Desenvolvimento Integral da Igreja Este trabalho foi elaborado pelo Rev. Sila D.Rabello para a Faculdade Teológica Nazarena – ETEDs de Rio Claro e Piracicaba. Uso permitido desde que não se retirem os créditos. I – Literatura de Crescimento de Igreja – p.2 II - O Crescimento da Igreja Primitiva – p. 4 III - Desenvolvimento Estrutural da Igreja. p.9 IV – A Igreja como Organismo e Organização – p. 12 VCompreendendo o Crescimento da Igreja. P- 15 VIA Vontade de Deus e o Crescimento da Igreja – p16 VII – Mandato Cultural e Evangelístico – p. 17 VIII – 10 Características das igrejas que crescem – p. 20 IXSão Cabíveis as Ferramentas Estatísticas na igreja? P 23 XReino de Deus e Desenvolvimento natural – p. 25 XIBases Bíblicas e Teológicas da Igreja – p. 29 XII - Jesus está edificando a sua igreja – p. 32 XIII - O Que é um movimento de Plantação de Igreja? P. 33 XIV - Procura-se um plantador de igreja – p. 36 XV - Os Cinco Propósitos da Igreja – p. 38 XVI- Imagens de Crescimento do N.T. p. 39 XVII- A Igreja em Figuras - p. 42 XVIII- Fatores contextuais no Desenvolv.da igreja – p. 49 XIX- Planejando o Crescimento da Igreja – p. 55 XX- O Crescimento da Igreja e as Finanças. p. 57 XXI- Como Jesus Atraia as Multidões. p.57 XXII- O Movimento de Crescimento da Igreja e o Livro de Atos. p.61 XXIII- A Unidade da Igreja. p.64 XXIV- Teoria Clássica do Denominacionalismo. p.66 XXV- As Megaigrejas. p. 69 XXVI- Crítica às Megaigrejas – p. 71 XXVII- As mais Conhecidas Megaigrejas – p.75 XXVIIIContestações ao Movim.Crescim.Igreja. p. 81 XXIX- Pequenos Grupos- O conceito de Discipulado de J.Wesley. p.82 Última atualização : Outubro de 2008 2 LITERATURA- MOVIMENTO DE CRESCIMENTO DE IGREJA Rev. Sila D. Rabello Este trabalho é uma síntese dos principais escritos do Movimento de crescimento de Igreja nos últimos anos,contendo resumos de leituras, reinterpretação e citações das seguintes obras: 1- ANO DE 1949- “ A Missão da Igreja” de Gary Luther Royer- CPAD – 1985 Enfoca a missão da Igreja. Duas palavras-chaves: Igreja e Missões. Principais abordagens: Adoração como missão, os ministérios ( a missão da Igreja para consigo mesma ), evangelismo ( a missão da Igreja para o mundo). 2- ANO DE 1970- “ A Palavra de Deus e o crescimento da Igreja” de Allan R. Tippett- Editora Vida. Dá a base bíblica para o conceito de crescimento fundamentando-se apenas nas Escrituras. 3- ANO DE 1970- ( Revisado em 1982 ) “ A Igreja do final do século XX” de Francis A. Schaffer- Editora Ultimato. Uma análise sociológica da Igreja numa cultura pós cristã. 4- ANO DE 1973- “ Sua Igreja precisa crescer” de Vergil Verber- Ed. Vida Nova. Um fundamento bíblico com três parábolas ( talentos, solos e seara ) e um experimento na Venezuela 5- ANO DE 1975- “ Um guia para a fundação de Igrejas” de Melvin L. Hodges- Ed Vida. Um abrangente estudo sobre a fundação de Igrejas desde o imperativo da fundação passando pela mensagem, pelo Poder e pelo processo. 6- ANO DE 1976- “Cristo sim, Igreja sim” de Glendon Grober – Ed Juerp. Um bom estudo das figuras da Igreja e um resumo do desenvolvimento histórico . 7- ANO DE 1977- “Pregação poderosa para o crescimento da Igreja” de David Eby – Ed Candeia. O autor analisou mais de 300 livros escritos sobre crescimento de Igreja e descobriu um antagonismo à pregação. “ A tendência de minimizar a pregação é o tendão de Aquiles do ‘movimento de Crescimento da Igreja´. 8- ANO DE 1984- “ Crescimento contagioso da Igreja” de Le Roy Gruner- Ed CPAD. Como sociólogo o autor aponta os males que assolam a humanidade e dá conselhos práticos aos ministros para conduzirem as igrejas nestes tempos de incertezas. 3 9- ANO DE 1984- “Muito mais do que números” de Paul Yonggi ChoEd Vida. Enfoca o crescimento em sintonia com o laicato, o sistema de pequenos grupos e os veículos de comunicação, por fim, focaliza o avivamento. 10- ANO DE 1987- “ Igreja: agência de transformação histórica” de Robinson Cavalcanti- Ed Vinde-Sepal. Forte apelo social à Igreja para resgatar a justiça na Terra, tocando pontos como: Inconformismo, Agentes de uma reforma, o profetismo evangélico, mártires e as diversas formas de transformação. 11- ANO DE 1987- “Estratégias para o crescimento da Igreja” de Peter Wagner- Ed Sepal. Reúne princípios de evangelismo e missões na implementação da “Grande Comissão”. Abordagens: _ Por que ter uma estratégia planejada? _ Por que fazer do crescimento da Igreja o nosso alvo? O princípio da colheita. Testando o solo. O significado de missões e de evangelismo. Evangelização incorporativa. O pacto de Lausanne. 12- ANO DE 1997“ O desenvolvimento natural da Igreja” de Christian A. Schwarz- Ed Esperança. Muitos dos dogmas do movimento de crescimento de Igreja nada mais são do que mitos. O autor dirige o instituto para o desenvolvimento da Igreja na Alemanha e descreve o crescimento da Igreja segundo as Leis da Natureza. Abordagens: Oito marcas de qualidade, Seis princípios da natureza, Um novo paradigma, Dez passos para a ação. 13- ANO DE 1997- “ Uma igreja com propósitos” de Rick Warren- Ed Vida. Ed René Kivitz define este livro como uma epístola pastoral contemporânea. Conta a bem sucedida história de uma das Igrejas Batistas que mais cresce, localizada em Saddleback na Califórnia, com cerca de 13000 membros em 1995. Ensina os princípios para o crescimento usados por Rick. Expõe com clareza a necessidade de fixar propósitos para a Igreja, de escolher o público alvo que se deseja alcançar e de monitorar a metas. Abordagens: Mitos sobre o crescimento de Igrejas, O que é ser uma Igreja dirigida por propósitos, Alcançando sua comunidade, A seleção da música na Igreja, etc. 14- ANO DE 2001- “ Compreendendo o crescimento da Igreja” de Donald McGavran – Ed Sepal. O autor é o “pai” da disciplina Crescimento da Igreja no seminário Fuller em Passadena, Califórnia. É considerado o mais importante missiólogo do séc XX. Nasceu na Índia, filho de missionários, escreveu 23 livros sobre missões e crescimento da Igreja, passou 17 anos plantando igrejas na Índia. Em 1955, publicou “ As pontes de Deus”, livro que inaugurou o movimento de crescimento da Igreja. Morreu em 1990 aos 92 anos. Principais idéias: crescimento da Igreja é muito mais do que a ampliação do seu rol de membros.Envolve a forma de como pessoas e culturas se tornam genuinamente cristãs e revolucionam as culturas e populações no meio das quais Deus as colocou. Crescimento parte da Teologia e da fidelidade à Bíblia. Utiliza 4 bastante das ciências sociais porque é um fato que ocorre na sociedade. Principais abordagens: Considerações teológicas, Causas que provocam o crescimento. O fundamento sociológico, Tipos especiais de crescimento e Administração. O CRESCIMENTO DA IGREJA PRIMITIVA Quando Jesus ressuscitou dentre os mortos,toda a Igreja de Cristo pôde reunir-se num cenáculo, numa sala apenas. Ao tempo de sua ascensão já eram 120 discípulos! De todas as eras da história, foi a época da corrupção mundial. Fora da Judéia, a idolatria reinava suprema. deuses e deusas, representando todos os estágios do vício, eram abertamente adorados em templos majestosos e em nichos caríssimos. Todo o poder estava nas mãos de um império magnífico e impiedoso ! As massas afundavam-se em desesperada degradação, sem recursos, sem instrução, sem proteção, e,somente no Império Romano, 60 milhões eram escravos. Os pais idosos eram abandonados à morte pela inanição. Os homens lutavam uns contra os outros, como gladiadores nos anfiteatros, e morriam aos milhares,para divertir a platéia cruel. Todos os conceitos da Lei Moral,da ética, eram violados quase sem consciência. Os primeiros discípulos não tinham riqueza,nem posição social,nem prestígio Nem liberdade de culto, nem auxílio governamental,nem ajuda das instituições estabelecidas. Era um povo desprezado e perseguido, sem influência, sem instrução,sem o Novo Testamento, e nem mesmo o Velho testamento nas mãos do povo, sem literatura cristã, e sem uma única casa de cultos. A pompa, o poder, os costumes e a opinião pública, eram contra eles. Eram injuriados, perseguidos e submetidos ao exílio e morte. Esses cristãos primitivos, porém,tinham a ajuda constante de um Salvador que santifica, consola, anima,cura,guia,ensina e habita conosco na pessoa do Espírito Santo. E com essa presença; cheios do Espírito, enfrentaram um mundo hostil e todas as forças malignas das trevas, e venceram ! Depois de 70 anos, segundo os cálculos mais modestos, constituíam meio milhão de seguidores de Jesus ! ( Um aumento de 4000x o nº de 120) Seria exagero dizer, ou crer que se as igrejas e o ministério Evangélico tivessem semelhante dinâmica, amor e Unção do poder do Espírito Santo, hoje poderíamos levar o mundo para Cristo em 10 anos ? Hoje os cristãos têm em suas mãos tronos e governos, proteção, opinião pública favorável, liberdade religiosa e, em dinheiro, centenas de milhões de dólares. Temos instituições e organizações de toda a espécie, gráficas,produtoras de filmes, discos, e programas de TV. A Bíblia impressa em mais de 400 línguas, literatura cristã em abundância como as folhas de uma floresta. Temos tudo o que desejamos para cumprir o IDE de JESUS.O que 5 nos falta ? Nada ! A não ser atender a Jesus. (Adaptado do livro “ Santidade e Poder” de A .M.Hills-CNP.1968 ) A se tivéssemos o mesmo ardor dos cristãos do primeiro século. A declaração das autoridades da cidade de Tessalônica, retrata mui bem a garra dos cristãos do primeiro século: “Estes que têm transtornado o mundo, chegaram também aqui...” ( Atos 17:6 ) E desde então, a igreja nunca estagnou. Vem avançando através dos séculos. Quando olhamos para o quadro da evangelização mundial, ficamos surpresos, ao ver a “Luz” se disseminando pelos continentes. ( Veja quadro: Evangélicos em 1780 e em 1980 ) 1. EVANGÉLICOS EM 1780 Despertando o Interesse: Quais partes do mundo vocês acham que tinham a maior concentração de evangélicos há 200 anos atrás? Destaques: As áreas em amarelo representam as regiões com pelo menos 1% de evangélicos e as áreas em vermelho menos de 1% . Você não acha pouco? Observe que na região do mundo onde o cristianismo surgiu (Oriente Médio), há 200 anos atrás já não existia mais presença evangélica. E na América Latina? Tinha-se o conhecimento de apenas um pequeno grupo de evangélicos, fruto do trabalho dos morávios. Aplicação: Como você percebeu, as áreas onde o evangelho era muito forte (Norte da África, Oriente Médio, etc.) perderam sua vitalidade. Portanto, em nossas vidas também deve haver uma renovação de espírito senão, assim como eles, poderemos perder nossa vitalidade. 2. EVANGÉLICOS EM 1980 6 Despertando o Interesse: Vimos que podem haver mudanças para pior. No entanto, nos últimos 200 anos Deus tem feito coisas surpreendentes. Vamos ver ... Destaques: Pulemos para o ano de 1980. Vejam só que diferença! Um pouco mais da metade do mundo já possui pelo menos alguma presença evangélica. As regiões que mais se modificaram foram: Austrália, África (sul do Saara), a faixa que vai da Ásia até a Europa e as Américas. Aplicação: Deus está vivo! O Deus que pode modificar o mundo desta forma, também pode mudar a vida do índio na selva, do seu vizinho e até mesmo sua vida. Destaques: A grande surpresa dos últimos 40 anos é o crescimento do evangelho no chamado Terceiro Mundo. Hoje em dia a maioria dos evangélicos vive na Ásia, África ou América Latina. Aplicação: O vento de Deus está soprando na América Latina, isso traz grande benção. Mas também traz grande responsabilidade. O “IDE” está conosco EVANGÉLICOS: 1780 ISSE QUE ERA IMPOSSÍVEL. ELE FOI E FEZ! 7 Fonte: David Barre004 EVANGÉLIS EVANGÉLICOS: 1980 No quadro a seguir, temos a chamada janela 10/40, onde estão os países mais resistentes ao evangelho.É o grande desafio final. A JANELA 10-40 Turcomenistão Portugal Gibraltar Tunísia Grécia Malta Marrocos Argélia Líbia Western Sahara Turquia Chipre Libano Cisjordânia Gaza Israel Egito Síria Iraque Irã Jordânia Paquistão Kuwait Bahrain Butão Níger Taiwan Índia Birmânia Mauritânia Laos Omã Chade Senegal Nepal Iêmen Sudão Bangladesh Tailândia Vietnã Filipinas Camboja Djibuti Gâmbia Japão Qatar E.A.U. Eritréia Coréia do Sul China Afeganistão Arábia Saudita Mali 40º N. Latitude Tadjiquistão 10º N. Latitude Benim Guiné-Bissau Guiné Burkina Faso Mais de 50% do país está dentro da Janela 57 Países População Total - 3,8 bilhões 60% da população do mundo 8 Paises dentro da Janela 10-40 9 Desenvolvimento Estrutural da Igreja (¹) Definição: “ Crescimento da igreja é aquela disciplina que investiga a natureza, expansão, implantação, multiplicação, funcionamento e saúde das igrejas cristãs em seu relacionamento com a implementação efetiva da ordem divina de fazer discípulos de todas as nações” ( Peter Wagner ) Quando surgiu a igreja do N.T.,de imediato ela era um corpo que crescia quantitativa , qualitativa e organicamente. O historiador Lucas, relata: “ Diariamente perseveravam unânimes no templo, partindo o pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” At. 2: 46-47 “ Assim, as igrejas eram fortalecidas na fé, e, dia a dia, aumentavam em número.” At.16:5. Ela assumiu muitas formas, desde igrejas nos lares: 19 As igrejas da Ásia vos saúdam. Saúdam-vos afetuosamente no Senhor Áqüila e Priscila, com a igreja que está em sua casa. ( I Co. 16:19 ) 5 Saudai também a igreja que está em sua casa. Saudai a Epêneto, meu amado, que é as primícias da Acáia em Cristo. ( RM. 16:5 ) 15 Saudai aos irmãos que estão em Laodicéia e a Ninfa e à igreja que está em sua casa. Cl.4:15 2 E à nossa amada Áfia, e a Arquipo, nosso camarada, e à igreja que está em tua casa: Fm. 2 Unidades comunais de aldeia como em Lida e Sarona ( At.9:35 ) 35 E viram-no todos os que habitavam em Lida e Sarona, os quais se converteram ao Senhor. Grupos mistos urbanos como em Corinto ( At.18:7-8 ) E, saindo dali, entrou em casa de um homem chamado Tício Justo, que servia a Deus, e cuja casa estava junto da sinagoga. 8 E Crispo, principal da sinagoga, creu no Senhor com toda a sua casa; e muitos dos coríntios, ouvindo-o, creram e foram batizados. Seguimentos inter-raciais nos postos coloniais romanos, como Filipos ( At. 16 ) Onde Lídia, a vendedora de púrpura da cidade de Tiatira, recebeu a Palavra através de Paulo, abrindo a sua casa para início da primeira igreja no mundo ocidental. ( Atos 16:11-15) Indivíduos migrantes como em Roma ( Rm. 16 ) Febe era diaconisa em Corinto,muda-se para Roma e Paulo a recomenda. 1 RECOMENDO-VOS, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencréia, 2 Para que a recebais no Senhor, como convém aos santos, e a ajudeis em qualquer coisa 10 que de vós necessitar; porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo. Por toda a parte, imediatamente, ela assumia um padrão organizado. Lemos a respeito de: Presbíteros : 23 E, havendo-lhes, por comum consentimento, eleito anciãos em cada igreja, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido. ( At. 14:23 ) 17 E de Mileto mandou a Éfeso, a chamar os anciãos da igreja. ( At. 20:17 ) 14 Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; ( Tg. 5: 14 ) • Supervisores ou Bispos – At. 20:28 28 Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. • • Da convocação de um Concílio – At. 15:6-31 A igreja tinha mensageiros viajar. escolhidos com a finalidade de 19 E não só isto, mas foi também escolhido pelas igrejas para companheiro da nossa viagem, nesta graça que por nós é ministrada para glória do mesmo Senhor, e prontidão do vosso ânimo; 20 Evitando isto, que alguém nos vitupere por esta abundância, que por nós é ministrada; 21 Pois zelamos do que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens. 22 Com eles enviamos também outro nosso irmão, o qual muitas vezes, e em muitas coisas, já experimentamos ser diligente, e agora muito mais diligente ainda pela muita confiança que em vós tem. 23 Quanto a Tito, é meu companheiro, e cooperador para convosco; quanto a nossos irmãos, são embaixadores das igrejas e glória de Cristo. ( 2 Co. 8:19-23 ) Várias incumbências foram atribuídas a determinadas pessoas como “ Cuidar das Igrejas ( 2 Co.11:28, I Tm. 3:5 ) 28 Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas ( 2 Co.11:28) 5 (Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus? ); Confirmar a Igreja em viagens missionárias. 41 E passou pela Síria e Cilícia, confirmando as igrejas. ( At. 15:41 ) edificar a igreja ( I Co 14: 4-12 ). Tudo isto reflete o crescimento em todos os níveis: quantitativo, qualitativo e orgânico. O poder impulsionador que estava atrás desta atividade da Igreja era o Espírito Santo. Foi Ele que atuou no Pentecostes – (Atos 2) e após a poderosa mensagem de Pedro, cerca de 3.000 vidas foram batizadas. Atuou em Pedro para a cura de um coxo no Templo e após outra mensagem poderosa, Pedro e João foram presos, mas os discípulos já beiravam 5.000 crentes. 11 ( Atos 4;4 ) . Foi o Espírito Santo que atuou nas decisões congregacionais como aquela tomada em Antioquia na separação de Barnabé e Saulo. ( At. 13:2 ) 2 E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Vimos a igreja desenvolvendo uma estrutura organizacional, com a utilização de espaço físico ( as casas), elegendo líderes, convocando assembléias para solução de controvérsias, escolhendo cooperadores, promovendo coletas, etc... No entanto, a igreja não pode prescindir do fato de que possui uma organização espiritual. Jesus Cristo é o chefe de sua gloriosa igreja. Jesus é o cabeça da Igreja ( Ef 1:22, 4:15 , Ef. 5:23 ). 22 E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, 15 • Ele a preside pelo seu Espírito Santo. Algumas instruções fixas à Igreja se acham registradas em passagens como: Mateus 28:18-20 => A Grande Comissão 18 E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. 19 Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20 Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém. • • João 17:18 = “ ..assim como Tu me enviaste ao mundo, também Eu os enviei ao mundo.” É o princípio apostólico baseado no apostolado de Cristo ao mundo. João 14:6 = O único modo de acesso ao Pai. Estas são declarações explicativas e aclaram a missão da Igreja dando-lhe direção Vimos a Igreja desenvolvendo uma estrutura organizacional com a utilização de espaço físico ( as casas), elegendo líderes, convocando assembléia para a solução de controvérsias, escolhendo cooperadores e promovendo coletas. No entanto, a igreja não pode prescindir do fato de que possui uma organização espiritual. Jesus Cristo é o chefe de sua gloriosa igreja. Não deve haver incongruência entre institucionalismo e espiritualismo. (1) : TIPPETT,Allan R. A Palavra de Deus e o Crescimento da Igreja. Ed.Vida. pp.7 e 8 12 A Igreja como organismo e organização Rodolfo Garcia Montosa Publicado em 15.12.2006 A Igreja deve ser considerada um organismo, algo que possui e gera vida, ou uma organização, caracterizada pela estrutura e pela forma? Esta pergunta tem sido postulada de várias maneiras e por vários motivos durante toda a história do Cristianismo. “Os dois pontos de vista (organismo e organização) não precisam colocar-se em estado de tensão, pois é possível perceber que se completam mutuamente.”1 A constante e crescente tensão entre dois extremos na compreensão sobre a natureza da Igreja afeta diretamente a maneira como é governada. De um lado, alguns que, em nome da essência relacional do evangelho, da sublimidade da missão, da profundidade existencial do conteúdo bíblico e da adoração contemplativa, sacam seu arsenal verborrágico contra toda expressão organizacional da Igreja, fixando-se obcecadamente na comparação inexata e parcial com empresas de mercado ou qualquer outro tipo de instituição. Do outro lado, aqueles que, em nome do Reino de Deus, da carência dos necessitados, do cumprimento de seu chamamento e de sua própria visão, voltam-se alucinadamente para a obtenção de resultados objetivos em seus ministérios, ignorando por completo a crítica dos primeiros, ou qualquer outro tipo de reflexão teológico-bíblica por considerarem iniciativas desse tipo absoluta perda de tempo. Algumas das principais metáforas bíblicas utilizadas para definição da Igreja evidenciam essa dupla natureza. São figuras de linguagem que reúnem ambas dimensões orgânicas e organizacionais: pedras (organizacional) vivas (orgânicas); lavoura (orgânica) e edifício (organizacional) de Deus; edificação (organizacional) do corpo de Cristo (orgânica); vinho (orgânica) em odres (organizacional); templo (organizacional) do Espírito Santo (orgânica); corpo (organizacional) vivo (orgânica). O grande desafio aos que governam, então, é conciliar essas duas realidades concomitantes. Não se levantar contra uma, como forma de exaltar a outra. Muito menos focalizar-se na outra, ignorando a existência da uma. Buscar as motivações santas e íntegras do coração na melhor excelência e destreza das mãos. O governo no extremo da ênfase no Organismo A terceira lei de Isaac Newton ao observar o comportamento de corpos em movimento diz que "para cada ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade." Este princípio da física pode ajudar na melhor compreensão do que aconteceu no processo da Reforma Protestante no que tange ao governo da Igreja. O conceito Católico Romano sobre sua supremacia de governo vigente é que, em função de a Igreja ter sido o instrumento da produção da Bíblia tinha, por conseqüência natural, precedência sobre ela; além disso, dizia a doutrina romana ser a Igreja a despenseira de todas graças sobrenaturais; seu discurso 13 era que “não é Cristo que nos leva à Igreja, mas a Igreja que nos leva a Cristo”. Estes pressupostos visavam o fortalecimento da Instituição Igreja Católica Apostólica Romana. A Igreja visível (mater fidelium – mãe dos fiéis) recebe toda a ênfase, e não a Igreja invisível (communio fidelium – comunidade de crentes). Destes conceitos advém os pensamentos da infalibilidade papal e a inerrância institucional. A reação da Reforma vem na mesma intensidade em direção contrária para se estabelecer. Busca intencionalmente romper com esse conceito, centralizando a atenção na Igreja como organismo espiritual. Deu ênfase ao conceito que não existe Igreja fora da obra de Cristo e das operações renovadoras do Espírito Santo, concluindo, portanto, que o estudo destes precede logicamente à consideração da doutrina da Igreja. Foge do extremo do Institucionalismo para o extremo do Espiritualismo. Algumas Confissões evidenciam esta reação ao institucionalismo2 pela estratégia espiritualista. A Confissão Belga, por exemplo, diz que “cremos e confessamos uma só Igreja católica ou universal, que é uma santa congregação de verdadeiros crentes cristãos, todos esperando a sua salvação em Jesus Cristo, sendo lavados por Seu sangue, santificados e selados pelo Espírito Santo.” Já a Segunda Confissão Helvética fala que “a Igreja é uma assembléia dos fiéis, convocada e reunida no mundo, uma comunhão de todos os santos, isto é, daqueles que verdadeiramente conhecem e retamente adoram e servem o verdadeiro Deus em Jesus Cristo, o Salvador, pela palavra do Espírito e que pela fé participam de todos os benefícios gratuitamente oferecidos mediante Cristo. Na Confissão de Westminster tem-se a definição de “Igreja católica ou universal, que é invisível, consta do número total dos eleitos que já foram, dos que agora são e dos que ainda serão reunidos em um só corpo sob Cristo, sua cabeça; ela é a esposa, o corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todas as coisas”. Os reformadores aplicam-se em combater o fato que as expressões que se enumeram sobre a Igreja Gloriosa, sem rugas, sem mácula não se referem à Igreja considerada como instituição externa, mas à Igreja como corpo espiritual de Jesus Cristo. É certo que a Igreja enquanto organismo é dinâmica, cheia de vida, produtora de vida, multiplicadora de si mesma. Seus elementos principais concentram-se em três prioridades propostos por Ortlund3 : compromisso com Cristo, compromisso com o Corpo de Cristo e compromisso com o mundo. O paralelo desta tríade vem da proposta de Hoekendijk4 com a fórmula de kerigma, koinonia e diakonia. No sentido teológico, existe consenso em afirmar que, em sua essência, a Igreja para que possa ser chamada de “Igreja” precisa apresentar três elementos: fé, comunhão e serviço. “A concepção reformada é que Cristo, pela operação do Espírito Santo, reúne homens Consigo, dota-os da verdadeira fé e, assim, constitui a Igreja como Seu corpo, a communio fidelium ou sanctorum (comunhão dos fiéis ou dos santos)5.” Aqui se entende a própria essência da Igreja. Sua composição. Sua missão. Seu propósito de existência. É a Igreja invisível, gerada em Cristo, governada 14 por ele mesmo, guiada pelo Espírito Santo, que reúne o povo de Deus em todos os tempos. É movida pelas ênfases do coração de Deus, em tempo e liberdade que lhe apraz. É sustentada pela graça divina e destinada ao relacionamento eterno com seu noivo. “É a comunidade de todos os cristãos de todos os tempos, fundada por Jesus, invisível aos homens, visível somente a Deus.”6 Acrescenta-se a compreensão que “a Igreja é fundamentalmente uma comunidade carismática, existindo pela graça (charis, no grego) de Deus, sendo edificada pelos dons da graça (charismata), concedidos pelo Espírito Santo. Mais carismática que institucional.”7 Entretanto, os que governam e deixam-se ser governados ao extremo da visão estrita da Igreja como organismo tendem a ter cinco características controversas, segundo Schwarz8: subjetivismo, autonomia, dualismo, irracionalidade e misticismo. São subjetivistas, pois querem fazer da experiência religiosa o padrão pelo qual tudo o mais é avaliado. Correm o risco de colocar o ser humano no lugar de Cristo. Ao enfatizar a experiência direta com o Espírito Santo, sempre buscam estabelecer a autonomia do indivíduo. Esta posição sustenta-se no pressuposto do dualismo entre espírito e matéria, no qual o espírito recebe prioridade absoluta. Por superestimarem os sentimentos religiosos, nos casos extremos, são levados à irracionalidade, podendo considerar o irracional como sendo mais espiritual do que aquilo que pode ser explicado racionalmente. Por último, tornam-se místicos no conceito de rejeição absoluta do mundo dos sentidos, da realidade empírica e do pensamento lógico. O governo no extremo da Igreja como organismo proíbe o compromisso com qualquer forma externa, apesar de, incoerentemente, adotar necessariamente algum tipo de forma. Toma atitudes antiinstitucionais por considerar que todas as questões estruturais relacionadas à Igreja são espiritualmente irelevantes. Por coerência interna à suas convicções, o governo torna-se um “sem governo”. Deveria o governo por coerência à sua inconsistência rejeitar-se a si mesmo, pois sua expressão visível pode confundir sua natureza invisível. Aqueles que governam no equívoco espiritualista devem reconhecer sua incoerência e fazer as pazes com a expressão organizacional, por mais imperfeita que seja, buscando reformá-la, ao invés de ignorá-la. Notas: 1. HORTON, Stanley M.. Teologia Sistemática, p. 557. 2. BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática, p. 518. 3. ORTLUND, Raymond. Let the Church Be the Church, p. 11, 119, etc. 4. HOEKENDIJK, J.Chr. The Call to Evangelism, p. 171ss. 5. BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática, p. 509. 6. GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática, p.716. 7. KEELEY, Robin (org.). Fundamentos da Teologia Cristã, p. 263. 8. SCHWARZ, Christian A.. Mudança de Paradigma na Igreja, p. 33-38. Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.institutojetro.com e comunicada sua utilização através do e-mail [email protected] 15 Compreendendo o Crescimento da Igreja ² 1) Segundo McGavan,quem deseja entender o crescimento da Igreja precisa encara-lo com fidelidade à Deus. Fazer a Igreja crescer é ser fiel a Deus. Crescimento da Igreja é um dever humanitário : os mais fortes ajudando os mais fracos e levando aos famintos o verdadeiro “pão” que eles necessitam. Levar as boas novas; fidelidade na proclamação, são as chaves que abrem a porta para o crescimento. É a fidelidade dos cristãos em alcançar os perdidos; buscá-los e restaurá-los à vida do rebanho. Além da proclamação da mensagem,de achá-los e traze-los é necessário a fidelidade no cuidado “ pós conversão”. Da década de 80 para cá, atenção especial começou a ser dada para o papel do Espírito Santo no processo de crescimento da Igreja. Duas áreas que se tornaram importantes foram: a) o papel dos milagres , b) a importância da oração. Crescimento da Igreja é basicamente um posicionamento teológico. Este posicionamento é o de procurar na Bíblia a orientação sobre o que Deus deseja que façamos. É afirmar que a fé em Jesus Cristo é necessária para a salvação. Isto é o básico e o fundamental para qualquer denominação. É o “ide’ em ação, independentemente das muitas diferenças teológicas. O crescimento pode variar de região para região ou de País, esbarrando em 3 importantes conjuntos de fatores: 1- Fatores contextuais:São fatores políticos, sociológicos,econômicos e culturais que estão além do controle da Igreja.Ex: O crescimento da Igreja é lento em um País onde a religião cristã é proibida por lei e os transgressores são severamente punidos. 2- Fatores institucionais: Estes são os que a Igreja ou denominação pode controlar. Se usá-los bem, crescem, se mal, decrescem.Ex: A maioria das denominações evangélicas nos EUA sofreu graves declínios no número de membros no período de 1965 a 1990. Isto se deveu em parte a que as lideranças decidiram dar prioridade à ação social em detrimento de Evangelismo e plantio de Igrejas. 3- Fatores espirituais: O Espírito Santo é soberano e não está sujeito a fatores contextuais ou institucionais. Ele age freqüentemente de forma surpreendente e não “tradicional”, faz parte da responsabilidade do líder que deseja ser eficaz em 16 crescimento da Igreja ter ouvidos para ouvir aquilo que o Espírito está dizendo às Igrejas. ---------------2- McGRAVAN.Donald.Compreendendo o Crescimento da Igreja.Ed.Sepal.SP. p 25 a 46 A VONTADE DE DEUS E O CRESCIMENTO DA IGREJA Neste mundo de Deus, missões, precisa ser aquilo que Deus quer. Não é uma atividade humana, apenas, mas “ Missio Dei”; a missão de Deus, a qual o próprio Deus está com o encargo de executá-la. Conseqüentemente os problemas que surgem na obra missionária devem ser vistos à luz de sua vontade revelada. Sendo o tipo de Deus que ele nos mostrou ser em Cristo, que tipo de missões ele de fato deseja ? A missão da igreja, definida como o programa de Deus para os humanos, é obviamente multiforme e as muitas boas atividades podem ser aplicadas segundo prioridades piedosas. Dar a fé ou dar o pão ? Afinal, o que é que Deus quer ? Duas escolhas: Reconciliar homens e mulheres com Deus em Cristo ou as boas obras? 1- Reconciliar homens e mulheres com Deus. O grande empenho de Deus é que pessoas perdidas sejam salvas e reconciliadas com seu filho Jesus. O Deus que busca quer que essas pessoas sejam encontradas. Missão é um buscar divino, vasto e contínuo; redundando em crescimento do rebanho. Pastores: se perdermos a paixão pelas ovelhas, não servimos para mais nada. Ezequiel tem um recado para pastores acomodados, vide Ez 34!! 2- As boas obras. Assistência social agrada a Deus, mas ela nunca deve ser substituta da busca do perdido. Cristo não ficava realizado com “ alimentar o faminto” e “ curar o enfermo”. Ele prosseguia para dar Sua vida em resgate por muitos e para enviar os seus discípulos para pregar e ensinar a todas as nações. 17 MANDATO CULTURAL E EVANGELÍSTICO Pastor David Eby, da Igreja presbiteriana de North City em San Diego na Califórnia, falando aos pastores na Igreja Presbiteriana de Pinheiros em julho de 2005, trouxe o seguinte relatório: 87 a 92% das Igrejas Americanas tem crescimento zero ou estão em declínio. Fecha-se em média, oito Igrejas por dia. Dois mil e duzentos pastores deixam o ministério, no ano . Nos últimos 15 anos, perdeu-se uma média de 3.500 Igrejas por ano!!. Cidades como Denver e San Diego, apenas 10% da população freqüentam as Igrejas. Na Escócia, 500 Templos são vendidos em média, por ano. _ O que será que está por trás desta caótica situação? _ Será a prioridade que deram à ação social em detrimento de Evangelismo? _ Será algum erro teológico que tem produzido cristãos “frios ou mornos” ? _ Será o resultado do “ liberalismo teológico” com o seu método histórico-crítico que tem produzido pastores céticos, pois esvaziam todo o conteúdo da autoridade bíblica? _ Será uma falha operacional na maneira de “Ser Igreja”, não sendo tudo o que ela deveria ser?. “ Quando Jesus enviou seus 12 discípulos, disse-lhes para fazerem a mesma coisa que Ele vinha fazendo: “ pregai que está próximo o reino de Deus, curai enfermos, ressuscitai mortos,purificai leprosos e expeli demônios.” ( Mt 10;7-8 ). Isto é o que é conhecido como Ministério Integral”. (Peter Wagner.) Ministério ungido, na dependência do Espírito Santo, pois não podemos fazer a obra de Deus, sem o poder de Deus. Os atletas do início da era cristã, quando iam a competições, recebiam antes, um óleo de unção nas pernas. Até hoje, os jogadores ungem seus músculos, aquecendo-os com óleo, no sentido de prepara-los para o esforço a que serão submetidos. Quando a Bíblia diz que somos ungidos do Senhor, está dizendo que estamos prontos para correr a carreira da fé e vender. Os dois Mandatos: ( teorias de Arthur Glasser ) 1) O Mandato Cultural:Base Gn1:28 “ sede fecundos, multiplicaivos e enchei a Terra e sujeitai-a, dominai dobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja sobre a terra.” Como seres humanos somos responsáveis pelo 18 bem estar da criação de Deus. Pelo bem estar dos nossos semelhantes pois devemos amar o próximo e demonstrar responsabilidade social. 2) O Mandato Evangelístico: No Éden Deus inicia a procura do homem. Quando Adão se escondeu de Deus, Deus questionou: _ Onde estás ? ( Gn 3:9) O mandato evangelístico reflete este desejo de Deus, por comunhão. Isto envolve procurar e encontrar homens e mulheres perdidos e alienados de Deus pelo pecado.A palavra profética em Ezequiel revela o método de Deus: “ a perdida buscarei, a desgarrada tornarei a trazer.”( Ez 34:16) A busca se torna o centro da missão do Messias: “ o filho do Homem veio buscar e salvar o perdido” ( Lc 19:10). Prioridade: Peter Wagner crê que a igreja deve ministrar à pessoa inteira: corpo,alma e espírito.Ambos os mandatos devem ser obedecidos, mas o mandato evangelístico tem prioridade ;sendo o mandato cultural um componente indispensável da missão cristã, principalmente àqueles que vão sendo achados. A atividade Social tem apelos fortes: Tg.2:18 – A fé é demonstrada por obras. É uma ponte para a evangelização.É base de julgamento: “ Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro...( Mt. 25:35-36) Apesar disso, a suprema necessidade humana é a graça salvadora de Jesus Cristo, a salvação eterna de uma pessoa, acima de seu bem estar temporal e físico. Hoje fala-se muito em responsabilidade social das empresas. Quem realiza programas sociais para prestar contas a consumidores, tem imbutido a idéia de aprovação social que vai gerar mais retorno, vai multiplicar e não dividir. O que distingue a responsabilidade social da igreja são o amor, a compaixão, a misericórdia, elementos ausentes na base dos programas sociais das empresas. Donald McGavran relata a seguinte história: “ Os Chamars, um grupo étnico em Mirazpur ,na Índia, expressaram aos missionários um desejo de deixar seus deuses hindus e seguir a Jesus Cristo. Foi então que os missionários cometeram um erro fundamental. Priorizaram o mandato cultural e decidiram que deveriam primeiro ajudar os chamars a melhorar sua sorte social e material e é o que foi feito. Quando os chamars ficaram melhor de situação social, perderam o interesse de seguir Jesus Cristo e tornaram-se mais apegados aos deuses hindus do que antes.” 19 As agências missionárias em todo o mundo traçam estratégias que facilitem o acesso do missionário ao povo e desperte a atenção do povo à mensagem cristã. Os missionários ajudaram o povo do Níger a reter o crescimento do deserto do Saara através de reflorestamento, criando viveiros para mudas de árvores,introduzindo mandioca para a alimentação, limpando águas poluídas ,inventando fogões de barro,ensinando técnicas de criação de aves, vacinando frangos e melhorando a vida do povo. A igreja, em muitos lugares, está voltada a programas comunitários, mas não pode se tornar aquilo que uma “ ONG” pode fazer. A igreja tem missão mui superior a qualquer ONG e dispõe de armas exclusivas não dadas a nenhuma outra organização. “ Para que,pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais.” ( Ef.3:10) 3 MODELOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL CRISTÃ Segundo Richard Niehbur,teólogo Norte-americano, estes três modelos devem ser assumidos pelas igrejas: 1 – A IGREJA APÓSTOLA – Que é enviada ao mundo como representante de Deus e deve anunciar ao mundo a vontade de Deus e o sonho de Deus. 2 – A IGREJA PASTORA – A igreja que cuida e se solidariza, que não descarta a dimensão profética do consolo e da denuncia. 3 – A IGREJA PIONEIRA – Que é a primeira a realizar no mundo a vontade de Deus e que testemunha que o novo mundo sonhado por Deus é possível. Se o mundo tem racismo, a Igreja deve ser a primeira a mostrar ao mundo que é possível superalo. Se há má distribuição de riquezas no mundo, a igreja precisa ser a primeira a criar uma sociedade local mais justa. ------------------------------WAGNER,Peter; Estratégias para o Crescimento da Igreja,Sepal-SP- p.103 a 121 McGAVRAN,Donald; Compreendendo o Crescimento da Igreja,Sepal- p.47 a 75 20 10 CARACTERÍSTICAS DAS IGREJAS QUE CRESCEM Especialistas em crescimento da igreja admitem que é difícil explicar com precisão por que algumas congregações crescem e outras não. O crescimento de uma igreja é ato complexo e não há maneira de reduzir essa complexidade a uma simples fórmula. Contudo, especialistas do gabarito de Peter Wagner, Christian Schwarz e Ken Hemp-hill vêm estudando esse fenômeno em diferentes países e culturas, e desenvolveram vários modelos de igrejas sadias e em crescimento. Uma análise desses estudos, aliada a observações experimentais diretas, indicam que tais congregações tomaram 10 iniciativas específicas. 1. Possuem uma liderança competente e visionária Esses líderes são dirigentes otimistas que aceleram, concentram e dirigem todas as atividades da igreja segundo a visão divina para aquela congregação, e no sentido de produzir crescimento. 2. Desenvolvem ministérios de acordo com os dons, e evangelismo de acordo com as necessidades Um estudo revelou que 68% dos membros de igrejas em crescimento disseram: “As tarefas que desempenho na igreja estão de acordo com meus dons.” Em congregações estagnadas, somente 9% harmonizam-se com essa declaração. 3. Irradiam o contágio da espiritualidade 21 A “ousadia” de pregar o evangelho era uma das marcas do crescimento da igreja primitiva (Atos 4:13, 31; 13:46; 14:3; 19:8; I Tessalonicenses 2:2). 4. Estão estruturadas em Ministérios A Igreja do Nazareno Central de Campinas, conta hoje, com mais de 50 ministérios atuantes. A visão do pastor Aguiar - pastor titular desde 1980 - sempre foi de ter uma igreja atuante em todas as áreas. Ministérios dos mais diferentes, como artesanato, internet, sopão, e muitos outros, são instrumentos de Deus e da igreja, para alcançar e ganhar almas para a honra e glória de nosso Deus. Veja estrutura departamental da igreja de Campinas: Departamentais - Homens de Honra/ - JNI (Juventude Nazarena) - Juniores MAC - MIQ - MNI (Missões) - Mulheres de Valor - Nazateen Musicais - Celebrai Nazarena - Coral MIQ Missionais - Artesanato - Ceia Pequenos - Internet - Recepção - Oasis Profissional - Sopão - Coral Sênior - Ekklesia - - Orquestra do Senhor - Compaixão - Grupos - Meame (FEBEM) - Operação Resgate - Orientação - SOS Espiritual - Voz no Silêncio Institucionais - ANA - ANEC (FNB) - ANEC (Jaime Kratz) 5. Adotam estruturas funcionais Schwarz observa: “Nossa pesquisa teve êxito em demonstrar e atestar que o fenômeno doentio do tradicionalismo… está numa relação inversa tanto com o crescimento como com a qualidade das igrejas”. 22 6. Planejam inspiradores serviços de culto Em congregações crescentes, 80% de seus membros disseram que o culto em suas igrejas têm sido uma experiência inspiradora; mas somente 49% disseram o mesmo em igrejas estagnadas. 7. Desenvolvem um programa de células Em congregações prósperas, 78% dos membros disseram que suas igrejas “encorajavam os pequenos grupos, ao passo que em igrejas estancadas somente 6% disseram o mesmo” 8. São amistosas A amizade é um fator importante que afeta o crescimento da igreja. Sua ausência causa apostasia e sua presença encoraja a volta daqueles que estiveram fora. 9. Fazem discípulos A transformação de membro em discípulo é um fator importante em congregações crescentes. Quanto mais eficaz o processo de fazer discípulos, tanto mais pujante é o crescimento da igreja. 10. Valorizam os diferentes aspectos humanos As pessoas gostam de se tornar cristãs sem terem de cruzar barreiras raciais, lingüísticas ou de classe. Qualquer congregação que busque crescimento não pode ignorar essas dez características. O ponto principal é 23 que não há um fator isolado que resulte no crescimento de membros, mas a operação harmoniosa de diversas características visando a um só propósito. ( Daniel Julio Rode – com alterações ) São cabíveis as ferramentas estatísticas na igreja ? A igreja é constituída de pessoas contáveis e não há nada particularmente espiritual em não contá-las. A abordagem numérica é usada em todos os empreendimentos dignos de valor.( indústria,comércio, Escolas,pesquisas, governo...) Alguns líderes, interpretando II Sm.24:1-10 acham que Deus estava desgostoso com o rei Davi por fazer o censo do povo. Convenientemente se esquecem de textos como Nm.1:2-3, Nm. 26:1-4, onde o próprio Deus ordena meticulosa contagem de todos em Israel. Também é negligenciada a grande ênfase de Lucas nos números, no livro de Atos. Podemos dizer que a estatística é como uma radiografia. As radiografias nunca soldaram nenhum osso quebrado, mas elas são de notável valor aos ortopedistas, ao indicar-lhes como juntar as duas partes de um osso quebrado. No caso de Davi, ele estava orgulhosamente cônscio de seu reino e de sua força. O censo era pecado porque ele constituía autoglorificação , tanto que ele só contou os homens combatentes ( I Cr. 21:5 ) Deixou de reconhecer que a força de Israel estava no braço do Senhor ( v.9-13) Deus sempre acaba humilhando àqueles que têm um falso censo de segurança. Em determinadas parábolas ( Lc. 15) Jesus usou o princípio estatístico para preservar a unidade do todo. O pastor tinha 100 ovelhas no seu aprisco. Era uma conta exata. Ele descobre a falta de uma, como também descobre a falta de uma moeda, no caso da mulher que possuía 10 moedas. A consciência de perda, levou-os à ação: Busca diligente até encontrar! “ A teologia da perda é sempre positiva, pois não raro introduz uma mudança no rumo de nossos passos e no curso de nossos sonhos”(Pr. Tito Oscar) Na igreja, o motivo da contagem, é o cuidado pastoral. 24 Não devemos fazer estatísticas para orgulho, mas devido ao minucioso cuidado pastoral. A boa contagem faz parte do bom pastoreio. Como pastores menores temos deveres, como nos lembra o apóstolo Pedro: ( I Pe. 5:2-4 ) “ Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento,mas espontaneamente,como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade,nem como dominadores dos que vos foram confiados,antes,tornando-vos modelos do rebanho. Ora,logo que o Supremo Pastor se manifestar,recebereis a incorruptível coroa de glória.” João 21:1-14 – Relata a terceira manifestação de Jesus aos discípulos depois de sua ressurreição. O desconhecido na praia,junto ao mar de Tiberíades, dá a sua opinião aos experimentados pescadores, que durante toda a noite,nada apanharam. Acatado o palpite, o resultado foi fantástico! O evangelista João pensou que valia a pena registrar esse pormenor estatístico e acrescentar o comentário de que “ a rede não se rompeu.” Pescados: 153 grandes peixes ! A comunhão deles, com o Mestre, estava quase rompida pela crucificação e sepultamento, mas agora, redivivo, mostrava no milagre da pesca, que eles seriam pescadores de almas e as redes não se romperiam. O verso 12 observa: “Nenhum discípulo ousava perguntar-lhe: Quem és tu ? Porque sabiam que era o Senhor.! O pastor humilde e agradecido sabe que o crescimento de sua igreja deve-se àquele que ordena aos grandes peixes que entrem na rede, e, se dá com aqueles que obedecem as ordem de Jesus, mesmo tendo experiência ministerial. Na pesquisa de crescimento da igreja, as estatísticas nunca são apresentadas como um fim em si mesmas, mas como evidência do estado da obra do Senhor, para um auto-exame de nossa própria mordomia e zelo pastoral em toda a humildade. Se Deus nos conceder cinco talentos, queremos imediatamente negociar com estes e ganhar outros cinco,apresentando-lhe dez! ( Mt. 25: 14-30 ) ----------------------------------------------Refs. 1 – McGRAVAN.Donald.Compreendendo o Crescimento da Igreja.Ed.Sepal. p. 111 2 - TIPPETT.Allan R. A Palavra de Deus e o Crescimento da Igreja.Ed.Vida. p. 16 25 REINO DE DEUS E DESENVOLVIMENTO NATURAL DA IGREJA? Christian A. Schwarz trabalha esse conceito em sua obra “ O DESENVOLVIMENTO NATURAL DA IGREJA” . O conceito bíblico que está ´por trás deste termo é Mc 4:26-29 “ o reino de Deus é assim como se um homem lançasse a semente à terra, depois dormisse e se levantasse, de noite e de dia, e a semente germinasse e crescesse, não sabendo ele como. A terra por si mesma frutifica primeiro a erva, depois a espiga e por fim, o grão cheio na espiga. E quando o fruto já está maduro, logo se lhe mete a foice, porque é chegada a ceifa” O termo “ por si mesma” é a chave para a compreensão desta parábola. No grego, o termo é “automate” = automático. Algo efetuado por si próprio, pelas leis da natureza e que em última instância, pelo próprio Deus, que mantém as leis fixas. Na China, temos um exemplo interessante, de crescimento natural. Vejamos: Recentemente temos ouvido várias informações sobre o crescimento econômico da China. Os números são da economia chinesa são crescentes. A China tem aumentado as relações comerciais com outros países inclusive com o Brasil. Que sabemos do cristianismo e da Igreja do Nazareno na China? As informações antes da implantação do regime comunista eram as seguintes: em 1946 tínhamos várias igrejas do Nazareno na China. Cerca de 5.000 chineses eram membros dessas igrejas. Haviam instituições nazarenas: 1 Colégio Bíblico e 1 Hospital. Com a implantação do regime comunista, os missionários cristãos de todas as igrejas saíram do país. O governo assumiu o controle de todas as instituições de serviço tais como o Hospital. As igrejas existentes e o Colégio Bíblico foram fechados e os membros das igrejas foram impedidos de professar publicamente a sua fé sob pena de morte. Foram momentos difíceis. Por volta de 2001/2002 houve uma certa abertura e alguns dos missionários que tínhamos antes da implantação do comunismo, voltaram ao solo chinês para rever aqueles irmãos e saber se eles se mantinham firmes na fé. Surpresos, encontraram muitos chineses que não podiam se identificar como membros da Igreja do Nazareno ou de outra denominação. Se identificavam apenas como Cristãos. E hoje, somente naquela região onde haviam 5.000 nazarenos, há mais que 150.000 cristãos. O Evangelho da Graça não pôde ser contido. O nome de Jesus está na vida e coração de muitos cristãos. A obra de Deus prosperou mesmo em meio a árduas dificuldades. Fruto do valioso trabalho do missionário Hudson Taylor, que há séculos atrás foi o pioneiro da evangelização na China. Os primeiro convertido chinês levou sete anos para ser alcançado. Muitos missionários inclusive da Igreja do Nazareno contribuíram para a evangelização na China. O Evangelho semeado germinou e trouxe 26 muitos ao conhecimento de Cristo. Hoje é tempo de orarmos por estes cristãos chineses. Façamos a nossa parte e Deus fará a dele ( extraído Boletim Nazareno ) Perguntas para reflexão : Podemos entender o “Reino de Deus” com sinônimo de Igreja ? Como definir o “ Reino de Deus” ? “Quando o evangelismo da Igreja, a oração e a ação social são focados no reino, os princípios do reino agem na Igreja. Quando são focados no homem, no engrandecimento de um reino particular, Deus não está comprometido com tal estrutura!!” Fomos ensinados a crer que o “Reino de Deus” é uma promessa futura que haveria de se cumprir na volta do Senhor, mas o Reino é uma realidade presente tanto quanto promessa futura. Jesus ensina que o tempo pode ser dividido conceitualmente em “esta era” e a “era vindoura” ( Mt 12:32). Paulo declara que Jesus está acima de todos os principados e potestades não só no presente século, mas também no vindouro ( Ef 1:21). Quando Jesus voltar e introduzir a Era Vindoura, o Reino de Deus terá atingido a sua plenitude. Mas, o Reino já invadiu esta presente era na primeira vinda de Jesus. O preparador das condições ministeriais de Jesus; João Batista, declarava: “ arrependei-vos porque está próximo o Reino dos Céus” ( Mt 4:17). Paulo no entanto, conforta os Colossenses afirmando que já haviam sido transportados para o Reino: “ Deus nos livrou do poder das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do Seu amor” ( Col 1:13) e Cristo faz a declaração cabal: “ se expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado a vós o Reino de Deus” ( Mt 12:28). Na era presente, o poder das trevas e o Reino coexistem. Cristo nos envia como embaixadores de seu Reino a um mundo que jaz no maligno” ( I João 5:19 ). Satanás é o deus deste século ( II Cor 4:4). E os reinos deste mundo lhe foram entregues ( Lc 4:6 , Mt 4:9). O mundo espiritual da maldade ganhou visibilidade na terra através do corpo do ser humano. O Reino de Deus também ganha visibilidade através do novo homem recriado à imagem de Cristo e agrupado socialmente numa nova família, chamada “ Família de Deus”, a Igreja! Logo, a Igreja existe, porque o Reino de Deus é chegado. A Igreja não é um fim em si mesma, o alvo da Igreja é expressar o Reino!. O Reino não se instala com visível aparência. Aqui jaz o erro dos que levianamente querem o crescimento da Igreja e não do Reino!! Considere a afirmação de Jesus: “Não vem o Reino de Deus com visível aparência . Nem dirão:Ei-lo 27 aqui! Ou: Lá está! Porque o Reino de Deus está dentro de vós.”( Lc 17:20). O Reino de Deus é o domínio de Cristo, começando no território do coração humano e que se estenderá a todas as coisas criadas. “ Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” ( Rm 14:17). O Reino de Deus não tem como alvo o atendimento das necessidades básicas do ser humano. Isto a igreja deve e pode fazer. (At 6, Tg 1:27, 2:14-26). O Reino de Deus constitui-se na mensagem central de Jesus, que é o Messias do Reino. O Reino de Deus significa o domínio e a soberania de Deus. Em Jesus, o Reino irrompe na história e em sentido escatológico, terá a totalidade de sua consumação, quando se der a sua parousia; sua volta.O Reino de Deus como era vindoura significa a destruição final do poder de Satanás. A igreja constitui o povo do Reino, mas não pode ser identificada com o Reino.( Banister,Doug A Igreja da Palavra e do Poder. P. 95 ) Idéias de Linus Morris sobre o reino de Deus: “ O batimento cardíaco de uma igreja de alto impacto é uma paixão pelo Reino de Deus. Jesus ensinou seus discípulos a buscar primeiro o reino de Deus e sua justiça; tudo mais é secundário. Somente quando o reino de Deus for o tesouro mais precioso dos cristãos, a igreja poderá impactar profundamente o mundo. Jesus ensinou seus discípulos a orar para que o reino de Deus viesse “ Assim na terra como no céu.” Buscar primeiro o reino de Deus inclui o presente, bem como o futuro. Jesus disse que o reino de Deus é tão valioso, que deveríamos estar dispostos a vender tudo para obtê-lo. Pessoas no mundo ocidental são constantemente assediadas pelas pressões dos valores e atitudes de sua cultura. Só um desejo intenso pelo reino de Deus capacita os cristãos a superarem as armadilhas das filosofias mundanas, paixões carnais e forças espirituais sutis, incluindo religiões falsas. Tomados por uma paixão pelo reino de Deus, cristãos podem transcender desejos terrenos que, de outra forma, os capturariam. Um coração voltado para o reino exibe uma paixão por frutos do reino, por amor do reino, por valores do reino e por autoridade do reino. A vida do reino é cheia de surpresas alegres que nos deixam perplexos. O mais inferior, se torna o máximo; o imoral recebe o perdão; o pobre é abençoado; e servidão é o caminho da proeminência. A vida no reino é cheia de paradoxos: É difícil, mas é fácil; custa tudo, mas não custa nada; traz a morte, mas também a vida. 28 Na vida voltada para o reino, valores eternos suplantam a má nutrição de homens tentando viver só de pão. Misericórdia e generosidade são os medidores do sucesso. Restauração, perdão e redenção têm precedência sobre lucro e ganho econômico. No reino, até mesmo os inimigos são tratados como amigos. Quando o reino de Deus consome um cristão, há uma paixão por autoridade do reino, em vez da autoridade terreal. Uma paixão pela autoridade do reino em nossas vidas permite que cristãos permaneçam firmes, mesmo em meio a sofrimentos. Vitória e sofrimento não são incongruentes. Ambos são testemunhas de que vivemos em meio a dois reinos.” ( MORRIS, Linus. Uma Igreja de Alto Impacto. Ed.Mundo Cristão.SP.2003.pp.94 a 102 ) O Reino se estabelece em pilares como: a- Justiça: A justiça do Reino inicia punindo a grande injustiça do pecado que separa o homem de Deus. O primeiro Adão foi derrubado, o segundo Adão;Cristo , é vencedor. Todo aquele que crer no filho de Deus e se arrepender é perdoado, regenerado,. Justificado e santificado. b- Paz: Deus confiou à Igreja o ministério da reconciliação ( II Co. 5:18-20). Através de Cristo, não estamos mais rebelados contra Deus. A paz foi estabelecida. O amor de Deus agora está derramado em nossos corações e nós também O amamos. c- Alegria no Espírito Santo: É outro pilar inabalável do Reino. Ele, o Espírito é Deus e é uma Pessoa. Ele tem, sentimentos. Ele habita com o crente e na Igreja.Quando os discípulos transbordam de alegria, transbordam também do Espírito Santo. (At 13:52). Quando Jesus estava para partir deste mundo, comunicou isso aos discípulos e eles se entristeceram. Jesus lhes disse: “ Assim também agora vós tendes tristezas; mas outra vez vos verei; o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém poderá tirar” (João 16:22). A Igreja que começa a expressar o Reino, cresce: Posição de enfrentamento de toda a forma de demonismo – Mt.12:28 28 Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o reino de Deus. Clero e laicato são embaixadores da parte de Cristo – II Co. 5:20 20 De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus Ver mais o Reino e não as estruturas ( Igreja local e denominação) – Lc 17;20-21 20 E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior. 29 21 Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós. Menos lazer e mais trabalho, ou menos festas, encontros sociais de pouco conteúdo edificativo e mais essência da fé ( Rm 14:17) 17 Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. Grande parte das atividades da Igreja é voltada para os próprios crentes. Um jantar por exemplo, deveria visar a ação de levar pessoas a Cristo. Ouvi o relato de uma Igreja que promoveu um jantar e alguns visitantes estavam presentes. A voracidade dos irmãos, e a falta de educação foram tão grandes, que os visitantes ficaram constrangidos aguardando o que sobejou. Um jogo de futebol poderia ser um lazer para a evangelização... Estes exemplos indicam que a Igreja está “ensimesmada”, pois pensa que o Reino é comida e bebida. Nutrir-se é benção, glutonaria é pecado. Alimentar-se não é pecado, pecado é perder o senso de missão, e deduzir que se vive só para comer. De igual forma, a Igreja que apenas quer ser igreja, atua só no social, mas quando ela entende que o Reino está acima dela, ela se torna parecida com o Reino, gerando justiça ( completa salvação ), paz ( reconciliação) e alegria no Espírito Santo ( Santificação e dons ). ----------------------------------SCHWARZ.Christian A. O Desenvolvimento Natural da Igreja.Ed.Esperança. p. 12 WAGNER Peter. Estratégias para o Crescimento da Igreja.Ed.Sepal.SP. p. 104 BASES BÍBLICAS E TEOLÓGICAS DO DESENVOLVIMENTO DA IGREJA Antes do advento da Igreja, os autores bíblicos profetizaram e sonharam com todos os povos da terra adorando à Jeovah: “ Tributai ao Senhor, ó famílias dos povos, tributai ao Senhor glória e força.” ( Gloria = Kabodi = Peso, valores reconhecíveis como ouro, gado ou posses. Força é a Majestade, é aquilo que prevalece. Salmo 96:7 ). 7 Dai ao Senhor, ó famílias dos povos, dai ao Senhor glória e força “ Adorai (Shâchâ = prostrar-se, tomar posição de escravo ) ao Senhor na beleza de Sua Santidade; tremei diante Dele todas as terras” Salmo 96:9 9 Adorai ao Senhor na beleza da santidade; tremei diante dele toda a terra. Os salmos não nos deixam com a menor dúvida a respeito do propósito de Deus. A reverência ao Senhor deve ter amplitude mundial com reis e governadores curvando-se aos pés de Jeovah. 10 Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra. 30 11 Servi ao Senhor com temor, e alegrai-vos com tremor. ( Sl. 2: 10-11 ) Os salmistas cantam o louvor e a salvação de Deus até às extremidades da terra.( Salmo 67). 1 DEUS tenha misericórdia de nós e nos abençoe; e faça resplandecer o seu rosto sobre nós (Selá.) 2 Para que se conheça na terra o teu caminho, e entre todas as nações a tua salvação. 3 Louvem-te a ti, ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos. 4 Alegrem-se e regozijem-se as nações, pois julgarás os povos com eqüidade, e governarás as nações sobre a terra. (Selá.) 5 Louvem-te a ti, ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos. 6 Então a terra dará o seu fruto; e Deus, o nosso Deus, nos abençoará. 7 Deus nos abençoará, e todas as extremidades da terra o temerão. As nações chamarão ao Senhor de bem-aventurado. 17 O seu nome permanecerá eternamente; o seu nome se irá propagando de pais a filhos enquanto o sol durar, e os homens serão abençoados nele; todas as nações lhe chamarão bem-aventurado. ( Sl. 72:17 ) “Jeovah o altíssimo é tremendo, é o grande Rei de toda a terra.” Sl 47:2.Is.54:5 Israel é responsável por anunciar a Glória de Deus às nações, de que só Ele pode governar e de que os ídolos devem ser abolidos. Esta expectativa de difusão mundial da fé foi partilhada pelos profetas que viram a Casa de Oração, como destinada a todos os povos. ( Is 56:7 ). 7 Também os levarei ao meu santo monte, e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos. Os gentios conheceriam a grandeza do Nome de Deus: “Mas , desde o nascente do sol até ao poente, é grande entre as nações o meu Nome; e em todo lugar lhe é queimado incenso e trazidas ofertas puras porque o meu nome é grande entre as nações diz, o Senhor dos exércitos.” ( Ml. 1:11 , incenso é o símbolo de oração ) Os sacrifícios puros, entende-se hoje à luz de Hb 13:15 .) 15 Portanto, ofereçamos sempre por ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome. A predição deste culto universal por Malaquias se cumpre na Igreja, espalhada em todas as nações da terra e seu pleno cumprimento é escatológico e se realizará com a segunda vinda de Cristo como relata João no apocalipse: “Depois destas coisas( os 144 mil selados) vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos povos e línguas, em pé diante do Trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em 31 grande voz dizendo: Ao nosso Deus que se assenta no Trono e ao Cordeiro, pertence a salvação...” ( Ap 7:9-12) O A.T. fala não apenas de uma difusão das boas novas acerca de Deus, mas fala de uma comunidade que crê, louva, ora e dá testemunho. O conceito de difusão será sempre crescente e intenso, até abranger toda a terra: “A terra se encherá do conhecimento do Senhor como as águas cobrem o mar.” 11:9. Is O plano do Criador é que o se reino seja estabelecida na terra. Na dispensação da Lei , a nação de Israel foi escolhida para ser a agência operante deste plano. Na dispensação da graça, a Igreja é chamada para assumir tal tarefa. Ela é a herdeira das promessas feitas aos patriarcas ( Gl 3: 23-29 ). 23 Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar. 24 De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados. 25 Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio. 26 Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. 27 Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. 28 Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. 29 E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa. Diante disso, fica claro, que a missão da Igreja não se reduz a “mero monólogo ou diálogo saudosista” ( a contar as experiências do povo de Israel e as histórias de Jesus), nem a projetos de serviços, ainda que estas coisas tenham o seu reconhecido mérito, todavia não substituem a luta diária da Igreja de arrancar as almas das trevas e traze-las à luz, de difundir a salvação e a santidade bíblicas, de incorporar os novos crentes em sua nova família da fé e prosseguir ensinandoos.Atitudes positivas, trabalho e adoração ao Deus santo que não pode mentir! As bases Bíblicas para a expansão da igreja está nos mandatos de Jesus, como : Mateus 28: 18-20, Mc.16:15, At.1:8, Mt.9:35-38,At. 26:16-18, João 20:21, Lc. 24:46-49. Quando fazemos a nossa parte, o restante é com Deus! Ele cuida da sua igreja. 32 JESUS ESTÁ EDIFICANDO A SUA IGREJA Vede entre as nações, olhai, maravilhai-vos e desvanecei, porque realizo, em vossos dias, obra tal, que vós não crereis, quando vos for contada (Habacuque 1.5). Apesar das más notícias sobre a secularização de igrejas e denominações, do liberalismo teológico e do fechamento de igrejas locais em alguns lugares, a verdade é bem outra. A igreja de Deus nunca cresceu tanto como nos dias de hoje. Deus realiza maravilhas entre as nações, principalmente na igreja perseguida. Segundo informações da Missão Portas Abertas mais de 200 milhões de cristãos enfrentam intensa perseguição neste momento. Mais de 250 milhões sofrem alguma forma de discriminação, sendo os governos comunistas e alguns regimes islâmicos os responsáveis mais destacados. >>>O missionário batista Dr. David Garrison, em seu livro Movimento de Plantação de Igrejas: Como Deus está redimindo o mundo perdido (2000) traz uma visão maravilhosa daquilo que Deus está fazendo no mundo hoje, por meio da evangelização e plantação de novas igrejas: • INDIA >>>Em Madhya Pradesh 4.000 novas igrejas foram plantadas em sete anos. Em Orissa, ano de 2001, uma nova igreja era plantada a cada 24 horas. Entre os povos de fala Bhojpuri, mais de 4000 igrejas foram plantadas e 300 mil novos convertidos. • CHINA >>>Uma igreja em uma província chinesa do norte recebeu 20.000 novos convertidos e 500 novas igrejas foram plantadas em cinco anos. Na província de Henan, em apenas oito anos, o Cristianismo sai de menos de um milhão para mais de cinco milhões. No sul da China uma igreja local batizou mais de 90.000 convertidos, organizando 920 igrejas nos lares, num período de oito anos. Em 2001 uma igreja batizou num único ano 48.000 novos convertidos, organizados em 1700 igrejas nos lares. • OUTROS PAÍSES ASIÁTICOS >>>Na Mongólia, durante a década de 1990, a igreja recebeu 60.000 novos crentes. Apesar do governo tentar eliminar o Cristianismo no sudeste da Ásia, uma igreja local recebeu mais de 50.000 crentes novos em cinco anos. • ÁFRICA >>>No século XX, o número de cristãos professos na África cresce de nove milhões para mais de 360 milhões. Mensalmente 1.200 igrejas novas são iniciadas na África. Em oito meses, 28 evangelistas da Etiópia conduziram 681 pessoas a Cristo e começaram 83 igrejas novas. • O MUNDO MUÇULMANO >>>Mais muçulmanos vieram a Cristo nas duas últimas décadas do que em 33 toda a história. No norte da África, nas últimas duas décadas, mais de 16.000 receberam a Cristo. Na Ásia central mais de 13.000 Kazakhs abraçaram a fé em Cristo, nos últimos 15 anos. Em Kashmir Indian, 12.000 muçulmanos convertem-se do jihad para o príncipe da paz. Em um país muçulmano asiático, mais de 150.000 muçulmanos receberam a Jesus, e estão congregados em mais de 4.000 grupos familiares. • EUROPA >>>Em 1999, uma igreja que planta igrejas entre refugiados nos Países Baixos, iniciou a plantação de 45 igrejas, no mesmo ano. Nas últimas três décadas, o movimento evangélico de ciganos de França e Espanha cresceu de 30.000 para 150.000 membros. >>>O livro do Dr. David Garrison é extremamente confortador e motivador. Revela o espírito missionário do autor, que percorreu mais de 80 países e hoje reside no sul da Ásia. Durante alguns anos serviu a Junta de Missões Internacionais da Igreja Batista dos EUA – Convenção do Sul, que atualmente sustenta 5.000 missionários em 150 países. http://www.jornalomediador.com.br/ed_43/jesus.htm O QUE É UM MOVIMENTO DE PLANTAÇÃO DE IGREJAS? _______________________________________________________________________________________________ >>>Em 1998, a equipe de liderança da Junta de Missão Internacional (Igreja Batista do Sul – EUA) adotou uma declaração de visão: Iniciaremos e alimentaremos Movimentos de Plantação de Igrejas entre todos os povos para que por meio deles os que não conhecem a Cristo cheguem a conhecê-lo. Esta declaração de visão guia o trabalho de cerca de 5000 missionários da Junta de Missões Internacionais que servem em mais de 150 países no mundo. >>>O que é um Movimento de Plantação de Igrejas? Uma definição concisa de um MPI é: o aumento vertiginoso e por multiplicação exponencial de igrejas autóctones que plantam novas igrejas em um grupo étnico ou um segmento da população. >>> Há vários componentes chaves nesta definição. O primeiro é vertiginoso. Como movimento, um MPI ocorre com um aumento rápido no ritmo de plantação de novas igrejas. Segundo, há uma multiplicação exponencial. Isto significa que duas igrejas se convertem em quatro, quatro em dezesseis e assim geometricamente. A multiplicação exponencial só é possível si as novas igrejas são iniciadas por outras igrejas novas, ao invés de depender de missionários e pastores de tempo integral. Finalmente, são igrejas autóctones. Isto quer dizer que são geradas de dentro de um contexto próprio. Isto não quer dizer que o evangelho é 34 capaz de surgir espontaneamente em um grupo étnico. O evangelho sempre entra num grupo étnico por meio do trabalho de um missionário. Assim, a força do movimento vem de dentro do grupo. >>> O Movimento de Plantação de Igrejas é mais que evangelismo, mais que um avivamento e não é um fim em si mesmo. Gera-se um MPI quando um missionário transfere as igrejas à visão de que são elas que devem plantar igrejas. Então, por sua natureza, elas ganham os perdidos e se reproduzem. DEZ ELEMENTOS UNIVERSAIS Após estudar os MPI em todo o mundo, encontra-se dez elementos que se repetem em cada um deles: 1. A oração A oração é fundamental para cada MPI. Ela é o primeiro pilar do plano mestre elaborado pelo coordenador de estratégias. Sem dúvidas, é a vitalidade da oração na vida do missionário que leva a nova igreja e seus líderes a imitá-lo. 2. A semeadura abundante do evangelho Cada MPI vem acompanhado pela semeadura abundante do Evangelho. É a lei da semeadura: quem muito semeia colherá em abundância. 3. A plantacão intencional de igrejas Em cada MPI estudado, alguém implementou uma estratégia explícita. As igrejas não nascem por inércia. Pessoas convertidas pelo evangelismo, precisam ser agrupadas em igrejas. 4. A autoridade das das Sagradas Escrituras Até entre os povos analfabetos, a Bíblia tem sido a fonte de doutrina, estrutura eclesiástica da igreja e para a vida pessoal de cada membro. Não se questiona a autoridade das Escrituras. 5. A liderança local Os missionários envolvidos nos Movimentos de Plantação de Igrejas são mentores dos plantadores de igrejas locais. O missionário plantador treina os líderes locais. 6. A liderança leiga Os Movimentos de Plantação de Igrejas são impulsionados por líderes leigos. Estes líderes são “bi-vocacionados” e do mesmo grupo de pessoas que está 35 sendo alcançado. Essa dependência de lideres leigos assegura uma grande fonte de novos plantadores e líderes de grupos ou células. 7. A igreja nas casas Em alguns Movimentos as igrejas são plantadas em templos, mas, a maioria funciona em pequenos grupos de 10 a 30 pessoas que se reúnem em lares ou pequenos estabelecimentos comerciais. Há uma distinção entre igrejas células e igrejas nas casas. A primeira está unida a uma rede e ligada a uma igreja mãe (Igrejas Coreanas). As igrejas nas casas não estão sob uma autoridade ou hierarquia eclesiástica. 8. A igreja semeando igrejas As primeiras igrejas são plantadas por missionários e plantadores. As igrejas plantadas, então, começam a plantar novas igrejas. Para que isto ocorra, os membros da igreja precisam crer que a reprodução é algo natural e que não necessitam de ajudas externas para plantar novas igrejas. 9. A reprodução rápida A maioria dos plantadores envolvidos em cada MPI afirma que a reprodução rápida é vital para o movimento. A reprodução rápida comunica a urgência e a importância da pessoa entregar a sua vida a Cristo. 10. As igrejas saudáveis Em cada Movimento de Plantação de Igrejas estudado, uma igreja é considerada saudável quando cumpre cinco propósitos: adoração, evangelismo e missões, educação e discipulado, ministério da Palavra e companheirismo. Adaptado do livro Los Movimientos de Plantación de Iglesias – de David Garrison http://www.jornalomediador.com.br/ed_43/movim_plant.htm 36 PROCURA-SE UM PLANTADOR DE IGREJA _______________________________________________________________________________________________ >>>O segredo para o sucesso de um projeto de plantação de igrejas é o obreiro plantador. Ele é o elemento mais importante no processo. Se você tem o plantador, o maior problema do projeto está resolvido. Encontrar e preparar esta pessoa são os primeiros passos dados na plantação de uma igreja. Tudo começa com o obreiro. >>>Partimos do princípio bíblico que a igreja local é quem deve ser a mãe de novas igrejas, ou seja, igrejas geram igrejas, assim como ovelhas geram ovelhas. Como uma igreja seleciona um plantador? Quais os critérios bíblicos e ministeriais que devem ser usados? 1. MOTIVOS EQUIVOCADOS >>>Muitos obreiros são enviados por uma igreja ou presbitério para plantar uma nova igreja por vários motivos equivocados. Geralmente estes projetos fracassam gerando frustração e prejuízo espiritual e financeiro. 1.1. A pessoa está sem trabalho Um obreiro jamais deve ser enviado para plantar uma nova igreja pelo motivo de estar desempregado. Deus chama pessoas que estão trabalhando e servindo (At 13.1-3). 1.2. A pessoa se oferece O trabalho de plantar uma igreja não é para voluntários ou pessoas que se oferecem. Deus é quem escolhe os obreiros (Mt 9.37-38). 1.3. Pressentimento santo Um obreiro não pode ser escolhido de forma subjetiva ou sentimental, mas por meio de critérios bíblicos (At 1.21-22). 1.4. Pressa para iniciar o projeto Na pressa de querer iniciar um projeto, o obreiro pode ser escolhido equivocadamente. O obreiro é a peça chave no processo, ainda que o local já tenha sido definido e os recursos conseguidos. 1.5. O curriculo acadêmico do obreiro O fato de alguém ter feito vários cursos, inclusive em missões e evan-gelismo, não significa que o mesmo esteja habilitado para plantar uma igreja. 1.6. Uma maneira de se livrar de uma pessoa problemática Este é o pior equívoco que pode ser cometido na seleção de um plantador. Geralmente igrejas nascem por discórdias e brigas entre líderes de uma determinada igreja. 2. MOTIVOS CORRETOS Como selecionar um obreiro plantador de igreja? Quais os critérios de seleção? Qual o perfil de um plantador? 2.1. Vocação ou chamado divino Deus chama ou separa pessoas para plantar igrejas (At 13.1-3; 1 Co 3.6-7). Somente a convicção do chamado divino motivará uma pessoa a plantar igrejas, principalmente naqueles momentos difíceis quando o obreiro é tentado a desistir. É imprescindível que a esposa do obreiro também sinta-se chamada e entusiasmada em participar do projeto de plantação (1 Co 16.19). 37 Geralmente Deus chama pessoas ocupadas em resposta à oração do seu povo (Mt 9.38 e 10.1-4). 2.2. Caráter piedoso Um plantador deve ser convertido pelo Espírito Santo e possuir bom caráter. As qualidades do caráter de um obreiro estão na Bíblia: 1 Tm 3.1-13; Tt 1.5-9; 1 Pe 5.1-4. Estas qualidades envolvem a vida pessoal equilibrada e uma vida familiar exemplar. É importante destacar que Deus, antes de usar uma pessoa na liderança de alguma tarefa, Ele trabalha o seu caráter. Não existe caráter piedoso sem uma vida de oração. 2.3. Visão motivadora A visão é uma imagem ou uma idéia clara de algo que o plantador quer fazer, para que outros possam segui-lo. A visão vem de Deus, por intermédio da Bíblia, resultado de oração e aplicável à realidade. Visão gera obediência à vontade de Deus (2 Rs 6.17; At 26.19-20). Um plantador precisa saber que igreja vai plantar, por que, onde, como, com quem e quando vai plantar. É imprescindível que o plantador seja fiel à sua denominação, os princípios de fé da Igreja a que pertence. Plantadores presbiterianos devem plantar igrejas presbiterianas. 2.4. Apto para ensinar e pregar bem Considerando que uma igreja é o resultado da pregação e do ensino fiel das Escrituras, o plantador deve ser apto para a pregação e o ensino. Esta aptidão é a soma do esforço pessoal com a unção do Espírito Santo (At 4.31; 1 Co 2.4-5). Nesta tarefa o plantador não tem autonomia sobre o conteúdo, mas deve pregar a Palavra de Deus (At 6.4; 2 Tm 4.2). Evangelizar é apresentar a “sã doutrina” (Tt 2.1). 2.5. Habilidade para treinar pessoas O plantador deve ser alguém hábil em relacionamento humano. Ele lidará com pessoas carentes que necessitam ser evangelizadas e pastoreadas. “O ingrediente mais importante da fórmula do sucesso é saber como se dá bem com pessoas” (T. Roosevelt). A matéria prima de uma igreja é gente. Para J. Maxwell, uma pessoa precisa de quatro coisas para ser bem-sucedida: Relacionamentos, equipe, atitude e liderança. Podemos aplicá-las ao trabalho de plantação de uma igreja. A principal função do pastor plantador é treinar pessoas para o ministério e para o desenvolvimento da igreja (2 Tm 2.1-2; Tt 1.5). 2.6. Capacidade de enfrentar desafios Plantar igreja é o maior desafio espiritual. É Deus usando o plantador para entrar no império das trevas (inferno), a fim de libertar e transportar pessoas para o reino de Jesus (Cl 1.13). Isso só é possível pelo poder de Deus e entrega total da vida. James Han-nington, missionário inglês que trabalhou em Uganda, escreveu em seu diário: “Eu poderia espontaneamente desistir de tudo, mas, quando tal tentação me sobrevém, ouço uma voz dentro de mim: Ninguém que, pondo a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus”. Posteriormente, James Hannington foi martirizado, cujo sangue tornou-se a semente de uma igreja de quatrocentos mil membros. Arival Dias Casimiro http://www.jornalomediador.com.br/ed_43/procura_se.htm 38 Os 5 propósitos da Igreja ( Rick Warren ) 1- Amar a Deus com todo o coração – Isso se traduz em “ adoração” .Primeiro adorar, depois servir. Não ocupe-se demais trabalhando para Deus de forma que não sobre tempo para adoralo. 2- Amar ao seu próximo como a si mesmo – Isso se traduz em “Ministério”. A igreja existe para ministrar ao povo, para todas as necessidades: espiritual, emocional ,física e de relacionamentos. A igreja deve preparar os santos para a obra do ministério. ( Ef. 4:12 ) Ministério é serviço. É atender às necessidades e curar as feridas das pessoas em nome de Jesus. 3- Ir e fazer discípulos – A igreja existe para comunicar a Palavra de Deus. Isto é evangelizar. Enquanto estamos indo a qualquer local devemos falar que Cristo veio, morreu na cruz, ressuscitou e voltará. A missão do evangelismo é tão importante que Jesus nos deu 5 grandes comissões: Mt. 28:19-20 , Mc. 16:15 , Lc. 24:46-49 , João 20: 21 , At. 1:8. 18 E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. 19 Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20 Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém. ( Mt. 28: 19-20 ) ==================================================================== 15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. 16 Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado ( Mc. 16:15 ) =================================================================== 46 E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dentre os mortos, 47 E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. 48 E destas coisas sois vós testemunhas. 49 E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. ( Lc. 24: 46-49 ) ===================================================================== 21 Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. ( João 20:21 ) ==================================================================== 8 Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra. ( At. 1:8 ) Paulo declarou: “Ai de mim se não pregar o evangelho...” I Co.9:16 É privilégio do crente pregar o evangelho. Ef. 3:8 4- Batizar O batismo representa a comunhão e a identificação com o “Corpo de Cristo”. Como crentes, somos chamados a participar e não apenas acreditar. Batismo não é somente símbolo de salvação, é visualização de integração do crente na família de Deus. 38 E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus 39 Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; ( AT.2:38) 41 De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas, ( At. 2: 41 ) 5- Ensinar a Obediência – Isso se traduz por “Discipulado”. A igreja existe para edificar ou educar o povo de Deus. Discipulado é um processo de ajuda ao povo para que ele se torne mais parecido com Cristo em pensamento, sentimento e ação. É responsabilidade da igreja desenvolver a maturidade, tendo em vista o aperfeiçoamento dos crentes. ( Ef. 4: 12-13 ) Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do 12 corpo de Cristo; 13 Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, O exemplo mais claro dos cinco propósitos é a igreja em Jerusalém: Eles ensinavam uns aos outros, comungavam juntos, adoravam , ministravam e evangelizavam.( At. 2:1-47 ) Podemos dizer que a igreja existe para Edificar, encorajar, exaltar, equipar e evangelizar. ( Uma igreja com Propósitos. pp. 127-131 ) IMAGENS DE CRESCIMENTO NO NOVO TESTAMENTO São imagens carregadas de expectativa numérico, quanto espiritual e qualitativo. de crescimento físico, Imagens quantitativas: Mt 13: 47-50. A rede que apanha peixes 47 Igualmente o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda a qualidade de peixes. 48 E, estando cheia, a puxam para a praia; e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora. 49 Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos, e separarão os maus de entre os justos, 50 E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes. Denota uma rede grande, larga e pesada, feita para varrer o fundo do mar e trazer à tona peixes de todos os tipos e em grande quantidade. No simbolismo da rede vemos o alcance da abrangência do Evangelho. “ Não há quem esteja em lugar tão profundo que ela não o busque; nem tão acima que ela não o alcance; nem tão mal que seja lançado fora; nem tão bom que não seja apanhado. Ela apanha a todos, bons e maus.” ( Herbert Lockyer – Todas as parábolas da Bíblia – Ed. Vida p. 231 ). João 4:35 . De colheita generosa 35 Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos digo: Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa. 40 Faz referencia aos campos que branquejam para a ceifa. Usa expressões como: “Senhor da seara” ( Mt 9:38, Lc 10:2 ) e ensina que deveriam rogar o envio de trabalhadores para a seara ( Mt 9: 3738 ). 37 Então, disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. 38 Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara. João 15:5,8. Imagem de interação e produtividade ou união e interdependência. 5 Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6 Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem. 7 Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. 8 Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos. Retratada aqui na alegoria da videira e dos ramos, sendo a função específica dos ramos produzir o fruto. Israel era a videira trazida do Egito. 8 Trouxeste uma vinha do Egito; lançaste fora os gentios, e a plantaste. ( Sl. 80:8 ) mas que não deu fruto ( Is 5:1-7). 1 AGORA cantarei ao meu amado o cântico do meu querido a respeito da sua vinha. O meu amado tem uma vinha num outeiro fértil. 2 E cercou-a, e limpando-a das pedras, plantou-a de excelentes vides; e edificou no meio dela uma torre, e também construiu nela um lagar; e esperava que desse uvas boas, porém deu uvas bravas. 3 Agora, pois, ó moradores de Jerusalém, e homens de Judá, julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha. 4 Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? Por que, esperando eu que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas? 5 Agora, pois, vos farei saber o que eu hei de fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe, para que sirva de pasto; derrubarei a sua parede, para que seja pisada; 6 E a tornarei em deserto; não será podada nem cavada; porém crescerão nela sarças e espinheiros; e às nuvens darei ordem que não derramem chuva sobre ela. 7 Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta das suas delícias; e esperou que exercesse juízo, e eis aqui opressão; justiça, e eis aqui clamor. agora Cristo é a videira ( João 15) . 1 EU sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. 2 Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. 3 Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado. 4 Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. 5 Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6 Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem. 41 7 Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. A produção do fruto depende da seiva viva que flui para toda a videira “Figura do Espírito Santo’” que atua sob 4 condições: a) União (todo ramo em Mim), b) Poda ( limpa – v.2 ), c) Permanência ( obediência e descanso v.4) e d) Petição ( vs 5 e 7). Lucas 14:15-24 Imagem de Assimilação 15 E, ouvindo isto, um dos que estavam com ele à mesa, disse-lhe: Bem-aventurado o que comer pão no reino de Deus. 16 Porém, ele lhe disse: Um certo homem fez uma grande ceia, e convidou a muitos. 17 E à hora da ceia mandou o seu servo dizer aos convidados: Vinde, que já tudo está preparado. 18 E todos à uma começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um campo, e importa ir vê-lo; rogo-te que me hajas por escusado. 19 E outro disse: Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-los; rogo-te que me hajas por escusado. 20 E outro disse: Casei, e portanto não posso ir. 21 E, voltando aquele servo, anunciou estas coisas ao seu senhor. Então o pai de família, indignado, disse ao seu servo: Sai depressa pelas ruas e bairros da cidade, e traze aqui os pobres, e aleijados, e mancos e cegos. 22 E disse o servo: Senhor, feito está como mandaste; e ainda há lugar. 23 E disse o senhor ao servo: Sai pelos caminhos e valados, e força-os a entrar, para que a minha casa se encha. 24 Porque eu vos digo que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia. A comunidade dos crentes deve se preparar para ministrar aos que vem de fora, gente não tão bonita como esperávamos. A parábola da Grande Ceia fala de um homem que preparou uma grandiosa festa com o objetivo de reunir os amigos num convívio social. No Oriente era costume enviar dois convites: O primeiro, um convite preliminar para comunicar o fato e pedir que fizessem a reserva da data e se preparassem. O segundo , já próximo aos dias da festa, intimava a presença dos convidados, avisando que tudo já estava preparado. Interpretação : O convite refere-se em primeiro plano ao povo judeu. O servo que saiu com o convite é o Espírito de Deus, atuando nos profetas,chamando os judeus a fim de se prepararem para a vinda do Messias. A festa era a chegada do herdeiro , o Messias,mas os judeus não foram amáveis ao convite ( Jº 1:11- Veio para o que era seu... A oferta foi dirigida aos gentios – Estes foram mais amigáveis conforme o livro de Atos nos revela. A Ceia – É uma figura da rica graça que estava para alcançar os homens por meio de Cristo. 42 Nos versos 18 a 20 temos os pretextos apresentados para a rejeição do convite: Foram unânimes em rejeitar! Fica claro que não tinham a intenção de comparecer à ceia. Nota-se uma certa hostilidade da parte dos convidados para com o Anfitrião. Eles tipificavam os judeus de quem Jesus disse: “ Contudo não quereis vir a mim para terdes vida.” Ordens finais: v.17 – VINDE! No primeiro chamado a ordem era o amoroso convite. v.21 – “ TRAZE PARA AQUI” os pobres – Os que não podem pagar Por ela, a salvação. Os aleijados - Os que não podem trabalhar Por ela. OS cegos - Os que não podem vê-la . Os coxos – Os que não podem se locomover em direção a ela. Evangelizar e fazer a igreja se desenvolver é trazer os rejeitados da sociedade para dentro da festa ou do banquete de Deus! “ Ninguém é tão ruim que não possa assentar-se à mesa real.” IMAGENS ORGÂNICAS – Como amante da natureza e observador de seus processos, o Senhor traça comparativos da vida que emerge e cresce ao seu redor. A planta cresce a partir de uma diminuta semente. “ Eu plantei, Apolo regou; mas de Deus veio o crescimento.” I Co. 3:6 Mt. 13:31-32 Apresenta a analogia da semente de mostarda com o Reino de Deus. “Preste atenção ao modo como Deus age na historia. Observe o crescimento da subversiva semente de mostarda divina. É a meta divina de subverter a arrogância humana para transformar o mundo pelo pequeno, pelo insignificante.” ( Tom Sine ) IGREJA EM FIGURAS ( METÁFORAS ) Para ressaltar aspectos particulares da igreja,Deus se utiliza na Bíblia de várias figuras comparativas: I – Corpo de Cristo – Conceito biológico Ressalta a unidade da Igreja como organismo vivo. É a unidade na diversidade.” Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função, assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros.” ( Rm 12:4-5). VER - I Cor 12: 12-31 43 Paulo faz uma parábola do corpo humano e divide-a em 4 partes: 1- (vs 15 e 16) Nenhuma desculpa mas responsabilidade para todos. “Se o pé disser : Porque não sou mão, não sou do corpo..” o pé não pode desculpar-se porque não é mão, nem o ouvido porque não é olho. 2- (vs17-20) Nenhum monopólio mas variedade. Uma gigantesca boca em detrimento de um diminuto ouvido quebraria as regras de harmonização. O v.18 diz que Deus dispôs. A diversidade no corpo não surge por acaso, é planejada por Deus e é essencial. Por isso, não deve haver inveja, vanglória, timidez, preguiça ou ambição. 3- (vs 21-24) Nenhuma independência mas mutualidade. A divisão no corpo seria possível se prevalecesse o espírito de soberba ou individualismo de um órgão a dizer: Eu não preciso de ti! A mutualidade foi harmonizada por Deus. 4- (vs 25e26) Nenhum egoísmo mas sinergia. Sofrimento de um é o de todos. Quando um órgão está ferido há vários outros trabalhando em prol de sua recuperação. Um exemplo: Um indivíduo ao ser acometido por um disparo de arma de fogo, imediatamente, após a perda de sangue (volemia), os órgãos mais nobres( coração, rins e cérebro) são preservados às expensas do sofrimento de órgãos não tão imediatamente vitais onde se lhe é cortada a circulação sanguínea ( ex. pele ).De igual forma o crente responsável se envolve com os que estão sofrendo em sua Igreja. “ Quem não se compromete com o companheiro a quem pode ver, como sonhará em desenvolver um compromisso com Deus a quem não vê?” Paulo Purim. “As atitudes em relação aos outros pode ser o único e mais importante indicador de caráter de uma Igreja” George Barna. Podemos definir a palavra sinergia como ato ou esforço simultâneo de diversos órgãos na realização de uma função. É o principio de funcionamento da Igreja: Muitos órgãos; um só corpo. A Igreja só exerce o seu papel quando é sinérgica, fora disso o que resta é simples ajuntamento humano. Um exemplo de ação sinérgica: ( Mc 2:1-12) Relata o esforço de 4 homens para que um paralítico na cidade de Cafarnaum fosse curado. Nós podemos realizar mais juntos do que separados. O monasticismo fechou os piedosos numa redoma; a globalização nos trouxe um novo paradigma: o da cooperação. ( Ex. a Boeing para produzir o seu último modelo fechou parcerias com mais de 70 empresas.) II- Rebanho Ressalta a unidade ( um rebanho) e a pluralidade ( muitas ovelhas).O salmista declarou: “Somos o Seu povo e rebanho do Seu pastoreio” (Sl 100:3). Phillip Keller foi criador de ovelhas e de suas observações escreveu um livro sobre o salmo 23, cujo título em português é: “ Nada me faltará”. Keller diz que a ovelha para conseguir repousar, precisa sentir plena segurança sem temores , tensões, irritações ou fome. Só um pastor diligente pode dar-lhe tranqüilidade. O salmista Davi também conhecia este segredo e declarou: “O Senhor é o meu pastor e nada me faltará” ( Sl 23:1). Sabe-se que os carneiros são 44 animais medrosos e que se assustam facilmente; pois até um coelho que salta de repente, de traz de uma moita, pode provocar o estouro do rebanho. Quando uma ovelha assustada dispara a correr, dezenas de outras saltarão com ela num terror cego. P. Keller conta que certo dia recebeu a visita de uma amiga da cidade que trouxera consigo o cãozinho pequinês. Logo que abriu a porta do carro o cão saltou para o gramado. Bastou o olhar de uma ovelha para o pequenino cão e mais de 200 ovelhas que estavam descansando ali perto, fugiram tomadas de pavor. (P. Keller em: “ Nada me faltará” – Ed Betania M.G. p.31 ). “ Não temas, ó pequeno rebanho...” ( Lc 12:32). O rebanho do Senhor é congregado e guardado por seus pastores locais. ( Jr 31:10). 10 Ouvi a palavra do Senhor, ó nações, e anunciai-a nas ilhas longínquas, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como o pastor ao seu rebanho. Deus conduz o seu rebanho por sobre a terra, usando a instrumentalidade de homens dedicados: “ O teu povo, Tu o conduziste, como rebanho, pelas mãos de Moisés e de Arão.” ( Sl 77:20). A condução e a supervisão do rebanho de Cristo na terra está confiada a homens constituídos como líderes pelo Espírito Santo, com um solene mandamento: “ Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu Bispos para pastoreardes a Igreja de Deus, a qual Ele comprou com o Seu próprio sangue.” ( At 20:28). III - Família de Deus – Conceito sociológico – Ef.2:19, Gl.6:10 Ressalta a Igreja como um lugar de amor e união onde as pessoas estão ligadas pelos laços de afetividade e respeito. A Família de Deus é patriarcal. Ele é o fundador e exemplo. Foi Jesus quem nos ensinou a chamar Deus de “Pai”. Ora, os filhos do mesmo Pai são irmãos. O título “irmão” se tornou popular para descrever o cristão e encontrou sua razão de ser no exemplo de Jesus:”Não se envergonhou de lhes chamar irmãos” ( Hb 2:11). Deus é amor, é justiça, é o Deus de toda a paz e a natureza de sua família reflete os atributos do Pai. É nesse mesmo ambiente familiar que a própria disciplina dos filhos ocorre em amor. “O Senhor corrige aquele a quem ama...” ( Pv 3:12, Hb 12:6 ). “Se suportais a correção; Deus vos trata como a filhos” ( Hb 12:7). O conceito de Igreja como família reconhece que surgirão problemas em seu meio. Qual a família sem problemas? As soluções virão não de nossa própria cabeça, mas do “ Cabeça da Igreja – Cristo”. Onde reina o Espírito de Cristo, aí não há confusão. “ Onde não se encara a Igreja como uma grande família, não se cria aquela temperatura de ninho; onde a solidão e o constrangimento do visitante ou do novo membro se desfaz.” ( Alcides Jucksch.) Numa família unida, seus membros não passam despercebidos e indiferentes uns aos outros. Na Igreja devemos notar duas coisas: a ausência de irmãos e a presença de visitantes. Dificilmente um visitante permanecerá na Igreja se ele não fizer algumas amizades. “ Um pastor, notou do púlpito, um homem sentado no último banco, com o chapéu na cabeça. Logo fez sinal a um diácono que 45 aproximando-se dele, falou-lhe com educação, indicando-lhe a atitude de desrespeito. Ah!, disse o homem: Bem pensei que este meu propositado esquecimento teria a virtude de atrair a atenção de todos sobre a minha pessoa. Há seis meses que venho a esta Igreja todos os domingos e é a primeira vez que me dirigem a palavra.” ( de “ Waterloo Bulletin) IV - Um edifício ou santuário – Conceito arquitetônico “ Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” ( I Co 3:16). O lugar central no V.T. foi o templo. A presença de Deus estava nele. A presença de Deus continua em seu templo, mas o templo é novo. É de pedras vivas: “Vós também, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual.” ( I Pe 2:5). Os judeus perguntaram a Jesus questionando a sua autoridade: _ Que sinal nos mostras para fazeres estas coisas? O Senhor respondeu: _ Destruí este templo, e em três dias o reconstruirei. Os judeus replicaram: _ Em 46 anos, foi edificado este templo, e tu, em três dias o levantarás? Mas o Senhor referia-se ao templo de seu corpo. ( João 2 :18-21). Satanás utilizou os judeus para destruírem o templo ( O Cristo) mas em 3 dias Ele ressuscitou, e por esse feito, Efésios 2:6 afirma: “ Fomos ressuscitados juntamente com Cristo...” , “ que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: _ Habitarei e andarei entre eles; serei o Seu Deus e eles serão o meu povo..” ( II Co 6:16-17).” Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo.” ( I Pe 2:5) Por sacrifícios espirituais, podemos citar : Rm.12:1 – Corpos apresentados em sacrifício de pureza, santidade e adoração no oferecimento do culto. 1 ROGO-VOS, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Heb.13:15 – Sacrifício de louvor , Hb.13:16 – a prática do bem. V – Lavoura – Conceito agronômico “ Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós.” ( I Co. 3:9 ) A igreja é o campo que Deus está lavrando, como em João 15:1 “ Meu Pai é o agricultor.” Ele é incansável e trabalha até agora. ( João 5:17 ) Se o crente é “ Lavoura de Deus”, é inconcebível ser o “ campo do preguiçoso”. “ Passei pelo campo do preguiçoso... e eis que tudo estava cheio de espinhos, a sua superfície coberta de urtigas, e o seu muro de pedra em ruínas. ( Pv. 24:30-31) Motivo para tal situação: Dormir, tosquenejar, cruzar os braços... A pobreza material e espiritual resulta da indolência, do não enfrentamento da vida. Os profetas nos transmitiram quadros impressionantes sobre a agricultura espiritual: “ Arai o campo de pousio... ( Os.10:12) 46 Is.28:24-25 “ Porventura lavra todo dia o lavrador, para semear? Ou todo dia sulca a sua terra e a esterroa ?Porventura, quando já tem nivelado a superfície, não lhe espalha o endro não semeia o cominho ( temperos ) não lança nela o trigo em leira ou cevada no devido lugar, ou a espelta ( trigo inferior) nas margens ? Na agricultura espiritual as lâminas do arado de Deus passam sulcando a terra compactada e revolvendo- a . São dias de doloroso tratamento, que não duram o ano todo, assim como o agricultor não fica arando o ano todo. Deus desfaz os torrões, nivela a superfície e lança a melhor semente para cada tipo de terreno. Um campo arado não trás muita beleza. A paisagem monocromática parece sem vida; mas as sementes estão lá e ao cheiro das águas brotarão ( Jó 14: 9 ) Quando o crente tem consciência de que a sua vida é um “ Campo ou lavoura de Deus” entregue ao divino agricultor, o reflexo estará presente nos seus dízimos e ofertas, pois não há como fugir deste princípio: “ O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a participar dos frutos.” ( 2 Tm. 2:6 ) Precisamos cuidar e cultivar o campo da nossa vida para que nele germinem as sementes da Palavra de Deus. Muitos têm rejeitado a Bíblia e cultivado outras sementes. Cada um colherá do seu plantio. É o sistema deste mundo. É a sua pluralidade cultural. A palavra Cultura, vem de um verbo latino, colere, significando: “ Cuidar e cultivar o campo, tornando-o fértil. Logo, este campo pode se tornar fértil para as proposições de Deus ou as proposições humanas. VI - NAÇÃO- POVO DE DEUS - Conceito demográfico Ressalta a igreja como uma comunidade organizada, que se submete a um governo. “ Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz...” ( I Pe. 2:9 ) “ Vós sois povo de Deus.” ( v. 10 ) Em o Novo Testamento há figuras que descrevem a igreja como a agencia exclusiva do reino de Deus, gozando das prerrogativas da representação: a) A igreja é a geração eleita – I Pe. 2:9 9 Mas vòs sois a geração eleita, o sacerdòcio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; b) A igreja são os embaixadores de Cristo: 20 De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus ( 2 Co. 5:20 ) 20 Pelo qual sou embaixador em cadeias; para que possa falar dele livremente, como me convém falar. ( Ef. 6:20 ) c) A igreja são os que mantêm o testemunho de Jesus – Ap. 12:17 17 E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao remanescente da sua semente, os 47 que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo. d) A Igreja é composta dos Discípulos de Cristo – VER At.9: 1,2,6 11:26 Eleitos: Deus escolheu o seu povo no Velho Testamento para ser uma benção ao mundo. Foi eleito para manifestar seu nome às nações. A igreja herdou esta eleição. Não se trata de predestinação. O texto de Romanos explica esse mistério: “ E ainda não eram os gêmeos nascidos (Esaú e Jacó ), nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama), já fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço. Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú.” ( Rm. 9: 11-13 ) Eleição, aqui no texto, não se trata de eleição individual para a salvação, mas a escolha de Jacó, para de sua linhagem, trazer o Salvador. Deus conhece a todos os que são salvos e aos que ainda alcançaram esta graça.Para todos, Ele já fez a provisão para a Salvação. “ Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” ( Rm. 8: 29 ) A predestinação baseia-se na presciência de Deus, que contemplava todos os que se sujeitariam à condição de fé ensinada no Evangelho. Não há predestinação incondicional. Embaixadores: É dever de um embaixador representar a autoridade do se seu governo. Têm uma missão pública e também particular a cumprir de representação e reconciliação do homem com o seu Deus. “ De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio.Em nome de Cristo, pois,rogamos que vos reconcilieis com Deus.” ( 2 Co. 5:20 ) Paulo, o apóstolo, declarou:” ...pelo qual sou embaixador em cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para falar, como me cumpre fazelo.” ( Ef. 6:20 ) Testemunhas: A igreja; são os que mantêm o testemunho de Jesus a qualquer preço, ou então, deixa de ser igreja de Cristo. São aqueles que hão de vencer o Dragão (Satanás) pelo sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que darão. Apocalipse 12 apresenta uma guerra mundial entre Israel e o Dragão. O diabo está furioso por causa do testemunho de Jesus! A sua meta na guerra é destruir este testemunho. Se o diabo consegue silenciar as testemunhas, sairá vitorioso, por isso lança-se a fazer guerra e perseguir os que têm os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus. ( Ap.12:17 ) Discípulos de Cristo: São aqueles que seguem e aprendem de Cristo. ( At. 6:1 ) O ensino portanto, não é apenas a missão da igreja; é parte integrante de sua natureza. É a sua garantia de vida e continuidade. Não há igreja sadia que não seja evangelística, missionária e educadora. 48 (Exemplos de atividades didáticas em Atos: At. 4:2,18 ; 5:21 ; 15:35 ) Paulo passou um ano e meio em Corinto ensinando os discípulos ( At. 18:11 ) Paulo parece encarar a igreja como uma escola de vida cristã. Algumas matérias do currículo estão em I Co. 14 ( Amor , serviço, adoração, oração, o perdão, a amabilidade, a humildade.) VII – EXÉRCITO DE DEUS – Conceito militar Como Golias desafiava as colunas de Israel, o inimigo desafia a igreja. Como Davi, nós entendemos que o “ incircunciso” inimigo, não tem gabarito para afrontar os “Exércitos do Deus Vivo”. ( I Sm. 17:26 ) O conselho de Paulo aos alistados neste exército é: “ Participa dos meus sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou. ( 2 Tm. 2:3-4 ) A linguagem militar, desde o V.T. é apresentada na Bíblia. O nosso Deus aparece como “ Senhor dos Exércitos” Sl.24:10, Hc.2:13, Ag. 2:6. O personagem que se apresenta a Josué traz o título de “Príncipe do Exército do Senhor” Js.5:14. No nascimento de Jesus, temos o aparecimento de “ uma multidão dos exércitos celestiais.” Lc. 2:13 .O apóstolo João também tem o privilégio de ver essas milícias do exército celestial. ( Ap. 9:16 , 19:14 ) VIII – NOIVA E ESPOSA DE CRISTO. A igreja no início do século XXI parece ter-se esquecido de que é a Noiva de Cristo e do potencial que tem quando fica ao lado de seu noivo Todo-poderoso. Deixemos Charles R. Swindoll descrever esta espetacular figura da igreja como “ Noiva”: “ Sou o primeiro a vê-la quando aparece no fundo da igreja. E ela faz com que as cabeças se voltem instantaneamente a cada fileira que passa. É assim que acontece com a noiva. Ela permanece escondida de amigos e parentes, até soarem os clarins da marcha nupcial de Wagner. Então, ela surge aos olhos de todos aqueles que estão de frente para a congregação. Fileira a fileira, as pessoas se voltam para a ala central. Elas arquejam, exclamam, riem, resplandecem e se regozijam. A noiva é o centro da cerimônia nupcial e irradia toda esperança e sonho daquele dia. Talvez seja por isso que Deus tenha escolhido i símbolo da noiva para representar a igreja. Cristo queria que sua igreja fizesse com que as cabeças se voltassem, que virasse o mundo de cabeça para baixo, e chamasse atenção sobre si mesma como o local de esperança e fé num mundo permeado pelo cinismo. Jesus falava sempre sobre núpcias. Vide: (Mt.22:1-14, Mt.25:1-13, Lc. 12:35-36, Lc. 14:7-11, João 2:111.) No antigo testamento Deus se referia ao povo de Israel como sua noiva.( Os. 2:19-20) Mais tarde Jesus contou histórias sobre banquetes nupciais, pais de noivos, lugares em banquetes e realizou o seu primeiro milagre numa festa de casamento.Assim, projetou na tela 49 bíblica os quadros de um casamento, sendo Ele próprio o noivo.Os escritores do N.T. designaram a igreja como noiva. E nas últimas páginas da Bíblia ocorrem as maiores núpcias de todos os tempos, com todos reunidos e todos se regozijando. Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, e sua noiva, a igreja, encerram nosso calendário com uma celebração nupcial que fará as festividades do Reveillon na Times Square de Nova Iorque parecer um churrasquinho caseiro...” “ Pois são chegadas as bodas do Cordeiro, e já a sua noiva se aprontou.” ( Ap. 19:7 ) ( SWINDOLL,Charles R. A Noiva de Cristo.Ed.Vida.SP. 1996. pp.9-10 ) Eis alguns textos que mostram a noiva, o noivo e o esposo: II Co. 11:2 , Ap. 19:7 , 22: 17, Mt. 25: 1-6 , Mt. 9:15 . FATORES CONTEXTUAIS NO DESENVOLVIMENTO DA IGREJA Os homens bem sucedidos são os que pensam grandiosamente. Não são irresponsáveis tomando decisões muito acima das condições de seus planejamentos, pois normalmente sabem aliar a despesa com a criação de novas receitas. De outro lado, a maioria dos ministros nas igrejas, pensa em termos de pequenez, redução de despesa, cautela, e negativismo inconsciente. O ministro refreia o alcance do seu ministério e da sua igreja com dúvidas e temores, criando esta mesma cultura nos membros da sua comunidade. A pessoa que realmente acredita que pode ser bem sucedida, achará um meio de ser.A fé nunca espera passivamente; sempre se lança para a frente de modo ativo. A fé na conceituação de Hebreus é o firme fundamento das coisas que se esperam. ( Hb. 11:1 ) ou a prova das coisas que se não vêem. Tudo o que desejamos em nosso ministério são milagres, prodígios, coisas sobrenaturais e grandiosas.O grande pregador Spurgeon,disse: “ O homem que vive na região da fé, habita no reino dos milagres. A fé negocia maravilhas, e sua mercadoria consiste de prodígios.” O homem que crê, continuará a lutar a despeito dos reveses inevitáveis, a despeito das derrotas e desencorajamentos temporários. Já se disse que “ o que desiste, nunca vence, e um vencedor nunca desiste.” Não esmorecer, para não desmerecer. “A história registra que Thomas Edson, ao desenvolver a lâmpada, foi mal sucedido nos primeiros 6000 experimentos. Um dia, quando alguém lhe perguntou se não estava desencorajado, ele disse: - Não! Pois agora já sei de seis mil maneiras que se não pode fazer isso. Então chegou o dia em que, com muito sucesso, Thomas Edson produziu a lâmpada. Sem todas aquelas falhas anteriores, nós ainda estaríamos no escuro.” ( GALLOWAI,Dale. Reconstrua Sua Vida.CNP.Campinas.p.120 ) 50 O temor do fracasso derrota um homem antes mesmo que ele inicie algo. O homem que tenta fazer as coisas pode cometer muitos erros, mas ele não comete o maior erro de todos: ficar sem fazer nada! Todo seminarista devia lançar-se a um novo trabalho pioneiro, em vez de ficar reclamando de que o seu pastor não lhe dá oportunidades. Creia no poder das sementes da Palavra de Deus que você vai carregar em seu alforje, ore, pesquise os solos e comece sem temores de que não possa ir adiante. Resultados imediatos ? Certamente não ! Mas não desista! “Conta-se que o bambu chinês, depois de plantado, nada se vê por quatro anos; exceto o lento desabrochar de um diminuto broto. Durante 4 anos todo o crescimento é subterrâneo, numa maciça e fibrosa estrutura de raiz que se estende vertical e horizontal pela terra. Mas então, no quinto ano, o bambu chinês cresce até atingir 24 metros. Muitas coisas na vida e na igreja são iguais ao bambu chinês. Você trabalha, investe tempo, esforço e às vezes não vê nada por longos anos. Mas, se tiver paciência e continuar trabalhando e nutrindo, o quinto ano chegará trazendo mudanças que o deixarão espantado. O bambu chinês mostra que não podemos desistir facilmente das coisas.” (Revista Defesa da Fé. I.C.P. Ano 8 nº 53 p. 8 ) Adoniram Judson deixou os Estados Unidos em 12 de Fevereiro de 1812 e foi para a Birmânia (atual Mianmar), país budista da Ásia, localizado entre a China, Índia, Bangladesh, Tailândia e Laos. Em 1813 iniciou o seu trabalho em Rangoon, a capital. Levou 6 anos e meio para ver o primeiro budista aceitar a Jesus Cristo. Hoje, após 196 anos, os resultados do Evangelho são gloriosamente evidentes. Em 1965, com o novo governo, os missionários foram expulsos, mas Deus já havia preparado a sua igreja para a independência. No Mianmar há cerca de 60 linguas faladas. É um dos países mais pobres da região.( Renda de U$ 40./mês ) A Convenção Batista de Mianmar sustenta 1400 missionários! A maioria das pessoas somente vê o sucesso dos outros; e usualmente não tem consciência das decepções e fracassos ao longo do caminho. As vidas dos grandes homens foram entremeadas de fracassos, até que, finalmente, através de muita perseverança, o sucesso passou a ser deles. “ Há vários anos, o pastor Waynon L.Rodgers foi para Louisville e fundou o Tabernáculo Evangélico das Assembléias de Deus. Sua visão era ganhar o mundo e fez um começo dramático. A seguir, foi bombardeado com o tipo de pensamento negativista e mesquinho, 51 mas recusou-se a deixar ser arrastado para baixo, para o nível de ineficácia e derrota de muitos naquele lugar. Sua forte confiança nas possibilidades de edificar uma igreja ali, têm sido hoje a inspiração para muitos... A crença em resultados grandiosos é a força motriz por detrás de todas as grandes igrejas.” Como diz a Palavra: “ Como imagina a sua alma, assim é. ( Pv. 23:7 ) “ Se projetas alguma coisa, ela te sairá bem e a luz brilhará em teus caminhos.” ( Jó 22:28 ) O homem usado por Deus que queira edificar uma igreja com grande alcance, deve parar de inventar razões por que uma igreja não funcionará. Le Roy Gruner , diz que “ Os ministros não fazem realizações porque seu pensamento é limitante” . Como afirmou o profeta Isaías: “ Quem concebe palha, dá à luz restolho.” ( Is. 33:11 ) A Bíblia declara: “ Não havendo visão, o povo perece.” ( Pv. 29:18 ) “ Visão”, aqui, tem o sentido de algo profético, como uma palavra vinda de Deus. Se Cristo não der uma visão aos pastores, do valor e das possibilidades da igreja, a quem ele o dará ? O pastor tem o chamado para liderar, apascentar,ensinar em amor a uma extensa família. A tarefa é pesada e não convém executa-la resmungando. ( Hb. 13:17 ) Deus que contar com pastores visionários ( imersos na visão de Deus para a sua igreja) e não com pastores sonhadores, que perderam o sentido da missão. A VISÃO a diferença entre o sonhador e o visionário ? O sonho está ligado ao irreal e visão ao real. O sonho é lembrança, é passado, enquanto visão é revelação.É futuro. No sonho está a memória, na visão a concretização dos ideais. “Qual “Visão sem tarefa faz um visionário; tarefa sem visão faz um escravo. Tarefa com visão faz um sonhador.” ( Pr. Zaqueu Moreira de Oliveira.OJB.25 a 31/3/2002 ) O pastor tem a tarefa de apascentar os cordeiros e as ovelhas.( João 21:15-16 ) Tem a garantia do chamado: “ Ele mesmo deu uns para pastores...” ( Ef. 4:11 ) Tem um poderoso e inigualável supervisor: “ Nosso Senhor Jesus, o grande pastor das ovelahas...( Heb. 13:20 ) Logo: tendo a tarefa, não pode perder a visão do que a igreja representa aos olhos de Deus: “ A igreja é tão importante que Deus enviou seu Filho para estabelecela! Cristo deu seu sangue para compra-la, e nela o homem cumpre o propósito de sua existência. “ (Avelino Faria Fernandes ) O pastor não pode perder a visão do que representa a “Revelação de Deus” à humanidade.Esta revelação que se iniciou nos primórdios da humanidade, desde Adão, passando por Abraão até aos dias do Novo Testamento. Esta riqueza de revelações, só o cristianismo a possui integralmente. A igreja de Cristo é a única agência oficial do Reino de 52 Deus na terra. Por isso, podemos concordar com a conclusão de Paul Yonggi Cho : “O futuro é nosso! Só o cristão tem uma estrutura universal e objetiva da realidade: Temos o Criador, o Pai. Temos a fonte do entendimento, o Espírito Santo. Temos a Bíblia – que nos liga a fatos históricos e provas arqueológicas incontestáveis. Temos o exemplo: O Senhor Jesus Cristo. Temos o grupo óbvio, que revela a verdade na vida diária, a igreja !” Só o cristianismo possui um líder fundador presente e vivo! “ A fé e a religião viva não podem surgir de um cadáver. Durante 20 séculos, a igreja permanece em pé como luz para as nações. Qual será o seu alicerce? A única resposta satisfatória é: A ressurreição de Jesus Cristo! ( Pearlman,Myer. Ouro Para Te Enriquecer.p.6 ) Conclusão : O pastor, com seu forte senso de chamado, sua visão de Reino de Deus, sua espiritualidade contagiante, é a chave para o desenvolvimento integral da sua igreja. ( Visão- na ótica de J.Don George, pastor da Calvary Temple Assembly of God,Irving, Texas.) Embora haja elementos vitais necessários para o crescimento da igreja local, há um aspecto que se destaca sobre todos os demais: É a visão ! Grandes igrejas não são construídas sem visão. Visão bem articulada e facilmente compreensível. A perda da visão resulta na perda de um senso de propósito e destino. A visão dá significado e propósito ao que de outra forma seriam apenas tarefas rotineiras. A visão é o canal pelo qual fluem idéias criativas e energia. A visão é necessária para a disciplina moral. Sem visão as pessoas tendem a ficar indisciplinadas. Nós não vivemos vidas religiosas porque somos religiosos.Vivemos vidas religiosas porque desejamos cumprir o propósito de Deus. Os pais da nação Norte Americana estavam dispostos ao sacrifício porque tinham visão.Chegaram a apregoar e crer em um “ Destino manifesto” para os Estados Unidos. Abraão deixou Ur dos Caldeus, porque tivera uma visão.( Gn. 11:31 , At. 7:1 ) A visão é necessária para a nossa capacidade de suportar os pesos. Nós suportamos as lutas, as pressões, as tentações, por causa de nossa visão de Jesus. A Bíblia relata que Moisés ficou firme, como vendo o invisível. (Hb.11:27 ) Isto é visão! A visão é necessária para o sucesso. Sem visão, a obra que fazemos para Deus será, na melhor das hipóteses, sem inspiração, ineficaz, mundana, mediana e de pouca conseqüência. Inspiração e fé, tão necessárias para o sucesso, são resultados da visão. 53 “ Visão é uma fotografia positiva do seu futuro preferível, é a imagem do que você deseja fazer, assim com está plantada no seu futuro” John E Hagay “ A maioria das pessoas pensa que visão é a habilidade de ver o futuro. Visão é a habilidade de ver as oportunidades nas suas atuais circunstâncias.” Rick Warren Visão na ótica de Bill Hybels: Pv. 29:18 diz: “Quando não há visão, o povo não tem freio.” ( Bíblia de Jerusalém) Eles não podem se concentrar, não podem alcançar qualquer objetivo, não podem seguir seu sonho. Uma tradução mais antiga da Bíblia, diz: “ Não havendo profecia, o povo se corrompe.” ( ARC ) Já vi isso acontecer. Sem visão, o povo perde a vitalidade que o faz se sentir vivo. “ Visão é uma imagem do futuro que produz paixão.” Quando Deus lhe der uma visão, você saberá. Verá claramente e sentirá profundamente. A visão é dada para ser cumprida. O apóstolo Paulo traduz esse drama da visão. Diz ele: “ Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus.” ( At. 20:24 ) Pense no que seria nosso mundo se Billy Graham tivesse dito: “ Não. Obrigado Deus. A visão parece muito custosa...” Imagine as vidas que jamais teriam sido transformadas se Charles Colson, que iniciou o ministério Prison Fellowship tivesse dito: “ Por que deveria perder meu tempo com um bando de desajustados sociais e criminosos comuns, que não têm nada a me oferecer? Prefiro me aplicar à prática da advocacia. Pense no que teria sido se Bob Pearce, o fundador da Visão Mundial, tivesse dito: “ Deixe as crianças famintas morrerem de fome. O que pode um homem fazer, afinal de contas ?” ( HYBELS,Bill. Liderança Corajosa.Ed.Vida .SP.2002 .pp.31 a 36 ) “ O homem de Deus deve ter visão de coisas espirituais. Deve ser capaz de ver montanhas cheias de cavalos e carruagens de fogo; deve ser capaz de interpretar aquilo que está escrito pelo dedo de Deus nas paredes da consciência; deve ser capaz de traduzir os sinais dos tempos em termos de significado espiritual; deve ser capaz descerrar de vez as cortinas do mundo material, a fim de permitir que os mortais vislumbrem a glória espiritual que coroa o trono da misericórdia de Deus. O homem de Deus de proclamar o padrão que lhe foi mostrado no monte e a visão que lhe foi mostrada na ilha da revelação. Ele não conseguirá fazer nada disso sem que tenha visão espiritual.” (Powhatam James, em “Grupos Familiares” de Cláudio Ernani Elbert. Ed. Vida. SP. 1997.p. 78 ) “O autor George Barna define visão como “ Um quadro mental claro do futuro que se deseja, comunicado por Deus a seus servos escolhidos,baseado numa compreensão correta de Deus, do próprio eu e das circunstancias.” O propósito mais o mundo de hoje nos fornecem nossa missão. O propósito mais o mundo de amanhã nos fornecem nossa visão. 54 O propósito responde à pergunta: Por que existimos? Os valores respondem à pergunta: Que crenças nos motivam e nos orientam ? A visão responde à pergunta: Em que direção estamos indo ? Pelo fato de ser direcional, a visão serve para focalizar a direção da igreja.” ( MORRIS,Linus.Uma Igreja de Alto Impacto.Ed.Mundo Cristão.SP.2003.p.154.) A VISÃO DE SI PRÓPRIO E DOS OUTROS O poeta romano Ovídio, que viveu no início da era cristã, escreveu sobre o escultor Pigmalião, que se apaixonou pela própria estátua e foi premiado pela deusa da beleza Vênus, que deu vida a ela. O sentimento do artista mudou a condição da estátua. George Bernard Shaw, dramaturgo irlandês, usando o tema, escreveu a peça Pigmalião, posteriormente adaptada para o musical My Fair Lady, história de uma florista que se transformou em lady porque alguém a viu como tal e assim deu vida à lady que já existia dentro dela. Efeito Pigmalião ou efeito “ Rosenthal” . – Foi assim nomeado por Robert Rosenthal e Lenore Jacobson, destacados psicólogos americanos, que usaram o tema para aplica-lo à educação. A tese deles é a seguinte: Professores que têm uma visão positiva dos alunos tendem a estimular o lado bom desses e a obter melhores resultados; professores que vêem os alunos com olhos negativos adotam posturas que acabam por comprometer negativamente o desempenho deles. Profecia auto-realizável: Na gestão, a profecia auto-realizável foi apresentada em célebre estudo de Douglas McGregor, na década de 1960, que mostrou que a expectativa dos gerentes afeta o desempenho dos empregados. Quando o gerente espera coisas positivas deles, essas tendem a vir; quando espera coisas negativas, elas provavelmente serão confirmadas. Quem faz a profecia é na verdade quem a faz acontecer. Em princípio, quem tem expectativas ruins sobre os outros não acredita neles, não vê suas qualidades, costuma colher o pior dos outros. Já quem os vê pelo lado positivo, que tem expectativas boas sobre eles, tende a obter o melhor de cada um. Ao longo da vida, quem acredita no outro vai emitindo sutis sinais positivos e vai criando relações sólidas e com gente admirável. Já aquele que no dia-a-dia olha para os outros com uma visão negativa, vai emitindo mensagens de descrença e afastamento, fazendo com que os outros nunca possam mostrar o melhor de si. Com o passar do tempo, os sutis sinais farão uma grande diferença. Como você se vê ? Se com olhos negativos, você já se sente autorizado a ser assim, negativo.! Como você vê os outros, aqueles que serão ou são as suas ovelhas ? ( Adaptação do artigo de Ricardo de Almeida Prado Xavier- Presidente da Manager Asses. Em RH. Publicado em “ O Estado de São Paulo” – Junho 2006 ) 55 PLANEJANDO O CRESCIMENTO DA IGREJA Planejar o crescimento da igreja envolve seis aspectos: Visibilidade, percepção, estratégia, implementação, evangelismo e nutrição. 1- Visibilidade – Ser visível dentro da comunidade é essencial para o crescimento, e isto vai além de uma localização privilegiada. Os de fora precisam conhecer a identidade da igreja. O marketing ( publicidade por diversos meios ) ajuda a igreja a se tornar conhecida na cidade. A divulgação boca a boca é sem dúvida o meio mais eficiente de fazer com que a comunidade conheça a igreja. Quando as pessoas falam o que Deus está fazendo na igreja que freqüentam, as pessoas são despertadas e querem ver também. O testemunho pessoal possui incomparável poder de persuasão. 2- Percepção – Toda a cidade ou comunidade tem seus próprios costumes culturais.O pastor sensato ficará familiarizado com a estrutura comercial, social e do poder político locais, envolvendo-se com os assuntos da comunidade. O sistema escolar público, as associações municipais, os projetos comunitários, fornecem excelentes oportunidades para o pastor envolver-se na comunidade. A percepção tardia permite que o indivíduo saiba sobre o passado; a previsão permite que o indivíduo tome consciência de eventos futuros. A percepção atual, discernindo as oportunidades, dá entendimento do presente. 3- Estratégia – Toda visão dada por Deus deve ser acompanhada por uma estratégia dada por Deus. A estratégia, por vezes, é revelada momento após momento à medida que seguimos a Deus um passo de cada vez. Exemplo: (Js. 3) Há todo um trabalho de orientação de Josué e de revelação de Jeová. O verso quatro diz: “ Visto que por tal caminho nunca passastes antes...” Quando os sacerdotes entraram no Jordão, as águas se separaram. Não podemos fazer a obra de Deus separado da sabedoria de Deus. Mesmo tendo uma estratégia, muitas pessoas hesitam se envolver em novos programas e ou ministérios, por diversas razões: a) Medo de fracassar. Temos como exemplo a Parábola dos Talentos. O medo de fracassar fez com que o servo mau interasse o talento. b.) Sentimentos de inadequabilidade. Por não conseguir se encaixar às pessoas ou ao programa, ou ainda por complexo de inferioridade. c.) Ameaça de novas situações. Alguns estão satisfeitos com o vinho velho e convencidos de que o vinho novo não pode ser tão bom assim. d) Perigo de cancelamento de direitos. Se a igreja cresce, certas pessoas podem não sentir úteis ou importantes. e.) Custo de mudanças. Com o crescimento da igreja, surgem novas exigências de tempo, aptidões e investimentos. Obs> Quando a Calvary Temple, estava com quase 5000 membros, formaram 31 comissões, com vinte pessoas cada, dos diversos departamentos da igreja, e durante um ano se reuniram e estudaram 56 em separado as estratégias de crescimento para os próximos cinco anos e para crescer de 5 mil para 10 mil membros. 4- Implementação - Os planos devem ser pragmáticos. Mesmo assim, o líder deve estar disposto a tentar algo novo. Ouse correr riscos. Quando estiver óbvio que determinado programa não está dando certo, tenha a coragem de coloca-lo de lado e passar para um plano diferente. O sucesso na implementação de uma estratégia de crescimento depende de uma ampla extensão de envolvimento do pastor. Motivação é a palavra chave para a implantação bem sucedida. As pessoas ficam envolvidas com coisas que verdadeiramente desejam fazer parte. O pastor cria o clima no qual a motivação interior desabrocha. 5- Evangelismo – A igreja que tem planos de crescimento precisa ter uma estratégia agressiva de evangelismo. A ordem de Jesus é Ide! Temos de levar o evangelho àqueles que estão fora das paredes de nossas igrejas. Para sermos eficientes pescadores de homens, precisamos colocar a rede do lado de fora do barco. “ Deus nos chamou para sermos pescadores de homens, e não guardadores de aquário.” (Thomas F.Zimerman – Ex superintendente da Assembléia de Deus USA .) A estratégia mais eficaz para alcançar uma cidade para Cristo é treinar os cristãos para alcançarem suas respectivas redes sociais. A maioria das pessoas tem uma rede pessoal de 20 a 30 pessoas com as quais se relaciona regularmente. Redes sociais era a base do crescimento explosivo da igreja primitiva. Jesus ordenou ao novos cristãos que voltassem às suas casas para lhes contarem as Boas Novas. Tais redes são o que Donald McGavran chamava de “As Pontes de Deus”. ( MORRIS,Linus.Uma Igreja de Alto Impacto. Ed.Mundo Cristão.SP.2003.pp.173-174) 6- A igreja pode buscar os perdidos mediante Grupos de companheirismo nas casas, distribuição de literatura, ministério de comunicação em rádio, TV. Jornais, Ministério de Capelania Hospitalar e prisional, equipes esportivas, clínicas de desintoxicação , tele paz, produções musicais , eventos ligados à cultura do povo como as festas populares, etc. 7- Alimentação – A igreja próspera indiscutivelmente será um lugar de boa alimentação, boa comida espiritual, ambiente impregnado de amor e atmosfera de amizade. Em nossa sociedade impessoal, é vital que a igreja mantenha um toque pessoal. Pessoas sempre devem ser mais importantes para a igreja local do que programas ou propriedades. A igreja crescente desenvolverá um ministério orientado às pessoas em vez de adotar um formato orientado por programas. Conclusão : O crescimento não depende de alguma formula mágica . Entenda-o como gratificação por algumas ações .Portanto: Ouse ter visão – Torne-se visível à comunidade. 57 Projete uma estratégia de crescimento plena de conhecimento das carências da cidade. Implemente a estratégia pelo evangelismo e alimentação e prepare-se para a colheita. Palavras chaves da lição : Visão e trabalho. ---------------------------------------------------------------“ O Pastor Pentecostal- Um mandato para o Século XXI. Unidade 5 “Planejando o crescimento da Igreja” por J.Don George. P. 510 . CPAD.RJ. 1999 O CRESCIMENTO DA IGREJA E AS FINANÇAS Duas abordagens : a do pensamento alocativo e a do pensamento Inovador. A do pensamento alocativo diz: Os recursos são limitados e o que temos, devemos dividir com muito acerto. Faça cortes onde quer que seja necessário e tente dar uma porção justa a cada departamento. O problema desta abordagem é o seguinte: Se considerarmos o orçamento como um limite, nunca teremos fé para ir além do que existe. A abordagem inovadora diz: “ Quais são as outras opções? Quais as possibilidades? Nesta abordagem, o orçamento não limitará a expansão da obra.Ela estará incluindo mais pessoas e expandindo as oportunidades ministeriais. A diferença entre ambas é que: Uma abordagem começa com o problema, a outra com a visão. Uma abordagem olha para o passado, a outra para o futuro. ----------------------------------------------------------------“ O Pastor Pentecostal” por Dan Secrist, pastor da Faith Assembly of God, Lacey,Washington.p.517. CPAD.RJ. 1999 COMO JESUS ATRAIA AS MULTIDÕES Textos: Mt. 4:25 , Mc. 12:37 As pessoas gostavam de ouvir Jesus e o seguiam onde quer que ele fosse.Seu ministério tinha uma qualidade magnética. O que atraia grandes multidões para o ministério de Jesus? Podemos citar 3 segredos do seu carisma: 1- Ele amava – Mt. 9:36 2- Ele ia de encontro às necessidades das pessoas – Mt. 15:30,Lc.6:17, Jº.6:2 3- Ele ensinava de uma forma interessante e prática.- Mt. 13:34, Mc. 10:1, 12:37 58 1 – Jesus Amava – Amava as pessoas perdidas e gastava mais tempo com o povo do que com os líderes religiosos.Ele freqüentava as festas populares e era chamado de amigo dos pecadores. ( Lc. 7:34) Amar os não crentes como Jesus amou é a chave mais ignorada para o crescimento da igreja. As igrejas que crescem são aquelas que têm crenças conservadoras e amam os não crentes. Grandes igrejas são construídas com amor a Deus, amor de uns para com os outros e amor pelos não crentes. Nos cultos, o amor ao visitante, se expressa de maneira prática, e isto é indicativo, se este amor é proverbial ou real. Exemplo prático: Começa na recepção com o recebimento cordial.Acompanha-lo até o local de assento, o empréstimo de Bíblia, ficar em pé se necessário para que o visitante se assente, etc... Na igreja de Rick Warren, com milhares de pessoas, os irmãos estacionam mais longe para que os visitantes possam estacionar mais perto. O amor aproxima as pessoas como um imã poderoso. A falta de amor faz com que elas se afastem. 2 – Ia de encontro às necessidades das pessoas.- Jesus geralmente atingia uma necessidade a fim de construir uma ponte para evangelizar. Muitas vezes perguntava às pessoas: - O que quer que eu faça por você ? Antes de você compartilhar as boas novas da salvação com alguém, deve despertar a atenção dele ou dela. Tiago repreendeu aos cristãos que pensam que a resposta para todas as necessidades é um sermão ou um versículo: “ Se o irmão ou irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhe disser: Ide em paz; aquentai-vos e fartai-vos, mas não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso ? ( Tg. 2: 15-16 ) Ir de encontro às necessidades humanas é ser cumpridor da Palavra. A necessidade de uma comunidade pode se tornar a chave para a evangelização. Li no Jornal de Missões ( JMM da CBB) o testemunho do casal de missionários batistas Jorge Tejada e Dulcerly que foram enviados à República Dominicana em setembro de 2001. Relata a missionária que eles chegaram a La Vega, uma cidade pequena do interior. Usarei a própria linguagem descritiva da irmã Dulcerly: “ Ali, ( em La Vega .) nos entregaram uma igreja em ruínas. Chegamos num terreno abandonado e cheio de mato, onde nos disseram que havia um templo. Olhei para o meu esposo e nos veio à mente: “ – Deus, ajude-nos!” Depois de conhecer o espaço físico, iríamos conhecer os irmãos. Estávamos ansiosos para conhecer a nova congregação. Foi um balde de água fria. Só restava uma irmã do que havia sido a igreja. Começamos a orar e a clamar ao Senhor. Muitas vezes, com a família, estivemos de joelhos pedindo ajuda. Como e por onde começar ? Um dia, passeando pelos bairros, começamos a observar os meninos de classe média que passavam várias horas nas quadras de basquete ou nos campos de beisebol jogando. Nos aproximamos e começamos a saber de suas vidas. Quando não estão nas escolas, ficam nas ruas. O motivo é que os pais estão ocupados, correndo atrás dos bens materiais. Seus filhos têm de tudo. Computadores, tênis de marca, games, etc... Porém, há um clamor de amor e aceitação. Há um clamor de abandono. Deus começou a abrir os nossos ouvidos e começamos a ouvir esses clamores. Ele nos mostrou que deveríamos alcançar as crianças e os adolescentes que representam 70% da população do país. Elaboramos um projeto e nos lançamos à obra. Preparamos grupos de contadores de 59 histórias bíblicas, de fantoches e pantomima. Jovens e adultos estão se convertendo e Deus está renovando a igreja. Há tantos outros clamores no meio da cidade, que nem sabemos como iremos responder.” “ Quanto mais uma igreja puder identificar necessidades percebidas e ministrar a elas, tanto mais eficaz será sua evangelização.” Linus Morris. A igreja, desejando servir ao próximo e evangelizar, deve planejar seu trabalho tendo em mente uma determinada necessidade. Exemplos de ministérios : “ Braços Vazios” – Para casais que perderam algum filho “ MAC “ – Ministério de apoio a casais “ MIQ” – Ministério Idade com Qualidade- 3ª idade. “ Os construtores da Paz” ( USA) Congrega pessoas que trabalham com a segurança pública. Cada vez que a igreja vai de encontro às necessidades de alguém, um bom comentário sobre a sua comunidade começa a se espalhar em sua localidade. Isso atrai pessoas que nenhum programa de visitação jamais poderia alcançar. A igreja Central de Campinas mantêm um serviço de orientação profissional visando auxiliar os desempregados: Orientação Profissional : ( Ex.de chamada no site da igreja) Se você está em busca de orientação profissional para desenvolver sua carreira, ou ainda, se está desempregado procurando recolocação, procure o ministério de orientação profissional da Igreja. Os encontros são todas as segundas-feiras a partir das 7h, no prédio do CEN. Temas abordados: - Como elaborar um bom currículo; - Como se comportar em entrevistas e dinâmica de grupo; - Como usar a internet para conseguir um emprego; - Como fazer Networking (rede de relacionamentos); - Como melhorar o seu nível de empregabilidade; - Como ser um empreendedor; - Fatores motivacionais como diferencial competitivo 60 3 – Jesus atraia as multidões ensinando – As pessoas ficavam maravilhadas com os seus ensinamentos. ( Mt. 7 : 28 ) As pessoas ficavam profundamente interessadas ( Mt. 22:33) As multidões gostavam de ouvir o Senhor Jesus. ( Mc. 12:37 ) . Do estilo de comunicação de Jesus, podemos aprender: a) Jesus normalmente ensinava respondendo a uma questão ou se reportando a um problema de alguém na multidão. Ele coçava onde as pessoas sentiam coceira. Ele sempre era relevante e enfocava a situação do momento. As “ Boas Novas” oferecem às pessoas perdidas o que elas estão freneticamente buscando: perdão, liberdade, segurança, propósito, amor, aceitação, força. O Evangelho acerta o nosso passado, assegura nosso futuro e nos dá significado para hoje. É a melhor notícia de toda a história mundial ! Começando por onde estão as necessidades das pessoas quando prega ou ensina, você imediatamente ganha a atenção de seu auditório. Todo bom comunicador entende e usa este princípio. Um bom vendedor sabe que sempre deve iniciar falando sobre a necessidade do consumidor e não a respeito do produto. Poucas pessoas que vieram para Cristo estavam buscando a verdade. Elas estavam buscando alívio. Jesus ia de encontro às suas necessidades, quaisquer que fossem: Lepra, cegueira, luto ou problemas na coluna. Depois que as suas necessidades eram solucionadas, elas sempre ficavam ansiosas por conhecer a verdade sobre este homem que as ajudou em um problema que ninguém podia resolver. b) Jesus relacionava a verdade com a vida - Jesus era prático. Seus ensinamentos claros, relevantes e aplicáveis. Seu alvo era transformar as pessoas e não meramente informa-las. A mensagem verdadeira não somente atrai multidões, ela muda vidas ! Sermões que exortam as pessoas a mudar, sem ensinar passos práticos de como conseguir isso, acabam produzindo culpa e frustração. A pregação mais profunda é aquela que faz diferença no dia-a-dia. Sermões - Abordagem errada Inicia falando do produto Prolongado diagnóstico ( Reclama sociedade e há julgamentos Amaldiçoa as trevas - abordagem correta Inicia falando da necessidade do consumidor da Não ignora o diagnóstico, mas enfatiza e indica o remédio. Traz a Luz. Abrupta conclusão: Fala que Cristo é a Conclusão: Aplicação.Mostra resposta. Cristo é a resposta. Alvo: Informar. Atrair multidões. como Alvo: Transformar e mudar vidas. Jesus Falou às multidões num estilo interessante. “ A multidão o ouvia com prazer” Mc. 12:37 . Um sermão não precisa ser grave e seco para ser espiritual. Não podemos ter medo de sermos interessantes. Jesus cativava o interesse das grandes multidões com técnicas que você e eu podemos usar. Ele contava histórias para se fazer entendido. Jesus era um mestre na C) 61 arte de contar histórias.( Mt. 13:34 ) As histórias seguram a atenção, elevam as emoções e produzem impactos e nos ajudam a lembrar. Jesus falava com uma linguagem simples. Não usava jargões técnicos ou teológicos. Não usou a língua grega clássica, mas falou em aramaico, a linguagem das ruas daquela região e época. É muito fácil complicar o evangelho e é claro que Satanás torce para que façamos isso. Paulo fala da “ simplicidade” que há em Cristo. ( 2 Co. 11:3 ) Simples, não significa superficial ou simplista. Significa ser claro e inteligível. Para discussão em classe: Alguns pastores afirmam: - “A Bíblia não fala para que o mundo venha para a igreja. Ela fala para que a igreja vá ao mundo.” Discutir se é exata ou inexata a declaração. Argumentos a favor de ir e falar : O significado na Grande Comissão é ir e falar. Os crentes não devem esperar que o mundo venha e nos pergunte sobre Cristo. Nós devemos tomar a iniciativa de compartilhar as Boas Novas . O ide já nos foi dado. Argumentos em favor para que o mundo venha à igreja: Para o mundo perdido Jesus diz: Venha! Quando dois discípulos quiseram saber quem era Jesus, ele respondeu:” Vinde e Vede” (João 1:39 ) Em Mateus 11:28 o Senhor disse: “ Vinde a mim todos...” No último dia da festa dos Tabernáculos, Jesus pôs-se de pé e clamou: -“ Se alguém tem sede, venha a mim e beba.” (João 7:37) Conclusão: Ambos: “ Vá e diga” e “ Venha e Veja” são encontrados no Novo Testamento. Não temos de escolher entre ir e vir. Ambas são formas válidas de evangelismo. Algumas pessoas serão alcançadas por atração e outras por confrontação. “ à comunidade, a igreja deve dizer: Venha e veja. Aos crentes, os de casa, a igreja deve dizer: Vá e diga! ----------------------------------------WARREN.Rick. Uma Igreja com propósitos. Ed. Vida.SP. Cap. 12. pp. 251 a 284 O MOVIMENTO DE CRESCIMENTO DA IGREJA E O LIVRO DE ATOS Na verdade, o lugar para começar a estudar o crescimento da igreja, não é nos livros do século XX, mas no manual de Deus, o livro de Atos! Atos não é apenas um livro didático geral sobre o crescimento da igreja, mas também um manual específico para pregadores sobre como pregar para obter o crescimento da igreja. Veja estes registros: “ E a Palavra de Deus crescia e se multiplicava” ( At. 12:24 ) 62 “ E divulgava-se a Palavra de Deus por toda a região.” ( At.13:49 ) “ Assim a Palavra do Senhor crescia poderosamente.” ( At. 19:20 ) O livro de ATOS registrou o crescimento numérico da igreja: At. 1:14, 2:42-47, 4:4, 5:14, 6:17, 8:6, 9:31, 16:5, 17:2-4, 17:11-12 , 31:20 ) Foi pregado a toda a criatura. ( Cl. 1:23 ) Proclamado a todo o mundo . ( Rm. 1:18 ) Divulgado por toda a parte. ( I Ts. 1:8 ) Em Atos, crescimento da igreja é crescimento da pregação.( At. 6:7, 19:20 ) A igreja cresce na medida em que a Palavra se multiplica, se espalha e prevalece, apesar de oposição, perseguição e barreiras culturais. A partir do capítulo 4 de Atos, os ventos da adversidade começam a soprar contra a igreja.Eis as principais táticas de Satanás: 1 – Silenciar os pregadores através da perseguição física. Levantando as autoridades e os partidos políticos da época, como os Saduceus.(At.4:1-17, 5:17-42) 2 – Arruinar a igreja e a integridade de sua mensagem pela corrupção moral. (vide At. 5:11 ) A punição de Ananias e Safira infunde temor, trás sensatez e mantém a integridade. 3 – Destruir a igreja distraindo seus pregadores da oração e pregação. Esta tática falha quando os 12 enfaticamente declaram: “ Não é razoável que deixemos a Palavra e sirvamos às mesas...” Nós perseveraremos na oração e no ministério da Palavra.” ( At.6:2-4 ) Segundo o Pr. David Ruiz, da Guatemala, a América Latina pode ser considerada hoje o centro do mundo cristão. A igreja neste continente cresceu 232% nos últimos 40 anos. Calcula-se em 80 milhões o número de convertidos. ( Vide Site: www.teologiabrasileira.com.br/davidruiz E o que dizer do continente africano ? “ Em 1900, havia um número estimado em 8 milhões de cristãos declarados na África, cerca de 10% do continente. Na década de 1980 esse número chegava a 250 milhões, ou seja, cerca da metade da população de toda a África. Nunca antes na história da igreja ocorreu um crescimento tão espetacular em um único século.” ( SHAW,Mark.Lições de Mestre.Ed.Mundo Cristão.SP.2004.p. 73 ) Atos 6:4 é a principal declaração no manual de Deus para o crescimento da igreja: “ E, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra.” Crescimento Evangélico no Brasil: A comparação dos Censos de 1940 e 2000 mostrou uma expressiva redução de católicos no Brasil, de 95% para 73,6% Nesses 60 anos, os evangélicos cresceram de 2,6% para 15,4%. 63 O maior crescimento se deu no Estado de Rondônia, onde 27,2% da população é evangélica. Em 1991 éramos 13.189.285 evangélicos. Em 2000 somamos 26.166.927. taxa de crescimento: 98,4%. Estados com maior crescimento: Roraima 239% Acre 187% Alagoas 171% Amapá 183% Paraíba 177% Rio Grande do Norte 165% São Paulo 117% Estados com menor crescimento: Rio Grande do Sul 23% Santa Catarina 56% Mato Grosso 79% A ORAÇÃO “ Quando Deus vai mandar reavivamento, ele primeiramente envia seu Espírito adiante para agitar e estimular seu povo a orar.” David Eby “ A condição da igreja pode ser medida com precisão por suas reuniões de oração. Assim, a reunião de oração é um “gracômetro” com o qual podemos medir a quantidade de trabalho divino de um povo. Para Deus estar perto da igreja, ela precisa orar. Se Deus não estiver lá, um dos primeiros sinais de sua ausência será a preguiça de orar.” ( Charles Haddon Spurgeon ) “ A verdadeira oração não vem de sua própria força. A oração não é uma ferramenta ou recurso para mudar Deus. A oração não faz de Deus um fantoche e não coloca você no centro do universo. A oração como toda forma de obediência nas Escrituras, é um Dom de Deus: “ Mas sobre a acasa de Davi,...derramarei o espírito de graça e de súplicas.” Zc.12:10.” David Eby “ Os auto-suficientes não oram; apenas falam consigo mesmos. Os auto-satisfeitos não Têm conhecimento de sua necessidade. Os auto- 64 justificados não podem orar; não possuem base sobre a qual possam aproximar-se de Deus.” Cyril J. Barber. ORAR NÃO É ENTRETER-SE EM ABSTRAÇÕES F.Kefa Sempangi é um pastor africano que fugiu milagrosamente de Uganda durante o governo de Idi Amin e veio para os Estados Unidos. Kefa escreveu um livro chamado “ A Distant Grief” em que narra a história do martírio de cristãos em Uganda. Nos Estados Unidos Kefa teve a oportunidade de estudar em um seminário da Costa Leste e se preparar para o ministério. Um dia , Kefa pôs-se a compartilhar as mudanças que rapidamente ocorreram em sua vida, principalmente em sua vida de oração. Vejamos o que ele tem a dizer sobre isso: “ Em Uganda eu orava com o mais profundo senso de urgência. Eu me recusava a parar de orar ajoelhado enquanto não estivesse de todo convencido de que estivera na presença do Cristo Ressurreto. Eu não precisava de uma benção. Precisava ver Aquele que abençoa! Precisava saber que o Deus dos órfãos e viúvas,( Sl. 68:5 ) O Deus dos desamparados, havia ouvido a minha oração. Mas agora, depois de estar vivendo há um ano na Filadélfia, essa urgência deixou de existir. Quando orava em público estava mais preocupado em estar teologicamente correto do que estar na presença de Deus. Até mesmo as orações que fazia em particular não eram mais como o clamor desesperado de uma criança. Elas funcionavam como tranqüilizantes espirituais... Uma noite, fiz minhas orações de maneira rotineira e estava prestes a me deitar, quando ouvi a convincente voz do Espírito Santo: “ Kefa, por quem você estava orando? Era isso que você desejava? Eu estava acostumado a ouvir nomes de crianças em suas orações, bem como de seus amigos e parentes. Você orava por Okelo e Topista, por Nakazi e por seu pai. Agora você ora pelos “ Órfãos”, pela igreja e pelos outros refugiados. Quem são estes refugiados, Kefa? Quais cristãos? Quais órfãos? Quem são essas pessoas e o que você quer para elas? Esta foi uma forte repreensão. Quando caí novamente de joelhos e pedi perdão pelo meu pecado de descrença, sabia que não era apenas uma memória ruim que me fez o nome das pessoas e fazer de conta que até mesmo as pessoas mais próximas a mim eram abstrações. O próprio Deus havia se tornado uma figura distante. Ele se tornara para mim um assunto de debate, algo abstrato. Daquele dia em diante, minhas orações tornaram-se específicas. Eu orava por pessoas reais, que tinham necessidades reais. E não demorou muito tempo para que, mais uma vez, essas necessidades se tornassem o meio pelo qual eu viesse a me encontrar face a face com o Deus vivo.” ( GETZ,Gene. Neemias, Um Modelo de Liderança. Ed. Mundo Cristão.SP. 2003.p. 127) A UNIDADE DA IGREJA 65 Muitas igrejas estão “marcando passo” e outras pararam de crescer, porque se tornaram casas divididas. O pastor Tommy Tenney, em seu apreciado livro “ O Dream Team de Deus”, passa-nos 4 lições básicas a respeito das igrejas: 1- Se uma igreja está morta, a análise de sua história mostrará que a doença que a matou foi a divisão. 2- Se a igreja ainda não está morta, está quase chegando lá. A maioria já passou por uma contenda forte e a próxima está em fase de fermentação. 3- Se em uma igreja só o pastor manda, ou só a liderança manda, em detrimento daquilo que Deus quer, morre neste lugar a vida de Deus. Quando as raízes morrem, o tronco e as folhas morrem também. 4- A divisão é uma doença sutil, que corrói as pessoas de dentro para fora. Elas estão morrendo espiritualmente por causa de dissensão e conflitos; sempre sofrendo por causa de feridas feitas em nome de Jesus. Novos convertidos podem murchar e morrer em um ambiente onde haja divisão. ( TENNEY,Tommy.O Dream Team de Deus. Ed. Atos. Belo Horizonte.MG.2003.p. ) Todos reconhecem o valor da unidade na igreja local como fator estabilizante e produtor de crescimento. No entanto, o assunto “ UNIDADE” extrapola os contornos da igreja local e não é assunto recente de debate. Já no século seguinte à Reforma, estava em debate. Um dos expoentes a refletir sobre o assunto, foi Jeremiah Burroughs ( 1599-1646). Hoje estamos estruturados dentro de “Denominações”, e, para refletir sobre unidade temos que considerar a instituição denominacional. Vejamos a definição dada por Wintrop Hudson ao denominacionalismo: “ O denominacionalismo é o oposto do sectarismo. Uma “seita” afirma que somente ela possuí a autoridade de Cristo. Por definição, uma seita é exclusiva, separada. A palavra “ denominação”, é um termo inclusivo; um termo ecumênico.Ela implica que o grupo a que se refere é apenas um membro, chamado ou denominado por um nome em particular, de um grupo maior – A Igreja -, ao qual essa denominação pertence. ( Winthrop Hudson, in “ American Protestantism” ) “ O denominacionalismo vem sendo há muito o protetor de parte do Corpo de Cristo.” ( Mark Shaw ) São interessantes os comentários do teólogo católico Hans Kϋng: “ A coexistência de igrejas diferentes não ameaça, por si mesma, a unidade da igreja. A unidade somente corre perigo pela coexistência que não é cooperação nem apoio, mas basicamente uma confrontação hostil.” Diz ele ainda : “ Dois motivos causadores da desunião cristã: sectarismo e sincretismo. Sectarismo é uma atitude de exclusão: “ A minha igreja é a única que tem a verdade”. Seu relacionamento com outras igrejas envolve uma confrontação hostil. O orgulho espiritual é 66 o verdadeiro motivo para as divisões sectárias, não o denominacionalismo. Sincretismo é a corrupção do evangelho quando este é misturado com as ideologias de seus dias.” Apenas uma Teologia da Cruz que estenda as implicações da morte salvífica de Cristo em todas as direções pode servir como defesa adequada contra o comprometimento teológico. “ Quando a igreja Confessional da Alemanha se desligou, na década de 1930, das igrejas históricas que haviam comprometido o Evangelho com o nazismo, ela não estava pecando contra a unidade cristã. Na verdade, estava confessando que Cristo, não César ( Governante Humano ) é o Senhor. O sincretismo, assim como o sectarismo, pode invadir as estruturas denominacionais e fazer com que o denominacionalismo pareça ser o problema.” ( SHAW,Mark. Lições de Mestre. Ed. Mundo Cristão.SP. 2004. pp.75-76 ) Teoria clássica do Denominacionalismo ( por Mark Shaw ) Atribui-se a Jeremiah Burroughs o lançamento das bases nas quais mais tarde se consolidaria a visão denominacional. Nascido em 1599, em Londres,Inglaterra. Estudou na Faculdade Emanuel,Universidade de Cambridge, que era o maior seminário dos pregadores puritanos da Inglaterra. Em 1624, quando terminava o seu mestrado, foi perseguido e expulso da Universidade oficiais da igreja, que se opunham às suas idéias de que a melhor forma de governo da igreja era a congregacional e não a episcopal. Em 1644, junto com outros dissidentes, apresentou a sua teoria denominacional sobre a igreja em sua obra “ Apologetical Narration” ( Narrativa apologética) que estabelecia as diretrizes de uma teoria surpreendentemente original da unidade da igreja. Faleceu no ano de 1646, com apenas 47 anos de idade. Foi um defensor ardoroso e amante da unidade da igreja, que segundo ele cria, devia relevar as pequenas causas de divisões. Burroughs e seus aliados em Westminster, levantaram argumentos em defesa da teoria denominacional com base em 6 princípios: 1- As diferenças doutrinárias são inevitáveis. – Embora o ensinamento bíblico sobre a salvação seja suficientemente claro 67 2- 3- 4- 5- 6- para que todos os cristãos verdadeiros concordem com ele, outras questões não foram colocadas de maneira tão óbvia. Há diferenças sobre doutrinas específicas, tipos de organização, liturgias, etc... Os cristãos vêm se debatendo há séculos por causa dessas questões secundárias, seria irreal esperar que as discórdias pudessem desaparecer repentinamente. As diferenças doutrinárias em questões secundárias continuam sendo importantes. Fundamentado apenas na Bíblia, e não na autoridade humana, o cristão tem o direito de determinar em sua consciência as opiniões, inclusive sobre princípios secundários de doutrina ( e não os fundamentos da fé ), que continuam valendo. Essas opiniões diferentes ( sobre tipo de louvor, formas de governo, liberdade cristã, escatologia, etc.) devem ser preservadas, pois a Bíblia tem autoridade suprema sobre a nossa consciência, mesmo em se tratando de questões secundárias. Organizar igrejas e denominações é, portanto, algo legítimo. As diferenças podem ser úteis. – Deus pode usar as diferenças para trazer à tona a verdade. Em vez de ser ameaçado pelas diferenças de ponto de vista sobre questões secundárias, os cristãos podem ser fortalecidos pela relação de troca que ocorre em debates, leituras e meditações. Sentir-se ameaçado pelas diferenças já é avançar em direção ao espírito de sectarismo. Nenhuma estrutura pode representar sozinha a Igreja de Cristo em sua totalidade. O centro do sectarismo é a tendência de identificarmos a verdadeira igreja como a expressão de uma única organização. O denominacionalismo contraria esse espírito ao preservar o “ princípio protestante”; nenhuma estrutura eclesiástica pode representar sozinha a verdadeira igreja de Cristo. Deus não é possessão exclusiva de alguma igreja, e a existência de diferenças entre as igrejas, servem como um corretivo constante para as pretensões de todas as igrejas. A verdadeira unidade é baseada no Evangelho comum e deveria ser expressa pela cooperação entre as denominações. Nossa concordância no Evangelho é mais importante que nossas discordâncias nas áreas secundárias. A unidade deve ser expressa pela cooperação entre as denominações em questões referentes a missões e serviços e não necessariamente pela união das igrejas. Estamos divididos em muitos pontos, mas unidos em Cristo. Podemos e devemos trabalhar juntos pela causa comum da piedade. A separação denominacional não é divisionismo. J. Burroughs foi acusado pela Assembléia de Westminster de advogar a cisma, e dividir a igreja em facções rivais. Ele se defendeu dizendo que ; “ a verdadeira natureza do cisma é um rompimento sem amor, injusto, violento, da união com a Igreja ou com seus membros. A separação amável e pacífica, além das linhas denominacionais para o avanço do Evangelho é positiva. As associações paraeclesiásticas 68 È injusto falar de crescimento e desenvolvimento da igreja sem mencionar o papel das estruturas paraeclesiásticas. As associações são estruturas de apoio, de propósito único. Elas se somam a milhares delas e agem em prol da igreja cristã. São agentes de cooperação entre as denominações. Onde os evangélicos estariam hoje sem a ação das Sociedades Bíblicas? Em todos os continentes elas agiram de forma imperiosa! Vejamos alguns depoimentos: “ Coube às sociedades bíblicas americana e britânica a honra de fazer entrar na América Latina as primeiras Bíblias, no início do século XIX. Surgiram destemidos colportores que devotavam tempo integral no trabalho de venda e distribuição das Escrituras. Foram alvo de ataques e prisões por parte das autoridades, instigadas pelos padres e bispos. Destacaram-se neste ministério: Penzotti – no Peru. Tonelli, F.C.Glass e Hugo C.Tucker no Brasil. James Thonson na América do Sul, Central, México e Caribe. F.C.Glass, testemunhou : “ Em dezenas de lugares onde vendi os primeiros exemplares das Escrituras, existem fortes igrejas atualmente...Se alguém quiser abrir uma nova área, a primeira coisa a ser feita é enviar alguém munido de uma Bíblia.” Muitos têm dito que o padrão, nestes primórdios da evangelização no Brasil, era claro: primeiro aparecia uma Bíblia, depois um convertido, e a seguir , uma igreja. ( OLIVEIRA,Raimundo de. História da Igreja. EETAD.p. 158 ) Um nome que não pode ser esquecido neste trabalho de colportagem é o do Dr. Hugh Clarence Tucker , que foi convidado pela Sociedade Bíblica Americana em 1887 para ser colportor. No seu trabalho como propagandista da Bíblia, percorreu vários Estados do centro e Sul do Brasil. A princípio fazia o trabalho sozinho. De 1887 a 1934 o Dr. Tucker percorreu várias vezes todos os Estados da Federação brasileira e distribuiu cerca de 2.500.000 exemplares e pregou a milhares de pessoas. Foi um dos fundadores da Igreja Metodista no Brasil. Cumpriu um ministério de 58 anos e 3 meses. Faleceu a 4 de Novembro de 1956 com 99 anos. Mark Shaw, em seu livro “ Lições de Mestre” questiona: - “Onde os evangélicos estariam sem o movimento de Lausanne, a Associação Evangelística Billy Graham, a Aliança Evangélica Mundial, os Navigators, as agências missionárias, a Aliança Bíblia Universitária, A Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo, A Young Life, o Focus on The Family, as editoras não denominacionais, as Universidades, os seminários, rádios, a Adhonep, os Atletas de Cristo, os Gideões Internacionais ,Missão Portas Abertas, Asas de Socorro, Sepal, as comunidades evangélicas interdenominacionais, etc... As associações e ou organizações paraeclesiásticas parecem fazer as coisas acontecerem onde a igreja local muitas vezes falha. Rol de organizações paraeclesiásticas fundadas no Brasil: 69 • • • • • • • • • • • • • • Missão Evangélica da Amazônia (MEVA): foi organizada em 1948. Um dos seus principais líderes foi Nilo Hawkins, que chegou ao Brasil com sua esposa Mary em 1942. Por muitos anos, o casal trabalhou entre os índios de Roraima. No período 1959-1961, foram acusados pelo governo de estar roubando minérios valiosos da selva. O caso foi levado até o Conselho de Segurança Nacional. Foram absolvidos e puderam retornar à tribo, mas perceberam que o trabalho missionário entre os índios tinha de ser feito por brasileiros. Em 1963, Nilo começou a visitar as igrejas do sul para mobilizar as igrejas. Passou a lecionar missões no Instituto Palavra da Vida e outras escolas. Nilo faleceu em 1982. Mocidade Para Cristo (MPC, 1952) Missão Novas Tribos do Brasil (1953) Organização Palavra da Vida (1957) Aliança Bíblica Universitária (ABU, 1963) A Missão de Evangelização Mundial (AMEM, 1963): essa missão começou a enviar brasileiros para o exterior em 1975. Com sede em Belo Horizonte, a missão tem trabalhado pelo despertamento de igrejas, bem como o preparo e envio de obreiros para a África e a Europa. Asas de Socorro (1964) Missão Evangélica Betânia (1964) Missão Evangélica aos Índios do Brasil (1967) Missão Antioquia (1975): criada em Cianorte, no Paraná, por um grupo de professores do Instituto Bíblico Presbiteriano. Seu principal fundador foi o Pr. Jonathan dos Santos. A primeira missionária, Maria Pires da Luz, foi preparada e enviada para Portugal em 1976, tendo implantado duas igrejas no norte daquele país. Depois ela foi para Angola. Outros missionários foram para Israel, Portugal, África e Àsia. Jovens Com Uma Missão (JOCUM, 1976) Aliança Batista Missionária da Amazônia (ALBAMA, 1976): tinha sede em Belém; começou com 15 casais e um missionário solteiro. Associação Lingüística Evangélica Missionária (ALEM, 1983): foi formada em Brasília por iniciativa da Associação Wycliffe de Tradutores da Bíblia. Projeto América do Sul (PAS, 1984): resultou da visão missionária de Edison Queiroz de Oliveira, pastor da Igreja Batista de Santo André, em São Paulo. Ele impressionou-se com o fato de que havia cinco países na América Latina com um reduzido número de evangélicos. No mesmo ano, 14 obreiros foram treinados e enviados para o Uruguai e o Paraguai. No primeiro país, foram fundadas duas igrejas e reativadas outras duas. No Paraguai foi fundada uma igreja, apesar de forte oposição. Em 1985, mais um grupo saiu para o Peru, a Colômbia e a Venezuela. 70 AS MEGAIGREJAS São baseadas em uma rede de grupos pequenos que funcionam como centros de assimilação, treinamento, cuidado pastoral e evangelização. Metaigrejas e Megaigrejas, com mais de 2 mil pessoas, são como Shopping Centers, oferecendo uma grande variedade de serviços para uma quantidade enorme de pessoas. Uma megaigreja é uma grande igreja freqüentemente definida como tendo mais de 10.000 adoradores em um típico culto semanal.Globalmente, estas grandes congregações estão em um significativo desenvolvimento no meio cristão protestante, desafiando os papéis das denominações como as fontes primárias dos recursos e treinamentos ministeriais. A Yoido Full Gospel Church (Igreja do Evangélho Pleno de Yoido) em Seul, Coréia do Sul (com 780.000 membros em 2003), pastoreada por David (Paul) Yonggi Cho, é a maior igreja do mundo. Outros exemplos são a Lakewood Church, de Joel Osteen, em Houston, Texas, EUA (46.000 pessoas toda semana), Fellowship Chuch (20.000 pessoas todo fim de semana), Hillsong Church, Sydney, Austrália (19.000 pessoas todo domingo). História Embora tenham havido grandes igrejas ao longo da História (por exemplo, o Tabernáculo Metropolitano de Charles Spurgeon em Londres que atraía em média 5.000 pessoas semanalmente), a difusão do movimento de megaigrejas, com um grande número de congregantes que retornam freqüentemente, começou na década de 1950. Muitas não têm símbolos religiosos. A maioria delas, por sinal, tende a se parecer mais com grandes teatros, com equipamentos de alta tecnologia, do que com lugares de culto. Algumas, como a de Willow Creek, no Estado de Illinois, têm estacionamento para 4000 veículos. São as megaigrejas protestantes dos Estados Unidos, onde pastores evangélicos e metodistas reúnem cada vez mais fiéis devido ao fortalecimento da fé como um fenômeno coletivo e a uma gestão eficaz das congregações. Elas vêm crescendo rápido. Segundo o estudo Megachurches Today 2005, atualmente existem 1210 megaigrejas no território americano, o dobro do que havia há cinco anos. Esses locais reúnem 4,4 milhões de pessoas semanalmente e arrecadam US$ 7,2 bilhões ao ano. São dirigidas por pastores que em alguns casos são chamados de “pastorpresários”, por seu talento na hora de captar dinheiro de ofertas ou com negócios como livros, vídeos e música. Ainda que as megaigrejas tenham, por definição, pelo menos 2000 fiéis por semana em seus cultos, a média desses locais é de 3612 pessoas. Quatro por cento desses templos reúnem mais de 10 mil pessoas semanalmente. 71 Esse grupo seleto é formado pelas igrejas mais profissionalizadas, entre as quais se destacam a de Saddelback, na Califórnia, e a de Lakewood, em Houston, no Texas. Essa, dirigida pelo pastor Joel Osteen, bate todos os recordes: em 2004, a Lakewood faturou US$ 55 milhões, muito acima da média de US$ 6 milhões ao ano . Outro exemplo é a igreja de Willow Creek, que tem uma equipe de gestão dirigida por dois formados em MBAs de primeira linha mundial (Harvard e Stanford), 450 funcionários e uma consultoria. Para Scott Thumma, professor de Sociologia da Religião e um dos diretores do estudo Megachurches Today , diz estar convencido de que essas igrejas proliferaram “em parte por que responderam criativamente às novas necessidades e interesses do público, em uma nova realidade cultual”. E têm feito isso mesmo sendo um lugar de culto, onde se transmite a mensagem de que através de deus o indivíduo sai fortalecido e não se fala de negativismos ou de pecadores. Além disso, funcionam como centros sociais em que os fiéis se reúnem para orar, obter auxílio conjugal, oferecer e receber serviços de ajuda comunitários ou simplesmente estar com outras pessoas com as quais têm uma fé em comum. Crítica às megaigrejas: A Igreja ao gosto do freguês ! T. A. McMahon O movimento chamado "igreja ao gosto do freguês" está invadindo muitas denominações evangélicas, propondo evangelizar através da aplicação das últimas técnicas de marketing. Tipicamente, ele começa pesquisando os não-crentes (que um dos seus líderes chama de "desigrejados" ou "João e Maria desigrejados"). A pesquisa questiona os que não freqüentam quaisquer igrejas sobre o tipo de atração que os motivaria a assistir às reuniões. Os resultados do questionário mostram as mudanças que poderiam ser feitas nos cultos e em outros programas para atrair os "desigrejados", mantê-los na igreja e ganhá-los para Cristo. Os que desenvolvem esse método garantem o crescimento das igrejas que seguirem cuidadosamente suas diretrizes aprovadas. Praticamente falando, dá certo! Duas igrejas são consideradas modelos desse movimento: Willow Creek Community Church (perto de Chicago), pastoreada por Bill Hybels, e Saddleback Valley Church (ao sul de Los Angeles) pastoreada por Rick Warren. Sua influência é inacreditável. Willow Creek formou sua própria associação de igrejas, com 9.500 igrejas-membros. Em 2003, 100.000 líderes de igrejas assistiram no mínimo a uma conferência para líderes 72 realizada por Willow Creek. Acima de 250.000 pastores e líderes de mais de 125 países participaram do seminário de Rick Warren ("Uma Igreja com Propósitos"). Mais de 60 mil pastores recebem seu boletim semanal. Visitamos Willow Creek há algum tempo. Pareceu-nos que essa igreja não poupa despesas em sua missão de atrair as massas. Depois de passar por cisnes deslizando sobre um lago cristalino, vê-se o que poderia ser confundido com a sede de uma corporação ou um shopping center de alto padrão. Ao lado do templo existe uma grande livraria e uma enorme área de alimentação completa, que oferece cinco cardápios diferentes. Uma tela panorâmica permite aos que não conseguiram lugar no santuário ou que estão na praça de alimentação assistirem aos cultos. O templo é espaçoso e moderno, equipado com três grandes telões e os mais modernos sistemas de som e iluminação para a apresentação de peças de teatro e musicais. Sem dúvida, Willow Creek é imponente, mas não é a única megaigreja que tem como alvo alcançar os perdidos através dos mais variados métodos. Megaigrejas através dos EUA adicionam salas de boliche, quadras de basquete, salões de ginástica e sauna, espaços para guardar equipamentos, auditórios para concertos e produções teatrais, franquias do McDonalds, tudo para o progresso do Evangelho. Pelo menos é o que dizem. Ainda que algumas igrejas estejam lotadas, sua freqüência não é o único elemento que avaliamos ao analisar essa última moda de "fazer igreja". O alvo declarado dessas igrejas é alcançar os perdidos, o que é bíblico e digno de louvor. Mas o mesmo não pode ser dito quanto aos métodos usados para alcançar esse alvo. Vamos começar pelo marketing como uma tática para alcançar os perdidos. Fundamentalmente, marketing traça o perfil dos consumidores, descobre suas necessidades e projeta o produto (ou imagem a ser vendida) de tal forma que venha ao encontro dos desejos do consumidor. O resultado esperado é que o consumidor compre o produto. George Barna, a quem a revista Christianity Today (Cristianismo Hoje) chama de "o guru do crescimento da igreja", diz que tais métodos são essenciais para a igreja de nossa sociedade consumista. Líderes evangélicos do movimento de crescimento da igreja reforçam a idéia de que o método de marketing pode ser aplicado – e eles o têm aplicado – sem comprometer o Evangelho. Será? Em primeiro lugar o Evangelho, e mais significativamente a pessoa de Jesus Cristo, não cabem em nenhuma estratégia de mercado. Não são produtos a serem vendidos. Não podem ser modificados ou adaptados para satisfazer as necessidades de nossa sociedade consumista. Qualquer tentativa nessa direção compromete de algum modo a verdade sobre quem é Cristo e do que Ele fez por nós. Por exemplo, se os perdidos são considerados consumidores, e um mandamento básico de marketing diz que o freguês sempre tem razão, então qualquer coisa que ofenda os perdidos deve ser deixada de lado, modificada ou apresentada como sem importância. A Escritura nos diz claramente que a mensagem da cruz é "loucura para os que se perdem" e que Cristo é uma "pedra de tropeço e rocha de ofensa" (1 Co 1.18 e 1 Pe 2.8). 73 Megaigrejas adicionam salas de boliche, quadras de basquete, salões de ginástica e sauna, auditórios para concertos e produções teatrais, franquias do McDonalds. Algumas igrejas voltadas ao consumidor procuram evitar esse aspecto negativo do Evangelho de Cristo enfatizando os benefícios temporais de ser cristão e colocando a pessoa do consumidor como seu principal ponto de interesse. Mesmo que essa abordagem apele para a nossa geração acostumada à gratificação imediata, ela não é o Evangelho verdadeiro nem o alvo de vida do crente em Cristo. Em segundo lugar, se você quiser atrair os perdidos oferecendo o que possa interessá-los, na maior parte do tempo estará apelando para seu lado carnal. Querendo ou não, esse parece ser o modus operandi dessas igrejas. Elas copiam o que é popular em nossa cultura – músicas das paradas de sucesso, produções teatrais, apresentações estimulantes de multimídia e mensagens positivas que não ultrapassam os trinta minutos. Essas mensagens freqüentemente são tópicas, terapêuticas, com ênfase na realização pessoal, salientando o que o Senhor pode oferecer, o que a pessoa necessita – e ajudando-a na solução de seus problemas. Essas questões podem não importar a um número cada vez maior de pastores evangélicos, mas, ironicamente, estão se tornando evidentes para alguns observadores seculares. Em seu livro The Little Church Went to Market (A Igrejinha foi ao Mercado), o pastor Gary Gilley observa que o periódico de marketing American Demographics reconhece que as pessoas estão: ...procurando espiritualidade, não a religião. Por trás dessa mudança está a procura por uma fé experimental, uma religião do coração, não da cabeça. É uma expressão de religiosidade que não dá valor à doutrina, ao dogma, e faz experiências diretamente com a divindade, seja esta chamada "Espírito Santo" ou "Consciência Cósmica" ou o "Verdadeiro Eu". É pragmática e individual, mais centrada em redução de stress do que em salvação, mais terapêutica do que teológica. Fala sobre sentir-se bem, não sobre ser bom. É centrada no corpo e na alma e não no espírito. Alguns gurus do marketing começaram a chamar esse movimento de "indústria da experiência" (pp. 20-21). Existe outro item que muitos pastores parecem estar deixando de considerar em seu entusiasmo de promover o crescimento da igreja atraindo os não-salvos. Mesmo que os números pareçam falar mais alto nessas "igrejas ao gosto do freguês" (um número surpreendente de igrejas nos EUA (841) alcançaram a categoria de megaigreja, com 2.000 a 25.000 pessoas presentes nos finais de semana), poucos perceberam que o aumento no número de membros não se deve a um grande número de "desigrejados" juntando-se à igreja. Durante os últimos 70 anos, a percentagem da população dos EUA que vai à igreja tem sido relativamente constante (mais ou menos 43%). Houve um 74 crescimento, chegando a 49% em 1991 (no tempo do surgimento dessa nova modalidade de igreja), mas tal crescimento diminuiu gradualmente, retornando a 42% em 2002 (www.barna.org). De onde, então, essas megaigrejas, que têm se esforçado para acomodar pessoas que nunca se interessaram pelo Evangelho, conseguem seus membros? Na maior parte, de igrejas menores que não estão interessadas ou não têm condições financeiras de propiciar tais atrações mundanas. O que dizer das multidões de "desigrejados" que supostamente se chegaram a essas igrejas? Essas pessoas constituem uma parcela muito pequena das congregações. G.A. Pritchard estudou Willow Creek por um ano e escreveu um livro intitulado Willow Creek Seeker Services (Baker Book House, 1996). Nesse livro ele estima que os "desigrejados", que seriam o público-alvo, constituem somente 10 ou 15% dos 16.000 membros que freqüentam os cultos de Willow Creek. Se essa percentagem é típica entre igrejas "ao gosto do freguês", o que provavelmente é o caso, então a situação é bastante perturbadora. Milhares de igrejas nos EUA e em outros países se reestruturaram completamente, transformando-se em centros de atração para "desigrejados". Isso, aliás, não é bíblico. A igreja é para a maturidade e crescimento dos santos, que saem pelo mundo para alcançar os perdidos. Contudo, essas igrejas voltaram-se para o entretenimento e a conveniência na tentativa de atrair "João e Maria", fazendo-os sentirem-se confortáveis no ambiente da igreja. Para que eles continuem freqüentando a "igreja ao gosto do freguês", evitase o ensino profundo das Escrituras em favor de mensagens positivas, destinadas a fazer as pessoas sentirem-se bem consigo mesmas. À medida que "João e Maria" continuarem freqüentando a igreja, irão assimilar apenas uma vaga alusão ao ensino bíblico que poderá trazer convicção de pecado e verdadeiro arrependimento. O que é ainda pior, os novos membros recebem uma visão psicologizada de si mesmos que deprecia essas verdades. Contudo, por pior que seja a situação, o problema não termina por aí. A maior parte dos que freqüentam as "igrejas ao gosto do freguês" professam ser cristãos. No entanto, eles foram atraídos a essas igrejas pelas mesmas coisas que atraíram os não-crentes, e continuam sendo alimentados pela mesma dieta biblicamente anêmica, inicialmente elaborada para não-cristãos. Na melhor das hipóteses, eles recebem leite aguado; na pior das hipóteses, "alimento" contaminado com "falatórios inúteis e profanos e as contradições do saber, como falsamente lhe chamam" (2 Tm 6.20). Certamente uma igreja pode crescer numericamente seguindo esses moldes, mas não espiritualmente. Além do mais, não há oportunidades para os crentes crescerem na fé e tornarem-se maduros em tal ambiente. Tentando defender a "igreja ao gosto do freguês", alguns têm argumentado que os cultos durante a semana são separados para discipulado e para o estudo profundo das Escrituras. Se esse é o caso, trata-se de uma rara exceção e não da regra! Como já notamos, a maioria dessas igrejas, no uso do seu tempo, energia e finanças tem como alvo acomodar os "desigrejados". Conseqüentemente, semana após semana, o total da congregação recebe uma mensagem 75 diluída e requentada. Então, na quarta-feira, quando a congregação usualmente se reduz a um quarto ou a um terço do tamanho normal, será que esse pequeno grupo recebe alimentação sólida da Palavra de Deus, ensino expositivo e uma ênfase na sã doutrina? Dificilmente. Nunca encontramos uma "igreja ao gosto do freguês" onde isso acontecesse. As "refeições espirituais" oferecidas nos cultos durante a semana geralmente são reuniões de grupos e aulas visando o discernimento dos dons espirituais, ou o estudo de um "best-seller" psico-cristão, ao invés do estudo da Bíblia. Talvez o aspecto mais negativo dessas igrejas seja sua tentativa de impressionar os "desigrejados" ao mencionar especialistas considerados autoridades em resolver todos os problemas mentais, emocionais e comportamentais das pessoas: psicólogos e psicanalistas. Nada na história da Igreja tem diminuído tanto a verdade da suficiência da Palavra de Deus no tocante a "todas as coisas que conduzem à vida e à piedade" (2 Pe 1.3) como a introdução da pseudociência da psicoterapia no meio cristão. Seus milhares de conceitos e centenas de metodologias não-comprovados são contraditórios e não científicos, totalmente não-bíblicos, como já documentamos em nossos livros e artigos anteriores. Pritchard observa: ...em Willow Creek, Hybels não somente ensina princípios psicológicos, mas freqüentemente usa esses mesmos princípios como guias interpretativos para sua exegese das Escrituras – o rei Davi teve uma crise de identidade, o apóstolo Paulo encorajou Timóteo a fazer análise e Pedro teve problemas em estabelecer seus limites. O ponto crítico é que princípios psicológicos são constantemente adicionados ao ensino de Hybels" (p. 156). Durante minha visita a Willow Creek, o pastor Hybels trouxe uma mensagem que começou com as Escrituras e se referia aos problemas que surgem quando as pessoas mentem. Contudo, ele se apoiou no psiquiatra M. Scott Peck, o autor de The Road Less Travelled (Simon & Schuster, 1978) quanto às conseqüências desastrosas da mentira. Nesse livro, M. Scott Peck declara (pp. 269-70): "Deus quer que nos tornemos como Ele mesmo (ou Ela mesma)"! Nada na história da Igreja tem diminuído tanto a verdade da suficiência da Palavra de Deus no tocante a "todas as coisas que conduzem à vida e à piedade" (2 Pe 1.3) como a introdução da pseudociência da psicoterapia no meio cristão. A Saddleback Community Church está igualmente envolvida com a psicoterapia. Apesar de se dizer cristocêntrica e não centrada na psicologia, essa igreja tem um dos maiores números de centros dos Alcoólicos Anônimos e patrocina mais de uma dúzia de grupos de ajuda como "Filhos Adultos Co-Dependentes de Viciados em Drogas", "Mulheres Co-Viciadas Casadas com Homens Compulsivos Sexuais ou com Desordens de Alimentação" e daí por diante. Cada grupo é normalmente liderado por alguém "em recuperação" e os autores dos livros usados incluem psicólogos e psiquiatras (www.celebraterecovery.com). Apesar de negar o uso de psicologia popular, muito dela permeia o trabalho de Rick Warren, incluindo seu best-seller The Purpose Driven Life (A Vida Com Propósito), que já 76 rendeu sete milhões de dólares. Em sua maior parte, o livro fala de satisfação pessoal, promove a celebração da recuperação e está cheio de psicoreferências tais como "Sansão era dependente". A mensagem principal vinda das igrejas psicologicamente motivadas de Willow Creek e Saddleback é a de que a Palavra de Deus e o poder do Espírito Santo são insuficientes para livrar uma pessoa de um pecado habitual e para transformá-la em alguém cuja vida seja cheia de fruto e agradável a Deus. Entretanto, o que essas igrejas dizem e fazem tem sido exportado para centenas de milhares de igrejas ao redor do mundo. Grande parte da igreja evangélica desenvolveu uma mentalidade de viagem de recreio em um cruzeiro cheio de atrações, mas isso vai resultar num "Titanic espiritual". Os pastores de "igrejas ao gosto do freguês" (e aqueles que estão desejando viajar ao lado deles) precisam cair de joelhos e ler as palavras de Jesus aos membros da igreja de Laodicéia (Ap 3.14-21). Eles eram "ricos e abastados" e, no entanto, deixaram de reconhecer que aos olhos de Deus eram "infelizes, miseráveis, pobres, cegos e nus". Jesus, fora da porta dessas igrejas, onde O colocaram desapercebidamente, oferece Seu conselho, a verdade da Sua Palavra, o único meio que pode fazer com que suas vidas sejam vividas conforme Sua vontade. Não pode existir nada melhor aqui na terra e na Eternidade! (TBC - http://www.chamada.com.br/) As mais conhecidas megaigrejas: Yoido Full Gospel Church (Igreja Yoido do Evangelho Pleno). Na Coréia do Sul, na cidade de Seul. Pastoreada por David ( Paul) Yonggi Cho. 750.000 mil membros, divididos em 75 mil grupos-células. Site: www.fgtv.com 77 Igreja Metodista Pentecostal Jotabeche. Em Santiago do Chile. Rev. Manuel Umaña Salinas e Pr. Javier Vasquez. 300.000 mil membros em 1988. Site: www.jotabeche.cl Igreja Visão do Futuro. Argentina. Pr. Omar Cabrera. 145.000 membros em 1987. Site: www.visiondefuturo.org Igreja Vida Profunda . Lagos na Nigéria. 40.000 membros em 1986. Pr. W.F.Kumury Igreja Willow Creek – em South Barrington-Chigago- Illinois. Pr. Bill Hybels. 20.000 membros em 1988. ( foi plantada em 1979 ) Saddleback Valley Community Church – Cidade de Orange, na Califórnia. Pr. Rick Warren Iniciada em 1980. Em 1998 estava com 30.000 membros. Site: www.saddleback.com 78 Moody Memorial Church – Chigago. Pr. Ervwin Lutzer. 5.000 membros. Igreja do Caminho – em Van Nuys- Califórnia. Pr. Jack Hayford. Fellowship Church ( Igreja da Comunhão ) em Knox Ville, Tennessee. Pr. Doug Banister. Lakewood Church – Houston – Texas.USA. Pr. Joel Osteen – 46.000 membros 79 North Point Community Church – Atlanta. Geórgia. Pr.Andy Stanley. 15.000 membros. Salém Baptist Church – Chigago- Pr. James Meeks – Fundada em 1985 com 200 membros . Atualmente com 20.000 membros. New Hop Christian Fellowship – Honolulu. Havaí – 11.000 membros. Pr. Wayne Cordeiro. Pr. Wayne tem ajudado a plantar 80 igrejas na região do Oceano Pacífico. Iniciada por Dale Galloway na cidade de Portland, no Estado de Oregon; USA. Sob a liderança de Galloway a igreja cresceu até atingir mais de 6 mil membros nos chamados “Grupos de cuidado amoroso” adaptados da estratégia de grupos-células da igreja de David Yonggi Cho. NEW HOPE CHURCH - Potter’s House – em Dallas,Texas, fundada e liderada pelo polêmico pastor negro neopentecostal T.D.Jakes, com cerca de 30.000 membros. World Changers International Creek – Liderada neopentecostal Creflo Dollar, com 25.000 membros. pelo pastor New Life Church- Colorado- Líder Brad Boyd – 15.000 membros. Esta igreja era liderada por Ted Haggard e antes do escandalo contava com 23 mil membros. No Brasil, temos inúmeras megaigrejas, sendo evangélico: estas, as mais conhecidas do público IGREJA BATISTA DA LAGOINHA – Fundada em 1957 em Belo Horizonte.MG.. Pr. Márcio R.Vieira Valadão e uma equipe de 16 pastores. Site: www.lagoinha.com , ou www.lagoinha.org.br 80 IGREJA BATISTA DO MORUMBI – Pr. Lisânias Moura. Fundada pelo Pr. Ary Velloso Site: www.ibmorumbi.org.br Equipe com 6 pastores. IGREJA BATISTA GETSÊMANI - Fundada em 1978 . Pr. Jorge Linhares Site: www.getsemani.com.br IGREJA EVANGELICA ASSEMBLÉIA DE DEUS DO BOM RETIRO- SP. Pr. Jabes Alencar Site: www.adbomretiro.com.br IGREJA ASSEMBLÉIA DE DEUS PENHA-RJ – Pr.Silas Malafaia – 12.000 membros Site: www.prsilasmalafaia.com.br Preside a igreja o Pr. José Santos. IGREJA DO NAZARENO CENTRAL DE CAMPINAS – Fundada em 1958. Pr.Lázaro Aguiar Valvassoura. Com 8000 membros. Site: www.nazareno.com.br Igreja do Nazareno de Americana.SP. Pr. Cyllas Marins. Com 3000 membros. Igreja Evangélica Assembléia de Deus-Missão- em Limeira.Pr.Joel Amâncio de Souza. Com 5000 membros. 81 CONTESTAÇÃO DO MOVIMENTO DE CRESCIMENTO DE IGREJA Trabalho extra-classe: Trabalho 01 Analisar o artigo de F.Solano Portela Neto, intitulado: “PLANEJANDO OS RUMOS DA IGREJA: PONTOS POSITIVOS E CRÍTICA DE POSIÇÕES CONTEMPORÂNEAS.” QUESTÕES : 1 – A conversão é um milagre de Deus ou um mero exercício de persuasão? 1 – Dentro da esfera da vontade prescritiva de Deus podemos e devemos planejar nossas ações. Mas, seria certo arbitrarmos as metas e resultados? 3 – Comente o último parágrafo da conclusão (p.7) que transcrevemos abaixo: “Qual era a explicação de Lucas para o crescimento da igreja primitiva?... acrescentava-lhes o Senhor dias a dia, os que iam sendo salvos.( At. 2:47 ) Não foi um mapeamento das entidades espirituais ou da situação dinâmica dos grupos sociais em relação à receptividade ao evangelho. Não foi o estabelecimento de alvos numéricos... Era a simples proclamação da verdade por homens cujas vidas haviam sido despojadas de sua segurança terrestre...” Trabalho 02 Analisar o artigo de Phill A.Newton “Minha Passagem pelo Movimento de Crescimento de Igrejas”. Questões: 1 – Quanto à eclesiologia ( prática pastoral ) descreva os pontos conflitantes levantados por Phil, com relação aos ensinos e métodos do M.C.I. 2 – Quanto à Teologia, indicar a principal ou principais controvérsias. 82 PEQUENOS GRUPOS Uma Lição de Crescimento: O Conceito de Discipulado de John Wesley George Witefield é lembrado pela evangelização na Europa e na América do Norte. Jonathan Edwards é lembrado por ter oferecido a teologia que poderia aumentar a qualidade do avivamento, e , John Wesley ofereceu uma nova estrutura de ministério, que estenderia o impacto do despertamento por meio da disciplina dos novos convertidos. A grande lição oferecida por Wesley era bastante simples: “ A igreja não muda o mundo quando gera convertidos, mas quando gera discípulos.” A idéia dos pequenos grupos não é original de Wesley. Martinho Bucer ( 1491-1551) Propôs em 1546, em Estrassburgo a introdução de pequenos grupos dentro da congregação, para a edificação espiritual. Philip Jacob Spener ( 1635-1705) introduziu os grupos de estudos bíblicos nos lares para reavivar a fé e promover transformação de vidas do povo luterano. Spener cria fortemente na doutrina de Lutero do sacerdócio de todos os cristãos e a necessidade de todos eles exercerem um ministério espiritual. Para Wesley, as raízes desse movimento de grupos pequenos estava na “ collegia Pietatas” do pietismo Alemão, do já citado pastor luterano Philip Spener, em seu livro “ Pia Desideria” ( 1675 ) encorajara a formação de sociedades de oração e piedade . Na Inglaterra, Anthony Horneck colocou a idéia de Spener em prática em 1678, quando fundou uma sociedade para jovens anglicanos. No início do século XVII, havia centenas desses grupos pequenos. As Convicções de Wesley sobre o discipulado: Ignora-se algumas vezes um dos segredos para o sucesso de Wesley. Além de seu trabalho de evangelização, Wesley foi um abnegado defensor do discipulado radical. Estabeleceu suas comunidades metodistas em classes, grupos e sociedades especiais, para preservar os frutos da evangelização. O conceito de discipulado defendido por Wesley pode ser dividido em 4 convicções auxiliares: 1- A necessidade do discipulado 2- A necessidade de grupos pequenos para o discipulado 83 3- A necessidade de liderança leiga para o discipulado 4- A necessidade de fazer da santidade e do serviço o alvo duplo desse discipulado. 1- A necessidade do discipulado – Wesley sentiu a necessidade de acompanhar posteriormente aqueles que se decidiam por Cristo, até leva-los à maturidade. O que fez Wesley ter essa preocupação especial com o discipulado foi sua teologia de santidade. Sua singularidade está em ressaltar a Perfeição Cristã e desenvolver métodos para alcançar esse objetivo. Convertidos parciais ou nominais não buscam a santidade radical. Novos convertidos não podem ficar apenas “ meio acordados”. 2- A necessidade de grupos pequenos para o discipulado. Quando Wesley viu o grande número de convertidos em Londres e a incapacidade de seus pregadores itinerantes de providenciar cuidado espiritual, resolveu fazer algo. Foi então que organizou uma “sociedade metodista.”, ou seja, um grupo que forneceria métodos para se crescer espiritualmente. Em 1743, Wesley definiu o que essas sociedades deveriam fazer: “ Essa sociedade nada mais é que um grupo de homens reunidos que buscam o poder da piedade, unidos para orarem juntos, receberem uma palavra de exortação e cuidar um do outro em amor, para que possam ajudar uns aos outros a desenvolver a salvação.” As sociedades não eram substitutas para a igreja local e um membro poderia ser expulso se deixasse de freqüentar a igreja local. Dentro das sociedades, como poderia o alvo da santidade ser obtido ? A chave era : disciplina ! Para ajudar no avanço da causa da santidade, Wesley acrescentou às suas sociedades três tipos de grupos pequenos : Classes, grupos e sociedades seletas. O que diferenciava Wesley de outros que já haviam usado estes métodos, era a intensidade com que ele aperfeiçoava a estrutura de pequenos grupos para a criação do discipulado radical. Classes: Constituíam o grupo básico dentro da estrutura de uma sociedade metodista. Eram utilizadas para reabilitar os novos convertidos dos hábitos pecaminosos. Cada classe era formada por 12 a 20 membros, sob a direção de um líder leigo. Promoviam encontros semanais, à noite, e evitavam o conflito com os horários de trabalho ou freqüência à igreja. O propósito dessas classes envolvia a confissão mútua de pecados e a prestação de contas, visando o crescimento em santidade. Grupos: Um grupo normalmente era composto de 5 a 10 membros ( somente homens ou somente mulheres ) que se reuniam para cuidados pastorais e prestação de contas uns aos outros. Os grupos eram mais exigentes do que as classes e mantinham seis regras : 1- Fazer encontros semanais 2- Ser pontual. 3- Começar com louvor e adoração. 4- Falar um de cada vez, em ordem, livre e diretamente o verdadeiro estado de alma, com as falhas cometidas em pensamento, palavras ou ações, e as tentações enfrentadas desde o último encontro. 84 5- Terminar os encontros orando individualmente pelos membros. 6- Depoimento pessoal sobre experiência espiritual e perguntas pelos demais membros do grupo. Sociedades seletas: Era um grupo pequeno especializado. Uma espécie de maternidade para futuros líderes. A vida comunitária nesse terceiro nível era intensa, e por causa da prestação de contas mais profunda, dali saíram muitos dos discípulos que ajudaram a reformar a igreja e a nação. 3 – A necessidade de Liderança Leiga. – Wesley logo descobriu que precisaria de um pequeno exército de líderes para manter o sistema de discipulado usando grupos pequenos. Estima-se que por volta do ano de 1800, os pequenos grupos metodistas contavam com 100 mil membros e 10 mil líderes. A seleção e treinamento desse tão grande número de líderes requeria um esforço sobre-humano. Pregadores leigos itinerantes cuidavam das sociedades e das classes, impondo disciplina e treinando líderes. A descrição do trabalho dos itinerantes comuns incluía pregar, ensinar, estudar, viajar, reunir-se com os grupos e classes, exercitar-se diariamente e comer com moderação. As mulheres podiam pregar e estavam envolvidas nos grupos e classes. 4 – A necessidade de fazer da santidade e do serviço o alvo do discipulado- Este ponto foi o diferencial do movimento e o gerador de vigor e sucesso. O movimento de grupos pequenos de Wesley gerou um novo tipo de cidadão: engajado no céu e na terra. “ Quando a santidade e a justiça são os alvos do discipulado, um cristão decidido pode ser formado, alguém que realmente poderá transformar tanto a igreja quanto a sociedade.” Piedade e boa vontade, espiritualidade e serviço aos outros: esses eram os alvos da evangelização e do discipulado de Wesley. PEQUENOS GRUPOS NA ATUALIDADE O pastor Mark Shaw, em seu livro “ Lições de Mestre”, testemunha que visitou a maior igreja dos Estados Unidos, na época (1997?) com 18 mil membros: A Comunidade Willow Creek de Barringtton, Illinóis. Casualmente era o domingo em que eles se concentravam no ministério de grupos pequenos da igreja. Muitas vezes, havia pensado, como uma igreja de 18 mil pessoas podia formar uma comunidade e treinar discípulos. Descobri isso naquele dia. Mais de 2500 grupos pequenos formavam uma parte significativa da vida eclesiástica da igreja. Os cultos evangelísticos podem atrair pessoas, mas são os grupos pequenos que as matem firmes. A fórmula proposta por Peter Wagner para o crescimento saudável da igreja é: Celebração + Congregação + células = Igreja. As celebrações são os cultos públicos da igreja As congregações são os encontros de porte médio, como o MED. As células são grupos pequenos, de 6 a 20 pessoas, onde um relacionamento significativo pode ser desenvolvido. ( Adaptado da obra de Mark Shaw. Lições de Mestre. Ed. Mundo Cristão.SP. 2004. Cap. 7.p.157 a 172 ) 85 Desde a reforma, os pequenos grupos têm exercido papel vital na renovação da igreja. Os pietistas os situaram no centro da estratégia de renovação das igrejas da Europa Ocidental. O ministério de John Wesley deixou um movimento poderoso, ao passo que a influência de seu colega e companheiro evangelista George Whitefield desapareceu com a morte deste. Por que? Wesley dividiu o povo em pequenos grupos, ao passo que Whitefield não . ( 1 ) A pregação de John Wesley, no século XVIII, atraiu muitas almas para Cristo. Wesley organizava os conversos em classes ou pequenos grupos.O resultado foi que o fruto do seu trabalho permanecia. O metodismo cresceu e se desenvolveu em torno dos pequenos grupos. Estes, eram formados por 8 a 12 pessoas que se reuniam uma vez por semana com o propósito se apoiarem mutuamente e compartilhar a fé metodista. Wesley foi o grande responsável pelo renascimento dos pequenos grupos como um método de conservação e evangelismo. (2) No início da década de 80, muitos crentes vietnamitas começaram a orar fervorosamente por um reavivamento. Deus logo respondeu suas orações. Algumas igrejas experimentaram um toque renovado do poder de Deus e de manifestação de dons. Surgiu um tumulto nas igrejas.Por fim os renovados sentiram que tinham de sair da igreja tradicional. Não havia nenhum lugar para eles legalmente, pois só a igreja estatal estava autorizada a funcionar. Começaram a se reunir em secreto, nascendo ali um movimento eclesiástico nos LARES, hoje com noventa mil igrejas. “ (3) Templos não são essenciais à vida de igrejas sadias. Nos primeiros séculos, elas se reuniam nas casas dos crentes. Esse foi um dos períodos de maior expansão da igreja. No atual momento histórico surge novamente o fenômeno da “Igreja na casa”. É outro período de grande expansão da igreja! (4) O PRINCÍPIO GENETICO: “ Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra...” Gn. 1:28 Nesta primeira célula que Deus tinha criado no começo da historia humana, ele colocou um código genético de reprodução. A célula 86 existe com a função de se reproduzir. Uma genuína e viva comunidade existe para multiplicar-se.Qualquer comunidade que não esteja engajada na multiplicação de si mesma, é uma comunidade doentia e destrutiva. Comunidades saudáveis se reproduzem. Esta é a herança de nosso código genético, vindo do paraíso perfeito que era o Éden...”(5) PEQUENOS GRUPOS NA IGREJA PRIMITIVA: Jesus tinha um lar ! André perguntou a Jesus: Onde moras ? Jesus o levou à sua casa. Era o início do ministério de Jesus.Era o primeiro discípulo a se apresentar, buscando um mestre. E tudo começa numa visita à sua casa. ( João 1:38 ) “ Em Jesus meu coração encontra o verdadeiro lar.O endereço terreno de Jesus muda o nosso endereço, de uma forma que só Ele pode fazer.” ( Dr. Ravi Zacharias.) A igreja iniciou num lar, no cenáculo de uma casa em Jerusalém : At.1:13 13 E, entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, irmào de Tiago. Pentecostes chegou numa casa! ( At. 2:1-2 ) As casas eram recursos usados para o Reino de Deus: VER At.2:46 e Atos 5:1-11 A perseguição da igreja ocorreu nas casas. ( At. 8:3 ) 3 E Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão. Saulo foi curado e restaurado numa casa. ( At. 9:17-19) 17 E Ananias foi, e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo. 18 E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantandose, foi batizado. 19 E, tendo comido, ficou confortado. E esteve Saulo alguns dias com os discípulos que estavam em Damasco. Batismos aconteciam também nas casas. ( At.9:17-19, 10:4748, 16:30-33) As casas serviram para curas milagrosas como a de Dorcas ( At.9:36-410 87 Visões como a de Pedro ( At. 10:9-23 ) Reuniões de oração como na casa de Maria, mãe de João Marcos.( At. 12:12 ) (6) 12 E, considerando ele nisto, foi à casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos, onde muitos estavam reunidos e oravam. ( At. 12:12 ) Vemos a igreja na casa de : Maria, mãe de João Marcos. At. 12:12 Áquila e Priscila – Rm 16:3-5, I Co.16:19 3 Saudai a Priscila e a Áqüila, meus cooperadores em Cristo Jesus, 4 Os quais pela minha vida expuseram as suas cabeças; o que não só eu lhes agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios. 5 Saudai também a igreja que está em sua casa. Saudai a Epêneto, meu amado, que é as primícias da Acáia em Cristo. 19 As igrejas da Ásia vos saúdam. Saúdam-vos afetuosamente no Senhor Áqüila e Priscila, com a igreja que está em sua casa. ( I Co. 16:19 ) Filemon – Fm.1:2 2 E à nossa amada Áfia, e a Arquipo, nosso camarada, e à igreja que está em tua casa: Ninfa – Cl.4:15 15 Saudai aos irmãos que estão em Laodicéia e a Ninfa e à igreja que está em sua casa. Gaio- hospedou a igreja de Roma – Rm 16:23 15 Saudai aos irmãos que estão em Laodicéia e a Ninfa e à igreja que está em sua casa. Tipos de Reuniões: De Oração – At. 12:12 12 E, considerando ele nisto, foi à casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos, onde muitos estavam reunidos e oravam. De Confraternização Cristã – At. 21:17 17 E, logo que chegamos a Jerusalém, os irmãos nos receberam de muito boa vontade. Refeições em comum – At. 2:46 46 E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, Uma noite de oração, louvor e instrução – At. 20:7 7 E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e prolongou a prática até à meia-noite. 88 Ensino – At. 20:20 20 Como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar, e ensinar publicamente e pelas casas, Reuniões evangelísticas improvisadas – At. 16:32 32 E lhe pregavam a palavra do Senhor, e a todos os que estavam em sua casa. Reuniões planejadas para a pregação – At. 10:22 22 E eles disseram: Cornélio, o centurião, homem justo e temente a Deus, e que tem bom testemunho de toda a nação dos judeus, foi avisado por um santo anjo para que te chamasse a sua casa, e ouvisse as tuas palavras. Atendimento aos interessados – At. 18:26 26 Ele começou a falar ousadamente na sinagoga; e, quando o ouviram Priscila e Aqüila, o levaram consigo e lhe declararam mais precisamente o caminho de Deus. DIVERSOS ASPECTOS QUANTO AOS PEQUENOS GRUPOS APOIO E CONFORTO NO PEQUENO GRUPO “Pastor Bill Hybels conta que certo Domingo, após concluir o culto, um jovem casal o abordou e colocou em seus braços um bebê, pedindo que orasse por ele.Quando o pastor perguntou o nome do bebê, a mãe puxou o cobertor que cobria a face do recém-nascido.O pastor sentiu suas pernas estremecerem.Em seus braços estava um bebê horrivelmente deformado. Todo o centro de sua pequena face era escavado. Seu nome é Emily, disse a mãe. “ Disseram-nos que ela terá em torno de seis semanas de vida.” “ Nós gostaríamos que você orasse para que, antes de sua morte,ela conhecesse e sentisse nosso amor.” Juntos, oramos pela Emily.Ah! e como oramos! Ao devolvê-la aos pais perguntei: - Há algo que possamos fazer por vocês como igreja ? O pai respondeu com palavras da seguinte forma: - Bill, nós estamos bem. Realmente estamos. Há anos fazemos parte de um pequeno e amoroso grupo.Os membros do nosso grupo sabiam que haveria complicações na gravidez. Eles estavam em nossa casa quando soubemos da notícia, e estavam no hospital quando nos entregaram a Emily. Eles nos ajudaram a absorver a realidade de todo o problema. Até limparam nossa casa e prepararam nossas refeições quando a trouxemos para casa. 89 - Eles oram constantemente por nós, e nos telefonam várias vezes todos os dias. Eles estão até mesmo nos ajudando a planejar o funeral da Emily.” Somente após esse momento, três outros casais se adiantaram e cercaram Emily e seus pais. “ Sempre viemos juntos para a igreja, como um grupo”, disse um dos membros do grupo. Ali estava uma imagem inesquecível! Um grupo firmemente coeso de irmãos que se amavam, dando o melhor de si para aliviar uma das mais cruéis desgraças que a vida pode nos servir. Após uma oração em grupo, todos seguiram pelo corredor lateral em direção à saída .Enquanto saíam, eu pensava: “Onde estaria essa família, onde iria como lidaria com essa mágoa, sem esse apoio ? Não há nada como a igreja local, quando ela funciona corretamente.” (7) A igreja é um corpo de aliança onde o mais forte cuida do mais fraco e o que recebe dons, usa-o em função do corpo e assim cuidamos uns dos outros. “ O propósito do Grupo-célula não é somente o estudo bíblico. Um foco no estudo bíblico intelectualiza a Escritura e externaliza a fé. Grupos cerebrais murcham e morrem. Em contrapartida, grupos-células que enfatizam a edificação dos crentes por meio de uma aplicação da Bíblia,crescem. O objetivo de um grupo-célula não é informação bíblica, mas transformação de vidas”.(9) O pastor Carl F.George,analisando as igrejas, disse: “ Mostre-me um pastor de uma igreja onde os membros são meros espectadores e críticos e nós veremos um pastor cansado e esgotado. Mostre-me um organizado e ativo ministério feito pelos obreiros voluntários onde o pastor funciona como um capacitador e líder espiritual, e eu mostrarei a você uma igreja que não para de crescer porque está habilitada a cuidar uns dos outros e das pessoas que Deus chamou para uma nova vida através deles.” ( 8) 90 Vantagens do trabalho com pequenos grupos 1- Facilita o desenvolvimento da comunhão entre os membros. 2- A Evangelização é feita através de relacionamentos.( Muitas pesquisas têm demonstrado que uma das principais chaves para um evangelismo com êxito é a base em relacionamentos de amizade.) ‘ A evangelização é mais completa e concreta através de relacionamentos pessoais. A grande maioria das pessoas evangelizadas não fica na igreja, a não ser que encontrem amigos.” David Kornfield 3- Produz crescimento qualitativo e quantitativo. 4- Descentraliza o trabalho pastoral 5- Propicia treinamento e crescimento de líderes. “ O pequeno grupo deve ser visto como um componente essencial da estrutura e do ministério da igreja e não como seu substituto.” Howard Snyder ALGUNS TESTEMUNHOS SOBRE OS PEQUENOS GRUPOS: “ As células como tais são oportunas, especialmente por resgatarem a prática da “ Koinonia” e garantir a firmeza dos novos convertidos no seio da igreja.” ( Presbítero Paulo E.Annuncição da 1ª IPI de Curitiba.PR.) ‘ Eu sabia que nossa igreja precisava crescer e ser mais penetrante no meio da comunidade. Já havíamos tentado todos os modelos de evangelização, como por exemplo: Cultos ao ar livre, entrega de folhetos, campanhas, etc... mas nada parecia dar certo em nosso bairro com forte tradição católica e espírita. Comecei a orar mais especificamente pelo bairro, pedindo a Deus uma direção. No final de 1990 nasceu em meu coração o sonho de trabalhar com grupos familiares. Começamos a preparar a liderança e a igreja, e no dia 5 de Março de 1991 começamos com 8 grupos envolvendo cerca de 120 91 pessoas. A cada semana víamos os resultados do trabalho. Em 1992, não multiplicamos o número de grupos e sentimos que a igreja ficou estagnada. Isto nos ensinou que quanto mais se multiplicam os pontos de pregação, mais cresce a igreja.Em 1993 passamos para 13 grupos e o crescimento veio logo pois passamos a ter 170 pessoas participando. Em 1994 passamos a 21 grupos e 270 pessoas . Em 1995 , contamos com 30 grupos familiares e uma média de 400 pessoas participando. A presença da igreja atualmente no bairro é forte e isto tem mudado a vida da igreja e influenciado os nossos vizinhos.” ( Pr. Gedimar de Araújo. 2ª I.P. de Vitória.E.S. Livro: Implantando Grupos Familiares. David Kornfield e Gedimar.Ed. Sepal. P. 18 ) FATORES DE FRACASSO DOS PEQUENOS GRUPOS: Precipitação na implantação – A igreja não foi devidamente preparada para implantar esta visão. Falta de preparo do pastor e da liderança. O pastor e os líderes devem estar comprometidos, se não o programa será apenas mais um, entre outros, na igreja. Imediatismos quanto aos resultados. Falta de material adequado e ênfases corretas, como por exemplo a Evangelização, o poder da oração e a comunhão. Falta de reuniões sistemáticas com os líderes. Falha na preparação de novos líderes. Falha em priorizar : Fazer dos pequenos grupos o trabalho da igreja. Não é um método de evangelismo; é um estilo de ministério. Um método é algo opcional, pode-se usa-lo neste ano e descarta-lo no próximo ano. Os pequenos grupos devem ser o estilo de vida da igreja. PONTOS EM COMUM DE SUCESSO 1 – LIDERANÇA: O líder é uma pessoa espiritual, com espírito missionário, dedicado, pronto a aprender e a servir. 92 2 – LOCAL APROPRIADO : Isto está mais relacionado com o anfitrião que deve ser pessoa bem relacionada na vizinhança e desprendida. Deve verdadeiramente gostar de receber pessoas e fazer de tudo para que elas se sintam bem. 3 – INTEGRANTES : Os membros são comprometidos com a missão do pequeno grupo e da igreja e procuram trazer interessados às reuniões. Oram incessantemente e trabalham. Mantém apontamentos com os nomes das pessoas e suas necessidades e datas especiais. MODELO HIERÁRQUICO DE MINISTÉRIO O modelo hierárquico de ministério tem dominado a igreja ocidental por séculos. Nesse modelo, poucas pessoas no topo da pirâmide são ministros.As igrejas católicas e protestantes têm perpetuado essa estrutura que limita a descentralização do ministério. A igreja ocidental é como uma partida de futebol com 22 jogadores no campo que precisam desesperadamente de descanso e 50 mil pessoas assistindo nas arquibancadas, precisando de exercício. Em muitas igrejas, 10% a 20% das pessoas fazem 80 a 90% do trabalho. O modelo hierárquico da igreja precisa ser virado de ponta cabeça. Modelo tradicional de ministério: Liderança Ministra ----------- ---------- Povo recebe ministério Modelo de Ministério de alto Impacto: Pessoas treinadas do povo ministram ------ --------- A liderança equipa e apóia. A igreja de alto impacto descentraliza o ministério de evangelismo. Os leigos são a melhor ferramenta para o cumprimento da Grande 93 Comissão. São as testemunhas mais eficazes do fato de que o evangelho funciona na vida de gente comum. (9) ( MORRIS,Linus. Uma Igreja de Alto Impacto.Ed.Mundo Cristão.SP. pp.220-221) Que este material sirva para a edificação espiritual e para consolidar ainda mais o nosso amor àquele que deu a vida pela Igreja, o Senhor Jesus Cristo. A Ele toda a Glória ! Este material pode ser usado, desde que mantidos os créditos. Sugestões e retificações: Rev. Sila D.Rabello Av. 31 de Março, 1466 - Paulicéia 13.424 –305 Piracicaba- SP. Tel. ( 19 ) 3421-8361 E-mail : [email protected] CITAÇÕES Capitulo Pequenos Grupos 1 – BANISTER, Doug. A Igreja da Palavra e do Poder. Ed. Vida. p. 84 2 – NOGUEIRA,Paulo. Pequenos Grupos-O caminho para a Comunhão e Ação. IASD.2002. p. 41 3 – BANISTER, Doug. A Igreja da Palavra e do Poder. Ed. Vida. p.144-145 4– MULHOLLAND, Dewey M. Teologia da Igreja . Ed. Shedd. p. 59 5 – NOGUEIRA,Paulo... ibdem .p.66 6 – KORNFIELD, David. Implantando Grupos Familiares.Ed. Sepal. SP. 1995. p. 38-39 7 – HYBELLS, Bill . Liderança Corajosa. Ed. Vida.SP. 2002. p.21 8 – GEORGE, Carl. F. The Coming Church Revolution.Grand Rápids.Revell. 1995.p. 35 9 – MORRIS,Linus. Uma Igreja de Alto Impacto. Ed.Mundo Cristão.SP.2003. p.206 )