ANO 1 - Nº 5 - MARÇO/ABRIL DE 2010 - CRESS/PR
MAIS
+
FisCALIZaçÃO
15 de maio CBAS
DIA DO(a) ASSISTENTE
SOCIAL
traça rumos do
Serviço Social até 2013
PNDH Nucress
Avanço ou
Retrocesso?
Ivaiporã:
o novo núcleo
EDITORIAL
Zelar pela qualidade do ensino e da atividade profissional e o estrito cumprimento do Código
de Ética são algumas das principais atribuições de
um conselho de representação profissional. O CRESS/
PR nunca se afastou dessa missão. Prova disso é o recente incremento na estrutura e na atuação da Comissão de Orientação e Fiscalização (COFI).
Nesta edição de Fortalecer, apresentamos
as três novas agentes fiscais, aprovadas em concurso realizado no ano passado e que, desde janeiro, já se dedicam ao trabalho, recebendo, do
Conselho, toda a qualificação necessária. Rosângela Cavalcanti Colcete, Karina Kessiene Radke e
Kathiuscia Freitas Coelho estão à disposição para
orientar e fiscalizar em relação a questões como
as condições de trabalho oferecidas aos(às) profissionais, a correta execução dos planos de estágio
e a qualidade do ensino ministrado nos cursos de
Serviço Social.
Ainda no âmbito da formação política da categoria, o CRESS manterá, neste ano, o curso Ética em
Movimento, disseminando, por meio de multiplicadores, as boas práticas profissionais e a reflexão sobre
nossa atuação cotidiana respaldada pelos princípios
éticos da profissão, em todas as regiões do Paraná.
Confira estas e outras informações na 5ª edição do Fortalecer, que também nos lembra do dia
especial para a categoria: 15 de maio – Dia do(a) assistente social. E aguardem a programação comemorativa em todo o Paraná nos meses de abril e maio!
EXPEDIENTE
O informativo Fortalecer:
lutas, práticas e direitos é
uma publicação do Conselho
Regional de Serviço Social
da 11ª Região (Cress/PR)
Contato
Rua Monsenhor Celso, 154 | 13º
andar | Centro | Curitiba-PR |
CEP 80010-913
Telefone: (41) 3232-4725
Site: http://www.cresspr.org.br
E-mail: [email protected]
Diretoria
Presidente:
Jucimeri Isolda Silveira
Vice-presidente:
Elza Maria Campos
Primeira-secretária:
Daraci Rosa dos Santos
Segunda-secretária:
Kellen Cristina Dalcin
Primeira-tesoureira:
Leovalda Rodrigues Moreira
Segunda-tesoureira:
Ana Lucia Sales Dias Baptista
Conselho fiscal:
Rosângela Cavalcanti Colcete
Karina Kessiene Soares Radke
Kathiuscia Pereira Coelho
Suplentes:
Daniela Moller,
Maria Paulino de Viveiros,
Alfredo Aparecido Batista,
Elias de Sousa Oliveira,
Telma Maranho Gomes
Comissão de comunicação:
Kellen Cristina Dalcin,
Maria de Fátima Pereira,
Reginaldo M. L. Vileirine
Editoração/diagramação
Cupola Comunicação | Rua Peru,
40 | sala 4 | Curitiba-PR
Telefone: (41) 3079-6981
Projeto gráfico
Cupola Comunicação
Jornalista responsável
Rodrigo Werneck
Março/Abril-2010 – 5ª edição
Tiragem: 5.000
As matérias assinadas não
refletem necessariamente a
opinião da publicação.
FALA, ASSISTENTE SOCIAL
Algumas provas de concursos públicos possuem equívocos no que se refere à profissão e outros conteúdos.
O CRESS possui meios de fiscalizá-los?
Regina Aparecida Ribeiro, Assistente Social
2
1
O CRESS pode atuar junto às comissões organizadoras de concursos públicos quando tomar
conhecimento prévio do edital e detectar possíveis irregularidades, geralmente no descritivo
das funções atribuídas ao cargo. Nesses casos, a
Comissão de Orientação e Fiscalização envia documento formal solicitando a revisão. Quando se
trata da qualidade das provas, cabe ao candidato
entrar com recurso, verificando no edital os prazos e normas para essa solicitação. Em algumas
ocasiões, o CRESS entrou em contato com as instituições organizadoras, questionando se as provas
foram elaboradas por Assistente Social, não obteve retorno, já que não há respaldo jurídico que as
obrigue a dar esta informação.
REFLETINDO O COTIDIANO
A multiplicação da ética
Dois mil e dez ficará marcado como o ano
em que o CRESS/PR mais investiu na formação e
reflexão ética dos cerca de 5 mil assistentes sociais paranaenses. Ao longo deste ano, o Conselho promoverá quatro edições do curso Ética em
Movimento,o dobro da oferta de anos anteriores.
Três desses encontros serão realizados em pólos
regionais fora da Capital, refletindo a diretriz de
interiorização crescente das atividades.
O Curso Ética em Movimento foi criado em
1999, pelo conjunto CFESS/CRESS, com o objetivo
de promover ações contínuas de aprendizado e reflexão sobre a atuação ética dos profissionais do
Serviço Social. Desde então, o Conselho Federal
promove, em diferentes regiões do País, um curso anual de capacitação, ao qual cada CRESS envia
pelo menos um representante estadual.
“No retorno ao seu Estado, o profissional
enviado pelo CRESS tem o compromisso de elaborar um projeto de multiplicação do conhecimento
adquirido entre os colegas da base”, explica Reginaldo Vileirine, presidente da Comissão Permanente de Ética do CRESS/PR, que atuou como multiplicador em 2009.
Com duração de sete dias e 40 horas-aula,
o curso é dividido em quatro módulos, que abrangem a ética na sociedade, na prática profissional,
nos direitos humanos e nos instrumentos processuais. “O curso é pensado de maneira a subsidiar
as discussões a partir de questões do cotidiano
do exercício profissional do(a) assistente social,
se tornando assim um instigante convite para a
reflexão e debate da ética profissional”, pondera
Rafael Carmona, que realizou o curso de 2009 e
será o agente multiplicador deste ano.
Em 2010, o Curso Ética em Movimento
completa uma década. Neste período, o Paraná
formou oito multiplicadores, que levaram conhecimentos a mais de 800 profissionais, em todas as
regiões do Estado. Somente neste ano, serão beneficiados mais 160 assistentes sociais entre maio e
junho, quando devem ser realizados os cursos. As
datas e cidades do interior do Estado – que receberão turmas com até 40 participantes – serão definidas e divulgadas pelo site do CRESS em breve.
Na avaliação de Arlete Terezinha Rodrigues, que representa a base da categoria na Comissão Permanente de Ética, o programa induz
o profissional a repensar seus conceitos éticos a
partir de embates colhidos na experiência do trabalho. “O Código de Ética não é um manual ao
qual devemos recorrer quando necessário, mas
deve ser visto como um documento que agrega
valores construídos historicamente pela profissão”, afirma Arlete, que fez o curso em 2007 e
atuou como multiplicadora no ano seguinte. “O
objetivo primordial é propiciar reflexão ética,
contrapondo os valores que cada assistente social
traz como indivíduo singular dos valores construídos pela profissão”, destaca Reginaldo.
O multiplicador de 2010, Rafael Carmona,
acredita que a reflexão ética é um pré-requisito
para a tomada de decisões e posicionamento profissional. “Nós, assistentes sociais, somos demandados a todo instante em nossas instituições a nos
posicionar, construir respostas e alternativas às demandas sociais que nos chegam”, conclui.
Segundo Reginaldo, além de gerar reflexos na qualidade do atendimento cotidiano do(a)
assistente social, o curso oferece importante suporte para os membros da Comissão Permanente
de Ética do CRESS, visto que produz reflexão e
conhecimento necessário para analisar as denúncias de infrações éticas que envolvem a atuação
de profissionais de todo o estado do Paraná.
O programa Ética em Movimento é voltado exclusivamente a profissionais, que precisam
estar regularmente inscritos no CRESS. O custo do
curso para o participante é de aproximadamente
R$ 20,00 para aquisição dos quatro livros que embasam o programa. O investimento do Conselho é
de cerca de R$ 12 mil por ano, aplicados principalmente em materiais, deslocamento, hospedagem
e alimentação dos agentes multiplicadores.
izes
diretr
inem
f
e
d
inaldo
010
e Reg ento de 2
e
t
e
l
r
Movim
lda, A
Leova o Ética em
rs
do cu
3
CRESS EM MOVIMENTO
Reforço na
fiscalização
O Conselho Regional de Serviço
Social está intensificando a atuação da
Comissão de Orientação e Fiscalização
(COFI) em todo o Paraná. A partir de
janeiro, as três novas agentes fiscais
aprovadas em concurso iniciaram seu
trabalho, em substituição às profissionais
que se desligaram do Conselho no segundo
semestre de 2009. Assistentes sociais com
sólida formação acadêmica, especializações
e experiência profissional, elas estão
recebendo qualificação específica para o
exercício das novas funções.
A principal atividade da COFI é
orientar e fiscalizar as atribuições e as
condições técnicas e éticas de exercício e
desenvolvimento do trabalho profissional
e das condições oferecidas para a
realização de estágios de estudantes de
graduação em Serviço Social. No âmbito
profissional, é função da comissão zelar
para que empresas e instituições ofereçam
condições adequadas à atuação do(a)
assistente social.
“Verificamos se essas condições
permitem, por exemplo, atender o usuário
com dignidade e sigilo”, explica Sueli
Preidum de Almeida Coutinho, conselheira
do CRESS/PR e coordenadora da COFI.
Também cabe à comissão fiscalizar para
que atividades privativas do assistente
4
social não sejam irregularmente delegadas
a outros profissionais e orientar assistentes
sociais que estão participando de concursos
públicos para os procedimentos legais em
casos de contestação, além de verificar
se as atribuições definidas para o cargo
correspondem ao previsto em lei.
No âmbito acadêmico, a COFI age
na orientação e fiscalização de campos de
estágio, observando, no âmbito de suas
competências regimentais, a qualidade dos
cursos universitários. “Temos compromisso
com a qualidade do ensino e uma posição
bastante crítica e preocupada em relação
aos cursos à distância, que nem sempre
conseguem garantir uma formação
adequada”, afirma Sueli.
Obrigatório a partir do terceiro
ano do curso, o estágio deve ter supervisão
pedagógica realizada por assistente social
com situação regular perante o Conselho
estadual, conforme determina a Resolução
533/08 do CFESS. “Além de fiscalizar e
verificar o cumprimento de dispositivos
legais, a COFI exerce uma dimensão
pedagógica. No estágio, o(a) estudante se
depara com situações que irá vivenciar no
exercício profissional”, avalia Elias de Sousa
Oliveira, conselheiro do CRESS, membro da
COFI e professor do curso de Serviço Social
em uma instituição de Foz do Iguaçu.
Da esquerda para
direita: Rosângela,
Kathiuscia e
Karina, as novas
agentes fiscais,
foram aprovadas
em concurso
realizado em
julho de 2009
No Paraná, 25
universidades e faculdades,
públicas e privadas, oferecem
cursos presenciais de Serviço
Social. O número de cursos a
distância é desconhecido. A COFI
fiscaliza, nessa fase de formação,
os aspectos relativos ao exercício
profissional e busca incentivar e
fortalecer a integração entre as
instituições de ensino e aquelas
que oferecem estágio. O trabalho
da comissão é regulado por
duas leis federais (8.662/93,
que regulamenta a profissão, e
11.788/2008) e duas Resoluções do
CFESS (493/2006 e 533/2008), além
da Política Nacional de Fiscalização
do conjunto CFESS/CRESS.
A reestruturação
já permitiu a expansão das
atividades da COFI. No período
sem a atuação de agentes
contratadas, os plantões fiscais
foram mantidos, em sistema de
revezamento, por conselheiros
do CRESS. “A partir de agora,
teremos melhores condições de
implementar a Política Nacional
de Fiscalização estipulada pelo
CFESS”, informa Sueli.
Capacitadas em
seminários realizados em Curitiba,
as três agentes fiscais já atuam no
atendimento das demandas da
categoria. Entre as medidas está a
retomada de ações de fiscalização
realizadas em conjunto com
outros conselhos profissionais,
proporcionando uma maior
amplitude ao trabalho. A
primeira une o CRESS ao Conselho
Regional de Psicologia do Paraná.
Outra iniciativa é
a realização de palestras
a alunos do quarto ano
de Serviço Social. Nesses
encontros, fiscais e
conselheiros buscam a
aproximação entre o Conselho
e os profissionais que em
breve chegarão ao mercado.
DESAFIO E CONQuISTAS
Aprovadas no concurso realizado em julho de 2009, as três
agentes fiscais recém-contratadas pelo CRESS estão entusiasmadas
e conscientes da responsabilidade de contribuir pela qualidade do
ensino e do exercício profissional em todo o Paraná. Rosângela
Cavalcanti Colcete e Karina Kessiene Soares Radke estão lotadas na
sede, em Curitiba, e têm atuação em todo o Paraná, à exceção da
região de Londrina, coberta por Kathiuscia Freitas Pereira Coelho.
Paraibana de Santa Rita, Rosângela, de 39 anos, formouse em 2002 nas Faculdades Metropolitanas unidas (FMu), em São
Paulo. Trabalhou na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
(CPTM) e na Secretaria de Segurança Pública daquele Estado.
Morou em Manaus durante oito anos, onde cursou especialização
em Recursos Humanos na universidade Federal do Amazonas e foi
assistente social da rede de hotéis Tropical.
“Como agentes fiscais, teremos condições de dar uma
grande contribuição na formação política dos colegas e na
consolidação do projeto ético-político do Serviço Social”, afirma
Rosângela, que encara o desafio debruçando-se sobre o Código de
Ética e as principais resoluções do conjunto CFESS-CRESS.
Na avaliação de Karina, o principal papel do agente fiscal é
a orientação. “É uma função que exige um grande conhecimento
das leis e das áreas de atuação do Serviço Social. Ao responder às
demandas, estamos falando em nome do Conselho, o que aumenta
nossa responsabilidade”, declara a curitibana, de 34 anos.
Karina formou-se em 2006, nas Faculdades Espírita. Em
seguida, cursou especialização em Gestão de Programas e Projetos
Sociais, nas Faculdades Bagozzi. Em março de 2007, foi aprovada
em concurso da Prefeitura de Colombo (Região Metropolitana de
Curitiba), onde coordenou a Estação do Ofício, o programa BolsaFamília e o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).
Apesar de ser a mais jovem do grupo, a londrinense
Kathiuscia, de 29 anos, também acumula ampla vivência profissional.
Após concluir o curso na universidade Estadual de Londrina (uEL),
no início de 2004, fez especialização em Política Social e Gestão de
Serviços Sociais, na mesma instituição, e mestrado em Educação no
campus de Marília da universidade Estadual Paulista (unesp).
Ao mesmo tempo, atuou como diretora de Proteção Social
Básica da Prefeitura de umuarama, foi docente e coordenadora
do curso na universidade Paranaense (unipar) e coordenadora do
Nucress naquela cidade do Noroeste do Estado. “Nessas atividades,
acumulei uma boa base de gestão e desenvolvi afinidade com a
atuação política do Conselho. Como agente fiscal, poderei contribuir
em tudo o que envolve a profissão.”
5
PONTOS DE VISTA
PROGRAMA NACIONAL
DE DIREITOS HUMANOS
Avanço ou retrocesso?
Apresentada pelo governo no final de 2009,
a terceira versão do Programa Nacional de Direitos
Humanos (PNDH) provocou um acalorado debate
entre vários segmentos da sociedade. As propostas
estão reunidas nas 73 páginas do Decreto 7.037/2009,
elaborado pela Casa Civil da Presidência da República,
com a contribuição de 17 ministérios.
Apresentado no final de 2009, o
PNDH-3 provocou debate acalorado
entre vários segmentos da sociedade.
O PNDH apresenta as posições do
governo brasileiro a respeito de temas como a
taxação de grandes fortunas, a legalização da
união civil entre homossexuais e a instalação
da Comissão da Verdade, com o objetivo de
investigar a violação de direitos humanos
durante a ditadura militar (1964-1985).
Diante de críticas e pressões de diversos
setores, o governo recuou e já anunciou a
alteração de pelo menos três itens polêmicos
do programa: o apoio à criação de leis
que descriminalizem o aborto, a proibição
da ostentação de símbolos religiosos em
prédios públicos (em nome do caráter laico
do Estado) e a criação de mecanismos de
mediação de conflitos agrários.
Neste último tópico, o PNDH sugere
a criação de uma câmara de conciliação para
intervir no processo antes da concessão, pelo
Judiciário, de liminar de reintegração de posse
de áreas ocupadas por sem-terra.
6
Ágide Meneguette, presidente da
Federação da Agricultura do Estado do
Paraná (Sistema FAEP), instituição privada que
representa os produtores rurais, acredita que o
PNDH-3 se trata de um decreto “aloprado”. De
acordo com Meneguette, o decreto incorpora
sindicatos e centrais sindicais nos processos de
licenciamento ambiental e muda as regras de
reintegração de posse em invasões agrárias.
O presidente do sistema FAEP afirma que
a ocupação, tratada por ele como “invasão”,
deve ser vista como crime. Ele acredita que
“o decreto mostra as intenções de um grupo
acantonado no governo disposto a tirar das
catacumbas ideológicas teses que a sociedade
brasileira sempre rejeitou”. Para representantes
do agronegócio, trata-se de uma violação do
direito à propriedade e estimulará “invasões.”
Já na avaliação de movimentos sociais,
a medida representa um avanço no sentido de
evitar confrontos violentos e garantir os direitos
Ágide Meneguette
‘‘O PNDH-3 mostra as intenções de um
grupo disposto a tirar das catacumbas
ideológicas teses que a sociedade
brasileira sempre rejeitou’’
‘
individuais. É o que avalia Renato Eder Munhoz,
coordenador do Regional Paraná da Comissão
Pastoral da Terra (CPT). Munhoz acredita que o
Brasil possui um modelo gerador de conflitos.
“Esse modelo não leva em conta outra coisa a
não ser a expropriação dos territórios em vista
do acúmulo de riquezas e do lucro”, avalia.
Meneguette afirma que, no caso de
ocupações, os proprietários recorreriam à
Justiça, comprovariam a propriedade do
imóvel e os “invasores” seriam expulsos.
“Setores do governo federal não entendem
que isso deva acontecer”, afirma o presidente
do sistema FAEP.
Porém, Munhoz relembra que a questão
da reintegração de posse garantida pelo estado
por muitas vezes esteve aliada a uma forma
violenta de ação. “Qualquer iniciativa que
aponte para superação da violência no campo
ajudará a cicatrizar marcas históricas, onde as
iniciativas de diálogo não existiam”, reitera o
coordenador da CPT.
Enquanto a presidência do sistema
FAEP julgou o decreto como uma medida
atrapalhada, contrária aos interesses ruralistas,
a CPT o vê como diálogo para superação da
violência no campo. “O que se espera é que
efetivamente antes de qualquer ação a vida
das pessoas seja colocada em primeiro lugar,
pois na maioria das vezes querem apenas terra
para sobreviver e para plantar o futuro de seus
filhos e filhas”, afirma Munhoz.
Posição do conjunto CFESS - CRESS
Diante dessa polêmica, O CRESS-PR
reafirma a sua posição favorável ao PNDH, pois
valoriza os movimentos sociais e a democracia,
indo de encontro ao projeto ético-político do
Serviço Social. Ivanete Boschetti, presidente
do CFESS, no Encontro Nacional do conjunto
CFESS e CRESS de 2008 explicitou a importância
da “articulação com movimentos sociais de
resistência na perspectiva de instituir todas
as formas de luta possíveis na defesa da
ampliação dos direitos, trabalho com qualidade
e socialização da riqueza”.
Recentemente, o CFESS tornou pública
uma nota em que enfatiza a posição do
conjunto acerca dos direitos humanos no
Brasil. Essa nota inclui o apoio à questão
agrária, a garantia da cidadania e direitos da
mulher, o reconhecimento da livre orientação
sexual, assim como a construção pública da
verdade sobre os fatos passados no período da
ditadura militar. São pontos importantes, que
incluem direitos que o Serviço Social deseja ver
conquistados e reconhecidos.
Renato Munhoz
‘‘Qualquer iniciativa que aponte para superação
da violência no campo ajudará a cicatrizar marcas
históricas, onde as iniciativas de diálogo não existiam’’
7
Fortaleça a sua participação
15 de maio
Dia do(a) Assistente Social
No próximo dia 15, o
conjunto CFESS / CRESS e toda a
categoria profissional comemora
o dia do (a) assistente social,
que em 2010 tem como tema
“Fortalecer as lutas sociais para
romper com a desigualdade”. A escolha deste debate foi aprovada
no Encontro Nacional do ano
passado, como forma de ampliar
o debate da categoria sobre as
desigualdades sociais, na necessária
aproximação com movimentos
sociais que fazem o enfrentamento
ao mundo capitalista.
Nesta perspectiva, o
CRESS-PR promoverá debates
Participe
das ações de
divulgação
no dia do(a)
assistente
social
8
descentralizados em todo o
estado, nos meses de abril e
maio, por meio da Seccional de
Londrina, e todos os 13 NUCRESS,
além de evento na semana do dia
15 de maio, na sede em Curitiba.
Em breve, a programação
de cada região será divulgada
através mala direta eletrônica
e em espaço no website do
conselho (www.cresspr.org.br).
Além de comemorar a
Semana do (a) Assistente Social,
esses eventos têm como objetivo
debater as políticas públicas
destacando a atuação da categoria
por todo o nosso estado.
O tema da semana do(a) Assistente Social tem
grande relevância aos profissionais, mas deve também
ser ampliado à sociedade. Visando esse direcionamento,
o Conselho atuará fortemente na divulgação do cartaz
alusivo à data em diversos espaços públicos de grande
circulação, como escolas, Unidades de Saúde, CRAS, CREAS
e demais equipamentos sociais. Para isso, você recebe nesta
edição do “Fortalecer” uma cópia deste material que deve
ser afixado em locais como os citados acima, em sua cidade
ou bairro, não ficando restrito somente ao seu espaço sócio
ocupacional.
Você verá também o cartaz da Campanha em
ônibus de Curitiba, Londrina e alguns outros municípios
paranaenses. Além desta estratégia, a comissão de
comunicação do Conselho buscará demais espaços em rádios
e redes de televisão locais, para parabenizar e ampliar as
lutas da categoria.
Evento comemora 30 anos do “Congresso da Virada”
“Começaria tudo outra vez se preciso fosse...”
Em 23 de setembro de 1979, assistentes
sociais de todo o Brasil reuniram-se em São
Paulo, naquele que ficou conhecido como o
“Congresso da Virada”. O III Congresso Brasileiro
de Assistentes Sociais foi o símbolo da mudança
a favor do compromisso com as lutas sociais e
organização da classe trabalhadora, dando um
ânimo novo para toda a categoria.
Em 2009, quando comemoramos 30 anos
das mudanças radicais do Congresso da Virada, foi
realizado o Seminário dos 30 Anos do Congresso
da Virada, no mesmo local. Os debates e análises
reafirmaram as importantes conquistas do Serviço
Social brasileiro, orientadas pelo Projeto ÉticoPolítico Profissional. No evento de comemoração,
representando o CRESS-PR, estiveram presentes
as assistentes sociais Elza Campos, vice-presidente
do Conselho e Sueli do Valle, coordenadora da
seccional de Londrina.
O Projeto Ético-Político, ao longo dos
30 anos, foi tema de debate entre dois célebres
pensadores do serviço social: José Paulo Netto
(UFRJ) e Marilda Iamamoto (UERJ). O momento
reservado para os depoimentos de quem esteve no
Congresso da Virada foi um dos mais emocionantes.
Foram relatos de pessoas como Luiza Erundina,
Vicente Faleiros, Bia Abramides, Márcia Pinheiro,
Socorro Cabral, Maria Inês Bravo entre outras
que participaram daquele importante momento
histórico. “O depoimento de Luiza Erundina,
na época presidente do Sindicato de Assistentes
Sociais de São Paulo, emocionou a todos e foi
aplaudido em pé”, relembra Elza.
Todas as conquistas histórias que se
seguiram daquele marco nos fazem reafirmar os
elementos fundamentais de nosso projeto éticopolítico profissional: a luta por uma sociedade
emancipada, livre de todas as formas de exploração
e de opressão humana. “A ditadura tinha ceifado
o processo de organização dos trabalhadores e dos
assistentes sociais, e os profissionais que estavam
lá representaram uma resistência a isso. Graças à virada feita por eles, o Serviço
Social foi reformulado, trazendo uma oposição do
conceito tradicional”, afirma Elza.
“O que ajudou a criar o clima interessante
foi um corredor imenso feito na entrada,
com fotos representando os últimos
trinta anos, o movimento pelas Diretas
Já, a perspectiva da Constituição de 88,
livre e soberana, o Estatuto da Criança
e do Adolescente, personagens como o
Betinho, entre outros.” Elza Campos
9
FORMAÇÃO PROFISSIONAL
CBAS traça rumos do
Serviço Social até 2013
Lutas Sociais e Exercício
Profissional no contexto de
Crise do Capital: mediações
e a consolidação do Projeto
Ético Político Profissional
Os desafios para o exercício profissional num cenário cada
vez mais marcado pelo paradoxo
entre o aumento da demanda e
a precarização das condições de
trabalho. Esta será a discussão
central do maior evento do Serviço Social no País: o 13º Congresso Brasileiro de Assistentes
Sociais (CBAS), programado para
o período entre 31 de julho e 5 de
agosto, no Centro de Convenções
Ulysses Guimarães, em Brasília.
Com o tema “Lutas Sociais e Exercício Profissional no
Contexto da Crise do Capital:
Mediações e a Consolidação do
Projeto Ético-Político do Serviço
Social”, o encontro – realizado
a cada três anos e promovido
pelo conjunto CRESS/CFESS, a
Associação Brasileira de Ensino
e Pesquisa em Serviço Social
(Abepss) e a Executiva Nacional
de Estudantes de Serviço Social
(Enesso) – deverá reunir cerca
de 3 mil profissionais.
O CBAS é um evento de
natureza político-científica cujos
debates embasarão a construção
da agenda das principais entidades nacionais da categoria no
próximo triênio. “Nesse cenário,
marcado pela mais profunda
crise do capital desde os anos
1970, com impactos na economia, na política e na cultura, é
necessário reagir à deterioração
das condições de trabalho, devido aos baixos investimentos e à
precarização da formação e do
exercício profissional e também
resistir à barbarização da vida
social”, avalia a presidente do
Reunião de entidades que estão na organização do XIII CBAS
10
CFESS, Ivanete Boschetti.
Durante os seis dias de
realização, o congresso também
abrirá espaço para a divulgação
da produção científica e técnica na área do Serviço Social. A
comissão organizadora do evento
recebeu a inscrição de 1.386 trabalhos – 1.108 apresentações orais
e 278 pôsters –, desenvolvidos
por profissionais e estudantes. A
divulgação dos trabalhos selecionados será feita ainda em abril.
Durante os seis dias do
evento, o destaque fica para
as palestras, que trarão nomes
como Virgínia Fontes (UFF),
Ana Elizabete Mota (UFPE), Silvana Mara de Morais dos Santos
(UFRN/CFESS), Marilda Iamamoto
(UERJ),Valério Arcary (IFET/SP),
José Paulo Netto (UFRJ) e Elaine
Rossetti Behring (UERJ/ABEPSS).
Além das palestras, o
evento contará com mesas redondas envolvendo toda a temática
ligada ao tema principal do congresso. Acontecem também sessões temáticas, lançamentos de
livros, atividades culturais e várias
plenárias simultâneas.
Na quinta-feira, dia do
encerramento do congresso, um
ato público deve ser realizado na
Esplanada dos Ministérios, seguido da palestra final,“Socialismo
ou Barbárie: contradições, mediações e Serviço Social”.
Informações, programação e
inscrições:
http://www.cbas.com.br/
CENTRO DE CONVENÇÕES uLISSES GuIMARãES
Delegação paranaense
Você pode participar!
O CRESS/PR enviará ao CBAS uma delegação de aproximadamente dez membros, entre conselheiros da diretoria, representantes da Sede, da
Seccional de Londrina e dos Nucress. A comitiva
terá ainda um integrante especial: o(a) assistente
social vencedor(a) do concurso cultural “Assistente
Social e Práticas Profissionais”.
O concurso está sendo viabilizado por meio
de envio de trabalhos em espaço de destaque no
site do CRESS PR e premiará os autores dos três
melhores artigos sobre a prática cotidiana e sua
relação com o Código de Ética do Assistente Social.
Podem participar todos os profissionais inscritos no
CRESS, à exceção de membros da diretoria ou servidores da instituição.
O(a) primeiro(a) colocado(a) participará do
CBAS, com despesas de inscrição, passagens aéreas,
hospedagem e diárias para alimentação custeadas
pelo Conselho. O prêmio do segundo colocado
será uma coletânea da Biblioteca Básica do Serviço
Social, da Cortez Editora. Quem obtiver o terceiro
lugar será contemplado com uma assinatura anual
da revista Serviço Social & Sociedade.
“Produzir conhecimento é a melhor maneira de
entender o cotidiano”, justifica o conselheiro da
comissão de comunicação, Reginaldo Vileirine.
As inscrições se estendem entre 9 e março e 30 de
abril, e a divulgação do resultado será feita até
30 de maio. Os trabalhos serão avaliados por uma
comissão científica com notório conhecimento em
Serviço Social e todos os artigos inscritos serão publicados no site do Conselho. O vencedor do concurso
deverá elaborar um relatório sobre sua participação
no CBAS, para compartilhar a experiência com todos
os(as) assistentes sociais paranaenses.
Para participar do concurso e ter a chance de
acompanhar o CBAS, elabore um trabalho de 5 a 10
laudas que englobe as práticas profissionais e a ética
do Serviço Social. Fique atento(a) ao regulamento do
concurso, disponível na página de inscrição.
Mais informações, regulamento e envio de artigos:
www.cresspr.org.br
COLEÇãO BIBLIOTECA BÁSICA DE SERVIÇO SOCIAL
CRESS NO PARANÁ
Ivaiporã: o 13º Nucress
A forte demanda da região Central do
Paraná motivou a diretoria do CRESS/PR a deliberar pela implantação de um núcleo do Conselho em Ivaiporã. Será o 13º Nucress do Estado.
Os demais estão instalados em Campo Mourão,
Cascavel, Cornélio Procópio, Francisco Beltrão,
Foz do Iguaçu, Guarapuava, Maringá, Paranavaí, Pato Branco, Ponta Grossa, umuarama e
união da Vitória. Com a Sede, em Curitiba, e a
Seccional de Londrina, essas estruturas formam
uma rede capaz de atender todos os(as) assistentes sociais paranaenses, independentemente
do ponto do Estado em que eles atuem.
Os Núcleos do CRESS são formados por
profissionais de uma região que contribuem no
encaminhamento político-administrativo das
atividades do Conselho. “Esses colegas são fundamentais em nossa atribuição de fiscalizar, de-
fender e disciplinar o exercício profissional da categoria e zelar pela qualidade dos serviços prestados
ao usuário”, justifica a presidente do CRESS/PR, Jucimeri Silveira.
Segundo a
LONDRINA
coordenadora técnica do Conselho,
Dione do Rocio
Poncheck, a instaIVAIPORã
lação do Nucress de
CuRITIBA
Ivaiporã será marcada pela realização do Diálogo do
Sede
CRESS, encontro em
Seccional
que são debatidos
Nucress
os rumos e as principais demandas do
Serviço Social.
ESPAçO DA CuLTuRA
Documentário
A série de documentários Lutas.doc traz
profundas reflexões sobre o contexto e forma
de representação das expressões da questão
social no Brasil em cinco episódios críticos e
ousados. Entre os entrevistados estão personalidades políticas, como Luiz Inácio Lula da
Silva, Fernando Henrique Cardoso, Marina Silva e Soninha, além de estudiosos e representantes de
movimentos sociais. A linguagem é dinâmica e
acessível. A série Lutas.doc sairá como material
extra no DVD do filme Lutas, que tem estreia
marcada para 2011.
Livros
MOVIMENTOS SOCIAIS E
REDES DE MOBILIZAÇÕES
CIVIS NO BRASIL
CONTEMPORÂNEO
Autora : Maria da
Gloria Gohn
Editora: Vozes
A obra condensa estudos sobre os
movimentos sociais, especialmente no Brasil, ao longo
de três décadas. Apresenta um mapa dos movimentos
sociais e redes civis que tematizam e redefinem a
esfera pública, construindo modelos organizativos.
EDuCAÇãO POPuLAR
METAMORFOSES E VEREDAS
Autor: Luiz Eduardo Wanderley
Editora: Cortez
O livro demonstra que a educação
popular reconhece e assume as atuais demandas
das sociedades mundiais e seus novos desafios,
indicando alguns marcos norteadores para o
presente e o futuro.
Veja na próxima edição: O perfil das infrações ético-profissionais
Download

5ª edição - CRESS-PR