FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA O USO DE ESTEROIDES ANDROGÊNICOS ANABOLIZANTES NAS ACADEMIAS DE MUSCULAÇÃO DA ZONA SUL DE PORTO VELHO Levi Ferreira dos Santos MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO Porto Velho – Rondônia 2012 Levi Ferreira dos Santos O USO DE ESTEROIDES ANDROGÊNICOS ANABOLIZANTES NAS ACADEMIAS DE MUSCULAÇÃO DA ZONA SUL DE PORTO VELHO Monografia de graduação apresentada no curso de Educação Física do Núcleo de Saúde da Universidade Federal de Rondônia, para a obtenção do título de Licenciatura Plena em Educação Física. Orientador: Professor Ms. Ramon Núñez Cárdenas Porto Velho – Rondônia 2012 ii Santos, Levi Ferreira dos O uso de esteroides androgênicos anabolizantes nas academias de musculação da zona sul de porto velho./ Levi Ferreira dos Santos – s.n., 2012. 47fl. Monografia de Graduação – Curso de Educação Física – Universidade Federal de Rondônia. Orientador: Professor Ms. Ramon Núñez Cardenas 1. Esteroides Androgênicos Anabolizantes; 2. Academias. Musculação. I. Título. iii FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃOFÍSICA ATA DE DEFESA DE MONOGRAFIA Aos 23 dias do mês de março de 2012, o acadêmico LEVI FERREIRA DOS SANTOS, defendeu a monografia com o Título: O uso de esteroides androgênicos anabolizantes nas academias de musculação da zona Sul de Porto Velho. A Banca Examinadora foi Composta por: Orientador Ramón Núñez Cárdenas Segundo membro Silvia Teixeira de Pinho Terceiro membro Ivete de Aquino Freire O aluno obteve a nota:__________________ _______________________________________________ Orientador _______________________________________________ 2º membro ________________________________________________ 3º Membro iv Dedico esse trabalho aos meus pais, por terem me educado nos caminhos corretos e não medirem esforços em ajudar-me nos meus estudos. v Agradeço à DEUS, o único que é digno de receber a honra e a glória a força e o poder. vi SUMÁRIO 1. Introdução ............................................................................................................... 1 2. Objetivo geral .......................................................................................................... 3 2.1 Objetivos específicos ........................................................................................... 3 3. Referencial Teórico ................................................................................................. 4 3.1 Histórico ............................................................................................................. 4 3.2 Esteroides Androgênicos Anabolizantes .............................................................. 7 3.3. Mecanismo de ação dos EAA ............................................................................. 9 3.4 Principais drogas utilizadas ............................................................................... 10 3.4.1. Hemoginin ................................................................................................. 11 3.4.2. Oxadrin ..................................................................................................... 11 3.4.3. Dianabol .................................................................................................... 12 3.4.4. Winstrol..................................................................................................... 12 3.4.5. Deca-Durabolin ......................................................................................... 13 3.4.6. Durabolin .................................................................................................. 13 3.4.7. Deposteron ................................................................................................ 14 3.4.8. Equipoise (undecilenato de boldenona) ...................................................... 14 3.4.9. Durateston (propionato de testosterona, fenilpropionato de testosterona, isocaproato e caproato de testosterona) ................................................................ 14 3.6 Efeitos colaterais ............................................................................................... 17 3.7. Legislação ........................................................................................................ 18 3.8. Prevenção ao uso de EAA ................................................................................ 19 4. Metodologia ........................................................................................................... 20 4.1. Modelo de Estudo............................................................................................. 20 4.2 População .......................................................................................................... 20 4.3. Amostra ........................................................................................................... 21 4.3.1. Características da amostra .......................................................................... 21 4.5. Procedimentos .................................................................................................. 22 4.6. Estatística ......................................................................................................... 23 5. Análise e Resultados .............................................................................................. 23 6. Conclusão ............................................................................................................. 30 7. Referências ............................................................................................................ 32 ANEXO ..................................................................................................................... 37 vii Resumo O uso indevido de EAA (esteroides androgênicos anabolizantes) tornou-se um problema de saúde pública. No transcorrer da pesquisa verificou-se que essas drogas são medicamentos à base do hormônio masculino denominado testosterona. Os efeitos anabolizantes estimulam o crescimento da massa muscular enquanto que os efeitos androgênicos estão ligados diretamente às características sexuais masculinas. O objetivo deste trabalho foi investigar o uso de esteroides androgênicos anabolizantes nas academias de musculação da zona sul de Porto Velho. Para isso foi aplicado um questionário anônimo e voluntário para 50 praticantes de musculação de três academias da zona sul de Porto Velho, sendo que 42 eram do sexo masculino e 08 do sexo feminino com idade entre 18 a 42 anos. Os resultados permitem apontar que: a incidência de usuários e ex-usuários de EAA foi de 12%, sendo que no sexo masculino foi de 14,29% e no sexo feminino não houve incidência de uso. 66,66% dos usuários possuem ou estão cursando um nível superior. O principal motivo pelo qual os sujeitos utilizaram anabolizantes foi o ganho de massa muscular. A indicação para o uso foi feita por um amigo em 50% dos casos. 83,33% dos usuários afirmaram que conhecem os efeitos colaterais decorrentes do uso indevido dessas drogas e 50% dos usuários relataram terem sofrido tumores e crise renal em decorrência de seu uso. A substância mais utilizada foi a Durateston, seguida da Deca-Durabolin, Hemoginin e ADE. Esses dados sugerem que medidas de prevenção mais abrangentes sejam tomadas para restringir o uso indevido de EAA. Palavras Chaves: Esteroides Androgênicos Anabolizantes. Musculação. Academias. viii Abstract The misuse of EAA (anabolic androgenic steroids) has become a public health problem. In the course of research it was found that these drugs are medicines to the base of the male hormone called testosterone. The effects of anabolic steroids stimulate muscle growth while the androgenic effects are directly linked to male sexual characteristics. The objective of this study was to investigate the use of anabolic androgenic steroids in bodybuilding gyms in the area south of Porto Velho. For this purpose a questionnaire was given to 50 voluntary and anonymous bodybuilders three gyms in the area south of Porto Velho and 42 were males and 08 females aged 18 to 42 years. The results may point out that: the incidence of users and former users of AAS was 12% whereas in males was 14.29% and in females the incidence of no use. 66.66% of users have or are attending a higher level. The main reason why the subject was used anabolic steroids to gain muscle mass. The indication for use has been made by a friend to 50% of cases. 83.33% of users said they know the side effects of misuse of drugs and 50% of users reported having suffered tumors and renal crisis due to the use of these drugs. The substance used was Durateston, followed by, Deca-Durabolin Hemoginin and ADE. These data suggest that more comprehensive prevention measures are taken to restrict the misuse of AAS. Keywords: Anabolic Androgenic Steroids. Bodybuilding. Academies. ix LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida AMPc – adenosina monofosfato cíclico CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas COI – Comitê Olímpico Internacional EAA – Esteroides Androgênicos Anabolizantes EUA – Estados Unidos da America FDA – Food and Drug Administration HDL – lipoproteína de alta densidade HIV – vírus da imunodeficiência humana LDL – lipoproteínas de baixa densidade 1 1. Introdução Esteroides androgênicos anabolizantes são medicamentos a base de hormônios masculinos (testosterona) que agem estimulando o anabolismo proteico, com decorrente aumento de peso corporal, devido principalmente ao desenvolvimento da musculatura esquelética (ARAUJO, 2002). Os efeitos anabolizantes estimulam a síntese de proteínas, fornecendo o crescimento de massa muscular. Já os efeitos androgênicos estão ligados diretamente às características sexuais masculinas, dentre elas a agressividade. E essa característica é interessante ao treinamento, pois ocorre um maior desempenho de força rápida e a motivação é aumentada (WEINECK, 2005). Nas últimas décadas os Esteroides androgênicos anabolizantes vêm sendo utilizadas por atletas de elite, em maior parte, aqueles envolvidos em esportes de força e velocidade, para a melhora do desempenho físico nas competições. Porém o uso de esteroides anabolizantes passou a ser feito por frequentadores de academias de musculação, mais interessados nas alterações provocadas na composição corporal, observados com o aumento da massa magra e na redução da gordura subcutânea (VENÂNCIO et al, 2010). Esse fato pode estar associado a preocupação corrente em nossa sociedade em se ter um corpo bonito, motivo esse influenciado pelos meios de comunicação de massa. Este fator pode estar contribuindo para que um número crescente de jovens envolvam-se com o uso de esteroides androgênicos anabolizantes, na intenção de rapidamente desenvolver massa muscular (COURTINE, 1995). A grande preocupação é que o uso destas substâncias produzem mais malefícios que benefícios, pois, causam uma infinidade de efeitos colaterais que promovem inúmeras reações psicológicas que variam a mudanças no humor, euforia, irritabilidade, agressividade (HALL et al., 2005) até 2 mudanças físicas como crescimento de mamas em homens (ginecomastia) ou excesso de pelos (hirsutismo) em mulheres, podendo causar dependência e em alguns casos até a morte (SANTOS, 2003). Além disso doenças como o HIV, Hepatite B e C também foram observados, devido ao uso compartilhado de seringas e frascos ampolas, e isso aumenta o risco de contaminação para esses indivíduos (IRIART & ANDRADE 2002). Nos Estados Unidos cerca de três milhões de homens e mulheres utilizam os EAA para a melhora de performance física. 67% dos atletas de elite fazem uso dessas drogas. Já o uso de anabolizantes pelos atletas amadores está entre 1 e 5% da população. Entre alunos do segundo grau está entre 0,5% a 3% em garotas com idade entre 15 e 19 anos e 1 a 12% em homens com idade entre 15 e 19 anos (Fortunato et al, 2007). No Brasil estudos qualitativos de Sabino (2002) e Iriart & Andrade (2008) descrevem o grande consumo dessas substâncias, incluindo o uso de produtos veterinários, entre praticantes de musculação em Salvador e no Rio de Janeiro. Estudos quantitativos realizados em academias de musculação de Porto Alegre (CONCEIÇÃO & COLS., 1999), Goiânia (ARAÚJO & COLS., 2002), São Paulo (SILVA & MONREAL, 2003), Araxá (MOTA & NUNES, 2009) encontraram altas prevalências do uso de anabolizantes, respectivamente 24,3%, 21%, 19% e 59,37%. O problema do uso de EAA (Esteroides Androgênicos Anabolizantes) nas academias de musculação precisa ser mais bem investigado para que medidas específicas possam ser adotadas para impedir o uso indiscriminado dessas drogas. 3 2. Objetivo geral Investigar o uso de esteroides androgênicos anabolizantes nas academias de musculação da zona sul de Porto Velho. 2.1 Objetivos específicos a) verificar a incidência de usuários e ex-usuários de esteroides androgênicos anabolizantes; b) identificar os motivos que levam ou levaram os sujeitos à utilização dos esteroides androgênicos anabolizantes; c) verificar o conhecimento e a incidência de efeitos colaterais em decorrência do uso de esteroides androgênicos anabolizantes; d) identificar quais são ou foram os esteroides androgênicos anabolizantes mais utilizados pelos usuários e ex-usuários. 4 3. Referencial Teórico 3.1 Histórico A utilização de substâncias para obter alguma vantagem em competições já era comum na antiguidade. Os gregos faziam uso de extrato de testículos e cogumelos alucinógenos. Os gladiadores em Roma tomavam estimulantes naturais para superarem a fadiga e os machucados. Alguns índios da América do Sul mastigavam folhas de coca para aumentar sua resistência física e força de trabalho (KATLIN Apud SANTOS, 2007). Nessa época já era conhecido que os testículos são necessários para o desenvolvimento e manutenção das características masculinas (ROBERTS, 2002). Esses povos comiam testículos de animais e de seres humanos na crença de aumentarem a sua força, coragem e função sexual. A prática da castração humana, originada por volta de 2000 a.C. na Babilônia, evidenciou que a perda dos testículos significava para os machos não só a perda da fertilidade, mas também de sua força, seu poder e sua agressividade (SANTOS, 2003). Inicialmente acreditava-se em uma explicação neurológica para a castração (ARAÚJO, 2003). Porém Santos (2007) cita um estudo de 1849, onde o cientista alemão Berthold fez uma experiência simples com seis pássaros. O estudo mostrou que as mudanças na cor das penas, ocorridas quando eles foram castrados, poderiam ser prevenidas se os testículos removidos fossem transplantados para dentro da cavidade abdominal. Os resultados deste estudo mostram que os testículos secretam uma substância no sangue que regula o desenvolvimento e a manutenção das características do macho. A partir desta pesquisa nasceu a Endocrinologia (KOCHAKIAN apud ARAÚJO, 2003). O Dr. Charles Kochakian foi o cientista mais importante na pesquisa hormonal, sendo considerado o pai dos esteróides anabólicos (YESALIS apud SANTOS, 2007). Em 1929 Koch, desenvolveu um procedimento para produzir um extrato dos 5 testículos do boi. Isto foi seguido por uma completa purificação em 1935 por Laquer. Um ano mais tarde, Ruzicka concluiu a síntese do componente idêntico à testosterona do colesterol, como o fizeram Butenandt e Hanisch (ROBERTS, 2002). Essa descoberta rendeu para Butenandt e Ruzicka o premio Nobel pelo trabalho em química de 1939. Na mesma década Kochakian demonstrou que o hormônio extraído da urina de machos estimulava forte balanço nitrogenado positivo em cães castrados. Essa pesquisa estabelecia a propriedade anabólica e a construção de tecidos pela testosterona (SANTOS, 2007). Durante a Segunda Guerra Mundial os alemães começaram a fornecer esteroides para suas tropas no intuito de aumentar sua agressividade nos campos de batalha ao mesmo tempo que forneciam para seus prisioneiros nos campos de concentração com o objetivos de mantê-los saudáveis por causa da desnutrição severa que os assolava (SILVA, 2002). Os alemães foram os primeiros a sintetizar os esteroides anabolizantes e são acusados de terem feito inúmeras experiências com seus prisioneiros envolvendo essas substâncias (GALLAWAY, 1997). Durante as décadas de 40 e 50 tentaram sintetizar um esteroide anabólico com menos efeitos androgênicos. Hoje existem esteroides anabólicos com menos efeitos androgênicos. Contudo ainda não há drogas com efeito puramente anabólico (KOCHAKIAN apud ARAÚJO, 2006). Durante a década de 40 o uso de esteroides se tornou comum na Europa onde a união soviética foi a força predominante no atletismo graças a ajuda dos esteroides. Mas esse domínio foi de curta duração graças ao Dr. John Ziegler, médico da equipe olímpica do EUA, que encontrou uma maneira de desenvolver rapidamente a methandrostenolone, a grande conhecida Dianabol ou Dbol (HENNEBERG apud VICTOR, 2011). A Ciba Pharmaceuticals foi a primeira a comercializar o medicamento, e em 1958 o Dianabol foi aprovado pelo FDA (Food and Drug Administration) para uso 6 humano. A Ciba não parou por aí, na verdade ela estava abrindo as portas para milhares de experimentos em sintetizar esteroides anabolizantes e derivados (VICTOR, 2011). A partir desse acontecimento o consumo de testosterona e Dianabol tornou-se rotineiro em atletas olímpicos o que fez com que inúmeros cientistas dos EUA iniciasem estudos no esforço de conter o uso indiscriminado dessas substâncias. Vários desses estudos foram publicados citando o uso de esteroides anabolizantes e que estes não têm efeito positivo sobre o desempenho esportivo, mas os atletas não deram importância ( VICTOR, 2001). Com o uso generalizado de esteroides anabolizantes pelos atletas da época o COI (Comitê Olímpico Internacional) proibiu o uso dessas drogas. Pouco tempo depois a maioria dos principais órgãos de controle iria seguir o mesmo exemplo. Em 1972 testemunhou-se o primeiro tiro disparado na guerra iminente dos esteroides, como era até então, o COI começou a implementar um programa em tempo integral para testes de drogas em todos os atletas (CEBRID, 2011). Contudo cientistas alemães descobriram que alguns esteroides permitiam que a testosterona fosse usada e "limpa" do sistema em menos de três dias, deixando o atleta pronto para competir e submeter-se a exames. Um atleta poderia administrar terapia de testosterona durante todo o treinamento até três dias antes do teste, parar e estar limpo, livre (CLAUSNITZERl apud VICTOR, 2011). Em 1990 os alemães finalmente foram pegos em um escândalo de adulteração de exames. A velocista alemã Katrin Krabbe estava treinando na África do Sul quando recebeu a visita de um fiscal da Federação Internacional de Atletismo para colher a sua urina. O laboratório descobriu que o material tinha sido adulterado. Não foi detectada nenhuma droga, mas verificou-se que a urina de Katrin era idêntica a de outras duas corredoras que forneceram amostras do mesmo dia (WIKIPÉDIA, 2011). 7 3.2 Esteroides Androgênicos Anabolizantes Os hormônios esteroides são um grupo de substâncias lipofílicas onde o colesterol é a substância fundamental em sua formação (figura 1). Esse grupo de substâncias inclui os estrógenos (ex: extradiol), os corticosteróides (ex: cortisol), as progestinas (ex: progesterona), os mineralocorticóides (ex: aldosterona) e os andrógenos (ex: testosterona) (ARAÚJO, 2003). Figura 1- Representação da molécula de colesterol, cuja estrutura é a base de todos os hormônios esteroides Fonte: Silva & Lima, 2002. A testosterona faz parte do grupo denominado andrógeno e sua biossíntese ocorre a partir do colesterol por uma sequência de cadeias enzimáticas dentro das células de Leydig, localizadas no interstício do testículo maduro (KNOBIL 1988). O colesterol 8 utilizado para a síntese de testosterona pode ser obtido pelas células de Leydig por síntese “DE NOVO” (formação de uma molécula essencial a partir de moléculas precursoras simples), predominantemente, através de ésteres de colesterol armazenados na matriz intracelular ou a partir de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) colesterol extracelular (KNOBIL, 1988). A secreção testicular de testosterona é modulada, principalmente, pelo hormônio luteinizante e a conversão de colesterol em pregnolona na mitocôndria das células de Leydig são feitas pelo complexo enzimático de clivagem da cadeia de colesterol do citocromo P450, localizado na membrana mitocondrial (VERMEULEN, 1990). A alta concentração testicular promove uma elevada concentração local e um rápido turnover intracelular de testosterona (VERMEULEN, 1990). Ela exerce efeitos androgênicos e anabólicos (Tabela 1) em uma extensa variedade de tecidos-alvo, incluindo o sistema reprodutor, o sistema nervoso central, a glândula pituitária anterior, o rim, o fígado, os músculos e o coração (HEBERT apud ROCHA, 2007). Os efeitos androgênicos são responsáveis pelo crescimento do trato reprodutor masculino e desenvolvimento das características sexuais secundárias, enquanto que os efeitos anabólicos estimulam a fixação do nitrogênio e aumentam a síntese proteica (SHAHIDI apud ROCHA, 2007). Tabela 1– Efeitos Androgênicos e Anabólicos da Testosterona Efeitos Androgênicos Efeitos Anabólicos Crescimento do pênis Aumento da massa muscular esquelética Espessamento das cordas vocais Aumento da concentração de hemoglobina Aumento do libido Aumento do hematócrito Aumento da secreção nas glândulas sebáceas Aumento da retenção de nitrogênio Aumento de cabelos no corpo e na face Redução dos estoques de gordura corporal Padrão masculino dos pelos pubianos Aumento da deposição de cálcio nos ossos Fonte: Da Silva & cols, 2002 9 A partir da base molecular da testosterona natural, diversas substâncias foram sintetizadas, resultando no grupo de drogas denominadas EAA (esteroides androgênicos anabolizantes) (ARAÚJO, 2003). 3.3. Mecanismo de ação dos EAA Os EAA (esteroides androgênicos anabolizantes) atuam no organismo através de quatro mecanismo principais: aumento da síntese de proteína nos músculos esqueléticos; diminuição dos processos catabólicos (processo que diz respeito as vias de degradação, ou seja, quebra de substâncias); efeitos no sistema nervoso central e na junção neuromuscular e o efeito placebo (ARAÚJO, 2003). Os anabolizantes podem ser administrados por via oral ou intramuscular. Essas substâncias podem atuar diretamente em receptores específicos, sendo que, uma vez na circulação, elas são transportadas pela corrente sanguínea como mensageiros, na forma livre ou combinada às moléculas transportadoras, mas somente na sua forma livre difundem-se diretamente através da membrana plasmática de células-alvo, ligando-se a receptores protéicos intracelulares (ROCHA et al, 2007). Este processo de entrada na célula gera a produção AMPc (adenosina monofosfato cíclico) aumentando o metabolismo celular (Rocha et al, 2007). Dentro da célula (citoplasma), a molécula de esteroide ligada ao receptor androgênico específico migra para o núcleo celular, onde inicia o processo de transcrição gênica e, consequentemente, de transdução proteíca, a qual modula as ações celulares dependentes de andrógeno promovendo um balanço nitrogenado positivo, ou seja, um aumento na razão de síntese proteéca e diminuição na degradação destas proteínas (CELOTTI apud ROCHA, 2007). 10 3.4 Principais drogas utilizadas Os EAA podem ser utilizados oralmente e por via intramuscular (Tabela 2). As drogas comumente utilizadas por via oral incluem Oximetalona (Anadrol), Oxandrolona (Anavar), Metandrostenolona (Dianabol) e Estanozolol (Winstrol) (Araujo, 2003). Os EAA injetáveis mais utilizados são o Decanoato de Nandrolona (DecaDurabolin), Fenpropionato de Nandrolona (Durabolin), Durateston (Cipionato de Testosterona) Equipoise (Undecilenato de Boldenona) (AAP apud Araujo, 2003). Em estudos realizados nas cidades de Goiânia e Brasília Araújo & Cols. (2001) verificaram que as drogas mais utilizadas foram o deconoato de nandrolona. Em Salvador, Iriat e Andrade (2002) verificaram que entre praticantes de musculação as substâncias mais utilizadas foram testosterona (Durateston) testosterona + estradiol (Stradon p) e deconoato de nandrolona (Deca-Durabolin). Tabela 2– Lista dos esteroides anabólicos mais consumidos Esteroides orais Esteroides injetáveis Hemoginin® (oximetolona) Deca-Durabolin® (decanoato de nandrolona) Oxadrin® (oxandrolona) Durabolin® (feniilpropionato de nandrolona) Deposteron® (cipionato de testosterona) Dianabol® (metandrostenolona) Equipoise® (undecilenato de boldenona) Winstrol® (estanozolol) Durateston® (propionato, fenilpropionato, isocaproato e caproato de testosteron) Fonte: Silva et al, 2002. 11 3.4.1. Hemoginin Hemogenin (oximetalona) é conhecido como o esteroide oral mais poderoso que um culturista pode administrar, mas sua função terapêutica é de aumentar o número de células vermelha no sangue. Ele é utilizada no tratamento de anemia e AIDS. Esse esteoide pode ocasionar um rápido ganho de força e volume muscular, mas, devido a sua alta toxidade ao fígado a dose e o ciclo de utilização devem ser limitados (PERES & NETO, 2005). É encontrado em outros países com o nome de Anadrol ou Anapolon. Ele é um 17 alfa-alquelado, a dose e o ciclo de utilização devem ser limitados. Sua utilização em dose muito elevada pode salientar os efeitos colaterais (GUIMARÃES NETO, 2003). 3.4.2. Oxadrin Oxadrin (oxandrolona) foi originalmente comercializada na década de 60 pela Searle em diversos países com nomes diferentes tais como: Anavar (EUA), Lonovar (Argentina, Japão e Austrália), Lipidex (Brasil) entre outros. Essa droga é moderadamente androgênica e proporciona um bom efeito anabólico, não causando efeitos colaterais pronunciados em dosagem terapêutica. Por isto era destinada a crianças e é uma das drogas preferidas entre as mulheres (PERES & NETO, 2005). O Oxadrin tem como efeito principal um grande aumento de força por ampliar os depósitos de fósforo creatina intracelular (fonte de combustível muscular para esforços imediatos de curta duração com até 10 segundos, aproximadamente). É utilizado normalmente em conjunto com Parabolan para densidade muscular, e com Deca para aumento de massa (GUIMARÃES NETO, 2003). 12 3.4.3. Dianabol Dianabol foi desenvolvido em 1956, este foi o primeiro esteroide utilizado por atletas americanos, sendo o mais popular entre os atletas. Ele produz um efeito rápido e forte. De quatro a cinco comprimidos por dia são o suficiente para dar os resultados e o comportamento agressivo pode ser aumentado (SILVA apud SANGALTTI, 2008). Segundo Peres & Neto (2005) essa droga pde ser encontrada com os seguintes nomes: Anabol produzido na Tailândia, Pronabol 5 da Índia, Stenolon da República Checa e Neposin na Romênia. Segundo Guimarães Neto (2003) este foi e é um dos esteroides orais mais populares, principalmente entre aqueles que não são muito chegados ao desconforto de injeções. Esta droga, em doses adequadas, mostra ser bastante androgênica, causando significativos ganhos em força e volume muscular em questão de algumas semanas de uso. A maior parte do ganho em força, deve-se ao potencial de retenção hídrica causado por este esteroide o que o torna muito válido enquanto estiver em fase de aumento de massa muscular, mas indesejável em fase pré-competição (SANTOS, 2003). Por ser um alpha-alquelado tem efeito bastante tóxico ao fígado em altas dosagens. Por aromatizar, pode causar ginecomastia em algumas pessoas e também a acne. Para evitar a ginecomastia normalmente é acompanhada a administração desta droga com o uso de citrato de tamoxifena (Nolvadex) (PERES & NETO, 2005). 3.4.4. Winstrol Este esteroide pode vir em versão oral ou injetável em diluente aquoso. Pouco anabólico não promovendo aromatização nem retenção hídrica significativa, entretanto em alta dosagem pode ser tóxico ao fígado, principalmente o oral. O Winstrol é o nome comum para a droga estanozolol (PERES & NETO, 2005). É mais utilizada em 13 fase de definição, quando se busca densidade sem correr o risco de acumular líquido subcutâneo e é normalmente administrado com o Parabolan ou o Primoboran (GUIMARÃES NETO, 2003). Essa droga causa efeitos colaterais masculinizantes em mulheres, mesmo com doses baixas e também danos ao fígado. Isso ocorre com o uso prolongado de altas doses (SANTOS, 2003). 3.4.5. Deca-Durabolin Deca-Durabolin (decanoato de nandrolona) é muito popular por todo o mundo, foi desenvolvido na década de 60 pela Organon. A Deca caracteriza-se por ser moderadamente androgênica, com boas propriedades anabólicas, sendo atípicos o aparecimento de efeitos colaterais como acne, calvície e ginecomastia. Por outro lado essa droga reduz o desejo sexual e provoca infertilidade em homens mais do que qualquer outro esteroide anabólico (PERES & NETO, 2005). Com fins terapêuticos a Deca-Durabolin é usada para a reconstrução de tecidos que se tornaram fracos devido à doença continuada ou ferimentos graves. Pode também ser usado para aumentar a massa óssea em caso de osteoporose ou a massa corporal magra em caso de balanço de azotato negativo (INFARMED apud SARMENTO, 2007). 3.4.6. Durabolin As propriedades desta droga são muito semelhantes ao de Deca-Durabolin. Ambos contêm o hormônio anabólico nandrolona e são produzidas pela mesma empresa (Organon). A principal diferença entre essas duas substâncias é a velocidade na qual o medicamento é liberado. Enquanto a Deca proporciona a liberação lenta, Durabolin age em apenas poucos dias. Em situações clínicas, a Deca pode ser injetado uma vez a cada duas 14 ou três semanas, enquanto Durabolin é normalmente administrada com intervalos mais curtos. 3.4.7. Deposteron Esta droga injetável é conhecida por promover rápido ganho de força e volume muscular. É altamente androgênica e com boas propriedades anabólicas. Como a maior parte das testosteronas, essa droga tende a aromatizar facilmente, sendo provavelmente a maior responsável pelas ginecomastias entre os usuários. Por reter muita água, pode causar acentuada elevação na pressão arterial em alguns usuários. É utilizada fora de temporada, quando o objetivo é ganhar peso. O Deposteron também tem a fama de atrofiar os testículos mais rapidamente do que qualquer outra droga do mercado, além de ocasionar perdas vertiginosas de força e volume tão logo a droga seja descontinuada (GUIMARÃES NETO, 2003). 3.4.8. Equipoise (undecilenato de boldenona) É uma droga de uso exclusivamente veterinário. Há muitos anos foi descoberta pelos fisiculturistas e, desde então, vem sendo utilizada para aumento de força e volume muscular. Parece ser uma droga bastante anabólica, mas muito pouco androgênica, moderadamente tóxica ao fígado e com baixo nível de aromatização. Possui efeito similar à Deca-durabolin porém menos anabólico, mas com ação um pouco mais prolongada devido à adição de um átomo de carbono em sua estrutura. (SANTOS, 2003). 3.4.9. Durateston (propionato de testosterona, fenilpropionato de testosterona, isocaproato e caproato de testosterona) De acordo com Peres & Neto (2005, p. 77) este esteroide “é injetável e, a sua intenção é misturar estes diferentes compostos para uma ação imediata após a 15 aplicação. O Propionato tem uma ação imediata, mas de curto período, o Fenilpropionato e o Isocaproato tem um início mais lento, porém de maior duração”. Esta droga apresentada de forma injetável é o resultado da combinação de quatro compostos de testosterona. A justificativa da mistura é obter uma ação imediata após a aplicação e mantê-la por um longo período (PERES & NETO, 2005). Santos (2007) diz que essa droga possui excelentes resultados para o aumento da força e de peso e não parece promover retenção hídrica como a maioria dos esteroides altamente androgênicos, mas mesmo assim só é utilizada fora de temporada de treino. Ainda Santos (2007, p.85) disse que uma vantagem observada pelos usuários é que se pode utilizar esta droga por maior período de tempo, pelo fato de não causar maciço fechamento dos cistos receptores como acontece com muitos esteroides. A Ciba-Geigy produz na Europa outra droga semelhante, seguindo a mesma ideia de liberação gradual, com o nome de Trioladem, enquanto na Grécia é produzido com o nome de Omnadren (PERES & NETO, 2005). 3.5. Epidemiologia Existe atualmente em todo o mundo uma preocupação sóciogovernamental envolvendo o abuso de EAA, dentro e fora do cenário esportivo (SILVA, 2005). Existem várias estimativas do uso de EAA em diferentes segmentos da sociedade e da prática desportiva, estudos estes realizados com resultados bastantes variados. Nos EUA encontram-se taxas de prevalência de uso de EAA entre adolescentes que variam de 2% a 12% para o sexo masculino e de 0,5% a 2,5% para o sexo feminino. Essa diferença na prevalência entre os sexos masculino e feminino está associado ao fato de que os usuários de EAA estão em busca de aumento da massa muscular, um efeito que é considerado indesejável pela maioria das mulheres. O início do consumo ocorre em média 16 entre 14 e 15 anos (ARAÚJO, 2003). No Canadá uma pesquisa feita em estudantes mostrou uma taxa de uso de 2,8% (MELIA apud ARAÚJO, 2003). Na Grã-Bretania os dados publicados são parecidos com os do EUA, com uma prevalência de uso de 4,4% para homens e 1% para mulheres (WHITEHEAD apud ARAÚJO, 2003). Na Suécia, de 1383 estudantes universitários, a prevalência de uso de EAA foi de 5,8% entre homens (ARAÚJO, 2003). Atualmente nos EUA estima-se que haja 3,5 milhões de usuários de EAA e que, aproximadamente 3% dos jovens norte-americanos já fizeram uso dessa classe de drogas em algum período da vida (EKLOF apud VENÂNCIO et al, 2010). No Brasil, Conceição & Cols., (1999) realizaram estudo sobre o uso de EAA por praticantes de musculação nas academias de Porto Alegre, mostrando que 24,3% dos indivíduos usavam EAA. Ainda em Porto Alegre Da Silva & Czepielewski (2001) demonstram em seu estudo piloto que entre 36 atletas competitivos e recreacionais selecionados em 8 academias de musculação, cerca de 95% de seus entrevistados estavam usando ou já haviam usado EAA. Em Goiânia, Araújo & Cols., (2002) em estudo realizado em 14 academias de musculação demonstraram uma prevalência de 21% de usuários de EAA. Silva & Monreaul, (2003) detectaram a prevalência de uso de EAA de 19% em três grandes academias de musculação da cidade de São Paulo. Frizon & Cols., (2006) em uma pesquisa nas academias das cidades de Erechin e Passo Fundo no Rio Grande do Sul descobriram uma prevalência de uso de EAA de 6,5%. Em uma pesquisa com estudantes de Educação Física na cidade de Campos dos Goytacazes no Rio de Janeiro, Silva & Lima, (2007) descobriram uma prevalência de uso de 4%. Mota & Nunes (2009) em um estudo realizado em Araxá, Minas Gerais, verificaram prevalência de uso de EAA de 59,37%. De acordo com dados do CEBRID (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas), o consumidor preferencial no Brasil está entre 18 e 34 anos e, em geral, é do sexo masculino. 17 3.6 Efeitos colaterais Entre os principais problemas de saúde, observa-se que no sistema cardiovascular pode ocorrer a elevação da pressão arterial, redução do HDL, aumento do LDL, alargamento da parede ventricular esquerda, aumento da espessura do septo interventricular e do índice da massa do ventrículo esquerdo (DI BELO et al, 1999), trombose ventricular, embolismo sistêmico (MACARTHY et al, 2000) cardiomiopatia dilatada, infarto agudo do miocárdio por oclusão da artéria descendente anterior e morte súbita por hipertrofia ventricular esquerda e acidente cerebrovascular (FERREIRA et al, 1997). No fígado, ocorre hepatotoxidade e câncer. Entre os problemas dermatológicos estão as acnes, seborreia, cistos sebáceos, alopecia, estrias atróficas e infecções secundárias. Os anabolizantes podem alterar o sistema reprodutor, causando por exemplo, hipertrofia da próstata, ginecomastia (desenvolvimento excessivo das glândulas mamárias), calvície e impotência sexual nos homens. Nas mulheres, ocorre excesso de pelos, engrossamento da voz, hipertrofia do clitóris e irregularidades no ciclo menstrual. Em nível psicológico ocorrem mudanças de humor, comportamento agressivo, depressão, hostilidade e surtos psicóticos. Muitas mortes vem sendo relatadas pelo uso de anabolizantes. Santarém (2001) sugere que isso ocorre pelo uso contínuo ou doses abusivas dessa droga. Petersson apud Santos (2006) disse que os anabolizantes aparecem como indicadores do aumento do risco para morte prematura em diversos tipos de pacientes (drogaditos, transtornos psiquiátricos, dor torácica e convulsões por motivo inespecífico), quando comparados aos que não fazem uso destas substâncias. Além disso o uso de EAA de forma injetável pode vir a transmitir doenças contagiosas pelos vírus das Hepatites B e C, além de infecção pelo HIV por motivos de compartilharem seringas contaminadas (IRIART & ANDRADE 2002). 18 3.7. Legislação No Brasil é necessário a indicação médica para o uso de EAA. Porém essas drogas são vendidas livremente nas drogarias ou em farmácias de manipulação, que utilizam sais legalmente importados, como oxandrolona, estanozolol e testosterona. Também se encontra abuso de substâncias destinadas a uso veterinário, principalmente para equinos (LISE et al, 1999). A Portaria 344, de 12 de maio de 1998, diz que o controle e a fiscalização da produção, comércio, manipulação e uso de EAA serão executados em conjunto com as autoridades sanitárias dos Ministérios da Saúde, da Fazenda, da Justiça e seus congêneres nos Estados, municípios e Distrito Federal. Em 11 de Janeiro de 2002, o Presidente da República Fernando Henrique Cardoso sancionou a lei Antidrogas (Lei n° 10.409/02). Esta Lei diz respeito da prevenção, tratamento, fiscalização, controle e repressão à produção, ao uso e ao tráfico ilícitos de produtos, substâncias ou drogas ilícitas que causem dependência física ou psíquica. No ano de 2000, o Presidente da República Fernando Henrique Cardoso sancionou a Lei n° 9.965 publicada em 27 de Abril do mesmo ano, em que se torna restrito a venda de esteroides ou peptídeos anabolizantes. Esta Lei restringe a venda dos EAA, sendo estes permitidos a venda somente com retenção e apresentação, pela farmácia ou drogaria, da cópia carbonada de receita emitida por médico ou dentista devidamente registrados nos respectivos conselhos profissionais. O desrespeito desta lei levará a uma infração sanitária, estando o infrator sujeito as penalidades previstas na Lei n°6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuízo das demais sanções civis ou penais. 19 3.8. Prevenção ao uso de EAA Nos últimos anos, o conceito de prevenção aplicado nos ramos da atividade humana tem sido largamente utilizado, e os que o fazem têm chamado a atenção para o fato de que em muitas ocasiões é bem melhor evitarmos certos acontecimentos do que deixarmos que os mesmos ocorram para em seguida tratá-los (SANGALETTI, 2008). Na atualidade, prefere-se falar em educação preventiva ao invés de prevenção tão somente. Nas primeiras formulações a ideia de prevenção estava centrada no princípio de que informando sobre o assunto estaríamos promovendo a prevenção ao uso de substâncias químicas como os anabolizantes (SILVA, 200-?). Estas orientações pouco adiantaram no sentido de interferirem enfaticamente no processo individual e social de uso e abuso destas substâncias, isto é, estas ideias não mudaram as motivações e o comportamento das pessoas quanto à atração ao consumo das mesmas (SANGALETTI, 2008). Porém, quando se fala em educação preventiva relacionada ao consumo de drogas, refere-se à possibilidade de se adotar medidas que visem à formação da consciência dos indivíduos em seus contextos históricos e em suas relações sociais, isso refere-se à formação da personalidade, do caráter e da construção de diversos valores indispensáveis ao convívio pessoal e social (COSTA apud SANGALETTI, 2008). Quando se fala em educação preventiva, tem que se falar em valorização da vida, em saúde, em direitos individuais e coletivos e em relações sociais. A prevenção é algo mais complexo, por isso a família e a escola são um dos instrumentos e ferramentas mais importantes para se implementar propostas preventivas. 20 Dentro deste contexto Silva (200-?, p. 1) disse que: ... a informação ou estratégia inspiradas no modelo de informativos entram neste novo contexto como algo importante, porém sabe-se que isto não basta por si só. Sabe-se que realmente é importante que as pessoas, particularmente as crianças, adolescentes e adultos jovens, saibam muito e corretamente sobre este tema, porém o fundamental é que, além deste conhecimento indispensável à consciência sobre o problema, tenham autocrítica, responsabilidades bem definidas enquanto seres humanos, que se queiram bem e saibam valorizar e respeitar a si e aos outros. Tendo isto, estaremos realmente falando de prevenção e de educação preventiva, que, a nosso ver, é o grande salto deste século (SANGALETTI, 2008). 4. Metodologia 4.1. Modelo de Estudo Segundo Thomas; Nelson; Silverman (2007) “esta pesquisa é de caráter descritivo e tem por premissa buscar a resolução de problemas melhorando as práticas por meio da observação, análise e descrições objetivas, através de entrevistas com peritos para a padronização de técnicas e validação de conteúdo” Quanto a natureza ela caracteriza- se como quanti-quali, aonde representa a combinação de quantitativo e qualitativo, utilizando em parte do trabalho a visão positivista, e em outra parte a visão fenomenológica, aproveitando-se o que há de melhor em cada uma delas (ARAÚJO; OLIVEIRA, 1997). 4.2 População A população constituí por 771 praticantes de musculação de três academias da zona sul da Porto Velho. 21 4.3. Amostra A amostra foi constituída por 50 indivíduos o que corresponde a 6,48% da população com a média de idade de 26,45 anos. 4.3.1. Características da amostra O gênero dos praticantes de musculação que compuseram a amostra caracterizaram-se como 42 (84%) eram do sexo masculino, enquanto que 08 (16%) eram do sexo feminino (Tabela,3). Tabela 3 – Distribuição da amostra segundo sexo Sexo N % Masculino 42 84 Feminino 08 16 Total 50 100 Em relação a faixa etária, a idade variava entre 18 a 42 anos, sendo que 13 (26%) dos indivíduos estão entre 18 a 21 anos, 12 (24%) estão entre 22 a 25 anos, 15 (20%) estão entre 27 a 31 anos, e 10 (20%) estão entre 32 a 42 (Tabela 4). Tabela 4 – Faixa etária dos participantes da pesquisa. Idade N % 18 – 21 13 26 22 – 25 12 24 27 – 31 15 30 32 – 42 10 20 Total 50 100 22 Quanto ao nível de escolaridade, 6 (12%) cursam ou já concluíram o Ensino Fundamental, 28 (56%) cursam ou já concluíram o Ensino Médio e 16 (32%) cursam ou já concluíram o Ensino Superior (Tabela 5). Tabela 5 – Distribuição da amostra segundo a escolaridade. Nível de escolaridade N % Fundamental Incompleto 5 10 Fundamental Completo 1 2 Ensino Médio Incompleto 11 22 Ensino Médio Completo 17 34 Ensino Superior Incompleto 11 22 Ensino Superior Completo 5 10 Total 50 100 4.4. Instrumento de coleta de dados O instrumento de coletas de dados foi um questionário, anônimo e confidencial baseado no questionário de (DA CRUZ et al, 2004). Alguns estudos tem demonstrado a confiabilidade em questionários confidenciais para a detecção de usuários de EAA. O que torna os resultados obtidos com esse tipo de instrumento aceitáveis (ARAUJO, 2003). 4.5. Procedimentos A aplicação do questionário foi feita em três academias de musculação da zona sul de Porto Velho no mês de Setembro de 2011. Antes da apresentação desse 23 questionário foi apresentado aos praticantes de musculação um termo de consentimento livre e esclarecido informando que a pesquisa é de caráter voluntário, os objetivos do estudo, os procedimentos adotados, participação anônima, os benefícios que os pesquisados possam ter, os riscos que os pesquisados possam ter e garantia de sigilo total das informações coletadas. Após a concordância e assinatura do termo foi entregue o questionário para os praticantes responderem. 4.6. Estatística As respostas do questionário foram analisadas através da porcentagem simples e médias. 5. Análise e Resultados A prevalência do uso indevido de EAA é algo preocupante pois além dos problemas de saúde causados por essas drogas, os usuários correm ainda um risco maior de se envolverem também com o uso de outras drogas ilícitas, álcool e tabaco (BAHRK & cols apud Araujo, 2003). No Brasil muitas são as pesquisas relacionadas à esse tema (CONCEIÇÃO & COLS., 1999; DA SILVA & CZEPIELEWSKI., 2001; ARAÚJO & COLS., 2002; SILVA & MONREAUL., 2003; FRIZON & COLS., 2006; SILVA & LIMA., 2007 E MOTA & NUNES., 2009). Todas essas tratam o problema como sendo de saúde pública. Nesse estudo verificou-se que de 50 praticantes de musculação nas academias da zona sul de Porto Velho, 06 o que corresponde a 12%, relataram que fazem ou já fizeram o uso de EAA, enquanto que 44 praticantes, o que corresponde a 88%, nunca utilizaram EAA (Tabela 4). A prevalência encontrada nesta pesquisa é considerada alta tendo em vista que dos 06 usuários de EAA 16,66% disseram possuir um nível superior, 24 50% relataram estar cursando um nível superior, 16,66% disseram possuir o nível médio completo e 16,66% estão cursando o nível médio. Isto mostra que o nível de escolaridade elevado e informações sobre o assunto não são suficientes para coibir o uso. Em um estudo semelhante a esse, Frizon & Cols., (2006) Traçaram o perfil dos usuários e verificaram que são homens jovens, estudantes universitários e motivados simplesmente pela estética. O fato de terem um curso superior e teoricamente, um maior conhecimento dos riscos associados ao uso de anabolizantes, não evitaram o uso dos mesmos. Tabela 6 – Prevalência do uso de EAA nas academias de musculação da zona sul de Porto Velho Prevalência N % Usuários 6 12 Não usuários 44 82 Total 50 100 Verificando a prevalência de uso de EAA por gênero, constatou-se que do total de pesquisados, 08 o que corresponde a 16%, são do sexo feminino e relataram que nunca fizeram o uso das substâncias em questão. Enquanto que 42, que corresponde a 84%, são do sexo masculino, o que se verifica que a incidência de usuários de EAA somente entre homens é de 14,29% (Tabela 6). O fato de não existir nesta pesquisa a incidência de uso de EAA em mulheres pode ser facilmente explicado, pois o principal motivo de quem usa essas substâncias e o aumento da massa muscular e esse efeito é indesejado entre as mulheres. 25 Tabela 7 – Prevalência de uso de EAA entre homens. N % Usuários 6 14,29 Não usuários 36 85,71 Total 42 100 Essa incidência de uso de EAA pode ser ainda maior do que a encontrada tendo em vista que 61,36% dos não usuários conhecem alguém da academia que use essas drogas. Esse resultado é parecido com o encontrado por Araújo (2003), onde em um estudo com adolescente do Distrito Federal sobre o uso de EAA no ensino médio, encontrou um resultado de 70,63% de pesquisados que conhecem alguém que utilize EAA. Além disso 11,36% dessas pessoas pretendem utilizar essas substâncias algum dia. Coelho & Cols., (2007), em um artigo sobre o conhecimento de usuários e ex-usuários sobre as causas e efeitos da utilização de EAA, relataram que o principal motivo que levou os usuários a utilizarem essas substâncias foi o aumento da massa muscular. Esse artigo vem confirmar os dados do presente estudo, já que 66,66% dos indivíduos fizeram o uso para obter um maior aumento de massa muscular, enquanto que 33,33% o fizeram por causa de amigos (Tabela, 8). Esses dados mostram a supervalorização de um corpo musculoso e o desconforto dos usuários com o corpo que possuem. Isso pode estar acontecendo pelo padrão de beleza que a mídia expõe para a sociedade. Reforçando essa ideia Frizon & Cols., (2006) disseram que nos últimos anos, o 26 padrão de beleza explorado pela mídia e o culto exagerado ao corpo têm feito com que muitos jovens busquem nos EAA a realização de seus anseios. Além disso Coelho & Cols., (2007), falaram que o aumento de massa muscular nada mais é que o resultado de uma geração que cultua o corpo e, em muitas vezes a aceitação em grupos pode ser facilitada quando se tem um corpo bem torneado. Tabela 8 – Motivos que levaram a utilização de EAA. Motivos N % Aumenta da massa muscular 4 66,66 Amigos 2 33,33 Total 6 100 Nesta pesquisa, 05 participantes, o que corresponde a 83,33% afirmaram que conhecem os efeitos colaterais, enquanto que 01 participante , o que corresponde a 16,66% respondeu não conhecer os efeitos provocados por essas substâncias (Tabela 9). Esse resultado deixa evidente que mesmo conhecendo os efeitos colaterais que essas substâncias trazem a saúde, a maioria dos usuários arriscam-se, fazendo o uso dessas drogas. Araújo, (2003) sugere que as medidas que visem prevenir o uso de EAA não devem se basear apenas na ênfase aos efeitos colaterais. Os efeitos colaterais citados pelos pesquisados foram: amputação de membros, tumores, crise renal, stress e a morte. 50% desses usuários relataram terem sofrido com os efeitos adversos que essas drogas provocam. Os efeitos sofridos foram: tumores e crise renal. 27 Tabela 9 – Conhecimento dos usuários a respeito dos efeitos colaterais que o uso de EAA provoca. Resposta N % Sim 05 83,33% Não 01 16,66% Total 06 100 A indicação quanto ao uso foi feita por um amigo em metade dos casos, 03 (50%), 02 (33,33%) indivíduos, relataram que fizeram o uso por conta própria e 01 (16,66%) individuo, preferiu não relatar (Tabela7). Araújo (2003) diz que os amigos ou colegas são as fontes de informações mais frequentemente buscadas pelos usuários de EAA. Nesse resultado é importante ressaltar que não foram mencionados, como quem indicou o uso, Médico, balconista de farmácia e instrutores de musculação. Um fato importante é que do contrario do que se pensa, nesta pesquisa não houve a indicação de uso de EAA por instrutores de musculação. Isso pode ter relação com o aumento de profissionais capacitados trabalhando nas academias. Tabela 10 – Indicação quanto ao uso de EAA. Indicação N % Amigos 3 50 Conta própria 2 33,33 Não respondeu 1 16,66 Total 6 100 28 A respeito dos EAA utilizados, a pesquisa mostra os seguintes resultados. 01 indivíduo, o que corresponde a 16,66% utilizou a substância conhecida como DecaDurabolin, 01 o que corresponde a 16,66% utilizou a substância denominada Emoginin, 03 indivíduos, o que corresponde a 50%, fizeram o uso de Durateston 01 participante, o que corresponde a 16,66% utilizou a substância denominada ADE (Tabela 11). Esses resultados são semelhantes aos encontrados por (Coelho & Cols.,2007; Mota & Nunes., 2009). O Durateston é muito androgênico, o que o caracteriza como excelente para ganho de massa muscular, peso e força (IRIART e ANDRADE, 2002; SANTOS, 2003). Com relação a Deca-Durabolin Santos (2003), disse que esse EAA é pouco androgênico e um anabólico forte, deste modo, é bastante utilizado para ganho de massa muscular, pode-se dizer que ele leva a um aumento de massa muscular sem muitos riscos, ou seja, obter os ganhos desejáveis (aumento da massa muscular) sem obter os efeitos indesejáveis (efeitos colaterais prejudiciais) (COELHO & COLS., 2007). O Hemogenin é conhecido como o esteroide oral mais poderoso e sua função é aumentar o número de células vermelha no sangue. O uso dessas substâncias citadas a cima se dá pelo fato da grande divulgação dessas na mídia, nas academias e seu baixo valor de venda. Tabela 11– Substâncias utilizadas pelos usuários de EAA. Produto N % Durateston 3 50 Dece-Durabolin 1 16,66 ADE* 1 16,66 Hemoginin 1 16,66 Total 6 100 *Substancia que não é esteroide androgênico anabolizante. 29 A substância ADE não é um EAA, porém praticantes de musculação utilizam essa droga como se fosse, Isso sugere que os indivíduos que fazem o uso dessa droga desconhecem a sua composição e o seu efeito. Segundo Wikipédia (2012), ADE é um óleo composto vitamínico lipossolúvel das vitaminas A, D, E, de coloração amareloalaranjada, e de uso exclusivamente veterinário, injetável. A função principal do óleo é suprir necessidades de carência de vitaminas lipossolúveis diretamente e infecções nos animais, e ainda tem uso restrito a alguns grupos de animais, permitido para bovinos, equinos, suínos, caprinos, ovinos e coelhos, e com claras recomendações para não se usar em cães e gatos. O ADE por si só pode causar abscessos no local injetado e proximidades, infecções, embolia e necrose do membro, o que causa uma futura amputação. As consequências da injeção do ADE são: paralisia (caso na hora da injeção seja atingido um nervo), parada respiratória, infarto e parada cardíaca. Em caso de complicações gerais, não é raro chegar a casos fatais (HIPERTROFIA, 2012). 30 6. Conclusão A incidência de uso de EAA nas academias da zona sul de Porto Velho foi de 12%. Verificando a incidência de uso por gênero, pude observar que não houve a utilização de EAA entre mulheres e que nos indivíduos do sexo masculino a incidência de uso foi de 14,29%. No decorrer da pesquisa com os praticantes de musculação percebi uma enorme resistência para que aceitassem responder ao questionário sobre o tema. Isso revela que há uma grande dificuldade e constrangimento (mesmo a pesquisa sendo anônima) em admitirem o uso dessas substâncias. Isso pode está relacionado ao fato de que os usuários reconhecem que o uso dessas substâncias sem indicação médica é algo ilegal. Os motivos alegados para a utilização foi em sua grande parte o aumento da massa muscular. Os usuários conhecem os efeitos danosos à saúde que a utilização de EAA provoca. 50% desses usuários relataram terem sofrido com os efeitos colaterais que essas drogas provocam. Os efeitos relatados por eles foram: tumores e crise renal. Em metade dos casos pesquisados foram os amigos que indicaram o uso dessas drogas. Os EAA mais utilizado pelos pesquisados foi o Durateston, seguido da Deca-Durabolin, Hemoginin e ADE. Os EAA são substâncias utilizadas para tratar deficiências androgênicas como: hipogonadismo, puberdade, crescimentos retardados, micro pênis neonatal, deficiência androgênica parcial em homens idosos, deficiência androgênica secundária a doenças crônicas, e na contracepção hormonal masculina (CZEPIELEWSKI apud SILVA & LIMA, 2007). Porém essas drogas estão sendo utilizadas pelos frequentadores das academias de musculação onde essa pesquisa foi realizada por motivos meramente estéticos, buscando um padrão de beleza imposto pela mídia. Esse fato vem resultando em uma série de problemas à saúde desses indivíduos. Não adianta apenas informar os usuários a respeito dos malefícios que essas drogas trazem a saúde, mas adotar 31 medidas que visem a formação do caráter, personalidade e construção de valores indispensáveis para a vida. 32 7. Referências ARAÚJO, A. O. ; OLIVEIRA, M. C. Tipos de pesquisa. Trabalho de conclusão da disciplina Metodologia de Pesquisa Aplicada a Contabilidade Departamento de Controladoria e Contabilidade da USP. São Paulo, 1997. Mimeografado. Disponível em: <http://www.furb.br/congressocont/_files/EPC%20079.pdf>.Acesso em: 10 nov. de 2011. ARAÚJO, J. P. O uso de esteróides androgênicos anabolizantes entre os estudantes do ensino médio no Distrito Federal. Brasília, 2003. p. 90. Dissertação. Educação Física. Universidade Católica de Brasília. ARAÚJO, L.R, ANDREOLO. J, SILVA M. S. Utilização de suplemento alimentar e anabolizante por praticantes de musculação nas academias de Goiânia-Go. Revista Brasileira Ciências do Movimento, 2002. Disponível em: http://abenutri.org/yahoo_site_admin/assets/docs/Utilizacao.222181950.pdf. Acesso em: 30 de ago de 2011. COELHO, D. DETANICO, D. SANTOS, S. G. Conhecimento de usuários e ex usuários sobre as causas e efeitos da utilização de esteróides anabolizantes. Revista Digital Buenos Aires - Año 12 - N° 112 - Septiembre de 2007. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd112/causas-e-efeitos-da-utilizacao-de-esteroides anabolizantes.htm Acesso em 03 de mar de 2012. CONCEIÇÃO, C. A, WANDER, F.S, MASSILI, L.P, VIANNA, L.A.F, GONSALVES, D.M, FOSSATI, G. Uso de anabolizantes em praticantes de musculação em academias. Revista pesquisa médica 1999; 33: 103-116. COURTINE J.J. Os Stakhanovistas o narcisismo: body-building e puritanismo ostentatório na cultura americana. In: Sant'anna DB, organizador. Políticas do corpo. Elementos para uma história das práticas corporais. São Paulo: Estação Liberdade, 1995. CEBRID. Levantamentos do CEBRID. http://www.saude.inf.br/cebrid.htm Acesso em: out. 2011. Disponível em: DA CRUZ, J. B. NETO, A.C.Q. BARBOZA, D.A CABRAL, L. C WANDERLEY, M.C. Combate ao uso de anabolizantes em academias de ginástica. III Encontro de Extenção da UFCG, 2004. DA SILVA, P. R. P. CZEPIELEWSKI, M.A. Uso de Agentes Esteróides Anabólicos, Estimulantes, Diuréticos, Insulina e GH em Amostras de praticantes de musculação de Porto Alegre. Revista Brasileira de Toxicologia, 2001. 14: 71. Efeitos colaterais do ADE. Disponível em:< Hipertrofia.org/ blog/2009/10/16/efeitoscolaterais-do-ade/. Acessado em: 19 de jan. 2011. 33 FORTUNATO, R. S.; ROSENTHAL, D ; CARVALHO, D. P. de. Abuso de esteróides anabolizantes e seu impacto sobre a função tireóidea. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo, v. 51, n. 9, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abem/v51n9/01.pdf. Acesso em: 3 de jul. 2010. FRIZON, F. MACEDO, S.M.D. YONAMINE, M. Uso de esteróides andrógenos anabólicos por praticantes de atividade física das principais academias de Erechim e Passo Fundo/RS. Rev. Ciênc. Farm. Básica Apl., v. 26, n.3, p. 227-232, 2005. ISSN 18084532. Disponível em: http://200.145.71.150/seer/index.php/Cien_Farm/article/viewFile/428/411. Acesso em: 12 de out. 2011. GALLAWAY, S. The steroyd biblle, 3. Ed. Sacramento, Belle International, 1997. GUIMARÃES NETO, W. M. Musculação: alem do anabolismo. 2. ed. São Paulo: PHORTE, 2006. HALL, R.; HALL, R; CHAPMAN, M.J. Psychiatric complications of anabolic steroid abuse. Psychosomatics, n.46, p.285-90, 2005. IRIART, J.A.B.; ANDRADE, T.M. Musculação, uso de esteróides anabolizantes e percepção de risco entre jovens fisiculturistas de um bairro popular de Salvador, Bahia, Brasil. Caderno de Saúde Pública. Rio de Janeiro, v.18, n.5, 1379-87, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102311X2002000500031&script=sci_arttext.> Acesso em: 12 out. 2011. KNOBIL E, NEILL J. The physiology of reprodution. New York: Raven Press, 1988: 975-98. MARQUES, M. A. S; PEREIRA, H. M. G, AQUINO NETO, F. R. Controle de dopagem de anabolizantes: o perfil esteroidal e suas regulações. Rev Bras Med Esporte , Niterói, v. 9, n. 1, 2003 . Disponível em: <http://www.scielo.br /pdf/rbme/v9n1/v9n1a04.pdf> Acesso em: 28 Ago. 2011. MOTA, T. NUNES, L. G. Prevalência do uso ilícito de esteróides anabolizantes em homens treinados fisicamente. Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 138 Noviembre de 2009. Disponível em: <www.efdeportes.com/.../uso-ilicito-de-esteroidesanabolizantes.htm> Acesso em: 24 Nov. 2011. 34 PERES R. A. de N. GUIMARÃES NETO W. M. Guerra Metabólica: Manual de sobrevivência. Guarulhos: Phorte, 2005 RIBEIRO, P. C. P. O uso indevido de substâncias: esteróides anabolizantes e energéticos, 2001. Disponível em :< http://raladolec.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext> Acesso em 24 Nov. 2011. ROBERTS, BILL. A história e a posição atual do desenvolvimento dos esteróides anabólicos – androgênicos. Disponível em : WWW. fisiculturismo.com.br/artigo.php?id=71. Acesso em: 29 ago. 2011. ROCHA, F.L, et AL , 2007. Esteróides anabolizantes: mecanismos de ação e efeitos sobre o sistema cardiovascular. Disponível em: www.scamilo.edu.br/pdf/mundo_saude/56/02_esteroides.pdf. Acesso em: 01 Set. 2011. SANGALETTI, L. L. Anabolizantes Esteróides Androgênicos: conhecer e prevenir. Rio de Janeiro, 2008. 40 fls. Trabalho de Conclusão de Curso (especialização) Escola de Saúde do Exército, Programa de Pós-Graduação em Aplicações Complementares às CiênciasMilitares.Disponívelem:<http://www.essex.ensino.eb.br/doc/PDF/PCC_2008_CF OPDF/CD60%201%BA%20Ten%20Al%20LEONARDO%20LUIZ%20SANGALETTI.p dfAcesso em: 13 out. 2011. SANTOS, A. F et al . Anabolizantes: conceitos segundo praticantes de musculação em Aracaju (SE). Psicol. estud. , Maringá, v. 11, n. 2, 2006 . Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141373722006000200016&lng= pt&nrm=iso. Acesso em: 8 Jul 2010. SARMENTO, L. F. Efeitos adversos provenientes do uso de esteroides anabolizantes por atletas em boas condições de saúde. Porto Velho, 2007.41fls. Trabalho de Conclusão de Curso de Educação Física, Universidade Federal de Rondônia. SILVA, P.R.P. Esteróides Anabolizantes no Esporte, revista brasileira de medicina esportiva. Vol. 8, Nº 6 – Nov/Dez, 2002. Disponivel em:< http://www.scielo.br/pdf/rbme/v8n6/v8n6a05.pdf> Acesso em: 20 out. 2011. SILVA, L.S.M.F. MOMREAUL, R.L.M. Uso de esteróides anabólicos androgênicos por praticantes de musculação de grandes academias da cidade de São Paulo. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas vol. 39, n. 3, jul./set., 2003. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/rbcf/v39n3/12.pdf> Acesso em: 25 out.2011. 35 SILVA, K. G. LIMA, R. M. Prevalência da utilização de anabolizantes pelos estudantes de Educação Física na cidade de Campos dos Goytacazes. VÉRTICES, v. 9, n. 1/3, jan./dez. 2007. Disponível em:< www.essentiaeditora.iff.edu.br/index.php/vertices/article/.../55/43> Acesso em: 02 set. 2011. SABINO, C. Anabolizantes: drogas de Apolo. In: Goldenberg M, organizador. Nu & vestido. Dez antropólogos revelam a cultura do corpo carioca. Rio de Janeiro: Editora Record; 2002. p. 139-88. SANTOS, M. A. A; SANTOS, R. P. Uso de suplementos alimentares como forma de melhorar a performance nos programas de atividade física em academias de ginástica, 2002. Revista paulista de Educação Física. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd119/uso-de-anabolizantes-e-suplementos-nos-programasde-atividade-fisica.htm> Acesso em: 24 Nov. 2011. SANTOS, A.M. O mundo anabólico: Análise do uso de esteróides anabólicos no esporte. Barueri – São Paulo: Manole.2003. SILVA, R. P. A Escola como agente de prevenção ao uso abusivo de drogas. CONEN/MA. Disponível em: www.abmp.org.br/textos/130.htm Acesso em 10 mar. 2012. VERMEULEN A. Androgens and male senescence. In: Neischlag E, Behre HM (eds). Testosterone: Action, Deficiency, Substitution. Berlin: Springer-Verlag, 1990: 261- 76. VICTOR, Z. A. História dos Esteróides Anabolizantes. <www.forumanabolizantes.com.> Acesso em:30 de Ago. 2011. Disponível WIKIPÉDIA. Esteróide Anabolizante. Disponível http://pt.wikipedia.org/wiki/Esteroide_anabolizante. Acesso em 24 Nov. 2011. em: em WIKIPÉDIA, A.D.E. Disponivel em:<http://pt.wikipedia.org/wiki/ADE> Acesso em 24 Fev de 2012. BRASIL. Lei nº. 9.965 de 20 de abril de 2000, Trata sobre a restrição da venda de esteróides ou peptídeos anabolizantes; BRASIL. Lei n°. 6.437 de 20 de agosto de 1977. Trata-se de uma infração sanitária do desrespeito da lei n° 9.965; 36 BRASIL. Lei n°. 10.409 de 11 de janeiro de 2002. Trata-se da prevenção, tratamento, fiscalização, controle e repressão à produção, ao uso e ao tráfico ilícitos de produtos, substâncias ou drogas ilícitas que causem dependência física ou psíquica; BRASIL. Portaria 344 de 12 de maio de 1998. A fiscalização de drogas serão executadas pelas autoridades sanitárias; 37 ANEXO 38 UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE SAÚDE DEPRTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA Questionário Caro aluno: Estou conduzindo este questionário para avaliar o uso de anabolizantes na academias da zona sul de Porto Velho. Sua participação é fundamental e não é necessário ter usado ou estar usando anabolizantes para responder este questionário. O anonimato será preservado em todos os questionários. Obrigado pela sua contribuição. 01. Idade: ____ anos 02. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 03. Escolaridade: ( ) Fundamental Incompleto ( ) Fundamental Completo ( ) Médio Incompleto ( ) Médio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo 04. Há quanto tempo pratica esta atividade física na academia? _____________ 05. Quantas vezes por semana frequenta a academia? ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 (6) ( )7 06. Qual a duração dos exercícios por dia? ( )30min ( )45min ( )1h ( )1h30min( ) 2h ou mais 07. Você faz ou já fez uso de algum tipo de anabolizante (esteroides, hormônios do crescimento, produtos veterinários)? ( ) Sim (Responda a coluna da esquerda) ( ) Não (Responda a coluna da direita) Sim Não 08. Qual foi o 08. Pretende usar anabolizantes? ( ) Sim produto?____________________ ( ) Não 09. Qual foi a dosagem? 09. Já recebeu indicação para usar? __________________ ( )Sim ( ) Não. Passe para a questão 11 10. Qual a freqüência de uso? 10. Quem indicou? ( ) Nutricionista ( ) _____________ Médico ( ) Balconista de Farmácia ou Loja 11. Quanto tempo de uso? Específica ( ) Instrutor ( ) Amigos ( ) Familiares ________________ ( ) Conta Própria ( )Outros. 12. O que lhe levou a usar? Quem?_____________________ _______________ 11. Qual seu motivo para não usar 13. Quem indicou? ( ) Nutricionista ( ) Médico anabolizantes? ( ) Balconista de Farmácia ou Loja ( ) Instrutor ( ) Ef. colaterais ( ) Dificuldade de ( ) Amigos ( )Familiares compra ( ) Conta Própria ( )Outros.Quem?____ Qual?_________________________ _______________________________ 12. Conhece alguém da academia que use 14. Obteve resultados esperados? anabolizante? ( ) Sim ( ) Não ( )Sim ( )Parcialmente ( )Não 13. Conhece os efeitos indesejáveis dos 15. Obteve resultados indesejáveis? anabolizantes? ( ) Não ( ) Sim. Quais? ( )Sim. Quais?________________________ ( ) Não _________________________________ 16. Conhece os efeitos indesejáveis dos anabolizantes? ( ) Não ( ) Sim. Quais?_________________________