
Deve ser calculado conforme metodologia do item 15.
11. Controle de Pragas
Considere em média dois expurgos com fosfina na base de 1 tablete / 20
sacos, mais lona especial e mão de obra. Lonas de PVC possuem maior
capacidade de retenção de fosfina (Valentini et al., 1997).
12. Seguro do Produto
Considere o valor da semente vezes a alíquota do seguro dividido por 12 e
multiplicado por 5 meses.
13. Quebra técnica
Considerar em torno de 0,5 %
14. Beneficiamento
De acordo com levantamentos técnicos, a composição do quadro de
funcionários pode ser a seguinte:
FUNCÃO
Encarregado de Unidade
Armazenista Chefe
Operador de Máquina
Auxiliares de Operador
Operador de Empilhadeira
Forneiros
Amostrador
Balanceiro
Fiscais de Moega
Auxiliares
Vigias
Serventes
NUMERO DE FUNCIONÁRIOS
1
1
1
2
1
1
1
1
2
10
2
1
CUSTO
O custo total envolve salários mais encargos sociais cujo total se refere aos 5
(cinco) meses de armazenamento do produto. Não há necessidade de se ter todo
o conjunto de funcionários citados acima. Esta sugestão deve ser adaptada para
as necessidades de cada emprêsa.
A energia elétrica deve ser calculada de acordo com um consumo de 0,808
kwh/ saco.
Acrescentar mais depreciação, juros, seguros e conservação e reparos
conforme o item 15.
15. Custos da Usina de Beneficiamento de Sementes
ITEM
Imóveis e Const.
Maq. e Acessórios
Equip. e Utensílios
VALOR ATUAL
a - Depreciação
D = Va - Vr / Vida útil (25 anos)
b - Juros
J = ... % x V. M.
c - Seguros
S = .... x V. M.
d - Conservação e Reparos
C. R. = .... % x V(a)
VALOR RESIDUAL
20 %
10 %
10 %
VALOR MÉDIO
17. Despesas administrativas
Considerar um acréscimo percentual sobre os custos de produção e de
beneficiamento para o uso de telefone, fax, Internet, xerox, energia elétrica e
material de expediente, marketing e etc.
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CUSTOS DE PRODUÇÃO O objetivo é dar suporte para o uso dos