59º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 59o Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2013 Hotel Monte Real Resort • Águas de Lindóia • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 27 O aumento do conhecimento sobre evolução biológica faz diferença na aceitação do criacionismo como alternativa à evolução? Silva, MA; Kavalco, KF; Pazza, R Laboratório de Genética Ecológica e Evolutiva, Universidade Federal de Viçosa, Campus Rio Paranaíba [email protected] Palavras-chave: criacionismo, biologia evolutiva, Ensino Superior, Evolução, Ensino Estudos anteriores demonstraram maior tendência de alunos ingressantes no curso de Ciências Biológicas em acertar questões relacionadas à evolução biológica quando comparado com calouros de outros cursos. Com o objetivo de avaliar a formação do biólogo como agente da mudança de ideias e concepções sobre a biodiversidade e a evolução biológica, comparamos os resultados obtidos com alunos recém-ingressos no curso de Ciências Biológicas com os formandos. Através de 10 questões de múltipla escolha sobre temas da evolução biológica em nível de Ensino Médio e relacionadas com a aceitação do criacionismo, religião/posição filosófica, entre outras, avaliamos alunos formandos em Ciências Biológicas na Universidade Federal de Viçosa, Campus de Rio Paranaíba, comparando os resultados com os obtidos previamente entre os calouros. A média geral das 10 questões entre os formandos (8,9) foi significativamente superior ao dos calouros (6,3) de acordo com o teste de análise de variância (p<0,001), o que seria esperado após terem cursado as disciplinas de Evolução e demais componentes da matriz curricular do curso. Apesar de ainda ser a questão com menor índice de acertos, a relacionada com as fontes de variação mostrou o maior crescimento, saltando de 12,5% para 68,4% de acertos. O papel do acaso na evolução também foi uma das questões que apresentaram grande incremento no número de acertos, passando de 39,5% para 94,7%. Outra questão com grande incremento no número de acertos foi a relacionada com a evolução de bactérias resistentes a antibióticos, passando de 52,5% para 100% de acertos. Por outro lado, pouca variação no número de acertos foi observada para a questão sobre a homologia entre braço humano e asa de morcego (72,5% e 73,7% para calouros e formandos, respectivamente). A proporção de alunos que aceitam o criacionismo como alternativa à evolução não apresentou variação significativa entre calouros e formandos (32,5% e 36,8%, respectivamente, p>0,01). Diferentemente do observado entre os calouros, entre os formandos a diferença na média das 10 questões entre os que aceitam o criacionismo como alternativa e os que não aceitam foi significativa (8,1 e 9,3, respectivamente, p<0,001). A aceitação do criacionismo foi maior entre evangélicos (66,6%) e católicos (50%). Assim como entre os calouros, não houve diferença significativa entre as médias de alunos com diferentes posições religiosas ou filosóficas. Apesar do claro aumento no nível de conhecimento dos formandos sobre evolução biológica, o que seria esperado pelo conteúdo das disciplinas do curso, é possível observar que algumas questões permanecem confusas, especialmente no que diz respeito à homologias e analogias. Por outro lado, o número de formandos aceitando o ensino de criacionismo como alternativa à evolução é preocupante, uma vez que o curso de Ciências Biológicas forma profissionais que poderão atuar na docência de jovens e crianças. Apoio Financeiro: FAPEMIG