Escravatura
• Em praça pública, para servirem de exemplo aos
demais, os negros sofriam .seus castigos. A escravidão
negra no Brasil, iniciada, segundo alguns autores, em
1532, estendeu-se até 1888. Foram mais de três
séculos e meio de escravatura, condição em que o
negro desempenhou importante papel na colonização e,
depois, no desenvolvimento econômico do Império. Os
africanos entravam no Brasil principalmente através dos
portos do Rio de Janeiro, de Salvador, do Recife e de
São Luís do Maranhão, de onde se espalhavam por todo
o território brasileiro. Muitas vezes, revoltados com sua
condição, fugiam de seus senhores, chegando a
organizar-se em quilombos, cujo principal, o de
Palmares, em Alagoas, conseguiu tornar-se um
verdadeiro estado negro dentro da colônia portuguesa
• No Brasil, o elemento negro começou a ser Introduzido com os
primeiros engenhos de açúcar de São Vicente. Para alguns
historiadores, os escravos africanos aqui chegaram com Martim
Afonso de Sousa, em sua expedição de 1532. Durante quase 50
anos este tráfico foi regular, e em 1583 realizou-se o primeiro
contrato para a introdução da mão-de-obra africana no Brasil,
assinado entre Salvador Correia de Sá, governador da Cidade do
Rio de Janeiro, e São João Gutiérres Valéria. Um século mais tarde
já havia nas lavouras brasileiras 50 mil escravos negros, a maioria
em Pernambuco. Em 1755, o Marquês de Pombal criou a
Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão e, em
1759 a de Pernambuco e Paraiba, as quais introduzindo grande
número de negros africanos, fomentaram o progresso material do
Nordeste brasileiro.
• Tencionando contar com o elemento
• A incapacidade de adaptação do indígena
para a maioria das tarefas colonizadoras e
depois as leis de proibição do cativeiro do
índio fizeram com que o tráfico negreiro
para o Brasil aumentasse a partir de fins
do século XVI e se mantivesse numa
crescente progressão até meados do séc.
XIX
• Durante o Primeiro Reinado, os
negociantes de escravos com armazéns
no Valongo e no Aljube eram os
comerciantes mais prósperos do Rio de
Janeiro. Mais tarde, quando a Inglaterra
passou a perseguir os navios e a
confiscar seus carregamentos, o preço
dos escravos foi inflacionado
• Um dos cálculos que encontra mais defensores é o do
historiador Afonso de E. Taunay, que forneceu um total
de 3.600.000 escravos africanos desembarcados no
Brasil. discriminando-os pelos diversos séculos:
100.000, no XVI; 600.000, no XVII; 1.300.000. no XVIII:
e 1.600.000 no século XIX.
• O que se pode afirmar, com menor margem de erro, é
que já em meados do século XVII a população escrava
no Brasil superava a população livre: em 1660, o Brasil
contava 74.000 brancos para 110.000 escravos. uma
situação que prevaleceu atémeados do século XIX. pois
os cálculos efetuados em 1816 acusavam que, dos
3.358.500 habitantes do Brasil, 1.428.500 eram livres,
inclusive pretos e pardos forros, e 1.930.000 escravos
• Os negros escravos foram os
principais - e às vezes únicos
trabalhadores nas lavouras de açúcar,
café e algodão, e na pavimentação de
ruas, no Rio de Janeiro
• Aos escravos cabiam todos os serviços
das plantações, desde a derrubada das
matas, a queima dos troncos e a limpeza
do terreno, até o plantio, a colheita e o
preparo do produto para a venda. A
abertura de caminhos e a construção da
casa-grande e da senzala eram também
tarefas dos escravos
• Com o correr do tempo, uma pequena
aldeia começou a nascer. Ergueram-se
cercas para a criação de animais,
lavraram-se os campos adjacentes,
iniciando-se a cultura de milho, feijão e
mandioca, que passaram a constituir a
base de sua alimentação, enriquecida de
ovos e de carne de porco.
• Os erros, a preguiça ou a desobediência
eram punidos das mais diversas
maneiras, desde a palmatória e o chicote
até os castigos mais violentos,dados
publicamente para servirem de exemplos.
• Os instrumentos usados na punição dos
escravos eram não apenas para supliciáIos, mas também para causar-lhes
humilhação.
• Apesar da vigilância severa dos feitores,
muitos escravos fugiam das fazendas e
eram então perseguidos pelos capitãesdo- mato, ou capitães- do-campo, homens
que, em busca de recompensariam à
procura dos escravos foragidos.
• Mais tarde, já no século XIX, começou a nova fase na
história dos escravos - a da abolição. Surgiram então os
clubes abolicionistas, os jornais que em suas páginas
pregavam por liberdade, os partidos abolicionistas, os
intelectuais, os políticos, os poetas, que como Castro
Alves clamavam por justiça e por resgate, em versos
como:
• Lá na última senzala
• Sentado na estreita sala,
• Junto ao braseiro, no chão, Entoa o escravo seu canto,
• E ao cantar correm-lhe em pranto Saudades do seu
torrão...
• Ou então:
• Cai, orvaltto de sanguedo escravo,Cai, orvalho, na face do algoz.
Cresce, cresce, seara vermelha, Cresce, cresce, vingança feroz.Em
O Navio Negreiro colocou o poeta toda a sua alma, toda a sua
sensibilidade em favor do escravo, quando vociferou:E existe um
povo que a bandeiraempresta,Pra cobrir tanta infâmia e
cobardia..........................................................Auriverde pendão de
minha terra, Que a brisa do Brasil beija e balança,Estandarte que a
luz do sol encerra,E as promessas divinas da esperança. ..Tu, que
da liberdade após a guerra,Foste hasteado dos heróis na
lançaAntes te houvessem roto na batalha,Que servires a um povo
de mortalha!..........................................................Andrada! arranca
este pendão dosares!Colombo! fecha a porta dos teusmares!
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