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SURF NAS ALTURAS
Tecnologia é superar limites. E quando você pensa que todos os recursos já foram usados, nos forçamos a olhar mais
além, acima das nossas cabeças: para as nuvens
por Renata Figueiredo
De todas as grandes ideias que
viraram realidade, o mundo virtual é
o que mais tem trazido a certeza de
que o impossível não existe. Porque
entre um garoto que cria um sistema
de compartilhamento de música q
que
muda pra sempre a indústria
das gravadoras e outro que,
em um quarto escuro de Har-vard, cria a maior rede social
do planeta deparamo-nos com
a computação em nuvem.
O conceito não é uma novidade
no mundo de TI, mas o primeiro
serviço que se assemelha a ideia
de ”nuvem” foi criado pelo sueco
Fredrik Malmer, era um ambiente
operacional para usuários. Em 1999
surge a empresa WebOs. Inc (EUA)
que comprou os direitos do sistema
de Fredrik com o objetivo criar um
ambiente operacional inteiro com
suporte suficiente para desenvolver
outros aplicativos auxiliares.
“A área de TI sempre questionou
os grandes custos, principalmente
com infraestrutura. E sempre houve
interesse das empresas em pagar somente pelo que se usa. Esse conceito
já vem desde o inicio da informática,
com o processamento de computadores de grande porte”, afirma Izaias
Porfirio, professor de Gestão em Tecnologia da Informação.
Na mesma época outra empresa
aparece, a Salesforce.com. Criada por
Marc Benioff, foi uma das pioneiras
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a oferecer esse tipo de serviço para o
mundo corporativo. Dez anos depois
as grandes empresas como Google,
Microsoft, Apple voltam seus olhos
para os estudos e lançamento de
poserviços na nuvem, voltados a po
bres usuários como nós. “A Cloud é
uma evolução do modo como se usa
aplicativos e ocorreu neste momento
porque temos mais recursos tecnológicos para o desenvolvimento desse
tipo de serviço”, salienta Izaias.
Será um pássaro, um avião?
De maneira resumida, funciona da
seguinte forma. O seu computador,
aquele mesmo com Windows 98 que
você insiste em não atualizar porque
acha que sendo Windows o primeiro
nome, o resultado é tudo igual, precisa ter acesso à internet (pelo menos
isso ok). A partir dai você pode acessar programas e armazenar arquivos
usando a internet como porta de entrada e saída.
O que muda é que ao invés de
você ter que comprar uma série de
programas, desculpa, repetindo ao
invés de você ter que “baixar” uma
série de programas e encher o HD da
sua máquina. Você pode acessar um
software de interface para nuvem,
fornecido por determinada empresa e usar esses mesmos programas,
economizando memória e espaço, e
finalmente você vai poder encher o
seu computador com aquelas
fotinhas que você gosta tanto
e acha que ninguém sabe.
Os dados armazenados
pela nuvem ficam em grandes datas centers que podem
estar em qualquer lugar do planeta.
“Geralmente as empresas que usam
Cloud não sabem onde os dados são
armazenados. É importante que o
cliente esteja ciente disso, ele pode
sim possuir a informação de onde
está os seus dados, basta perguntar
ao fornecedor onde fica o data center
da infraestrutura da Cloud”. Comenta Walter Varella, mestre em Engenharia pela USP.
E o que temos para hoje?
Existem hoje em dia vários serviços que se baseiam na nuvem para
funcionar. Desde serviços de e-mail,
que disponibilizam editores de texto
e tabelas, como o Hotmail, que possui o “Sky Drive”, e também o Google, que possui vários aplicativos que
funcionam direto do seu navegador,
como o Gmail, por exemplo.
Aliás, o empenho da Google é tanto quando se trata de nuvem que a
empresa já criou o seu próprio siste-
ma operacional baseado na nuvem.
O Chrome OS, nele tudo funciona
pela nuvem, os drivers e os programas são disponibilizados na rede.
Outro serviço interessante é o de
sincronização de arquivos. Neste
quesito o Dropbox é o mais conhecido. Nele você copia ou move um arquivo para um determinado espaço
no seu HD, e automaticamente é feita
uma copia para nuvem. Inicialmente
você tem 2 GB de espaço gratuito.
Sem falar no dinossauro 4shared,
um serviço on-line, onde você armazena músicas, vídeos, fotos e textos
e os acessa a partir de um simples
login. Os dados armazenados ficam
disponíveis para serem baixados por
qualquer usuário do serviço, o que
pode ser a parte chata da história.
É claro que nem tudo é uma ma-
ravilha quando se trata de nuvem. A
questão da segurança é uma das preocupações de quem utiliza esse tipo de
serviço. “Uma empresa pode acabar
expondo dados importantes em uma
rede de internet, por outro lado a prin-
cipal vantagem é que você paga realmente por aquilo que está utilizando
e isso permite uma grande redução
de custos no investimento da infraestrutura”. Diz Renato Cruz, jornalista
especializado em tecnologia.
Renato Cruz, Jornalista especializado em Tecnologia. Créditos: Renato Cruz
AS VÁRIAS FORMAS QUE UMA NUVEM PODE TER
A computação em nuvem é um conceito muito complexo,
mas existem tipos de serviços mais comuns entre os usuários
IaaS (Infrastructure as a Service):
Neste tipo de serviço é oferecido, digamos, o pacote
completo para o cliente. A empresa utiliza tanto o Hadware quanto o Software, além de disponibilizar servidores, espaço para armazenar dados, tudo configurado
de acordo com a necessidade de uso. O cliente ou organização não tem controle da estrutura física, mas sim
de estruturas virtuais, como a Amazon, por exemplo.
PaaS (Platform as a Service)
Numa tradução mais literal é uma plataforma de
serviço. O usuário pode desenvolver aplicações, criar
sites e armazenar dados. Neste tipo de plataforma o
usuário não precisa se preocupar com questões de gerenciamento de hardware, isso é de responsabilidade
da própria empresa que fornece o serviço. O Google e
a AppEngine utilizam esse sistema.
Saas (Software as a Service)
Traduzindo para o português, é um “software
como serviço”. Este tipo de modelo disponibiliza
para os usuários softwares com funções definidas
através da internet. Você só precisa de um navegador para web, sendo poupado de administrar qualquer infraestrutura. O software é executado de um
servidor remoto oferecido por determinada empresa, por exemplo a Microsoft Live.
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