PROJETO DE EDUCAÇÃO
FINANCEIRA
ALIMENTE O
_______________
CURITIBA
2010
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I. IDENTIFICAÇÃO
Colégio Vicentino São José
Professora: Luiza Gabriela Razera de Souza
Disciplina: Matemática
Série/turmas: 5ª A, B e C
Nº de estudantes envolvidos: 72
II. TEMA DO PROJETO
Projeto de Educação Financeira
III. JUSTIFICATIVA
O sistema no qual estamos inseridos converge com rapidez para o consumismo
exacerbado, e tal tendência inicia-se na infância. Em vista disso, as crianças, sem compreender o
valor do dinheiro e as consequências desastrosas que a falta dele pode causar em algumas vidas,
inconscientemente adolescem egocêntricas e consumistas.
A partir disso, sentiu-se a necessidade de inserir um programa de educação financeira
doméstica com os estudantes das 5ª séries, incorporando o tema da Campanha da Fraternidade
2010, que versa sobre a “Fraternidade e Economia”. Para tanto, valemo-nos dos artigos da
Gazeta do Povo que abordam assuntos à economia.
IV. OBJETIVOS
Objetivo Geral:
Promover a economia doméstica e solidária durante o ano letivo de 2010.
Objetivos Específicos:
•
Compreender o sistema financeiro dentro de casa;
•
Compreender os aspectos fundamentais do uso e do controle do dinheiro;
•
Investir o dinheiro poupado no decorrer do ano em algo que contribua para a formação
educacional do estudante (sugere-se um livro);
•
Acompanhar frequentemente as notícias relacionadas à economia por meio dos diferentes
veículos de informação: jornal, televisão, rádio e internet;
•
Reverter parte da economia durante o ano em gesto de solidariedade.
V. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Educação Financeira e Valores
Desde as séries iniciais, ouvimos inúmeras vezes nossos educadores (pais e professores)
nos dizendo: “Estude muito, tire boas notas e você terá uma excelente condição financeira no
futuro”. Esse paradigma está inserido no meio sócio-cultural em razão das gerações passadas
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terem sido exatamente assim. Cursos acadêmicos que implicavam (e ainda implicam) status, tais
como direito e medicina, faziam dos formandos uma pessoa bem sucedida financeiramente.
Porém a sociedade evoluiu, e com ela o dinheiro e a publicidade também evoluíram.
Nestas constantes evoluções, o homem deixou-se levar pela ganância e consumismo, as quais
são consequências do capitalismo.
Essas consequências fizeram do homem, independente do salário, profissão ou formação
acadêmica, “escravos” do dinheiro. Em virtude disso, já existiram inúmeras revoluções
marxistas que tentaram criar um novo modelo, porém, tais revoluções não obtiveram sucesso.
Chega-se então a conclusão de que para derrotarmos os males que assolam o capitalismo,
devemos educar financeiramente as gerações que estão por vir, e tal educação deve começar
desde as series iniciais, dentro da escola.
Acredita-se que ensinando nossas crianças a administrar seu dinheiro, sua importância e
suas consequências (algumas benéficas outras desastrosas), poderemos poupá-los de se
tornarem escravos do mesmo. Compreenderão que dinheiro é apenas um combustível para que o
nosso modelo sócio econômico funcione, e que valores, tais como: alegria, partilha, respeito,
autoestima, amizade, harmonia, união, responsabilidade, afeto, justiça, diálogo, solidariedade,
tolerância, cidadania e gratidão, são muito mais valiosos que um simples combustível.
VI. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Os estudantes receberão um cofrinho denominado “Poupançudo” (doado pela Caixa
Econômica Federal), que será batizá-lo com o nome de preferência do aluno. Durante o Projeto,
será elaborado um portfólio com todas as atividades realizadas. Duas vezes ao mês os
estudantes irão “alimentar seu poupançudo” (anotando a quantia depositada) e realizar a
atividade proposta. Tal atividade será realizada numa folha a parte (elaborada pelas professoras)
que irá para o Portfólio. Esta atividade estará relacionando aos conteúdos trabalhados em sala e
educação financeira.
O Projeto acontecerá em diferentes espaços físicos do colégio, como: Biblioteca,
Laboratório de Informática e Laboratório de Matemática.
Dentre os recursos didáticos que serão utilizados, destacam-se: quadro, calculadora, data
show, computador e o jornal Gazeta do Povo, com o BOLO, cujas temáticas estejam em
consonância com o tema: economia.
Com esse objetivo, serão contemplados os exemplares da Gazeta do Povo e do BOLO
que contenham artigos que versam sobre o tema em especial os cadernos de Economia e
Classificados.
Em outubro, mês de encerramento do Projeto, os estudantes poderão presentear-se
visitando Adquirindo livros na Editora FTD onde participarão de uma programação divertida e
inesquecível. E para culminar realizaremos uma ação solidária, em que cada estudante com suas
economias comprará um pequeno presente para doar a uma das Instituições de Caridade que o
colégio assiste, demonstrando neste gesto que é possível com um bom planejamento,
investir
e dividir.
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VII. CRONOGRAMA
Março – Início do Projeto
Outubro – Término do Projeto.
MÊS
ATIVIDADES
CONTEÚDO
Março
Apresentação do
projeto: Conhecendo
o orçamento
doméstico.
Utilização de
planilhas;
Adição, subtração,
multiplicação e
divisão.
Abril
Valores e cidadania.
Economia (Filme:
Ilha das Flores).
Maio
Economia dentro de
casa (consumismo).
Junho
Problemas
(matemáticos)
envolvendo
matemática
financeira.
Uso da calculadora
na matemática
financeira; sistema
de numeração
decimal.
Resolução de
problemas.
Agosto
Levantamento de
gastos e economia
nas férias
Investimentos
Gráficos e tabelas.
Levantamento
financeiro (cidadania
em ação)
Finalização do
Portfólio
Setembro
Outubro
Porcentagem.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
- Compreender o sistema financeiro na
sociedade;
- Entender o funcionamento das
finanças dentro de casa;
- Conhecer o caderno que trata sobre
economia do jornal Gazeta do Povo.
Compreender
que
a
má
administração
econômica
gera
relações desiguais entre os seres
humanos.
- Elaborar métodos de economizar
dentro de casa, comprando somente o
necessário.
- Interpretar e compreender situações
problemas
do
cotidiano,
desenvolvendo o raciocínio lógico
matemático;
- Resolver situações problemas com
uma ou mais operação;
- Ler, analisar e discutir sobre as
notícias
referente à economia
encontradas na Gazeta do Povo.
- Interpretar e elaborar de gráficos e
tabelas.
- Compreender o funcionamento da
economia (juros, mercado financeiro,
mercado
de
ações,
contas
investimento,
cadernetas
de
poupanças, PIC).
- Pesquisar no jornal informações
sobre “investimentos”
- Resgatar valores trabalhados durante
o projeto, desenvolvendo a autonomia
em situações pertinentes ao seu
dinheiro (equilíbrio, liberdade de
escolhas, solidariedade, felicidade);
- Contribuir para que o conhecimento
ofereça aos estudantes uma visão
realista do mundo, ampliando as
possibilidades e chances de autorealização;
- Desenvolver o hábito de ler o jornal
a fim de obter informações sobre o
mundo financeiro.
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VIII. AVALIAÇÃO
O Projeto será considerado satisfatório ao percebermos que o estudante de 5ª série
aprendeu a controlar o uso do dinheiro, por meio da compreensão do sistema financeiro
doméstico, bem como tenha adquirido o hábito de leitura, compreensão e análise das notícias
veiculadas pela Gazeta do Povo.
IX. REFERÊNCIAS
LE DUC, MICHEL; TORDJMAN, NATHALIE. O dinheiro e a economia em pequenos
passos. Companhia Editora Nacional, São Paulo, 2007.
Revista Páginas Abertas, ano 35, n.º 41, 2010.
GAZETA DO POVO
BOLO - Boletim de Leitura Orientada
http://www.carlosvonsohsten.com/artigos/index.php?link=Ver&id=206
http://www.jabrasil.org.br/ja/index.php?option=com_programas&Itemid=100&menu_pai=71&t
ipo=1&task=detalhes&id=53
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X. ANEXOS
Aulas realizadas pelas professoras de Matemática e OPT - Oficina de Produção de textos,
utilizando o Jornal Gazeta do Povo: Caderno de Economia e Classificados.
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Aulas realizadas pelas professoras de Matemática e OPT - Oficina de Produção de textos,
utilizando o Jornal Gazeta do Povo: Caderno de Economia e Classificados.
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Nome: ______________________________________ Nº. ______ Série: __5ª__ Turma: ______
DATA
VALOR DEPOSITADO
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TOTAL
ASSINATURA
Educação Financeira na Escola
(Carlos Von Sohsten)
Decidir falar sobre dinheiro para crianças e adolescentes em sala de aula não é uma das decisões
mais fáceis para uma escola tomar. A influência do meio familiar, as experiências de vida, a classe
social, a religião, entre outros fatores, são determinantes no processo de formação desses indivíduos.
Bem como, na constituição de seus conceitos, ou preconceitos, valores, idéias, crenças e atitudes. E, tudo
isso junto pode se transformar em um caldo bastante indigesto para um professor ou para uma estrutura
pedagógica despreparados.
Todavia, omitir-se diante da necessidade de transmitir um ensinamento tão importante é prestar um
desserviço para o educando, para a família e para toda a sociedade.
Infelizmente, ainda há educadores que resistem. Preferem adotar a linha do “isso não é comigo” e
manter um esquema educacional decadente, que privilegia conteúdos distantes da realidade, focados
exclusivamente na necessidade da aprovação na prova do vestibular. Quem decorar mais entra na
universidade. E não, quem está mais preparado para o exercício de uma profissão.
Sei que o tema da Educação Financeira é recheado de tabus, de cargas emocionais, de conteúdos
culturais e religiosos. Falar de ganhar dinheiro, das diferenças entre ricos e pobres e de caridade, ainda
deixa muita gente de cabelo em pé. Como se esses assuntos não estivessem estampados na face da nossa
sociedade.
Ligue a televisão, acesse um site na internet, entre no game do seu filho, e lá estará o assunto sendo
abordado. Nem sempre de maneira apropriada.
Não seria melhor, então, contextualizá-lo, tratá-lo, eliminar distorções, e transmiti-lo com cuidados
e atenção em sala de aula? Aprender sobre os aspectos básicos do uso e controle do dinheiro pode ser
uma das coisas mais importantes para o futuro de uma criança.
“Dinheiro não é tudo na vida.” Não pode ser encarado como o objetivo final. A riqueza é uma idéia
muito mais ampla. Reforçar alguns princípios é necessário:
a) Dinheiro não compra felicidade. Nem saúde. Nem amor. As coisas mais valiosas da vida não são
conquistadas através do dinheiro.
b) Ser “rico” não é apenas “ter” dinheiro ou outras coisas materiais. Há pessoas que são “ricas” de
família, de amigos, de valores nobres, de consciência limpa, de caráter, de alegria.
c) Aprender a lidar com dinheiro não significa acumular dinheiro; ficar milionário ou coisa do tipo.
d) Quando mal utilizado o dinheiro pode ser fonte de problemas e infelicidade.
e) Ter controle do dinheiro independe de ter muito ou pouco recursos financeiros. Educação
financeira é uma questão de qualidade de vida.
f) Aprender mais sobre economia doméstica implica em aprender a dar valor ao que se tem.
Desenvolver disciplina financeira, controlar os gastos e evitar dívidas. Fazer um orçamento e gastar
somente o que se ganha. Ser econômico e poupador.
g) Quem cuida bem das finanças pessoais também está cuidando do planeta.
h) Entender esse assunto é respeitar o próximo e compreender o significado das diferenças –
podendo agir para mudar o que não está bom para todos.
i) Jovens que desenvolvem consciência financeira pensam no futuro, planejam, tornam-se mais
responsáveis, olham para o longo prazo de suas vidas. Fogem do consumismo, não valorizam o que é
fútil, ficam longe de atividades que possam comprometer seus objetivos e futuro.
Isso é Educação Financeira na escola: contribuir para que o conhecimento ofereça aos estudantes
uma visão realista do mundo, ampliando as possibilidades e chances de auto-realização. Autonomia e
equilíbrio. Liberdade de escolhas. Solidariedade. Felicidade.
A escola que assumir essa responsabilidade receberá o reconhecimento de muitas gerações.
E, terá colaborado efetivamente para uma sociedade mais justa e desenvolvida.
22 de julho de 2008
Fonte: http://www.carlosvonsohsten.com/artigos/index.php?link=Ver&id=206
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Colocamo-nos à disposição para eventuais esclarecimentos.
Atenciosamente,
__________________________
Luiza Gabriela Razera de Souza
Professora de Matemática
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Lenir de Jesus Catori da Silva
Professora de OPT
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Simone Gianesini
Coordenadora Pedagógica - Ensino Fundamental 2ª fase e Ensino Médio
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