A INDÚSTRIA CALÇADISTA DE FRANCA
ÁREA DE OPERAÇÕES INDUSTRIAIS 1 - AO1
DIRETOR
José Mauro Mettrau Carneiro da Cunha
SUPERINTENDENTE
Carlos Gastaldoni
Elaboração:
GERÊNCIA SETORIAL DE BENS DE CONSUMO NÃO DURÁVEIS
Ana Paula Fontenelle Gorini - Gerente
Abidack Raposo Correa
Claudio Vicente Di Gioia Ferreira Silva - Estagiário
Dezembro de 2000
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 1
2. CARACTERÍSTICAS GERAIS ............................................................................................1
3. PADRÃO DE CONCORRÊNCIA: ASPECTOS TECNOLÓGICOS E COMERCIAIS .......... 3
4. MATÉRIA-PRIMA................................................................................................................3
4.1. Couro ..........................................................................................................................4
4.2. Materiais Têxteis.........................................................................................................5
4.3. Laminados Sintéticos..................................................................................................5
4.4. Materiais Injetados......................................................................................................5
4.5. Materiais Vulcanizados ............................................................................................... 6
5. A EVOLUÇÃO DA INDÚSTRIA CALÇADISTA DE FRANCA...............................................7
5.1. Histórico ......................................................................................................................7
5.2. Características da Indústria de Calçados de Franca ..................................................7
5.3. Aspectos Tecnológicos da Indústria de Calçados de Franca .....................................8
5.4. Produção de Calçados em Franca............................................................................10
5.5. Exportações de Calçados de Franca........................................................................10
5.6. Mão de Obra e Produtividade na Indústria Calçadista de Franca ............................12
5.7. Vendas de Calçados de Franca para o Mercado Interno.......................................... 13
6. PERSPECTIVAS...............................................................................................................14
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................... 14
8. BIBLIOGRAFIA..................................................................................................................16
SETOR DE CALÇADOS
1. Introdução
A partir do início dos anos 80, foram se acentuando, com mais força, o
dinamismo tecnológico e competitivo de aglomerações industriais localizadas em
regiões específicas, como por exemplo, o Vale do Silício nos EUA, os distritos
industriais da Terceira Itália, entre outras. Estas aglomerações denominadas
Cluster1 possuem um forte poder de inovação, seja tecnológico ou mesmo
organizacional.
Os Clusters em geral aumentam a produtividade, direcionam a trajetória
da inovação e estimulam a formação de novos negócios. Um cluster possibilita a
cada membro se beneficiar como se possuísse grande escala ou como se fosse
formalmente associado a outros, sem sacrificar sua flexibilidade (FIESP/CIESP).
A concentração geográfica permite às empresas operarem mais
produtivamente na busca de insumos, tais como, mão de obra especializada e
fornecedores de máquinas e componentes, além de facilitar o acesso à
informação e tecnologia.
O cluster também se destaca no binômio cooperação/competição. As
empresas continuam competindo no mesmo mercado, mas cooperam em aspectos
que trazem ganhos mútuos, como por exemplo, participação em feiras, consórcios
de exportação, compartilhamento de frete para comercialização, tratamento de
matéria prima, etc.
Enfocando a indústria calçadista de Franca, este trabalho pretende
apresentar as principais características do setor calçadista no Brasil, organizado
em aglomerações industriais regionais, com a sua evolução histórica a partir de
1921, as principais características, os aspectos tecnológicos, a sua produção, as
exportações, a mão-de obra empregada pelas empresas, as vendas no mercado
interno, procurando mostrar que o pólo calçadista de Franca possui as principais
características de um cluster (nota¹). Por fim fazemos algumas considerações
sobre os problemas enfrentados pela indústria local.
2. Características Gerais
O setor calçadista nacional é composto por aproximadamente 4 mil
empresas, que geram 260 mil empregos. Apresenta capacidade instalada
estimada em 560 milhões de pares/ano, sendo 70% destinados ao mercado
1 Clusters são concentrações geográficas de companhias e instituições interrelacionadas num setor específico. Os clusters
englobam uma gama de empresas e outras entidades importantes para a competição, incluindo, por exemplo, fornecedores de
insumos sofisticados, tais como, componentes, maquinário, serviços e fornecedores de infraestrutura especializadas. Os
clusters muitas vezes, também se estendem na cadeia produtiva até os consumidores, e lateralmente até as manufaturas de
produtos complementares e na direção de empresas com semelhantes habilidades, tecnologia, ou de mesmos insumos.
Finalmente, muitos clusters incluem órgãos governamentais e outras instituições – tais como, universidades, agências de
padronização, “t hink tanks”, escolas técnicas e associações de classe – que promovem treinamento, educação, informação,
pesquisa e suporte técnico. (Clusters and the New Economics of Competition “Harvard Busines Review" –
Novembro/Dezembro 1998, pag 78).
SETOR DE CALÇADOS
1
interno e 30% à exportação, e faturamento de US$ 8 bilhões/ano. Com estes
números o Brasil se coloca como o 3º produtor mundial de calçados, com 4,7 %
de participação na produção mundial, que em 1998 foi de 10.979 milhões de
pares, conforme podemos observar na tabela 1.
Tabela 1: Maiores Produtores Mundiais de Calçados (em milhões de pares)
1998
China
Índia
Brasil
Itália
Vietnã
Turquia
Indonésia
Tailândia
México
Paquistão
Espanha
USA
Outros
Total
5.520
685
516
424
213
277
316
260
270
227
221
165
1.884
10.978,6
%
50,3
6,2
4,7
3,9
1,9
2,5
2,9
2,4
2,5
2,1
2,0
1,5
17,2
100,0
2000¹
5.200
1.050
570
485
450
440
290
250
290
245
235
200
2.420
12.125
%
42,9
8,7
4,7
4,0
3,7
3,6
2,4
2,1
2,4
2,0
1,9
1,6
20,0
100,0
Fonte: 1998 >Abicalçados e 2000>World Footwear
(¹) Projeção
O Vale dos Sinos, região formada por 18 cidades do RS, produz cerca de
178 milhões de pares/ano, aproximadamente 40% da produção nacional e
participa com 75% das exportações totais.
A Cidade de Franca (SP), produz cerca de 29 milhões de pares/ano, ou
seja, 6% da produção nacional e responde por 3% das exportações totais.
O pólo de Jaú (SP) tem uma produção estimada em 60 mil pares/dia e
Birigui (SP) com 90 mil pares/dia.
A região Nordeste é responsável por cerca de 15% das exportações
totais brasileiras.
A empresa Azaléia (RS) é a maior fabricante de calçados do Brasil e uma
das cinco maiores do mundo. Lidera a produção de calçados femininos do país (30
milhões de pares/ano) e detém cerca de 15% do mercado.
As empresas Agabê, Sândalo e Samello (Franca) lideram a produção de
calçados masculino de couro.
SETOR DE CALÇADOS
2
No segmento de calçados infantis, a Ortopé, em 1999 era a maior
fabricante da América Latina, e produzia 13 milhões de pares/ano, seguida pela
Klin (30 mil pares/dia).
3. Padrão de Concorrência: Aspectos Tecnológicos e Comerciais
A indústria calçadista vem passando por transformações significativas no
seu padrão de concorrência.
Nas últimas décadas, registrou-se uma perda relativa da importância do
baixo custo salarial como determinante da competitividade do setor, em favor de
fatores como qualidade, design e prazos de entrega. Além disso, como o calçado
é um produto sujeito às variações da moda, a diferenciação do produto e a
capacidade das empresas em captar os sinais de mercado são atributos que têm
assumido papel cada vez mais importante na determinação da competitividade
desse setor. (Garcia, 1996).
As mudanças tecnológicas são incrementais. O setor se moderniza por
etapas, dado a característica descontínua do processo de produção. As fases de
costura e montagem ainda são muito artesanais, demandando muita habilidade da
mão-de-obra e com isso, limitando o processo de automação, facilitando a entrada
de micro empresas. Cabe destacar que nesse setor o custo da mão-de-obra
ainda constitui fator determinante da competitividade.
Devido ao forte conteúdo artesanal e fragmentação no processo
produtivo, mundialmente a indústria de calçados tem características de produção
localizada, estimulando, com isso, as aglomerações geográficas.
4. Matéria-Prima
Por muitos anos, os sapatos foram tradicionalmente feitos de couro, com
sola também de couro ou de borracha natural. Com o desenvolvimento da
petroquímica e o surgimento de materiais sintéticos, várias opções se abriram e
os fabricantes de calçados começaram a utilizar matérias-primas alternativas. Na
Tabela 2 apresentamos os materiais disponíveis em cada década.
Apesar de trazerem novas possibilidades, tanto em termos de estética
quanto em conforto, os novos materiais também trouxeram problemas como
qualquer outro material desconhecido no mercado. Pois, para a utilização dos
mesmos de forma que não acarretassem problemas à saúde do pé, novos
equipamentos tiveram que ser adquiridos pelos fabricantes e os operadores
necessitaram de novos conhecimentos.
SETOR DE CALÇADOS
3
Tabela 2: Materiais Disponíveis para Fabricação de Calçados no Decorrer das
Décadas
1930
1940
1950
1960
1970
1980
1990
2000
Couro
Borracha
não
Vulcanizada
Couro
Borracha
não
Vulcanizada
Borracha
Vulcanizada
Couro
Borracha
não
Vulcanizada
Borracha
Vulcanizada
Couro
Borracha
não
Vulcanizada
Borracha
Vulcanizada
PVC
Couro
Borracha
não
Vulcanizada
Borracha
Vulcanizada
PVC
PU
Borracha
Termoplástica
Poliuretano
Termoplástico
EVA
Couro
Borracha
não
Vulcanizada
Borracha
Vulcanizada
PVC
PU
Borracha
Termoplástica
Poliuretano
Termoplástico
EVA
Couro
Borracha
não
Vulcanizada
Borracha
Vulcanizada
PVC
PU
Borracha
Termoplástica
Poliuretano
Termoplástico
EVA
Couro
Borracha não
Vulcanizada
Borracha
Vulcanizada
PVC
PU
Borracha
Termoplástica
Poliuretano
Termoplástico
EVA
Fonte: ASSINTECAL
De maneira geral, quem ganhou foi o consumidor, pois a fabricação de
calçados diversificou-se e ganhou novos designs.
Atualmente uma variedade de materiais de diversas origens são utilizados
na fabricação de calçados. A seguir apresentamos alguns destes materiais.
4.1. Couro
O couro é considerado um material nobre, que pode ser utilizado
praticamente em todas as partes do calçado, mas normalmente a sua utilização é
aconselhável no cabedal2, no forro e em, alguns modelos, na sola. Um couro
bovino pode produzir em média 20 pares de calçados e se apresenta nas fases
cru, salgado, “wet-blue” 3, crust (semi-acabado) e acabado.
No anexo I podemos observar a evolução do mercado de couro no Brasil.
O couro traz algumas vantagens sobre os outros materiais como: alta
capacidade de amoldar-se a uma forma, boa resistência ao atrito, maior vida útil,
permite a transpiração e ainda aceita quase todos os tipos de acabamento.
É importante ressaltar que a produção de couro até o estágio Wet Blue,
produz 85% do resíduo ambiental da cadeia produtiva, enquanto a transformação
de couro Wet Blue em calçado produz os restantes 15% do resíduo ambiental.
A indústria calçadista de Franca está focada na fabricação de calçados
masculinos de couro.
2 Dá-se o nome de cabedal à parte superior do calçado, destinada a cobrir e proteger a parte de cima do pé.
3 Logo após o abate, o couro é vendido pelo frigorífico aos curtumes, salgado ou em sangue. No curtume, o couro é
despelado, removidas graxas e gorduras e então sofre o primeiro banho de cromo. É a primeira fase, onde ele passa a exibir
um tom azulado. Daí, o “wet-blue”.
SETOR DE CALÇADOS
4
4.2. Materiais Têxteis
Tecidos naturais, como o algodão, lona e brim e os tecidos sintéticos com
o náilon, e a "lycra" são utilizados sobretudo no cabedal e como forro.
Além do preço mais atrativo, os calçados fabricados com tecidos são
mais leves.
4.3. Laminados Sintéticos
São materiais construídos normalmente de um suporte (tecido, malha ou
não-tecido4) sobre a qual é aplicada uma camada de material plástico (geralmente
PVC ou poliuretano). São chamados erroneamente “de couro sintético". Um dos
mais utilizados pela indústria calçadista brasileira é o chamado ”cover line”.
4.4. Materiais Injetados
O PVC (policloreto de vinila) é um material de fácil processamento, com
custo relativamente baixo e com boas propriedades de adesão e de resistência à
abrasão. Hoje é utilizado até em solados de tênis e chuteiras.
Suas desvantagens são a baixa aderência ao solo e a tendência a quebrar
a baixas temperaturas.
O Poliuretano (PU) é um material versátil e disponível sob várias formas
sendo empregado em solas e entresolas. É durável, flexível e leve.
A sua desvantagem está no alto custo dos equipamentos necessários à
sua produção e também necessita de cuidados especiais durante a estocagem e
processamento.
O Poliestireno é utilizado na produção de saltos. Tem baixo custo e alta
resistência ao impacto.
O ABS também é utilizado especificamente para fabricação de saltos.
Apesar de ter uma ótima resistência ao impacto e à quebra, hoje, a sua utilização
é basicamente voltada a saltos muito altos, devido ao seu elevado custo.
O TR (borracha termoplástica) é utilizado na produção de solas e saltos
baixos. Apresenta boa aderência ao solo, mas é pouco resistente às intempéries e
aos produtos químicos, como solventes.
4 Conhecidos mundialmente como “nonwovens” é um material de estrutura plana, porosa, flexível, constituída de véu ou
manta de fibras ou filamentos (longas ou curtas) orientados direcionalmente, consolidados por processo mecânico (fricção),
químico (adesão) e térmico (coesão), hidrodinâmico ou por combinação.
SETOR DE CALÇADOS
5
4.5. Materiais Vulcanizados
A borracha natural possui excelente resistência ao desgaste, adere bem
ao solo, é leve e flexível, o que a torna muito confortável. Foi o primeiro material a
ser usado na fabricação de solas em substituição ao couro. Todavia seu elevado
custo e pouca resistência a altas temperaturas inviabilizam a sua utilização.
Atualmente são usadas principalmente em calçados infantis.
De maneira geral, a borracha sintética apresenta boa propriedade de
flexão e elasticidade, resistência ao desgaste e ao rasgamento, adere bem ao
solo e o seu custo é acessível.
O EVA (copolímero de etileno e acetato de vinila) é um dos materiais mais
utilizados no Brasil em diversas partes do calçado, sobretudo no solado. É o
material mais leve e macio para fabricação de solas. Possui boa resistência ao
desgaste, pode ser produzido em diversas cores.
Além dos materiais citados acima temos ainda os metais, os materiais
celulósicos e a madeira.
No gráfico 1 a seguir podemos visualizar a participação mundial de cada
material utilizado na produção de solados.
Gráfico 1
Consumo Mundial de Material para Solado - 1999
PVC
19%
Borracha
Vulcanizada
26%
TPU
1%
Outros
1%
Resina de
Borracha
13%
Borracha
Termoplástica
14%
PU
7%
Couro
8%
EVA
9%
Borracha
Natural
2%
Fonte: Assintecal / unidade em peso
SETOR DE CALÇADOS
6
5. A Evolução da Indústria Calçadista de Franca
5.1. Histórico
•
No final do século XIX havia 18 fábricas produzindo 30 mil pares de
calçados/mês.
•
Em 1921 foi fundada por Carlos Pacheco de Macedo a fábrica de calçados
Jaguar.
•
Em 1930 foram fundadas as fábricas de calçados Peixe e a fábrica de
calçados Lopes de Melo.
•
Em 1935 foi fundada a fábrica de Calçados Samello e em seguida a Agabê,
Pestalozzi, Sândalo, Terra e Francano.
•
Em 1970 foram iniciadas as exportações de calçados.
•
Foi criado a INFAPEC, Cooperativa para exportação, formada pelas empresas
Agabê, Pestalozzi, Sândalo e Terra.
•
Em 1980 as exportações já atingiam 35% da produção e assim foi até 1993.
•
Em 1994 houve queda significativa no volume exportado, devido ao impacto
negativo da defasagem cambial.
•
Em 1999 o volume exportado foi 73% menor que em 1993 e o faturamento
69% menor.
5.2. Características da Indústria de Calçados de Franca
O pólo calçadista de Franca possui toda a estrutura produtiva de um
cluster. Além de possuir as fábricas de calçados, a cidade conta também com
produtores de insumos, como solados, adesivos, curtumes, matrizarias, máquinas
e equipamentos, agentes de mercado interno e externo e, sobretudo, com
instituições que procuram desenvolver e difundir inovações tecnológicas e
gerenciais como o IPT, SENAI, SEBRAE e Universidades.
Atualmente o setor calçadista de Franca é composto por 360 indústrias
de estrutura familiar que geram 16,9 mil empregos com piso salarial de R$
193,61/mês.
Essas empresas dedicam-se à fabricação de calçados,
principalmente para o público masculino (75%), e/ou componentes.
Aproximadamente 10% são grandes empresas, 70% micros e pequenas empresas
e 20% é constituído de médias empresas. 5 Há ainda uma série de empresas
prestadoras de serviços à indústria calçadista, como as chamadas “bancas6”.
5 Classificação do Sindicato da Indústria de Calçados de Franca: Micro > até 50 funcionários, Pequena > de 50 a 250
funcionários, Média > de 250 a 500 funcionários e Grande > mais de 500 funcionários.
6 Terceirização de etapas intensivas, em mão-de-obra, como costura, pesponto e corte do couro.
SETOR DE CALÇADOS
7
São basicamente duas as razões que explicam a quantidade de micro
empresas no parque produtivo local. Em primeiro lugar, o fato de que o processo
de produção de calçados apresenta fortes descontinuidades, o que estimula a sua
fragmentação. Esse fato, aliado às reduzidas barreiras à entrada verificadas no
setor, permite o aparecimento de um número significativo de micro empresas
especializadas em uma ou algumas das etapas do processo produtivo.
Tabela 3: Caracterização das Principais Empresas Calçadistas de Franca Segundo o
Porte
Empresa
Nº Funcionários
H. Bettarello Curtidora e Calçados Ltda.
882
São Paulo Alpargatas S/A
759
Calçados Sândalo S/A
735
Calçados Samello S/A
640
Fremar Indústria, Com. e Representações
510
Democrata Calçados e Art. de Couro
499
Free Way
350
Pé de Ferro Calçados e Art. de Couro Ltda.
214
Calçados Jacometti Ltda.
198
Calçados Netto Ltda.
197
Calçados Ferracini Ltda.
195
Ind. Com.Calç. Art. Couro Mariner
163
TWA Ind. Comércio de Calçados Ltda.
110
Medieval Art. Couro Ltda.
91
Indústria de Calçados Galvani
84
Aluete Indústria e Com. de Calçados Ltda.
72
Opananken Calçados Ltda.
63
Porte
Grande
Grande
Grande
Grande
Grande
Média
Média
Pequena
Pequena
Pequena
Pequena
Pequena
Pequena
Pequena
Pequena
Pequena
Pequena
Fonte: Sindicato da Indústria Calçadista de Franca
Nota: O nº de funcionários não incluiu terceirizados
5.3. Aspectos Tecnológicos da Indústria de Calçados de Franca
O processo de produção de calçados, apesar das mudanças ocorridas no
seu padrão de concorrência, ainda mantém um forte caráter artesanal, o que
estimula a manutenção e a transferência das habilidades dos produtores e a
formação da “atmosfera industrial”. Desta forma, garantiu-se a transmissão
daqueles elementos tácitos e específicos ao setor calçadista local e incorporados
na mão-de-obra. Isso pode ser comprovado pelo fato de que boa parte do
empresariado local teve origem dentro das fábricas: são ex-operários que,
inicialmente com pequeno capital, investiram sua experiência na fabricação de
calçados (Garcia, 1996).
As descontinuidades do processo produtivo favorecem o aparecimento de
produtores especializados em uma ou algumas etapas do processo de produção.
Além disso, a seção do pesponto, por exemplo - na qual as peças já cortadas são
reunidas por meio de costura e/ou colagem - bastante intensiva em mão-de-obra,
SETOR DE CALÇADOS
8
gera freqüentemente gargalos no processo de produção, o que justifica a
terceirização.
Grande parcela das empresas calçadistas de Franca subcontrata ao
menos parte da produção na etapa do pesponto e de costura manual. A prática de
subcontratação do pesponto por parte das empresas estimula o aparecimento de
uma série de pequenos e microprodutores especializados nessa etapa do
processo de produção. Esses produtores são chamados nos meios empresariais
de “bancas de pesponto”. (Garcia: 1996).
A presença das bancas de pesponto no pólo de Franca está vinculada aos
baixíssimos investimentos em capital fixo necessários para o estabelecimento de
desses pequenos produtores. A etapa do pesponto, que possui um forte caráter
artesanal, exige tão-somente a disponibilidade de poucas máquinas, que podem
ser encontradas a um preço extremamente reduzido no mercado de segunda mão.
O resultado disso é uma estrutura em que praticamente inexistem barreiras à
entrada, o que permite que alguns ex-operários da indústria calçadista
estabeleçam uma atividade autônoma, vendendo seus serviços para as firmas de
maior porte.
As bancas de pesponto da indústria calçadista de Franca são muito
semelhantes às empresas à “facção” verificadas na indústria têxtil. Trata-se, na
realidade, de uma forma de subcontratação, bastante encontrada na indústria
calçadista do Brasil, e não apenas em Franca, cuja principal característica é o
trabalho a domicílio, exercido no âmbito da esfera doméstica e o pagamento se dá
por peça produzida (Garcia, 1996).
A subcontratação do pesponto além de agilizar o processo de produção
também tem o efeito de reduzir os custos relacionados com a mão-de-obra na
etapa mais intensiva em trabalho de todo o processo de produção de calçados.
Não obstante, grande parte dessa redução de custos está associada à redução
dos encargos sociais e dos custos de admissão e demissão de trabalhadores. Os
funcionários das bancas de pesponto são geralmente membros da família, que
praticam uma jornada de trabalho prolongada. Além disso, muitas dessas bancas
não possuem registro legal e, conseqüentemente, seus funcionários não possuem
carteira assinada.
Para as empresas maiores, a subcontratação das atividades de pesponto
representa, além de uma forma importante de redução dos seus custos de
produção, uma forte elevação da flexibilidade, a partir do surgimento de
produtores especializados. Esse fato se torna particularmente importante quando
se trata de uma atividade bastante intensiva em mão-de-obra. Subcontratando a
etapa do pesponto, as empresas maiores conseguem ao mesmo tempo reduzir
custos, aumentar a flexibilidade e evitar a ocorrência de gargalos no processo
produtivo. (Garcia, 1996).
A indústria calçadista de Franca está relativamente atualizada. Existe
tecnologia mais moderna já disponível, entretanto, ainda distante da realidade e da
SETOR DE CALÇADOS
9
própria necessidade das indústrias locais. O custo benefício das máquinas mais
modernas não traz uma relação satisfatória ao pequeno e médio empresário.
5.4. Produção de Calçados em Franca
Com capacidade instalada para produzir 37 milhões de pares de
calçados/ano, a indústria calçadista de Franca produziu, em 1999, 29,5 milhões de
pares de calçados, representando, 6% da produção brasileira naquele ano. Atingiu
sua produção máxima em 1986 com 35 milhões de pares e no ano seguinte este
número caiu pela metade, permanecendo no patamar de 27 milhões durante a
década de 90.
Em 1999 a produção cresceu 2% em relação a 1998 (gráfico 2),
apresentando uma ociosidade de 20% em relação à capacidade instalada total da
indústria.
Gráfico 2
Franca: Produção e Participação no Total Brasil
7%
Produção
Participação
35
*Previsão
6%
Milhões de Pares
30
5%
25
4%
20
3%
15
2%
10
*
99
98
00
20
19
19
97
19
95
94
96
19
19
19
92
91
90
93
19
19
19
19
88
89
19
19
19
19
19
19
87
0%
86
0
85
1%
84
5
Participação Percentual no total Brasil
40
Fonte: SINDIFRANCA
5.5. Exportações de Calçados de Franca
A inserção internacional do setor calçadista de Franca pode ser um dos
indicadores da competitividade do setor, pelo menos no que tange ao segmento de
calçados masculinos de couro, apesar das evidências de que “os nossos sapatos
são comprados e não vendidos para o exterior”7. O comportamento bastante
irregular das exportações dos produtores locais está vinculado a dois motivos
básicos. Em primeiro lugar, nos momentos de retração da demanda doméstica as
empresas locais procuraram compensar essa queda com a elevação das vendas
7 Quer dizer que os importadores de calçados de Franca são aglomerados com forte poder de barganha.
SETOR DE CALÇADOS
10
ao mercado externo, como pode ser verificado no ano de 1992. Em segundo, a
política cambial favorável às exportações durante quase toda a década de 80 e
início de 90 foi outro fator que influenciou positivamente as vendas externas dos
produtores locais nesse período. (Garcia, 1996).
Certamente, um dos fatores determinantes da inserção externa do setor
calçadista de Franca é a capacidade dos produtores locais em produzir calçados
com custos reduzidos. Porém, fatores como o comportamento irregular da
demanda doméstica e a política cambial favorável também foram importantes na
determinação das exportações dessa aglomeração setorial. No gráfico 3,
podemos verificar a queda das exportações locais a partir de 1994, quando a taxa
de câmbio já se encontrava valorizada.
Em 1999 foram exportados 4 milhões de pares de calçados que
correspondem a 14% da produção francana e 3% das exportações brasileiras.
Esse volume gerou US$ 71 milhões, representando 5% do faturamento total das
exportações brasileiras de calçados.
Naquele ano, aproximadamente 80% das exportações de calçados de
Franca foram destinadas aos Estados Unidos.
Em 1984 as exportações atingiram 17 milhões de pares, caindo para 7
milhões de pares em 1986, com uma queda acentuada de 59% no período.
Entre 1986 e 1991 as exportações permaneceram estáveis, recuperandose em 1992 e 1993.
A partir de 1994, com a valorização do Real em relação ao dólar, as
exportações de calçados despencaram. Apesar do volume exportado em 1999 (4
milhões de pares) ter crescido 11% em relação a 1998 (3,6 milhões de pares), se
compararmos os números de 1993 (15 milhões de pares) com 1999, verificamos
uma queda de 73%.
Gráfico 3
Evolução das Exportações de Calçados: Brasil e Franca
em milhões de pares
250,0
* Previsão
200,0
150,0
100,0
Franca
Brasil
50,0
*
9
9
00
20
8
9
1
1
9
9
7
9
6
9
1
9
9
5
1
1
9
9
4
9
3
9
1
9
9
2
1
1
9
9
1
9
0
9
1
9
9
9
1
1
9
8
8
8
7
9
1
9
8
6
1
1
9
8
5
8
9
1
1
9
8
4
-
Fonte: Abicalçados/SINDIFRANCA
SETOR DE CALÇADOS
11
5.6. Mão de Obra e Produtividade na Indústria Calçadista de Franca
Os empregos (gráfico 4) na indústria de calçados de Franca vêm sofrendo
uma redução, principalmente após 1986 (Plano Cruzado).
Segundo informações do Sindicato da Indústria de Calçados de Franca,
esta queda deveu-se ao fechamento de muitas indústrias exportadoras – a fábrica
de tênis “M 2000” empregava 2.000 funcionários quando fechou – e a
terceirização da mão de obra.
Algumas empresas de Franca chegam a terceirizar até 100% das etapas
do corte do couro, pesponto e costura.
Gráfico 4
Evolução da Mão de Obra na Indústria de Calçados de Franca
Empregos
40.000
35.000
* Previsão
30.000
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
*
99
00
20
19
98
19
96
97
19
19
95
19
93
92
94
19
19
19
90
91
19
19
89
19
87
88
19
86
19
19
85
19
19
84
0
Fonte: SINDIFRANCA
O gráfico 5 mostra um crescimento significativo da produtividade na
indústria calçadista de Franca. Todavia, cabe ressaltar que o número de empregos
utilizado para este cálculo corresponde somente aos funcionários diretos das
fábricas, não foi considerada a mão-de-obra terceirizada. Como foi citado
anteriormente, em Franca, algumas empresas terceirizam até 100% das etapas do
corte, pesponto e costura. Portanto, a produtividade aqui apresentada pode não
condizer com a realidade da indústria local.
SETOR DE CALÇADOS
12
Gráfico 5
Produtividade Média na Indústria Calçadista de Franca
pares / empregados
2.000
1.800
1.600
1.400
1.200
1.000
800
600
400
200
-
19
84
19
85
19
86
19
87
19
88
19
89
19
90
19
91
19
92
19
93
19
94
19
95
19
96
19
97
19
98
19
99
20
00
*
* Previsão
Fonte: SINDIFRANCA
5.7. Vendas de Calçados de Franca para o Mercado Interno
As indústrias de calçados de Franca venderam (gráfico 6) para o mercado
interno, em 1999, cerca de 25,4 milhões de pares de calçados, correspondente a
86% de sua produção e 6% do consumo aparente brasileiro.
As vendas internas voltaram a crescer a partir de 1996 devido ao aumento
do poder de compras da população brasileira. O volume de vendas em 1998 (25,4
milhões de pares) quase atingiu os números de 1986 (26 milhões de pares), que
foi o pico de vendas desde 1984.
Gráfico 6
Evolução das Vendas Internas de Calçados de Franca
em milhões de pares
30,0
* Previsão
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
*
99
98
00
20
19
19
97
19
95
96
19
19
94
19
92
93
19
19
91
19
90
19
88
89
19
19
86
85
87
19
19
19
19
84
-
Fonte: SINDIFRANCA
SETOR DE CALÇADOS
13
6. Perspectivas
A expectativa da indústria calçadista de Franca para 2000 é produzir em
torno de 32 milhões de pares, ou seja, um crescimento de 8% em relação a 1999.
Com relação ao mercado externo a expectativa é a melhoria dos
mercados já atendidos e a ocupação de novos mercados, associado a
investimentos em canais de comercialização e à busca de uma posição mais nobre
no mercado internacional, através da criação de consórcios de exportação. Com
isso, em 2000, as exportações devem atingir cerca de 4,3 milhões de pares, com
crescimento de 7,5% em relação a 1999.
No caso das pequenas e médias empresas a perspectiva é a busca
contínua de nichos de mercado, estímulo à realização de tarefas coletivas e um
contato mais próximo com fornecedores e clientes.
7. Considerações Finais
A indústria calçadista de Franca está relativamente atualizada se
considerarmos que as tecnologias mais modernas existentes no mundo ainda não
trazem uma relação custo benefício satisfatório ao pequeno e médio empresário.
Em relação às exportações, existem dois pontos importantes a explorar: o
crédito e a promoção comercial. Como as encomendas para o mercado externo
são de quantidades expressivas e longas, é necessário capitalizar as indústrias de
forma a que possam comprar melhor e com maior vantagem suas matérias-primas
e no caso de Franca, o principal insumo é o couro.
Quanto à promoção comercial, historicamente, as exportações brasileiras
de calçados aos EUA – nosso maior comprador – sempre foram feitas para
atacadistas, que capilarizam o produto no mercado doméstico americano. Esses
intermediários são, em sua grande maioria, muito unidos e economicamente muito
fortes, com grande poder nas negociações com pequenos/médios produtores
locais. Desse modo, apesar de os nossos calçados de exportação levarem a
marca "made in Brazil” (em alguns casos nem isso), não são identificados como
produtos brasileiros, pois não levam o nome do fabricante e sim, o do atacadista
importador, podendo ser substituídos facilmente, de acordo com a vontade do
importador. É importante ressaltar que este é um ponto que traz grande fragilidade
para o setor.
É fundamental, portanto, que haja união entre as empresas exportadoras
no sentido de tornar a marca brasileira mais conhecida internacionalmente através
de participação em feiras e outros eventos internacionais, pois a nossa
participação nestes eventos ainda é muito pequena. Cabe mencionar que as
empresas calçadistas de Franca estão longe da criação de consórcios para
exportação, ou seja, existe um individualismo empresarial, que dificulta qualquer
tipo de parceria entre as empresas voltadas ao comércio internacional.
SETOR DE CALÇADOS
14
Cabe ressaltar que o setor ainda tem muito o que avançar em matéria
comercialização e "design". Na última década, as empresas calçadistas
Franca, e em geral as brasileiras, com honrosas exceções, se organizaram
sentido de produzir mais e investiram pouco em "design" e na área
comercialização.
de
de
no
de
Em função do câmbio favorável, as exportações calçadistas esse ano
devem crescer cerca de 14% em relação a 1999 (as exportações de calçados de
Franca devem crescer cerca de 7,5% no mesmo período). Não obstante, o setor
tem que se posicionar melhor para enfrentar os obstáculos acima mencionados,
caso queira manter e incrementar o atual volume de exportações.
SETOR DE CALÇADOS
15
8. Bibliografia
1- Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil
2- Garcia, Renato de Castro - "AGLOMERAÇÕES SETORIAIS OU DISTRITOS
INDUSTRIAIS: UM ESTUDO DAS INDÚSTRIAS TÊXTIL E DE CALÇADOS
NO BRASIL", Campinas 1996.
3- Gazeta Mercantil – 10 de Abril e 25 de Setembro de 2000.
4- Goldratt, Avraham Y. Institute do Brasil – Projeto Cluster – Dezembro de 1999.
5- Jornal Exclusivo - Especial - Agosto de 1999.
6- Pesquisa de Campo
7- Revista Courobusiness – ano III – nº 12 – Julho/Agosto de 2000
8- Sebrae - SP, Análise Setorial das Indústrias de Calçados
9- Samello – Franca - SP, O Sapato – Um Manual para o Lojista
10- Sindicato da Indústria de Calçados de Franca - Departamento de Estatística
SETOR DE CALÇADOS
16
ANEXO I – EVOLUÇÃO DO MERCADO DE COURO NO BRASIL
Anos
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
Total
I
II
Produção de
Couro Cru
Importação
de Couro
13.850.250
13.788.650
17.035.340
16.325.000
16.010.000
17.330.000
17.435.000
16.893.000
22.400.000
23.000.000
23.000.000
23.500.000
24.000.000
24.500.000
24.500.000
27.000.000
28.000.000
29.000.000
30.000.000
30.000.000
437.567.240
206.429
779.158
1.635.032
1.726.207
2.611.015
1.712.643
4.077.556
2.673.024
2.941.468
3.347.404
2.622.071
1.860.650
2.039.173
2.831.255
1.368.696
1.800.000
2.300.000
3.000.000
2.593.000
2.500.000
44.624.781
III
%I
1,49
5,65
9,60
10,57
16,31
9,88
23,39
15,82
13,13
14,55
11,40
7,92
8,50
11,56
5,59
6,67
8,21
10,34
8,64
8,33
10,20
IV
V
Exportação de Couro
Produção +
Importação
Wet-Blue
% III
14.056.679
14.567.808
18.670.372
18.051.207
18.621.015
19.042.643
21.512.556
19.566.024
25.341.468
26.347.404
25.622.071
25.360.650
26.039.173
27.331.255
25.868.696
28.800.000
30.300.000
32.000.000
32.593.000
32.500.000
482.192.021
85.833
459.333
999.667
1.666.667
971.611
1.276.333
757.056
797.056
1.227.778
2.503.778
2.635.833
2.464.040
2.615.546
2.671.417
3.576.058
6.101.534
9.695.491
10.616.700
11.582.911
10.326.520
73.031.162
0,61
3,15
5,35
9,23
5,22
6,70
3,52
4,07
4,84
9,50
10,29
9,72
10,04
9,77
13,82
21,19
32,00
33,18
35,54
31,77
15,15
Crust e
Acabado
1.198.167
1.274.667
1.333.333
2.332.333
2.063.000
1.983.833
1.560.000
2.611.667
5.200.000
2.600.167
3.038.833
2.663.886
3.130.339
3.640.101
3.211.992
2.836.916
3.579.195
3.818.185
3.282.087
4.211.099
55.569.800
VI
Total da
Exportação
% III
% III
8,52
8,75
7,14
12,92
11,08
10,42
7,25
13,35
20,52
9,87
11,86
10,50
12,02
13,32
12,42
9,85
11,81
11,93
10,07
12,96
11,52
1.284.000
1.734.000
2.333.000
3.999.000
3.034.611
3.260.166
2.317.056
3.408.723
6.427.778
5.103.945
5.674.666
5.127.926
5.745.885
6.311.518
6.788.050
8.938.450
13.274.686
14.434.885
14.864.998
14.537.619
128.600.962
9,13
11,90
12,50
22,15
16,30
17,12
10,77
17,42
25,36
19,37
22,15
20,22
22,07
23,09
26,24
31,04
43,81
45,11
45,61
44,73
26,67
Fonte: Revista Courobusiness
SETOR DE CALÇADOS
17
ANEXO II - EVOLUÇÃO DO MERCADO DE CALÇADOS EM FRANCA E NO BRASIL
em milhões
Segmento de Calçados de Franca
(+)
Segmento de Calçados no Brasil
Produçã
Exportações
Produçã
Exportações
o
o
Ano Milhões Milhõe Milhões US$/ Emprego Exp/Pro Milhões Milhões Milhões US$/ Exp/Pro
Pares
s
d
Pares
Pares
US$
par
d
US$
par
s
Pares
1980
3,0
44,1
14,9
- #DIV/0!
474,4
49,0
387,0
7,9
10,33%
1981
-
4,3
65,5
15,1
-
#DIV/0!
461,9
70,0
562,0
8,0
15,15%
1982
-
5,0
65,1
13,0
-
#DIV/0!
476,3
61,0
500,0
8,2
12,81%
1983
-
7,0
77,0
11,0
-
#DIV/0!
458,2
93,0
682,0
7,3
20,30%
1984
32,0
16,8
164,6
9,8
34.509
52,47%
517,4
144,0
1.026,0
7,1
27,83%
1985
30,0
10,8
111,5
10,3
32.169
35,93%
538,1
133,0
907,0
6,8
24,72%
1986
35,0
9,1
97,7
10,7
36.609
26,03%
602,0
142,0
958,0
6,7
23,59%
1987
17,0
8,0
104,2
13,0
26.704
47,12%
554,7
139,0
1.095,0
7,9
25,06%
1988
24,0
9,1
127,7
14,0
29.408
38,09%
543,8
151,0
1.203,0
8,0
27,77%
1989
27,0
9,5
125,6
13,2
29.572
35,12%
591,7
170,0
1.238,0
7,3
28,73%
1990
27,0
8,9
126,7
14,2
27.088
32,99%
509,0
143,0
1.107,0
7,7
28,09%
1991
24,0
7,1
107,2
15,1
24.939
29,50%
468,0
133,0
1.177,0
8,8
28,42%
1992
1993
1994
25,7
31,5
31,5
10,7
14,5
11,7
161,8
228,0
199,9
15,1
15,7
17,1
26.901
27.364
24.676
41,63%
46,18%
37,00%
530,0
583,0
541,0
158,0
201,0
171,0
1.409,0
1.846,0
1.537,0
8,9
9,2
9,0
29,81%
34,48%
31,61%
1995
22,0
7,4
151,6
20,4
18.761
33,69%
544,0
138,0
1.414,0
10,2
25,37%
1996
24,8
6,1
122,4
20,2
18.791
24,47%
554,0
143,0
1.567,0
11,0
25,81%
1997
29,0
4,7
92,6
19,5
17.174
16,35%
544,0
142,0
1.523,0
10,7
26,10%
1998
29,0
3,6
69,4
19,3
15.360
12,41%
516,0
131,0
1.330,0
10,2
25,39%
1999
29,5
4,0
70,7
17,7
16.627
13,56%
499,0
137,2
1.277,8
9,3
27,49%
2000*
32,0
4,3
76,7
17,8
18.622
13,44%
534,0
157,0
1.470,0
9,4
29,40%
Fonte: Sindicato da Indústria de Calçados de Franca / ABICALÇADOS
* Previsão
SETOR DE CALÇADOS
18
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