26 A APLICAÇÃO E O AVANÇO DAS NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA: UM NOVO MEIO DE APRENDIZAGEM Eílen Florentino de Sousa; Camila Cristina Costa; Darilene de Oliveira; Dinailde Dourado da Mota; Maria Geralda da Silva Viana - Acadêmicas do curso de Licenciatura em Pedagogia do Centro Universitário UNISEB Interativo. Cristiane Miasson de Araujo - Orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso, Docente do UNISEB Interativo. Resumo É notável a grande evolução das novas tecnologias que a cada momento vem se transformando e modernizando. Graças à utilização das novas tecnologias da informação e comunicação, a educação a distância vem se tornando uma opção para os estudantes. O objetivo deste artigo é apresentar uma breve revisão bibliográfica da história e das características da modalidade a distância do ensino superior. Palavras- chave: Novas tecnologias, EAD, Educação à distância. Abstract It’s remarkable the great evolution of new technologies that every moment has been transformed and modernized. Thanks to the use of new information and communication technologies, distance education has become an option for students. The aim of this paper is to present a brief review of the history and characteristics of the distance mode of higher education. Keywords: New technologies, distance learning, distance education. 1. Introdução A revolução trazida pelos meios de comunicação e principalmente, pela internet, possibilita o acesso à informação de maneira cada vez mais rápida. Nesse contexto, a educação à distância (EAD) surge como um instrumento fundamental de promoção de oportunidades e eliminação de distâncias, como salientado por Hack (2011, p. 14): As novas tecnologias vêm possibilitando o rompimento das fronteiras da comunicação. (...) a EAD seria uma forma de ensinar e aprender que proporciona ao aluno que não possui condições de comparecer diariamente à escola a oportunidade de adquirir os conteúdos que são repassados aos estudantes da educação presencial. Este trabalho tem o objetivo de investigar qual o papel da educação à distância e como as novas tecnologias estão sendo utilizadas na formação dos alunos de graduação à distância. Rev. Científica Eletrônica UNISEB, Ribeirão Preto, v.1, n.2, p. 26-37, ag/dez.2013 27 Serão apresentadas as principais características da modalidade de ensino a distância e apontadas as suas vantagens e limitações. Serão utilizadas obras de diferentes autores, tais como: Josias Ricardo Hack, José Manuel Moran, Cristiane Nova e Lynn Alves, além de artigos da internet e documentos publicados no portal do MEC e no Diário Oficial da União. Moran (2000) considera a modalidade de ensino a distância como um processo que dá oportunidade ao aluno de um aprendizado independente, auxiliado pelas novas tecnologias (chat, internet, videoaulas), onde professores e alunos não estão juntos a todo tempo, mas se comunicam sempre. Nessa mesma linha de raciocínio encontra-se Hack (2011), que enxerga a EAD como uma forma de ensinar e aprender que proporciona ao aluno impossibilitado de comparecer diariamente à faculdade a oportunidade de adquirir conhecimentos como nos cursos presenciais. Cristiane Nova e Lynn Alves, mestres de educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), pesquisam o papel da tecnologia no ensino superior, e concebem a modalidade a distância como uma construção coletiva do conhecimento, mediada, tecnologia e não apenas como um meio centrado no autodidatismo. Para Alves e Nova, a educação a distância pode ser definida da seguinte forma: Nesse sentido, compreendemos a educação a distância como uma das modalidades de ensino aprendizagem, possibilitada pela mediação dos suportes tecnológicos, digitais e de rede, seja esta inserida em sistemas de ensino presenciais, mistos ou completamente realizada através da distância física. (ALVES; NOVA, 2003, p.527). Os autores citados acima veem na tecnologia o elemento fundamental para o aprendizado à distância, pois o aluno não consegue realizar todas as atividades sem as ferramentas virtuais proporcionadas pela internet e também sem a interatividade com os professores. 2. Conceito de Educação a Distância Oficialmente o conceito de educação a distância é definido no Decreto n° 5.622 de 19 de Dezembro de 2005: Art. 1° Para fins deste Decreto caracteriza-se a Educação a Distância como modalidade educacional na qual a medição didática – pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização dos meios e tecnologias e informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. (BRASIL, 2005, não paginado). Neste decreto também é ressaltado a obrigatoriedade de momento presencial nos cursos de graduação a distância, como se segue: Rev. Científica Eletrônica UNISEB, Ribeirão Preto, v.1, n.2, p. 26-37, ag/dez.2013 28 §1° A Educação a Distância organiza-se segundo metodologia, gestão e avaliação peculiares, para os quais deverá estar prevista a obrigatoriedade de momentos presenciais para: I- avaliações de estudantes; II- estágios obrigatórios, quando previstos na legislação pertinente; III- defesa de trabalhos de conclusão de cursos quando previstos na legislação pertinente e IV- atividades relacionadas a laboratórios de ensino, quando for o caso. (BRASIL, 2005, não paginado) Os momentos presenciais dos cursos a distância são muito importantes para que o acadêmico sinta-se mais próximo da instituição de ensino e tenha o apoio presencial do tutor local. Geralmente, nos cursos de graduação, as aulas presenciais acontecem uma vez por semana, onde os alunos assistem às aulas transmitidas via satélite, realizam avaliações presenciais, entregam os trabalhos e podem tirar suas dúvidas com o professor. Mesmo com a nomenclatura Educação a Distância, a interatividade entre professor e aluno é importante para evitar isolamento social e um melhor aproveitamento do curso. Lembrando que essa interatividade não necessita unicamente ser realizada pessoalmente, mas também através de tele ou vídeo-aulas e atividades em ambientes virtuais. Hack (2011) também traz contribuições importantes sobre esta modalidade de ensino, onde contextualiza a educação a distância como uma modalidade que permite realizar o processo de construção do conhecimento de forma crítica, criativa e contextualizada, mesmo que o encontro presencial do educador e aluno não ocorra diariamente, promovendo a comunicação educativa através de múltiplas tecnologias. Um acontecimento importante sobre a EAD está expresso em nota publicada no Diário Oficial da União, que diz: Educação a Distância para Cursos Superiores- As instituições de ensino superior do sistema federal de ensino poderão introduzir, na organização pedagógica e curricular de seus cursos superiores reconhecidos, a oferta de disciplinas que, em seu todo ou em parte, utilizem método não presencial. Essas disciplinas não poderão exceder a 20% do respectivo curso (KENSKI, 2010, p.6). Diante deste acontecimento, inicia-se um novo marco, onde a educação a distância aparece como meio de se mesclar ou até mesmo substituir algumas disciplinas nos cursos presenciais. Muitas instituições presenciais estão adaptando algumas disciplinas dos cursos presencias na modalidade à distância. Geralmente, oferecem as disciplinas de recuperação e as matérias comuns a vários cursos, como Metodologia de Pesquisa Científica, Sociologia, entre outras. De acordo com a lei, o currículo pode ser flexível em até 20% da carga horária total, e cada universidade define qual o ponto de equilíbrio entre o presencial e o virtual. Rev. Científica Eletrônica UNISEB, Ribeirão Preto, v.1, n.2, p. 26-37, ag/dez.2013 29 Diante deste contexto de integração entre o presencial e o virtual, Moran (2000) destaca: Em poucos anos dificilmente teremos um curso totalmente presencial. (...). Vale a pena inovar, testar, experimentar, porque avançaremos mais rapidamente e com segurança na busca destes novos modelos que estejam de acordo com as mudanças rápidas que experimentamos em todos os campos e com necessidade de aprender continuamente (não paginado). Antes a EAD era vista como uma modalidade de baixo nível, um sistema de ensino destinado às camadas populares. Mas hoje já é vista como uma alternativa a quem deseja estudar. De acordo com pesquisas realizadas pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) e pelo MEC apontadas por Bof (2011), entre 2006 e 2008, a educação a distância vem crescendo muito nesses últimos anos e conquistando um número grande de estudantes, como mostra o quadro abaixo: Quadro 1- Panorama da educação à distância no ensino superior - Brasil 2000-2009 Alunos matriculados na Ano educação à distância 2000 1.682 2001 5.359 2002 40.714 2003 49.911 2004 59.611 2005 114.642 2006 207.206 2007 369.766 2008 727.961 2009 838.125 Fonte: Bof, 2011. Esse crescimento mostra que a EAD está sendo bem aceita, e os resultados das avaliações são satisfatórios, não havendo diferenças entre estudantes presenciais e à distância, como Hack (2011, p.87) afirma: “fica saliente que uma EAD bem planejada, dimensionada e gerenciada pode ter um rendimento igual ou até superior ao ensino presencial”. No Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), um dos principais exames de avaliação do ensino superior, os estudantes de cursos a distância atingiram médias iguais Rev. Científica Eletrônica UNISEB, Ribeirão Preto, v.1, n.2, p. 26-37, ag/dez.2013 30 ou superiores aos estudantes da modalidade presencial. De acordo com pesquisas do INEP e MEC entre 2006 e 2008, o desempenho médio dos ingressantes na modalidade presencial no Enade 2006 foi de 34,8, e o dos ingressantes na modalidade a distância foi de 37,0. O desempenho dos estudantes concluintes no exame do mesmo ano alcançou a média de 36,8 para os estudantes presenciais, e 37,0 para os alunos EAD. No Enade de 2008, o resultado foi parecido, os estudantes ingressantes na modalidade presencial alcançaram a média de 35,5 e os da modalidade EAD também alcançaram a média de 35,5. Rev. Científica Eletrônica UNISEB, Ribeirão Preto, v.1, n.2, p. 26-37, ag/dez.2013 31 Essas pesquisas e avaliações demonstram que, a qualidade dos resultados alcançados vai depender da dedicação do aluno e da metodologia utilizada pela instituição e não da modalidade de ensino oferecido, que pode ser tanto presencial quanto virtual. 3. Um Breve Histórico da Ead no Brasil A abertura legal para o ensino superior à distância no Brasil ocorreu na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, conforme aponta Hack (2011, p. 33): A caminhada brasileira no ensino superior a distância parte de uma experiência iniciada em 1998 e esta conquistando espaços paulatinamente. O primeiro curso universitário à distância em nosso país foi encabeçado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). O projeto pioneiro criado pela UFMT em 1998 visava formar professores da rede pública a partir da Licenciatura em Educação Básica, da 1ª à 4ª série à distância. Podemos dizer que o ensino a distância é uma prática recente, se comparada às universidades presenciais. Essa modalidade avançou após a inauguração do Instituto Rádio Monitor em 1939 e aos cursos profissionalizantes por correspondência. O rádio passou a ser muito utilizado devido a sua versatilidade e baixo custo. Na época, um dos principais objetivos do Instituto Rádio Monitor já era o de utilizar o rádio para ensinar, eram transmitidos programas de literatura, línguas, e cursos profissionalizantes para a educação básica (HACK, 2011). Em 1941, surge o Instituto Universal Brasileiro, fundado por um ex-sócio do Instituto Rádio Monitor que já formou mais de quatro milhões de pessoas e atua até hoje oferecendo cursos abertos de capacitação profissional. Nas ultimas décadas, o rádio vem sendo utilizado para ações de ensino à distância, quase sempre governamentais. Na atualidade o Fundo de Fortalecimento da Escola (FUNDESCOLA), um programa do Ministério da Educação apresenta desde 1997 de segunda a sexta – feira pela Rádio Nacional (AM) e pela Rádio Nacional Amazônia, o programa Escola Brasil que é transmitido nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste do Brasil, que leva notícias para pais, professores, alunos e diretores sobre o dia a dia das escolas da região. O programa é totalmente educativo, e auxilia toda a comunidade escolar sobre os assuntos de educação mobilizando pais e as comunidades locais a participarem da vida escolar. Hoje em dia o rádio não é mais tão utilizado nos cursos à distância, devido ao surgimento das novas tecnologias da comunicação e informação que são mais acessíveis e permitem o acesso através de qualquer aparelho que se conecte a internet. Rev. Científica Eletrônica UNISEB, Ribeirão Preto, v.1, n.2, p. 26-37, ag/dez.2013 32 Nas figuras que seguem, observa-se o crescimento de Instituições de EAD credenciadas em todo o Brasil. Figura 1. Instituições Credenciadas no Brasil. Figura 2. Regiões do Brasil que oferecem cursos à distância: Rev. Científica Eletrônica UNISEB, Ribeirão Preto, v.1, n.2, p. 26-37, ag/dez.2013 33 4. Vantagens e Desvantagens da Ead A educação a distância do ensino superior esta revolucionando o cenário educacional brasileiro. O número de estudantes vem crescendo a cada ano e a aceitação dessa modalidade está cada vez maior, pois as instituições estão se adaptando para oferecer uma qualidade maior nos cursos à distância. Dentre os autores que indicam as contribuições da EAD está Moran (2000) que afirma: Essa modalidade de ensino permite uma eficaz combinação de estudo e trabalho, garantindo a permanência do aluno em seu próprio ambiente, seja ele profissional, cultural ou familiar. O aluno passa a ser sujeito ativo em sua formação (construção do conhecimento) e faz com que o processo de aprendizagem se desenvolva mesmo no ambiente em que se trabalha e vive, alcançando assim uma teoria e prática ligada à experiência e em contato direto com atividade profissional que se deseja aperfeiçoar (não paginado). A modalidade de educação a distância vem ganhando cada vez mais espaço devido a sua versatilidade, pois permite ao aluno fazer combinações de sua vida social com o seu constante aperfeiçoamento profissional. Entretanto essa modalidade requer muita disciplina, persistência, empenho e autodidatismo, pois o aluno tem que organizar sua rotina de estudos e estudar sozinho, sem a cobrança constante de um professor. O aluno que ingressa em um curso a distância assume um compromisso perante a sua formação profissional. O estudante deve ser atento e disciplinado, a fim de reservar um tempo adequado para seus estudos e participar das atividades propostas on-line. Ainda de acordo com Moran (2000), a educação a distância possui muitas vantagens, como se segue: Combinação entre estudo e trabalho. Permanência do aluno em seu ambiente familiar. Menor custo por estudante. Diversificação da população escolar. Pedagogia inovadora. Autonomia do aluno. Materiais didáticos já incluídos no preço Realmente, a educação a distância vem possibilitando que pessoas das camadas mais carentes da população ou que moram muito afastadas tenham acesso ao ensino superior e que aos estudantes que trabalham tenham a oportunidade de estudar, realizando as atividades no horário que estiverem livres. Outro aspecto a ser analisado na educação a distância é a preparação do material didático. É necessário trabalhar o material didático para torná-lo mais atraente e eficaz. Rev. Científica Eletrônica UNISEB, Ribeirão Preto, v.1, n.2, p. 26-37, ag/dez.2013 34 Dentre os autores que estudam o tema, está Lobato (2009, p. 4) que afirma: Dessa forma, a EAD, por meio de diversos recursos didáticos e com apoio de uma organização tutorial, busca mecanismos que propiciem a aprendizagem autônoma do estudante. Mas, para que esse processo se legitime, vários fatores são levados em conta, dentre os quais, um dos mais importantes vem a ser o material didático, pois, na educação à distância, o material a ser usado didaticamente não se resume apenas na escolha de um livro-texto ou de textos avulsos. Faz-se necessário, nesse sentido, que o material venha a proporcionar múltiplas interações ao discente e, consequentemente, a aprendizagem qualitativa. Como ressalta o autor, um grande desafio para as instituições EAD é a preparação de um material didático que prenda a atenção dos alunos e que seja de fácil entendimento, pois o aluno estuda sozinho a maior parte da grade curricular do seu curso. Esse material didático deve ser dinâmico, pois o estudante deve ter clareza do conteúdo que está estudando. A maior parte das instituições EAD usa o material impresso como mídia principal, a internet está em segundo lugar com 63% das faculdades que a utilizam como mídia principal. Para solução de dúvidas a principal ferramenta é o email com 87%%, o telefone com 82%, o tutor presencial com 76% e o professor online com 66% (MORAN, 2000, não paginado). Apesar de a educação a distância ser uma modalidade que vem ganhando cada vez mais espaço no cenário educacional brasileiro, ela também apresenta desvantagens, tais como: alto custo da produção do material didático, que requer profissionais especializados, excesso de conteúdos teóricos, falta de uma biblioteca real aos alunos, preconceito por falta de pessoas mais conservadoras e desinformadas, disponibilidade de um computador com acesso a internet, o que nem sempre é acessível a todas as regiões e a todos os alunos e conhecimentos de informática e multimídia por parte dos alunos. Mas a desvantagem mais comentada pelos estudiosos do tema, principalmente antes do desenvolvimento da internet, está na falta de interatividade professor/aluno e aluno/aluno. Entre os estudiosos estão Alves e Nova (2003, p. 5), que afirmam: Um dos grandes problemas desses cursos relacionava-se à quase que completa falta de interatividade processo de aprendizagem, devido à dificuldade dos alunos de trocarem experiências e dúvidas com professores e colegas, o que desestimulava e empobrecia todo o processo educacional. Ainda de acordo com Alves e Nova, esse problema está sendo aos poucos minimizado, graças à difusão das tecnologias de comunicação em rede, que vem possibilitando uma interatividade cada vez maior, como é destacado a seguir: “As possibilidades de acesso a informações e conhecimentos sistematizados, assim como as interações entre diferentes sujeitos educacionais ampliaram-se significativamente”. (ALVES; NOVA, 2003, p.6). Rev. Científica Eletrônica UNISEB, Ribeirão Preto, v.1, n.2, p. 26-37, ag/dez.2013 35 À medida que os meios tecnológicos evoluem, a educação a distância também evolui. Na mesma linha de pensamento de Alves e Nova está Hack (2011, p. 89), que diz: Existem formas de repensar a interatividade entre docentes e alunos, bem como entre alunos e alunos (como as salas de bate-papo virtual e aulas presenciais ou confraternizações esporádicas), que precisam ser consideradas para que o isolamento seja rompido. Ao mesmo tempo em que apresenta vantagens, a EAD também tem suas limitações. Certamente algumas delas serão superadas com a evolução constante das metodologias, outras permanecerão, pois são intrínsecas, do mesmo modo que o ensino presencial carrega suas vantagens e limitações, afinal, nenhuma modalidade de ensino é 100% positiva, todas apresentam dificuldades a serem vencidas. Muitas delas podem ser vencidas com incentivos do governo em qualificação dos estudantes, na ampliação do acesso a internet para regiões mais isoladas e numa melhor elaboração do material didático para os estudantes, que deve ter por referência pressupostos educacionais atualizados, deve considerar os conteúdos a serem transmitidos levando em conta a realidade social e cultural do aluno. 5. A Aplicação das Novas Tecnologias em Sala de Aula As novas tecnologias permitem possibilidades de comunicação cada vez mais rápidas. Mas fica visível que o domínio dessas tecnologias representa um desafio a ser vencido, pois a evolução dos meios tecnológicos é muito frequente. Tal afirmação é comprovada por Peters (2011, p. 68) que diz: “muitos anos passarão até que alcancemos o domínio das possibilidades tecnológicas na EAD, e muitos empecilhos deverão ser vencidos”. Para quem deseja ingressar em um curso de graduação a distância, é preciso conhecer os meios tecnológicos. O computador e a internet e as transmissões via satélite são hoje, os meios mais utilizados, e os principais no processo de ensino aprendizagem dessa modalidade. De acordo com Hack (2011, p.106), as principais ferramentas empregadas na EAD são: Fóruns de discussão: ferramenta que permite o debate de temáticas entre os alunos. Cada estudante pode enviar suas opiniões e sugestões de leitura; pastas virtuais: permitem ao aluno visualizar apostilas, slides das aulas, textos recomendados e trabalhos disponibilizados pelos docentes; chats: permitem o envio de sugestões e dúvidas que são respondidos em tempo real pelo professor de plantão; atividades online. Todas essas ferramentas são grandes aliadas no processo educativo, como Hack (2011, p.57) considera: Rev. Científica Eletrônica UNISEB, Ribeirão Preto, v.1, n.2, p. 26-37, ag/dez.2013 36 A utilização do computador com o recurso tecnológico no processo educativo encontra força em sua flexibilidade e amplitude de recursos. A possibilidade de agregar múltiplas mídias e periféricos em um mesmo equipamento torna o computador um grande aliado do docente e do estudante da EAD. As ferramentas de interação virtual (fóruns, chats, e-mail) apresentam grandes vantagens, entretanto, é preciso lembrar que o contato presencial com docentes e colegas de classe também é uma ferramenta de aprendizagem, que estimula a cooperação e integração entre os mesmos. Assim, para Hack (2011, p.63), “a tecnologia deve ser um meio e não um fim de um processo de construção do conhecimento à distância”. Todas as tecnologias podem ser utilizadas, principalmente de forma combinada. O modelo de ensino a distância que atualmente mais atrai os alunos é o que mostra o professor em tempo real, a tele aula. Esse meio reforça o papel do professor e aproxima o aluno do docente, permitindo que dúvidas sejam tiradas ao vivo, durante as aulas. 6. Considerações Finais Pode-se entender a educação a distância como um processo de ensino aprendizagem mediada pelas novas tecnologias da informação e comunicação, onde alunos e professores desenvolvem atividades educativas em tempos e lugares diferentes. É uma modalidade que está atraindo cada vez mais um número maior de estudantes, principalmente daqueles que moram distante ou que preferem organizar sua própria rotina de estudo. Entretanto faz-se necessário uma rígida disciplina de estudos e muita perseverança para vencer os desafios de um curso a distância. Toda tecnologia auxilia no processo educativo, depende da forma que o aluno a utiliza. Ao mesmo tempo em que facilitam a interação virtual, também podem atrapalhar o aprendizado se o aluno não tiver o domínio das novas tecnologias e dos recursos multimídia. Apesar de ainda existir preconceito, hoje ainda há muito mais compreensão de que a EAD é fundamental para o país, fato comprovado pelo número crescente de alunos que procuram por um curso a distância. Mas ainda é vista como uma modalidade supletiva destinada apenas a quem mora em regiões afastadas ou que não tem tempo para frequentar uma instituição presencial. Para que essa modalidade continue crescendo, é necessária a democratização no acesso a internet, a expansão desse meio para regiões mais afastadas e políticas públicas destinadas a qualificação dos alunos, pois para se estudar a distância é necessário conhecimento básico de informática. Rev. Científica Eletrônica UNISEB, Ribeirão Preto, v.1, n.2, p. 26-37, ag/dez.2013 37 Infelizmente ainda existem lugares que não têm condições de oferecer essa modalidade de curso por não possuir energia elétrica ou não ter acesso à internet, sendo necessário um aperfeiçoamento tecnológico nessas regiões, principalmente as regiões Norte e Nordeste (ver anexo). Enfim, ainda há muito que ser feito para que essa modalidade contemple todas as regiões do Brasil. Mas graças aos avanços dos meios tecnológicos essa realidade está cada vez mais próxima. Referências ALVES, L.; NOVA, C. Educação a distância: uma nova concepção de aprendizagem e interatividade. Futura, São Paulo, 2003, p.5-27. Disponível em: <HTTP////: WWW.lynn.pro.br/livros. php>.Acesso em 20/08/2012 BOF, A.M. Panorama da educação a distância no ensino superior brasileiro, 2011. Disponível em: www.educacaoaberta.org/rea. Acesso em 01/09/2012 BRASIL. Decreto 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em: <HTTP//WWW.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato20042005/Decreto/D5622.htm>>. Acesso em 29/08/2012. HACK. J. Introdução a educação a distância. Florianópolis: LLU/CCE/UFSC, 2011. KENSKI, V. O desafio da educação a distância no Brasil. Edufoco, 2010. Disponível em: <HTTP//: WWW.ufjf.br/revistaedufoco/files/2010/02/011.pdf> Acesso em 27/08/2012 LOBATO, I. M. O processo interativo na educação a distância: professor, aluno e material didático. Revista Paidéi@, UNIMES VIRTUAL, Volume 2, número 1, jun.2009. Disponível em: http://revistapaideia.unimesvirtual.com.br. Acesso em 01/09/2012. MORAN, J. M. Boletim de Educação a Distância. Brasil, Ministério da Educação, Secretaria de Educação a distância, 2000. Disponível em HTTP://www.eca.usp.br/prof/moran. Acesso em 20/08/2012 NUNES, I. B. Noções de educação a distância. Artigo publicado originalmente em: Revista Educação a Distância, nrs. 4/5. Dez/93-Abri-94, Brasília, Instituto Nacional de Educação a Distância, p. 7-25. Disponível em <<: HTTP://pt.scribd.com/doc/21015548/Artigo-1994Noções-de-educação-a -distância-Ivonio-Barros-NUNES>Acesso em 20/05/2012. PETERS,O. Didática do ensino a distância. São Leopoldo: Unisinos, 2001.Resenha por João Mattar. Disponível em: <HTTP//: joaomattar.com. blog/2007/03/08/didatica-do-ensino-adistancia.>Acesso em 29/08/2012 Rev. Científica Eletrônica UNISEB, Ribeirão Preto, v.1, n.2, p. 26-37, ag/dez.2013