MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DE SEMENTES
RENDIMENTO DE CULTIVARES DE MILHO E SOJA EM
DIFERENTES ZONAS AGROCLIMÁTICAS DO PARAGUAI
BLANCA JULIA NÚÑEZ TEIXIDÓ
PELOTAS, RS - BRASIL
2013
BLANCA JULIA NÚÑEZ TEIXIDÓ
RENDIMENTO DE CULTIVARES DE MILHO E SOJA EM
DIFERENTES ZONAS AGROCLIMÁTICAS DO PARAGUAI
Tese apresentada ao Programa de PósGraduação em Ciência e Tecnologia de
Sementes da Universidade Federal de
Pelotas, Faculdade de Agronomia Eliseu
Maciel, sob orientação do Professor Dr.
Francisco Amaral Villela, como parte das
exigências para obtenção do Título de Doutor
em Ciências.
PELOTAS, RS - BRASIL
2013
Dados de catalogação na fonte:
(Marlene Cravo Castillo – CRB-10/744)
T266r Teixidó, Blanca Julia Núñes
Rendimentos de cultivares de milho e soja em
diferentes zonas agroclimática do Paraguai / Blanca Julia
Núñes Teixidó; orientador Francisco Amaral Villela Pelotas, 2013.
58f.
Tese de Doutorado do Programa de Pós-graduação em
Ciência e Tecnologia de Sementes. Faculdade de
Agronomia Eliseu Maciel. Universidade Federal de Pelotas.
Pelotas, 2013.
1. Glycine max, Zea mays; 2. VCU; 3. Rendimento;
4. Peso de sementes I. Villela, Francisco Amaral
(orientador); II.Título.
CDD
631.521
RENDIMENTO DE CULTIVARES DE MILHO E SOJA EM
DIFERENTES ZONAS AGROCLIMÁTICAS DO PARAGUAI
AUTOR: Blanca Julia Núñez Teixidó
ORIENTADOR: Prof. Francisco Amaral Villela, Dr.
CO-ORIENTADOR: Engo Agro Geri Eduardo Meneghello, Dr.
COMISSÃO EXAMINADORA
Prof. FRANCISCO AMARAL VILLELA, Dr.
Orientador
Prof. ORLANDO ANTONIO LUCCA FILHO, Dr.
Engo Agro GERI EDUARDO MENEGHELLO, Dr.
Dra JULIANA DE SOUZA DODE
Dra ANDREIA DA SILVA ALMEIDA
DEDICATÓRIA
À memória de meus amados pais, Eulália e Benicio,
meu querido irmão Orlando, que desde a eternidade
acompanham e guiam cada instante da minha vida.
À minha família, fonte de inspiração e alegria, amor e
apoio incondicional em cada momento.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela infinita bondade, pelas graças recebidas, por ME permitir
chegar a este ponto e cumprir meus objetivos.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Francisco Amaral Villela, pela ajuda, incentivo,
paciência e amizade.
Ao meu co-orientador, Dr. Geri Eduardo Meneghello, pela amizade,
paciência e colaboração.
Às Empresas MONSANTO S.A e AGROLINK S.A.I.C, pela disponibilidade
dos dados.
A todos os que me ajudaram direta e indiretamente na realização deste
trabalho.
LISTA DE FIGURAS
Página
FIGURA 1.
Localização geográfica do Paraguai na América do Sul .............
FIGURA 2.
Evolução da área semeada, produção e rendimento de milho
13
no Paraguai desde 1997 a 2013 .................................................
14
FIGURA 3.
Principais zonas produtoras de milho no Paraguai .....................
14
FIGURA 4.
Evolução da exportação de milho no Paraguai de 1997 a 2011
com respectiva produção ............................................................
FIGURA 5.
Mapa do Paraguai com localização de áreas de semeadura de
milho e soja safrinha ...................................................................
FIGURA 6.
17
Principais zonas produtoras (departamentos) de soja no
Paraguai, com respectivas áreas de produção ...........................
FIGURA 9.
16
Evolução da produção e exportação de soja no período 2005 e
2011 e as consequências na exportação de soja no Paraguai ...
FIGURA 8.
15
Evolução da área semeada, produção e rendimento de soja no
Paraguai ......................................................................................
FIGURA 7.
15
17
Posicionamento do Paraguai no ranking de exportadores de
soja a nível mundial no período 2005/2006 e 2010/2011 ............
18
FIGURA 10. Evolução da capacidade de armazenamento para grãos de
soja no Paraguai desde o ano 2002 até 2010 .............................
19
FIGURA 11. Estimativa da área de semeadura de soja para a safra 2010 e
2011 ............................................................................................
20
FIGURA 12. Performance em rendimento em (kg.ha-1) dos híbridos safrinha
de milho, na localidade de Santa Rita .........................................
37
FIGURA 13. Destaca-se a localidade de Santa Rita, onde os híbridos de
milho safra apresentaram melhores rendimentos em (kg.ha-1) ...
43
FIGURA 14. Localidades e as cultivares de soja com melhor performance
em rendimento em (kg.ha-1) ........................................................
47
FIGURA 15. Localidades onde as cultivares de soja tiveram melhor
performance em de peso 100 semente em (g) ...........................
50
LISTA DE TABELAS
Página
TABELA 1. Número de variedades inscritos no RNCP e RNCP por espécie
no Paraguai em 2013 ..................................................................
23
TABELA 2. Características de localidades onde foram instalados os
ensaios de milho anos 2009 e 2010 ............................................
30
TABELA 3. Características de localidades onde foram instalados os
ensaios de milho anos 2009 e 2010 ............................................
32
TABELA 4. Rendimento médio (kg/ha) de híbridos de milho safrinha
submetidos à avaliação de valor de cultivo e uso em cinco
locais da Oriental Região do Paraguai ano .................................
TABELA 5. Rendimento
médio
(kg/ha)
híbridos
de
milho
36
safrinha
submetidas à avaliação de valor de cultivo e uso em cinco
locais da Região Oriental do Paraguai ano 2010 ........................
37
TABELA 6. Rendimento médio (kg/ha) de híbridos de milho safra
submetidas à avaliação de valor de cultivo e uso em cinco
locais da Região Oriental do Paraguai ano 2009 ........................
42
TABELA 7. Rendimento médio (kg/ha) de híbridos de milho safra
submetidas a testes de avaliação de valor de cultivo e uso em
cinco locais da Região Oriental do Paraguai ano ........................
42
TABELA 8. Rendimento médio (kg/ha) cultivares de soja de submetidas à
avaliação de valor de cultivo e uso em quatro locais da Região
Oriental do Paraguai ano 2008 ...................................................
46
TABELA 9. Rendimento médio (kg/ha) cultivares de soja de submetidas à
avaliação de valor de cultivo e uso em quatro locais da Região
Oriental do Paraguai ano 2009 ...................................................
46
TABELA 10. Peso de 100 sementes (g) cultivares de soja de submetidas à
avaliação de valor de cultivo e uso em quatro locais da Região
Oriental do Paraguai ano 2008 ...................................................
49
TABELA 11. Peso de 100 sementes (g) cultivares de soja de submetidas à
avaliação de valor de cultivo e uso em quatro locais da Região
Oriental do Paraguai ano ............................................................
49
LISTA DE SIGLAS
Cámara Paraguaya de Exportadores y Comercializadores de
Cereales y Oleaginosas .................................................................. CAPECO
Departamento de Protección y Uso de Variedades ......................... DPUV
Dirección de Semillas ...................................................................... DISE
Dirección de Investigación Agrícola ................................................ DIA
Instituto de Biotecnologia Agrìcola .................................................. INBIO
Ministerio de Agricultura y Ganadería ............................................. MAG
Registro Nacional de Cultivares Protegidos .................................... RNCP
Registro Nacional de Cultivares Comerciales ................................. RNCC
Registro Nacional de Evaluadores de Variedades .......................... RNEV
Servicio Nacional de Calidad y Sanidad y de Semillas ................... SENAVE
RESUMO
TEIXIDÓ, Blanca Julia Nuñez. Rendimento de cultivares de milho e soja em
diferentes zonas agroclimáticas do Paraguai. Pelotas, 2013. 58f. Tese
(Doutorado) – Programa de Pòs-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes,
Universidade Federal de Pelotas.
A área de produção de soja no Paraguai teve um aumento considerável desde o ano
1996. Incrementou-se na safra 2004\05 como resultado da introdução de cultivares
transgênicas e produção de sementes destas cultivares no país, sendo o quarto
maior exportador mundial de grãos de soja. A estimativa de área de produção de
soja para a campanha 2012/13 e de 3.157.600 há com uma produção de 9.367.298
toneladas A área de produção de grãos de milho no Paraguai teve aumento
considerável a partir do ano 2002, a estimativa de produção de milho para a
campanha 2012/13 e de 983.899 há com uma produção de 3.935.596 toneladas.
Para a liberação comercial as novas cultivares deverão passar por dois anos de
avaliação agronômica em zonas agroclimàticas da região Oriental do Paraguai de
importância às diferentes espécies. Este trabalho visou avaliar o rendimento de
cinco cultivares de soja, FT20-267, FT20-268, FRO4- 179, FRO4- 164, FTO3- 482
comparadas com as cultivares referência CD 214 RR e EMBRAPA 48. Foram
avaliadas em Zona Sul: Bella Vista, (Departamento de Itapuá); Zona Leste: Santa
Rita, (Departamento de Alto Paraná) e Nova Esperanza (Departamento de
Canindeyú); Zona Central: Campo 9, (Departamento de Caaguazú) e Zona Norte:
Pedro Juan Caballero, (Departamento de Amambay), e de cinco híbridos de milho
DAS 2B 710, AS 1551, AS 1590, DAS 2B 688, P 30K75 comparados com os
híbridos de referência DKB 390 e MAXIMUS. Foram avaliadas em Zona Sul: Colonia
Fran, (Departamento de Itapuá); Zona Leste: Santa Rita, (Departamento de Alto
Paraná) e Yjhovy (Departamento de Canindeyú); Zona Central: Campo 9,
(Departamento de Caaguazú) e Zona Norte: Guayaybi, (Departamento de San
Pedro). Cada parcela de soja foi constituída por quatro fileiras de 5,0 m de
comprimento, com 0,45 m de espaçamento entre fileiras. A superfície útil das
parcelas foi de 3,6 m2 em três repetições. Foram avaliados rendimento e peso de
100 sementes As cultivares avaliadas mostraram, de maneira geral rendimento e
peso de 100 sementes superiores ou similares as cultivares referência CD 214 RR e
EMBRAPA 48; todas as cultivares avaliadas apresentaram rendimento e peso de
100 sementes superiores na localidade de Pedro Juan Caballero Cada parcela de
híbrido foi constituída por quatro fileiras de 5,0 m de comprimento, com 0,52 m de
separação entre fileiras. A área útil de parcela foi de 10,40 m2, unidade experimental
em três repetições.Na safra os híbridos mostraram, rendimento similares aos
híbridos referência DKB 390 e MAXIMUS nos dois anos de avaliação.Na safrinha
2009 e 2010 o híbrido AS 1551 apresentou rendimento superior em comparação aos
demais híbridos e aos de referência DKB 390 e MAXIMUS nos dois anos. Em 2009 e
2010, os híbridos de milho apresentaram na safra e na safrinha, rendimento superior
na localidade de Santa Rita em relação as demais localidades.
Palavras-chave: Glycine max, Zea mays, VCU, rendimento, peso de sementes.
ABSTRACT
TEIXIDÓ, Blanca Julia Nuñez. Corn and soybean cultivars yield in different agroclimatic zones in Paraguay. 2013. 58pag. Thesis (Doctoral) - Post-graduate course
in seed science and technology, Federal University of Pelotas, Pelotas, RS.
The area under soybean production in Paraguay has increased considerably since
1996s. It has increased during 2004\05 as a result of the introduction of transgenic
cultivars and seed production of these varieties. The country becomes the fourth
largest soybeans exporter in the world. The area estimated soybean production for
the 2012/13 season and 3.157.600 ha with a production of 9.367.298 of tons. The
area of maize grain in Paraguay has increased considerably since 2002, the
estimated maize production for the 2012/13 season was 983.899 ha with a
production of 3.935.596 tons. Evaluation of new cultivars to commercial release
includes agronomic evaluation for two years in agro-climatic zones of the Eastern
Region of Paraguay. Therefore, this study aimed to evaluate the following five
soybean cultivars yield, FT20-267, FT20-268, FRO4-179, FRO4-164, FTO3-482 and
to compare them to the two reference cultivars (CD 214-RR and EMBRAPA 48). The
cultivars were evaluated in South Zone: Bella Vista, (Itapuá department); East Zone:
Santa Rita, (Alto Paraná Department) and New Esperanza (Canindeyú Department),
Central Zone: Field 9, (Caaguazú Department) and North Zone: Pedro Juan
Caballero (Amambay Department). The following five corn hybrids DAS 2B 710, AS
1551, AS 1590, DAS 2B 688, P 30K75 were compared with the reference hybrids
DKB 390 and MAXIMUS. They were evaluated in South Zone: Colonia Fran, (Itapuá
Department); East Zone: Santa Rita, (Alto Paraná Department) and Yjhovy
(Canindeyú Department), Central Zone: Field 9, (Caaguazú Department) and North
Zone: Guayaybi, (San Pedro Department). Each plot consisted of four soybean rows
of 5.0 m long and 0.45 m spacing between rows. The useful plot area was 3.6 m2
plots with three replications. Yield and weight of 100 seeds were evaluated. The
cultivars showed, in general yield and weight of 100 seeds higher or similar to the
reference cultivars CD 214-RR and EMBRAPA 48, all cultivars showed yield and
weight of 100 seeds higher in Pedro Juan Caballero. Each plot of hybrid consisted of
four rows of 5.0 m long with 0.52 m spacing between rows. The useful area was
10.40 m², in three experimental unit replications. In the two years of evaluation (2009
and 2010) of the hybrids showed similar performance to the reference hybrids DKB
390 and MAXIMUS. The Hybrid AS 1551 in out season showed a higher yield
compared to other hybrids and also with the references hybrids DKB 390 and
MAXIMUS during the two years of evaluation. In 2009 and 2010, the hybrids showed
in season and off season, higher yield in Santa Rita in relation to other locations.
Key words: Glycine max, Zea mays, VCU, yield, seed weight.
SUMÁRIO
Página
COMISSÃO EXAMINADORA ..........................................................................
2
DEDICATÓRIA ................................................................................................
3
AGRADECIMENTOS .......................................................................................
4
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................
5
LISTA DE TABELAS .......................................................................................
6
LISTA DE SIGLAS ...........................................................................................
7
RESUMO..........................................................................................................
8
ABSTRACT......................................................................................................
9
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................
11
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................
13
2.2. PRODUÇÃO DE SEMENTES NO PARAGUAI.
2.3. INTERAÇÃO GENOTIPO AMBIENTE
3.1. MILHO
2.1. SITUAÇÃO ATUAL DA PRODUÇÃO DE MILHO E SOJA NO PARAGUAI ..
13
2.2. PRODUÇÃO DE SEMENTES NO PARAGUAI .........................................
21
2.3. INTERAÇÃO GENÓTIPO AMBIENTE ......................................................
24
3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................
28
3.1 MILHO ........................................................................................................
29
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................
32
4.1. MILHO .......................................................................................................
33
4.2. MILHO SAFRINHA ....................................................................................
38
4.3. SOJA .........................................................................................................
43
4.3.1. Rendimento ...........................................................................................
43
4.3.2. Peso de 100 sementes .........................................................................
47
5. CONCLUSÃO ..............................................................................................
50
6. REFERÊNCIAS ............................................................................................
51
ANEXOS ..........................................................................................................
55
1 INTRODUÇÃO
A terra dos guaranis é um dos centros de origem da agricultura. Esta se
originou em zonas selváticas onde é muito difícil obter alimentos pelo fato dos
recursos encontrarem-se muito dispersos. Como uma adaptação à selva,
desenvolveram um sistema especial para cultivar denominado roça e queima.
O milho é um cereal nativo da América, cujo centro de origem de
domesticação foi à Mesoamérica, de onde se difundiu para todo o continente. Não
há consenso sobre o início da domesticação do milho, mas os indígenas mexicanos
dizem que esta espécie representa dez mil anos de cultura (RIVEIRO, 2004).
O milho (Zea mays L.) é o segundo cereal de maior produção mundial,
superado somente pelo trigo (Triticum aestivum L.), utilizado para consumo humano
e como recurso energético nos sistemas de produção agropecuários (JAHN et al.,
2000; ROJAS e MANRÍQUEZ, 2001).
O milho é um dos cerais mais importantes na história do Paraguai difundido
através de todo o país, tem satisfatório rendimento e vários sãos os materiais
cultivados e experimentados em distintas zonas do pais, foi sempre considerado de
consumo próprio, mas tem se transformado em cultura de renda para o comércio
externo.
A cultura do milho aumentou substancialmente em 1995 em área cultivada
(52%), registrando-se aumento da produtividade graças a utilização de híbridos com
alto potencial de rendimento e de novas tecnologias. No ano 2012 foram aprovados
18 híbridos transgênicos de milho.
A soja e uma oleaginosa nativa do norte e centro da China, apreciada pelo
seu alto conteúdo de proteína e médio de aceite, os grãos de soja e seus derivados
(aceite e farinha de soja principalmente) sãos utilizados na alimentação humana e
animal e se comercializa em todo o mundo por seus variados usos (MAG, 2010).
O cultivo da soja (Glycine max M.) foi introduzido no Paraguai no ano 1921,
pelo Dr. Pedro Ciancio, oriundo do Departamento de Caazapá. O aumento da área
cultivada em principio no sul da Região Oriental, estende-se rapidamente ao leste e
norte do litoral do Alto Paraná (MAG, 2010).
A área de produção de grãos de soja no Paraguai teve aumento
considerável a partir do ano 1996 com a expansão da fronteira agrícola e com a
12
implementação de novas técnicas de cultivo, o Paraguai foi um dos pioneiros no
plantio direto, a produção incrementa-se na campanha 2004\05 como resultado da
liberação da soja transgênica RR no país, sendo atualmente o quarto maior produtor
a nível mundial de soja (CAPECO, 2012).
Neste contexto, aumenta a demanda por novas cultivares no mercado
nacional de sementes, considerando que praticamente a totalidade de semente
necessária para a produção de grãos era importada, a produção nacional de
sementes assim como a disponibilidade de novos materiais de qualidade torna-se
cada vez mais necessária e importante.
A habilitação do Registro Nacional de Cultivares Protegidos (RNCP) e do
Registro Nacional de Cultivares Comerciais (RNCC) e posteriormente do Registro de
Avaliadores de Cultivares (RNEV) na Direção de Sementes da (DISE) surge como
parte do processo de avanço na área de sementes da instituição e como resposta às
necessidades do setor produtivo no Paraguai.
Este trabalho baseia-se numa das variáveis que compõem os ensaios de
avaliação agronômica, rendimento de cultivares de milho e soja em zonas
agroclimáticas diferentes do Paraguai.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. SITUAÇÃO ATUAL DA PRODUÇÃO DE MILHO E SOJA NO PARAGUAI
No Paraguai país mediterrâneo localizado no centro de América do sul, as
principais zonas de produção de milho e soja estão localizadas na Região Oriental e
abarcam desde a Latitude sul 28º (Departamento de Itapúa) até a Latitude norte 22º
(Departamento de Amambay) (Figura1).
FIGURA 1. Localização geográfica do Paraguai na América do Sul, destacando a região oriental
como zona de produção das grandes culturas no Paraguai, segundo dados de CAPECO
(2011- 2012).
O milho representa o segundo rubro agrícola mais importante no país com
média de produção de mais o menos três milhões de toneladas. De 1997 a 2012, a
área cultivada com milho aumentou 188%, enquanto a produção aumentou 400%,
fato atribuído em grande parte ao incremento da produtividade de praticamente 40%
(Figura 2).
14
4500000
5000
4000000
Área (há)
4500
3500000
Produção (T)
4000
3000000
Rendimento (T ha‐1
3500
3000
2500000
2500
2000000
2000
1500000
1500
1000000
1000
500000
500
0
0
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
FIGURA 2. Evolução da área semeada, produção e rendimento de milho no Paraguai desde 1997 a
2013 (CAPECO, 2013).
No Paraguai as principais zonas produtoras de milho de acordo com a produção são
os departamentos de Alto Paraná, Canindeyú, San Pedro e Itapúa localizados na
Região Oriental (Figura 3).
Àrea (ha)
Produção (kg.ha-1)
FIGURA 3.
Observam- se as principais zonas produtoras de milho no Paraguai, tomando em
consideração áreas de cultivo e produção (CAPECO 2012).
15
Pode-se observar que em termos de comércio exterior, a exportação de
milho no Paraguai teve um aumento a partir do ano 1997, chegando a 1.936.984
toneladas no ano 2011 (Figura 4).
FIGURA 4. Observa-se a evolução da exportação de milho no Paraguai de 1997 a 2011 com
respectiva produção (CAPECO 2011).
O Departamento de Alto Paraná, foi o maior produtor de milho safrinha no
ano 2010 com 37% do total da produção (Figura 5).
FIGURA 5. Mapa do Paraguai com localização de áreas de semeadura de milho e soja safrinha
(INBIO, 2011)
16
A estimativa de área de produção de soja para a safra 2012/13 e de
3.157.600 há com uma produção de 9.367.298 toneladas segundo dados CAPECO
(2012/13). A soja no período de 1997 a 2012 praticamente triplicou a área cultivada,
bem como a produção, visto que os ganhos de produtividade foram marginais
(Figura 6).
10000000
9000000
8000000
Área (há)
3500
Produção (T)
Rendimento (T ha‐1
3000
2500
7000000
6000000
2000
5000000
1500
4000000
3000000
1000
2000000
500
1000000
0
0
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
FIGURA 6. Observa-se a evolução da área semeada, produção e rendimento de soja no Paraguai
desde 1997 a 2013 (CAPECO, 2011).
Observam-se variações importantes na produção e exportação de soja entre
os anos 2006 e 2008 (57% de aumento), 2008 e 2009 (52% diminuição) como
consequência de falta de chuvas nas regiões produtoras, em 2009 e 2010 (55%
aumento). Em 2010/2011, a exportação alcançou 75% da produção (Figura 7).
17
FIGURA 7. Destaca-se a evolução da produção e exportação de soja no período 2005 a 2011 e as
consequências na exportação de soja no Paraguai (CAPECO, 2011).
O Departamento de Alto Paraná e a principal zona produtora de soja no
Paraguai, com uma área cultivada de 741.842ha, que corresponde ao 25% de toda a
área de produção nacional (Figura 8).
FIGURA 8. Principais zonas produtoras (departamentos) de soja no Paraguai, com respectivas áreas
de produção (CAPECO 2012).
18
O
desenvolvimento
tecnológico
aplicado
a
produção
agrícola
tem
posicionado a soja como a cultura de maior importância em quanto a ingresso de
divisas no país. O Paraguai e o quarto maior exportador de grãos de soja em nível
mundial (Figura 9).
FIGURA 9. Destaca-se o posicionamento do Paraguai no ranking de exportadores de soja a nível
mundial no período 2005/2006 e 2010/2011, com respectivas produções (CAPECO,
2011).
O setor privado a traves da CAPECO, tem feito inversões importantes para
em silos para grãos de soja a fim de aumentar a capacidade de armazenamento, no
ano 2002 registrava-se no país 526 silos com uma capacidade de armazenamento
de 4.686. 560 toneladas, para 2004 a capacidade dos mesmos era 5.111.901
toneladas com 550 silos, sendo que atualmente se conta com 24 novos silos e 36
ampliados e uma capacidade ampliada de 433.341 toneladas segundo dados de
CAPECO 2010/11 (Figura 10).
19
SILOS CENSADOS EM 2004
SILOS NOVOS
FIGURA 10. Observa-se a evolução da capacidade de armazenamento para grãos de soja no
Paraguai desde o ano 2002 até 2010 (CAPECO 2011).
20
O Departamento de Alto Paraná com uma superficie equivalente ao 29% do
total da área estimada para a safra 2010/20112010/2011, foi o maior produtor de
soja do Paraguai (Figura 11).
FIGURA 11. Estimativa da área de semeadura de soja para a safra 2010/2011(CAPECO 2011).
21
2.2. PRODUÇÃO DE SEMENTES NO PARAGUAI.
No Paraguai, a produção de sementes é regida pela Lei Nº 385/94 “De Semillas
y Protección de Cultivares”, sendo a autoridade de aplicação a Dirección de Semillas
(DISE) do Servicio Nacional de Calidad y Sanidad Vegetal y de Semillas (SENAVE).
O Departamento de Protección y Uso de Variedades (DPUV) da DISE foi
estabelecido pela Lei Nº 385/94 “De Semillas y Protección de Cultivares”. As
primeiras inscrições de variedades nos registros do DPUV datam de 1996, conforme
os seguintes registros:
a- Registro Nacional de Cultivares Protegidos (RNCP) tem a finalidade de
proteger os direitos do obtentor; a inscrição neste registro começou com variedades
de oito espécies, posteriormente por Resolução MAG Nº 440/00 a proteção amplia se para todas as espécies. Desde o início, o RNCP tem crescido consideravelmente,
em particular nas espécies de importância econômica para o país e a região, a fim
de dar resposta aos requerimentos de direitos dos melhoristas.
b- Registro Nacional de Cultivares Comerciales (RNCC), onde deverão estar
inscritas todas as variedades identificados como superiores e que não prejudiquem o
panorama varietal existente, a fim de ser habilitadas comercialmente sob controle
dos sistemas de certificação e fiscalização, segundo o Artigo 11 da Lei Nº 385/94,
para tal efeito as cultivares deverão passar por dois anos de avaliação agronômica.
No início, a fim de regularizar a situação dos materiais de uso público no
país, foi feita a inscrição de oficio no RNCC, dando cumprimento ao Artigo 19º da Lei
Nº 385/94 “De Semillas y Protección de Cultivares”.
Nos primeiros anos, as avaliações foram realizadas exclusivamente pela
Dirección de Investigación Agrícola (DIA) do Ministério de Agricultura e Ganadería
(MAG). A partir do ano 2003, através de um procedimento de vinculação do
SENAVE com pessoas físicas ou jurídicas habilitou-se na Direção de Sementes, o
Registro Nacional de Evaluadores de Variedades (RNEV), onde se inscrevem
pessoas físicas ou jurídicas que cumpram com os requisitos para realizar ensaios de
avaliação agronômica de cultivares e híbridos com fins de inscrição no RNCC. Neste
mesmo ano estabelecem-se as primeiras Normas Mínimas de Avaliação Agronômica
de Cultivares, nelas se estabelecem para cada espécie os requisitos, épocas e
zonas onde devem ser realizadas as avaliações. No caso da soja as avaliações
22
somente podem ser realizadas na época de safra devido à existência de
regulamento de vazio sanitário para safrinha.
Para a realização da avaliação agronômica das cultivares e dos híbridos, os
avaliadores devem contar com um responsável técnico permanente, engenheiro
agrônomo que se encarrega do cumprimento das Normas Mínimas de Avaliação
Agronômica das Cultivares, sendo realizadas por dois anos em zonas agroclimáticas
de importância para as diferentes espécies.
Nas Normas Mínimas de Avaliação Agronômica das cultivares, está
estabelecida a duração das avaliações de cultivares e híbridos essencialmente
derivados, as mesmas serão de um ano se o progenitor recorrente estiver inscrito no
Registro Nacional de Cultivares Comerciais.
No caso dos híbridos, estes deverão ser avaliados separadamente por dois
anos em safra e safrinha a fim de contar com o registro no RNCC nas duas épocas e
para determinar o comportamento do híbrido em épocas diferentes e assim poder
recomendar a utilização dos mesmos. Nas solicitações de inscrição no RNCC se
determina a época recomendada para o híbrido, em caso que seja para as duas
(safra e safrinha) devem acompanhar os resultados de avaliação do híbrido em safra
e safrinha.
A DISE é a encarregada de fiscalizar os ensaios de avaliação agronômica no
mínimo em duas etapas, podendo nestas fiscalizações anulá-las se não cumprirem
com as normas estabelecidas. Posteriormente, os resultados desta avaliação é
apresentada a um Comitê Técnico Evaluador de Cultivares (CTEC) quem decidirá
pela inscrição ou não das cultivares no RNCC, podendo solicitar-se um ano a mais
de avaliação, se os resultados de dois anos não forem consistentes.
Nos primeiros anos do RNCC, 100% das cultivares de soja inscritas eram
convencionais. A partir do ano 2005, inscreveram-se as variedades transgênicas
Atualmente, 77,6% de novas inscrições de soja correspondem às
transgênicas e das inscrições de milho 7,4% correspondem a híbridos transgênicos.
Com o RNEV, potencializou-se consideravelmente a avaliação de cultivares
e a inscrição no RNCC. Portanto, a disponibilidade de novas cultivares habilitadas
comercialmente. Muitos obtentores incorporaram seus programas de seleção e
melhoramento no país, o que permite avaliar os materiais por espaços de tempo
mais prolongados e identificar com maior precisão quanto á adaptabilidade,
23
estabilidade, sanidade e rendimento, e determinar assim os materiais com potencial
para as diferentes zonas do Paraguai.
A avaliação dos genótipos em diferentes ambientes, principalmente em
ambientes de contraste é uma das práticas mais comuns para recomendar novos
materiais a produtores numa região específica. Esta interação é de grande
importância para avaliação de cultivares desenvolvidos para diferentes condições de
produção, o que é necessário para integrar os conceitos de adaptabilidade e
estabilidade
para
definir
o
comportamento
dos
genótipos
em
ambientes
contrastantes. A adaptabilidade de uma variedade se refere a sua capacidade de
aproveitar vantajosamente as variações do ambiente; a estabilidade de performance
refere-se a sua capacidade de apresentar um comportamento altamente previsível
mesmo com as variações ambientais (BORÉM e MIRANDA, 2005).
Atualmente, conta-se com 342 variedades protegidas 18% de origem
nacional e 82 de origem estrangeiro, 744 variedades habilitadas comercialmente
14% de origem nacional e 86% de origem estrangeira (Tabela 1).
TABELA 1. Número de variedades inscritas no RNCP e no RNCC, por espécie
origem, no Paraguai em 2013 (DISE, Boletim de Cultivares - 2013).
ESPECIE
Algodão
Arroz
Aveia
Amendoim
Batata
Canola
Cana de açúcar
Eucalipto
Forrageiras
Fumo
Girassol
Gergelim
Estevia
Lupino
Milho
Melao
Pomelo
Soja
Sorgo
Tangerina
Tomate
Trigo
Vigna
Total
VARIEDADES
INSCRITAS
RNCP
24
2
3
4
4
3
9
2
226
4
3
62
342
ORIGEM
Nac.
7
3
1
4
3
2
2
20
3
16
61
Estr.
17
3
7
206
4
46
285
VARIEDADES
INSCRITAS
RNCC
21
20
4
1
1
14
39
51
4
47
8
1
1
179
2
1
211
53
3
81
2
744
ORIGEM
Nac.
5
3
4
3
1
2
2
20
59
1
109
Estr.
16
20
4
1
1
11
39
47
4
47
5
1
177
1
191
53
3
22
1
635
24
Cabe questionar se as diferentes zonas agroclimáticas de importância para
soja e milho, do Paraguai oferecem respostas diferentes no comportamento de
cultivares de soja e de híbridos de milho comparados em safra e safrinha.
Acredita-se que ao serem avaliados nas diferentes zonas agroclimáticas do
país, as cultivares de soja e os híbridos de milho em safra e safrinha apresentam
comportamento diferenciado.
O presente trabalho tem por objetivo avaliar o rendimento de cultivares de
soja e híbridos de milho comparados em safra e safrinha, em dois anos
consecutivos.
2.3. INTERAÇÃO GENOTIPO AMBIENTE
As diferenças entre o meio ambiente podem mudar frequentemente a
magnitude do comportamento do genótipo através de diferentes ambientes. Os
agricultores exigem novas cultivares que respondam de modo consistente na maior
parte das condições ambientais. Este objetivo pode ser alcançado através do
desenvolvimento genótipos que interatuem positivamente com o ambiente com base
em modelos de estabilidade que capitalizem a interação genótipo x ambiente.
Entende- se por genótipos adaptados aqueles que apresentam melhor
comportamento relativo, geralmente associados as suas posições em uma avaliação
em caracteres de importância em uma série de diferentes condições ambientais
(ABADIE e CERETTA, 1997).
Um genótipo ao ser avaliado em diferentes condições ambientais (anos,
localidades e/ou época de semeadura), o cultivar pode apresentar dois tipos de
adaptação, geral ou específico. Uma cultivar apresenta adaptação geral se revela ter
melhor comportamento na maioria dos ambientes de avaliação. Ao contrário, a
cultivar apresenta adaptação específica se revela ter melhor desempenho relativo
em um determinado ambiente de avaliação (CERETTA et al., 1998).
Variedades cultivadas em ambientes diferentes podem ter comportamento
diferenciado (BORÉM e MIRANDA, 2009).
A interação genótipo ambiente se define como a resposta diferenciada dos
genótipos para uma determinada característica em diferentes ambientes (CAMPEL e
JONES, 2005).
25
A adaptabilidade fenotípica avalia o comportamento dos genótipos em
localidades diferentes. A avaliação de cultivares deve ser realizada em localidades
representativas de uma região e durante vários anos para segurança em uma
recomendação (FAN et al, 2007).
A variabilidade ambiental acentuada por diferentes fatores bióticos e
abióticos (clima, umidade, tipo de solo, ventos, manejo agronômico) e a principal
razão para utilizar metodologias de avaliação que permitam determinar o grau da
interação genótipo ambiente e conhecer a resposta diferencial das cultivares nos
ambientes de proba (ESPINOZA, 2002).
O desempenho não é a única medida do comportamento de um genótipo,
mas é muito importante relacionar o desempenho, com a qualidade e a estabilidade.
(DUVICK,1996).
Jeutong et al. (2000) afirmam que a importância de utilizar as variáveis
bioclimáticas para avaliação e comparação de genótipos numa ampla região, e
indicam que a utilização das variáveis precipitação e temperatura proporcionam um
nível confiável de precisão para a identificação de genótipos.
A temperatura do ar ao redor de 25ºC é descrita como ideal ao crescimento
e desenvolvimento das plantas (FANCELLI e DOURADO-NETO, 1999). Altas
produtividades
são
esperadas
sob
maiores
amplitudes
térmicas
diárias
(Temperatura máxima – Temperatura mínima), acarretando elevadas taxas
fotossintéticas de dia e reduzida demanda de energia para a respiração à noite.
Nestas condições, prolonga-se o ciclo de crescimento, expondo a planta a mais dias
de fotossíntese (SHAW, 1988; ANDRADE et al., 1996; FANCELLI e DOURADONETO,1999; TERASAWA-JUNIOR, 2006).
Se existe a disponibilidade de uma rede de ambientes para avaliações dos
cultivares, torna-se fundamental identificar se há, entre os ambientes disponíveis,
padrões similares de respostas de cultivares (estratificação ambiental). No processo
de estratificação ambiental pode-se agrupar os ambientes que apresentam interação
genótipo x ambiente significativo, principalmente se predominam interações simples
(DUARTE e VENCOVSKY, 1999).
A presença de interação entre genótipos e ambientes é decorrente do
comportamento diferenciado de materiais genéticos, frente a condições ambientais
distintas (CRUZ e CARNEIRO, 2003; TERASAWA-JUNIOR, 2006).
26
A adaptabilidade de uma variedade se refere a sua capacidade de aproveitar
vantajosamente as variações do ambiente. A estabilidade de performance refere-se
a sua capacidade de apresentar um comportamento altamente previsível mesmo
com as variações ambientais. A adaptabilidade e estabilidade de uma variedade
dependem da sua constituição genética, isto é, do número de genótipos que a
constitui e do nível de heterozigose dos genótipos. São as características das
variedades que lhe permitem responder aos fatores limitantes do ambiente e usufruir
dos fatores favoráveis (BORÉM e MIRANDA, 2005).
Maiores altitudes estão associadas a maiores amplitudes térmicas,
favoráveis à produtividade. Fancelli e Dourado-Neto (1999) relacionaram a aptidão
para o alto rendimento em função da altitude. Locais altos e muito altos encontramse nos intervalos entre 500 a 720m acima do nível do mar e entre 720 a 1.100m,
respectivamente. É característica a grande amplitude térmica diária, com
temperaturas diurnas e noturnas dentro dos limites favoráveis à cultura (FANCELLI e
DOURADO-NETO, 1999). Em contrapartida, as regiões com baixas altitudes,
inferiores a 300m, são classificadas como inaptas a altas produtividades
(TERASAWA JUNIOR, 2006).
Segundo Ribeiro et al. (1999), um dos grandes problemas que ocorrem é a
inconsistência no comportamento dos materiais, frente às variações ambientais,
expressa pela interação genótipos e ambientes. Essa interação assume importante
papel no processo de recomendação de cultivares, havendo necessidade de atenuar
os seus efeitos, através da identificação de cultivares com maior estabilidade
fenotípica (RAMALHO et al., 1993).
Trabalhos com a cultura do milho permitem inferir que não há relação fixa
quanto à homogeneidade ou heterogeneidade do material e sua estabilidade, pois é
possível selecionar materiais mais estáveis em qualquer grupo: variedades, híbridos
simples, triplos e duplos (NASPOLINIFILHO, 1976; CARVALHO et al., 1998 e 2000).
As variações fenotípicas resultam da ação conjunta do genótipo, do
ambiente e de sua interação, que se reflete em diferenças de sensibilidade dos
genótipos às variações ambientais, afetando seu comportamento (ALLARD, 1999).
Arias (1996) destacou que alguns pesquisadores têm demonstrado interesse
em estabelecer uma relação entre estabilidade de produção e a base genética dos
27
materiais, em razão da disponibilidade de vários tipos de cultivares de milho, que
diferem quanto à base genética.
A aplicação de modelos em que são estimadas parâmetros de estabilidade
que identificam o comportamento das cultivares em diversos ambientes, contribuem
para a escolha adequada de genótipos (CÓRDOVA,1989).
A importância dos fatores responsáveis pelo rendimento através de
ambientes contrastantes, e a fração de tais fatores específicos é muito importante
para compreender a natureza da estabilidade do desempenho e pode abrir um
caminho para o desenvolvimento de critérios de seleção adicionais ao rendimento
(BLUM, 1988).
Segundo Ribeiro et al. (1999), um dos grandes problemas que surgem é a
inconsistência no comportamento desses materiais, frente às variações ambientais,
expressa pela interação genótipos e ambientes. Essa interação assume papel
fundamental no processo de recomendação de cultivares, havendo necessidade de
atenuar os seus efeitos, através da identificação de cultivares com maior
estabilidade fenotípica (RAMALHO et al., 1993).
Ante a diversidade de ambiente em que o cultivo de milho é submetido, é
esperada a ocorrência de uma forte interação cultivares x ambientes. Para atenuar
os efeitos dessa interação, a principal opção é identificar cultivares que sejam mais
estáveis (CRUZ e REGAZZI, 1994).
Outra alternativa importante seria que as avaliações fossem conduzidas em
um maior número de épocas, dentro da safrinha, em locais mais representativos,
como sugerido por Paterniani (1986) e Arias (1996). Desse modo, poderiam se
atenuar os efeitos da interação por ano, sem onerar os custos de condução dos
experimentos.
O simples fato de detectar a presença da interação não contribui muito para
o trabalho do melhorista. É necessário procurar meios de atenuar o efeito dessa
interação. Uma das alternativas é por meio da identificação de cultivares mais
adaptadas e estáveis. O conceito de adaptação adotado nesse trabalho foi o de
Mariotti et al. (1976) e Ceccarelli (1996).
O desempenho e a estabilidade do comportamento devem ser consideradas
simultaneamente, a fim de reduzir os efeitos da interação genótipo x ambiente e
para uma seleção mais precisa e refinada (KANG, 1990).
28
As variações fenotípicas resultam da ação conjunta do genótipo, do
ambiente e de sua interação, que se reflete em diferenças de sensibilidade dos
genótipos às variações ambientais, afetando seu comportamento (ALLARD, 1999).
Os modelos de estabilidade contribuem para reduzir os riscos envolvidos no
processo de seleção para fazer estimativas imperfeitas. É um instrumento muito
importante para os melhoristas que frequentemente enfrentam problemas de
magnitude ao selecionarem na presença do fenômeno da interação genótipoambiente (GA). O principal objetivo da análise estatística da estabilidade é um
resumo da interação (GA) utilizando um parâmetro. Os métodos estatísticos
multivariados podem introduzir a exploração multidirecional e extrair mais informação
fora dos componentes da variabilidade fenotípica (HUSSEIN, 2000).
Os valores dos eixos na análise de componentes principais, descrevem
padrões da resposta dos genótipos por meio de um índice de sensibilidade. As
pontuações positivas descrevem os genótipos com melhor comportamento em
ambientes de alta performance e acontece o contrário com pontuações negativas se
o valor for zero ou próximo de zero indica que o genótipo tem sensibilidade média
(GORDON e CAMARGO, 1999).
O conhecimento da interação genótipo ambiente (GxA) auxilia as empresas
e melhoristas na recomendação de cultivares, e na melhor distribuição da rede de
experimentação. Para que os efeitos positivos dessa interação possam ser
capitalizados na recomendação de cultivares, há necessidade de se identificarem
fatores do ambiente ou atributos dos genótipos determinantes da interação
(OLIVEIRA, 2002).
Se a resposta dos genótipos em ambientes não é linear; métodos
paramétricos univariada que exigem cálculos de fácil interpretação biologicamente
tem pouca utilidade. Além disso, possuem a desvantagem de que a classificação da
estabilidade só se aplica aos genótipos e aos ambientes avaliado (CROSSA, 1990).
3. MATERÌAL E MÉTODOS
3.1. MILHO
Os híbridos de milho avaliados foram:
Híbridos simples: MAXIMUS, AS 1551 e P30K 75
Híbrido duplo: DKB 390
Híbridos triplos: AS 1590, DAS 2B 710 DAS 2B 688.
Híbridos de Referência: MAXIMUS e DKB 390.
O ensaio com milho foi conduzido em cinco localidades que correspondem a
quatro zonas agroclimáticas de importância para a espécie no Paraguai, Zona SulColonia Fran (Departamento de Itapuá); Zona Leste - Santa Rita (Departamento de
Alto Paraná) e Yjhovy (Departamento de Canindeyú); Zona Central - Campo 9
(Departamento de Caaguazú); Zona Norte - Guayaybi (Departamento de San
Pedro), nos anos 2009-2010.
Em cada ano houve cultivo em duas épocas, denominadas safra e safrinha
que correspondem a épocas diferentes, safra (de setembro a novembro), safrinha
(de janeiro a março) em que a espécie e semeada no campo e também nos ensaios
de avaliação agronômica a fim de poder avaliar o comportamento dos matérias em
cada época. Estas épocas estão estabelecidas nas Normas de Avaliação
Agronômica para milho.
Cada parcela foi constituída por quatro fileiras de 5,0 m de comprimento,
com 0,52m de separação entre fileiras. A área útil de parcela foi de 10,40m2. Todos
os dados registrados no ensaio foram coletados na área útil da unidade experimental
em três repetições.
O desenho experimental utilizado com três repetições, esquema fatorial (7
cultivares x 5 localidades) e comparação de medias pelo teste de Tukey, ao nível de
probabilidade de 5%.
Avaliações
Rendimento: determinado por peso de grãos expressado em kg.ha-1
ajustado para teor de água de 13%.
30
Foi utilizado o sistema de semeadura direta com fertilização básica
250kg.ha-1 de N P- K de 08-30-10 em todas as localidades. Cultivo anterior soja, e
aplicação de herbicida Glyfosato em pré-semeadura 2 L.ha-1.
As características das diferentes localidades onde foram conduzidos os
ensaios, as análises químicas do solo e manejo das cultivares, são apresentadas na
(Tabela 2).
TABELA 2. Características das localidades onde foram conduzidos os ensaios.
Localidade
Departamento
Canindeyú
Latitude
(Sul)
24º15’
Longitude
(Oeste)
55º01’
Yjhovy
Solo
Franco arenoso.
Campo 9
Caaguazú
25º21’
55º33’
Latossol vermelho.
Santa Rita
Alto Paraná
25º47’
55º03’
Colonia Fran
Itapúa
25º59’
55º18’
Guayaiby
San Pedro
24º27’
56º26’
Latossol vermelho
escuro.
Oxisol kandiudox,
origem basáltico.
Franco arenoso.
Obs.: Para a identificação dos solos utilizou-se o mapa de identificação de solos da Região Oriental –
Ano 1995.
3.2. SOJA
As cultivares de soja avaliadas foram: FRO4-164, FRO4-179, FT20-268,
FT20-267, FT03- 482 e as cultivares de referência: EMBRAPA 48 e CD214RR, todas
de ciclo médio, todas RR a exceção de EMBRAPA 48.
O ensaio com soja foi conduzido inicialmente em 2008 em cinco localidades
que correspondem a cinco zonas agroclimáticas de importância para a espécie em
Paraguai: Zona Leste - Santa Rita (Departamento de Alto Paraná) Zona Sul - Bella
Vista (Departamento de Itapuá), Zona Leste- Nova Esperanza (Departamento de
Canindeyú), Zona Central- Campo 9 (Departamento de Caaguazú) Zona Norte Pedro Juan Caballero (Departamento de Amambay). Em 2008, os ensaios da
localidade de Santa Rita foram perdidos por falta de chuvas, motivo pelo qual não
ouve disponibilidade de dados na referida localidade. Em 2009 os ensaios foram
conduzidos em quatro localidades, Zona Sul - Bella Vista (Departamento de Itapuá),
Zona Leste- Nova Esperanza (Departamento de Canindeyú), Zona Central- Campo 9
31
(Departamento de Caaguazú) Zona Norte - Pedro Juan Caballero (Departamento de
Amambay), por conseguinte os resultados finais dos dois anos de avaliação,
correspondem a quatro localidades de quatro zonas agroclimáticas do Paraguai.
Os ensaios foram conduzidos unicamente em safra (de outubro a novembro)
considerando que no Paraguai existe a regulação de vazio sanitário para a espécie
soja na época de safrinha.
Cada parcela foi constituída por quatro fileiras de 5,0m de comprimento, com
0,45m de separação entre fileiras. A área útil de parcela foi de 3,6m2, eliminando as
duas fileiras laterais e 0,5m da cada extremidade por efeito bordadura. Todos os
dados registrados no ensaio foram coletados na área útil da unidade experimental e
em três repetições.
Foi utilizado o sistema de semeadura direta, fertilização básica 250 kg.ha-1
N-P-K de 08-30-10 em todas as localidades. Cultivo anterior, trigo e aplicação de
herbicida Glyfosato em pré-semeadura 2 L.ha-1.
O desenho experimental utilizado foi blocos completos ao acaso com três
repetições, em esquema fatorial (7 cultivares x 4 localidades) para cada ano de
avaliação e comparação de médias pelo teste de Tukey ao nível de probabilidade de
5%.
Avaliações
Rendimento: determinado na colheita de uma área útil da parcela
considerando 4m das duas fileiras centrais da cada parcela, expressado em kg.ha-1
ajustado para teor de água de 13%.
Peso de 100 sementes determinado em contador de sementes, empregando
uma amostra de 100 sementes retiradas ao acaso de cada repetição, que foi
posteriormente pesada em balança.
As características das diferentes localidades onde foram conduzidos os
ensaios, são apresentadas na (Tabela 3).
32
TABELA 3. Características de localidades onde foram instalados os ensaios de
cultivares de soja nas safras 2008 e 2009.
P.pluvial
anual
(mm)
1900
T.media
(ºC)
Localid.
Depto.
Latitude
(Sul)
Long.
(Oeste)
Altitude
(msnm)
Nova
Esperanza
Canindeyú
24º15’
55º60’
300
Oxisol Udox
kandiudox,
origem basáltico
Campo 9
Caaguazú
25º40’
56º19’
240
Alfisol typic,
origem arenisca
1800
22,4
Bella Vista
Itapúa
25º51’
55º06’
200
Oxisol
kandiudox,
origem basáltico
1732
20,9
Pedro
Juan
Caballero
Amambay
22º34’
55º44’
450
Inceptisol
Umbric, origem
basáltico
1650
21,4
Solo
21,9
Obs.: Para a identificação dos solos utilizou-se o mapa de identificação de solos da Região Oriental –
Ano 1995.
4. RESULTADOS E DISCUSSÁO
4.1. MILHO SAFRINHA
Verifica-se que houve interação significativa entre híbridos e localidades de
produção, sendo que em Santa Rita os híbridos apresentaram durante os dois anos
2009/2010 desempenho superior em relação as demais localidades (Tabelas 4 e 5).
Nos anos 2009/2010, os híbridos apresentaram na localidade de Santa Rita
rendimento médio superior em relação às demais localidades, sendo de 16%, 21%,
e 33% em relação à Colonia Fran, Guayaybi, Yjhovy e Campo 9, respectivamente. A
variabilidade ambiental acentuada por diferentes fatores bióticos e abióticos (clima,
umidade, tipo de solo, ventos, manejo agronômico) e a principal razão para utilizar
metodologias de avaliação que permitam determinar o grau da interação genótipo
ambiente e conhecer a resposta diferencial das cultivares nos ambientes de proba
(ESPINOZA, 2002).
O híbrido AS 1551, nos anos 2009/2010, apresentou rendimento médio
superior em todas as localidades em comparação aos demais híbridos com uma
média de rendimento de 7.168 kg.ha-1, nos dois anos. Assim sendo, o referido
híbrido
apresentou rendimento médio superior a 7%, 8%, 11%, 12%,14% e 30%
em relação à DAS2B 710, AS1590, DKB390, P30K75, Maximus e DAS2B 688
respectivamente. Uma cultivar apresenta adaptação geral ao revelar melhor
comportamento na maioria dos ambientes de avaliação (CERETTA et al., 1998).
Em 2009, o híbrido AS1551 em Santa Rita comparativamente às outras
localidades mostrou desempenho superior a 16%, 29%, 69% em relação à Campo 9,
Yjhovy e Colônia Fran e Guayaybi, respectivamente. Em 2010, apresentou
similaridade em rendimento nas localidades de Colônia Fran com média de 9.834
kg.ha-1 e Santa Rita com média de 9.820kg.ha-1. O referido híbrido teve um
rendimento médio superior a 8%, 26%, 28% em relação à Yjhovy, Guayaybi e
Campo 9, respectivamente. A adaptabilidade de uma variedade se refere a sua
capacidade de aproveitar vantajosamente as variações do ambiente (BORÉM e
MIRANDA, 2005).
Em 2009, em Santa Rita com média de 7.275 kg.ha-1, os híbridos
apresentaram similaridade em rendimento nas localidades de Colônia Fran, Campo
34
9 e Yjhovy com uma média de 5.349, 5.122 e 5.000 kg.ha-1, respectivamente. A
localidade com menor desempenho foi Yjhovy com média de 5.000kg.ha-1.
Comparativamente, em 2010 os híbridos apresentaram semelhança em rendimento
em Santa Rita com média de 7.781kg.ha-1, Colônia Fran com média de 7.748kg.ha-1
e Yjhovy com média de 7.460kg.ha-1. Da mesma forma, nas localidades de Guayaybi
com uma média de 6.451kg.ha-1 e Campo 9 com média de 6.197kg.ha-1. A
importância dos fatores responsáveis pelo rendimento em ambientes contrastantes é
a fração de tais fatores específicos e muito importante para compreender a natureza
da estabilidade do desempenho para desenvolvimento de critérios de seleção
adicionias ao rendimento (BLUM, 1988).
Nos anos 2009/10, em Santa Rita, o híbrido AS1590 apresentou similaridade
em rendimento, sendo a média em 2009 de 8.375kg.ha-1 e em 2010 de 8.210kg.ha-1.
Além disso, em 2009, o híbrido AS1590 apresentou superioridade de 8%, 11%,
12%,22%, 29%, 30% em relação a DKB 390, Maximus e DAS 2B 710, AS 1551,
DAS 2B 688 e P30K75. Comparativamente, em 2010 o híbrido AS 1590 apresentou
similaridade em rendimento nas localidades de Colônia Fran com média de 8.210
kg.ha-1 e Santa Rita com média de 8.070kg.ha-1 e um rendimento médio superior a
6%, 19%, 33% em relação à Yjhovy, Guayaybi e Campo 9, respectivamente. A
presença de interação entre genótipos e ambientes é decorrente do comportamento
diferenciado de materiais genéticos, frente a condições ambientais diferenciadas
(CRUZ e CARNEIRO, 2003; TERASAWA-JUNIOR, 2006).
Em 2009, o híbrido DAS2B 710 em Santa Rita comparativamente aos outros
locais mostrou desempenho superior a 20%, 48%, 60%, 77% em relação a
Guayaybi, Yjhovy, Colônia Fran e Campo 9, respectivamente. Em 2010, obteve-se
similaridade em rendimento nas localidades de Colônia Fran com média de
8.679kg.ha-1 e Santa Rita com 8.520kg.ha-1 rendimento médio superior a 8%, 15%,
35% em relação à Yjhovy, Guayaybi e Campo 9, respectivamente. Frente à
diversidade de ambiente em que o cultivo de milho é submetido, é esperada a
ocorrência de uma forte interação cultivares x ambientes. Para atenuar os efeitos
dessa interação, a principal opção é identificar cultivares que sejam mais estáveis
(CRUZ e REGAZZI, 1994).
Em 2009, na localidade de Santa Rita, o híbrido P30K75 com rendimento
médio de 6.402kg.ha-1 apresentou similaridade em rendimento com as localidades
35
de Guayaiby a (6.208kg.ha-1). Além disso, mostrou performance superior a 8%, 15%,
30%, em relação a Campo 9, Yjhovy e Colônia Fran, respectivamente.
Comparativamente, em 2010 o referido híbrido apresentou similaridade em
rendimento nas localidades de Colônia Fran com média de 7.886kg.ha-1 e Santa Rita
com média de 7.586kg.ha-1 e rendimento médio superior a 11%, 21%, 33% em
relação à Yjhovy, Guayaybi e Campo 9, respectivamente.
Nos anos 2009 e 2010, na localidade de Santa Rita, o híbrido P30K75, com
média de 7.144kg.ha-1 apresentou similaridade em rendimento com o híbrido de
referência Maximus e desempenho superior a 23% em relação à DAS 2B 688. Assim
mesmo,
mostrou
rendimento
médio
inferior
a
9%,
12%
e
16%,
17%
comparativamente ao híbrido de referência DKB 390, e aos híbridos DAS2B710,
AS1590 e AS1551, respectivamente.
O híbrido DAS2B 688 nos anos 2009 e 2010 com média de 5.492 kg.ha-1 em
todas as localidades, apresentou em Yjhovy, similaridade relação à Santa Rita e
Guayaybi e desempenho superior de 11%, 15% em relação a Campo 9 e Colônia
Fran, respectivamente. Ressalte-se que, para que os efeitos positivos da interação
genótipo x ambiente possam ser capitalizados na recomendação de cultivares, há
necessidade de se identificarem fatores do ambiente ou atributos dos genótipos
determinantes da interação (OLIVEIRA, 2002).
Em 2009 e 2010, em todas as localidades, o híbrido DAS2B 710, com média
de 6.684kg.ha-1, apresentou similaridade em rendimento ao híbrido de referência
DKB 390 e aos híbridos AS 1590 e P30K75, respectivamente e desempenho
superior a 22% em relação a DAS2B 688, e rendimento inferior a 7% ao híbrido
1551.
Em 2009, o híbrido DKB 390 referência na determinação de valor de cultivo
e uso, apresentou rendimento médio superior em todas as localidades em
comparação aos demais híbridos com média de rendimento de 6.129kg.ha-1. Em
2010 apresentou similaridade em rendimento nas localidades de Santa Rita com
média de 7.520kg.ha-1 e Colônia Fran com média de 7.500kg.ha-1. Conforme Abadie
e Ceretta (1997), entende-se por genótipos adaptados aqueles que apresentam
melhor comportamento relativo em diferentes condições ambientais.
Colônia Fram, nos anos 2009/2010, com média de 6548kg.ha-1, mostrou
similaridade de rendimento com Guayaybi e Yjhovy. Da mesma forma, mostrou
36
rendimento superior a 16% em relação a Campo 9 e rendimento médio inferior a
15% em relação a Santa Rita, respectivamente.
Nos anos 2009/2010, a localidade Yjhovy com uma média de 6230kg.ha-1
mostrou similaridade de rendimento com Guayaybi. Tambem mostrou rendimento
superior a 10% em relação à Campo 9 e rendimento médio inferior a 5%, 21% em
relação a Colonia Fran e Santa Rita respectivamente.
Nos anos 2009/2010, a localidade de Campo 9, com média de 5.659kg.ha-1,
apresentou um rendimento médio inferior a 10%, 16% e 33% em relação a Yjhovy e
Guayaybi, Colonia Fran e Santa Rita respectivamente.
Em 2009, na localidade de Santa Rita, o híbrido Maximus referência na
determinação de valor de cultivo e uso, com média de 7.517kg.ha-1, apresentou
desempenho superior a 19%, 21%, 45%, 78% em relação a Guayaybi, Colônia Fran,
Yjhovy e Campo 9, respectivamente. Em 2010, o referido híbrido mostrou
similaridade em rendimento nas localidades de Colônia Fran com média de
7.470kg.ha-1 e Santa Rita com média de 7.392kg.ha-1, e rendimento médio superior
a 9%, 30% em relação a Yjhovy, Guayaybi e Campo 9, respectivamente. Segundo
Allard (1999), as variações fenotípicas resultam de ação conjunta do genótipo, do
ambiente e sua interação, que se reflete em diferenças de sensibilidades dos
genótipos as variações ambientais.
TABELA 4. Rendimento médio (kg.ha-1) de híbridos de milho safrinha de submetidos
à avaliação de valor de cultivo e uso em cinco localidades da região oriental do
Paraguai. Ano: 2009.
HIBRIDOS
AS 1590
DKB 390
MAXIMUS
DAS 2B 710
AS 1551
DAS 2B 688
P 30K 75
MEDIA
SANTA RITA
8.375 A a
7.753 A a
7.517 A a
7.490 A a
6.879 A a
6.512 A a
6.402 A a
GUAYAYBI
5.518 AB b
7.117 A a
6.284 A ab
6.216 B ab
4.072 AB c
6.629 A a
6.208 AB a
COLONIA FRAN
5.255 A b
6.128 A a
6.211 A abc
4.669 A b
5.347 A ab
4.914 A a
4.919 A a
CAMPO 9
4.973 A b
5.951 A a
4.200 A c
4.229 A b
5.815 A ab
4.774 A a
5.909 A a
YJHOVY
4.979 A b
3.691 A a
5.174 A bc
5.070 A b
5.342 A ab
5.171 A a
5.573 A a
7.275
6.006
5.349
5.122
5.000
MEDIA
5.820
6.128
5.877
5.534
5.491
5.600
5.802
Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey em nível de
probabilidade de 5%. CV (%): 15,72
37
TABELA 5. Rendimento médio (kg.ha-1) de híbridos de milho safrinha submetidos à
avaliação de valor de cultivo e uso em cinco localidades da região
oriental do Paraguai. Ano: 2010.
HIBRIDOS
AS 1590
SANTA RITA
8.210 AB a
GUAYAYBI
6.901 AB ab
COLONIA FRAN
8.070 AB a
CAMPO 9
6.180 A b
YJHOVY
7.704 AB ab
MEDIA
7.413
DKB 390
MAXIMUS
7.520 B ab
7.392 B a
5.914 AB a
5.747 AB a
7.500 B ab
7.470 B a
5.864 A b
5.777 A a
6.971 AB a
6.925 AB a
6.753
6.662
DAS 2B 710
8.520 AB a
7.511 A a
8.679 AB a
6.437 A a
8.032 AB a
7.835
AS 1551
9.820 A a
7.797 A b
9.834 A a
7.655 A b
9.125 A b
8.846
DAS 2B 688
5.123 C a
4.777 B a
5.099 C a
5.567 A a
6.355 B a
5.384
P 30K 75
7.886 AB a
6.516 AB a
7.586 B a
5.905 A a
7.113 AB a
7001
MEDIA
7.781
6.451
7.748
6.197
7.460
7.127
Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de
probabilidade de 5%. CV (%): 12,57
Durante os anos de avaliação de valor de cultivo e uso, os híbridos de milho
safrinha tiveram na localidade de Santa Rita uma média superior de rendimento em
(kg.ha-1) em comparação as demais localidades da região oriental do Paraguai nos
anos 2009 e 2010 (Figura 12).
9.000
8.000
7.000
6.000
SANTA RITA
5.000
GUAYAYBI
COLONIA FRAN
4.000
CAMPO 9
3.000
YJHOVY
2.000
1.000
0
AS 1590
DKB 390
MAXIMUS
DAS 2B 710
AS 1551
DAS 2B 688
P 30K 75
FIGURA 12. Destaca-se a melhor performance em rendimento em (kg.ha-1) dos híbridos safrinha de
milho, na localidade de Santa Rita comparados durante dois anos de avaliação nas
diferentes localidades da região oriental do Paraguai.
38
4.2. MILHO SAFRA
Verifica-se que houve interação significativa entre híbridos e localidades de
produção, sendo que na localidade de Santa Rita os híbridos apresentaram nos
anos 2009/10, desempenho superior relação as demais localidades (Tabelas 6 e 7).
Porém, no ano 2009 a média de rendimento de 10.107kg.ha-1 foi superior (37%) em
relação ao ano 2010 que apresentou média de 7.369kg.ha-1. A adaptabilidade
fenotípica avalia o comportamento dos genótipos em localidades diferentes; a
avaliação de cultivares deve ser realizada em localidades representativas de uma
região e durante vários anos para segurança em uma recomendação (FAN et al.,
2007).
Os híbridos apresentaram rendimento médio superior na localidade de Santa
Rita com média de 8.738kg.ha-1 em relação às demais localidades nos anos
2009/2010, sendo de 21%, 22%, 44% e 53% comparativamente a Campo 9, Yjhovy,
Colonia Fran e Guayaybi, respectivamente. Há evidência de que a localidade de
Santa Rita possui solos naturalmente mais férteis, o que favorece a produção de
milho.
Nos anos 2009/2010, o híbrido DAS2B 710, com média de rendimento
9.222kg.ha-1 apresentou em Santa Rita rendimento médio superior a 31%, 41%,
45% e 48% em relação a Yjhovy, Colonia Fran, Guayaybi e Campo 9,
respectivamente. A adaptabilidade de uma variedade se refere a sua capacidade de
aproveitar vantajosamente as variações do ambiente (BORÉM e MIRANDA, 2005).
Em 2009 na localidade de Santa Rita o híbrido AS1590 com média de
rendimento de 9.822kg.ha-1, teve um desempenho superior a 8%, 44%, 46% e 68%
em relação à Colônia Fran, Campo 9, Yjhovy e Guayaybi, respectivamente.
Comparativamente, em 2010 o híbrido AS1590 com média de rendimento de
8.456kg.ha-1, mostrou desempenho superior a 18%, 22%, 102% e 122 % em relação
a Campo 9, Yjhovy, Guayabi e Colônia Fran, respectivamente.
O híbrido DAS 2B 710, com média de 7.114kg.ha-1 nos anos 2009/2010, em
todas as localidades, mostrou similaridade em rendimento em relação aos híbridos
de referência, Maximus e DKB 390. Da mesma forma, apresentou rendimento médio
superior a 6%, 12%, em relação a P30K 75, AS1551, rendimento inferior a 6% em
relação a DKB 390 e similar aos híbridos DAS 2B 688, AS 1590, e Maximus
39
respectivamente. Uma cultivar apresenta adaptação geral se revela ter melhor
desempenho na maioria dos ambientes de avaliação (CERETTA et al., 1998).
Durante os anos 2009/2010, o híbrido de referência na determinação de
valor de cultivo e uso DKB 390, com média de 7.514kg.ha-1, apresentou em todas as
localidades, similaridade em rendimento, em relação aos híbridos Maximus, com
7.329kg.ha-1, e DAS2B 710, com 7.114kg.ha-1. Além disso, apresentou rendimento
médio superior a 6%, 8%, 9%, 12% e 19% em relação a DAS 2B 710, AS1590,
DAS2B 688, P30K 75 e AS1551, respectivamente.
Em 2009, os híbridos apresentaram maior rendimento na localidade de
Santa Rita com média de 10.107kg.ha-1. A localidade com menor desempenho foi
Guayaybi com média de 6.460 kg.ha-1. Assim sendo, os híbridos apresentaram em
Santa Rita rendimento médio superior a 9%, 28%, 40% e 56% em comparação à
colônia Fran, Yjhovy, Campo 9, e Guayaybi, respectivamente. Em 2010 com uma
média de 7.369kg.ha-1, os híbridos apresentaram em Santa Rita similaridade em
rendimento com Campo 9 rendimento médio superior a 15%, 48%, 154% a Yjhovy,
Campo 9, Guayaybi e Colônia Fran, respectivamente. Ressalte-se que o
desempenho não e a única medida de comportamento de um genótipo, sendo muito
importante relacionar o desempenho tanto com qualidade e a estabilidade (DUVICH,
1996).
Em Colônia Fram observa-se que os híbridos apresentaram rendimento
médio muito inferior no ano 2010, com média de rendimento de 2.892kg.ha-1, 219%
a menos comparativamente ao ano 2009. Essa ocorrência pode ser atribuída a falta
de chuvas ocorrida nesta zona. A mesma situação ocorreu em Guayaybi que em
2010 apresentou rendimento médio inferior a 30% e Santa Rita de 37% em relação
ao ano 2009.
Em Colônia Fram, no ano 2010, o híbrido AS 1590, em que pese a falta de
chuvas na região, apresentou comparativamente aos demais híbridos avaliados
média de rendimento superior a 13%, 35%, 37%, 39%, 50%, e 73% em relação a
DAS 2B710, Maximus, DAS2B 688, AS1551, DKB390, P30K75, respectivamente.
Ressalte-se que a utilização das variáveis precipitação pluvial e temperatura
proporcionam um nível confiável de precisão para a identificação de genótipos
(JEUTONG et al., 2000).
40
Em 2009, na localidade de Yjhovy, o híbrido DAS2B 688 com rendimento de
9.015kg.ha-1 teve desempenho superior a 5%, relação à P30K75 e DKB 390, e 17%,
19% e 26% e 34% comparativamente ao híbridos Maximus, AS1551, DAS2B 710 e
AS1590 respectivamente. Comparativamente, em 2010 na localidade de Yjhovy, o
híbrido DAS 2B 688 com média de rendimento de 7.042 kg.ha-1 teve rendimento
inferior a 9 % em relação ao híbrido de referência na determinação de valor de
cultivo e uso (VCU), DKB 390, similaridade em rendimento em relação ao híbrido AS
1590, desempenho superior a 19%, 23%, 47%, em relação a AS1551, Maximus,
P30K75, respectivamente.
O híbrido DAS 2B 688 durante os anos 2009 e 2010 com média de
6.967kg.ha-1 em todas as localidades, apresentou em Yjhovy um desempenho
superior de 8%, 13%, 19% e 45% em relação a Campo 9, Santa Rita, Guayaybi e
Colônia Fran, respectivamente. São as características das variedades que lhe
permitem responder aos fatores limitantes do ambiente e usufruir dos fatores
favoráveis (BORÉM e MIRANDA, 2005).
Na localidade de Colônia Fran, em 2009, os híbridos de referência DKB 390
e Maimus, apresentaram similaridade em quanto ao rendimento com os demais
híbridos. Os híbridos tiveram de maneira geral o rendimento mais baixo nesta
localidade com média de 2.892kg.ha-1 devido à escassez de chuvas, sendo que
ocorreu uma diferença de 155% na média de rendimento entre a localidade de Santa
Rita que apresentou o maior rendimento com média de 7.369kg.ha-1. Segundo
Jeutong et al. (2000), a utilização das variáveis precipitação pluvial e temperatura
proporcionam um nível confiável de precisão para a identificação de genótipos.
Em 2009, na localidade de Santa Rita o híbrido P30K75 com média de
rendimento de 10.355kg.ha-1, teve desempenho superior a 13%, 30%, 38%, 67% em
relação a Colônia Fran, Yjhovy, Campo 9 e Guayaybi, respectivamente.
Comparativamente, em 2010 o híbrido P30K75 com rendimento de 7.390kg.ha-1 em
Campo 9 mostrou desempenho superior a 14%, 54%, 63% e 236% em relação á
Santa Rita, Yjhovy, Guayaybi e Colônia Fran, respectivamente. Uma cultivar
apresenta adaptação específica se tiver melhor desempenho relativo em um
determinado ambiente de avaliação (CERETTA et al., 1998).
Em 2009, na localidade de Santa Rita, o híbrido AS1551 com média de
rendimento de 8.929kg.ha-1, teve similaridade de rendimento com Colônia Fran,
41
desempenho superior a 18%, 32% e 73% em relação a Yjhovy, Campo 9 e
Guayaybi, respectivamente. Comparativamente, em 2010 o híbrido AS 1551, com
média de rendimento de 6.977kg.ha-1 mostrou similaridade de rendimento com
Campo 9, desempenho superior a 18%, 98%, 155%, em relação a Yjhovy, Guayaybi
e Colônia Fran, respectivamente. Segundo Abadie e Ceretta (1997), entende- se por
genótipos adaptados aqueles que apresentam melhor comportamento relativo,
geralmente associados as posições em uma avaliação em caracteres de importância
em uma série de diferentes condições ambientais.
Nos anos 2009/2010, a localidade de Guayaybi teve rendimento médio
inferior de 6%, 25%, 26% e 53% em comparação a Colonia Fran, Yjhovy, Campo 9 e
Santa Rita, respectivamente. Da mesma forma, durante os anos 2009/2010, na
localidade Guayaybi, o híbrido DAS2B 688 com média de rendimento 6.768kg.ha-1
apresentou em um rendimento médio superior a 5%, 9%, 16%, %, 26%, 36% e 56%
em relação a DAS 2B 710, Maximus, DKB 390, P30K 75, AS 1590 e AS1551,
respectivamente. Variedades cultivadas em ambientes diferentes podem ter
comportamento diferenciado (BORÉM e MIRANDA, 2009).
Nos anos 2009/2010, a localidade de Campo 9, teve rendimento médio
inferior a 21% em relação a Santa Rita, similaridade com Yjhovy e rendimento médio
superior a 19% e 26% em comparação a Colonia Fran e Guayaybi, respectivamente.
Em 2009, na localidade de Santa Rita, o híbrido de referência na
determinação de valor de cultivo e uso DKB 390, com média de rendimento
11.521kg.ha-1 mostrou desempenho superior a 4%, 6%, 11%, 17%, 29% e 40% em
relação a Maximus, DAS 2B 710, P30K 75, AS 1590, AS 1551 e DAS 2B 688,
respectivamente.
Em 2009, na localidade de Campo 9, o híbrido de referência na
determinação de valor de cultivo e uso Maximus, com média de rendimento de
8.036kg.ha-1, teve similaridade em relação ao DKB 390, desempenho superior a
7%, 12%, 18%, 25% em relação a P30K75, DAS2B 688, AS1590 e AS1551, DAS2B
710, respectivamente Na mesma localidade em 2010, o híbrido de referência
Maximus, com média de rendimento de 8.135kg.ha-1 teve semelhança em
rendimento em relação ao híbrido de referencia DKB 390, desempenho superior a
10%, 14%, 15%,
19% e 30% em relação a P30K 75, AS1590, DAS 2B 688,
AS1551 e DAS 2B 710, respectivamente.
42
TABELA 6. Rendimento médio (kg.ha-1) de híbridos de milho safra submetidos à
avaliação de valor de cultivo e uso em cinco localidades da região
oriental do Paraguai. Ano 2009
HIBRIDOS
CAMPO 9
SANTA RITA
YJHOVY
DKB 390
7.891 A bc
11.521 A a
8.476 AB bc
GUAYAYBI
6.986 AB c
COLONIA FRAN
9.828 A ab
MEDIA
8.940
MAXIMUS
8.036 A bc
11.038 AB a
7.671 AB c
6.580 AB c
9.728 A ab
8.610
DAS 2B 710
6.429 Ac
10.852 AB a
7.158 AB b
6.816 AB b
9.698 A a
8.190
P 30K75
7.491 A ab
10.355 ABC a
8.559 AB a
6.180 AB b
9.189 A a
8.354
AS 1590
6.827 A bc
9.822 ABC ab
6.733 B bc
5.849 AB c
9.055 A a
7.657
AS 1551
6.761 A cd
8.929 BC a
7559 AB bc
5.168 B d
8.864 A ab
7.456
DAS 2B 688
7.152 A b
8.237 C a
9.015 A b
7.639 A b
8.266 A b
8.061
MEDIA
7.227
10.107
7.880
6.460
9.233
Medias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de
probabilidade de 5%. CV (%): 10,63
TABELA 7. Rendimento médio (kg.ha-1) de híbridos de milho safra submetidos à
avaliação de valor de cultivo e uso em cinco localidades da região
oriental do Paraguai. Ano 2010
HIBRIDOS
CAMPO 9
SANTA RITA
YJHOVY
GUAYAYBI
DKB 390
7.692 A a
MAXIMUS
8.135 A a
DAS 2B 710
COLONIA FRAN
7.815 AB a
7.692 A a
4.696 ABC b
2.542 A c
6.087
7.692 AB a
5.709 BC b
5.881 AB b
2.820 A c
6.047
6.244 A a
7.593 AB a
6.894 AB a
6.089 A a
3.376 A b
6.039
P 30K75
7.390 A a
6.484 B a
4.786 C b
4.519 ABC b
2.201 A c
5.076
AS 1590
7.131 A a
8.456 A a
6.951 AB a
4.190 BC b
3.803 A b
6.106
AS 1551
6.827 A a
6.977 AB a
5.914 ABC a
3.525 C b
2.735 A b
5.195
DAS 2B 688
7.092 A a
6.570 B a
7.042 AB a
5.897 AB a
2.767 A b
5.873
MEDIA
7.215
7.369
6.426
4.372
2.892
MEDIA
5.654
Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de
probabilidade de 5%. CV (%): 12,67.
Durante os dois anos de avaliação de valor de cultivo e uso, os híbridos de
milho safra tiveram na localidade de Santa Rita uma média superior de rendimento
em (kg.ha-1) em comparação as demais localidades da região oriental do Paraguai
nos anos 2009 e 2010 (Figura 13).
43
12.000
10.000
8.000
SANTA RITA
GUAYAYBI
6.000
COLONIA FRAN
CAMPO 9
4.000
YJHOVY
2.000
0
DKB 390
MAXIMUS DAS 2B 710
P 30K75
AS 1590
AS 1551
DAS 2B 688
FIGURA 13. Destaca- se a localidade de Santa Rita, onde os híbridos de milho safra apresentaram
melhores rendimentos em (kg.ha-1) durante dois anos de avaliação nas diferentes
localidades da região oriental do Paraguai.
4.3. SOJA
4.3.1. Rendimento
Verifica-se que houve interação significativa entre as cultivares e locais de
produção, sendo que na localidade de Pedro Juan Caballero as cultivares
apresentaram nos 2008 e 2009 desempenho superior em relação às demais
localidades (Tabelas 8 e 9). Assim mesmo, no ano 2008 a média de rendimento de
5.530kg.ha-1 foi 30% superior em relação ao ano 2009 que apresentou média de
4.262kg.ha-1.
As cultivares apresentaram rendimento médio superior na localidade de
Pedro Juan Caballero com média de 4.896kg.ha-1 em relação às demais localidades
nos 2008 e 2009, sendo 19% maior em relação a Campo 9, de 41% em comparação
a Nova Esperanza e de 53% em relação a Bela Vista. Maiores altitudes estão
associadas a maiores amplitudes térmicas favoráveis à maior produtividade
(FRANCELLI e DOURADO-NETO, 1999; TERASAWA-JÚNIOR, 2006), por isso que
em Pedro Juan Caballero o rendimento foi superior em comparação às demais
localidades.
Nos anos 2008 e 2009, a cultivar FT03- 482 em todas as localidades, com
média de 4.266kg.ha-1, mostrou rendimento médio superior a 4%, 9%, 11%, 14% e
44
22% em relação a FT20-267, FRO4 179 e FRO4-164, a cultivar referência CD 214
RR, EMBRAPA 48 e FT20-268, respectivamente. Vale destacar que uma cultivar
apresenta adaptação geral se revela ter melhor comportamento na maioria dos
ambientes de avaliação (CERETTA et al., 1998).
No ano 2008, a cultivar FT03-482 em Pedro Juan Caballero com rendimento
de 5.712kg.ha-1 apresentou desempenho superior em Pedro Juan Caballero,
alcançando comparativamente a outras localidades, 18%, 90% e 106%, em relação
a Campo 9, Bella Vista e Nova Esperanza, respectivamente. Comparativamente, no
ano 2009, a referida cultivar apresentou em Pedro Juan Caballero desempenho
superior a 12%, 18%, 37% em relação a Nova Esperanza, Campo 9 e Bella Vista,
respectivamente. A presença de interação entre genótipos e ambientes é decorrente
de comportamento diferenciado de materiais genéticos, frente a condições
ambientais distintas (CRUZ e CARNEIRO, 2003; TERASAWA-JÚNIOR, 2006).
Em Pedro Juan Caballero, no ano 2008, a cultivar FT20-267 apresentou
diferenças de produtividade na ordem de 6%, 21%, 22%, 44%, 51% e 53% em
relação às cultivares FT20-268, FT03-482, FRO-179, CD 214RR, FRO4-164 e
EMBRAPA 48, respectivamente. Comparativamente, no ano 2009 na mesma
localidade, a cultivar FT20-267 não apresentou diferença significativa em relação à
cultivar FT03-482, mas mostrou desempenho superior de 11%, 19%, 27%, 52% em
relação à EMBRAPA 48, FRO4- 164 e FRO-179, CD 214 e FT20-268,
respectivamente. Deve ser enfatizado que em Pedro Juan Caballero as cultivares
FT20-268 e FT20-267 apresentaram nos anos (2008 e 2009) desempenho superior
às cultivares de referência CD 214RR e EMBRAPA 48. Cabe ressaltar que no ano
2009 registrou-se na localidade falta de chuvas, o que ocasionou redução no
rendimento das cultivares. A utilização das variáveis precipitação pluvial e
temperatura proporcionam um nível confiável de precisão para a identificação de
genótipos (JEUTONG et al., 2000).
No ano 2008, a cultivar FT20-267 apresentou desempenho superior em
Pedro Juan Caballero, com média de 6.916kg.ha-1 alcançando comparativamente às
outras localidades, 56%, 104%, 108% em relação a Campo 9, Bella Vista e Nova
Esperanza. Comparativamente, no ano 2009, na mesma localidade, s cultivar
apresentou desempenho superior a 23%, 51%, 81% em relação à Campo 9, Bella
Vista e Nova Esperanza, respectivamente. Destaque-se que uma cultivar apresenta
45
adaptação específica quando revela ter melhor desempenho relativo em um
determinado ambiente de avaliação (CERETTA et al., 1998).
No ano 2008, a cultivar FT20-268 apresentou desempenho superior em
Pedro Juan Caballero, com média de 6.522kg.ha-1 alcançando comparativamente às
outras localidades, 56%, 69 %, 143% em relação à Campo 9, Nova Esperanza e
Bella Vista, respectivamente. Assim mesmo, no ano 2009 na mesma localidade s
cultivar apresentou desempenho superior a 11%, 25%, 62% em relação à Bella
Vista, Nova Esperanza e Campo 9, respectivamente. A interação genótipo ambiente
se define como a resposta diferenciada dos genótipos para uma determinada
característica em diferentes ambientes (CAMPEL e JONES, 2005).
A cultivar CD 214 RR referência para VCU, em 2008 teve desempenho
superior na localidade de Pedro Juan Caballero, apresentado diferença de 11%,
15% e 30% em relação à Nova Esperanza, Campo 9 e Bella Vista, respectivamente.
Comparativamente, no ano 2009, a cultivar apresentou rendimento superior a 12%,
13% e 36% em relação a Campo 9, Nova Esperanza e Bella Vista respectivamente.
Em 2008 e 2009, cultivar FRO4-164 não mostrou diferença significativa em
rendimento nas localidades de Pedro Juan Caballero e Campo 9, porém houve
diferença de 11% e 34% em relação à Nova Esperanza e Bella Vista. Assim mesmo,
embora não tenha apresentado em todas as localidades diferença em relação às
cultivares CD 214RR, EMBRAPA 48, FRO4 179 e FT20 267, mostrou diferença de
13% em relação a FT20 268 e um rendimento inferior de 9% comparativamente à
FT03- 482. A ocorrência de interação entre genótipos e ambientes é decorrente do
comportamento diferenciado de materiais genéticos, frente a condições ambientais
distintas (CRUZ e CARNEIRO, 2003; TERASAWA-JUNIOR, 2006).
Em 2008 e 2009, cultivar FRO-179, em todas as localidades, não mostrou
diferença significativa em rendimento em relação à CD214 RR, EMBRAPA 48 e
FRO4-164, porém apresentou diferença de 13% em relação à FT20 268 e um
rendimento inferior de 4% e 8% comparativamente à FT20 267, e FT03-482
respectivamente.
Em 2008 e 2009, a cultivar EMBRAPA 48 referência para VCU, em todas as
localidades, não mostrou diferença significativa de rendimento em relação à CD214
RR, FRO4-164, FRO-179 e FT20 267, mas apresentou diferença de 7% em relação
à FT20 268 e rendimento inferior a 14% comparativamente a FT03-482.
46
Nos anos 2008 e 2009, em Bella Vista ocorreu similaridade em relação ao
rendimento das sete cultivares, sendo a média em 2008 de 3.125kg.ha-1 e de
3.232kg.ha-1 em 2009.
Os menores rendimentos médios verificados em Bella Vista, para a maioria
das cultivares, durante nos dois anos podem ser atribuído às menores altitudes
desta localidade em relação às demais. Conforme destacado por Terasawa-Junior
(2006).
TABELA 8. Rendimento médio (kg.ha-1) de cultivares de soja submetidos à avaliação
de valor de cultivo e uso em quatro localidades da região oriental do
Paraguai, ano 2008.
CULTIVARES
NOVA ESPERANZA
FRO4- 164
4.897 A a
CD 214 RR
P.J. CABALLERO
CAMPO 9
B. VISTA
MEDIA
4.587 BC a
4.918 A a
2.887 A a
4.322
4.322 AB a
4.803 BC a
4.186 A a
3.705 A ab
4.254
FRO-179
3.879 ABC b
5.654 AB a
3.983 A a
3.022 A b
4.134
FT20-268
3.867 ABC bc
6.522 A a
4.168 A a
2.678 A c
4308
FT20-267
3.323 B c
6.916 A a
4.430 A a
3.382 A b
4.512
EMBRAPA 48
2.994 BC b
4.520 BC a
4.854 A a
3.195 A b
3.843
FTO3-482
2.768 C b
5.712 AB a
4.823 A a
3.005 A b
4.077
MÉDIA
3.721
5.490
4.479
3.125
Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de
Tukey ao nível de probabilidade de 5%. CV (%): 13,73.
TABELA 9. Rendimento médio (kg.ha-1) de cultivares de soja de submetidos à
avaliação de valor de cultivo e uso em quatro locais da região oriental
do Paraguai, ano 2009.
CULTIVARES
NOVA ESPERANZA
P.J. CABALLERO
CAMPO 9
B. VISTA
MEDIA
FRO4- 164
2.946 B a
4.118 AB a
3.703 A a
3.594 A a
3.590
CD 214 RR
3.449 AB a
3.913 AB a
3.487 AB a
2.885 A a
3.433
FRO-179
3.042 B b
4.117 AB ab
4.739 A a
3.219 A b
3.779
FT20-268
2.578 B a
3.228 B a
1.988 B a
2.900 A a
2.673
FT20-267
2.712 B b
4.915 A a
4.004 A ab
3.259 A b
3.722
EMBRAPA 48
3.302 AB a
4.411 AB a
3.705 A a
3.178 A a
3.649
FTO3-482
4.595 A ab
5.130 A a
4.360 A ab
3.737 A b
4.455
MÉDIA
4.262
3.712
3.253
3.232
Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de
probabilidade de 5%. CV (%): 17,04.
Durante os anos 2009 e 2010 as cultivares de soja submetidas à avaliação
de valor de cultivo e uso em quatro localidades da região oriental do Paraguai,
47
tiveram média de rendimento em (kg.ha-1) superior na localidade de Pedro Juan
Caballero (Figura 14).
7.000
6.000
5.000
4.000
NOVA ESPERANZA
3.000
P.J.CABALLERO
2.000
COLONIA FRAN
1.000
CAMPO 9
0
FRO4‐ 164 CD 214 RR FRO‐179 FT20‐268 FT20‐267 EMBRAPA FTO3‐482
48
FIGURA 14. Destacam-se as localidades e as cultivares de soja com melhor performance em
rendimento em (kg.ha-1) durante dois anos de avaliação nas diferentes localidades da
região oriental do Paraguai.
4.3.2. Peso de 100 sementes
Verifica-se que houve uma interação significativa entre as cultivares e locais
de produção durante as campanhas 2008 e 2009 (Tabelas 11 e 12). Ocorreu
similaridade no peso de 100 sementes entre as localidades de Pedro Juan Caballero
e Campo 9, assim mesmo verificou- se desempenho superior a 6% relação à Nova
Esperanza e de 13 % em comparação à Bela Vista. A ocorrência de interação entre
genótipos e ambientes pode ser atribuído ao comportamento diferenciado de
materiais genéticos, frente a condições ambientais distintas, conforme Cruz e
Carneiro (2003) e Terasawa-Junior (2006).
Em 2008, a cultivar FT20-268 apresentou em Pedro Juan Caballero,
desempenho superior com 25g de peso de 100 sementes em relação às demais
localidades, 14%, 39%, 47% em relação à Bella, Campo 9 e Nova Esperanza
comparativamente, na campanha 2009 apresentou desempenho superior a 11%,
18%, 54% em relação à Nova Esperanza, Campo 9 e Bella Vista, respectivamente.
Uma cultivar apresenta adaptação específica se mostrou ter melhor desempenho
relativo em determinado ambiente de avaliação (CERETTA et al., 1998).
48
Em peso de 100 sementes, a cultivar FT03-482 em 2008 apresentou em
Nova Esperanza desempenho superior de 17% em de 23%, 50%, à Bella Vista e
Campo 9. Comparativamente, na campanha 2009 em Campo 9, apresentou
desempenho superior de 12%, 20%, 38% em relação à Bella Vista, Nova Esperanza
e Pedro Juan Caballero respectivamente.
Na campanha 2008, às cultivares FRO4-164 e à referência para VCU
EMBRAPA 48 mostraram peso de 100 sementes similares nas localidades de Pedro
Juan Caballero, Nova Esperanza, Bella Vista e Campo 9 e 7% superior em Bella
Vista. Comparativamente em 2009 em Campo 9 à cultivar EMBRAPA 48 mostrou um
peso de 100 sementes similar nas localidades de Pedro Juan Caballero,Nova
Esperanza e Campo 9. Assim mesmo, a cultivar FRO4-164 teve em Campo 9 um
peso de 100 sementes superior a 17%, 31%, 75% em relação à Pedro Juan
Caballero, Nova Esperanza e Bella Vista respectivamente. A interação genótipo
ambiente se define como a resposta diferenciada dos genótipos para uma
determinada característica em diferentes ambientes (CAMPEL e JONES, 2005).
Em 2009, a cultivar FT20-267 apresentou maior peso de 100 sementes em
relação as demais localidades, o que pode ser atribuído ao menor número de
sementes por vagens.
Em 2008, a cultivar CD 214 RR referência para VCU, apresentou peso de
100 sementes superior em Bela Vista a 17% e 8% em relação à Campo 9 e Pedro
Juan Caballero, e Nova Esperanza. Comparativamente, em 2009 mostrou
desempenho superior em Campo 9, de 15%, 36%, 15% em relação à Pedro Juan
Caballero, Bella Vista e Nova Esperanza, respectivamente. Destaque-se a interação
genótipo ambiente assume papel fundamental na manifestação fenotípica de
cultivares, devendo ser estimada e considerada, tanto nos programas de
melhoramento genético quanto na indicação (OLIVEIRA et al., 2004).
Vale destacar que as cultivares e/ou localidades que apresentaram maior
peso de 100 sementes não tiveram, necessariamente, maior rendimento. Este fato
pode ser atribuído a acentuada influência exercida no rendimento pelos fatores
número de vagens por planta e número de sementes por vagem.
49
TABELA 10. Peso de 100 sementes (g) de cultivares de soja de submetidas à
avaliação de valor de cultivo e uso em quatro localidades da região
oriental do Paraguai. Ano 2008.
CULTIVARES
NOVA ESPERANZA
P.J.CABALLERO
CAMPO 9
B. VISTA
MEDIA
FRO4-164
16 BC a
15 BC a
14 B a
16 B a
15
CD 214 RR
13 C ab
12 B ab
12 B ab
14 B a
13
FR04-179
16 BCD ab
18 B a
14 B b
15 B ab
16
FT20-268
17 BC c
25 A a
18 A c
22 A b
20
FT20-267
19 A b
23 A a
18 A c
21 A ab
20
EMBRAPA 48
14 B b
14 C a
14 C a
15 B a
14
FT03- 482
21 A a
18 B c
14 B c
17 B bc
17
MEDIA
17
18
15
17
Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo
teste de Tukey ao nível de probabilidade de 5%. CV (%): 8,16.
TABELA 11. Peso de 100 sementes (g) de cultivares de soja submetidas a avaliação
de valor de cultivo e uso em quatro localidades da região oriental do
Paraguai. Ano 2009.
CULTIVARES
NOVA ESPERANZA
P.J.CABALLERO
CAMPO 9
B. VISTA
MEDIA
FRO4-164
16 AB ab
18 AB a
21 A a
12 A b
17
CD 214 RR
10 AB b
13 B ab
15 B a
11 A ab
12
FR04-179
16 AB a
16 B a
16 B a
13 A a
15
FT20-268
18 A a
17 AB ab
20 AB a
13 A b
17
FT20-267
17 A b
22 A a
26 A a
16 A b
20
EMBRAPA 48
15 AB a
15 B a
16 B a
11 A a
14
FT03- 482
15 AB a
13 B a
18 B a
16 A a
15
MEDIA
15
16
19
13
Médias seguidas da mesma letra maiúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao
nível de probabilidade de 5%. CV (%): 15,4.
Comportamento da média de peso 100 sementes em (g) durante os anos
2009 e 2010 das cultivares de soja em submetidas à avaliação agronômica em
quatro localidades da região oriental do Paraguai (Figura 15).
De maneira geral, verificam-se que em Pedro Juan Caballero nos anos 2008
e 2009, as cultivares de soja apresentaram melhor performance, a priori associado
com maiores altitudes e maiores amplitudes térmicas diárias. Assim mesmo, em
Santa Rita, nos anos 2009/2010, os híbridos de milho, apresentaram um
desempenho superior comparativamente às demais localidades, este fato pode ser
atribuído à influência de localidades com solos com maior fertilidade natural.
50
25
20
15
NOVA ESPERANZA
10
5
P.J.CABALLERO
CAMPO 9
B.VISTA
0
FIGURA 15. Destaca- se as localidades da Região Oriental do Paraguai onde as cultivares de soja
tiveram melhor performance em de peso 100 sementes em (g) durante dois anos de
avaliação.
5. CONCLUSÃO
Em 2009 e 2010, os híbridos de milho apresentaram na safra e na safrinha,
rendimento superior na localidade de Santa Rita em relação as demais localidades.
Na safrinha 2009 e 2010, o híbrido AS 1551, apresentou nas cinco
localidades rendimento superior comparativamente aos demais híbridos e aos
híbridos referência DKB 390 e MAXIMUS. Na safra 2009 e 2010, o híbrido DAS2B
710, mostrou rendimento superior em relação aos demais híbridos e similaridade em
comparação aos híbridos de referência, Maximus e DKB 390.
As cultivares de soja, apresentaram durante os anos 2008 e 2009,
rendimento superior na localidade de Pedro Juan Caballero em relação as demais
localidades. A localidade de Pedro Juan Caballero, apresenta condições
agroclimáticas
mais
favoráveis
a
produtividade
de
sementes
de
soja,
comparativamente às demais localidades do Paraguai
Nos anos 2008 e 2009, a cultivar de soja FT03-482 mostrou em todas as
localidades, rendimento superior em comparação as demais cultivares e as
cultivares referência CD 214 RR e EMBRAPA 48.
.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABADIE, T.; CERETTA, S. Exploring crop adaptation through the study of multienvironment trials (METS). In: THIRD SOUTH AMERICAN OATS CONGRESS.
INIA La Estanzuela, p.35-40, 1997.
ANDRADE, F.; CIRILO, A.; UHART, S.; OTEGUI, M. Ecofisiologia del cultivo de
maiz. Buenos Aires, Argentina: Ed. La Barrosa, 1966, 292p.
ALLARD, R.W. Principles of plant breeding. 2nd ed., New York: John Willey &
Sons, 1999, 254p.
ARIAS, E.R.A. Adaptabilidade e estabilidade de cultivares de milho no estado
do Mato Grosso do Sul e avanço genético obtido no período de 1986/87 a
1993/94. 1996, 118f. Lavras ESAL. Tese (Doutorado em Genética e Melhoramento
de Plantas) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de
Plantas, Escola Superior de Agricultura de Lavras, Lavras, MG.
BLUM, A. Plant breeding for stress environments. CRC Press, Inc. Boca Raton,
FL, USA. 1988, 212p.
BORÉM, A. Interação genótipo x ambiente, adaptabilidade e estabilidade de
comportamento. In: BORÉM A. Melhoramento de plantas. 3.ed., Viçosa: Editora da
UFV, 2001, p.109-135.
BORÉM, A.; MIRANDA, G.V. Melhoramento de plantas. 4.ed., Viçosa: Editora da
UFV, 2005, 525p.
BORÉM, A.; MIRANDA, G.V. Melhoramento de plantas. Viçosa: Editora da UFV,
2009, 529p
BULACIO, A.N.R.; ALMADA, G.H. Análisis de estabilidad y adaptabilidad de
genótipos de caña de azucar. I. Interacciones dentro de una localidad experimental.
Revista Agronómica del Noroeste Argentino, Tucuman, v.13, n.1/4, p.105-127,
1976.
CAMPBELL, B.T.; JONES, M.A. Assessment of genotype x environment interactions
for yield and fiber quality in cotton performance trials. Euphytica, Wageningen,
v.144, p.69-78, 2005.
CAPECO – Cámara Paraguaya de Exportadores y Comercializadores de Cereales y
Oleaginosas. Producción y exportación de granos Disponível em <http://www.
tera.com.py/capeco/archivo.php?a=k8171916kb1ckaka101615c620c6kc1f1716191b
k8ka101615c6kbkcc6ke19k815161ac61015kbkbd417kbkdk80a6&x=kckc0aa&y=878
7026 >. Acesso em 17 dez. 2012.
CARVALHO, H.W.L. de.;LEAL, M. de L. da S.; SANTOS, M.X. dos; CARDOZO
53
Espinoza, A., Ortega, D y R Urbina. Evaluación de Híbridos de maíz (Zea mays L.)
de grano blanco y amarillo en ambientes contrastantes de Nicaragua. En:
Síntesis de Resultados Experimentales del PRM. Volumen 6. Pp 32- 38. 2002.
MONTEIRO, A.A.T.; TABOSA, M.J. Adaptabilidade e estabilidade de cultivares de
milho no nordeste brasileiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.35, n.6,
p.1115, 1123, 2000.
CARVALHO, H.W.L. de; LEAL, M. de L. da S.; ALBUQUERQUE, M.M, de; TABOSA,
J.N. Adaptabilidade e estabilidade de cultivares de milho no nordeste brasileiro no
ano 1996. Revista Científica Rural, Bagé, v.3, n.2, p.20- 26, 1998.
CECCARELLI, S. Adaptation to low/high input cultivation. Euphytica, Wageningen,
v.92, n.2, p.203-214, 1996.
CERETTA, S.T.; ABADIE, H. OZERAMI; ARBELBIDE. El uso de redes de
experimentos para estudiar la adaptación de los cultivos. Universidad de la
República. Facultad de Agronomía. CIRAD. Paysandú, Uruguay. 1998, p.9-13.
CORDOVA, H.S. Evaluación de 36 cultivares de maíz en 20 ambientes de
Centroamérica, Panamá y El Caribe PCCMCA 1988. In: XXXV REUNIÓN ANUAL
DEL PCCMCA SAN PEDRO SULA, Honduras. Abril 2 al 7, 3. 1989, 903p.
CROSSA, I.; GAUCH, H. ZOBEL, R. Additive main effectand multiplicative interaction
analysis of two international maize cultivar trials. Crop Science, Madison, v.30, n.3,
p.493-500, 1990.
CROSSA, J. Statistical analysis of multilocation trials. Advances in Agronomy, San
Diego. V.44, p.55–85. 1990.
CRUZ, C.D.; REGAZZI, A.J. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento
genético. Viçosa, MG: UFV, 1994, 390p.
DMH (Dirección de Meteorología e Hidrología). Informaciones climatológicas
mensuales, Paraguay, 2010.
DUARTE, J.B.; VENCOVSKY, R. Interação genótipos x ambientes: uma
introdução à análise AMM. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética, 60p.
(Série Monográfica, 9), 1999.
DUVICK, D. Plant breeding, an evolutionary concept. Crop Science, n.36, p.539548, 1996.
FANCELLI, A.L; DOURADO-NETO, D. Gerenciamento da cultura do milho.
Versão 2.0, ESALQ/BASF, CD-ROM, 1999.
GORDON, M.R.; CAMARGO, E.I. Estimación y comparación de parámetros de
cultivares estabilidad para determinar la respuesta de rendimiento de grano de de
maíz, Paraná 1996-98 Memórias de la XVIII Reunión Latino Americana del Maíz,
p.22-27, Sete Lagoas, 2000.
54
FAN, X.M.; KANG, M.S.; CHEN, H.; ZHANG, I.; TAN, J.; XU, C. Yield stability of
maize hybrids evaluated in multi-environment trials in Yunnan, China. Agronomy
Journal, v.99 p.220-228, 2007.
HUSSEIN, M.A. The statistics of genotype x environment interaction and
genotype stability in plant breeding – their computation, statistical test and
interpretation. 2000 Disponivel em <http:/www.nlh.no/ipf/publikasjoner/Hussein/
stability/default.htm> Acesso em 23 fev. 20132.
JEUTONG, F.; ESKRIDGE, K.M.; WALTMAN, W.J.; SMITH, O.S. Comparison of
bioclimatic indices for prediction of maize yields. Crop Science, n.40, p.1612-1617,
2000.
KANG, M.S. Genotype by environment interaction and its implication in plant
breeding. Symposium on: Genotypes by environment interaction and plant breeding.
Ed. by Manjit, S. Kang, LSU, Agricultural Center, 1990.
MAG - Ministerio de Agricultura y Ganadería. Producción de soja en el Paraguay:
Zafra 2008/2010. Disponivel em < http://www.mag.gov.py/dgp/PARAGUAY%20ISA%
202008%202010%2014%2006%2010.pdf>. Acesso em 23 fev. 2013.
MAGARI, R.; KANG, M. Genotype selection via a new yield stability statistic in maize
yield trials. Euphytica, Wageningen, n.70, p.105-111, 1993.
NASPOLINI-FILHO, W. Variabilidade fenotípica estabilidade em híbrido simples,
híbridos duplos, variedades e compostos de milho. 1976, 68f. Dissertação
(Mestrado) - Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz”, Piracicaba.
OLIVEIRA, A.B. de. Interação genótipos com ambientes em linhagens
experimentais de soja (Glycine Max (L.) Merrill). 57f. Dissertação (Mestrado) Programa de Mestrado de Agronomia - Universidade Federal de Goiás, Goiânia.
PATERNIANI, E. Interação genótipo x ambiente em climas tropicais e subtropicais.
In: CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO, 16, Belo Horizonte. Anais...
Sete Lagoas: Embrapa-CNPMS, p.378-382, 1986.
RAMALHO, M.A.P., SANTOS, J.B.; ZIMMERMANN, M.J.O. Genética quantitativa
em plantas autógamas: aplicações ao melhoramento do feijoeiro. Goiânia: UFG,
1993, 271p.
RIBEIRO, P.H.E.; RAMALHO, M.A.P.; FERREIRA, D.F. Adaptabilidade e
estabilidade de cultivares de milho avaliadas em diferentes condições ambientais do
estado de Minas Gerais. In: REUNION LATINOAMERICANA DEL MAIZ, 18. 1999,
Sete Lagoas. Anais... Sete Lagoas: EMBRAPA-CNPMS/México: CIMMYT, 1999,
p.251-260.
SENAVE (Servicio Nacional de Sanidad y Calidad Vegetal y de Semilla). DISE
(Dirección de Semillas). Boletín Nacional de Cultivares Protegidos y
55
Comerciales. Registro Nacional de Evaluadores de Variedades. San Lorenzo,
Paraguay, 2013.
SHAW, R. H. Climate requirement. In: SPRAGUE, G. F.; DULLEY, J. W. Corn and
corn improvement. 3.ed. N. 18. Madison: ASA/CSSA/SSSA, 1988. p.610-638.
TERASAWA-JUNIOR, F. Implicações das interações genótipo-ambiente no
melhoramento do milho no estado do Paraná. Curitiba, v.24, p.30-33, 2006.
TOLEDO, R.E. Fases do desenvolvimento da cultura da soja. Disponível em:
http://agro.uncor.edu/ceryol/documentos/soja/feno-pdf. Acesso em: 03/02/2009.
TSUCHI, T. Porque se faz melhoramento genético de soja em Paraguay. 2.ed.,
Asunción, Paraguay: JIICA, 2006, p.2.
ZOBEL, R.W.; WRIGTHT, M.J.; GAUCH, H.G. Statistical analysis of a yield trial.
Agronomy Journal, n. 80, p.388-393, 2006.
ZOBEL, R.W. A powerful statistical model for understanding genotype-byenvironmental interaction in genotype-by-environmental interaction and plants
breeding. L.S.U. Agricultural Center. 1990.
ANEXOS
57
Anexo 1. Média anual de precipitação (mm) e temperatura (°C).
LOCALIDADES
P.J.CABALLERO
N.ESPERANZA
S. RITA
CAMPO 9
B. VIST
PREC.
TEMP.
PRE.
TEMP
PREC.
TEMP.
PREC.
TEMP.
PREC.
TEMP.
1500,0
23,5
1575,2
23,0
1694,2
24,4
1575,2
22,5
1773,7
20,9
Anexo 2. Média anual de temperatura máxima e mínima (°C).
LOCALIDADES
P.J.CABALLERO
N.ESPERANZA
S. RITA
CAMPO 9
B. VISTA
MAX
MIN.
MAX
MIN.
MAX
MIN.
MAX
MIN.
MAX
MIN.
28,0
13,7
28,8
17,3
28,3
16,4
28,3
16,8
26,6
14,7
Anexo 3. Precipitação mensal e anual (°C. Normal histórico).
LOCALIDADE
Ene
Feb.
Mar.
Abr.
May.
Jun.
Jul.
Agos.
Oct.
Nov.
Dic.
Anual
Bella Vista
Campo 9
Santa Rita
N. Esperanza
P.J.Caballero
160,8
160,2
172,0
140,6
138,0
124,7
110,1
139,6
131,6 166,5
Set.
173,8
155,8
1773,7
146,6
201,2
156,7
163,6
168,2
168,5
62,8
82,2
159,4 251,4
204,8
203,1
1968,5
184,1
154,2
136,1
140,7
132,3
131,9
90,6
115,0
130,2 176,0
163,5
139,9
1694,2
206,0
195,0
124,0
173,0
163,0
123,0
90,0
82,0
202,0 239,0
157,0
203,0
1957,0
172,0
158,0
148,0
116,0
101,0
104,0
44,0
53,0
77,0
186,0
176,0
1500,0
165,0
Anexo 4. Temperatura mínima (ºc) - média histórica.
Ene
Feb.
Bella Vista
LOCALIDADE
19,5
20,3
Campo 9
21,1
20,7
Santa Rita
21,1
N. Eperanza
21,1
P.Juan Caballero
16,9
Mar.
Abr.
May.
15,8
13,6
19,9
17,5
13,9
12,8
10,8
13,2
14,7
17,5
21,3
20,1
17,2
13,6
11,4
11,3
12,3
13,8
20,3
20,5
18,5
15,1
12,5
11,5
14,3
15,4
16,4
16,1
14,1
11,4
9,7
9,0
10,9
13,3
18,5
Jun.
9,7
Jul.
10,6
Agos.
11,4
Set.
12,9
Oct.
Dic.
Anual
10,3
14,7
18,4
20,8
16,8
16,6
18,3
20,1
16,4
18,0
19,4
20,9
17,3
14,6
15,7
16,7
13,7
15,9
Nov.
17,3
Anexo 5. Temperatura máxima (ºc) - média histórica.
LOCALIDADE
Ene
Feb.
Mar.
Abr.
May.
Jun.
Jul.
Agos.
Set.
Oct.
Nov.
Dic.
Anual
Bella Vista
31,6
31,0
29,3
26,5
23,3
21,0
21,8
22,2
24,7
27,2
29,4
30,8
26,6
Campo 9
32,8
32,2
31,5
28,7
24,7
22,7
21,0
25,5
26,3
29,5
31,3
32,8
28,3
Santa Rita
Esperanza
32,7
33,5
32,3
32,6
31,1
31,8
27,5
29,3
24,5
25,5
22,7
22,9
22,8
22,7
25,4
25,9
27,2
26,9
29,1
29,2
31,0
31,9
32,9
33,7
28,3
28,8
P.Juan Caballero
30,3
30,3
29,4
27,4
24,8
24,1
24,6
27,6
28,3
29,0
30,1
30,6
28,0
58
Anexo 6. Média anual de temperatura máxima (°C). Anos 2006 a 2010.
LOCALIDADE
COLONIA FRAN
2003
28,6
2004
28,2
2005
28,1
2006
29,2
2007
27,9
2008
29
2009
28
2010
27,2
Média
28,2
SANTA RITA
CAMPO 9
YJHOVY
28,8
28,8
29
28,4
28,3
28,4
28,8
28,3
29
29,2
29,4
29,9
28,7
25,7
26,9
28,6
28,7
30,3
28,3
28,7
28,7
27,9
28,2
28,5
28,5
28,2
28,8
GUAYAYBI
30,3
29,3
29,7
30,2
29,1
29,6
30,4
29,7
29,7
Anexo 7. Média anual de temperatura mínima (°C). Anos 2006 a 2010.
2003
14,8
2004
14,9
2005
15,4
2006
15
2007
15,2
2008
15,3
CAMPO 9
YJHOVY
16,9
16,5
16,9
16,5
16,6
16,8
17
16,9
17,2
17,2
17,2
18,2
17
16,7
17,2
16,6
16,2
18,1
17,1
17,7
17,5
16,3
16,7
15,1
16,8
16,8
17,1
GUAYAYBI
17,7
17,4
17,5
17,4
15,8
17,3
18,1
17,5
17,3
LOCALIDADE
COLONIA FRAN
SANTA RITA
2009
17
2010
15,9
Média
15,4
Anexo 8. Média de precipitação (mm). Anos 2006 a 2010.
2003
147,6
2004
116,1
2005
124,2
2006
128
2007
176,1
2008
116,1
2009
142,4
2010
130,9
Média
135,1
CAMPO 9
YJHOVY
152,5
129,4
143,1
118,4
116,5
157,4
138,3
113,1
110,1
128,2
137,1
106,4
139,4
148,3
120,6
105,1
96,4
143,4
182,9
174,2
150,6
172,7
118,6
98,8
142,1
129,2
110,9
GUAYAYBI
142,9
127
110,4
138,4
128,3
136
116,6
133,6
120,2
LOCALIDADE
COLONIA FRAN
SANTA RITA
Download

rendimento de cultivares de milho e soja em diferentes