Cigarrinha Época de chuvas: cuidado com a cigarrinha-das-raízes! Com o avanço da colheita mecânica e a redução da queima nos canaviais, a Mahanarva fimbriolata, mais conhecida como a cigarrinha-das-raízes, tem trazido sérios danos à cana-de-açúcar. A partir de 2003, a praga teve uma evolução constante nos canaviais de cooperados da Coplana, que englobam uma área de aproximadamente 200 mil hectares, em 60 municípios. O controle da praga tem impactos muito significativos no resultado que o produtor obtém com a cultura. Assim, é necessário trabalhar de maneira estratégica, usan- do todo o conhecimento e tecnologia disponíveis para amenizar possíveis perdas. De acordo com Amauri Frizzas, do Departamento Técnico-Comercial, a Coplana auxilia o cooperado a otimizar os recursos existentes na propriedade, e informa sobre o melhor tipo de manejo. “Quanto ao controle da cigarrinha, é importante para o produtor perceber que o monitoramento da praga só vai gerar benefícios para o negócio. Quando esse monitoramento ocorre adequadamente, o agrônomo consegue tomar a decisão correta, para evitar perdas”, afirma. Por outro lado, quando o procedimento não é feito, não há resultados satisfatórios. Com o apoio de empresas parceiras, a Coplana promoveu um dia de campo em Jaboticabal, para mostrar aos funcionários dos cooperados, como é feito o monitoramento para a cigarrinha-das-raízes e a broca-da-cana. Essa é uma iniciativa dentro do Programa de Assistência Integral ao Cooperado, que ocorrerá também em outras filiais para que todos tenham acesso. A equipe da área técnica e os agrônomos da área comercial estão treinados e atualizados para agir contra essa e outras pragas da cana-de-açúcar. O avanço da cigarrinha Postura Adultos 15-20 dias Fêmeas Seco e Frio Diapausa Úmido e Quente Eclodem Ovos 15-20 dias Ninfas 50 -60 dias 18 - Revista Coplana - Janeiro 2009 Ninfas (5 Instares) Sugam seiva Com a prática da queima durante a colheita da cana, havia um controle natural da praga, uma vez que os ovos eram destruídos pelo fogo. Hoje, com o uso da colheita mecanizada, há o acúmulo de palhada na área e aumento da umidade do solo. Esse é um ambiente ideal para a reprodução e desenvolvimento do inseto. O período do início das chuvas e aumento da temperatura, em outubro, é quando a cigarrinha da cana-de-açúcar começa a “atacar” a lavoura. O pico populacional da praga ocorre entre dezembro e janeiro, com redução significativa somente a partir de abril. escondida na espuma para se proteger do sol, evitando assim a dissecação. O ciclo evolutivo da cigarrinha varia de 65 a 85 dias. Ambientes úmidos e quentes favorecem imensamente o desenvolvimento da cigarrinha. Amauri Frizzas: monitorar adequadamente a cigarrinha, evita prejuízos à lavoura A maior parte dos danos à lavoura é causada pelas ninfas, que sugam grande quantidade de água e nutrientes das raízes. Já os adultos atacam as seivas das folhas. Além de tirarem nutrientes necessários ao desenvolvimento da cana, tanto as ninfas como os adultos injetam uma toxina que necrosa os tecidos foliares e radiculares da planta. Isso influencia diretamente na produtividade, podendo chegar a uma queda de 36%, causada pelo adulto, e 41%, pela ninfa, por tonelada de cana por hectare. Levantamento populacional O objetivo do monitoramento da praga é determinar onde, quando aplicar e o tipo de medida de controle a ser feito, avaliando a eficiência do processo a ser realizado. É muito importante que de outubro até abril todos os produtores façam um levantamento populacional da cigarrinha a cada 15 dias. Em épocas de altas infestações, o recomendável é que o procedimen- to ocorra semanalmente. A Coplana segue as especificações do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira). O levantamento consiste em fazer amostras de 18 pontos por hectare, de acordo com o caminhamento (conforme figura abaixo). Cada ponto consiste em uma rua de cana e um metro amostrado, totalizando 18 metros por hectare. Nesses 18 metros retira-se a palha da base da touceira e contase o número de adultos e ninfas. Acima de duas ninfas por metro pode ser realizado o controle químico das cigarrinhas. Abaixo dessa quantidade é recomendável o controle biológico com o fungo Metarhizium anisopliae. Você, produtor, esteja atento ao levantamento e controle da cigarrinha. Todos os agrônomos da Coplana e o departamento Técnico-Comercial estão à disposição para quaisquer dúvidas. Ciclo Durante toda a fase adulta, uma fêmea deposita de 310 a 380 ovos. Após 20 dias da postura desses ovos, as ninfas eclodem e vão para as raízes, onde começam a sugar a seiva. Entre 40 e 65 dias, de acordo com a temperatura e umidade, elas passam por cinco estágios de crescimento até se tornarem adultas. Nesse período, a ninfa fica Revista Coplana - 19