FUNORTE-FACULDADES UNIDAS DO NORTE DE MINAS
NÚCLEO NITERÓI-SMILE ODONTOLOGIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ORTODONTIA
TRATAMENTO MINIMALISTA DAS MÁS OCLUSÕES DO PADRÃO FACE LONGA:
RELATO DE CASO
Áurea Cristina de Oliveira Corrêa
Monografia apresentada à Faculdade Unidas do
Norte
de
Minas
-
Nucleo
Niterói
-
Smile
Odontologia, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Especialista em Ortodontia.
NITERÓI
2013
FUNORTE-FACULDADES UNIDAS DO NORTE DE MINAS
NÚCLEO NITERÓI-SMILE ODONTOLOGIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ORTODONTIA
TRATAMENTO MINIMALISTA DAS MÁS OCLUSÕES DO PADRÃO FACE LONGA:
RELATO DE CASO
Áurea Cristina de Oliveira Corrêa
Monografia apresentada à Faculdade Unidas do
Norte
de
Minas-
Núcleo
Niterói
-
Smile
Odontologia, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Especialista em Ortodontia.
Orientador(a): Fabio Pinto Guedes
NITERÓI
2013
FICHA CATALOGRÁFICA
Corrêa, Áurea Cristina de Oliveira
Tratamento minimalista das más oclusões do Padrão Face Longa: relato de
caso
Orientador: Fabio Pinto Guedes
Monografia (Especialização em Ortodontia - Odontologia) – FUNORTENÚCLEO NITERÓI
I- Fabio Pinto Guedes
II-Faculdades Unidas do Norte de Minas -FUNORTE-NÚCLEO NITERÓI
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO
CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE E
COMUNICADA AO AUTOR A REFERÊNCIA DA CITAÇÃO.
Niterói, ____ / ____/ ______
Assinatura: _____________________________
e-mail: [email protected]
FOLHA DE APROVAÇÃO
ÁUREA CRISTINA DE OLIVEIRA CORRÊA
TRATAMENTO MINIMALISTA DAS MÁS OCLUSÕES DO PADRÃO FACE LONGA:
RELATO DE CASO
Monografia apresentada como exigência parcial para
a obtenção do título de especialista em Ortodontia, à
comissão
julgadora
da
FUNORTE-
NITERÓI-SMILE ODONTOLOGIA.
Aprovada em ____ / ____ / ____
Banca Examinadora
1) Prof(a). Dr(a): .....................................................................................................
Julgamento: .........................................
Assinatura: ......................................
2) Prof(a). Dr(a): .....................................................................................................
Julgamento: .........................................
Assinatura: ......................................
3) Prof(a). Dr(a): .....................................................................................................
Julgamento: .........................................
Assinatura: ......................................
Resultado: .........................................................................................................
NÚCLEO
Dedicatória
A vocês, Laura e Luisa, que simplesmente são a razão de tudo, dedico
todas as minhas lutas, em especial esta vitória que vocês acompanharam tão de
perto, me surpreendendo a cada módulo com um gesto de incentivo. Espero ter
sido exemplo de perseverança!
A você Wagner, pelo incentivo incondicional em todas as minhas
iniciativas profissionais. Sabemos o quanto esta caminhada foi difícil, mas com
amor e cumplicidade soubemos conduzi-la, me dando a certeza do enorme valor
do nosso amor. Obrigada por conviver com meus defeitos, escutar meus
pensamentos e, principalmente, por ser meu porto seguro!
Agradecimentos
Agradeço, em primeiro lugar, a Deus, pela força e coragem durante toda
esta longa caminhada.
Aos meus pais Adriano e Teresa Cristina, pela minha vida e formação.
Ao meu orientador Fabio Pinto Guedes, que com muita sabedoria me
conduziu até as últimas linhas. Obrigada pela dedicação, competência e
amizade. Seus ensinamentos estarão presentes por toda a minha vida!
Ao monitor e amigo David S. Alencar, pela breve, mas tão importante
ajuda na finalização deste trabalho.
Ao meu amigo de graduação, professor e coordenador do curso desta
especialização, Marcelo Calvo de Araújo, sinto-me orgulhosa de ter aprendido
Ortodontia com você e poder dizer que fiz e sempre farei parte do seu projeto.
Aos meus amigos de jornada: Danielle, Sheila, Marina, Úrsula,
Fernanda, Gabriela, Leonardo e Marco, “Que nossos esforços desafiem as
impossibilidades... Lembrai-vos de que as grandes proezas da história foram
conquistas do que parecia impossível.” (Charlie Chaplin). Por isso meus
amigos, vamos brindar ao cansaço! Pois as dificuldades foram adversárias
dignas, tornando nossa vitória muito mais saborosa!
Em especial, à minha grande amiga Danielle, pela lealdade e
companheirismo nesse período de obstáculos, alegrias, tristezas, lágrimas,
muitos sorrisos e, enfim, a vitória!
A toda equipe de professores e funcionários da Smile, muito obrigada por
cada momento de dedicação!
RESUMO
O tratamento minimalista das más oclusões do Padrão Face Longa, busca
conciliar as metas terapêuticas condizentes com a doença e as expectativas do
paciente com relação aos resultados da terapia. Tratamentos conservadores exigem
faces com estética pouco comprometida por sua discrepância esquelética, pois
objetivam alterações exclusivamente dentárias. Esta abordagem contemporânea no
tratamento ortodôntico permite a estes indivíduos uma redução no tempo de
tratamento, com maior conforto e um menor custo biológico.
Palavras-chaves: Padrão Face Longa; Tratamento minimalista; Tratamento
ortodôntico compensatório.
ABSTRACT
The minimalist treatment of malocclusions Long Face Pattern, must act with a
therapeutic goal consistent with the disease, and especially with the expectations of
the patient. Conservative treatment demand faces with aesthetics less compromised
by the skeletal error, since their aim is to correct only the tooth alignment. This
contemporary approach in compensatory orthodontic treatment allows a reduction in
treatment time, increased comfort and lower biological cost to such patients.
Key-words: Long Face Pattern; Minimalist treatment; Compensatory orthodontic
treatment.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Diagnóstico baseado na análise morfológica da face, oclusão e
radiografias panorâmica e lateral de face: paciente adulta, raça parda, Padrão Face
Longa subtipo moderado, face aceitável. Apresentava relação oclusal de Classe II
(½) do lado direito e Classe I do lado esquerdo, apinhamento leve anterior superior e
inferior e, trespasse horizontal levemente aumentado e vertical, levemente
diminuído. -----------------------------------------------------------------------------------------------14
Figura 2 - Forma do arco escolhida (C3-A8) com intenção de manter os incisivos
inferiores o mais próximo de suas posições originais. --------------------------------------15
Figura 3 - Observe a mecânica segmentada em arco contínuo, onde o que é
segmentado é o aparelho e não o fio. Esta atitude teve o objetivo de controlar os
efeitos colaterais que eventualmente acontecem como protrusão e intrusão relativa
dos dentes anteriores. -------------------------------------------------------------------------------16
Figura 4 - Após 30 dias de tratamento, foi realizada instalação do aparelho no arco
inferior. Foram realizados desgastes interproximais para corrigir a discrepância de
modelo presente na região anterior inferior. No arco superior, após melhora do
posicionamento do dente 14, iniciou-se a desangulação do dente 13. -----------------16
Figura 5 - Nesta fase, os incisivos superiores foram inseridos na mecânica por meio
de sobrefio. Note que desgastes interproximais foram realizados da mesial do dente
13 à mesial do dente 23, com objetivo de corrigir o apinhamento e não protruir. ----17
Figura 6 - No fio .018” aço foram instalados elásticos de Classe II para melhorar as
relações oclusais. -------------------------------------------------------------------------------------18
Figura 7 - Ao avaliar as radiografias finais constatou-se bom posicionamento
radicular dos dentes superiores e inferiores e custo biológico aceitável, compatível
com o tratamento realizado. ------------------------------------------------------------------------19
Figura 8 - Ao final do tratamento pôde-se obs melhora das relações oclusais.-------20
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA ................................ 10
2. RELATO DO CASO ........................................................................... 12
3. DISCUSSÃO....................................................................................... 20
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................... 21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 23
1. INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
Os indivíduos do Padrão Face Longa são portadores de más oclusões
resultantes do aumento da dimensão vertical com desproporcionalidade entre o terço
superior e inferior, que pode se apresentar por encurtamento do terço médio e/ou
por aumento exacerbado do terço inferior da face, que dificulte ou impossibilite o
selamento labial passivo3,6,7,11. A etiologia dessa deformidade esquelética é
multifatorial com forte determinante genética 1,2,3,12.
A Análise Facial Subjetiva, primeiro exame na hierarquia diagnóstica, é de suma
importância na identificação do problema 3,13. Na avaliação da face, pode-se observar
grande exposição dos incisivos superiores quando os lábios estão em repouso e
gengival durante o sorriso3,10. O nariz é longo, observando-se estreitamento das
bases alares e o zigomático é normalmente plano. O terço inferior da face é longo e
desproporcional ao terço médio, impedindo o selamento labial passivo, obrigando a
contração do músculo mentoniano para o selamento labial. O terço inferior da face é
longo, resultando em uma aparência retrognata da mandíbula, devido à rotação
horária da mandíbula3,10.
A análise morfológica da radiografia lateral da face constitui um instrumento
necessário para definir, localizar e quantificar a desarmonia esquelética, que pode
estar associada a um crescimento horizontal do côndilo, provocando uma rotação
total da mandíbula para baixo1,2,3, aumentando o ângulo do plano mandibular, assim
como o ângulo goníaco7. E uma segunda teoria, associada ou não com a primeira,
seria a de um crescimento posterior excessivo da maxila, claramente visto pela
distância aumentada dos ápices das raízes dos dentes posteriores com o plano
palatino14.
A relação entre os arcos dentários tenderá ser a de Classe II (71%), mas haverá
situações em que poderá ser de Classe III (15,8%) e Classe I (13,2%). Quando um
paciente Padrão Face Longa apresenta uma relação molar de Classe III, o
prognóstico torna-se mais sombrio, pois as ações terapêuticas exigidas no
tratamento não combinam com altura facial aumentada8.
Esta deformidade apresenta baixa prevalência na população mundial (1,5%),
onde 20,88% com severidade moderada, 13,38% com severidade média e 0,68% de
severidade grave2,9. Existem três possibilidades de tratamento para esse tipo de
doença: manipulação do crescimento, quando diagnosticado precocemente,
camuflagem da oclusão, fazendo compensações dentárias quando a face do
paciente é considerada agradável e ainda, o tratamento combinado ortodônticocirúrgico, para pacientes com discrepância esquelética grave, tornando a face
desagradável2,9.
As metas terapêuticas nos tratamentos das más oclusões do Padrão Face Longa
dependerão, especialmente, da magnitude do problema. Quando a face é no mínimo
aceitável, o tratamento ortodôntico compensatório pode ser uma opção viável, desde
que atenda às expectativas do paciente.
O presente trabalho tem como objetivo apresentar esta perspectiva de tratamento
por meio de um caso clínico de uma paciente Padrão Face Longa, subtipo
moderada, onde a mecânica teve a intenção de eliminar as excrescências sem, no
entanto, alterar a essência do problema.
2. RELATO DO CASO CLÍNICO
Paciente G.S.O., 28 anos de idade, sexo feminino, raça parda, procurou
tratamento
ortodôntico tendo como queixa principal e restrita o apinhamento
dentário. Na análise facial frontal, constatou-se excesso vertical anterior inferior,
encurtamento do ⅓ médio, ausência de selamento labial passivo, ângulo nasolabial
aumentado, fazendo com que o lábio superior em repouso pareça curto. Na análise
de perfil, confirmou-se a deficiência de projeção zigomática, com depressão infraorbitária pouco evidente e sulco nasogeniano discreto.
A paciente apresentava relação oclusal de ½ Classe II do lado direito - devido a
uma maior angulação do canino direito superior - e Classe I do lado esquerdo,
apinhamento moderado anterior superior e inferior, trespasse horizontal levemente
aumentado e vertical, levemente diminuído. A linha média superior apresentava-se
com desvio de 1 mm para esquerda.
Na radiografia panorâmica, foi confirmada a presença de todos os dentes,
inclusive os terceiros molares em oclusão. Na avaliação morfológica da radiografia
lateral de face, do ponto de vista esquelético, foi verificado excesso vertical posterior
de maxila, evidenciado pelo aumento da distância entre os ápices dos dentes
superiores posteriores e o plano palatino, além de crescimento horizontal de côndilo.
O ângulo goníaco apresentava-se moderadamente aberto e o plano palatino, com
leve inclinação ascendente. As sínfises, maxilar e mandibular apresentavam uma
relação exígua com as raízes dos dentes anteriores, provocada pela compensação
vertical que os incisivos realizam, denominada de Osteotropismo.
Figura 1- Diagnóstico baseado na análise morfológica da face, oclusão e radiografias panorâmica e
lateral de face: paciente adulta, raça parda, Padrão Face Longa subtipo moderado, face aceitável.
Apresentava relação oclusal de Classe II (½) do lado direito e Classe I do lado esquerdo,
apinhamento leve anterior superior e inferior e, trespasse horizontal levemente aumentado e vertical,
levemente diminuído.
Considerando a magnitude do problema e as expectativas da paciente, o
prognóstico era bom para tratamento ortodôntico compensatório. As metas
terapêuticas eram dar a paciente uma oclusão mais adequada, eliminando a
excrescência, no entanto, sem repercussão para a face.
Com intenção de manter os dentes o mais próximo possível das suas posições
originais, nas respectivas bases ósseas, o diagrama C3-A85 foi utilizado como
modelo de forma desejada para manter a anatomia dos arcos. Essa atitude,
especialmente na região anterior inferior, evitou a protrusão dos incisivos, meta
terapêutica pré-estabelecida no plano de tratamento.
Figura 2- Forma do arco escolhida (C3-A8) com intenção de manter os incisivos inferiores o mais
próximo de suas posições originais.
O tratamento iniciou com a colagem dos tubos para finalização em Classe II nos
dentes 16 e 26 e braquetes prescrição Capelozza II4 nos dentes 13, 14, 15 e 23.
Desgastes seletivos foram realizados entre os dentes 14 e 15, um fio .016” NiTi foi
instalado associado à laceback ativo. Esta atitude teve o objetivo de evitar protrusão
do arco superior, o que agravaria as relações oclusais.
Figura 3- Observe a mecânica segmentada em arco contínuo, onde o que é segmentado é o aparelho
e não o fio. Esta atitude teve o objetivo de controlar os efeitos colaterais que eventualmente
acontecem como protrusão e intrusão relativa dos dentes anteriores.
Na consulta seguinte, foi realizada a colagem dos tubos nos dentes 36 e 46 e
colagem de braquetes prescrição Capelozza III4 de canino à canino no arco inferior.
Neste momento, desgastes interproximais foram realizados – com objetivo de evitar
protrusão – e um fio .016” NiTi foi instalado. No arco superior, foi realizado desgaste
entre os dentes 13 e 14, para permitir a desangulação do dente 13 e instalados
lacebacks de molares à caninos.
Figura 4- Após 30 dias de tratamento, foi realizada instalação do aparelho no arco inferior. Vale
ressaltar que foram realizados desgastes interproximais para corrigir a discrepância de modelo
presente na região anterior inferior. No arco superior, após melhora do posicionamento do dente 14,
iniciou-se a desangulação do dente 13.
O alinhamento e nivelamento prosseguiram com a evolução gradativa do calibre
dos fios. Após 4 meses de tratamento, no fio .018” aço, foi realizada colagem de
braquetes prescrição Capelozza I nos incisivos superiores e estes foram incluídos no
tratamento por meio de uma mecânica de sobrefio (fio .018” aço associado à um fio
.014” NiTi passando pelos incisivos).
Figura 5- Nesta fase, os incisivos superiores foram inseridos na mecânica por meio de sobrefio.
Desgastes interproximais foram realizados da mesial do dente 13 à mesial do dente 23, com objetivo
de corrigir o apinhamento e não protruir.
Após 6 meses de tratamento, fios .018” aço contínuos e elásticos de Classe II
3/16 médio foram instalados com intenção de melhorar a relação de Classe II do
lado direito e diminuir o trespasse horizontal.
Figura 6- No fio .018” aço foram instalados elásticos de Classe II 3/16 médio para melhorar as
relações oclusais.
Na fase de finalização, radiografias – panorâmica e lateral de face – foram
solicitadas para avaliar o posicionamento radicular dos dentes superiores e inferiores
e o custo biológico inerente ao tratamento.
Figura 7- Ao avaliar as radiografias finais constatou-se bom posicionamento radicular dos dentes
superiores e inferiores e custo biológico aceitável, compatível com o tratamento realizado.
Após 9 meses de tratamento, foi realizada a remoção dos aparelhos superior e
inferior e instaladas as contenções, placa de Hawley (superior) e barra estabilizadora
3x3 (inferior).
Figura 8- Ao final do tratamento pôde-se observar melhora das relações oclusais, especialmente, no
sorriso.
3. DISCUSSÃO
A análise morfológica da face é o principal recurso na hierarquização do
diagnóstico para determinação do padrão facial, que por sua vez, remete a
protocolos de tratamento e prognósticos específicos10,13. Com base nas observações
obtidas no diagnóstico somadas à expectativa da referida paciente, a meta
terapêutica foi melhorar a relação oclusal, principalmente na região anterior. Nessa
perspectiva, foram realizados procedimentos localizados e restritos à área do
problema, preservando a morfologia dos arcos dentais e, principalmente, mantendo
os incisivos o mais próximo possível das suas posições iniciais nas suas bases
ósseas.
A importância da escolha da prescrição dos braquetes programados utilizados na
mecânica reforça o conceito da ortodontia minimalista, objetivando posicioná-los
idealmente ao final do tratamento, de acordo com as características da má-oclusão4.
No arco superior colou-se inicialmente braquetes prescrição Capelozza II4 (dentes
13, 15, 15 e 23), com o objetivo de ajudar na desangulação do dentes caninos
(angulação 00), evitando protrusão, o que agravaria as relações oclusais. Após
desangulados os dentes caninos, colou-se braquetes prescrição Capelozza I4 nos
incisivos associado a um sobrefio, com o objetivo de incluí-los na mecânica para
alinhar e nivelar os dentes no arco dentário. No arco inferior, foram colados
braquetes prescrição Capelozza III4 de canino à canino com desgastes
interproximais, também para evitar protrusão, e por possuírem angulação e torque
condizentes com o objetivo do tratamento ( angulação de 0 0 / torque -60 incisivos).
Para isso, aparelhos foram instalados apenas na área do problema (unidade de
movimentação) e de ancoragem (unidade de ancoragem), preservando as áreas de
qualidade sem aparelho (unidade de referência). Observando como a má oclusão foi
construída e com ela as compensações dentárias naturais desse padrão de
crescimento,
consegue-se,
utilizando-se
desgastes
seletivos,
desangulações
dentárias e individualizações de braquetes, buscar espaços na área e na dose certa.
Isso sustenta o conceito de Ortodontia minimalista, onde fazer o mínimo de esforço
possibilita obter o melhor resultado possível2.
Neste caso fica claro que o tratamento compensatório não está relacionado
restritamente à prescrição dos braquetes, mas sim, a um conjunto de atitudes que
compactuam com a intenção terapêutica, como colagem seletiva e individualizada,
forma de arco e desgastes seletivos.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Ortodontia minimalista implica estabelecer uma meta terapêutica condizente
com a doença e expectativa do paciente com relação aos resultados, atuando de
maneira individualizada, compreendendo os limites do tratamento ortodôntico
compensatório. No presente caso clínico fica claro que quando a atuação do
profissional é restrita à área do problema, preservando as regiões de qualidade, o
tratamento normalmente se torna mais simples, mais rápido e confortável, além de
provocar um menor custo biológico, portanto, mais eficiente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.
Björk A. Prediction of mandibular growth rotation, Am J Orthod.
1969;55(6):585-599.
2.
Capelozza Filho L. Metas Terapêuticas Individualizadas. Maringá:
Dental Press; 2011.
3.
Capelozza Filho L. Diagnóstico em Ortodontia. Maringá: Dental Press;
2004.
4.
Capelozza Filho L., Silva Filho O.G., Ozawa T.O., Cavassan A.O.
Individualização de bráquetes na Técnica Straight-Wire: Revisão de conceitos e
sugestões de indicações para uso. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 1999
jul-ago;4(4):87-106.
5.
Capelozza Filho L., Capelozza J.A.Z. DIAO. Diagrama individual
anatômico objetivo. Uma proposta para escolha da forma dos arcos na técnica de
Straight-Wire, baseada na individualidade anatômica e nos objetivos do tratamento.
Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2004 out-nov;3(5):84-9284-92.
6.
Capelozza Filho L., Cardoso M.A., An T.L., Lauris J.R.P. Propostapara
a classificação segundo a severidade, dos indivíduos portadores de más oclusões
do Padrão Face Longa. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2007 julago;12(4):124-158.
7.
Cardoso M.A., Bertoz S.A., Capelozza Filho L., Reis S.A.B.
Características cefalométricas do Padrão Face Longa. Rev Dental Press Ortod
Ortop Facial. 2005 mar-abr:10(2):29-43.
8.
Cardoso M.A., Bertoz S.A., Reis S.A.B., Capelozza Filho L. Estudo das
características oclusais em portadores de Padrão Face Longa com indicação de
tratamento ortodôntico-cirúrgico. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2002
nov-dez:7(6):63-70.
9.
Cardoso M.A., Capelozza Filho L., An T.L., Lauris J.R.P. Epidemiologia
do Padrão Face Longa em escolares do ensino fundamental do município de Bauru SP. Dental Press J Orthod. 2011 mar-abr:16(2):108-119.
10.
Cardoso M.A., Capelozza Filho L., Guedes F.P., Rhoden F.K., Nary
Filho H. Tratamento ortodôntico-cirúrgico do Padrão Face longa: relato de caso
clínico. Orthodontic Science and Pratice. 2011;4(16):776-788.
11.
Capelozza Filho L., Cardoso M.A., An T.L., Bertoz F.A. Características
cefalométricas do Padrão Face longa: considerando o disformismo sexual. Rev
Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2007. mar-abr;12(2):49-60.
12.
Reis S.A.B., Capelozza Filho L., Claro C.A.A. Análise Facial Subjetiva.
Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2006;11(5):159-172.
13.
Reis S.A.B., Capelozza Filho L., Claro C.A.A. Estudo comparativo do
perfil facial de indivíduos Padrões I, II e III portadores de selamento labial passivo.
Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2006;11(4):36-45.
14.
Van Der Linden P.G.M. O desenvolvimento das faces longas e curtas
e as limitações do tratamento. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial.
1999;4(6):6-11.
Download

Áurea Cristina de Oliveira Corrêa