MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SEMENTES RENDIMENTO DE CULTIVARES DE MILHO E SOJA EM DIFERENTES ZONAS AGROCLIMÁTICAS DO PARAGUAI BLANCA JULIA NÚÑEZ TEIXIDÓ PELOTAS, RS - BRASIL 2013 BLANCA JULIA NÚÑEZ TEIXIDÓ RENDIMENTO DE CULTIVARES DE MILHO E SOJA EM DIFERENTES ZONAS AGROCLIMÁTICAS DO PARAGUAI Tese apresentada ao Programa de PósGraduação em Ciência e Tecnologia de Sementes da Universidade Federal de Pelotas, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, sob orientação do Professor Dr. Francisco Amaral Villela, como parte das exigências para obtenção do Título de Doutor em Ciências. PELOTAS, RS - BRASIL 2013 Dados de catalogação na fonte: (Marlene Cravo Castillo – CRB-10/744) T266r Teixidó, Blanca Julia Núñes Rendimentos de cultivares de milho e soja em diferentes zonas agroclimática do Paraguai / Blanca Julia Núñes Teixidó; orientador Francisco Amaral Villela Pelotas, 2013. 58f. Tese de Doutorado do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel. Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, 2013. 1. Glycine max, Zea mays; 2. VCU; 3. Rendimento; 4. Peso de sementes I. Villela, Francisco Amaral (orientador); II.Título. CDD 631.521 RENDIMENTO DE CULTIVARES DE MILHO E SOJA EM DIFERENTES ZONAS AGROCLIMÁTICAS DO PARAGUAI AUTOR: Blanca Julia Núñez Teixidó ORIENTADOR: Prof. Francisco Amaral Villela, Dr. CO-ORIENTADOR: Engo Agro Geri Eduardo Meneghello, Dr. COMISSÃO EXAMINADORA Prof. FRANCISCO AMARAL VILLELA, Dr. Orientador Prof. ORLANDO ANTONIO LUCCA FILHO, Dr. Engo Agro GERI EDUARDO MENEGHELLO, Dr. Dra JULIANA DE SOUZA DODE Dra ANDREIA DA SILVA ALMEIDA DEDICATÓRIA À memória de meus amados pais, Eulália e Benicio, meu querido irmão Orlando, que desde a eternidade acompanham e guiam cada instante da minha vida. À minha família, fonte de inspiração e alegria, amor e apoio incondicional em cada momento. AGRADECIMENTOS A Deus, pela infinita bondade, pelas graças recebidas, por ME permitir chegar a este ponto e cumprir meus objetivos. Ao meu orientador, Prof. Dr. Francisco Amaral Villela, pela ajuda, incentivo, paciência e amizade. Ao meu co-orientador, Dr. Geri Eduardo Meneghello, pela amizade, paciência e colaboração. Às Empresas MONSANTO S.A e AGROLINK S.A.I.C, pela disponibilidade dos dados. A todos os que me ajudaram direta e indiretamente na realização deste trabalho. LISTA DE FIGURAS Página FIGURA 1. Localização geográfica do Paraguai na América do Sul ............. FIGURA 2. Evolução da área semeada, produção e rendimento de milho 13 no Paraguai desde 1997 a 2013 ................................................. 14 FIGURA 3. Principais zonas produtoras de milho no Paraguai ..................... 14 FIGURA 4. Evolução da exportação de milho no Paraguai de 1997 a 2011 com respectiva produção ............................................................ FIGURA 5. Mapa do Paraguai com localização de áreas de semeadura de milho e soja safrinha ................................................................... FIGURA 6. 17 Principais zonas produtoras (departamentos) de soja no Paraguai, com respectivas áreas de produção ........................... FIGURA 9. 16 Evolução da produção e exportação de soja no período 2005 e 2011 e as consequências na exportação de soja no Paraguai ... FIGURA 8. 15 Evolução da área semeada, produção e rendimento de soja no Paraguai ...................................................................................... FIGURA 7. 15 17 Posicionamento do Paraguai no ranking de exportadores de soja a nível mundial no período 2005/2006 e 2010/2011 ............ 18 FIGURA 10. Evolução da capacidade de armazenamento para grãos de soja no Paraguai desde o ano 2002 até 2010 ............................. 19 FIGURA 11. Estimativa da área de semeadura de soja para a safra 2010 e 2011 ............................................................................................ 20 FIGURA 12. Performance em rendimento em (kg.ha-1) dos híbridos safrinha de milho, na localidade de Santa Rita ......................................... 37 FIGURA 13. Destaca-se a localidade de Santa Rita, onde os híbridos de milho safra apresentaram melhores rendimentos em (kg.ha-1) ... 43 FIGURA 14. Localidades e as cultivares de soja com melhor performance em rendimento em (kg.ha-1) ........................................................ 47 FIGURA 15. Localidades onde as cultivares de soja tiveram melhor performance em de peso 100 semente em (g) ........................... 50 LISTA DE TABELAS Página TABELA 1. Número de variedades inscritos no RNCP e RNCP por espécie no Paraguai em 2013 .................................................................. 23 TABELA 2. Características de localidades onde foram instalados os ensaios de milho anos 2009 e 2010 ............................................ 30 TABELA 3. Características de localidades onde foram instalados os ensaios de milho anos 2009 e 2010 ............................................ 32 TABELA 4. Rendimento médio (kg/ha) de híbridos de milho safrinha submetidos à avaliação de valor de cultivo e uso em cinco locais da Oriental Região do Paraguai ano ................................. TABELA 5. Rendimento médio (kg/ha) híbridos de milho 36 safrinha submetidas à avaliação de valor de cultivo e uso em cinco locais da Região Oriental do Paraguai ano 2010 ........................ 37 TABELA 6. Rendimento médio (kg/ha) de híbridos de milho safra submetidas à avaliação de valor de cultivo e uso em cinco locais da Região Oriental do Paraguai ano 2009 ........................ 42 TABELA 7. Rendimento médio (kg/ha) de híbridos de milho safra submetidas a testes de avaliação de valor de cultivo e uso em cinco locais da Região Oriental do Paraguai ano ........................ 42 TABELA 8. Rendimento médio (kg/ha) cultivares de soja de submetidas à avaliação de valor de cultivo e uso em quatro locais da Região Oriental do Paraguai ano 2008 ................................................... 46 TABELA 9. Rendimento médio (kg/ha) cultivares de soja de submetidas à avaliação de valor de cultivo e uso em quatro locais da Região Oriental do Paraguai ano 2009 ................................................... 46 TABELA 10. Peso de 100 sementes (g) cultivares de soja de submetidas à avaliação de valor de cultivo e uso em quatro locais da Região Oriental do Paraguai ano 2008 ................................................... 49 TABELA 11. Peso de 100 sementes (g) cultivares de soja de submetidas à avaliação de valor de cultivo e uso em quatro locais da Região Oriental do Paraguai ano ............................................................ 49 LISTA DE SIGLAS Cámara Paraguaya de Exportadores y Comercializadores de Cereales y Oleaginosas .................................................................. CAPECO Departamento de Protección y Uso de Variedades ......................... DPUV Dirección de Semillas ...................................................................... DISE Dirección de Investigación Agrícola ................................................ DIA Instituto de Biotecnologia Agrìcola .................................................. INBIO Ministerio de Agricultura y Ganadería ............................................. MAG Registro Nacional de Cultivares Protegidos .................................... RNCP Registro Nacional de Cultivares Comerciales ................................. RNCC Registro Nacional de Evaluadores de Variedades .......................... RNEV Servicio Nacional de Calidad y Sanidad y de Semillas ................... SENAVE RESUMO TEIXIDÓ, Blanca Julia Nuñez. Rendimento de cultivares de milho e soja em diferentes zonas agroclimáticas do Paraguai. Pelotas, 2013. 58f. Tese (Doutorado) – Programa de Pòs-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes, Universidade Federal de Pelotas. A área de produção de soja no Paraguai teve um aumento considerável desde o ano 1996. Incrementou-se na safra 2004\05 como resultado da introdução de cultivares transgênicas e produção de sementes destas cultivares no país, sendo o quarto maior exportador mundial de grãos de soja. A estimativa de área de produção de soja para a campanha 2012/13 e de 3.157.600 há com uma produção de 9.367.298 toneladas A área de produção de grãos de milho no Paraguai teve aumento considerável a partir do ano 2002, a estimativa de produção de milho para a campanha 2012/13 e de 983.899 há com uma produção de 3.935.596 toneladas. Para a liberação comercial as novas cultivares deverão passar por dois anos de avaliação agronômica em zonas agroclimàticas da região Oriental do Paraguai de importância às diferentes espécies. Este trabalho visou avaliar o rendimento de cinco cultivares de soja, FT20-267, FT20-268, FRO4- 179, FRO4- 164, FTO3- 482 comparadas com as cultivares referência CD 214 RR e EMBRAPA 48. Foram avaliadas em Zona Sul: Bella Vista, (Departamento de Itapuá); Zona Leste: Santa Rita, (Departamento de Alto Paraná) e Nova Esperanza (Departamento de Canindeyú); Zona Central: Campo 9, (Departamento de Caaguazú) e Zona Norte: Pedro Juan Caballero, (Departamento de Amambay), e de cinco híbridos de milho DAS 2B 710, AS 1551, AS 1590, DAS 2B 688, P 30K75 comparados com os híbridos de referência DKB 390 e MAXIMUS. Foram avaliadas em Zona Sul: Colonia Fran, (Departamento de Itapuá); Zona Leste: Santa Rita, (Departamento de Alto Paraná) e Yjhovy (Departamento de Canindeyú); Zona Central: Campo 9, (Departamento de Caaguazú) e Zona Norte: Guayaybi, (Departamento de San Pedro). Cada parcela de soja foi constituída por quatro fileiras de 5,0 m de comprimento, com 0,45 m de espaçamento entre fileiras. A superfície útil das parcelas foi de 3,6 m2 em três repetições. Foram avaliados rendimento e peso de 100 sementes As cultivares avaliadas mostraram, de maneira geral rendimento e peso de 100 sementes superiores ou similares as cultivares referência CD 214 RR e EMBRAPA 48; todas as cultivares avaliadas apresentaram rendimento e peso de 100 sementes superiores na localidade de Pedro Juan Caballero Cada parcela de híbrido foi constituída por quatro fileiras de 5,0 m de comprimento, com 0,52 m de separação entre fileiras. A área útil de parcela foi de 10,40 m2, unidade experimental em três repetições.Na safra os híbridos mostraram, rendimento similares aos híbridos referência DKB 390 e MAXIMUS nos dois anos de avaliação.Na safrinha 2009 e 2010 o híbrido AS 1551 apresentou rendimento superior em comparação aos demais híbridos e aos de referência DKB 390 e MAXIMUS nos dois anos. Em 2009 e 2010, os híbridos de milho apresentaram na safra e na safrinha, rendimento superior na localidade de Santa Rita em relação as demais localidades. Palavras-chave: Glycine max, Zea mays, VCU, rendimento, peso de sementes. ABSTRACT TEIXIDÓ, Blanca Julia Nuñez. Corn and soybean cultivars yield in different agroclimatic zones in Paraguay. 2013. 58pag. Thesis (Doctoral) - Post-graduate course in seed science and technology, Federal University of Pelotas, Pelotas, RS. The area under soybean production in Paraguay has increased considerably since 1996s. It has increased during 2004\05 as a result of the introduction of transgenic cultivars and seed production of these varieties. The country becomes the fourth largest soybeans exporter in the world. The area estimated soybean production for the 2012/13 season and 3.157.600 ha with a production of 9.367.298 of tons. The area of maize grain in Paraguay has increased considerably since 2002, the estimated maize production for the 2012/13 season was 983.899 ha with a production of 3.935.596 tons. Evaluation of new cultivars to commercial release includes agronomic evaluation for two years in agro-climatic zones of the Eastern Region of Paraguay. Therefore, this study aimed to evaluate the following five soybean cultivars yield, FT20-267, FT20-268, FRO4-179, FRO4-164, FTO3-482 and to compare them to the two reference cultivars (CD 214-RR and EMBRAPA 48). The cultivars were evaluated in South Zone: Bella Vista, (Itapuá department); East Zone: Santa Rita, (Alto Paraná Department) and New Esperanza (Canindeyú Department), Central Zone: Field 9, (Caaguazú Department) and North Zone: Pedro Juan Caballero (Amambay Department). The following five corn hybrids DAS 2B 710, AS 1551, AS 1590, DAS 2B 688, P 30K75 were compared with the reference hybrids DKB 390 and MAXIMUS. They were evaluated in South Zone: Colonia Fran, (Itapuá Department); East Zone: Santa Rita, (Alto Paraná Department) and Yjhovy (Canindeyú Department), Central Zone: Field 9, (Caaguazú Department) and North Zone: Guayaybi, (San Pedro Department). Each plot consisted of four soybean rows of 5.0 m long and 0.45 m spacing between rows. The useful plot area was 3.6 m2 plots with three replications. Yield and weight of 100 seeds were evaluated. The cultivars showed, in general yield and weight of 100 seeds higher or similar to the reference cultivars CD 214-RR and EMBRAPA 48, all cultivars showed yield and weight of 100 seeds higher in Pedro Juan Caballero. Each plot of hybrid consisted of four rows of 5.0 m long with 0.52 m spacing between rows. The useful area was 10.40 m², in three experimental unit replications. In the two years of evaluation (2009 and 2010) of the hybrids showed similar performance to the reference hybrids DKB 390 and MAXIMUS. The Hybrid AS 1551 in out season showed a higher yield compared to other hybrids and also with the references hybrids DKB 390 and MAXIMUS during the two years of evaluation. In 2009 and 2010, the hybrids showed in season and off season, higher yield in Santa Rita in relation to other locations. Key words: Glycine max, Zea mays, VCU, yield, seed weight. SUMÁRIO Página COMISSÃO EXAMINADORA .......................................................................... 2 DEDICATÓRIA ................................................................................................ 3 AGRADECIMENTOS ....................................................................................... 4 LISTA DE FIGURAS ........................................................................................ 5 LISTA DE TABELAS ....................................................................................... 6 LISTA DE SIGLAS ........................................................................................... 7 RESUMO.......................................................................................................... 8 ABSTRACT...................................................................................................... 9 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 11 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................ 13 2.2. PRODUÇÃO DE SEMENTES NO PARAGUAI. 2.3. INTERAÇÃO GENOTIPO AMBIENTE 3.1. MILHO 2.1. SITUAÇÃO ATUAL DA PRODUÇÃO DE MILHO E SOJA NO PARAGUAI .. 13 2.2. PRODUÇÃO DE SEMENTES NO PARAGUAI ......................................... 21 2.3. INTERAÇÃO GENÓTIPO AMBIENTE ...................................................... 24 3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................ 28 3.1 MILHO ........................................................................................................ 29 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 32 4.1. MILHO ....................................................................................................... 33 4.2. MILHO SAFRINHA .................................................................................... 38 4.3. SOJA ......................................................................................................... 43 4.3.1. Rendimento ........................................................................................... 43 4.3.2. Peso de 100 sementes ......................................................................... 47 5. CONCLUSÃO .............................................................................................. 50 6. REFERÊNCIAS ............................................................................................ 51 ANEXOS .......................................................................................................... 55 1 INTRODUÇÃO A terra dos guaranis é um dos centros de origem da agricultura. Esta se originou em zonas selváticas onde é muito difícil obter alimentos pelo fato dos recursos encontrarem-se muito dispersos. Como uma adaptação à selva, desenvolveram um sistema especial para cultivar denominado roça e queima. O milho é um cereal nativo da América, cujo centro de origem de domesticação foi à Mesoamérica, de onde se difundiu para todo o continente. Não há consenso sobre o início da domesticação do milho, mas os indígenas mexicanos dizem que esta espécie representa dez mil anos de cultura (RIVEIRO, 2004). O milho (Zea mays L.) é o segundo cereal de maior produção mundial, superado somente pelo trigo (Triticum aestivum L.), utilizado para consumo humano e como recurso energético nos sistemas de produção agropecuários (JAHN et al., 2000; ROJAS e MANRÍQUEZ, 2001). O milho é um dos cerais mais importantes na história do Paraguai difundido através de todo o país, tem satisfatório rendimento e vários sãos os materiais cultivados e experimentados em distintas zonas do pais, foi sempre considerado de consumo próprio, mas tem se transformado em cultura de renda para o comércio externo. A cultura do milho aumentou substancialmente em 1995 em área cultivada (52%), registrando-se aumento da produtividade graças a utilização de híbridos com alto potencial de rendimento e de novas tecnologias. No ano 2012 foram aprovados 18 híbridos transgênicos de milho. A soja e uma oleaginosa nativa do norte e centro da China, apreciada pelo seu alto conteúdo de proteína e médio de aceite, os grãos de soja e seus derivados (aceite e farinha de soja principalmente) sãos utilizados na alimentação humana e animal e se comercializa em todo o mundo por seus variados usos (MAG, 2010). O cultivo da soja (Glycine max M.) foi introduzido no Paraguai no ano 1921, pelo Dr. Pedro Ciancio, oriundo do Departamento de Caazapá. O aumento da área cultivada em principio no sul da Região Oriental, estende-se rapidamente ao leste e norte do litoral do Alto Paraná (MAG, 2010). A área de produção de grãos de soja no Paraguai teve aumento considerável a partir do ano 1996 com a expansão da fronteira agrícola e com a 12 implementação de novas técnicas de cultivo, o Paraguai foi um dos pioneiros no plantio direto, a produção incrementa-se na campanha 2004\05 como resultado da liberação da soja transgênica RR no país, sendo atualmente o quarto maior produtor a nível mundial de soja (CAPECO, 2012). Neste contexto, aumenta a demanda por novas cultivares no mercado nacional de sementes, considerando que praticamente a totalidade de semente necessária para a produção de grãos era importada, a produção nacional de sementes assim como a disponibilidade de novos materiais de qualidade torna-se cada vez mais necessária e importante. A habilitação do Registro Nacional de Cultivares Protegidos (RNCP) e do Registro Nacional de Cultivares Comerciais (RNCC) e posteriormente do Registro de Avaliadores de Cultivares (RNEV) na Direção de Sementes da (DISE) surge como parte do processo de avanço na área de sementes da instituição e como resposta às necessidades do setor produtivo no Paraguai. Este trabalho baseia-se numa das variáveis que compõem os ensaios de avaliação agronômica, rendimento de cultivares de milho e soja em zonas agroclimáticas diferentes do Paraguai. 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. SITUAÇÃO ATUAL DA PRODUÇÃO DE MILHO E SOJA NO PARAGUAI No Paraguai país mediterrâneo localizado no centro de América do sul, as principais zonas de produção de milho e soja estão localizadas na Região Oriental e abarcam desde a Latitude sul 28º (Departamento de Itapúa) até a Latitude norte 22º (Departamento de Amambay) (Figura1). FIGURA 1. Localização geográfica do Paraguai na América do Sul, destacando a região oriental como zona de produção das grandes culturas no Paraguai, segundo dados de CAPECO (2011- 2012). O milho representa o segundo rubro agrícola mais importante no país com média de produção de mais o menos três milhões de toneladas. De 1997 a 2012, a área cultivada com milho aumentou 188%, enquanto a produção aumentou 400%, fato atribuído em grande parte ao incremento da produtividade de praticamente 40% (Figura 2). 14 4500000 5000 4000000 Área (há) 4500 3500000 Produção (T) 4000 3000000 Rendimento (T ha‐1 3500 3000 2500000 2500 2000000 2000 1500000 1500 1000000 1000 500000 500 0 0 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 FIGURA 2. Evolução da área semeada, produção e rendimento de milho no Paraguai desde 1997 a 2013 (CAPECO, 2013). No Paraguai as principais zonas produtoras de milho de acordo com a produção são os departamentos de Alto Paraná, Canindeyú, San Pedro e Itapúa localizados na Região Oriental (Figura 3). Àrea (ha) Produção (kg.ha-1) FIGURA 3. Observam- se as principais zonas produtoras de milho no Paraguai, tomando em consideração áreas de cultivo e produção (CAPECO 2012). 15 Pode-se observar que em termos de comércio exterior, a exportação de milho no Paraguai teve um aumento a partir do ano 1997, chegando a 1.936.984 toneladas no ano 2011 (Figura 4). FIGURA 4. Observa-se a evolução da exportação de milho no Paraguai de 1997 a 2011 com respectiva produção (CAPECO 2011). O Departamento de Alto Paraná, foi o maior produtor de milho safrinha no ano 2010 com 37% do total da produção (Figura 5). FIGURA 5. Mapa do Paraguai com localização de áreas de semeadura de milho e soja safrinha (INBIO, 2011) 16 A estimativa de área de produção de soja para a safra 2012/13 e de 3.157.600 há com uma produção de 9.367.298 toneladas segundo dados CAPECO (2012/13). A soja no período de 1997 a 2012 praticamente triplicou a área cultivada, bem como a produção, visto que os ganhos de produtividade foram marginais (Figura 6). 10000000 9000000 8000000 Área (há) 3500 Produção (T) Rendimento (T ha‐1 3000 2500 7000000 6000000 2000 5000000 1500 4000000 3000000 1000 2000000 500 1000000 0 0 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 FIGURA 6. Observa-se a evolução da área semeada, produção e rendimento de soja no Paraguai desde 1997 a 2013 (CAPECO, 2011). Observam-se variações importantes na produção e exportação de soja entre os anos 2006 e 2008 (57% de aumento), 2008 e 2009 (52% diminuição) como consequência de falta de chuvas nas regiões produtoras, em 2009 e 2010 (55% aumento). Em 2010/2011, a exportação alcançou 75% da produção (Figura 7). 17 FIGURA 7. Destaca-se a evolução da produção e exportação de soja no período 2005 a 2011 e as consequências na exportação de soja no Paraguai (CAPECO, 2011). O Departamento de Alto Paraná e a principal zona produtora de soja no Paraguai, com uma área cultivada de 741.842ha, que corresponde ao 25% de toda a área de produção nacional (Figura 8). FIGURA 8. Principais zonas produtoras (departamentos) de soja no Paraguai, com respectivas áreas de produção (CAPECO 2012). 18 O desenvolvimento tecnológico aplicado a produção agrícola tem posicionado a soja como a cultura de maior importância em quanto a ingresso de divisas no país. O Paraguai e o quarto maior exportador de grãos de soja em nível mundial (Figura 9). FIGURA 9. Destaca-se o posicionamento do Paraguai no ranking de exportadores de soja a nível mundial no período 2005/2006 e 2010/2011, com respectivas produções (CAPECO, 2011). O setor privado a traves da CAPECO, tem feito inversões importantes para em silos para grãos de soja a fim de aumentar a capacidade de armazenamento, no ano 2002 registrava-se no país 526 silos com uma capacidade de armazenamento de 4.686. 560 toneladas, para 2004 a capacidade dos mesmos era 5.111.901 toneladas com 550 silos, sendo que atualmente se conta com 24 novos silos e 36 ampliados e uma capacidade ampliada de 433.341 toneladas segundo dados de CAPECO 2010/11 (Figura 10). 19 SILOS CENSADOS EM 2004 SILOS NOVOS FIGURA 10. Observa-se a evolução da capacidade de armazenamento para grãos de soja no Paraguai desde o ano 2002 até 2010 (CAPECO 2011). 20 O Departamento de Alto Paraná com uma superficie equivalente ao 29% do total da área estimada para a safra 2010/20112010/2011, foi o maior produtor de soja do Paraguai (Figura 11). FIGURA 11. Estimativa da área de semeadura de soja para a safra 2010/2011(CAPECO 2011). 21 2.2. PRODUÇÃO DE SEMENTES NO PARAGUAI. No Paraguai, a produção de sementes é regida pela Lei Nº 385/94 “De Semillas y Protección de Cultivares”, sendo a autoridade de aplicação a Dirección de Semillas (DISE) do Servicio Nacional de Calidad y Sanidad Vegetal y de Semillas (SENAVE). O Departamento de Protección y Uso de Variedades (DPUV) da DISE foi estabelecido pela Lei Nº 385/94 “De Semillas y Protección de Cultivares”. As primeiras inscrições de variedades nos registros do DPUV datam de 1996, conforme os seguintes registros: a- Registro Nacional de Cultivares Protegidos (RNCP) tem a finalidade de proteger os direitos do obtentor; a inscrição neste registro começou com variedades de oito espécies, posteriormente por Resolução MAG Nº 440/00 a proteção amplia se para todas as espécies. Desde o início, o RNCP tem crescido consideravelmente, em particular nas espécies de importância econômica para o país e a região, a fim de dar resposta aos requerimentos de direitos dos melhoristas. b- Registro Nacional de Cultivares Comerciales (RNCC), onde deverão estar inscritas todas as variedades identificados como superiores e que não prejudiquem o panorama varietal existente, a fim de ser habilitadas comercialmente sob controle dos sistemas de certificação e fiscalização, segundo o Artigo 11 da Lei Nº 385/94, para tal efeito as cultivares deverão passar por dois anos de avaliação agronômica. No início, a fim de regularizar a situação dos materiais de uso público no país, foi feita a inscrição de oficio no RNCC, dando cumprimento ao Artigo 19º da Lei Nº 385/94 “De Semillas y Protección de Cultivares”. Nos primeiros anos, as avaliações foram realizadas exclusivamente pela Dirección de Investigación Agrícola (DIA) do Ministério de Agricultura e Ganadería (MAG). A partir do ano 2003, através de um procedimento de vinculação do SENAVE com pessoas físicas ou jurídicas habilitou-se na Direção de Sementes, o Registro Nacional de Evaluadores de Variedades (RNEV), onde se inscrevem pessoas físicas ou jurídicas que cumpram com os requisitos para realizar ensaios de avaliação agronômica de cultivares e híbridos com fins de inscrição no RNCC. Neste mesmo ano estabelecem-se as primeiras Normas Mínimas de Avaliação Agronômica de Cultivares, nelas se estabelecem para cada espécie os requisitos, épocas e zonas onde devem ser realizadas as avaliações. No caso da soja as avaliações 22 somente podem ser realizadas na época de safra devido à existência de regulamento de vazio sanitário para safrinha. Para a realização da avaliação agronômica das cultivares e dos híbridos, os avaliadores devem contar com um responsável técnico permanente, engenheiro agrônomo que se encarrega do cumprimento das Normas Mínimas de Avaliação Agronômica das Cultivares, sendo realizadas por dois anos em zonas agroclimáticas de importância para as diferentes espécies. Nas Normas Mínimas de Avaliação Agronômica das cultivares, está estabelecida a duração das avaliações de cultivares e híbridos essencialmente derivados, as mesmas serão de um ano se o progenitor recorrente estiver inscrito no Registro Nacional de Cultivares Comerciais. No caso dos híbridos, estes deverão ser avaliados separadamente por dois anos em safra e safrinha a fim de contar com o registro no RNCC nas duas épocas e para determinar o comportamento do híbrido em épocas diferentes e assim poder recomendar a utilização dos mesmos. Nas solicitações de inscrição no RNCC se determina a época recomendada para o híbrido, em caso que seja para as duas (safra e safrinha) devem acompanhar os resultados de avaliação do híbrido em safra e safrinha. A DISE é a encarregada de fiscalizar os ensaios de avaliação agronômica no mínimo em duas etapas, podendo nestas fiscalizações anulá-las se não cumprirem com as normas estabelecidas. Posteriormente, os resultados desta avaliação é apresentada a um Comitê Técnico Evaluador de Cultivares (CTEC) quem decidirá pela inscrição ou não das cultivares no RNCC, podendo solicitar-se um ano a mais de avaliação, se os resultados de dois anos não forem consistentes. Nos primeiros anos do RNCC, 100% das cultivares de soja inscritas eram convencionais. A partir do ano 2005, inscreveram-se as variedades transgênicas Atualmente, 77,6% de novas inscrições de soja correspondem às transgênicas e das inscrições de milho 7,4% correspondem a híbridos transgênicos. Com o RNEV, potencializou-se consideravelmente a avaliação de cultivares e a inscrição no RNCC. Portanto, a disponibilidade de novas cultivares habilitadas comercialmente. Muitos obtentores incorporaram seus programas de seleção e melhoramento no país, o que permite avaliar os materiais por espaços de tempo mais prolongados e identificar com maior precisão quanto á adaptabilidade, 23 estabilidade, sanidade e rendimento, e determinar assim os materiais com potencial para as diferentes zonas do Paraguai. A avaliação dos genótipos em diferentes ambientes, principalmente em ambientes de contraste é uma das práticas mais comuns para recomendar novos materiais a produtores numa região específica. Esta interação é de grande importância para avaliação de cultivares desenvolvidos para diferentes condições de produção, o que é necessário para integrar os conceitos de adaptabilidade e estabilidade para definir o comportamento dos genótipos em ambientes contrastantes. A adaptabilidade de uma variedade se refere a sua capacidade de aproveitar vantajosamente as variações do ambiente; a estabilidade de performance refere-se a sua capacidade de apresentar um comportamento altamente previsível mesmo com as variações ambientais (BORÉM e MIRANDA, 2005). Atualmente, conta-se com 342 variedades protegidas 18% de origem nacional e 82 de origem estrangeiro, 744 variedades habilitadas comercialmente 14% de origem nacional e 86% de origem estrangeira (Tabela 1). TABELA 1. Número de variedades inscritas no RNCP e no RNCC, por espécie origem, no Paraguai em 2013 (DISE, Boletim de Cultivares - 2013). ESPECIE Algodão Arroz Aveia Amendoim Batata Canola Cana de açúcar Eucalipto Forrageiras Fumo Girassol Gergelim Estevia Lupino Milho Melao Pomelo Soja Sorgo Tangerina Tomate Trigo Vigna Total VARIEDADES INSCRITAS RNCP 24 2 3 4 4 3 9 2 226 4 3 62 342 ORIGEM Nac. 7 3 1 4 3 2 2 20 3 16 61 Estr. 17 3 7 206 4 46 285 VARIEDADES INSCRITAS RNCC 21 20 4 1 1 14 39 51 4 47 8 1 1 179 2 1 211 53 3 81 2 744 ORIGEM Nac. 5 3 4 3 1 2 2 20 59 1 109 Estr. 16 20 4 1 1 11 39 47 4 47 5 1 177 1 191 53 3 22 1 635 24 Cabe questionar se as diferentes zonas agroclimáticas de importância para soja e milho, do Paraguai oferecem respostas diferentes no comportamento de cultivares de soja e de híbridos de milho comparados em safra e safrinha. Acredita-se que ao serem avaliados nas diferentes zonas agroclimáticas do país, as cultivares de soja e os híbridos de milho em safra e safrinha apresentam comportamento diferenciado. O presente trabalho tem por objetivo avaliar o rendimento de cultivares de soja e híbridos de milho comparados em safra e safrinha, em dois anos consecutivos. 2.3. INTERAÇÃO GENOTIPO AMBIENTE As diferenças entre o meio ambiente podem mudar frequentemente a magnitude do comportamento do genótipo através de diferentes ambientes. Os agricultores exigem novas cultivares que respondam de modo consistente na maior parte das condições ambientais. Este objetivo pode ser alcançado através do desenvolvimento genótipos que interatuem positivamente com o ambiente com base em modelos de estabilidade que capitalizem a interação genótipo x ambiente. Entende- se por genótipos adaptados aqueles que apresentam melhor comportamento relativo, geralmente associados as suas posições em uma avaliação em caracteres de importância em uma série de diferentes condições ambientais (ABADIE e CERETTA, 1997). Um genótipo ao ser avaliado em diferentes condições ambientais (anos, localidades e/ou época de semeadura), o cultivar pode apresentar dois tipos de adaptação, geral ou específico. Uma cultivar apresenta adaptação geral se revela ter melhor comportamento na maioria dos ambientes de avaliação. Ao contrário, a cultivar apresenta adaptação específica se revela ter melhor desempenho relativo em um determinado ambiente de avaliação (CERETTA et al., 1998). Variedades cultivadas em ambientes diferentes podem ter comportamento diferenciado (BORÉM e MIRANDA, 2009). A interação genótipo ambiente se define como a resposta diferenciada dos genótipos para uma determinada característica em diferentes ambientes (CAMPEL e JONES, 2005). 25 A adaptabilidade fenotípica avalia o comportamento dos genótipos em localidades diferentes. A avaliação de cultivares deve ser realizada em localidades representativas de uma região e durante vários anos para segurança em uma recomendação (FAN et al, 2007). A variabilidade ambiental acentuada por diferentes fatores bióticos e abióticos (clima, umidade, tipo de solo, ventos, manejo agronômico) e a principal razão para utilizar metodologias de avaliação que permitam determinar o grau da interação genótipo ambiente e conhecer a resposta diferencial das cultivares nos ambientes de proba (ESPINOZA, 2002). O desempenho não é a única medida do comportamento de um genótipo, mas é muito importante relacionar o desempenho, com a qualidade e a estabilidade. (DUVICK,1996). Jeutong et al. (2000) afirmam que a importância de utilizar as variáveis bioclimáticas para avaliação e comparação de genótipos numa ampla região, e indicam que a utilização das variáveis precipitação e temperatura proporcionam um nível confiável de precisão para a identificação de genótipos. A temperatura do ar ao redor de 25ºC é descrita como ideal ao crescimento e desenvolvimento das plantas (FANCELLI e DOURADO-NETO, 1999). Altas produtividades são esperadas sob maiores amplitudes térmicas diárias (Temperatura máxima – Temperatura mínima), acarretando elevadas taxas fotossintéticas de dia e reduzida demanda de energia para a respiração à noite. Nestas condições, prolonga-se o ciclo de crescimento, expondo a planta a mais dias de fotossíntese (SHAW, 1988; ANDRADE et al., 1996; FANCELLI e DOURADONETO,1999; TERASAWA-JUNIOR, 2006). Se existe a disponibilidade de uma rede de ambientes para avaliações dos cultivares, torna-se fundamental identificar se há, entre os ambientes disponíveis, padrões similares de respostas de cultivares (estratificação ambiental). No processo de estratificação ambiental pode-se agrupar os ambientes que apresentam interação genótipo x ambiente significativo, principalmente se predominam interações simples (DUARTE e VENCOVSKY, 1999). A presença de interação entre genótipos e ambientes é decorrente do comportamento diferenciado de materiais genéticos, frente a condições ambientais distintas (CRUZ e CARNEIRO, 2003; TERASAWA-JUNIOR, 2006). 26 A adaptabilidade de uma variedade se refere a sua capacidade de aproveitar vantajosamente as variações do ambiente. A estabilidade de performance refere-se a sua capacidade de apresentar um comportamento altamente previsível mesmo com as variações ambientais. A adaptabilidade e estabilidade de uma variedade dependem da sua constituição genética, isto é, do número de genótipos que a constitui e do nível de heterozigose dos genótipos. São as características das variedades que lhe permitem responder aos fatores limitantes do ambiente e usufruir dos fatores favoráveis (BORÉM e MIRANDA, 2005). Maiores altitudes estão associadas a maiores amplitudes térmicas, favoráveis à produtividade. Fancelli e Dourado-Neto (1999) relacionaram a aptidão para o alto rendimento em função da altitude. Locais altos e muito altos encontramse nos intervalos entre 500 a 720m acima do nível do mar e entre 720 a 1.100m, respectivamente. É característica a grande amplitude térmica diária, com temperaturas diurnas e noturnas dentro dos limites favoráveis à cultura (FANCELLI e DOURADO-NETO, 1999). Em contrapartida, as regiões com baixas altitudes, inferiores a 300m, são classificadas como inaptas a altas produtividades (TERASAWA JUNIOR, 2006). Segundo Ribeiro et al. (1999), um dos grandes problemas que ocorrem é a inconsistência no comportamento dos materiais, frente às variações ambientais, expressa pela interação genótipos e ambientes. Essa interação assume importante papel no processo de recomendação de cultivares, havendo necessidade de atenuar os seus efeitos, através da identificação de cultivares com maior estabilidade fenotípica (RAMALHO et al., 1993). Trabalhos com a cultura do milho permitem inferir que não há relação fixa quanto à homogeneidade ou heterogeneidade do material e sua estabilidade, pois é possível selecionar materiais mais estáveis em qualquer grupo: variedades, híbridos simples, triplos e duplos (NASPOLINIFILHO, 1976; CARVALHO et al., 1998 e 2000). As variações fenotípicas resultam da ação conjunta do genótipo, do ambiente e de sua interação, que se reflete em diferenças de sensibilidade dos genótipos às variações ambientais, afetando seu comportamento (ALLARD, 1999). Arias (1996) destacou que alguns pesquisadores têm demonstrado interesse em estabelecer uma relação entre estabilidade de produção e a base genética dos 27 materiais, em razão da disponibilidade de vários tipos de cultivares de milho, que diferem quanto à base genética. A aplicação de modelos em que são estimadas parâmetros de estabilidade que identificam o comportamento das cultivares em diversos ambientes, contribuem para a escolha adequada de genótipos (CÓRDOVA,1989). A importância dos fatores responsáveis pelo rendimento através de ambientes contrastantes, e a fração de tais fatores específicos é muito importante para compreender a natureza da estabilidade do desempenho e pode abrir um caminho para o desenvolvimento de critérios de seleção adicionais ao rendimento (BLUM, 1988). Segundo Ribeiro et al. (1999), um dos grandes problemas que surgem é a inconsistência no comportamento desses materiais, frente às variações ambientais, expressa pela interação genótipos e ambientes. Essa interação assume papel fundamental no processo de recomendação de cultivares, havendo necessidade de atenuar os seus efeitos, através da identificação de cultivares com maior estabilidade fenotípica (RAMALHO et al., 1993). Ante a diversidade de ambiente em que o cultivo de milho é submetido, é esperada a ocorrência de uma forte interação cultivares x ambientes. Para atenuar os efeitos dessa interação, a principal opção é identificar cultivares que sejam mais estáveis (CRUZ e REGAZZI, 1994). Outra alternativa importante seria que as avaliações fossem conduzidas em um maior número de épocas, dentro da safrinha, em locais mais representativos, como sugerido por Paterniani (1986) e Arias (1996). Desse modo, poderiam se atenuar os efeitos da interação por ano, sem onerar os custos de condução dos experimentos. O simples fato de detectar a presença da interação não contribui muito para o trabalho do melhorista. É necessário procurar meios de atenuar o efeito dessa interação. Uma das alternativas é por meio da identificação de cultivares mais adaptadas e estáveis. O conceito de adaptação adotado nesse trabalho foi o de Mariotti et al. (1976) e Ceccarelli (1996). O desempenho e a estabilidade do comportamento devem ser consideradas simultaneamente, a fim de reduzir os efeitos da interação genótipo x ambiente e para uma seleção mais precisa e refinada (KANG, 1990). 28 As variações fenotípicas resultam da ação conjunta do genótipo, do ambiente e de sua interação, que se reflete em diferenças de sensibilidade dos genótipos às variações ambientais, afetando seu comportamento (ALLARD, 1999). Os modelos de estabilidade contribuem para reduzir os riscos envolvidos no processo de seleção para fazer estimativas imperfeitas. É um instrumento muito importante para os melhoristas que frequentemente enfrentam problemas de magnitude ao selecionarem na presença do fenômeno da interação genótipoambiente (GA). O principal objetivo da análise estatística da estabilidade é um resumo da interação (GA) utilizando um parâmetro. Os métodos estatísticos multivariados podem introduzir a exploração multidirecional e extrair mais informação fora dos componentes da variabilidade fenotípica (HUSSEIN, 2000). Os valores dos eixos na análise de componentes principais, descrevem padrões da resposta dos genótipos por meio de um índice de sensibilidade. As pontuações positivas descrevem os genótipos com melhor comportamento em ambientes de alta performance e acontece o contrário com pontuações negativas se o valor for zero ou próximo de zero indica que o genótipo tem sensibilidade média (GORDON e CAMARGO, 1999). O conhecimento da interação genótipo ambiente (GxA) auxilia as empresas e melhoristas na recomendação de cultivares, e na melhor distribuição da rede de experimentação. Para que os efeitos positivos dessa interação possam ser capitalizados na recomendação de cultivares, há necessidade de se identificarem fatores do ambiente ou atributos dos genótipos determinantes da interação (OLIVEIRA, 2002). Se a resposta dos genótipos em ambientes não é linear; métodos paramétricos univariada que exigem cálculos de fácil interpretação biologicamente tem pouca utilidade. Além disso, possuem a desvantagem de que a classificação da estabilidade só se aplica aos genótipos e aos ambientes avaliado (CROSSA, 1990). 3. MATERÌAL E MÉTODOS 3.1. MILHO Os híbridos de milho avaliados foram: Híbridos simples: MAXIMUS, AS 1551 e P30K 75 Híbrido duplo: DKB 390 Híbridos triplos: AS 1590, DAS 2B 710 DAS 2B 688. Híbridos de Referência: MAXIMUS e DKB 390. O ensaio com milho foi conduzido em cinco localidades que correspondem a quatro zonas agroclimáticas de importância para a espécie no Paraguai, Zona SulColonia Fran (Departamento de Itapuá); Zona Leste - Santa Rita (Departamento de Alto Paraná) e Yjhovy (Departamento de Canindeyú); Zona Central - Campo 9 (Departamento de Caaguazú); Zona Norte - Guayaybi (Departamento de San Pedro), nos anos 2009-2010. Em cada ano houve cultivo em duas épocas, denominadas safra e safrinha que correspondem a épocas diferentes, safra (de setembro a novembro), safrinha (de janeiro a março) em que a espécie e semeada no campo e também nos ensaios de avaliação agronômica a fim de poder avaliar o comportamento dos matérias em cada época. Estas épocas estão estabelecidas nas Normas de Avaliação Agronômica para milho. Cada parcela foi constituída por quatro fileiras de 5,0 m de comprimento, com 0,52m de separação entre fileiras. A área útil de parcela foi de 10,40m2. Todos os dados registrados no ensaio foram coletados na área útil da unidade experimental em três repetições. O desenho experimental utilizado com três repetições, esquema fatorial (7 cultivares x 5 localidades) e comparação de medias pelo teste de Tukey, ao nível de probabilidade de 5%. Avaliações Rendimento: determinado por peso de grãos expressado em kg.ha-1 ajustado para teor de água de 13%. 30 Foi utilizado o sistema de semeadura direta com fertilização básica 250kg.ha-1 de N P- K de 08-30-10 em todas as localidades. Cultivo anterior soja, e aplicação de herbicida Glyfosato em pré-semeadura 2 L.ha-1. As características das diferentes localidades onde foram conduzidos os ensaios, as análises químicas do solo e manejo das cultivares, são apresentadas na (Tabela 2). TABELA 2. Características das localidades onde foram conduzidos os ensaios. Localidade Departamento Canindeyú Latitude (Sul) 24º15’ Longitude (Oeste) 55º01’ Yjhovy Solo Franco arenoso. Campo 9 Caaguazú 25º21’ 55º33’ Latossol vermelho. Santa Rita Alto Paraná 25º47’ 55º03’ Colonia Fran Itapúa 25º59’ 55º18’ Guayaiby San Pedro 24º27’ 56º26’ Latossol vermelho escuro. Oxisol kandiudox, origem basáltico. Franco arenoso. Obs.: Para a identificação dos solos utilizou-se o mapa de identificação de solos da Região Oriental – Ano 1995. 3.2. SOJA As cultivares de soja avaliadas foram: FRO4-164, FRO4-179, FT20-268, FT20-267, FT03- 482 e as cultivares de referência: EMBRAPA 48 e CD214RR, todas de ciclo médio, todas RR a exceção de EMBRAPA 48. O ensaio com soja foi conduzido inicialmente em 2008 em cinco localidades que correspondem a cinco zonas agroclimáticas de importância para a espécie em Paraguai: Zona Leste - Santa Rita (Departamento de Alto Paraná) Zona Sul - Bella Vista (Departamento de Itapuá), Zona Leste- Nova Esperanza (Departamento de Canindeyú), Zona Central- Campo 9 (Departamento de Caaguazú) Zona Norte Pedro Juan Caballero (Departamento de Amambay). Em 2008, os ensaios da localidade de Santa Rita foram perdidos por falta de chuvas, motivo pelo qual não ouve disponibilidade de dados na referida localidade. Em 2009 os ensaios foram conduzidos em quatro localidades, Zona Sul - Bella Vista (Departamento de Itapuá), Zona Leste- Nova Esperanza (Departamento de Canindeyú), Zona Central- Campo 9 31 (Departamento de Caaguazú) Zona Norte - Pedro Juan Caballero (Departamento de Amambay), por conseguinte os resultados finais dos dois anos de avaliação, correspondem a quatro localidades de quatro zonas agroclimáticas do Paraguai. Os ensaios foram conduzidos unicamente em safra (de outubro a novembro) considerando que no Paraguai existe a regulação de vazio sanitário para a espécie soja na época de safrinha. Cada parcela foi constituída por quatro fileiras de 5,0m de comprimento, com 0,45m de separação entre fileiras. A área útil de parcela foi de 3,6m2, eliminando as duas fileiras laterais e 0,5m da cada extremidade por efeito bordadura. Todos os dados registrados no ensaio foram coletados na área útil da unidade experimental e em três repetições. Foi utilizado o sistema de semeadura direta, fertilização básica 250 kg.ha-1 N-P-K de 08-30-10 em todas as localidades. Cultivo anterior, trigo e aplicação de herbicida Glyfosato em pré-semeadura 2 L.ha-1. O desenho experimental utilizado foi blocos completos ao acaso com três repetições, em esquema fatorial (7 cultivares x 4 localidades) para cada ano de avaliação e comparação de médias pelo teste de Tukey ao nível de probabilidade de 5%. Avaliações Rendimento: determinado na colheita de uma área útil da parcela considerando 4m das duas fileiras centrais da cada parcela, expressado em kg.ha-1 ajustado para teor de água de 13%. Peso de 100 sementes determinado em contador de sementes, empregando uma amostra de 100 sementes retiradas ao acaso de cada repetição, que foi posteriormente pesada em balança. As características das diferentes localidades onde foram conduzidos os ensaios, são apresentadas na (Tabela 3). 32 TABELA 3. Características de localidades onde foram instalados os ensaios de cultivares de soja nas safras 2008 e 2009. P.pluvial anual (mm) 1900 T.media (ºC) Localid. Depto. Latitude (Sul) Long. (Oeste) Altitude (msnm) Nova Esperanza Canindeyú 24º15’ 55º60’ 300 Oxisol Udox kandiudox, origem basáltico Campo 9 Caaguazú 25º40’ 56º19’ 240 Alfisol typic, origem arenisca 1800 22,4 Bella Vista Itapúa 25º51’ 55º06’ 200 Oxisol kandiudox, origem basáltico 1732 20,9 Pedro Juan Caballero Amambay 22º34’ 55º44’ 450 Inceptisol Umbric, origem basáltico 1650 21,4 Solo 21,9 Obs.: Para a identificação dos solos utilizou-se o mapa de identificação de solos da Região Oriental – Ano 1995. 4. RESULTADOS E DISCUSSÁO 4.1. MILHO SAFRINHA Verifica-se que houve interação significativa entre híbridos e localidades de produção, sendo que em Santa Rita os híbridos apresentaram durante os dois anos 2009/2010 desempenho superior em relação as demais localidades (Tabelas 4 e 5). Nos anos 2009/2010, os híbridos apresentaram na localidade de Santa Rita rendimento médio superior em relação às demais localidades, sendo de 16%, 21%, e 33% em relação à Colonia Fran, Guayaybi, Yjhovy e Campo 9, respectivamente. A variabilidade ambiental acentuada por diferentes fatores bióticos e abióticos (clima, umidade, tipo de solo, ventos, manejo agronômico) e a principal razão para utilizar metodologias de avaliação que permitam determinar o grau da interação genótipo ambiente e conhecer a resposta diferencial das cultivares nos ambientes de proba (ESPINOZA, 2002). O híbrido AS 1551, nos anos 2009/2010, apresentou rendimento médio superior em todas as localidades em comparação aos demais híbridos com uma média de rendimento de 7.168 kg.ha-1, nos dois anos. Assim sendo, o referido híbrido apresentou rendimento médio superior a 7%, 8%, 11%, 12%,14% e 30% em relação à DAS2B 710, AS1590, DKB390, P30K75, Maximus e DAS2B 688 respectivamente. Uma cultivar apresenta adaptação geral ao revelar melhor comportamento na maioria dos ambientes de avaliação (CERETTA et al., 1998). Em 2009, o híbrido AS1551 em Santa Rita comparativamente às outras localidades mostrou desempenho superior a 16%, 29%, 69% em relação à Campo 9, Yjhovy e Colônia Fran e Guayaybi, respectivamente. Em 2010, apresentou similaridade em rendimento nas localidades de Colônia Fran com média de 9.834 kg.ha-1 e Santa Rita com média de 9.820kg.ha-1. O referido híbrido teve um rendimento médio superior a 8%, 26%, 28% em relação à Yjhovy, Guayaybi e Campo 9, respectivamente. A adaptabilidade de uma variedade se refere a sua capacidade de aproveitar vantajosamente as variações do ambiente (BORÉM e MIRANDA, 2005). Em 2009, em Santa Rita com média de 7.275 kg.ha-1, os híbridos apresentaram similaridade em rendimento nas localidades de Colônia Fran, Campo 34 9 e Yjhovy com uma média de 5.349, 5.122 e 5.000 kg.ha-1, respectivamente. A localidade com menor desempenho foi Yjhovy com média de 5.000kg.ha-1. Comparativamente, em 2010 os híbridos apresentaram semelhança em rendimento em Santa Rita com média de 7.781kg.ha-1, Colônia Fran com média de 7.748kg.ha-1 e Yjhovy com média de 7.460kg.ha-1. Da mesma forma, nas localidades de Guayaybi com uma média de 6.451kg.ha-1 e Campo 9 com média de 6.197kg.ha-1. A importância dos fatores responsáveis pelo rendimento em ambientes contrastantes é a fração de tais fatores específicos e muito importante para compreender a natureza da estabilidade do desempenho para desenvolvimento de critérios de seleção adicionias ao rendimento (BLUM, 1988). Nos anos 2009/10, em Santa Rita, o híbrido AS1590 apresentou similaridade em rendimento, sendo a média em 2009 de 8.375kg.ha-1 e em 2010 de 8.210kg.ha-1. Além disso, em 2009, o híbrido AS1590 apresentou superioridade de 8%, 11%, 12%,22%, 29%, 30% em relação a DKB 390, Maximus e DAS 2B 710, AS 1551, DAS 2B 688 e P30K75. Comparativamente, em 2010 o híbrido AS 1590 apresentou similaridade em rendimento nas localidades de Colônia Fran com média de 8.210 kg.ha-1 e Santa Rita com média de 8.070kg.ha-1 e um rendimento médio superior a 6%, 19%, 33% em relação à Yjhovy, Guayaybi e Campo 9, respectivamente. A presença de interação entre genótipos e ambientes é decorrente do comportamento diferenciado de materiais genéticos, frente a condições ambientais diferenciadas (CRUZ e CARNEIRO, 2003; TERASAWA-JUNIOR, 2006). Em 2009, o híbrido DAS2B 710 em Santa Rita comparativamente aos outros locais mostrou desempenho superior a 20%, 48%, 60%, 77% em relação a Guayaybi, Yjhovy, Colônia Fran e Campo 9, respectivamente. Em 2010, obteve-se similaridade em rendimento nas localidades de Colônia Fran com média de 8.679kg.ha-1 e Santa Rita com 8.520kg.ha-1 rendimento médio superior a 8%, 15%, 35% em relação à Yjhovy, Guayaybi e Campo 9, respectivamente. Frente à diversidade de ambiente em que o cultivo de milho é submetido, é esperada a ocorrência de uma forte interação cultivares x ambientes. Para atenuar os efeitos dessa interação, a principal opção é identificar cultivares que sejam mais estáveis (CRUZ e REGAZZI, 1994). Em 2009, na localidade de Santa Rita, o híbrido P30K75 com rendimento médio de 6.402kg.ha-1 apresentou similaridade em rendimento com as localidades 35 de Guayaiby a (6.208kg.ha-1). Além disso, mostrou performance superior a 8%, 15%, 30%, em relação a Campo 9, Yjhovy e Colônia Fran, respectivamente. Comparativamente, em 2010 o referido híbrido apresentou similaridade em rendimento nas localidades de Colônia Fran com média de 7.886kg.ha-1 e Santa Rita com média de 7.586kg.ha-1 e rendimento médio superior a 11%, 21%, 33% em relação à Yjhovy, Guayaybi e Campo 9, respectivamente. Nos anos 2009 e 2010, na localidade de Santa Rita, o híbrido P30K75, com média de 7.144kg.ha-1 apresentou similaridade em rendimento com o híbrido de referência Maximus e desempenho superior a 23% em relação à DAS 2B 688. Assim mesmo, mostrou rendimento médio inferior a 9%, 12% e 16%, 17% comparativamente ao híbrido de referência DKB 390, e aos híbridos DAS2B710, AS1590 e AS1551, respectivamente. O híbrido DAS2B 688 nos anos 2009 e 2010 com média de 5.492 kg.ha-1 em todas as localidades, apresentou em Yjhovy, similaridade relação à Santa Rita e Guayaybi e desempenho superior de 11%, 15% em relação a Campo 9 e Colônia Fran, respectivamente. Ressalte-se que, para que os efeitos positivos da interação genótipo x ambiente possam ser capitalizados na recomendação de cultivares, há necessidade de se identificarem fatores do ambiente ou atributos dos genótipos determinantes da interação (OLIVEIRA, 2002). Em 2009 e 2010, em todas as localidades, o híbrido DAS2B 710, com média de 6.684kg.ha-1, apresentou similaridade em rendimento ao híbrido de referência DKB 390 e aos híbridos AS 1590 e P30K75, respectivamente e desempenho superior a 22% em relação a DAS2B 688, e rendimento inferior a 7% ao híbrido 1551. Em 2009, o híbrido DKB 390 referência na determinação de valor de cultivo e uso, apresentou rendimento médio superior em todas as localidades em comparação aos demais híbridos com média de rendimento de 6.129kg.ha-1. Em 2010 apresentou similaridade em rendimento nas localidades de Santa Rita com média de 7.520kg.ha-1 e Colônia Fran com média de 7.500kg.ha-1. Conforme Abadie e Ceretta (1997), entende-se por genótipos adaptados aqueles que apresentam melhor comportamento relativo em diferentes condições ambientais. Colônia Fram, nos anos 2009/2010, com média de 6548kg.ha-1, mostrou similaridade de rendimento com Guayaybi e Yjhovy. Da mesma forma, mostrou 36 rendimento superior a 16% em relação a Campo 9 e rendimento médio inferior a 15% em relação a Santa Rita, respectivamente. Nos anos 2009/2010, a localidade Yjhovy com uma média de 6230kg.ha-1 mostrou similaridade de rendimento com Guayaybi. Tambem mostrou rendimento superior a 10% em relação à Campo 9 e rendimento médio inferior a 5%, 21% em relação a Colonia Fran e Santa Rita respectivamente. Nos anos 2009/2010, a localidade de Campo 9, com média de 5.659kg.ha-1, apresentou um rendimento médio inferior a 10%, 16% e 33% em relação a Yjhovy e Guayaybi, Colonia Fran e Santa Rita respectivamente. Em 2009, na localidade de Santa Rita, o híbrido Maximus referência na determinação de valor de cultivo e uso, com média de 7.517kg.ha-1, apresentou desempenho superior a 19%, 21%, 45%, 78% em relação a Guayaybi, Colônia Fran, Yjhovy e Campo 9, respectivamente. Em 2010, o referido híbrido mostrou similaridade em rendimento nas localidades de Colônia Fran com média de 7.470kg.ha-1 e Santa Rita com média de 7.392kg.ha-1, e rendimento médio superior a 9%, 30% em relação a Yjhovy, Guayaybi e Campo 9, respectivamente. Segundo Allard (1999), as variações fenotípicas resultam de ação conjunta do genótipo, do ambiente e sua interação, que se reflete em diferenças de sensibilidades dos genótipos as variações ambientais. TABELA 4. Rendimento médio (kg.ha-1) de híbridos de milho safrinha de submetidos à avaliação de valor de cultivo e uso em cinco localidades da região oriental do Paraguai. Ano: 2009. HIBRIDOS AS 1590 DKB 390 MAXIMUS DAS 2B 710 AS 1551 DAS 2B 688 P 30K 75 MEDIA SANTA RITA 8.375 A a 7.753 A a 7.517 A a 7.490 A a 6.879 A a 6.512 A a 6.402 A a GUAYAYBI 5.518 AB b 7.117 A a 6.284 A ab 6.216 B ab 4.072 AB c 6.629 A a 6.208 AB a COLONIA FRAN 5.255 A b 6.128 A a 6.211 A abc 4.669 A b 5.347 A ab 4.914 A a 4.919 A a CAMPO 9 4.973 A b 5.951 A a 4.200 A c 4.229 A b 5.815 A ab 4.774 A a 5.909 A a YJHOVY 4.979 A b 3.691 A a 5.174 A bc 5.070 A b 5.342 A ab 5.171 A a 5.573 A a 7.275 6.006 5.349 5.122 5.000 MEDIA 5.820 6.128 5.877 5.534 5.491 5.600 5.802 Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey em nível de probabilidade de 5%. CV (%): 15,72 37 TABELA 5. Rendimento médio (kg.ha-1) de híbridos de milho safrinha submetidos à avaliação de valor de cultivo e uso em cinco localidades da região oriental do Paraguai. Ano: 2010. HIBRIDOS AS 1590 SANTA RITA 8.210 AB a GUAYAYBI 6.901 AB ab COLONIA FRAN 8.070 AB a CAMPO 9 6.180 A b YJHOVY 7.704 AB ab MEDIA 7.413 DKB 390 MAXIMUS 7.520 B ab 7.392 B a 5.914 AB a 5.747 AB a 7.500 B ab 7.470 B a 5.864 A b 5.777 A a 6.971 AB a 6.925 AB a 6.753 6.662 DAS 2B 710 8.520 AB a 7.511 A a 8.679 AB a 6.437 A a 8.032 AB a 7.835 AS 1551 9.820 A a 7.797 A b 9.834 A a 7.655 A b 9.125 A b 8.846 DAS 2B 688 5.123 C a 4.777 B a 5.099 C a 5.567 A a 6.355 B a 5.384 P 30K 75 7.886 AB a 6.516 AB a 7.586 B a 5.905 A a 7.113 AB a 7001 MEDIA 7.781 6.451 7.748 6.197 7.460 7.127 Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de probabilidade de 5%. CV (%): 12,57 Durante os anos de avaliação de valor de cultivo e uso, os híbridos de milho safrinha tiveram na localidade de Santa Rita uma média superior de rendimento em (kg.ha-1) em comparação as demais localidades da região oriental do Paraguai nos anos 2009 e 2010 (Figura 12). 9.000 8.000 7.000 6.000 SANTA RITA 5.000 GUAYAYBI COLONIA FRAN 4.000 CAMPO 9 3.000 YJHOVY 2.000 1.000 0 AS 1590 DKB 390 MAXIMUS DAS 2B 710 AS 1551 DAS 2B 688 P 30K 75 FIGURA 12. Destaca-se a melhor performance em rendimento em (kg.ha-1) dos híbridos safrinha de milho, na localidade de Santa Rita comparados durante dois anos de avaliação nas diferentes localidades da região oriental do Paraguai. 38 4.2. MILHO SAFRA Verifica-se que houve interação significativa entre híbridos e localidades de produção, sendo que na localidade de Santa Rita os híbridos apresentaram nos anos 2009/10, desempenho superior relação as demais localidades (Tabelas 6 e 7). Porém, no ano 2009 a média de rendimento de 10.107kg.ha-1 foi superior (37%) em relação ao ano 2010 que apresentou média de 7.369kg.ha-1. A adaptabilidade fenotípica avalia o comportamento dos genótipos em localidades diferentes; a avaliação de cultivares deve ser realizada em localidades representativas de uma região e durante vários anos para segurança em uma recomendação (FAN et al., 2007). Os híbridos apresentaram rendimento médio superior na localidade de Santa Rita com média de 8.738kg.ha-1 em relação às demais localidades nos anos 2009/2010, sendo de 21%, 22%, 44% e 53% comparativamente a Campo 9, Yjhovy, Colonia Fran e Guayaybi, respectivamente. Há evidência de que a localidade de Santa Rita possui solos naturalmente mais férteis, o que favorece a produção de milho. Nos anos 2009/2010, o híbrido DAS2B 710, com média de rendimento 9.222kg.ha-1 apresentou em Santa Rita rendimento médio superior a 31%, 41%, 45% e 48% em relação a Yjhovy, Colonia Fran, Guayaybi e Campo 9, respectivamente. A adaptabilidade de uma variedade se refere a sua capacidade de aproveitar vantajosamente as variações do ambiente (BORÉM e MIRANDA, 2005). Em 2009 na localidade de Santa Rita o híbrido AS1590 com média de rendimento de 9.822kg.ha-1, teve um desempenho superior a 8%, 44%, 46% e 68% em relação à Colônia Fran, Campo 9, Yjhovy e Guayaybi, respectivamente. Comparativamente, em 2010 o híbrido AS1590 com média de rendimento de 8.456kg.ha-1, mostrou desempenho superior a 18%, 22%, 102% e 122 % em relação a Campo 9, Yjhovy, Guayabi e Colônia Fran, respectivamente. O híbrido DAS 2B 710, com média de 7.114kg.ha-1 nos anos 2009/2010, em todas as localidades, mostrou similaridade em rendimento em relação aos híbridos de referência, Maximus e DKB 390. Da mesma forma, apresentou rendimento médio superior a 6%, 12%, em relação a P30K 75, AS1551, rendimento inferior a 6% em relação a DKB 390 e similar aos híbridos DAS 2B 688, AS 1590, e Maximus 39 respectivamente. Uma cultivar apresenta adaptação geral se revela ter melhor desempenho na maioria dos ambientes de avaliação (CERETTA et al., 1998). Durante os anos 2009/2010, o híbrido de referência na determinação de valor de cultivo e uso DKB 390, com média de 7.514kg.ha-1, apresentou em todas as localidades, similaridade em rendimento, em relação aos híbridos Maximus, com 7.329kg.ha-1, e DAS2B 710, com 7.114kg.ha-1. Além disso, apresentou rendimento médio superior a 6%, 8%, 9%, 12% e 19% em relação a DAS 2B 710, AS1590, DAS2B 688, P30K 75 e AS1551, respectivamente. Em 2009, os híbridos apresentaram maior rendimento na localidade de Santa Rita com média de 10.107kg.ha-1. A localidade com menor desempenho foi Guayaybi com média de 6.460 kg.ha-1. Assim sendo, os híbridos apresentaram em Santa Rita rendimento médio superior a 9%, 28%, 40% e 56% em comparação à colônia Fran, Yjhovy, Campo 9, e Guayaybi, respectivamente. Em 2010 com uma média de 7.369kg.ha-1, os híbridos apresentaram em Santa Rita similaridade em rendimento com Campo 9 rendimento médio superior a 15%, 48%, 154% a Yjhovy, Campo 9, Guayaybi e Colônia Fran, respectivamente. Ressalte-se que o desempenho não e a única medida de comportamento de um genótipo, sendo muito importante relacionar o desempenho tanto com qualidade e a estabilidade (DUVICH, 1996). Em Colônia Fram observa-se que os híbridos apresentaram rendimento médio muito inferior no ano 2010, com média de rendimento de 2.892kg.ha-1, 219% a menos comparativamente ao ano 2009. Essa ocorrência pode ser atribuída a falta de chuvas ocorrida nesta zona. A mesma situação ocorreu em Guayaybi que em 2010 apresentou rendimento médio inferior a 30% e Santa Rita de 37% em relação ao ano 2009. Em Colônia Fram, no ano 2010, o híbrido AS 1590, em que pese a falta de chuvas na região, apresentou comparativamente aos demais híbridos avaliados média de rendimento superior a 13%, 35%, 37%, 39%, 50%, e 73% em relação a DAS 2B710, Maximus, DAS2B 688, AS1551, DKB390, P30K75, respectivamente. Ressalte-se que a utilização das variáveis precipitação pluvial e temperatura proporcionam um nível confiável de precisão para a identificação de genótipos (JEUTONG et al., 2000). 40 Em 2009, na localidade de Yjhovy, o híbrido DAS2B 688 com rendimento de 9.015kg.ha-1 teve desempenho superior a 5%, relação à P30K75 e DKB 390, e 17%, 19% e 26% e 34% comparativamente ao híbridos Maximus, AS1551, DAS2B 710 e AS1590 respectivamente. Comparativamente, em 2010 na localidade de Yjhovy, o híbrido DAS 2B 688 com média de rendimento de 7.042 kg.ha-1 teve rendimento inferior a 9 % em relação ao híbrido de referência na determinação de valor de cultivo e uso (VCU), DKB 390, similaridade em rendimento em relação ao híbrido AS 1590, desempenho superior a 19%, 23%, 47%, em relação a AS1551, Maximus, P30K75, respectivamente. O híbrido DAS 2B 688 durante os anos 2009 e 2010 com média de 6.967kg.ha-1 em todas as localidades, apresentou em Yjhovy um desempenho superior de 8%, 13%, 19% e 45% em relação a Campo 9, Santa Rita, Guayaybi e Colônia Fran, respectivamente. São as características das variedades que lhe permitem responder aos fatores limitantes do ambiente e usufruir dos fatores favoráveis (BORÉM e MIRANDA, 2005). Na localidade de Colônia Fran, em 2009, os híbridos de referência DKB 390 e Maimus, apresentaram similaridade em quanto ao rendimento com os demais híbridos. Os híbridos tiveram de maneira geral o rendimento mais baixo nesta localidade com média de 2.892kg.ha-1 devido à escassez de chuvas, sendo que ocorreu uma diferença de 155% na média de rendimento entre a localidade de Santa Rita que apresentou o maior rendimento com média de 7.369kg.ha-1. Segundo Jeutong et al. (2000), a utilização das variáveis precipitação pluvial e temperatura proporcionam um nível confiável de precisão para a identificação de genótipos. Em 2009, na localidade de Santa Rita o híbrido P30K75 com média de rendimento de 10.355kg.ha-1, teve desempenho superior a 13%, 30%, 38%, 67% em relação a Colônia Fran, Yjhovy, Campo 9 e Guayaybi, respectivamente. Comparativamente, em 2010 o híbrido P30K75 com rendimento de 7.390kg.ha-1 em Campo 9 mostrou desempenho superior a 14%, 54%, 63% e 236% em relação á Santa Rita, Yjhovy, Guayaybi e Colônia Fran, respectivamente. Uma cultivar apresenta adaptação específica se tiver melhor desempenho relativo em um determinado ambiente de avaliação (CERETTA et al., 1998). Em 2009, na localidade de Santa Rita, o híbrido AS1551 com média de rendimento de 8.929kg.ha-1, teve similaridade de rendimento com Colônia Fran, 41 desempenho superior a 18%, 32% e 73% em relação a Yjhovy, Campo 9 e Guayaybi, respectivamente. Comparativamente, em 2010 o híbrido AS 1551, com média de rendimento de 6.977kg.ha-1 mostrou similaridade de rendimento com Campo 9, desempenho superior a 18%, 98%, 155%, em relação a Yjhovy, Guayaybi e Colônia Fran, respectivamente. Segundo Abadie e Ceretta (1997), entende- se por genótipos adaptados aqueles que apresentam melhor comportamento relativo, geralmente associados as posições em uma avaliação em caracteres de importância em uma série de diferentes condições ambientais. Nos anos 2009/2010, a localidade de Guayaybi teve rendimento médio inferior de 6%, 25%, 26% e 53% em comparação a Colonia Fran, Yjhovy, Campo 9 e Santa Rita, respectivamente. Da mesma forma, durante os anos 2009/2010, na localidade Guayaybi, o híbrido DAS2B 688 com média de rendimento 6.768kg.ha-1 apresentou em um rendimento médio superior a 5%, 9%, 16%, %, 26%, 36% e 56% em relação a DAS 2B 710, Maximus, DKB 390, P30K 75, AS 1590 e AS1551, respectivamente. Variedades cultivadas em ambientes diferentes podem ter comportamento diferenciado (BORÉM e MIRANDA, 2009). Nos anos 2009/2010, a localidade de Campo 9, teve rendimento médio inferior a 21% em relação a Santa Rita, similaridade com Yjhovy e rendimento médio superior a 19% e 26% em comparação a Colonia Fran e Guayaybi, respectivamente. Em 2009, na localidade de Santa Rita, o híbrido de referência na determinação de valor de cultivo e uso DKB 390, com média de rendimento 11.521kg.ha-1 mostrou desempenho superior a 4%, 6%, 11%, 17%, 29% e 40% em relação a Maximus, DAS 2B 710, P30K 75, AS 1590, AS 1551 e DAS 2B 688, respectivamente. Em 2009, na localidade de Campo 9, o híbrido de referência na determinação de valor de cultivo e uso Maximus, com média de rendimento de 8.036kg.ha-1, teve similaridade em relação ao DKB 390, desempenho superior a 7%, 12%, 18%, 25% em relação a P30K75, DAS2B 688, AS1590 e AS1551, DAS2B 710, respectivamente Na mesma localidade em 2010, o híbrido de referência Maximus, com média de rendimento de 8.135kg.ha-1 teve semelhança em rendimento em relação ao híbrido de referencia DKB 390, desempenho superior a 10%, 14%, 15%, 19% e 30% em relação a P30K 75, AS1590, DAS 2B 688, AS1551 e DAS 2B 710, respectivamente. 42 TABELA 6. Rendimento médio (kg.ha-1) de híbridos de milho safra submetidos à avaliação de valor de cultivo e uso em cinco localidades da região oriental do Paraguai. Ano 2009 HIBRIDOS CAMPO 9 SANTA RITA YJHOVY DKB 390 7.891 A bc 11.521 A a 8.476 AB bc GUAYAYBI 6.986 AB c COLONIA FRAN 9.828 A ab MEDIA 8.940 MAXIMUS 8.036 A bc 11.038 AB a 7.671 AB c 6.580 AB c 9.728 A ab 8.610 DAS 2B 710 6.429 Ac 10.852 AB a 7.158 AB b 6.816 AB b 9.698 A a 8.190 P 30K75 7.491 A ab 10.355 ABC a 8.559 AB a 6.180 AB b 9.189 A a 8.354 AS 1590 6.827 A bc 9.822 ABC ab 6.733 B bc 5.849 AB c 9.055 A a 7.657 AS 1551 6.761 A cd 8.929 BC a 7559 AB bc 5.168 B d 8.864 A ab 7.456 DAS 2B 688 7.152 A b 8.237 C a 9.015 A b 7.639 A b 8.266 A b 8.061 MEDIA 7.227 10.107 7.880 6.460 9.233 Medias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de probabilidade de 5%. CV (%): 10,63 TABELA 7. Rendimento médio (kg.ha-1) de híbridos de milho safra submetidos à avaliação de valor de cultivo e uso em cinco localidades da região oriental do Paraguai. Ano 2010 HIBRIDOS CAMPO 9 SANTA RITA YJHOVY GUAYAYBI DKB 390 7.692 A a MAXIMUS 8.135 A a DAS 2B 710 COLONIA FRAN 7.815 AB a 7.692 A a 4.696 ABC b 2.542 A c 6.087 7.692 AB a 5.709 BC b 5.881 AB b 2.820 A c 6.047 6.244 A a 7.593 AB a 6.894 AB a 6.089 A a 3.376 A b 6.039 P 30K75 7.390 A a 6.484 B a 4.786 C b 4.519 ABC b 2.201 A c 5.076 AS 1590 7.131 A a 8.456 A a 6.951 AB a 4.190 BC b 3.803 A b 6.106 AS 1551 6.827 A a 6.977 AB a 5.914 ABC a 3.525 C b 2.735 A b 5.195 DAS 2B 688 7.092 A a 6.570 B a 7.042 AB a 5.897 AB a 2.767 A b 5.873 MEDIA 7.215 7.369 6.426 4.372 2.892 MEDIA 5.654 Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de probabilidade de 5%. CV (%): 12,67. Durante os dois anos de avaliação de valor de cultivo e uso, os híbridos de milho safra tiveram na localidade de Santa Rita uma média superior de rendimento em (kg.ha-1) em comparação as demais localidades da região oriental do Paraguai nos anos 2009 e 2010 (Figura 13). 43 12.000 10.000 8.000 SANTA RITA GUAYAYBI 6.000 COLONIA FRAN CAMPO 9 4.000 YJHOVY 2.000 0 DKB 390 MAXIMUS DAS 2B 710 P 30K75 AS 1590 AS 1551 DAS 2B 688 FIGURA 13. Destaca- se a localidade de Santa Rita, onde os híbridos de milho safra apresentaram melhores rendimentos em (kg.ha-1) durante dois anos de avaliação nas diferentes localidades da região oriental do Paraguai. 4.3. SOJA 4.3.1. Rendimento Verifica-se que houve interação significativa entre as cultivares e locais de produção, sendo que na localidade de Pedro Juan Caballero as cultivares apresentaram nos 2008 e 2009 desempenho superior em relação às demais localidades (Tabelas 8 e 9). Assim mesmo, no ano 2008 a média de rendimento de 5.530kg.ha-1 foi 30% superior em relação ao ano 2009 que apresentou média de 4.262kg.ha-1. As cultivares apresentaram rendimento médio superior na localidade de Pedro Juan Caballero com média de 4.896kg.ha-1 em relação às demais localidades nos 2008 e 2009, sendo 19% maior em relação a Campo 9, de 41% em comparação a Nova Esperanza e de 53% em relação a Bela Vista. Maiores altitudes estão associadas a maiores amplitudes térmicas favoráveis à maior produtividade (FRANCELLI e DOURADO-NETO, 1999; TERASAWA-JÚNIOR, 2006), por isso que em Pedro Juan Caballero o rendimento foi superior em comparação às demais localidades. Nos anos 2008 e 2009, a cultivar FT03- 482 em todas as localidades, com média de 4.266kg.ha-1, mostrou rendimento médio superior a 4%, 9%, 11%, 14% e 44 22% em relação a FT20-267, FRO4 179 e FRO4-164, a cultivar referência CD 214 RR, EMBRAPA 48 e FT20-268, respectivamente. Vale destacar que uma cultivar apresenta adaptação geral se revela ter melhor comportamento na maioria dos ambientes de avaliação (CERETTA et al., 1998). No ano 2008, a cultivar FT03-482 em Pedro Juan Caballero com rendimento de 5.712kg.ha-1 apresentou desempenho superior em Pedro Juan Caballero, alcançando comparativamente a outras localidades, 18%, 90% e 106%, em relação a Campo 9, Bella Vista e Nova Esperanza, respectivamente. Comparativamente, no ano 2009, a referida cultivar apresentou em Pedro Juan Caballero desempenho superior a 12%, 18%, 37% em relação a Nova Esperanza, Campo 9 e Bella Vista, respectivamente. A presença de interação entre genótipos e ambientes é decorrente de comportamento diferenciado de materiais genéticos, frente a condições ambientais distintas (CRUZ e CARNEIRO, 2003; TERASAWA-JÚNIOR, 2006). Em Pedro Juan Caballero, no ano 2008, a cultivar FT20-267 apresentou diferenças de produtividade na ordem de 6%, 21%, 22%, 44%, 51% e 53% em relação às cultivares FT20-268, FT03-482, FRO-179, CD 214RR, FRO4-164 e EMBRAPA 48, respectivamente. Comparativamente, no ano 2009 na mesma localidade, a cultivar FT20-267 não apresentou diferença significativa em relação à cultivar FT03-482, mas mostrou desempenho superior de 11%, 19%, 27%, 52% em relação à EMBRAPA 48, FRO4- 164 e FRO-179, CD 214 e FT20-268, respectivamente. Deve ser enfatizado que em Pedro Juan Caballero as cultivares FT20-268 e FT20-267 apresentaram nos anos (2008 e 2009) desempenho superior às cultivares de referência CD 214RR e EMBRAPA 48. Cabe ressaltar que no ano 2009 registrou-se na localidade falta de chuvas, o que ocasionou redução no rendimento das cultivares. A utilização das variáveis precipitação pluvial e temperatura proporcionam um nível confiável de precisão para a identificação de genótipos (JEUTONG et al., 2000). No ano 2008, a cultivar FT20-267 apresentou desempenho superior em Pedro Juan Caballero, com média de 6.916kg.ha-1 alcançando comparativamente às outras localidades, 56%, 104%, 108% em relação a Campo 9, Bella Vista e Nova Esperanza. Comparativamente, no ano 2009, na mesma localidade, s cultivar apresentou desempenho superior a 23%, 51%, 81% em relação à Campo 9, Bella Vista e Nova Esperanza, respectivamente. Destaque-se que uma cultivar apresenta 45 adaptação específica quando revela ter melhor desempenho relativo em um determinado ambiente de avaliação (CERETTA et al., 1998). No ano 2008, a cultivar FT20-268 apresentou desempenho superior em Pedro Juan Caballero, com média de 6.522kg.ha-1 alcançando comparativamente às outras localidades, 56%, 69 %, 143% em relação à Campo 9, Nova Esperanza e Bella Vista, respectivamente. Assim mesmo, no ano 2009 na mesma localidade s cultivar apresentou desempenho superior a 11%, 25%, 62% em relação à Bella Vista, Nova Esperanza e Campo 9, respectivamente. A interação genótipo ambiente se define como a resposta diferenciada dos genótipos para uma determinada característica em diferentes ambientes (CAMPEL e JONES, 2005). A cultivar CD 214 RR referência para VCU, em 2008 teve desempenho superior na localidade de Pedro Juan Caballero, apresentado diferença de 11%, 15% e 30% em relação à Nova Esperanza, Campo 9 e Bella Vista, respectivamente. Comparativamente, no ano 2009, a cultivar apresentou rendimento superior a 12%, 13% e 36% em relação a Campo 9, Nova Esperanza e Bella Vista respectivamente. Em 2008 e 2009, cultivar FRO4-164 não mostrou diferença significativa em rendimento nas localidades de Pedro Juan Caballero e Campo 9, porém houve diferença de 11% e 34% em relação à Nova Esperanza e Bella Vista. Assim mesmo, embora não tenha apresentado em todas as localidades diferença em relação às cultivares CD 214RR, EMBRAPA 48, FRO4 179 e FT20 267, mostrou diferença de 13% em relação a FT20 268 e um rendimento inferior de 9% comparativamente à FT03- 482. A ocorrência de interação entre genótipos e ambientes é decorrente do comportamento diferenciado de materiais genéticos, frente a condições ambientais distintas (CRUZ e CARNEIRO, 2003; TERASAWA-JUNIOR, 2006). Em 2008 e 2009, cultivar FRO-179, em todas as localidades, não mostrou diferença significativa em rendimento em relação à CD214 RR, EMBRAPA 48 e FRO4-164, porém apresentou diferença de 13% em relação à FT20 268 e um rendimento inferior de 4% e 8% comparativamente à FT20 267, e FT03-482 respectivamente. Em 2008 e 2009, a cultivar EMBRAPA 48 referência para VCU, em todas as localidades, não mostrou diferença significativa de rendimento em relação à CD214 RR, FRO4-164, FRO-179 e FT20 267, mas apresentou diferença de 7% em relação à FT20 268 e rendimento inferior a 14% comparativamente a FT03-482. 46 Nos anos 2008 e 2009, em Bella Vista ocorreu similaridade em relação ao rendimento das sete cultivares, sendo a média em 2008 de 3.125kg.ha-1 e de 3.232kg.ha-1 em 2009. Os menores rendimentos médios verificados em Bella Vista, para a maioria das cultivares, durante nos dois anos podem ser atribuído às menores altitudes desta localidade em relação às demais. Conforme destacado por Terasawa-Junior (2006). TABELA 8. Rendimento médio (kg.ha-1) de cultivares de soja submetidos à avaliação de valor de cultivo e uso em quatro localidades da região oriental do Paraguai, ano 2008. CULTIVARES NOVA ESPERANZA FRO4- 164 4.897 A a CD 214 RR P.J. CABALLERO CAMPO 9 B. VISTA MEDIA 4.587 BC a 4.918 A a 2.887 A a 4.322 4.322 AB a 4.803 BC a 4.186 A a 3.705 A ab 4.254 FRO-179 3.879 ABC b 5.654 AB a 3.983 A a 3.022 A b 4.134 FT20-268 3.867 ABC bc 6.522 A a 4.168 A a 2.678 A c 4308 FT20-267 3.323 B c 6.916 A a 4.430 A a 3.382 A b 4.512 EMBRAPA 48 2.994 BC b 4.520 BC a 4.854 A a 3.195 A b 3.843 FTO3-482 2.768 C b 5.712 AB a 4.823 A a 3.005 A b 4.077 MÉDIA 3.721 5.490 4.479 3.125 Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de probabilidade de 5%. CV (%): 13,73. TABELA 9. Rendimento médio (kg.ha-1) de cultivares de soja de submetidos à avaliação de valor de cultivo e uso em quatro locais da região oriental do Paraguai, ano 2009. CULTIVARES NOVA ESPERANZA P.J. CABALLERO CAMPO 9 B. VISTA MEDIA FRO4- 164 2.946 B a 4.118 AB a 3.703 A a 3.594 A a 3.590 CD 214 RR 3.449 AB a 3.913 AB a 3.487 AB a 2.885 A a 3.433 FRO-179 3.042 B b 4.117 AB ab 4.739 A a 3.219 A b 3.779 FT20-268 2.578 B a 3.228 B a 1.988 B a 2.900 A a 2.673 FT20-267 2.712 B b 4.915 A a 4.004 A ab 3.259 A b 3.722 EMBRAPA 48 3.302 AB a 4.411 AB a 3.705 A a 3.178 A a 3.649 FTO3-482 4.595 A ab 5.130 A a 4.360 A ab 3.737 A b 4.455 MÉDIA 4.262 3.712 3.253 3.232 Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de probabilidade de 5%. CV (%): 17,04. Durante os anos 2009 e 2010 as cultivares de soja submetidas à avaliação de valor de cultivo e uso em quatro localidades da região oriental do Paraguai, 47 tiveram média de rendimento em (kg.ha-1) superior na localidade de Pedro Juan Caballero (Figura 14). 7.000 6.000 5.000 4.000 NOVA ESPERANZA 3.000 P.J.CABALLERO 2.000 COLONIA FRAN 1.000 CAMPO 9 0 FRO4‐ 164 CD 214 RR FRO‐179 FT20‐268 FT20‐267 EMBRAPA FTO3‐482 48 FIGURA 14. Destacam-se as localidades e as cultivares de soja com melhor performance em rendimento em (kg.ha-1) durante dois anos de avaliação nas diferentes localidades da região oriental do Paraguai. 4.3.2. Peso de 100 sementes Verifica-se que houve uma interação significativa entre as cultivares e locais de produção durante as campanhas 2008 e 2009 (Tabelas 11 e 12). Ocorreu similaridade no peso de 100 sementes entre as localidades de Pedro Juan Caballero e Campo 9, assim mesmo verificou- se desempenho superior a 6% relação à Nova Esperanza e de 13 % em comparação à Bela Vista. A ocorrência de interação entre genótipos e ambientes pode ser atribuído ao comportamento diferenciado de materiais genéticos, frente a condições ambientais distintas, conforme Cruz e Carneiro (2003) e Terasawa-Junior (2006). Em 2008, a cultivar FT20-268 apresentou em Pedro Juan Caballero, desempenho superior com 25g de peso de 100 sementes em relação às demais localidades, 14%, 39%, 47% em relação à Bella, Campo 9 e Nova Esperanza comparativamente, na campanha 2009 apresentou desempenho superior a 11%, 18%, 54% em relação à Nova Esperanza, Campo 9 e Bella Vista, respectivamente. Uma cultivar apresenta adaptação específica se mostrou ter melhor desempenho relativo em determinado ambiente de avaliação (CERETTA et al., 1998). 48 Em peso de 100 sementes, a cultivar FT03-482 em 2008 apresentou em Nova Esperanza desempenho superior de 17% em de 23%, 50%, à Bella Vista e Campo 9. Comparativamente, na campanha 2009 em Campo 9, apresentou desempenho superior de 12%, 20%, 38% em relação à Bella Vista, Nova Esperanza e Pedro Juan Caballero respectivamente. Na campanha 2008, às cultivares FRO4-164 e à referência para VCU EMBRAPA 48 mostraram peso de 100 sementes similares nas localidades de Pedro Juan Caballero, Nova Esperanza, Bella Vista e Campo 9 e 7% superior em Bella Vista. Comparativamente em 2009 em Campo 9 à cultivar EMBRAPA 48 mostrou um peso de 100 sementes similar nas localidades de Pedro Juan Caballero,Nova Esperanza e Campo 9. Assim mesmo, a cultivar FRO4-164 teve em Campo 9 um peso de 100 sementes superior a 17%, 31%, 75% em relação à Pedro Juan Caballero, Nova Esperanza e Bella Vista respectivamente. A interação genótipo ambiente se define como a resposta diferenciada dos genótipos para uma determinada característica em diferentes ambientes (CAMPEL e JONES, 2005). Em 2009, a cultivar FT20-267 apresentou maior peso de 100 sementes em relação as demais localidades, o que pode ser atribuído ao menor número de sementes por vagens. Em 2008, a cultivar CD 214 RR referência para VCU, apresentou peso de 100 sementes superior em Bela Vista a 17% e 8% em relação à Campo 9 e Pedro Juan Caballero, e Nova Esperanza. Comparativamente, em 2009 mostrou desempenho superior em Campo 9, de 15%, 36%, 15% em relação à Pedro Juan Caballero, Bella Vista e Nova Esperanza, respectivamente. Destaque-se a interação genótipo ambiente assume papel fundamental na manifestação fenotípica de cultivares, devendo ser estimada e considerada, tanto nos programas de melhoramento genético quanto na indicação (OLIVEIRA et al., 2004). Vale destacar que as cultivares e/ou localidades que apresentaram maior peso de 100 sementes não tiveram, necessariamente, maior rendimento. Este fato pode ser atribuído a acentuada influência exercida no rendimento pelos fatores número de vagens por planta e número de sementes por vagem. 49 TABELA 10. Peso de 100 sementes (g) de cultivares de soja de submetidas à avaliação de valor de cultivo e uso em quatro localidades da região oriental do Paraguai. Ano 2008. CULTIVARES NOVA ESPERANZA P.J.CABALLERO CAMPO 9 B. VISTA MEDIA FRO4-164 16 BC a 15 BC a 14 B a 16 B a 15 CD 214 RR 13 C ab 12 B ab 12 B ab 14 B a 13 FR04-179 16 BCD ab 18 B a 14 B b 15 B ab 16 FT20-268 17 BC c 25 A a 18 A c 22 A b 20 FT20-267 19 A b 23 A a 18 A c 21 A ab 20 EMBRAPA 48 14 B b 14 C a 14 C a 15 B a 14 FT03- 482 21 A a 18 B c 14 B c 17 B bc 17 MEDIA 17 18 15 17 Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de probabilidade de 5%. CV (%): 8,16. TABELA 11. Peso de 100 sementes (g) de cultivares de soja submetidas a avaliação de valor de cultivo e uso em quatro localidades da região oriental do Paraguai. Ano 2009. CULTIVARES NOVA ESPERANZA P.J.CABALLERO CAMPO 9 B. VISTA MEDIA FRO4-164 16 AB ab 18 AB a 21 A a 12 A b 17 CD 214 RR 10 AB b 13 B ab 15 B a 11 A ab 12 FR04-179 16 AB a 16 B a 16 B a 13 A a 15 FT20-268 18 A a 17 AB ab 20 AB a 13 A b 17 FT20-267 17 A b 22 A a 26 A a 16 A b 20 EMBRAPA 48 15 AB a 15 B a 16 B a 11 A a 14 FT03- 482 15 AB a 13 B a 18 B a 16 A a 15 MEDIA 15 16 19 13 Médias seguidas da mesma letra maiúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de probabilidade de 5%. CV (%): 15,4. Comportamento da média de peso 100 sementes em (g) durante os anos 2009 e 2010 das cultivares de soja em submetidas à avaliação agronômica em quatro localidades da região oriental do Paraguai (Figura 15). De maneira geral, verificam-se que em Pedro Juan Caballero nos anos 2008 e 2009, as cultivares de soja apresentaram melhor performance, a priori associado com maiores altitudes e maiores amplitudes térmicas diárias. Assim mesmo, em Santa Rita, nos anos 2009/2010, os híbridos de milho, apresentaram um desempenho superior comparativamente às demais localidades, este fato pode ser atribuído à influência de localidades com solos com maior fertilidade natural. 50 25 20 15 NOVA ESPERANZA 10 5 P.J.CABALLERO CAMPO 9 B.VISTA 0 FIGURA 15. Destaca- se as localidades da Região Oriental do Paraguai onde as cultivares de soja tiveram melhor performance em de peso 100 sementes em (g) durante dois anos de avaliação. 5. CONCLUSÃO Em 2009 e 2010, os híbridos de milho apresentaram na safra e na safrinha, rendimento superior na localidade de Santa Rita em relação as demais localidades. Na safrinha 2009 e 2010, o híbrido AS 1551, apresentou nas cinco localidades rendimento superior comparativamente aos demais híbridos e aos híbridos referência DKB 390 e MAXIMUS. Na safra 2009 e 2010, o híbrido DAS2B 710, mostrou rendimento superior em relação aos demais híbridos e similaridade em comparação aos híbridos de referência, Maximus e DKB 390. As cultivares de soja, apresentaram durante os anos 2008 e 2009, rendimento superior na localidade de Pedro Juan Caballero em relação as demais localidades. A localidade de Pedro Juan Caballero, apresenta condições agroclimáticas mais favoráveis a produtividade de sementes de soja, comparativamente às demais localidades do Paraguai Nos anos 2008 e 2009, a cultivar de soja FT03-482 mostrou em todas as localidades, rendimento superior em comparação as demais cultivares e as cultivares referência CD 214 RR e EMBRAPA 48. . 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABADIE, T.; CERETTA, S. Exploring crop adaptation through the study of multienvironment trials (METS). In: THIRD SOUTH AMERICAN OATS CONGRESS. INIA La Estanzuela, p.35-40, 1997. ANDRADE, F.; CIRILO, A.; UHART, S.; OTEGUI, M. Ecofisiologia del cultivo de maiz. Buenos Aires, Argentina: Ed. La Barrosa, 1966, 292p. ALLARD, R.W. Principles of plant breeding. 2nd ed., New York: John Willey & Sons, 1999, 254p. ARIAS, E.R.A. Adaptabilidade e estabilidade de cultivares de milho no estado do Mato Grosso do Sul e avanço genético obtido no período de 1986/87 a 1993/94. 1996, 118f. Lavras ESAL. Tese (Doutorado em Genética e Melhoramento de Plantas) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas, Escola Superior de Agricultura de Lavras, Lavras, MG. BLUM, A. Plant breeding for stress environments. CRC Press, Inc. Boca Raton, FL, USA. 1988, 212p. BORÉM, A. Interação genótipo x ambiente, adaptabilidade e estabilidade de comportamento. In: BORÉM A. Melhoramento de plantas. 3.ed., Viçosa: Editora da UFV, 2001, p.109-135. BORÉM, A.; MIRANDA, G.V. Melhoramento de plantas. 4.ed., Viçosa: Editora da UFV, 2005, 525p. BORÉM, A.; MIRANDA, G.V. Melhoramento de plantas. Viçosa: Editora da UFV, 2009, 529p BULACIO, A.N.R.; ALMADA, G.H. Análisis de estabilidad y adaptabilidad de genótipos de caña de azucar. I. Interacciones dentro de una localidad experimental. Revista Agronómica del Noroeste Argentino, Tucuman, v.13, n.1/4, p.105-127, 1976. CAMPBELL, B.T.; JONES, M.A. Assessment of genotype x environment interactions for yield and fiber quality in cotton performance trials. Euphytica, Wageningen, v.144, p.69-78, 2005. CAPECO – Cámara Paraguaya de Exportadores y Comercializadores de Cereales y Oleaginosas. Producción y exportación de granos Disponível em <http://www. tera.com.py/capeco/archivo.php?a=k8171916kb1ckaka101615c620c6kc1f1716191b k8ka101615c6kbkcc6ke19k815161ac61015kbkbd417kbkdk80a6&x=kckc0aa&y=878 7026 >. Acesso em 17 dez. 2012. CARVALHO, H.W.L. de.;LEAL, M. de L. da S.; SANTOS, M.X. dos; CARDOZO 53 Espinoza, A., Ortega, D y R Urbina. Evaluación de Híbridos de maíz (Zea mays L.) de grano blanco y amarillo en ambientes contrastantes de Nicaragua. En: Síntesis de Resultados Experimentales del PRM. Volumen 6. Pp 32- 38. 2002. MONTEIRO, A.A.T.; TABOSA, M.J. Adaptabilidade e estabilidade de cultivares de milho no nordeste brasileiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.35, n.6, p.1115, 1123, 2000. CARVALHO, H.W.L. de; LEAL, M. de L. da S.; ALBUQUERQUE, M.M, de; TABOSA, J.N. Adaptabilidade e estabilidade de cultivares de milho no nordeste brasileiro no ano 1996. Revista Científica Rural, Bagé, v.3, n.2, p.20- 26, 1998. CECCARELLI, S. Adaptation to low/high input cultivation. Euphytica, Wageningen, v.92, n.2, p.203-214, 1996. CERETTA, S.T.; ABADIE, H. OZERAMI; ARBELBIDE. El uso de redes de experimentos para estudiar la adaptación de los cultivos. Universidad de la República. Facultad de Agronomía. CIRAD. Paysandú, Uruguay. 1998, p.9-13. CORDOVA, H.S. Evaluación de 36 cultivares de maíz en 20 ambientes de Centroamérica, Panamá y El Caribe PCCMCA 1988. In: XXXV REUNIÓN ANUAL DEL PCCMCA SAN PEDRO SULA, Honduras. Abril 2 al 7, 3. 1989, 903p. CROSSA, I.; GAUCH, H. ZOBEL, R. Additive main effectand multiplicative interaction analysis of two international maize cultivar trials. Crop Science, Madison, v.30, n.3, p.493-500, 1990. CROSSA, J. Statistical analysis of multilocation trials. Advances in Agronomy, San Diego. V.44, p.55–85. 1990. CRUZ, C.D.; REGAZZI, A.J. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. Viçosa, MG: UFV, 1994, 390p. DMH (Dirección de Meteorología e Hidrología). Informaciones climatológicas mensuales, Paraguay, 2010. DUARTE, J.B.; VENCOVSKY, R. Interação genótipos x ambientes: uma introdução à análise AMM. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética, 60p. (Série Monográfica, 9), 1999. DUVICK, D. Plant breeding, an evolutionary concept. Crop Science, n.36, p.539548, 1996. FANCELLI, A.L; DOURADO-NETO, D. Gerenciamento da cultura do milho. Versão 2.0, ESALQ/BASF, CD-ROM, 1999. GORDON, M.R.; CAMARGO, E.I. Estimación y comparación de parámetros de cultivares estabilidad para determinar la respuesta de rendimiento de grano de de maíz, Paraná 1996-98 Memórias de la XVIII Reunión Latino Americana del Maíz, p.22-27, Sete Lagoas, 2000. 54 FAN, X.M.; KANG, M.S.; CHEN, H.; ZHANG, I.; TAN, J.; XU, C. Yield stability of maize hybrids evaluated in multi-environment trials in Yunnan, China. Agronomy Journal, v.99 p.220-228, 2007. HUSSEIN, M.A. The statistics of genotype x environment interaction and genotype stability in plant breeding – their computation, statistical test and interpretation. 2000 Disponivel em <http:/www.nlh.no/ipf/publikasjoner/Hussein/ stability/default.htm> Acesso em 23 fev. 20132. JEUTONG, F.; ESKRIDGE, K.M.; WALTMAN, W.J.; SMITH, O.S. Comparison of bioclimatic indices for prediction of maize yields. Crop Science, n.40, p.1612-1617, 2000. KANG, M.S. Genotype by environment interaction and its implication in plant breeding. Symposium on: Genotypes by environment interaction and plant breeding. Ed. by Manjit, S. Kang, LSU, Agricultural Center, 1990. MAG - Ministerio de Agricultura y Ganadería. Producción de soja en el Paraguay: Zafra 2008/2010. Disponivel em < http://www.mag.gov.py/dgp/PARAGUAY%20ISA% 202008%202010%2014%2006%2010.pdf>. Acesso em 23 fev. 2013. MAGARI, R.; KANG, M. Genotype selection via a new yield stability statistic in maize yield trials. Euphytica, Wageningen, n.70, p.105-111, 1993. NASPOLINI-FILHO, W. Variabilidade fenotípica estabilidade em híbrido simples, híbridos duplos, variedades e compostos de milho. 1976, 68f. Dissertação (Mestrado) - Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba. OLIVEIRA, A.B. de. Interação genótipos com ambientes em linhagens experimentais de soja (Glycine Max (L.) Merrill). 57f. Dissertação (Mestrado) Programa de Mestrado de Agronomia - Universidade Federal de Goiás, Goiânia. PATERNIANI, E. Interação genótipo x ambiente em climas tropicais e subtropicais. In: CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO, 16, Belo Horizonte. Anais... Sete Lagoas: Embrapa-CNPMS, p.378-382, 1986. RAMALHO, M.A.P., SANTOS, J.B.; ZIMMERMANN, M.J.O. Genética quantitativa em plantas autógamas: aplicações ao melhoramento do feijoeiro. Goiânia: UFG, 1993, 271p. RIBEIRO, P.H.E.; RAMALHO, M.A.P.; FERREIRA, D.F. Adaptabilidade e estabilidade de cultivares de milho avaliadas em diferentes condições ambientais do estado de Minas Gerais. In: REUNION LATINOAMERICANA DEL MAIZ, 18. 1999, Sete Lagoas. Anais... Sete Lagoas: EMBRAPA-CNPMS/México: CIMMYT, 1999, p.251-260. SENAVE (Servicio Nacional de Sanidad y Calidad Vegetal y de Semilla). DISE (Dirección de Semillas). Boletín Nacional de Cultivares Protegidos y 55 Comerciales. Registro Nacional de Evaluadores de Variedades. San Lorenzo, Paraguay, 2013. SHAW, R. H. Climate requirement. In: SPRAGUE, G. F.; DULLEY, J. W. Corn and corn improvement. 3.ed. N. 18. Madison: ASA/CSSA/SSSA, 1988. p.610-638. TERASAWA-JUNIOR, F. Implicações das interações genótipo-ambiente no melhoramento do milho no estado do Paraná. Curitiba, v.24, p.30-33, 2006. TOLEDO, R.E. Fases do desenvolvimento da cultura da soja. Disponível em: http://agro.uncor.edu/ceryol/documentos/soja/feno-pdf. Acesso em: 03/02/2009. TSUCHI, T. Porque se faz melhoramento genético de soja em Paraguay. 2.ed., Asunción, Paraguay: JIICA, 2006, p.2. ZOBEL, R.W.; WRIGTHT, M.J.; GAUCH, H.G. Statistical analysis of a yield trial. Agronomy Journal, n. 80, p.388-393, 2006. ZOBEL, R.W. A powerful statistical model for understanding genotype-byenvironmental interaction in genotype-by-environmental interaction and plants breeding. L.S.U. Agricultural Center. 1990. ANEXOS 57 Anexo 1. Média anual de precipitação (mm) e temperatura (°C). LOCALIDADES P.J.CABALLERO N.ESPERANZA S. RITA CAMPO 9 B. VIST PREC. TEMP. PRE. TEMP PREC. TEMP. PREC. TEMP. PREC. TEMP. 1500,0 23,5 1575,2 23,0 1694,2 24,4 1575,2 22,5 1773,7 20,9 Anexo 2. Média anual de temperatura máxima e mínima (°C). LOCALIDADES P.J.CABALLERO N.ESPERANZA S. RITA CAMPO 9 B. VISTA MAX MIN. MAX MIN. MAX MIN. MAX MIN. MAX MIN. 28,0 13,7 28,8 17,3 28,3 16,4 28,3 16,8 26,6 14,7 Anexo 3. Precipitação mensal e anual (°C. Normal histórico). LOCALIDADE Ene Feb. Mar. Abr. May. Jun. Jul. Agos. Oct. Nov. Dic. Anual Bella Vista Campo 9 Santa Rita N. Esperanza P.J.Caballero 160,8 160,2 172,0 140,6 138,0 124,7 110,1 139,6 131,6 166,5 Set. 173,8 155,8 1773,7 146,6 201,2 156,7 163,6 168,2 168,5 62,8 82,2 159,4 251,4 204,8 203,1 1968,5 184,1 154,2 136,1 140,7 132,3 131,9 90,6 115,0 130,2 176,0 163,5 139,9 1694,2 206,0 195,0 124,0 173,0 163,0 123,0 90,0 82,0 202,0 239,0 157,0 203,0 1957,0 172,0 158,0 148,0 116,0 101,0 104,0 44,0 53,0 77,0 186,0 176,0 1500,0 165,0 Anexo 4. Temperatura mínima (ºc) - média histórica. Ene Feb. Bella Vista LOCALIDADE 19,5 20,3 Campo 9 21,1 20,7 Santa Rita 21,1 N. Eperanza 21,1 P.Juan Caballero 16,9 Mar. Abr. May. 15,8 13,6 19,9 17,5 13,9 12,8 10,8 13,2 14,7 17,5 21,3 20,1 17,2 13,6 11,4 11,3 12,3 13,8 20,3 20,5 18,5 15,1 12,5 11,5 14,3 15,4 16,4 16,1 14,1 11,4 9,7 9,0 10,9 13,3 18,5 Jun. 9,7 Jul. 10,6 Agos. 11,4 Set. 12,9 Oct. Dic. Anual 10,3 14,7 18,4 20,8 16,8 16,6 18,3 20,1 16,4 18,0 19,4 20,9 17,3 14,6 15,7 16,7 13,7 15,9 Nov. 17,3 Anexo 5. Temperatura máxima (ºc) - média histórica. LOCALIDADE Ene Feb. Mar. Abr. May. Jun. Jul. Agos. Set. Oct. Nov. Dic. Anual Bella Vista 31,6 31,0 29,3 26,5 23,3 21,0 21,8 22,2 24,7 27,2 29,4 30,8 26,6 Campo 9 32,8 32,2 31,5 28,7 24,7 22,7 21,0 25,5 26,3 29,5 31,3 32,8 28,3 Santa Rita Esperanza 32,7 33,5 32,3 32,6 31,1 31,8 27,5 29,3 24,5 25,5 22,7 22,9 22,8 22,7 25,4 25,9 27,2 26,9 29,1 29,2 31,0 31,9 32,9 33,7 28,3 28,8 P.Juan Caballero 30,3 30,3 29,4 27,4 24,8 24,1 24,6 27,6 28,3 29,0 30,1 30,6 28,0 58 Anexo 6. Média anual de temperatura máxima (°C). Anos 2006 a 2010. LOCALIDADE COLONIA FRAN 2003 28,6 2004 28,2 2005 28,1 2006 29,2 2007 27,9 2008 29 2009 28 2010 27,2 Média 28,2 SANTA RITA CAMPO 9 YJHOVY 28,8 28,8 29 28,4 28,3 28,4 28,8 28,3 29 29,2 29,4 29,9 28,7 25,7 26,9 28,6 28,7 30,3 28,3 28,7 28,7 27,9 28,2 28,5 28,5 28,2 28,8 GUAYAYBI 30,3 29,3 29,7 30,2 29,1 29,6 30,4 29,7 29,7 Anexo 7. Média anual de temperatura mínima (°C). Anos 2006 a 2010. 2003 14,8 2004 14,9 2005 15,4 2006 15 2007 15,2 2008 15,3 CAMPO 9 YJHOVY 16,9 16,5 16,9 16,5 16,6 16,8 17 16,9 17,2 17,2 17,2 18,2 17 16,7 17,2 16,6 16,2 18,1 17,1 17,7 17,5 16,3 16,7 15,1 16,8 16,8 17,1 GUAYAYBI 17,7 17,4 17,5 17,4 15,8 17,3 18,1 17,5 17,3 LOCALIDADE COLONIA FRAN SANTA RITA 2009 17 2010 15,9 Média 15,4 Anexo 8. Média de precipitação (mm). Anos 2006 a 2010. 2003 147,6 2004 116,1 2005 124,2 2006 128 2007 176,1 2008 116,1 2009 142,4 2010 130,9 Média 135,1 CAMPO 9 YJHOVY 152,5 129,4 143,1 118,4 116,5 157,4 138,3 113,1 110,1 128,2 137,1 106,4 139,4 148,3 120,6 105,1 96,4 143,4 182,9 174,2 150,6 172,7 118,6 98,8 142,1 129,2 110,9 GUAYAYBI 142,9 127 110,4 138,4 128,3 136 116,6 133,6 120,2 LOCALIDADE COLONIA FRAN SANTA RITA