Pós Graduação Lato Sensu Curso: Biol Mol Aplicada às Áreas Humana, Animal e Vegetal Módulo: Biotecnologia Vegetal Responsável: Prof. Dr. José Armando-Jr. Aula 6: Cultura de células e protoplastos: técnicas e aplicações Introdução Introdução Cultura de tecidos Æ fragmentos de tecidos vivos isolados: 1. cultivados assepticamente; 2. período de tempo (in)definido 3. meio nutritivo Descoberta das funções das Auxinas e Citocininas Totipotencialidade Æ célula é autônoma - contém o potencial genético necessário para originar um organismo completo. Maioria das divisões celulares Æ áreas concentradas: Meristemas. 1892 Æ isolamento de primeiros protoplastos por meio mecânico, o que era uma técnica de baixa eficiência, Cultura de Protoplastos Protoplastos Protoplastos Æ células vegetais desprovidas de parede celular. - Estado transitório obtido em laboratório Æ podem ser manipuladas semelhante as células animais e de microorganismos conservando as potencialidades de células vegetais completas. Obtenção de protoplastos Æ podem ser isolados de uma vasta variedade de tecido vegetal, onde devemos observar: a) b) c) d) espécie doadora; tipo e idade do explante; condições fisiológicas da planta doadora; condições de isolamento dos protoplasto. a) Espécie doadora Cultivo de protoplastos Æ segmentos de plantas jovens Ð ramos, raízes, folhas Ð Atividade meristemática intensa + tecidos não lignificados Ð paredes celulares apenas osídicas 1 b) Tipo e idade do explante Diferenças morfológicas: célula animal x célula vegetal b) Explante Æ tecidos e órgãos variáveis: folhas, frutos, pecíolos, cotilédones, caules, grãos de pólen, coleóptilos, pedicelos florais e embriões somáticos . Técnica + difícil com célula vegetal do que animal, por suas diferenças morfológicas È 1. Presença de uma parede celular constituída de celulose; 2. Organelas específicas Æ cloroplastos e vacúolo Ó Ô produto da volumoso (≈ 70% fotossíntese volume celular) A célula vegetal Parede celular: características Após expansão célula parar sua expansão, pode secretar camadas que formam a parede secundária Parede secundária Parede primária Lamela média Parede celular Æ Celulose, hemicelulose e pectina, são os constituintes básicos da parede celular dos vegetais sendo que as fibras de celulose e hemicelulose tem a função de dar rigidez a parede, enquanto a pectina mantém juntas as células adjacentes. È Componentes da parede celular são degradados pela utilização de enzimas pectocelulolíticas que possuem atividades celulolíticas, hemicelulolíticas ou pectocelulolítica È Obtidas de microrganismos simbióticos, parasitas, saprofíticos que degradam naturalmente as paredes celulares Degradação da parede Æ efetuada em meio líquido - facilita a ação enzimática e permite a sobrevivência dos protoplastos. 2 Ligações osídicas da parede celular Fotomicrografia de parede celular vegetal . Perfil tridimensional da parede celular Parede celular x membrana celular . . 3 Isolando os protoplastos – fase I Fase I Lise da parede celular Excisão do material Enzimas utilizadas para degradação de parede celular Início do processo: isolando os protoplastos O processo da lise . Enzimas Microorganismo Atividade Celulase Onozuka R10 Trichoderma viride Descristalização e despolimerização da celulose Celulase driselase Irpex lacteus Pectinolítica e celulolítica Pectinase macerozyme R10 Rhizopus sp Endo-poligalacturonase (desdobra a pectina) 4 Fase II: purificação e testes de viabilidade Após tratamento enzimático Æ material precisa ser purificado para remoção de resíduos de enzimas, restos celulares e células não digeridas. Fase II Digestão Etapas: 1. Filtrado para separar os protoplastos do tecido não digerido. 2. centrifugado em baixa rotação Æ sedimentação e conseqüente separação. 3. lavado com meio de digestão ou em solução salina de KCI e CaCI2 e coletados com o uso de uma pipeta. Fase II: testes de viabilidade Colônia de protoplastos em meio líquido 4. avaliada Viabilidade Æ sua viabilidade Æ feita através do uso de corantes ou de corantes vitais fluorescentes. 5. Após esses processos Æ o n° de protoplastos intactos é contado usando-se hemacitômetros. 5 Protoplastos isolados Fase III: Cultivo propriamente dito 1. Meio de cultura Æ sais orgânicos e inorgânicos + fitorreguladores + polissacarídeos 2. Estímulo Æ após obtenção de colônia de protoplastos: - Físico - Químico 3. Regeneração da parede celular e a divisão das células . Ð Cinética de regeneração da parede celular Æ varia de acordo com a fonte de protoplastos e as condições de cultura. Regeneração da parede celular Æ divisão Æ colônias Æ variação da densidade celular baseado em subculturas Æ indivíduos adultos por organogêse ou embriogêse. Principais Técnicas de Cultura de Protoplastos Aplicações: 1. Obtenção de plantas transgênicas 1. Cultura em meio líquido Æ placa de Petri com fina camada de meio que facilita as trocas gasosas e tem como vantagem, a facilidade de modificação do meio por troca ou diluição. 2. Cultura em meio sólido Æ inicialmente é preparada uma suspensão de protoplastos em meio líquido duas vezes maior que a de interesse e a agarose é preparada no dobro da concentração desejada e mantida líquida numa temperatura de 37 a 45°C. Mistura-se volumes iguais das duas preparações e colocados numa placa de Petri. 3. Combinação de meio líquido e sólido Æ protoplastos ou colônias incluidas em meio de agarose é cortado em fatias e colocadas em um volume de meío líquid: combinando as vantagens das culturas líquida e sólida devido ao intercâmbio entre o líquido e a agarose. Plantas transgênicas - híbridos somáticos - Seleção de mutantes • Obtenção de plantas transgênicas - plantas transgênicas Æ definidas como aquelas que apresentam genes que originalmente não fazem parte do seu genoma. - resultados da obtenção da planta transgênica desejada irão depender ainda de diversos fatores Æ integração no genoma do hospedeiro, expressão, herança e estabilidade genética. - Vantagem: obtenção de uma planta inteira a par1ir de uma única célula, evitando a formação de quimeras e reduzindo a probabilidade e falsos transformantes. 6 Transferência de gene em alfafa (Medicago sativa L.) 2. Obtenção de híbridos somáticos - Técnica de fusão Æ protoplastos de duas plantas são fundidos utilizando PEG, Ca++ ou corrente elétrica. Ð hibridização do citoplasma e do genoma cromossômico. Produto de fusão Æ poderá regenerar Æ divisão Æ calo Æ novo ∆ a parede celular 3. Fusão com PEG (Polietilenoglicol) Fusão de protoplastos Para utilizar esta técnica é preciso considerar: . a) b) c) d) a qualidade dos protoplastos no início do tratamento, a pré-incubação com soluções salinas, a densidade de protoplastos na solução fusogênica e a concentração do PEG. Eletrofusão Æ Com este tratamento podem-se gerar poros temporários na membrana, onde se iniciam as fusões. Protoplastos Æ submetidos a uma corrente alternada de alta freqüência que faz com que estes fiquem alinhados conforme o campo elétrico Æ após fusão, protoplastos são cultivados em meio de cultura Æ regeneração 7 Fusão de protoplastos Fusão de protoplastos de tubérculos de batata . . 3. Obtenção de mutantes Clonagem de cenoura via cultivo de protoplastos - Necessário uma população homogênea Æ facilmente conseguidas com protoplastos. - Uma mudança no material genético pode ser conseguida: a) Radiações Æ células são irradiadas com luz ultravioleta, são colocadas em meio de cultura e depois selecionadas. b) Agentes mutagênicos químicos Æ expõe-se a célula ao agente mutagênico e em seguida as células são transferidas para um meio onde não será permitido o crescimento de células originais. - Seleção de células mutantes Æ como nos protoplastos as variações somaclonais aparecem com alta frequência, à seleção dos mutantes pode ser feita sem utilização de um mutagênico físico ou químico. 8 Calo de explantes de ápices radiculares de Cymbidium ensifolium Cultura de célula em suspensão de Musa spp. . Calos embriogênicos de banana Manutenção da cultura Culturas em frascos Células embriogênicas forma redonda e citoplasma denso Germinação e obtenção de novos indivíduos Células em suspensão estabelecidas Embriões somáticos em germinação Plântulas enraizadas prontas para aclimatação 9 Plantio – aclimatação – campo Fusão de protoplastos – Milho (Zea mays L.) . Plântulas em aclimatação em casa-de-vegetação Transferência para o campo Milho (Zea mays L.) – obtenção de novos indivíduos Biomassa: parede celular . . 10 Importância da parede celular vegetal Parede celular: primária e secundária Modelo estrutural da parede celular Síntese de celulose 11 Estrutura da celulose Fragmentando a molécula de celulose FIM 12