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Código genético
Maria Bonita
Debutante no circuito dos interiores, Maria di Pace
segue o legado da família ao atualizar o estilo clássico
e sofisticado do clã, como fez nesse casarão
paulistano com casca assinada pelo irmão, Raul
Por Allex Colontonio Fotos Christian Maldonado Stylist Chialin Chiang
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LEGADO PATERNAL
No living, as poltronas e o
biombo são da Loja Teo, o sofá
de couro é da Danish Design
e o azul, da Orbi Brasil. As
banquetas de cerâmica são de
Guido Totoli, tapete By Kamy
e a cadeira de asas da Orbi
Brasil. A foto ao fundo é de
Tripolli. Na dupla de abertura,
Maria di Pace na entrada
da casa, ao fundo, abacaxis
de Guido Totoli. No deck da
piscina, cadeiras da Dedon
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Ela foi apresentada ao grand monde do décor na última edição da
Mostra Black, ao projetar um home office impregnado pelo elegante DNA da linhagem di Pace, mas com twist de coisa nova no
ar. Na quinta geração da tradicional família italiana de artistas,
arquitetos e galeristas, filha do legendário Hugo di Pace (nome
estelar do apogeu do décor brasuca entre as décadas de 60 e 70,
“época em que o cliente só podia entrar na própria casa no dia da
entrega do projeto, quando era recebido pelo decorador a bordo
de uma flûte de champanhe”), Maria trilha agora a própria senda.
Aos 30 anos, publicitária por formação e esteta por vocação, assume de vez o quinhão – e a prancheta – de seu legado.
“Após viver um tempo na Itália e outro na Suíça, e atuar em grandes agências daqui, comecei a trabalhar com o meu pai e meu irmão
para coordenar o escritório, já que tinha dois gênios da arquitetura
muito mais focados na criação do que no administrativo. Também
havia estudado design e meus amigos me procuravam muito para
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“Absorvi do meu pai
a maneira de garimpar
objetos com história,
peças que provoquem
impacto em quem
entra no ambiente.
Adaptei esse conceito
ao meu estilo, que
é bem diferente do dele”
MODERNISTA-ROMÂNTICA
fazer projetos. Foi a oportunidade para criar um novo braço da empresa, para um público mais jovem, com budget mais específico, interessado em projetos únicos e especiais”, conta Maria.
Esse casarão, de quase 1.200 metros quadrados só de área construída no Morumbi, São Paulo, é um dos frutos da parceria fraterna. O
volume arquitetônico seco de concreto armado rasgado por grandes
planos de vidro que descortinam a vista do Jockey Club de São Paulo, com espaços fluidos e superdimensionados, tem a elegância cara
aos di Pace, aqui materializada pelo irmão mais velho de Maria, Raul.
“Nossos trabalhos se complementam muito bem”, diz ela.
Distribuída em três grandes pavimentos, a morada se apropria
das formas orgânicas do lote em declive para tirar partido da paisagem mezzo urbana, mezzo arborizada típica do bairro. A hierarquia é elementar: garagem e serviços funcionam na cota mais
baixa; estar e convivência no piso intermediário; domínios privativos no piso superior – com direito a loft-solário no topo, tudo
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Acima, mesa da Loja Teo, tapete
By Kamy, poltrona e cadeira
da Danish Design e obra de Akira
Cravo, da Lume Photos. Na página
ao lado, a sala de jantar tem
aparador da Crie Alpendre, tecido
na parede da Entreposto, torres
de laranja Guido Totoli e obras
de Florian Raiss, da Lume Photos.
Detalhe da poltrona suspensa
da Dedon. Na dupla seguinte,
Maria posa na piscina. Assistente
de fotografia Marcelo Guanabara,
make/hair Patricia Martinelli
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Design
acessado pelos lances de escada de mármore travertino ou pelo
elevador. “O projeto do Raul é um exemplo de discrição. Contido
entre singelos muros, não revela o mínimo conteúdo que protege.
Nesse jogo do que mostrar e esconder, o vidro, utilizado substancialmente como elemento de fechamento, é um material-chave
que apenas insinua os limites entre as áreas internas e externas”,
explica Maria, que usou e abusou desse grande vão livre da área
social e da quase indistinção entre dentro e fora para desfilar seu
décor chic com mistura fina de design e antiguidades. “Trabalho
muito com o instinto. Meu estilo pode ser classificado como um
contemporâneo-modernista-romântico”, diz.
Móveis brasileiros dos anos 1950 e 1960, peças da melhor produção escandinava contemporânea, o mobiliário moderninho de
fibras da alemã Dedon e arte de primeira pinçada nas boas galerias do circuito, imprimem a escola cool da herdeira. “Amo fotografia e indico aos meus clientes por ser uma arte talvez um
pouco mais acessível. Também acho importante valorizar o artista brasileiro e apostei em nomes como Florian Raiss, Zé Bezerra,
Zé Bento, Akira Cravo e Tripolli”, conta sobre as cerejas do bolo
do imenso saguão quase sem paredes onde hall, living, escritório
e sala de jantar acontecem simultaneamente, desembocando no
jardim com piscina encaixada no deque praticamente dependurado sobre o skyline da cidade – lindo de ver.
Olhando de longe, comparar o trabalho de Maria ao do pai e ao
do irmão é inevitável. De perto, fica clara a personalidade da menina bonita que flana com desenvoltura pelo ofício que acaba de
abraçar. “Cresci respirando o trabalho dele. Meu pai sempre nos
levou às obras, nos fazia participar muito e sempre colecionou
arte. Absorvi sua maneira de garimpar objetos, de usar peças que
tenham história, que sejam únicas e que provoquem impacto em
quem entra no ambiente, além de sempre ter o cliente como protagonista dos projetos. Adaptei esse conceito ao meu estilo, que
é bem diferente do dele”. Maria, a menina bonita que respira os
ares do high-décor desde o berço, pede passagem.
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Confira a versão extended com o código: N7Q7KZ1GKR
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Maria Bonita - Orbi Brasil