PTI 2011 - WORKSHOP DE PESQUISA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO SENAI/DR-BA Projeto de controladores de processos contínuos através de laborátorios virtuais Talitha Evangelista Ferreira da Silva *, Milton Bastos de Souza ** * Bolsista de Iniciação Científica da Faculdade de Tecnologia SENAI CIMATEC, [email protected] **Mestre em Engenharia Elétrica , Orientador de Iniciação Científica da Faculdade de Tecnologia SENAI CIMATEC, [email protected] Resumo Este trabalho tem como objetivo à implementação de experimentos virtuais em controle de processo com o Laboratory Virtual Instrument Engineering Workbench (LabVIEW), onde o usuário possa interagir com as simulações através de uma interface amigável, em um sistema simples e eficiente, que possibilite efetuar experiências de malhas de controle. A finalidade é possibilitar a execução de experiências reais de sistemas de controle de malhas de nível e temperatura, em uma tela interativa com objetivo de ajudar o pesquisador na solução dos seus problemas em automação industrial, dispondo de ferramentas que são capazes de realizar experiências voltadas, principalmente, para implementação de tópicos no estudo de sistemas de controle, tais como monitoração de sistemas em malha aberta, malha fechada, sistemas de primeira e de segunda ordem, implementação de vários tipos de estratégias de controle de processos. A ferramenta de trabalho será LabVIEW, versão 2009, que possui telas que representam o processo e que podem ser animados em função das informações recebidas pelo CLP, controladores, etc. Palavras-Chave: Implementação; LabVIEW; Controle de malhas. 1. Introdução Na automação industrial, controladores de processo são equipamentos responsáveis pelo controle de processo industrial ou parte dele através de algoritmos de controle específicos, tais como PID, lógica fuzzy ou redes neurais. Em grande parte das configurações, um controlador é responsável por uma única malha de controle. Esses instrumentos são dedicados em sua função e podem enviar dados diversos para outros dispositivos ou outras malhas no processo. Entre outros, podemos encontrar em diversos tipos de plantas industriais, controladores de temperatura (pirômetros), vazão, pressão, nível, posicionamento, etc. Em geral isso é feito por controladores lógicos programáveis (CLPs), sistemas digitais de controle distribuído (SDCDs) ou equipamentos semelhantes. Tanto a indústria de processos quanto a de manufatura estão sob uma pressão crescente para maximizar a eficiência, reduzir o tempo ocioso e aumentar o rendimento. Engenheiros e especialistas na área reconhecem que o segredo para fazer essas implementações são informações precisas e atualizadas. Entretanto, o desenvolvimento da informação é complicado devido à grande variedade de software e hardware existente em uma planta industrial e a limitação de sistemas tradicionais. A incorporação de um ambiente de desenvolvimento gráfico (laboratório virtual), em 1 PTI 2011 - WORKSHOP DE PESQUISA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO SENAI/DR-BA um sistema já existente, serve para adicionar medições, analisar o processo para coletar dados complexos e convertê-los em informações úteis. Além disso, devido à fácil integração deste laboratório, é possível conectar e fornecer a informação onde ela for necessária seja em um banco de dados, um painel baseado em web ou até em um hardware de controle já existente. A estrutura de sistema de controle simulada utiliza a arquitetura clássica de controlador em série com a planta a ser controlada e com esquema de realimentação unitária. Na simulação, o usuário pode visualizar e entrar com valores para parâmetros como: tipo de controlador P (proporcional) ou I (integral) ou PI (proporcional/integral) ou PD (proporcional/derivativo) ou PID (proporcional/integral/ derivativo), tipo de planta (1ª ou 2ª ordem), podendo possuir dinâmica no numerador (zeros), além de atraso de transporte; sinal de perturbação de carga e entrada tipo degrau ou senoidal ou ainda uma combinação de ambos. O LabVIEW é o laboratório virtual que será utilizado pelo pesquisador, é um ambiente de desenvolvimento gráfico que complementa o IEC 61131-3 baseado em CLPs, incorporando um computador pessoal (PC) e tecnologias embarcadas para análises em tempo real, monitoramento, controle avançado, e manutenção preditiva. É possível aumentar significantemente o desempenho, produtividade e disponibilidade utilizando LabVIEW em seus sistemas baseados em CLPs. Ele aumenta a capacidade de medições industriais com novas funcionalidades projetadas para análise e controle avançados, gerenciamento de sistemas distribuídos aprimorados e novas interfaces homem-máquina (IHMs). Com o LabVIEW, o usuário pode utilizar uma ferramenta de software para desenvolver e projetar sistemas industriais e implementar sistemas industriais de alto desempenho em medições, controle e análise avançada baseados em arranjo de portas programável em campo(FPGA), comunicação com sistemas existentes, e interfaces homem máquina. Assim sendo, a inserção de ferramentas virtuais que possa subsidiar pesquisadores em soluções de automação será de grande valia para faculdade SENAI Cimatec. Ela permitirá a resolução de problemas com o mínimo de investimento em infraestrutura. Além disso, a atualização destas ferramentas será basicamente atualização de software e isto não onerará muito o custo do laboratório de automação, quando comparado com laboratórios de automação e controle baseados na utilização de Plantas Pilotos. 2. Revisão bibliográfica Para comprender os elementos que compõem uma malha de controle, foi utilizado o livro de OGATA, Engenharia de Controle Moderno. Para a parte de metrologia, tais como:o resultado de uma medição, para expressar de forma numérica o valor de uma grandeza física, sempre esta associada a uma incerteza inerente ao processo; os fatores que influenciam nos erros dos valores medidos devem ser do conhecimento do operador, tais como condições ambientais que impliquem em correções para comparação com os valores normalizados; métodos indiretos de medida quem envolvam operações matemáticas; instrumentos envolvidos, foi 2 PTI 2011 - WORKSHOP DE PESQUISA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO SENAI/DR-BA utilizado o livro do autor Lira, Francisco Adval de. Metrologia na Indústria. 2.ed. São Paulo. O conhecimento de Instrumentação Industrial foi de extrema importância para este projeto e pode ser obtido através do livro de SOISSON, Harold E. Instrumentação industrial. Paraná: Hemus, 2002. Estudo teórico e prático (lições de apredizagem) foi obtido no manual LABView Básico I e II, e além disso pode obter informações sobre outros projetos acadêmicos no próprio site da National Instruments que ajudou bastante em alguns problemas que obtive. 3. Metodologia Primeiramente foi necessário obter um conhecimento sobre instrumentação industrial, especificamente sobre os elementos que compõem uma malha de controle, esse estudo foi realizado através do livro de OGATA, Engenharia de Controle Moderno, onde há dois tipos de malhas: aberta e fechada. A primeira é quando a saída do sistema de controle não tem efeito na ação do controle, ou seja, a saída nem é medida nem é realimentada para comparação com a entrada, se houver distúrbios num sistema deste tipo a tarefa não será desempenhada. Já a malha fechada, o sinal de saída possui um efeito direto na ação de controle, são sistemas realimentados para que se reduza o erro e a saída mantenha-se em um valor desejado. Entender a diferença de malha aberta e fechada é de extrema importância para identificar e definir as entradas e saídas para que se possa projetar um algoritmo, fluxograma e/ou diagrama de transição de estados para ajudá-lo a chegar à solução do software. Os elementos que compõem uma malha são: variáveis de processo, variável controlada, variável manipulada, meio controlado e agente de controle. As variáveis de processo são aquelas condições externas e internas que afetam o desempenho do processo. O processo pode ser controlado medindo-se a variável que representa o estado desejado e ajustando automaticamente as demais, de maneira a se conseguir um valor desejado para a variável controlada. Variável controlada ou variável do processo indica mais diretamente a forma ou o estado desejado do produto. Variável Manipulada é aquela que o controlador atua sobre ela, com a intenção de manter sempre o valor desejado, ela pode ser qualquer variável que cause uma variação rápida na variável controlada do processo. Meio controlado é a energia ou material no qual a variável é controlada. Por fim, agente de controle é a energia ou material do processo, enquanto a variável manipulada corresponde a uma condição ou característica. A segunda parte do processo foi o estudo do LabVIEW Básico I e II.O manual do LabVIEW ajuda a ter um introdução ao software, que é uma linguagem de programação gráfica que usa “icons” ao invés de linhas de texto para criar programa.Estudando este manual ficou simples:entender painéis frontais, diagramas e blocos, ícones e connector panes,usar as estruturas de programação e tipos de dados que existem no LabVIEW,utilizar várias técnicas de edição e depuração,criar e salvar Vis (instrumentos virtuais) para que estas sejam utilizadas como sub Vis, mostrar e armazenar dados, criar aplicações que utilizam dispositivos DAQ (sistema de aquisição de dados).Este módulo utiliza um método de desenvolvimento de software que serve como estrutura para o desenvolvimento prático de todos os exercícios. Na maioria dos exercícios, é passado um cenário e passos do projeto. Depois você completa a implementação com testes e os passos de manutenção. Só 3 PTI 2011 - WORKSHOP DE PESQUISA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO SENAI/DR-BA assim, foi possível aprender a criar implementações de sucesso. No método de desenvolvimento de software, há os seguintes passos: Definir o problema (cenário), Desenvolver um algoritmo e/ou um fluxograma, implementar o projeto, Testar e verificar a implementação, Manter e atualizar a implementação. Durante este estágio do método de desenvolvimento de software, é definido qual é o problema para que você possa abordá-lo com todos os fatores identificados. Você pode ignorar fatores externos durante esta fase e focar no núcleo do problema que você deve resolver. A maneira que o problema é identificado inicialmente pode economizar tempo enquanto se projeta e implementa a solução. Após determinar o escopo do problema, é preciso projetar uma solução analisando o problema. Parte da análise da solução é identificar as entradas e saídas do programa, assim como qualquer requisito adicional. Após serem definidas as entradas (As entradas indicam o dado puro que você precisa processar durante a resolução do problema.) e saídas (As saídas representam o resultado de cálculos, processamento ou outras condições que o processo de solução do problema implemente.), pode-se projetar um algoritmo, fluxograma e/ou diagrama de transição de estados para ajudá-lo a chegar à solução do software. Um algoritmo é uma série de passos que processam suas entradas e criam as saídas. O diagrama de transição de estados é um tipo específico de fluxograma muito utilizado quando são criadas máquinas de estados no LabVIEW, permitem que você indique claramente os estados do programa e o que causa uma transição do programa de um estado para o próximo. No estágio de programação, na verdade é criado um código para seu algoritmo ou fluxograma. Quando escrevemos um código em linguagens baseadas em texto, o algoritmo traduz satisfatoriamente a cada linha de código, dependendo do nível de detalhe mostrado no algoritmo. Devido o LabVIEW ser uma linguagem gráfica de programação, o fluxograma funciona quase da mesma maneira. Na Lição 10, estudaremos Técnicas e Padrões Comuns de Projeto, aonde teremos mais informações sobre implementação de Vis a partir de um fluxograma ou um diagrama de transição de estados. Devido o LabVIEW ser uma linguagem gráfica de programação, o fluxograma funciona quase da mesma maneira. Na Lição 10, foram estudados Técnicas e Padrões Comuns de Projeto, aonde obtive mais informações sobre a programação de Vis a partir de um fluxograma ou um diagrama de transição de estados. Teste e verificação é uma parte importante do método de desenvolvimento de software. É necessário ter certeza de testar sua implementação com dados que são e não são lógicos para a solução criada. Testar dados lógicos verifica que as entradas produzem o resultado esperado. Ao testar com dados não lógicos, você pode verificar se o código faz um gerenciamento efetivo de erros. A manutenção é um processo contínuo de resolução de erros de programação adicionando mudanças em paralelo à solução original de um problema. Atualmente vem sendo estudado controle de nível no LabVIEW, esse controle pode ser feito pela medição direta ou indireta. Pelo método de medição direta, é a medição em que tomamos como referência a posição do plano superior da substância medida, pode ser realizada: pela observação visual direta, através de comparação com uma escala graduada; pela determinação da posição de um detector, como uma bóia, sobre a superfície do produto que se deseja medir; pelo contato de eletrodos com a superfície livre do nível a ser medido; pela interrupção de um feixe de luz enviado para uma célula fotoelétrica, pela interposição entre o 4 PTI 2011 - WORKSHOP DE PESQUISA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO SENAI/DR-BA emissor e a célula do produto cujo nível se deseja medir; pela reflexão de ondas de rádio ou sônicas na superfície livre do produto. Já a medição indireta, é o tipo de medição que se faz para determinar o nível em função de uma segunda variável. Agora o estudo está voltado para fazer o controle de nível com LabView, um passoa-passo de como conseguir realizar e como usar os VI´s, para inicio é possível controlar pela plataforma de booking, no browser, é possível escolher três modos de interação: Main Painel, Graphs ou Level Control. No modo Main Panel, supondo que seja o controle de nível de água, num sistema com uma bomba, pode atuara bomba e a válvula de descarga e variar o fluxo de entrada de água, ao mesmo tempo é possível monitorar o estado dos vários detectores (on/off) e o valor do nível de água medido pelo instrumento utilizado.Se utilizado o Graphs, pode-se ver a evolução gráfica do nível de água no tanque superior para cada VI utilizado, existe um check boxes para cada VI. Finalmente, se for utilizado o modo de interação Level Control, pode-se observar o comportamento do sistema quando ativado um controlador de nível PID, para que isso ocorra é necessário seguir alguns passos: 1. Introduzir o ganho proporcional (Kc), a constante de integração (Ti) e a constante de derivação (Td). 2. Visualizar o nível atual de água, nesse caso, (medido pelo VI) e introduzir a referência do nível desejado. 3. Pressiona o botão START para iniciar o controle. 4. Resultados e Discussão Este projeto teve como finalidade a elaboração de um sistema de monitoração e controle de ensaios experimentais. Foi desenvolvido uma infra-estrutura com base em instrumentação virtual e uma metodologia para o desenvolvimento de um laboratório virtual, utilizando LabVIEW da National Instruments. O intuito maior foi o controle dos parâmetros de funcionamento de um sistema real de controle de nível, temperatura e pressão, utilizando uma interface amigável e intuitiva. Sendo assim foi possível contribuir com a aquisição de dados a distância para auxiliar no estudo de sistemas reais e virtuais que disponham de controle e a disposição de dados para elaboração de um relatório didático. 5. Conclusões Com os estudos realizados e entendimento dos tópicos no manual do LabVIEW foi possível estar apta para começar a resolver os problemas passados no manual e até mesmo os que obtive ao longo da pesquisa . Os projetos como de controle de nível, temperatura e pressão foram realizados satisfatoriamente até o presente momento. 6. Referências NATIONAL INSTRUMENTS. LabVIEW 5.1. Austin: National Instruments, c1999 disponível em: <http://cnx.org/content/m12193/latest > PERSON, Addison-Wesley. Engenharia de Software. 8. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2007. 240-256 p. 5 PTI 2011 - WORKSHOP DE PESQUISA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO SENAI/DR-BA OGATA, Katsuhiko. Engenharia de controle moderno. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2003. 813 p. ISBN 85-2161243-5 KESTER, Walt. Data Conversion handbook. Amsterdam: Elsevier, 2005. 895 p. ISBN 13: 978-0-7506-78414,10: 0-7506-7 SMITH, Gary W. Controle de qualidade na indústria de malhas. Rio de Janeiro: SENAI/CETIQT, 1987. 74 p. NATIONAL INSTRUMENTS. Disponível em: http://www.ni.com/dataacquisition 6