março de 2014 Ano V . nº 53 . março de 2014 Órgão oficial de divulgação da Ordem dos Advogados do Brasil . Ponta Grossa . PR Entrevista A advogada Rafaella Martins fala sobre a integração da mulher na sociedade Especial Correção do FGTS continua indefinida OAB Local Turma de 1963 de Direito da UEPG recebe homenagem da OAB-PG OAB MULHER A luta da classe pela valorização da mulher 1 2 março de 2014 Editorial Entrevista A advogada Rafaella Martins fala sobre a integração da mulher na sociedade e da luta pelos seus direitos 4 Discussão atual no país sobre as correções do FGTS 6 Comissão de Diversidade Sexual promove Capacitação para Agentes da Cidadania LGBT 8 Diretoria da OAB-PG homenageia ex estudantes, que completaram 50 anos de formatura em Direito pela UEPG 10 OAB-PG lamenta perda de Hélcio Orane 12 OAB Acontece 13 Galeria OAB 14 Transparência 22 Saúde 26 Coordenação Ordem dos Advogados do Brasil Diretoria OAB Subseção Ponta Grossa Presidente: Edmilson Rodrigues Schiebelbein OAB/PR 9440 Realização Barbiero Comunicações Vice-presidente: Carlos Gustavo Horst OAB/PR 33220 Jornalista responsável: Karina Kozinski Galeazzi – MTb 5905/PR Jornalistas Colaboradores: Carla Ticiane da Cruz Mara Braun Diagramação: Flávio H. Chrun Departamento Comercial Claudia Pacheco: 3028-0016 claudiapacheco@ tvvilavelha.com.br Impressão: Midiograf Tiragem: 5200 exemplares Secretário Geral: Luis Fernando Lopes de Oliveira OAB/PR 23273 Secretária Geral Adjunta: Regina Fatima Wolochn OAB/PR 15158 março de 2014 Palavra da Diretoria Sumário O mês de março se inicia e traz com ele a promessa de um ano efervescente com o corre-corre da copa do mundo, eleições, greves, reivindicações por uma vida melhor. E esse movimento nos faz pensar se não seria o momento de, também na advocacia, iniciar um processo consistente de mudança, de busca por maior efetividade do Direito . O anseio pela justiça é inerente ao ser humano, e os caminhos para sua busca já levaram a idolatria dos governantes, do parlamento e, no presente, do judiciário. Mas, ao que chegamos? Tribunais superlotados, insuficiência de servidores, ativismos, ementas criadas por estagiários, óticas econômicas e assistencialistas ao contrário de normativo- constitucionais, atrasos, decepções e prejuízos. Os advogados, vist os como essenciais à administração da justiça, aparecem como coadjuvantes em um cenário que tem demonstrado não conseguir satisfazer as necessidades de desenvolvimento do país e de respeito à dignidade do ser humano. Ao lembrar que no mês de março se comemora o dia internacional da mulher, anoto que diversos estudos de psicologia ressaltam como características do ser humano feminino a facilidade de interação que amplia o poder de negociação e de decisões assertivas. A paciência, o compartilhamento de informações, a análise de variáveis, a linguagem menos complicada e direta, o interesse no esclarecimento dos fatos e, principalmente, o cuidado com as emoções, que também colaboram para a aptidão no exercício da advocacia. Outra comemoração registrada na presente edição é a festa dos 50 anos de formados de caríssimos colegas nossos. Suas persistências, suas competências e seus esforços construíram as bases do curso de Direito da Universidade Estadual de Ponta Grossa, e também uma grande característica daquela Instituição que acabou por se espalhar pelos demais cursos de outras faculdades onde também se fazem presentes profissionais formados em direito pela UEPG- o enorme senso de ética, de respeito e de amizade entre os pares. Isso é facilmente verificado nas longas conversas à espera das audiências nas Varas do Trabalho, nos corredores do Fórum, nos cafezinhos e nas salas dos professores. onde a lição do professor Edmilson Schiebelbein é sempre lembrada : “discuta as idéias e as teses e não com as pessoas”. Pois bem, juntando estes três temas que parecem desconexos, aproveito este espaço para fazer um convite de mudança para todos, que deve começar com o protagonismo da advocacia, peça determinante da mudança exercendo de fato papel essencial à administração da justiça nos dias atuais. Vamos nos inspirar nas características femininas e tornar evidente na comunidade o diferencial de boa convivência entre os profissionais aprendidos nos bancos da escola, e vamos incutir nos clientes a oportunidade e a eficácia do ponto de vista econômico e emocional dos acordos judiciais e principalmente dos extrajudiciais. Abraços a todos e boa leitura. Regina Fátima Wolochn, Secretária-Geral Adjunta Tesoureira: Dirceia Moreira OAB/PR 15344 Conselho Editorial: Ana Paula Parra Leite Rafaella Martins de Oliveira Viviane Weingärtner Envio de releases, informações, sugestões de pauta e comentários para [email protected] Ordem dos Advogados do Brasil Subseção de Ponta Grossa www.oabpg.org.br Rua Leopoldo Guimarães da Cunha, 510 CEP: 84035-310 (42) 3028-2313 | 3028-2315 3 março de 2014 Entrevista Luta pelo direito à igualdade marcou Dia Internacional da Mulher Data vai muito além da característica comercial que o dia 8 de março adquiriu ao longo dos anos O Foto: Divulgação Dia Internacional da Mulher é marcado pela luta mília. Desse modo, se a mulher não tiver um posto no da igualdade em seus direitos. Uma reinvindica- mundo do trabalho haverá dificuldade no rompimento ção pela valorização tanto profissional quanto pes- das desigualdades ainda existentes e é em tal rupsoal que já existe há muito tempo. Tanto, que a data tura que se encontra o acesso para a promoção de se originou das manifestações das autonomia e equidade das mulheoperárias russas, que almejavam res no mundo do trabalho. Assim é melhores condições de trabalho e que a diferença sexual é uma fonde vida. Como resposta, elas foram te de desigualdade no acesso aos trancadas na fábrica e incendiadas. direitos sociais, resultando em um A briga nunca parou. Com o pasmodelo de “cidadania de segunda” sar dos anos muitas conquistas para as mulheres em relação ao foram comemoradas, como o direimodelo masculino de cidadania. to do voto, a representatividade na política, a igualdade de direitos Advocatus: Sabe-se que a taxa constitucionalmente estabelecidos de desemprego feminino ainda é entre homens e mulheres. Mas, maior que a masculina. Quais são apesar dos enormes avanços soos reflexos dessa maior taxa de deciais, muitos desafios ainda estão semprego? presentes. Rafaella: Conforme pesquisa reA desvalorização da mulher alizada pelo IPEA em 2008, dentre a ainda é comum, como: os salários população economicamente ativa, reduzidos em relação aos homens 9,6% das mulheres encontrava-se com as mesmas funções, a desvandesempregadas, sendo essa taxa tagem na carreira profissional e a bastante significativa em relação a violência feminina. São lutas que dos homens, que perfazia uma perestarão presentes, ainda, num fucentagem de 5,2%. Desse modo, turo bem distante. Toda esta trajeos obstáculos enfrentados pelas tória levou a Advocatus, neste mês brasileiras refletem: na defasagem da mulher, a homenageá-las e a no ritmo da criação de novos posevocar o sentido original das cometos e o aumento da participação de morações, por meio da entrevista mulheres; nas possibilidades mais realizada com a advogada Rafaella restritas apresentadas às mulheMartins. res no que diz respeito a jornadas Rafaella Martins, advogada e mestranda de trabalho e distância do local de pela UEPG Advocatus: Nos últimos anos residência, tendo em vista as restem sido observado um progressivo ponsabilidades familiares que elas aumento da participação das mulheres no mercado assumem e uma discriminação relacionada ao próprio de trabalho. Isto reflete nos processos sociais que sexo. influem na divisão sexual do trabalho? Rafaella: O aumento da participação das mulheAdvocatus: Essa desigualdade no acesso ao merres no mundo do trabalho está diretamente relacio- cado de trabalho pelas mulheres reflete também nos nado à expansão do próprio mundo do trabalho e às rendimentos auferidos por homens e mulheres? transformações culturais que, mesmo lentas, têm Rafaella: Sim. Por um lado, essa situação fica eviredirecionado as mulheres a outros espaços fora do denciada especialmente quando se trata das mulheâmbito privado. Tradicionalmente, as mulheres foram res que trabalham em áreas rurais, nas que já têm consideradas uma força de trabalho “suplementar” ao idade mais avançada e nas camadas populacionais trabalho masculino, permanecendo, em geral, afasta- mais pobres. No entanto, pode-se notar uma grande das do mercado de trabalho, incorporando-se a ele diferença quando se considera os rendimentos das quando houvesse a necessidade de se complementar mulheres “chefes de família” e que habitem a região a renda familiar. No entanto, ainda que se observe o metropolitana. Lado outro, ainda que as mulheres vecrescimento contínuo de mulheres trabalhando ou à nham atingindo maiores níveis de escolaridade, já se procura de emprego, essa quantia ainda é inferior a percebe uma sensível e lenta aproximação nos rendidos homens, e isso é conseqüência do acesso e in- mentos entre homens e mulheres, mas isso ainda não serção desiguais no mercado de trabalho por parte é o suficiente para afastar o diferencial de rendimende alguns grupos populacionais que refletem desi- to entre os gêneros. gualdades em outros campos, como é o caso da fa- 4 Entrevista Advocatus: Essa naturalização das obrigações femininas pelo trabalho doméstico reflete nas ações estatais? Rafaella: Reflete. Uma vez que em virtude de tal naturalização, empregadores, legisladores e gestores públicos se veem impedidos de questionar regras de seleção, ascensão, remuneração e ser- viços sociais disponíveis, sendo necessária a adoção de medidas para que se alcance a equidade de gênero, não bastando somente os próprios movimentos do mercado de trabalho. Advocatus: Qual seria um exemplo de medida a ser tomada pelo Poder Público para a garantia dos direitos das mulheres visando alcançar a igualdade material de gênero? Rafaella: Seria a aplicação de políticas públicas destinadas a concretização de direitos fundamentais, tal como é o caso do direito à moradia. Isso porque, apesar de o direito à moradia ser um direito universalmente reconhecido, a violação desse direito traz conseqüências específicas para as mulheres, que não se verificam do mesmo modo para os homens, justamente em virtude de, como já dito, tal compressão não ser levada em conta pelos governos no momento da formulação de leis, elaboração de políticas públicas ou execução de projetos. Advocatus: Mas o reconheci- mento do direito à moradia para as mulheres não significa um retrocesso em relação aos homens, uma vez que poderia estar sendo reforçada a idéia de que “lugar da mulher é na cozinha”, enquanto que o espaço público do mercado de trabalho, da política e demais dimensões da vida é exclusivo dos homens? Rafaella: Não. Primeiramente porque o direito à moradia é um direito universal. Em segundo lugar, porque “moradia” significa muito mais do que uma casa, limitada ao teto e quatro paredes. O direito à moradia é composto de sete elementos: segurança da posse, habitabilidade, disponibilidade de serviços, infraestrutura e equipamentos públicos, localização adequada, custo acessível e não discriminação e priorização de grupos vulneráveis. Desse modo, é importante que se compreenda que o direito à moradia adequada às mulheres é uma maneira de que elas realizem suas atividades cotidianas e uma forma de ser promovida sua autonomia em todas as áreas de suas vidas, bem como efetivem outros direitos. março de 2014 Advocatus: Como se explicam os grandes e permanentes diferenciais entre os trabalhadores masculinos e as trabalhadoras femininas? Rafaella: Isso se explica em razão de as mulheres serem as responsáveis pelo trabalho doméstico relacionado à reprodução das famílias e aos cuidados com as pessoas e a casa. Aqui se visualiza a tradicional divisão sexual do trabalho, em que os homens ficam destinados ao trabalho remunerado dos espaços “produtivos”, e às mulheres é atribuído o dever de cuidado com a família para além do âmbito doméstico. Essas são as principais causas da inserção desigual de homens e mulheres no mercado de trabalho. 5 março de 2014 Especial Correção do FGTS continua indefinida Atualmente, cerca de 50 mil ações, que estão ajuizados no país, foram suspensas Fotos: Vitor Hugo Fogaça O rombo envolvendo a correção monetária sobre o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) continua indefinido para os milhares de trabalhadores, que esperam o dinheiro entrar no bolso, nos próximos meses. O último parecer do judiciário foi no dia 26 de fevereiro, quando o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Benedito Gonçalves, suspendeu o trâmite de todas as ações relativas às correções dos saldos. E, pelo que tudo indica, não há pressa para ajuizá-las já que a prescrição é de 30 anos. De maneira geral, o STJ decidiu que a Taxa Referencial (TR), que é o atual índice da correção, permanece. Mas o Superior Tribunal Federal (STF) tem divergências e as discussões não chegaram a tal âmbito, o que pode ser arrastado durante anos. No entanto, a expectativa geral de todos os interessados é de que até o final de 2014 alguma decisão já tenha sido tomada. “Tendo em vista o interesse geral dos trabalhadores e de entidades sindicais, acredito que essa discussão vai ser acelerada. Esperamos que este ano ocorra a definição no STJ e, em 2015, a discussão esteja no STF”, considera o advogado especialista em Direito do Trabalho e economista, Lineu Ferreira Ribas. Todos os processos do país estão suspensos e esperando O que é FGTS a decisão do STJ. Atualmente 50 mil ações estão ajuizadas no O Fundo de Garantia do Tempo Brasil. Destas, 22.697 já receberam sentença favoráveis à Caixa de Serviço é um dinheiro a mais Econômica Federal contra 57 desfavoráveis, em instâncias interque o empregador deposita menmediárias. A diferença criada entre o atual índice de correção em salmente para o empregado na relação a outros modelos já estaria na casa dos bilhões. Apenas Caixa Econômica Federal, equivano ano passado chegariam a R$ 27 bilhões e, até fevereiro deste lente à 8% de sua remuneração. ano, já estaria em R$ 6,8 bilhões, conforme os cálculos do InstituA CEF, na qualidade de Instituição to FGTS Fácil- ONG, que auxilia os trabalhadores. Financeira, fica responsável a O advogado explica que as diferenças podem chegar a 89% aplicar esse dinheiro e um dia deou mais, desde janeiro de 1999. “Supondo um saldo de R$ 5 mil, volver ao trabalhador, devidamenpelo atual sistema, o trabalhador teria até fevereiro deste ano R$ te reajustado monetariamente, 9.985,98, sendo que pela atual posição dos defensores da aplicaacrescido de juros legais. ção do INPC teria aproximadamente R$ 20.205,48. Neste cálculo eu também considerei juros aplicados ao FGTS para se aproximar Reajuste Monetário de uma realidade”, esclarece. O reajuste monetário é a manutenção do poder de compra do dinheiro aplicado, ou seja, o que o dinheiro que podia comprar quando foi depositado deve ser o mesmo valor quando sacado pelo empregado. Por exemplo, se em dezembro de 1999 foi depositado R$ 10,88, e com isso se podia comprar um produto x, atualmente, março de 2014, esse dinheiro tem que corresponder à R$ R$ 13,95, sem considerar juros do período, podendo comprar exatamente este mesmo produto x. Advogado especialista em Direito do Trabalho, Lineu Ferreira Ribas 6 Indexadores Os indexadores são os índices levantados a partir da variação de preços de mercado em determinado período. O seu objetivo está na correção dos efeitos inflacionários, quando se compara valores monetários em diferentes épocas. OAB Local O FGTS é reajustado pela TR (Taxa referencial). Porém, existem vários indexadores que podem servir para reajustar a moeda no país, são exemplos: INPC ( Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE; IGPM (índice Geral de Preços de Mercado) do IBGE; IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) da Fundação Getúlio Vargas - FGV; TR (Taxa Referencial) do Banco Central - BACEN. Até mesmo o Dólar americano pode ser parâmetro para rejustar uma quantia em moeda e seu poder de compra. Historicamente, a TR nunca refletiu exatamente a inflação, mas também não era tão inferior aos demais índices como INPC e IPCA, eis que sempre andaram próximos (ver tabela 1). Em outras palavras, havia razoabilidade nos índices da TR para que pudessem atingir a finalidade de correção do valor do capital. Conforme explica Ribas, desde 1999, o cenário começou a mudar e a TR foi se distanciando expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a inflação superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero, (ver tabela 2). “A conclusão a que se chega é que ela não serve para manter o poder aquisitivo dos depósitos do FGTS, que são um patrimônio do trabalhador”, avalia. Diante disso, a grande discussão no país atualmente é esta. A TR há muito tempo não representa mais a real inflação ocorrida a partir de janeiro de 1999, e que o Poder Judiciário deve decidir por outro índice, como, por exemplo, INPC ou IPCA. março de 2014 Entenda o caso 1- Comparativo por amostragem da equivalência da TR com outros índices: ANOTR INPC 1991335,51%475,11% 1992 1.156,22%1.149,05% 1993 2.474,73%2.489,11% 1994951,19% 929,32% 1995 31,6207%21,98% 19969,5551% 9,125% IPCA 472,69% 1.119,09% 2.477,15% 916,43% 22,41% 9,56% 2- Comparativo da TR em relação aos dois principais índices no primeiro semestre de 2010 por amostragem: Mês de 2010 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho TR INPC IPCA 0,00% 0,88%0,75% 0,00% 0,70%0,78% 0,0792%0,71% 0,52% 0,00% 0,73%0,57% 0,0510%0,43%0,43% 0,0589%-0,11% 0,00% 7 Fotos: Mara Braun março de 2014 OAB Local Durante o curso, a comissão de Diversidade Sexual recebendo visita da diretoria da OAB-PG e do presidente da Seccional, Juliano Breda Curso capacita para a valorização do público LGBT Brasil recebeu quase 10 mil denúncias de E ntre os dias 12 e 14 de março, a Ordem dos violação de direitos humanos em 2012. Desta, Advogados do Brasil-Subseção de Ponta 370 foram registradas no Paraná Grossa (OAB-PG) sediou a Capacitação para Agentes da Cidadania lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), por meio da comissão de Diversidade Sexual. O curso é promovido pela ONG Centro Paranaense da Cidadania – A capacitação Cepac e financiado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Apesar da promoção nacional, além de Curitiba, Ponta Grossa é Aproximadamente 20 pessoas participaram a única cidade do Estado que oferece a iniciativa. da capacitação, entre funcionários de várias seO intuito do projeto é de contribuir para a resposta à situação enfrencretarias, do Conselho Tutelar, do movimento estada pela população LGBT. Segundo o Relatório sobre Violência Homofótudantil entres outros membros da sociedade. O bica no Brasil de 2012, publicado pela Secretaria de Direitos Humanos da curso foi ministrado pelo especialista em sexualiPresidência da República e baseado em dados do Disque 100/Ligue 180/ dade, Toni Reis, e se divide entre as oficinas e a Ouvidoria do SUS, foram reportadas 27,34 violações de direitos humanos parte teórica. No final, os participantes elaboraram de caráter homofóbico por dia no país. planos simples de atuação para a promoção de poDeste total, uma média de 13 pessoas por dia foi vítima de violênlíticas públicas afirmativas para a população LGBT cias homofóbicas. Foram 9.982 denúncias de violações dos direitos em suas áreas específicas. humanos de pessoas LGBT, um aumento de 46,6% em comparação Os profissionais concluem a carga horária com 2011, ano em que o módulo LGBT do serviço Disque 100 começou como formadores de opinião, gestores públicos a funcionar. O Relatório também registrou 310 assassinatos desse púe defensores de direitos humanos e propagam blico em 2012 no Brasil. todo o conhecimento no ambiente de trabalho. Especificamente em relação ao Paraná, o relatório informa que no mes“Eles serão multiplicadores desse trabalho e temo ano foram registradas pelo poder público 182 denúncias referentes a rão um guia chamado Agente da Cidadania, além 370 violações relacionadas à população LGBT. Em janeiro e outubro foram de um vídeo e um site. Estes materiais tem por registrados os maiores índices equivalentes a 26 denúncias. Um aumento objetivo principal servir de subsídio para os capade 167% em relação a 2011, quando foram notificadas 68 denúncias. citados no desenvolvimento de seus planos de “A realidade é cruel. Dentro das nossas atribuições para contribuir com atuação”, explica. a causa, queremos mostrar que a OAB está disposta a valorizar a digniDe acordo com Reis, o projeto Agentes da Cidade humana, demonstrando que todos somos iguais. Queremos também dadania LGBT objetiva impulsionar avanços para tirar aquele simbolismo de que advogado vive longe da realidade trazendo que efetivamente se tenham políticas públicas esta realidade para a Ordem”, destacou a presidente da comissão, Lorena afirmativas para a população LGBT no estado do Bianca da Silva. Paraná. Tendo em vista que apesar dos dados do Em 2013, a comissão de Diversidade Sexual já trouxe o curso à cidade governo federal, não existe uma rede de apoio gocom um período de capacitação menor, ao invés das 40 horas oferecidas vernamental formalmente constituído no estado desta vez, foram 16 horas. Outras palestras também já foram trazidas pela que acolha as vítimas. Também não tem uma poOrdem para desmitificar o assunto. “As capacitações são voltadas para lítica de proteção e defesa dos direitos humanos todos os segmentos profissionais. Queremos que estas pessoas saibam da população LGBT, diferente do que ocorre em atuar com este tipo de situação quando houver necessidade. Assim podeoutros estados como o Rio de Janeiro e Pernamremos evitar que futuramente a população de LGBT se sinta discriminada, buco, entre outros, que já têm políticas públicas entre com processos e que todos se sintam a vontade dentro dos seus consolidadas em andamento nesta área. direitos”, complementa. 8 Artigo março de 2014 9 março de 2014 OAB Local Turma de Direito de 1963 é homenageada pela OAB-PG Fotos: Divulgação Curso é reconhecido nacionalmente devido ao O juiz aposentado, João Maria Valentim, em seu pronunciamento para os colegas de formatura trabalho pioneiro de estudantes, que desenvolveram carreira s ex-estudantes do curso de Direito da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), que completaram 50 anos de formados, foram homenaprofissional com ética O geados pela Ordem dos Advogados do Brasil- Subseção de Ponta Grossa (OAB-PG). O evento foi realizado no dia 22 de fevereiro, no pequeno auditório da instituição e contou com 13 profissionais remanescentes da turma composta por 28 alunos. Na ocasião, o juiz aposentado João Maria Valentim falou em nome dos formandos. Ele, que compôs a turma Rui Barbosa de 1959- 1963 e era o orador da época, foi funcionário da biblioteca, secretário da Faculdade de Direito, foi professor da universidade, onde lecionou por 17 anos, e se aposentou como magistrado. “Eu agradeço a Deus pela oportunidade de estar aqui para contar a história de muitas lutas e de hoje rever alguns amigos da época. Fomos os pioneiros e acompanhamos a vinda do curso, trazida por um grupo de empresários, que trabalhou arduamente para isto”, destacou. Na sequência, a diretora do Setor de Ciências Jurídicas da UEPG, e tesoureira da Subseção, Dirceia Moreira, falou em nome da universidade. Segundo ela, o departamento está, atualmente, colhendo o que foi plantado há décadas por estudantes e profissionais, que levantaram a bandeira do curso. “Hoje o curso tem expressão nacional, os melhores indicativos. Isto foi construído através do pioneirismo e da forma em que aqueles estudantes desenvolveram a carreira profissional com ética”, enfatizou. Por último, os homenageados receberam um certificado simbólico, e assistiram uma palestra com o ex-presidente nacional da OAB, Roberto Antônio Busato, que também se pronunciou representando a Ordem. Durante o discurso, o profissional parabenizou a iniciativa da diretoria que pela primeira vez homenageou os ex-alunos de Direito. Já a palestra foi sobre o estatuto 4.215/63, que vigorava na época. “Esta homenagem demonstra o respeito que a diretoria da Ordem tem pela memória daqueles que fizeram parte da história do curso”, considerou Busato. 10 Direito na UEPG O curso de Direito, fundado em 1958, é um dos mais tradicionais da UEPG. Sua implantação congregou os docentes e as atividades da antiga Faculdade Estadual de Direito de Ponta Grossa. A partir do ano de 1970, com a criação da UEPG, o Departamento de Direito foi implantado, fundindo-se na nova estrutura. Entre os melhores do país Atualmente o curso tem reconhecimento nacional, sendo destaque pelo excelente nível de ensino na avaliação do Guia de Estudante- Editora Abril, de 2012. A graduação foi classificada como cinco estrelas, na categoria Geral e passou a integrar o GE Profissões Vestibular de 2013. Dos 1,24 mil cursos de Direito do país, apenas 14 tiveram esta classificação. No Paraná, somente a UEPG e a UEL. março de 2014 TECIDO-ARTE FRANCÊS INSPIRA PORTAS DA COLEÇÃO MATELASSÉ. LUXO NAS PORTAS REVESTIDAS COM DETALHES EM COURO MATELASSÉ PORTAS COM SISTEMA DE AMORTECIMENTO NA ABERTURA E FECHAMENTO BASES DE ALUMÍNIO COM TRIPLA FUNÇÃO: TRILHO DESLIZANTE, SOLIDEZ E PERFEITO NIVELAMENTO RUA FRANCISCO RIBAS 389 (42) 3028 6457 PONTA GROSSA WWW.FLORENSE.COM 11 março de 2014 OAB Local OAB-PG lamenta perda de Conselheiro Profissional se formou pela UEPG e desenvolveu a carreira profissional na cidade de Ponta Grossa A Ordem dos Advogados do Brasil- Subseção de Ponta Grossa (OAB-PG) lamentou a perda do advogado e conselheiro estadual da OAB Paraná, Hélcio Orane, de 57 anos. O colega faleceu na noite de quarta-feira (12), em decorrência de complicações que surgiram, após uma cirurgia, deixando esposa e três filhos. Orane se formou em Direito, em 1981, pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), cidade onde nasceu e desenvolveu sua carreira profissional. O advogado integrava o Conselho Seccional da OAB desde 2010, período em que fez parte também das Câmaras Especial e de Direitos e Prerroga- tivas, e da Comissão de Defesa dos Honorários. O velório aconteceu no salão da Subseção e contou com a presença de amigos, familiares e representantes da Seccional, entre eles do presidente Juliano Breda. “Foi um conselheiro extremamente dedicado, que amava o que fazia, querido de todos. Sua luta em defesa das prerrogativas foi muito importante. Estamos todos, diretores e conselheiros, muitos tristes com essa notícia”, afirmou Breda. A diretoria, em nome de todos os membros da OAB-PG, se solidariza com os familiares neste momento de tristeza. Abaixo alguns momentos felizes do advogado, junto de amigos e familiares. FOTOS: Divulgação 12 OAB Acontece março de 2014 No dia 26 de fevereiro, a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) esteve na cidade em visita à Penitenciária Estadual de Ponta Grossa para avaliar as condições do local. A comitiva foi recebida pelo diretor da PEPG, Luiz Francisco da Silveira, que percorreu todas as dependências da unidade penal. O lugar foi considerado pelo grupo como um modelo de execução penal e um ambiente eficaz para a ressocialização. Com capacidade para custódia de 432 detentos, a estrutura será ampliada em 334 vagas. As obras já começaram e integram as 20 novas construções que serão realizadas, através do Governo do Estado. Foto: Divulgação Comissão de Direitos Humanos da OAB-PR visita a PEPG Comitiva foi integrada por membros da Comissão de Direitos Humanos e advogados da OAB-PG Novos advogados prestaram compromisso Mais de 60 novos advogados de Ponta Grossa e região prestaram compromisso, no último dia 19. A solenidade aconteceu no auditório da sede da Ordem dos Advogados do Brasil-Subseção de Ponta Grossa (OAB-PG) e contou com a presença de amigos e familiares, além de profissionais da área. O certificado foi entregue aos compromissandos, pelo presidente da OAB-PG, Edmilson Schiebelbein. O juramento foi proferido pelo vice-presidente da OAB Paraná, Cássio Telles. O advogado Sergio Eglin Batista falou em nome dos novos advogados. Já Rudolf Christensen fez a saudação representando a Comissão dos advogados iniciantes e para finalizar, o profissional Brasil Borba falou em nome dos advogados da Ordem. Juiza lança livro sobre processos da Vara de Registros Públicos A magistrada Denise Damo Comel, da Vara da Família de Ponta Grossa, lançou no último dia 13 a obra “Manual Prático da Vara dos Registros Públicos: roteiros, procedimentos, despachos e sentenças”. O evento teve início com uma sessão de autógrafos, na Livraria da Caixa de Assistência dos Advogados, localizada na sede da Subseção. Na sequencia, a autora fez uma breve apresentação da obra, na presença de amigos e familiares. Ela explicou que o livro, dividido em dois capítulos, tem como objetivo principal orientar a respeito das rotinas dos processos que tramitam pela vara de registros públicos, além de fornecer modelos de despachos e sentenças padrão, de fácil adaptação para utilização nos casos concretos. Para os interessados, a obra pode ser adquirida na livraria da Caixa de Assistência ou no site da editora (http://www.jurua.com.br/), por R$49,90. Valor de fotocópias é reduzido Um novo contrato da prestação de serviços de fotocópias foi firmado. Em razão da qualidade dos novos equipamentos que estão sendo disponibilizados para os advogados, em todas as salas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), foi possível reduzir o valor das digitalizaçõesde R$ 0,15 para R$ 0,10. As digitalizações até cinco folhas não são cobradas. Autora da obra, a juíza Denise Comel, em sessão de autógrafo Midiograf 13 março de 2014 Galeria OAB Homenagem e lançamentos reuniram amigos e familiares A Ordem dos Advogados do Brasil- Subseção de Ponta Grossa constantemente se preocupa com a atualização da classe no que diz respeito às novidades do mundo jurídico, e dá apoio às comissões para abordar as mais diversas questões dentro de suas especificações. Sendo assim, os encontros realizados na Ordem tornam-se frequentes. São eventos com envolvimento direto e também indireto, nas suas respectivas organizações. Pois a gestão acolhe mesmo aqueles profissionais que já integraram a OAB, sempre deixando a casa à disposição para propagação de cultura e conhecimento. Nesta edição da revista Advocatus, selecionamos alguns destes momentos marcantes, dos últimos dois meses. Entre eles, o lançamento do livro do juiz federal Antônio César Bochenek e do advogado Vinicius Dalazoana, o lançamento da obra da magistrada Denise Comel e o juramento dos novos advogados. Outro momento que não poderia passar imperceptível foi a homenagem aos 50 anos da turma de Direito, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no mini auditório da instituição. FOTOS: Divulgação Ex-estudantes que participaram da homenagem dos 50 anos de formados, do curso de Direito da UEPG Lauro Lopes recebendo a homenagem de seu filho o advogado Mozar Lopes Roberto João Maria Valentim recebendo a homenagem da Professora, DIrceia Moreira, que também é tesoureira da OAB-PG Antônio Busato, DIrceira Moreira e Edmilson Schiebelbein 14 Antônio César Bochenek e Vinicius Dalazoana, autores de Competência Cível da Justiça Federal e dos Juizados Especiais Federais Vinicius Dalazoana , Antônio César Bochenek, Giorgia Bochenek, Osmar Bonfinger e Gerson Reis Galeria OAB março de 2014 Vinicius Dalazoana com a namorada Maria Carolina Ciola e os pais Lourdes Maria Serenato Dalazoana e José Carlos Dalazoana O vice-presidente da OAB-PG, Carlos Gustavo Horst, com os amigos Veronica Spasiuk e Elcio Dalazoana Mariana Mongruel e Ângela Mongruel A autora, Denise Comel, com os pais Nelsina e Wilson Comel Antônio César Bochenek com os pais Ludovico Bochenek e Mônica Bochenek Denise Comel e o presidente da OAB-PG, Edmilson Schiebelbein A magistrada com o marido Casemiro Cezar Messias FOTO: André Jonsson Luiz Setembrino Von Holleben, Ayrton Vida, Luiz Fernando Matias, Luis Carlos Simionato e Rudolf Crhistensen Mais de 60 novos advogados prestaram juramento 15 março de 2014 Artigo A REALIDADE CARCERÁRIA EM CONFRONTO COM A LEI DE EXECUÇÕES PENAIS E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL Incontestavelmente, nosso país possui um admirável aparato jurídico no tocante à matéria penitenciária. Nossa Constituição Federal menciona importantes princípios a serem observados, porém, vamos nos ater àqueles relativos aos direitos do preso, bem como ao principal e talvez mais atingido e desrespeitado, relativo ao tema objeto da presente exposição: o princípio da dignidade da pessoa humana que, embora constitua um fundamento, está elencado entre os princípios fundamentais trazidos pela Magna Carta, o que nos autoriza a intitulá-lo desta forma. A Lei de Execução Penal brasileira pode ser considerada uma das mais consistentes e também um modelo a ser seguido, mas apesar de seus vinte e nove anos em vigência, o Brasil ainda não conseguiu executá-la fielmente. Seu artigo 10 dispõe que “a assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade”. Correlacionadas a isto, temos determinações trazidas pela Constituição relativas aos direitos dos sujeitos acima mencionados. Nesse diapasão, contamos ainda com convenções, ONGs, estatutos e com a notável Declaração de Direitos Humanos. Compete ao Estado fornecer o suporte para que tais direitos sejam absolutamente respeitados, o que não se observa na realidade carcerária atual, não se permitindo desta forma que os mesmos voltem à sociedade devidamente preparados para a continuidade regular de suas vidas. Nossa avançada Lei nº 7.210/84 determina que a assistência prestada deverá ser material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa. A estrutura encontrada na atualidade destoa de tais determinações, sendo possível perceber uma agressão a todos os aspectos expostos por esse dispositivo. Deparamo-nos com celas em delicado estado de conservação e, estando em um ambiente precário, o detento torna-se mais vulnerável à proliferação de doenças, bem como respectivo contágio. Podemos afirmar a existência de instalações insuficientes, não arejadas, sem estruturas que permitam uma adequada ventilação e iluminação. O atendimento que deveria ser médico, farmacêutico e odontológico (art.14, LEP) não é rigorosamente obedecido, sendo o mesmo prestado apenas em situações de extrema necessidade, mesmo a lei dispondo que deverá ter caráter preventivo e curativo. O máximo fornecido pela maioria das instituições é um atendimento a título de primeiros socorros. A assistência jurídica prevista no artigo 15 da referida lei não é disponibilizada de forma satisfatória, o que talvez impeça que muitos detentos que já teriam a possibilidade de estar em liberdade, ainda lá permaneçam, ocasionando mais um problema no local: a superlotação carcerária, fato este também agravado pelo acúmulo de presos provisórios e já condenados no mesmo ambiente, situação vedada pelo artigo 84 da Lei. Com a correta assistência jurídica, a disposição do artigo 5º, LXVI, da Constituição Federal seria efetivada, mantendo-se em estabelecimento prisional somente aquele que de 16 fato necessitasse da reprimenda. Outra precariedade observada é no tocante à assistência religiosa ao detento, amparada não apenas pela Constituição (artigo 5º, incisos VI e VII), mas também pela própria Lei de Execução Penal (artigo 24). Embora alguns estabelecimentos possuam meios para a prática, falta uma maior motivação para os detentos, devendo não apenas o Estado mobilizar-se em tal sentido, mas também a sociedade, a fim de enviar pessoas aptas ao ensino religioso, à pregação da palavra, mesmo não sendo obrigatória a participação do detento, mas tendo em mente a finalidade de trazer esperança e conscientização aos que lá estão abrigados, muitas vezes desiludidos e oprimidos pela realidade diária. No que diz respeito ao ensino educacional, não há norma limitadora de tal suporte destinando-o apenas aos estabelecimentos ocupados por condenados com trânsito em julgado. Desta forma, cadeias públicas que abrigam presos provisórios (embora na realidade abriguem também os condenados) poderiam contar com estrutura para a prestação do serviço (artigo 83, caput e §4º da LEP), proporcionando um aprendizado ao detento que, no meio social, talvez estivesse cursando algum ensino. Muitos estabelecimentos sequer contam com uma biblioteca para que o encarcerado tenha acesso aos livros instrutivos, recreativos e didáticos, conforme dispõe o artigo 21 da Lei. O estabelecimento prisional deve servir para reabilitação e ressocialização dos detentos, a fim de que os mesmos se conscientizem de que podem conviver em meio à população de forma digna, sem se tornarem pessoas recheadas de frustrações. Devem responder pelos seus atos, mas não serem privados das condições mínimas garantidas ao ser humano, havendo necessidade de que o Estado, ao tutelar a sua liberdade, forneça o devido suporte para a correta reinserção daquele detento na vida em sociedade. Todo ser humano é dotado de direitos e deveres, inclusive aqueles que se encontram despidos de sua liberdade em um estabelecimento de represália estatal. Não basta privá-lo de liberdade por ser considerado como uma possível ameaça à ordem pública. Faz-se necessário empregar mais atenção a certos princípios humanos e direitos básicos não respeitados. Todos os órgãos e autoridades competentes devem envidar esforços, fazendo uso de políticas públicas próprias e recomendáveis, disponibilizando meios e recursos necessários, a fim de que as irregularidades existentes sejam corrigidas. Certamente, isso será relevante não apenas para aqueles sujeitos às penalidades, mas também para a sociedade de um modo geral, que receberá novamente pessoas aptas a uma reintegração pacífica, sem sequelas de maus tratos e desrespeito por parte do Estado. Contudo, isto somente se efetivará quando este, o real guardião da ordem e representante da sociedade, cumprir de fato com o seu papel. Gabrielle B. Ferracini Artigo março de 2014 17 março de 2014 Artigo O Direito penal garantista a caminho de sua abolição Ângela de Quadros Mongruel 1 Paola Michelle Herrera 2 Taciane Nayara de Siqueira Chagas 3 O objetivo do presente artigo será fazer uma pequena análise sobre o garantismo penal a caminho de sua abolição. A teoria geral do garantismo surgiu a partir da matriz iluminista, sendo responsável pela elaboração de argumentos filosóficos, jurídicos e políticos que deram origem ao Estado de Direito4. Tendo suas raízes na Europa como uma corrente da criminologia crítica, porém somente na Itália houve uma consolidação do instrumento acadêmico doutrinário em resposta ao uso flexível do Direito Penal pelo Poder Público5. Ao se falar no desenvolvimento da teoria do garantismo penal deve-se remeter ao professor Luigi Ferrajoli6, o qual baseou seus estudos acerca das garantias do cidadão contra o poder punitivo do Estado, ou seja, do mais fraco em contraposição ao mais forte. Quanto ao abolicionismo penal, sua luta iniciou na década de 1970 enquanto resistência a uma sociedade normalizadora, sendo que tal teoria defende que insistir no caráter preventivo da pena é dar continuidade a um círculo viciado de violências de uma fracassada política punitiva que não reintegra ou socializa. Não se pode falar em abolicionismo penal compondo um bloco homogêneo, posto que ele abrange autores de diversas vertentes, as quais transitam entre posições marxistas, como Thomas Mathiesen e Nils Christie, e libertárias, como Louk Hulsman. Portanto, é preciso abolir a pena que reforça a centralidade do poder pelo jogo de direitos e investir na singularidade dos eventos e pessoas7. O garantismo penal é uma doutrina mais ampla, porém convergente com o Direito Penal Mínimo, baseada nos mesmos ideais e pressupostos. Direito e Razão de Ferrajoli, pode ser considerado o marco teórico do garantismo penal. Para Ferrajoli, garantista é o sistema penal que opera excluindo a incerteza e a imprevisibilidade de sua intervenção, ou seja, que se prende a um ideal de racionalidade, condicionando exclusivamente na direção do máximo grau de tutela da liberdade do cidadão contra o arbítrio punitivo; donde surge o ponto de contato com o minimalismo8. 18 O garantismo penal é uma doutrina mais ampla, que se prende a um ideal de racionalidade, constatando seu indiscutível valor na contenção da violência social. Enquanto os abolicionistas acreditam que o sistema penal não é a solução, mas um problema devido a sua ineficiência e precariedade, uma vez que atinge a classe menos favorecida. Verifica-se que há um estereótipo de criminoso, tendo em vista que a lei penal não atinge efetivamente os criminosos de colarinho branco, devido aos privilégios e imunidades que possuem. Somente quando se conseguir controlar a criminalidade dos poderosos, poderá se pensar em uma evolução enquanto sociedade. Há que se ressaltar ainda, que o minimalismo penal também é conhecido como abolicionismo moderado, seu objetivo é a retração do direito penal a níveis mínimos e posteriormente a extinção total do sistema penal como instrumento do controle social. Conclui-se, portanto, que enquanto o garantismo legitima as penas baseado na necessidade de prevenção de novos delitos, o abolicionismo objetiva, ou seja, a extinção das penas. E finalmente sabe-se que o problema do sistema carcerário é complexo, e o abolicionismo trata-se de um movimento relacionado à descriminalização, sendo uma possível alternativa, ao menos para crimes leves patrimoniais, para que possa ter um resultado em curto prazo e assim se possa pensar na melhoria da qualidade de vida de todos em termos de segurança. 1 Mestre em Direito Penal pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professora de Direito Penal no curso de Direito da Universidade Estadual de Ponta Grossa. 2 Bacharel em Direito pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. 3 Bacharel em Direito pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. 4 CADEMARTORI, Sérgio. Estado de direito e legitimidade: uma abordagem garantista. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1999. p. 72. 5 SWAANINGEN, René van. Justicia social em La criminologia crítica Del nuevo milênio. Revista de Derecho Penal y Criminología, Madrid, n.10, 2002. p. 272-273 6 CHOUKR, Fauzi. A Teoria do Garantismo Penal no Direito e no Processo Penal. Boletim IBCCRIM, n. 77, abr.1999. 7 SALLES, Anamaria Aguiar. Louk Hulsman e o abolicionismo penal. 2011, Dissertação (Mestre em Ciências Sociais) – Pontífica Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2011. 8 FERRAJOLI, Luigi. Direito e Razão: Teoria do garantismo penal. 2. ed. rev. e. ampl. São Paulo: RT, 2006, p. 97. PARIS ROMA março de 2014 SONHOS DA EUROPA GRUPO EXCLUSIVO CVC PONTA GROSSA SAÍDA EM 21/SETEMBRO 18 dias visitando: Madri, Toledo, Zaragoza, Barcelona, Costa Azul, Mônaco, Veneza, Florença, Roma, Pisa, Turim, Genebra, Paris. A nossa viagem completa inclui: • Transporte rodoviário Ponta Grossa/Curitiba/ Ponta Grossa; • Passagem aérea Curitiba/Madri e Paris/Curitiba voando TAM; Fale português na Europa. 5º VIAGEM EXCLUSIVA CVC PONTA GROSSA • Traslados de chegada e saída; • Transporte em ônibus com ar-condicionado por todo o circuito; • Hospedagem com café da manhã; • Passeios, demais excursões e roteiro detalhado, solicite em uma de nossas lojas; • Guia na Europa falando Português durante toda a viagem. • Seguro Viagem BARCELONA ACOMPANHAMENTO CVC DESDE PONTA GROSSA MADRI Valor total da viagem por pessoa: Entrada R$ 903,45 + 11x R$ 903,45 À vista R$ 10.842, Base: € 3.170, Taxas de embarque já estão inclusas FAÇA JÁ SUA RESERVA! GRUPO EXCLUSIVO. LUGARES LIMITADOS. 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Preços, datas de saída e condições de pagamento sujeitos a reajuste e mudança sem prévio aviso. Ofertas de lugares limitadas e reservas sujeitas a confirmação. Fotos ilustrativas. Cruzeiro marítimo: Taxas de embarque cobradas pelos portos e taxas de serviço não estão incluídas no valor anunciado. Os valores em euro serão convertidos ao câmbio turismo da data da compra; base promocional utilizada de 11/03/2014, € 1,00 = R$ 3,42. Reservamo-nos o direito de qualquer erro de digitação ou impressão. 19 março de 2014 Comissões Substituição Tributária tem novas regras O ICMS deixa de ser recolhido durante a venda e passa a ser cobrado na nota fiscal O recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sofreu alterações no Paraná. Desde o dia 1º de março, além dos 27 segmentos inclusos no sistema de Substituição Tributária (ST), outros sete passaram a vigorar, como os produtos alimentícios, artefatos de uso doméstico, instrumentos musicais, bicicletas, brinquedos, artigos de papelaria e materiais de limpeza, com incidência de 12% a 18% de ICMS. A mudança foi tema de palestra, ministrada no dia 26 de fevereiro, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil- Subseção de Ponta Grossa (OAB-PG). Na ocasião, três profissionais da área compartilharam com os participantes, informações que vão exigir adaptações dos empresários, principalmente no ramo dos supermercados. “Desta forma, eles podem tomar decisões gerenciais, já que aSubstituição Tributária terá um impacto no fluxo de caixa da empresa”, disse o palestrante e auditor fiscal, Antônio Jair dos Santos. Para o auditor, a mudança deve aumentar a arrecadação e reduzir a evasão fiscal causando impacto sobre o fluxo de caixa das empresas. Ele explicou que antes da aplicação da Substituição Tributária, o empresário recolhia o ICMS quando o produto era vendido. Com a aplicação do sistema, este valor do ICMS já vem destacado e cobrado na nota fiscal de aquisição do fornecedor. “Quem recolhe este ICMS para o Estado é o fornecedor, e o que acontece é uma antecipação do recolhimento”, explica. Já o palestrante Michel Jorge Samaha resumiu o tema, dando prevalência aos aspectos jurídicos. Por último, o analista de sistema, Sebastião Inocêncio, falou sobre a importância de um software formatado para atender esta legislação. “O sistema de automação está apto e disposto a sofrer mudanças, não vai poder, 20 www.colegiosmaristas.com.br março de 2014 Foto: Cleuler Costa O palestrante Antônio Jair dos Santos falou dos impactos sobre os empresários e explicou a base de cálculos do ICMS simplesmente, utilizar os recursos que vem sendo utilizados há muito tempo”, ressaltou. O evento durou cerca de três horas e teve como intuito orientar os empresários em relação às novas regras, informá-los para que tenham conhecimento do valor final do produto com a alteração, a aplicação correta dos valores agregados, entre outras explicações, que foram repassadas. Para o presidente da Comissão de Direito Tributário da Subseção de Ponta Grossa, Daniel Prochalski, este foi um evento importante pela forma clara e didática com que os palestrantes trataram de um temacomplexo. “Este evento, que é o primeiro do ano idealizado pela Comissão de Direito Tributário da OAB - Subseção de Ponta Grossa, se destacou pela relevância no meio empresarial, uma vez que os novos segmentos sujeitos ao regime da Substituição Tributária abrangem a maioria dos produtos comercializados por supermercados e consumidos pela população”, destaca. Daniel Prochalski ressaltou ainda que as informações trazidas pelos palestrantesforam muito úteis e certamente contribuíram muito na tomada de decisões em relação aos estoques existentes dos produtos e também quanto às novas aquisições, evitando assim, não só a aplicação de multas pelo fisco estadual, como também, os prejuízos que seriam advindos de uma decisão equivocada. Colégio Marista Pio xii com período ampliado. Uma notícia que chegou em boa hora. É tempo de mais amor, de mais carinho e de mais atenção. No Período Ampliado, o seu filho vai ter mais tempo para crescer e se desenvolver. Colégios Maristas. Preparação para todas as provas da vida. 21 março de 2014 Transparência A Tesouraria da OAB Ponta Grossa apresenta nas edições da Advocatus um resumo do relatório mensal das contas da entidade, com objetivo de assegurar a boa e correta aplicação dos recursos. Qualquer dúvida estamos à disposição para esclarecimentos. Dirceia Moreira 22 março de 2014 23 Foto: Divulgação março de 2014 Saúde Bastidores da gravação de um dos comerciais da campanha Unimed PG lança plano para pequenas e médias empresas Com custo mais acessível, nova modalidade tem foco na cobertura regional A Unimed Ponta Grossa diversifica o portfólio de produtos e lançou, na segunda-feira (10), um plano corporativo voltado às pequenas e médias empresas. Com preços diferenciados, o produto é a aposta da operadora para ampliar a participação no mercado dos Campos Gerais, principalmente entre as pequenas e médias empresas. Segundo Glória Martins, gerente adjunta de mercado, a nova modalidade conta com todos os serviços e rede credenciada oferecidos pela operadora, como hospital, laboratórios, clínicas e médicos, e tem cobertura regional, com respaldo nos 16 municípios de atuação da Unimed. “O beneficiário estará tão bem atendido quanto no plano nacional, com a única diferença de que não será possível agendar exames e consultas fora de Ponta Grossa. Mas o plano dá cobertura de urgência e emergência em todo o Brasil”, ressalta. No caso de serviços que não sejam oferecidos nos 15 municípios de atuação da Unimed Ponta Grossa, a gerente explica que o beneficiário não ficará descoberto de assistência. “Ele será encaminhado à cidade mais próxima que disponhado recurso, por exemplo, Curitiba, e vai ser atendido”. A criação de um plano voltado às empresas de menor porte, de acordo com Glória, surgiu para atender uma demanda econômica. “Hoje, no desenho econômico do país de uma forma geral e de Ponta Grossa, as áreas de prestação de serviços e de comércio são formadas por pequenas e médias empresas. A gente quer atender essa realidade”. A expectativa da operadora é conquistar duas mil novas vidas e privilegiar a área de atuação. 24 Valores reduzidos Para ganhar mercado, o plano regional é coparticipativo, ou seja, o empresário arca com uma parte do custo e a outra parte é paga pelo funcionário, e pode ser contratado a partir de três titulares. “Por exemplo, se a empresa conta com o dono e mais dois funcionários, ela já pode adquirir o plano. A coparticipação dá mais flexibilidade pra contratação e tem a mensalidade reduzida com relação ao plano nacional”, comenta Glória. Para calcular os valores a serem contratados, a operadora faz um levantamento do perfil da empresa, analisa o número de funcionários e as faixas etárias, e estuda o desenho da empresa como um todo. Para a gerente, essas etapas permitem delinear um valor mais adequado e possibilitam que os empresários de menor porte ofereçam o benefício aos funcionários. “A maioria provavelmente optaria por um plano individual, que tem ovalor mais alto. Agora, será possível gozar do benefício de ter um produto nesse nicho, de qualidade e com custo mais acessível”, finaliza. Campanha A campanha comercial tem a proposta de incentivar os pequenos e médios empresários a associarem crescimento, produtividade e conquistas à saúde dele e dos colaboradores. Com motivação, trabalha-se melhor, a rotatividade diminui, a saúde se mantém e todos saem ganhando. As peças foram criadas abordando duas realidades empresariais distintas, mas com um mesmo conceito: para cuidar da saúde, Unimed é o plano, independente do tamanho da empresa, do segmento e do perfil do empresário. Moda Moda março de 2014 “PIED DE POULE” E “PIED DE COQ”: ESTAMPAS DE INVERNO O xadrez, de uma forma geral, já constitui uma padronagem típica de inverno, mas este ano as tendências das passarelas internacional e nacional consagraram o pied-de-poule (pé de galinha) e o pied-de-coq(pé de galo) como o must have da temporada. Tanto um quanto o outro denominam o xadrez com quadrados separados em que os desenhos lembram pegadas de aves, com a diferença de que o pied-de-pouleé o padrão pequeno da estampa. Até o século passadoessas estampas eram exploradas apenas nas peças do vestuário masculino, mas isso mudou graças à Coco Chanel que, visionária e à frente de seu tempo, introduziu-asna moda feminina para nunca mais sair de cena. A partir de então, diversas grifes valorizam suas coleções de outono/inverno com esses charmosos e elegantes grafismos. Para essa temporada, as roupasem pied-de-poule e pied-de-coqganharam novosshapes e estão mais descoladas. Aspadronagens, antes vistas apenas nas peças tradicionais como vestidos, casacos, saias e calças, hoje também enchem de charme acessórios como sapatos, bolsas, cintos, chapéus, bijuterias, capinhas para celulare até mesmo objetos de decoração. Toda mulher pode seguir essa tendência e ficar chique e elegante na estação mais fria do ano. Porém, existem alguns truques para garantir uma produção equilibrada e harmoniosa. Quem está acima do peso deve optar pelo pied-de-pule, ou seja, a versão menor da padronagem, uma vez que as estampas grandes não valorizam as mais gordinhas. Para quem deseja esconder alguma parte do seu corpo, uma estratégia bacana é usar a estampa na região oposta. Ao atrair o olhar para ela você estará desviando a atenção de onde quer passar despercebida. Assim, mulheres com o quadril largo devem explorar essas estampas em peças que destaquem a parte superior, como blazers, casacos, camisa e echarpes. Tradicionalmente, esse tipo de estamparia segue uma das grandes vedetes da época fria: oclássico e sempre atual preto e branco. Neste caso, para deixar a produção mais viva e ousada, aposte noscomplementos em cores vibrantes, como vermelho, pink, verde militar, azul bic, entre outras. Para quem acha o duoP&B formal e sóbrio demais, a boa nova é que algumas marcas já se arriscaram e trazem em suas coleções peças com pied-de-poule e pied-de-coq coloridos. Uma opção bem bacana e super fashionista seria combinar no mesmo look peças com os dois tipos de padronagens. Ainda que o desenho seja o mesmo, a combinação do pied de poule com o pied de coq é moderna e sofisticada, já que um ganha papel discreto e outro mais notável na produção. Sinônimo de classe e elegância, as estamparias de origem francesa,que lembram as pegadas de um galo e de uma galinha, voltam com tudo no inverno 2014 e prometem ser uma das sensações da estação. Garanta já alguma peça nessas charmosas padronagens e prepare-se para arrasar na estação mais fria do ano! Gisah Saliba Cunha Martins Advogada e consultora de moda 25 março de 2014 Contos e Causos O Advogado e o Surdo Um chefão da Máfia descobriu que seu contador havia desviado dez milhões de dólares do caixa. O contador era surdo-mudo. Por isto fora admitido, pois nada poderia ouvir e, em caso de um eventual processo, não poderia depor como testemunha. Quando o chefão foi dar um arrocho nele sobre os US$10 milhões, levou junto seu advogado, que sabia a linguagem de sinais dos surdos-mudos. O chefão perguntou ao contador: - Onde estão os U$10 milhões que você levou? O advogado, usando a linguagem dos sinais, transmitiu a pergunta ao contador, que logo respondeu (em sinais): - Eu não sei do que vocês estão falando. O advogado traduziu para o chefão: - Ele disse não saber do que se trata. O mafioso sacou uma pistola 45 e encostou-a na testa do contador,gritando: - Pergunte a ele de novo. O advogado, sinalizando, disse ao infeliz: - Ele vai te matar se você não contar onde está o dinheiro. O contador sinalizou em resposta: - OK, vocês venceram, o dinheiro está numa valise marrom de couro, que está enterrada no quintal da casa de meu primo Enzo, no nº 400, da Rua 26, quadra 8, no bairro Santa Marta! O mafioso perguntou para o advogado: - O que ele disse? O advogado respondeu: - Ele disse que não tem medo de viado e que você não é macho o bastante para puxar o gatilho. . . Autor desconhecido 26 março de 2014 27 28 março de 2014