Luta química Se tiver necessidade de recorrer à luta química pode utilizar pesticidas, homologados para a cultura que pretende proteger, misturados com proteína hidrolisada e aplicar esta calda em bandas alternadas no pomar. Esta mistura actua como um isco que pretende atrair os adultos e provocar a sua morte. A mosca-do-Mediterrâneo Em última instância, nos casos mais graves, normalmente quando se aproxima o estado de maturação fisiológica, pode ter necessidade de proteger os frutos com aplicações de insecticidas em copa total. Sempre tiver necessidade de recorrer à luta química, utilize a informação disponível na publicação editada pela Direcção Geral de Desenvolvimento Rural - Protecção Integrada de Figueira e Frutos Secos — lista de produtos fitofarmacêuticos e níveis económicos de ataque e respectivas actualizações. Ceratitis capitata (Wied.) Para bom êxito no combate a este insecto, é fundamental, também, proceder à recolha e enterramento, a mais de 50 centímetros de profundidade, de todas as espécies de frutos atacados por esta praga de forma a evitar novas invasões. Lembre-se que é obrigatório respeitar os intervalos de segurança dos insecticidas aplicados. Ficha Técnica Propriedade, Edição e Distribuição Direcção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo Divisão de Modernização e Comunicação Contactos: DRAPLVT - Direcção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo Quinta das Oliveiras EN3—Apartado 477 Revisão Dr.ª Carla Assunção Conteúdo Técnico Eng.º Jaime F. Pereira 2001 - 906 SANTARÉM 243 377 500 243 377 545 / 263 286 646/7 @ [email protected] 2008 A mosca-do-Mediterrâneo, Ceratitis capitata (Wied.) Detecção e Luta na cultura da figueira As fêmeas desta mosca colocam os seus ovos no interior dos frutos através do seu oviscapto (órgão de postura). Os ovos evoluem mais ou menos rapidamente em função de diversos factores, como por exemplo a temperatura, originando as larvas que se alimentam dos frutos, destruindo a sua polpa e normalmente provocando a sua queda. No final do seu desenvolvimento, as larvas saltam para o solo e, enterrando-se, passam ali a fase de pupa, mais protegidas de possíveis inimigos e adversidades ambientais. Das pupas emergem os adultos, sendo que, as fêmeas, depois de fecundadas pelos machos, reiniciam o processo reprodutivo realizando novas posturas que ocasionam a destruição dos frutos disponíveis na ocasião. Figura 1: Adulto macho de mosca-do-Mediterrâneo (foto: Jaime F. Pereira) Também em Portugal esta praga é muito importante por, entre outras razões, danificar diversos tipos de frutos, em todas as épocas do ano. Elementos de bioecologia Embora as baixas temperaturas possam provocar alguma mortalidade também no Inverno se podem observar frutos infestados com larvas deste insecto (normalmente em citrinos). Alguns adultos podem igualmente sobreviver a esta estação mais fria, abrigando-se, por exemplo, em árvores de folha persistente, embora se aceite que reduzam fortemente a sua actividade reprodutiva. Na luta contra a mosca-do-Mediterrânio podem ser utilizados diversos métodos: fundamentalmente destinados a reduzir a sua população, ou sobretudo dedicados à protecção dos frutos, embora as duas opções estejam, obviamente, interligadas. As formas de luta destinadas a combater directamente o insecto devem ser sempre utilizadas desde o momento em que se detecta a actividade da praga, na zona que pretendemos defender da sua acção. Por sua vez, as medidas de luta dirigidas à protecção dos frutos devem ser tomadas somente quando se considera que a evolução da sua maturação os torna susceptíveis às picadas reprodutivas (destinadas à postura dos ovos no seu interior) ou alimentares (as fêmeas alimentam-se do suco emitido pelo fruto após a picada). Armadilhas A Ceratitis capitata é um pequeno insecto de dimensões semelhantes a uma mosca vulgar. Embora sejam aproximadamente do mesmo tamanho, a mosca-do-Mediterrâneo apresenta-se aos nossos olhos dotada de um colorido muito peculiar que a torna praticamente inconfundível. Este insecto é uma praga temida em quase todas as zonas do mundo onde se cultivem frutos. Com efeito, são conhecidas mais de 250 espécies de frutos que são atacados, ou seja, servem de abrigo e alimento às suas larvas. Armadilhas e Meios de luta Existem actualmente no mercado diversos tipos de armadilhas especialmente concebidas para atrair esta praga. São basicamente três os tipos de estímulos a que estas armadilhas recorrem para atrair o insecto: os estímulos sexual, alimentar e visual (cor), podendo ser utilizados simultaneamente. Figura 2-Larva de mosca-do-Mediterrâneo no interior de pêra. (foto: Jaime F. Pereira) Detecção Os frutos que ao longo do ano se vão formando, são (entre outras razões) tanto mais susceptíveis de serem atacados, quanto mais se aproximam da sua maturação. Se a praga não é combatida, surge, em pleno Verão e no Outono, com densidades populacionais elevadas, tornando a luta contra este insecto extremamente difícil e dispendiosa. É por isso que se aconselha, em relação a esta praga, que se mantenha uma vigilância permanente e que a luta se inicie logo que as capturas se tornam consistentes, isto é, deixem de ser esporádicas independentemente do baixo número de capturas. Para se proceder a estas capturas deve recorrer-se à utilização de armadilhas, especialmente concebidas para atraírem este insecto. Contudo, com alguma imaginação, pode conceber armadilhas relativamente económicas, utilizando materiais que normalmente se descartam. Uma das alternativas mais usadas é a utilização das vulgares garrafas de água mineral em PET de 1,5 litros. Proceda na zona superior da garrafa à abertura de 5 a 6 orifícios de pelo menos 1,5 cm cada, distribuídos pelo perímetro da garrafa. Cubra e mantenha o fundo da garrafa com alguns centímetros de líquido com capacidade de atracção. Para o efeito, pode utilizar proteína hidrolisada diluída em água. Pinte a garrafa de amarelo ouro. Coloque a armadilha na periferia da copa da árvore a cerca de 1,5 metros de altura. Se pretende usar estas armadilhas como meio de luta, deve utilizar pelo menos um destes dispositivos em cada árvore. A utilização exclusiva de armadilhas deve sempre ser acompanhada de medidas de avaliação permanente de estragos, podendo, em função da permanente avaliação da situação, necessitar de mudar a estratégia de combate ao insecto.