inF Or M at i v O d a a S S Oc i a ç à O dO S OF ic i a i S d a Br iG a d a Mil i ta r i a nO 1 i núMer O 3 SuceSSO na carreira, qualidade nO traBalhO Com experiência de 33 anos na Brigada Militar, coronel alfeu Freitas Moreira relata, em entrevista, a importância de manter a motivação no trabalho a fim de valorizar, ainda mais, a carreira do Oficial. Conforme o Coronel, o compromisso de encontrar esse caminho está nas mãos dos gestores que estão à frente das equipes e que têm, entre suas atribuições, o dever de direcionar esforços para aprimorar a cada dia a profissão. Além disso, ele acredita que é essencial estar presente em todos os debates e eventos cujo tema principal é segurança pública. i M a r ç O de 2015 edi t o r ia l B r as í l ia “Se queres a Paz, prepara – te para a Guerra!” O Informativo Viva Voz que chega às suas mãos, prezado associado, visa a descortinar temas palpitantes que devem ocupar lugar de destaque na Assembleia Geral Extraordinária da sua entidade de classe, que ocorrerá no Clube Farrapos, dia 18 de abril 2015, às 14 horas. Não deixe de ao prestigiar a entrevista com o nosso Comandante-Geral, perceber que a ASOFBM trabalha diuturnamente na valorização da carreira e em benefício da imagem institucional. O artigo assinado pelo Capitão Diogo Botelho Franco trata da compatibilidade entre a remuneração por subsídio e as gratificações incorporadas, tema até bem pouco tempo considerado “tabu” entre os integrantes da Carreira de Nível Superior. O momento de excelência por que passa a odontologia da Brigada Militar não passou despercebido pelo informativo que você tem em mãos. Notável exemplo disso pode ser apreciado na matéria produzida com o Capitão Dentista Maximiliano Schünke, motivo de orgulho ao valoroso quadro de Oficiais de Saúde da Corporação. Ao finalizar, colhemos o ensejo para solicitar que os Oficiais se pré-agendem e garantam participação expressiva em nossa Assembleia Geral Extraordinária, pois a sua voz, o seu voto e a sua força farão toda diferença! Não esqueçamos que o cenário estadual está desfavorável na medida em que é pautado pelo desequilíbrio financeiro. A surrada advertência romana, parece absolutamente adequada: “Se queres a Paz, prepara-te para a Guerra!”. Presidente da ASOFBM 2 Diretores da asofbm marcam presença em eventos da segurança pública ASOFBM participa da posse da Frente Parlamentar da Segurança Pública e de pauta conjunta com a FENEME Nos dias 24 e 25 de fevereiro, a ASOFBM, por meio dos diretores Major Marcelo Specht e a Capitã Letícia Dall’Igna, estiveram em Brasília com o objetivo de cumprir pauta conjunta com a Federação Nacional de Entidades de Oficiais Militares Estaduais – FENEME. Na ocasião, os Oficiais participaram da posse da Frente Parlamentar da Segurança Pública presidida pelo deputado Alberto Fraga, Coronel da Reserva da PM do Distrito Federal e que tem o Deputado Onyx Lorenzoni do DEM do RS como representante da região sul na frente. Na sequência, os Oficiais acompanharam, na Câmara dos Deputados, o ato em homenagem a policiais, bombeiros e agentes penitenciários de todo o Brasil que foram assassinados durante o serviço ou em decorrência deste. Após, os diretores participaram de uma reunião com o diretor de assuntos legislativos da FENEME e chefe de gabinete do Deputado Major Olímpio, Coronel Elias Miller, e com o chefe de gabinete do Deputado Alberto Fraga, Coronel Fonseca, a qual teve como pauta assuntos que serão discutidos durante o ano legislativo, de fundamental interesse das polícias militares, como, por exemplo, o andamento da PEC 423/14 e do PL 4363/01, respectivamente, PEC do Ciclo Completo e Lei Orgânica das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares. Segundo o Major Specht, 2015 será um ano de muita movimentação nas duas casas legislativas federais, devido ao andamento e à votação de projetos que têm a participação efetiva das entidades de classe dos oficiais das polícias militares do Brasil, em um trabalho conjunto com a FENEME. VIVA VOZ é uma publicação mensal da Associação dos Oficiais da Brigada Militar com distribuição gratuita aos associados Endereço: Travessa Francisco de Leonardo Truda, 40 conj. 28 Porto Alegre/RS Brasil CEP 90010-050 Telefone: 51 3221.9768 coordenação: Marcelo Gomes Frota Execução: Informare Comunicação Empresarial Jornalista Responsável: Vanessa Pagliarini Gomes (MTB 10.585) Edição: Fernanda Doering revisão: Carine Prates Projeto Gráfico e Diagramação: Luciane Trindade Impressão: Gráfica PAllotti INTEGRAÇÃO Presidente da FENEME visita ASOFBM Em passagem por Porto Alegre, o presidente da Federação Nacional das Entidades de Oficiais Militares Estaduais (FENEME) esteve na ASOFBM para uma visita. Na ocasião, o Cel PMSC RR Marlon Jorge Teza foi recebido pelo Major Adenir Brito. Após, o presidente da ASOFBM, Cel Marcelo Gomes Frota, o vice-presidente da ASOFBM, Cap Roger Nardys Vasconcellos, e o ex-presidente da ASOFBM, Cel Altair de Freitas Cunha encontraram o Cel Marlon para um almoço. O Cel Marlon veio à convite da ASOFBM participar de um programa de televisão para abordar a questão da polícia militar na constituição e atacar a ideia de desmilitarização. “A solução não está em desmilitarizar as polícias.” De acordo com o presidente da FENEME, a federação nacional surgiu de uma conversa entre ele e o ex-presidente da ASOFBM, Cel Altair. “Na época, precisávamos juntar forças através de todas as entidades de Oficiais, para que pudéssemos fazer frente as questões nacionais das polícias militares e do corpo de bombeiros, foi aí que nasceu a FENEME em dezembro de 2006”. Segundo o Cel Marlon, a FENEME conta hoje com 38 entidades federadas: “Temos em torno de 36 mil oficiais que, indiretamente, são nossos federados. Temos uma representação muito boa em Brasília. Atuamos junto ao Congresso, ao Legislativo, ao Executivo e até ao Judiciário com ações em nível nacional em defesa das políciais militares e do corpo de bombeiros, além dos próprios policiais militares, especialmente os Oficiais. Aqui mesmo, o Cel Marcelo Frota, presidente da ASOFBM e também diretor regional (PR, SC e RS) da FENEME”. Brasília “Nossa pauta principal são os interesses das instituições militares dos Estados, as quais são tão combatidas cEL MARLON VEIO A PORTO ALEGRE E PARTICIPOU DE UM PROGRAMA DE TV e tão mal entendidas pelas pessoas. Essa é a razão pela qual existe a FENEME. Além de congregar os interesses os interesses das entidades filiadas de todo o Brasil para que tenham um único rumo, para que não haja dispersão de esforços. Temos conseguido isso, as entidades, como é o caso da ASOFBM, que tem participado muito ativamente desse processo”. Salários “A questão da melhoria salarial vem com o tempo e principalmente com o trabalho das entidades representativas. Elas é que vão fomentar tudo isso. Deve ser construído um ambiente político favorável, para a polícia militar e para os bombeiros serem bem entendidos. Os políticos precisam entender que se eles valorizarem bem a sua instituição policial eles terão resultado. Essa constatação é tão verdadeira que Santa Catarina, no ano passado, teve o menor índice de homicídios por 100 mil habitantes. Isto não é em vão. Houve um aporte de condições de trabalho para a polícia militar e os bombeiros de Santa Catarina. E o resultado os esse”. Efetivo “O Efetivo tanto da polícia militar quanto do Corpo de Bombeiros tem mantido regularidade nas inclusões, tanto para o praça quanto para o Oficial. Todo ano temos inclusões. Não há lapso temporal. Isto é importante para que se consiga cobrir o pessoal que foi para reserva, ou o pessoal que sai da instituição por outro motivo: a ideia é cobrir e sempre aumentar, conforme aumenta a população. Em Santa Catarina se trabalha nesse sentido, há uma regularidade de um tempo para cá. Não digo que vamos completar o efetivo, mas sim manter uma quantidade que dê conta do recado”. O Cel Marlon finalizou convidando a ASOFBM se fazer presente no ENEME que acontecerá no mês de abril em Vitória, no Espírito Santo, ocasião em que os altos interesses das Polícias Militares e do Corpo de Bombeiros Militares estarão em discussão, e a ASOFBM, seguindo suas palavras, tem sido protagonista nesse processo de avanços. Concluiu parabenizando a ASOFBM, nas pessoas de seu presidente e diretores pelas lutas em busca da carreira jurídica policial militar e salientou que está à disposição para auxiliar nessa relevante questão, chamando atenção para a importância da Assembleia Geral no contexto do objetivo a ser alcançado. 3 SICrEDI GEStÃO aSSeMBleia Geral 2015 a Sicredi Mil realizará, no próximo dia 31 de março, às 10 horas, na Sede da aBaMF (avenida veiga, n° 223 – Bairro aparício Borges), a sua assembleia Geral Ordinária. na ocaisão, serão apresentados os resultados de 2014 e será feita a distribuição das sobras aos associados, na entregA dOs unIfOrmes À eQuIpe dA OperAçãO gOlfInhO 2015 entreGa OFicial dOS uniFOrMeS da OPeraçÃO GOlFinhO No verão 2015, a equipe da Comunicação Social da 45° Operação Golfinho contou com o apoio da Sicredi Mil – Instituição Financeira Cooperativa dos Integrantes da Brigada Militar para a confecção dos uniformes que serão utilizados durante toda a estação. No dia 14 de janeiro, o Vice-Presidente da Sicredi Mil, tenente Coronel da rr luiz Antônio Fouchi de leon, representando a Cooperativa Sicredi Mil, compareceu à sala da Comunicação Social na Base de Comando da Operação Golfinho em tramandaí. Na visita, o ten. Cel De leon oficializou a entrega dos uniformes. nOvO Site Para O Sicredi Pensando sempre em manter-se atualizado em relação às modernas ferramentas virtuais e aprimorar a comunicação com o seu público, o Sicredi lançou um novo site. O portal está muito mais completo, tem um acesso renovado, bem mais fácil de navegar, e está ainda mais cooperativo. Visite www.sicredi.com.br e confira as novidades. 4 forma em que for definida pela assembleia. Os associados também terão a oportunidade de conhecer a nova unidade de atendimento, inaugurada no último dia 5 de novembro. Será eleita, ainda, a nova diretoria e o conselho de administração para a próxima gestão. CAPA MOtivaçÃO valOriza a carreira Após 33 anos de serviços prestados à Brigada Militar, o coronel alfeu Freitas Moreira chega ao cargo máximo da corporação. Confira o que pensa o Comandante-Geral em relação às questões da Carreira de Nível Superior. aSOFBM: quais as estratégias de comando para este primeiro ano de Governo, em relação à cnS? Em relação à Carreira do Nível Superior, é imperiosa nossa atenção para questões como o fortalecimento da carreira jurídica policial militar e da autoridade policial militar do Oficial, a substituição vertical e a AIPSA para Oficiais também estão entre nossas prioridades para a CNS. Essas conquistas serão decorrentes de coesão, união, responsabilidade e disciplina entre os componentes da CNS a fim de que possamos ter, no momento certo, esses objetivos alcançados. aSOFBM: em relação à carreira jurídica para os Oficiais, o que o senhor tem a dizer? Vamos fortalecer nossa legislação, a começar pelo plano de carreira e pela lOB, em razão da importância deste tema para a instituição Brigada Militar e, em especial, para nós, Oficiais da CNS. A autoridade policial do Oficial e a sua autonomia são fatores importantes. aSOFBM: O que o senhor tem a falar sobre as alterações na lei de Organização Básica da Brigada Militar? A proposta elaborada pelo Comando busca uma dinamização da estrutura organizacional da Brigada e das funções dos Oficiais de Nível Superior. Em 2015, haverá a regulamentação do Corpo de Bombeiros Militar e, assim, nossa preocupação é encaminhar tal tema, além de toda legislação decorrente que está afetando, diretamente, a instituição Brigada Militar. bleia Geral extraordinária da aSOFBM, que ocorrerá no dia 18 de abril? ressalto a importância da participação dos sócios a fim de que a Associação realmente represente o interesse de todos os seus integrantes. aSOFBM: e quanto à lei das Promoções? A lei de Promoções tem alguns artigos e parágrafos que devem ser melhorados, a fim de que haja mais serenidade no processo, mais transparência, como foi a proposta da ASOFBM. Ela está entre as legislações complementares, como já mencionei. temos que torná-la mais clara e objetiva para que todos os Oficiais tenham um melhor planejamento de suas carreiras. aSOFBM: comandante, o que o senhor pode nos dizer acerca da assem- aSOFBM: que mensagem o senhor deixa para os Oficiais? Nós, Oficiais da Carreira do Nível Superior, temos que valorizar as nossas funções e atribuições;valorizamos a nossa missão principal que é a atividade de polícia ostensiva, sermos comandantes, estarmos presentes em todos os assuntos que tratem da ordem e da segurança pública, termos o controle da nossa tropa. Nós somos os gestores, desde as organizações de média até as de grande complexidade, do Capitão ao Coronel, desempenhando com qualidade a sua função. Estamos motivados a trabalhar para melhorar a nossa carreira. Essa é a mensagem que eu deixo para os Oficiais. 5 A RT I G O SUBSÍDIO AOS OFICIAIS DA BM: SUAS por Diogo Botelho Franco Nos últimos tempos, há discussões nos mais diversos círculos de oficiais acerca das vantagens e desvantagens da adoção da remuneração por subsídio para os membros da Carreira de Nível Superior da Brigada Militar. Visando proporcionar lastro para uma bem avalizada tomada de decisão por parte de nosso corpo de Oficiais é que foi laborada a presente pesquisa. Inicialmente, é importante deixar claro que subsídio é o valor padrão básico devido em função do exercício do cargo, sendo possível o recebimento de outras parcelas remuneratórias desde que constitucionalmente ou legalmente fixadas, sendo limitada a remuneração ao teto constitucionalmente estabelecido. Nesse primeiro momento é importante gizar que a retribuição pecuniária por meio de subsídio é obrigatória para o membro de Poder, para o detentor de mandato eletivo, para os Ministros de Estado e Secretários Estaduais e Municipais (Art. 39, § 4º, da CF), para os membros do Ministério Público (Art. 128, § 5º, CF), para os membros das carreiras da Advocacia Pública e da Defensoria Pública (Art. 135, CF), para as carreiras Policiais constantes do elenco do art. 144, CF (Art. 144, § 9º, CF). Nesse contexto, decorre do texto constitucional que os Oficiais de Polícia 6 Diogo Botelho Franco é capitão do Quadro de Oficiais do Estado Maior – Brigada Militar do Estado Militar, assim como os demais agentes públicos que exercem poder estatal, devem ter sua remuneração por meio de subsídio. Uma vez conceituado o instituto, as dúvidas mais comuns que tem surgido no seio da oficialidade dizem respeito a vantagens pessoais (Cargos de Confiança e Funções Gratificadas), direito adquirido, irredutibilidade de vencimentos e reajustes. Assim, insta salientar que muitas dessas dúvidas, outrora comuns também a membros do Poder Judiciário e Ministério Público, foram, em sua totalidade, deslindadas pelos julgamentos do Mandado de Segurança n.º 24875 e da Ação Declaratória de Inconstitucionalidade n.º 3854 pelo Supremo Tribunal Federal. do Rio Grande do Sul. Especialista em Segurança Pública pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Especialista em Gestão Pública pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Bacharel em Direito pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG) Reconhecimento garantido No que tange às vantagens pessoais, o Ministro Sepúlveda Pertence, relator do MS 24875, ao enfrentar o tema Cargos de Confiança e Funções Gratificadas, vaticinou: “Os impetrantes – sob o pálio da garantia da irredutibilidade de vencimentos – têm direito a continuar percebendo o acréscimo de 20% sobre os proventos,...”. Ou seja, o servidor público ocupante de cargo efetivo terá direito, mesmo os integrantes de carreiras remuneradas por meio de IMPLICAÇÕES JURÍDICAS E FINANCEIRAS subsídio, à estabilidade financeira e à irredutibilidade de subsídio, reconhecidas vantagens pessoais pela ordem constitucional. No julgamento em apreço, a Suprema Corte, pela unanimidade dos seus membros, reconheceu a possibilidade da coexistência de vantagens pessoais com o regime remuneratório do subsídio. Ante o exposto, com fulcro na Estabilidade Financeira, a Função Gratificada, desde que legalmente estabelecida nos respectivos estatutos, pode vir a ser paga, paralelamente, ao regime remuneratório dos subsídios. Decisões reiteradas da Corte Constitucional apontam que Estabilidade Financeira é a vantagem que garante ao servidor efetivo, depois de determinado tempo de exercício de cargo em comissão ou assemelhado, a continuidade da percepção dos vencimentos dele, ou melhor, da diferença entre estes e o do seu cargo efetivo1. No mesmo sentido, a avalizada doutrina de Alexandre de Moraes: “Em conclusão, entendemos inadmissível qualquer interpretação, seja da EC nº 19/98, ou da EC nº 41/03, que possibilite o desrespeito aos direitos adquiridos dos servidores públicos, às vantagens pessoais incorporadas regularmente aos seus vencimentos e, consequentemente, integrantes definitivamente em seu patrimônio, em face de desempenho efetivo da função” 2 Assim, com estribo na jurisprudência da mais alta corte e da mais avalizada doutrina constitucional, evidencia-se, à saciedade, que a adoção do subsídio não implica em qualquer afronta aos direitos adquiridos, à irredutibilidade de vencimentos ou ao regime de reajustes em vigor. Embora não modifique no aspecto numerário a remuneração do servidor público, a adoção pura e simples do subsídio é capaz de inocular, de forma subliminar uma vasta gama de vantagens à Carreira de Nível Superior da Brigada Militar. A maior vantagem é de garantia na reserva de paridade remuneratória com os Oficiais da ativa. No regime atual, nada impede que qualquer governo oferte vantagens e abonos exclusivamente para os servidores militares da ativa, no intuito de não aumentar o déficit da combalida previdência pública. Nesse viés, a adoção da remuneração por subsídio, em parcela única, solidifica de forma perene e imutável a isonomia de vencimentos entre Oficiais da ativa e da reserva. No mesmo sentido, ao perceber remuneração de forma idêntica aos demais servidores públicos detentores de Poder (Legislativo, Judiciário, Ministério Público, Delegados de Polícia...), ficarão os Oficiais da Brigada Militar mais suscetíveis a serem atingidos pela revisão constitucional anual do teto remuneratório do serviço público. Por fim, a mudança em apreço não implicaria em prejuízo a nenhum servidor público, tampouco implicaria em ônus ao Estado, todavia daria cumprimento ao comando constitucional insculpido no art. 144, § 9º da Constituição Federal, elevando a Carreira de Nível Superior da Brigada Militar ao mesmo nível hoje ocupado pelas demais carreiras jurídicas de Estado e membros de Poder nos termos do art.39, §4º da Carta Política. 1 STF, ADIn MG, 1279, 27.9.95, Rel. Min MAURICO CORREIA, DJ 15.12.95; RE 201499, 1ª Turma, 24.4.98, Rel. Min SEPÚVEDA PERTENCE; ADIMC-1264/SC, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, J. 25/05/1995, Publicação DJ 30-06-95, PP 20408; RE 195886, 1ª t., 2.9.97, Rel. Min ILMAR GALVÃO; RE 193810, 1ª Turma, Rel. Min MOREIRA ALVES, Informativos 66 e 74, RE 218989, 1ª Turma, 9.12.97, Rel. Min ILMAR GALVÃO; Re 197739/SC, 1ª Turma, Rel. Min SEPÚLVEDA PERTENCE) 2 MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. 18ª ed. atual. até a EC nº 47/05. São Paulo: Atlas, 2005, p. 366 7 Reconhecimen t o Estudo realizado na BM é publicado em importante periódico científico nos EUA Um estudo desenvolvido na Brigada Militar (BM) avaliou a associação entre saúde bucal e o condicionamento físico em militares, e foi publicado na edição de janeiro de 2015 do periódico “Journal of Periodontology”, tradicional veículo de divulgação da Academia Americana de Periodontia, nos EUA, e que possui relevância no cenário científico internacional. O trabalho, institucionalizado junto ao Instituto de Pesquisa da Brigada Militar (IPBM), foi executado por um grupo de pesquisadores da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com participação do Cap QOES Maximiliano Schünke Gomes, do Centro Médico-Odontológico da Brigada Militar (CMOBM). Como funcionou o estudo A pesquisa envolveu amostra composta por 111 voluntários, todos militares estaduais da BM, os quais foram submetidos a exames odontológicos clínicos e radiográficos, avaliando-se diversos parâmetros de saúde bucal, em especial a presença e gravidade de doença periodontal (infecção e inflamação gengival). Os dados bucais foram correlacionados CAP QOES Maximilano Schünke Gomes com os escores dos Testes de Aptidão Física (TAF) dos participantes. As análises estatísticas revelaram uma associação positiva e independente entre os escores de TAF e alguns parâmetros de saúde bucal, de modo que os militares com piores condições periodontais apresentaram pior desempenho no TAF. Interessante destacar que esses resultados foram encontrados independentemente de outros fatores tradicionalmente associados ao condicionamento físico, como idade, percentual de gordura ou índice de massa corporal (IMC). De acordo com o Cap Maximiliano, esse é um dos primeiros estudos científicos sobre o assunto a ser publicado no mundo. Ainda que os resultados sejam considerados preliminares, possivelmente irão incentivar a realização de mais pesquisas na área. Além disso, o oficial sugere que os dados sejam utilizados por comandantes das OPMs e pela tropa em geral, comprovando que para um bem-estar físico é preciso ter atenção e cuidado nas questões preventivas. “Espero que cada vez mais a tropa busque o atendimento odontológico, pois a partir deste estudo reafirmamos que a saúde é fundamental para a prestação qualificada do serviço de segurança pública”, afirma o oficial, e completa: “Acredito na pesquisa como forte instrumento de conscientização e valorização da saúde. Neste particular, a BM representa campo fértil”. Os resultados reforçam a importância da manutenção da saúde bucal para a melhoria do condicionamento físico e da saúde geral dos militares estaduais no desempenho de suas atribuições na área da Segurança Pública. Mais detalhes sobre o estudo podem ser acessados no link www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25119560 8