Projeto
Análise do Mapeamento e das Políticas para
Arranjos Produtivos Locais
no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil
Relatório de Pesquisa 03
Caracterização, Análise e Sugestões para
Adensamento das Políticas de Apoio a APLs
Implementadas nos Estados: O caso do Estado
do Paraná
UFSC
Departamento de
Economia
www.redesist.ie.ufrj.br
www.politicaapls.redesist.ie.ufrj.br
Projeto
Análise do Mapeamento e das Políticas para Arranjos Produtivos Locais
no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil
Caracterização, Análise e Sugestões para Adensamento das Políticas de
Apoio a APLs Implementadas nos Estados: O caso do Estado do Paraná
Relatório de Pesquisa 03
Equipe Estadual
Coordenação:
Prof. Dr. Fabio Doria Scatolin
Pesquisadores:
Prof. Dr. Nilson Maciel de Paula
Prof. Dr. Walter Tadahiro Shimajv
Ms. Antonio Zanatta – doutorando do PPGDE
Graduandos:
Manuela Reche Latge
Ricardo Pessoa de Moura
Curitiba
Equipe de Coordenação do Projeto / RedeSist
Coordenador: Renato Ramos Campos
Marco Vargas
Fabio Stallivieri
Pablo Bittencourt
SUMÁRIO
Introdução ............................................................................................................................. 1
1 – Estrutura de Apoio e as Políticas Para APLs no Paraná............................................ 4
1.1
Introdução ........................................................................................................................ 4
1.2
Estrutura Institucional e as Principais Linhas de Política Pública ............................. 5
1.3
O Papel da Secretaria de Estado do Planejamento – SEPL......................................... 7
1.4
As Ações do SEBRAE...................................................................................................... 8
1.5
As Ações da FIEP........................................................................................................... 17
2 – O Conceito de APL Utilizado para Orientar as Políticase Consequências na
Implementação das Políticas: A Inclusão e Exclusão de APLs no Paraná ................... 20
2.1
Introdução ...................................................................................................................... 20
2.2
O Conceito de APL Utilizado nos Estudos da REDE APL do Paraná...................... 20
2.3
O Conceito mais Amplo de APL da RedeSist e a Exclusão das demais Aglomerações
Paranaenses nas Políticas Públicas............................................................................................ 26
3 – Análise das Políticas Para APLs: Foco e Instrumentos da Política ......................... 35
3.1
Introdução ...................................................................................................................... 35
3.1
Uma Análise Das Ações De Políticas Públicas E Privadas Implementadas Nos APLs
35
3.1
Considerações sobre o Balanço de Pagamentos da Estrutura Produtiva Paranaenses
47
3.1
Uma Análise do Desempenho dos APLs em Termos da Balança Comercial............ 50
Capítulo 4 – As Políticas Estaduais para APL: Conclusões e Sugestões ....................... 54
Bibliografia.......................................................................................................................... 56
ANEXO 1............................................................................................................................. 57
ANEXO 2............................................................................................................................. 60
ÍNDICE DE TABELAS, FIGURAS E QUADROS.
FIGURA 1 – MAPA DA LOCALIZAÇÃO DOS APLs SELECIONADOS................................................... 23
FIGURA 2 - APLs identificados e não apoiados.............................................................................................. 27
FIGURA 3- PRINCIPAIS CADEIAS PRODUTIVAS DO AGRONEGÓCIO PARANAENSE.................... 29
FIGURA 4 – EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES PARANAENSES, SEGUNDO FATOR AGREGADO 1980-2008 ............................................................................................................................................... 34
FIGURA 5 - SALDO DA BALANÇA DE PAGAMENTOS DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS
PARANAENSES PARA O ANO DE 2006 - MILHÕES DE R$........................................................... 49
QUADRO 1 – Programas de apoio aos APLs no Paraná, coordenados pela Secretaria de Planejamento ......... 7
QUADRO 2 - APLs apoiados pelo SEBRAE e respectivos agentes................................................................ 10
QUADRO 3 - Foco estratégico do SEBRAE, segundo os APLs apoiados ...................................................... 12
QUADRO 4 - Condicionantes da competitividade dos APLs de confecções................................................... 14
QUADRO 5 - Condicionantes da competitividade dos APLs de mandioca e bonés........................................ 15
QUADRO 6 - Condicionantes da competitividade dos APLs de insumos e equipamentos médicos ............... 15
QUADRO 7 - Condicionantes da competitividade dos APLs de moveis e madeira ........................................ 16
QUADRO 8 - Condicionantes da competitividade dos APLs de software....................................................... 16
QUADRO 9 - Principais ações desenvolvidas pela FIEP................................................................................. 18
QUADRO 10 - APLs PRÉ-SELECIONADOS................................................................................................ 22
QUADRO 11 - INSTITUIÇÃO/EMPRESAS BENEFICIÁRIAS DOS PROGRAMAS DE APL E SEUS
DETALHAMENTOS. ............................................................................................................................ 38
QUADRO 12 – DEPOIMENTOS DOS GESTORES SOBRE A RELEVÂNCIA DO CONCEITO DE APL
PARA A INTEGRAÇÃO LOCAL......................................................................................................... 45
QUADRO 13 – A PERCEPÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS POR PARTE DOS GESTORES LOCAIS DE
APL......................................................................................................................................................... 46
TABELA 1 - PARTICIPAÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS NO VALOR ADICIONADO BRUTO
DO Paraná A PREÇOS BÁSICOS – 1985-2004 .................................................................................... 28
TABELA 2 - INDICADORES DA CADEIA PRODUTIVA DE CARNES E PESCADOS DO Paraná – 1996,
2000 E 2005 ............................................................................................................................................ 30
TABELA 3 - DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DO VALOR DE TRANSFORMAÇÃO INDUSTRIAL,
SEGUNDO INTENSIDADE TECNOLÓGICA - PARANÁ - 1996-2005............................................. 31
TABELA 4 – ESTOQUE, DISTRIBUIÇÃO POR GRUPO E SUBGRUPO DO EMPREGO FORMAL NA
INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO, SEGUNDO A INTENSIDADE TECNOLÓGICA - PARANÁ
- 1995/2007 ............................................................................................................................................. 33
TABELA 5 – COMPRAS, VENDAS E SALDO COMERCIAL DAS PRINCIPAIS ATIVIDADES
ECONÔMICAS DO ESTADO DO PARANÁ ANO 2006................................................................. 47
TABELA 6 - INDICADORES DOS DESEMPENHOS DOS APLs EM 2006 ............................................... 51
TABELA 7 – VALOR ADICIONADO DAS DIVISÕES (5 DÍGITOS) QUE COMPÕEM AS ATIVIDADES
DOS APLs E DEMAIS INDICADORES DE PARTICIPAÇÃO - 2006 ............................................... 52
TABELA 8 - APLs DEFICITÁRIOS NA BALANÇA COMERCIAL DENTRO DO ESTADO ................... 52
TABELA 9 - APLs DEFICITÁRIOS NA BALANÇA COMERCIAL COM OUTROS ESTADOS.............. 53
TABELA 10 - APLs DEFICITÁRIOS NA BALANÇA COMERCIAL COM OUTROS PAÍSES ................ 53
TABELA 11 - APL DEFICITÁRIO NA BALANÇA COMERCIAL TOTAL ............................................... 53
Introdução
O processo de crescimento e mudança estrutural das economias é indissociável da
aplicação de conhecimento às atividades produtivas, o qual não traz benefícios apenas aos
que o introduzem, mas também à sociedade como um todo através de seu transbordamento
para outras empresas situadas no mesmo ambiente econômico. Uma das principais
características desse processo é a cumulatividade. Assim, o conhecimento novo
complementa o conhecimento tácito existente e amplia seu estoque, gerando um processo
auto-alimentador de crescimento e mudança. Consequentemente, o uso do conhecimento
por uma pessoa ou firma não impede o mesmo seja difundido no interior do tecido sócio
econômico articulado, direta ou indiretamente com a fonte inovadora inicial.
Esta característica não excludente de um processo inovador envolve necessariamente o
Estado, como um agente catalisador estratégico do desenvolvimento sócio econômico de
acordo com as necessidades setoriais e regionais. De acordo com o termo de referência
desta pesquisa, Arranjos Produtivos e Inovativos Locais (APLs) representam um marco, a
partir do qual se busca compreender os processos de geração, difusão e uso de
conhecimentos como parte da dinâmica produtiva e inovativa da economia regional. Assim,
isso deve ser analisado como um processo sistêmico que resulta da articulação de distintos
atores e competências neste território, na qual os APLs se destacam como uma forma
dinâmica de organização produtiva com alta permeabilidade para geração e difusão de
tecnologia. As externalidades daí resultantes contribuem para o aumento da
competitividade das empresas e, em consequência, do sistema ou arranjo local como um
todo. Essas externalidades são o elemento central dos sistemas locais de produção e
inovação e dos APLs. Elas podem ser incidentais, decorrentes de (i) existência de um vasto
contingente de mão-de-obra especializada e com habilidades específicas; (ii) presença e
atração de um conjunto de fornecedores especializados de matéria-prima, componentes e
serviços, e (iii) grande disseminação dos conhecimentos, habilidades e informações
concernentes ao ramo de atividade dos produtores locais. Além das externalidades
incidentais os agentes locais (empresas e instituições), bem como as instâncias
governamentais podem reforçar capacidade competitiva dos APLs por meio de políticas
1
públicas deliberadas. Exemplos de tais políticas podem ser observados na instalação de
central de compras de matérias primas, promoção de cursos de formação profissional,
criação de novas fontes de demanda, contratação de consultorias, criação de centros de
P&D coletivo, etc. A combinação das externalidades incidentais com as aquelas derivadas
de ações deliberadas dos agentes resulta na chamada “eficiência coletiva”, principal
determinante da capacidade competitiva das empresas locais (Schmitz e Nadvi, 1999).
O esforço inicial que a RedeSist realizou para mostrar a relevância das aglomerações e
em especial dos APLs para o desenvolvimento local repercutiu positivamente na
identificação das aglomerações e na implementação de políticas públicas voltadas a essa
forma de organização produtiva. Tanto o governo federal, principalmente através do MDIC,
FINEP e SEBRAE, como o governo estadual do Paraná, por meio da coordenação da Rede
APL pela Secretaria de Planejamento, se engajaram na implementação de políticas de
desenvolvimento de APLs. No entanto, no terreno analítico das políticas públicas em APLs
implementadas no Estado do Paraná, pouco tem sido elaborado. Na verdade tem-se uma
ausência de discussão sobre o tema, quer seja em relação à sua abrangência da
implementação das políticas de APLs em termos setorial ou espacial, quer seja de analise e
avaliação das políticas de APLs em termos de seus resultados.
A origem dessas políticas de apoio aos APLs pode ser identificada em três grandes
campos1. Primeiramente, as políticas de desenvolvimento industrial que historicamente
tiveram grande importância, ressurgiram no período recente, principalmente na forma de
suporte às pequenas e médias empresas. O esforço do SEBRAE é reconhecido como de
suma importância em diversos estados e no Paraná não tem sido diferente. O fechamento
do banco local de fomento no inicio dos anos 90s e a incapacidade da Secretaria de Estado
da Indústria e Comércio de implementar políticas consistentes no setor tem limitado a ação
do estado neste campo. Em segundo lugar estão as políticas de desenvolvimento regional,
cuja ênfase tem sido historicamente nos desequilíbrios regionais. Preocupadas com o baixo
nível de desenvolvimento de determinadas regiões os APLs passaram a ser visto como
lócus adequado para a implementação de políticas de desenvolvimento regional. Sendo
assim, tanto as regiões atrasadas como as mais avançadas passaram a ver na política de
APLs um instrumento necessário para reduzir o hiato com as regiões mais desenvolvidas,
1
Ver especialmente “Competitive Regional Clusters: National Policy Approaches” OECD (2007)
2
ou para aumentar a competitividade das regiões mais avançadas. No caso do Paraná, pouco
tem sido feito nessa direção, uma vez que políticas regionais implementadas tem
historicamente reforçado os desequilíbrios espaciais, ao invés de reduzi-los. Finalmente
um terceiro campo destas políticas se refere às políticas de C&T. Neste campo está a
grande novidade nos países avançados que tem procurado reforçar a capacidade inovativa
de seus aglomerados via estímulos de P&D principalmente através de políticas que buscam
uma maior aproximação entre centros produtores de conhecimento (Universidades e
Centros de pesquisa aplicada) e as empresas via P&D colaborativo. Este tipo de política
sem tradição no Paraná, somente após a constituição de 1988, passou a haver maior
preocupação no estado para a construção de apoio ao desenvolvimento científico nas
Universidades locais e institutos de pesquisa, a exemplo do TECPAR. No entanto estas
políticas não tiveram uma maior preocupação em aproximar a comunidade científica aos
problemas concretos dos APLs e de suas empresas. Mais recentemente essas instituições de
apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico passaram a considerar os APLs como
um dos focos de suas ações.
Independentemente da origem destas políticas, o foco setorial das políticas de APLs no
estado do Paraná tem sido o setor industrial e de software, em determinadas regiões mais
dinâmicas do Estado. O objetivo deste capítulo é discutir a s principais políticas públicas
para os APLs implementadas pelo governo federal e estadual nesta primeira década do
novo milênio. Para tanto, no capítulo 1 deste relatório, são discutidas a orientação de
políticas públicas a serem implementadas e as ações dos principais integrantes da Rede
APL, de acordo com a realidade de cada atividade e região existentes nos diferentes APLs
identificados no estado do Paraná. No capitulo 2, o conceito utilizado pelas instituições da
Rede APL é confrontado com aquele utilizado pela RedeSist. A partir disso, tem-se que, em
vista das diferenças metodológicas lacunas conceituais emergiram no processo de
identificação dos APLs. No capitulo 3, a partir de questionários enviados às governanças
locais, foram avaliados aspectos da interação entre empresas, instituições públicas e
privadas referentes à organização, gestão e inovação dos APLs identificados. Ao mesmo
tempo, foram recuperadas informações do relatório 2, referentes aos fluxos comerciais no
interior do estado, com outros estados e com o exterior. Finalmente, uma avaliação geral
3
das políticas públicas e ações institucionais junto aos APLs do Paraná, foi elaborada nas
conclusões deste relatório.
1 – Estrutura de Apoio e as Políticas Para APLs no Paraná
1.1 Introdução
Tendo por base as informações sistematizadas no relatório 1, nesta seção pretendese avaliar a atuação das instituições e respectivas políticas voltadas aos APLs no estado do
Paraná. Para tanto serão consideradas tanto aquelas situadas no plano do governo federal
quanto as concebidas e implementadas no âmbito do governo estadual. Entre as primeiras,
destaque deve ser dado à formação dos núcleos estaduais do GTP-APL do MDIC, cuja
atuação reflete a orientação dada em nível nacional. Por sua vez as políticas voltadas aos
APLs pelas instituições estaduais foram estruturadas a partir da formação da Rede APL, em
2004, envolvendo órgãos governamentais e organizações representativas da iniciativa
privada. Como já assinalado em relatório anterior, a motivação inicial dessa rede foi dada
pela necessidade de impulsionar o desenvolvimento industrial do estado através de
estratégias voltadas à competitividade.
A crescente percepção da dimensão local da atividade produtiva e do ambiente
empresarial convergente em torno de interesses comuns foi influenciada tanto pela
emergência de um novo conceito para entender o comportamento das firmas, quanto pela
maior visibilidade de processos localizados de industrialização. Assim, decisões políticas e
iniciativas institucionais se orientaram pela necessidade de atuar localmente com vistas a
tornar os setores produtivos competitivos nos mercados nacionais e globais. Nessa
perspectiva, orientados pela Rede APL, as governanças locais foram estimuladas a
formularem Planos de Desenvolvimento e Planejamento Estratégico a médio prazo. Para
tanto, a Rede APL agregou diferentes instituições e organizações, amalgamando as ações e
políticas já implementadas a partir de suas agendas previamente delineadas com novas
ações voltadas especificamente aos APLs. Assim, as experiências locais de formação de
APLs já em curso não implicaram necessariamente na inauguração de uma nova política
específica, mas na criação e na adaptação de ações existentes às demandas locais onde a
atividade econômica apresentava sinais de maior integração e aglomeração.
4
Esta seção tem o propósito de descrever de forma introdutória as principais
instituições e suas linhas de atuação junto aos APLs existentes no estado. Tendo como base
o trabalho apresentado no primeiro relatório, serão descritas a estrutura institucional e
respectivas políticas públicas, com vistas à análise apresentada nos capítulos seguintes.
1.2 Estrutura Institucional e as Principais Linhas de Política Pública
O arranjo criado através da Rede APL procurou dar um sentido ordenado às ações
das principais instituições envolvidas, procurando reduzir sobreposições e organizando a
participação de outras instituições e organizações relacionadas aos APLs do estado do
Paraná. As instituições públicas, com alguma aderência aos arranjos produtivos locais
foram agrupadas no primeiro relatório em três categorias, a saber: a) instituições de
planejamento e execução de políticas públicas; b) instituições de ensino e pesquisa; em
especial de P&D e c) instituições de financiamento aos APLs. Como já analisado, a sinergia
daí resultante influenciou fortemente a adaptação das políticas públicas às demandas
setoriais e regionais da economia paranaense. A Rede APL se caracterizou, portanto, como
uma estrutura de governança institucional abrangente visando dar um sentido sistêmico à
atuação das instituições e organizações, e reforçar as iniciativas de formação de APLs em
diversas atividades e regiões do estado, de acordo com suas particularidades.
Esse arranjo institucional, sob a coordenação da Secretaria de Estado de
Planejamento (SEPL), mantinha uma convicção de que os APLs representam uma
alternativa promissora para o desenvolvimento da economia paranaense, requerendo para
tanto, informações sistematizadas e planejamento para promover a competitividade das
empresas em seus respectivos aglomerados industriais. Por sua vez, as organizações
empresariais têm participado diretamente do comitê gestor da Rede APL, de acordo com
seus interesses setoriais, através do sistema FIEP, englobando os sindicatos empresariais, o
IEL, SENAI, SESI, Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP). O SEBRAE,
por sua vez, tem se destacado na interface entre as políticas públicas e a organização
empresarial, atuando diretamente na formação de APLs em diferentes regiões e atividades
produtivas do Estado. Sua capilaridade tem contribuído para a difusão de valores
cooperativos entre as pequenas e médias empresas, estimulando-as a desvendar espaços
competitivos.
5
Apesar da diversidade de integrantes, o núcleo fundamental da rede APL é formado
por um tripé composto pela SEPL, SEBRAE e FIEP, cujas ações individuais são as mais
relevantes para os arranjos existentes no estado. Portanto, a estrutura organizada em torno
dos APLs combina iniciativas oficiais e de organizações empresariais, visando, de forma
sinérgica, promover mudanças nos APLs do Estado. Este tripé passou a ser conduzido por
ações eventuais e potencialmente conflituosas, na qual indústrias locais e respectivos
interesses são tratados individualmente ao invés de à luz de uma ação sistêmica por parte
da Rede
Segundo avaliação unânime entre os integrantes da Rede APL, as políticas públicas
por ela articuladas permaneceram, nos últimos anos, num visível estado letargia e
indefinição. Contrariamente ao relativo entusiasmo inicial observado durante sua formação,
nos últimos três anos tem ocorrido um claro refluxo nas preocupações e iniciativas, mais
claramente por parte do governo estadual. Em parte, o redirecionamento das ações da rede
refletiu um novo posicionamento do governo do Estado em relação aos APLs selecionados.
Assim, a relação entre estes e as políticas públicas se caracterizou muito mais pelas
iniciativas das próprias empresas, em busca de oportunidades criadas pelo conjunto da
política industrial, do que por estímulos dados pelo estado. De uma maneira geral, a
organicidade da Rede APL se sustentou apenas no âmbito de seu planejamento, se
desfigurando, todavia, na medida em que instrumentos de política específica de APLs e
recursos financeiros se tornaram necessários. Essa deficiência reflete tanto uma falta de
maturidade institucional e de governança entre os órgãos envolvidos, quanto uma ação
dispersa dos atores pautada apenas em suas expectativas individuais. Mais do que isso, o
papel organizador e articulador da Rede, desempenhado pela Secretaria de Planejamento,
não foi suficiente para amalgamar as ações implementadas de cada um dos demais
integrantes. A relação entre a rede e os APLs do estado passou a ser restringir a demandas
dispersas, de governanças locais, em muitos casos, parcialmente estruturadas. Por outro
lado, a organicidade idealizada inicialmente, cedeu lugar a iniciativas isoladas de cada
integrante da rede de acordo com seus respectivos interesses.
6
1.3 O Papel da Secretaria de Estado do Planejamento – SEPL
Como já observado, a SEPL assumiu o papel de coordenação da Rede APL, no qual
não apenas catalisou as demais instituições e organizações, como atuou junto aos APLs
com o propósito de construir a governança local. Do ponto de vista de política pública,
entretanto, essa secretaria de estado se restringiu tão somente à coordenação da rede
institucional, e conseqüentemente das ações voluntariamente implementadas pelos demais
integrantes, após a assinatura do Termo de Cooperação em 2004, entre o Governo do
Estado do Paraná, o Sistema FIEP, o SEBRAE e o SENAI.
Se essa coordenação teve a princípio uma notória visibilidade, ancorada nas
prioridades de política de desenvolvimento do governo do estado, no período recente,
correspondente ao segundo mandato do governador Roberto Requião, ocorreu um refluxo
das ações governamentais. Em grande parte, essa crescente letargia resultou da não
concretização ate o presente do empréstimo do Banco Interamericano de Desenvolvimento
(BID) de US$ 16 milhões, para o desenvolvimento de APLs no estado. A incapacidade de
pagamento do estado de empréstimos anteriores, associada à mudança de interesse por
parte do governo estadual, fez com que os integrantes da Rede seguissem suas estratégias
individuais. Apesar dessas deficiências, algumas iniciativas de apoio aos APLs, sob a
coordenação da SEPL podem ser destacadas (Quadro 1).
Quadro 1 – Programas de apoio aos APLs no Paraná, coordenados pela Secretaria de
Planejamento
Programa de Apoio aos APLs
PROAPL
Comércio
Mercados
Exterior
e
Acessos
Finalidade
a
Inovação Tecnológica - Programa
Universidade sem Fronteira
Crédito e Incentivos Fiscais
Programa de Microcrédito
PROTERRITÓRIO
Aumento da competitividade dos APLs paranaenses.
Inserção dos produtos dos APLs - principalmente no MERCOSUL,
através de apoio a missões internacionais de negócios e apoio
tecnológico a Exportação (PROGEX)
Desenvolvimento de novos produtos e processos através do
programa Universidade sem Fronteira da Secretaria de Estado de
Ciência e Tecnologia, em parceria com o TECPAR e as
universidades estaduais.
Crédito e Incentivos Fiscais
Fomento a pequenos empreendedores vinculados aos APLs.
Negociação de projeto junto ao Banco Mundial voltado à
competitividade dos produtores familiares das regiões
contempladas.
Fonte: Entrevista com técnicos da SEPL
7
Como se observa acima, o governo do estado, através da coordenação da SEPL,
implementou ações de alcance diferenciado, dado sua amplitude diversa. Assim, o
PROAPL abrange alguns APLs2 com o propósito de elevar o grau de competitividade dos
APLs, como uma estratégia traduzida na capacitação tecnológica, qualificação de mão de
obra, melhoria da logística para comercialização, e difusão de práticas ambientalmente
responsáveis. Este programa é executado pelas secretarias de estado, SEBRAE e FIEP, com
a participação de entidades regionais incluindo universidades, associações comerciais e
industriais, sindicatos, prefeituras, secretarias e ONGs. As demais ações, de caráter mais
objetivo, são marcadas pela conquista de novos mercados, pelo alívio fiscal, e
desenvolvimento tecnológico.
Numa perspectiva geral, as ações do PROAPL na realidade expressam o trabalho da
Rede APL, orientada pela importância dada à governança local, à mobilização das
empresas e demais atores, e à cooperação, como requisitos para a competitividade. Sua
eficácia, enquanto um arranjo que congrega diversas instituições públicas e privadas tem
sido diretamente afetada pela desarticulação, ou falta de governança no plano institucional,
comprometendo os resultados do trabalho da Rede APL. A fase inicial de diagnóstico dos
APLs e de montagem da rede foi sucedida por dificuldades oriundas do não cumprimento
de prazos agendados, da evasão de algumas instituições, da sobreposição de ações, falta de
integração entre os integrantes da rede, e incapacidade para promover uma identidade em
torno das políticas direcionadas aos APLs.
1.4 As Ações do SEBRAE
A participação do SEBRAE nas estratégias da Rede APL não implicou em
importantes alterações conceituais ou da forma de atuação, e nas prioridades institucionais
voltadas às empresas, particularmente pequenas e médias. Sendo assim, seu envolvimento
tem se dado muito mais por meio de uma continuação de suas ações prévias, do que da
2
APL de bonés de Apucarana; APL de Confecções de Maringá e Cianorte; APL de Confecções do
Sudoeste; APL de Equipamentos e Implementos Agrícolas de Cascavel e Toledo; APL de
Equipamentos Médico-Odontológicos de Campo Mourão; APL de Madeira e Esquadrias de União
da Vitória; APL de Metais Sanitários de Loanda; APL de Móveis de Arapongas; APL de Software
de Curitiba.
8
adoção da base conceitual e plataforma de ação, estabelecidas pelo conjunto das
instituições integrantes da Rede APL.
Nesses termos, o SEBRAE atuava inicialmente junto aos núcleos setoriais no
âmbito de cada município onde as empresas apresentavam algum grau de integração.
Posteriormente, entre 1998 e 2002, foi implementado o Plano SEBRAE de
Desenvolvimento Local, com propósitos semelhantes. Após 2003, o conceito de APL é
incorporado nos planos do SEBRAE, embora envolvendo novas aglomerações estranhas ao
grupo de 22 APLs definido pela Rede como público alvo inicial da Rede.
Nessa perspectiva mais ampla, o SEBRAE tem se voltado para o desenvolvimento
dos APLs, de acordo com seu grau de maturidade e consequentemente as prioridades
estabelecidas no âmbito da governança local. No entanto, tendo em vista que são atendidas,
presencialmente ou à distância, em torno de 49 mil empresas, predominantemente micro e
pequenas, os APLs representam apenas um recorte metodológico de análise e organização
da sua forma de atuação. Para estes, as prioridades, como definidas na estratégia de
estimular o empreendedorismo empresarial, estão concentradas no desenvolvimento
tecnológico, a ser concretizado por meio da capacitação e do estímulo à inovação. As ações
do SEBRAE junto aos APLs do Paraná podem ser observadas no conjunto de 67 projetos
abrangendo diversas atividades e organizações empresariais, como comércio varejista,
cadeias produtivas, distritos empresariais, empreendedorismo, atividades de turismo,
serviços, etc. Entre esses projetos são apresentados os resultados atualizados de 14 APLs,
segundo o Sistema de Informação da Gestão Estratégica Orientada para Resultados
(SIGEOR). Chama atenção o fato de que vários APLs incluídos nesses projetos não estão
entre os 22 selecionados pela Rede APL, como descrito no primeiro relatório.
Um primeiro aspecto a ser considerado diz respeito ao público de cada APL a ser
atingido pelas ações implementadas pelo SEBRAE (Quadro 2).
9
Quadro 2 - APLs Apoiados pelo SEBRAE e Respectivos Agentes
APL
Confecções do Sudoeste do Paraná
Madeira de União da Vitória
Mandioca e Derivados da Região
Noroeste do PR
Bonés de Apucarana - fase 2
Projeto: APL - TI do Sudoeste do
Paraná
Insumos e Equipamentos de Uso
Médico
Malhas de Imbituva
Móveis da Região de Arapongas fase 2
Software / TIC do Oeste
Software de Curitiba e Região
Software de Maringá e Região
TI de Ponta Grossa
Vestuário de Londrina e Região
Software de Londrina e Região
Público alvo
Empresas de marca própria, acessórios, designer e ateliers de moda,
facções, bordadeiras, tinturarias, lavanderias e estamparias,
preferencialmente participantes do APL de confecção do Sudoeste do
Paraná.
Empresários pertencentes à cadeia produtiva da madeira de União da
Vitória e Região
Indústria de transformação da mandioca
Confecções de Bonés de Apucarana/PR, com ênfase nas micro e
pequenas empresas e seus fornecedores locais.
Empresas de desenvolvimento de Software que participam do APL de
TI do Sudoeste do Paraná.
Indústrias de Insumos e Equipamentos de Uso Médico de Campo
Mourão e seus fornecedores locais.
Micro e Pequenas Indústrias Integrantes do APL de Malhas da cidade
de Imbituva/Pr.
Empresas fabricantes de móveis, estabelecidas nas cidades de
Apucarana, Arapongas, Cambé, Rolândia e Sabáudia e seus
fornecedores locais
Empresas do APL de Tecnologia de Informação e Comunicações da
Região Oeste do Paraná.
Empresas de TI desenvolvedoras de Software de Curitiba e Região
Metropolitana
Empresas de TI desenvolvedoras de Software de Maringá e Região
Empresas de TI desenvolvedoras de Ponta Grossa
Empresas de marca própria, acessórios, designers/ateliers de moda,
Facções, Bordadeiras, Tinturarias, Lavanderias e Estamparias.
Empresas de setor de Tecnologia de Informação participantes do APL
de TI de Londrina e Região
Fonte: Sigeor/SEBRAE
Como se observa no quadro acima, as ações do SEBRAE, dirigidas aos APLs do
estado, têm um foco nas empresas localizadas num espaço definido, produtoras de um
determinado produto ou vinculadas a atividades correlatas. Assim é que o grau de sinergia é
mais elevado, por exemplo, nos APLs de confecções, envolvendo uma ampla diversidade
de empresas, comparado aos produtores de software. A referência conceitual para a
identificação dos APLs reflete prioritariamente as estratégias da organização, para as quais
os critérios adotados para a definição e identificação, expostos no primeiro relatório, são
flexibilizados.
O segundo aspecto a ser destacado se refere aos objetivos das ações voltadas para
cada APL, segundo a natureza das suas atividades (Quadro 3). Como se observa, as
prioridades nas ações do SEBRAE são bastante diferenciadas entre os APLs contemplados,
as quais podem agrupadas de acordo com as necessidades identificadas em cada caso. De
10
uma maneira geral, essa instituição orienta-se pela expectativa de desenvolvimento da
economia local a partir do fortalecimento competitivo dos APLs selecionados. Mais
especificamente, suas ações podem ser agrupadas em três focos, a saber, acesso a mercado,
gestão empresarial e inovação tecnológica.
Embora detectáveis em todos os APLs, há ênfases distintas de acordo com a
natureza da atividade fim de cada um. Assim, nas atividades de confecções, vestuário e
bonés, os desafios tecnológicos estão diretamente associados ao desenvolvimento de novos
produtos, envolvendo novos materiais e design. Em grande parte, a dinâmica do processo
inovativo nestas atividades está sintonizada com o comportamento da moda. Esta parece
ser, portanto, a linha de frente das mudanças ocorridas nesses APLs, em torno da qual
giram os esforços para melhoria de gestão e para conquista de novos mercados. Ademais,
mesmo sendo a empresa o foco da atuação do SEBRAE, o desenvolvimento da cultura
empresarial através do fortalecimento da governança local e cooperação entre firmas, são
levados em consideração para elevar a capacidade competitiva dos APLs.
Tendo por base esse agrupamento das ações do SEBRAE, os APLs da indústria
processadora de mandioca do noroeste e de madeira de União da Vitória, revelam um
menor dinamismo. A razão central é que as empresas estão presas a necessidades genéricas
de descoberta de novos produtos, superação de entraves nos processos produtivos, e
descoberta de nichos de mercado. Para tanto, há dificuldades na esfera administrativa e
organizacional, em função das quais a cooperação e o ambiente empresarial ainda
encontram-se pouco desenvolvidos. Por outro lado, os empresários da indústria madeireira
ainda preservam um perfil conservador com resquícios da cultura extrativista que marcou a
história da atividade no estado. Nesse ambiente prevalecem o individualismo e
incapacidade para incorporar formas organizacionais inovadoras, principalmente aquelas
que envolvem estratégias de cooperação.
Situação bastante diferente num ambiente empresarial mais desenvolvido é
observada no APL de móveis de Arapongas, no qual o foco das ações do SEBRAE, a
exemplo dos acima mencionados, está no desenvolvimento de novos produtos, acesso a
mercados, mais enfaticamente o externo, e gestão empresarial. Já os APLs de equipamentos
de uso médico e hospitalar, e aqueles compostos por empresas de tecnologia da informação
e desenvolvimento de software são visivelmente marcados por uma densidade tecnológica
11
mais elevada. Assim, a orientação do SEBRAE tem como foco, não apenas a inovação, mas
o desenvolvimento de um sistema local de inovação na forma de um ambiente favorável, de
uma infra-estrutura adequada, atração de empresas inovadoras e qualificação da mão de
obra. Deduz-se, portanto, a partir do foco estratégico, ser estas as condições para o
desenvolvimento do APL em bases competitivas, para o fortalecimento de relações
sinérgicas e cooperativas entre os empresários, e para a estruturação bem sucedida da
governança local. A partir disso as ações são direcionadas diferenciadamente de acordo
com as necessidades detectadas no âmbito de cada região e de suas empresas.
Quadro 3 - Foco Estratégico do SEBRAE, Segundo os APLs Apoiados
APL
Confecções do Sudoeste
do Paraná
Vestuário de Londrina e
Região
Malhas de Imbituva
Bonés de Apucarana (fase
2)
Mandioca e Derivados da
Região Noroeste do PR
Madeira de União da
Vitória
Móveis da Região de
Arapongas - fase 2
Foco Estratégico
• Inovação em design e moda;
• Promoção da "marca" Moda Paraná em âmbito nacional e América do Sul;
• Organização em redes dos elos da cadeia produtiva;
• Gestão e monitoramento da evolução da competitividade empresarial;
• Acesso ao mercado nacional.
• Gestão profissional e efetivação da governança;
• Desenvolvimento da Cultura Empresarial e Cooperação entre as empresas;
• Inovação de produtos de acordo com nas novas demandas do mercado.
• Promoção da "marca" Moda Paraná em âmbito nacional e América do Sul;
• Inovação de processo e de produto;
• Profissionalização da gestão empresarial baseada na sustentabilidade do
negócio;
• Ampliação dos mercados já conquistados com aumento das exportações;
• Incentivar o aumento do uso de bonés no mercado interno;
• Promoção da cooperação e da representação coletiva com todos os
empresários;
• Fortalecimento do APL junto a entidades nacionais;
• Explorar formas de suprir as necessidades de mão de obra;
• Organização de redes de negócios, criando vínculos de relacionamento
• Elevação dos níveis de competitividade.
• Desenvolvimento de novos produtos
• Soluções tecnológicas inovadoras;
• Identificações de nichos de mercados para alavancar comercialização.
• Consolidação do APL como base para o Desenvolvimento setorial;
• Acesso a mercado;
• Melhoria do sistema de gestão das empresas e competência do;
• Maior eficiência produtiva através de processos de inovação.
• Expansão internacional de mercados;
• Melhoria da qualidade de produto e maior produtividade;
• Maior acesso a mercado;
• Melhoria da gestão empresarial
12
Insumos e Equipamentos
de Uso Médico de Campo
Mourão
•
•
•
•
•
TI – Região Sudoeste e
Ponta Grossa
Software - TIC Região
Oeste
Software de Curitiba,
Maringá, Londrina e
Regiões.
•
•
•
•
•
Infra-estrutura adequada para o desenvolvimento das empresas;
Desenvolvimento de novas empresas intensivas em tecnologia; Aumento
da competitividade das firmas existentes;
Promoção da Cultura Empreendedora junto à população;
Estímulo à busca de novos negócios;
Formação de um ambiente favorável à inovação, e à competitividade das
empresas do APL.
Melhoria da qualidade de software e serviços de TI;
Promoção de um sistema local de Inovação em Tecnologia da Informação;
Maior visibilidade do Software Paranaense nos mercado Brasileiro e
Mundial;
Qualificação da mão-de-obra;
Desenvolvimento da Gestão empresarial.
Fonte: Sigeor/SEBRAE
As ações do SEBRAE, segundo o foco estratégico, estão baseadas em premissas que
podem afetar positiva ou negativamente as condições de mercado e à competitividade de
cada APL, influenciando os resultados pretendidos. Tais premissas estão ligadas tanto a
condições gerais da economia, tais como as políticas cambial, monetária e fiscal, ao
comércio internacional e ao ambiente interno dos APLs. Além disso, é possível identificar
semelhanças entre APLs formados em torno de atividades distintas, especialmente quando
se leva em conta as políticas públicas. Ou seja, as ações do SEBRAE junto aos APLs de
confecções, vestuário e bonés, se baseiam em aspectos comuns, relacionados ao
comportamento do conjunto da economia brasileira, elevação do nível de importação,
fragilidade das políticas públicas, oscilação cambial, baixo grau de integração e cooperação
entre os parceiros, e expansão do mercado consumidor.
Embora a competitividade dos APLs de confecções, vestuário e confecções, seja
afetada por condições desfavoráveis de mercado e de políticas públicas limitadas, há
evidências de avanços obtidos no ambiente empresarial, do ponto de vista da cooperação,
aprendizado e fortalecimento de lideranças. Esses avanços ocorreram mais visivelmente ao
longo da difusão do APL como uma forma de organização industrial no estado.
13
Quadro 4 - Condicionantes da Competitividade dos APLs de Confecções
APL
Confecções do Sudoeste do PR, malhas de
Imbituva e vestuário de Londrina
Condicionantes
• Baixo poder de investimento dos empresários por não
ter linhas de crédito específicas;
• Não cumprimento de contratos pelos parceiros e
SEBRAE;
• Falta de políticas públicas de incentivo para o setor da
confecção;
• Entrada de produtos estrangeiros no mercado
nacional, em especial da China;
• Baixo poder de investimento dos empresários por não
ter linhas de crédito específicas;
• Não consolidação do APL, devido à falta de
integração e participação do grupo;
• Desvalorização do dólar, permitindo a entrada de
produtos concorrentes a preços competitivos;
• Retomada do crescimento da economia;
• Melhora do nível de cooperação e aprendizado no
APL;
• Surgimento de novas lideranças no APL.
Fonte: Sigeor/SEBRAE
No caso do APL de mandioca e derivados da região Noroeste do PR, as condições
para competir estão relacionadas tão somente à necessidade de obtenção de novos produtos
a partir da mandioca, e à garantia de obtenção de matéria prima na região. Por sua vez,
dentre os aspectos relacionados à competitividade do APL de bonés de Apucarana devem
ser destacadas as condições do mercado consumidor. Nesses termos, se o aumento das
importações constitui uma ameaça concorrencial, a expansão do mercado consumidor
representa uma condição extremamente favorável a essa indústria. Do ponto de vista da
produção em si, as preocupações estão concentradas na qualidade e suprimento da mão de
obra.
14
Quadro 5 - Condicionantes da Competitividade dos APLs de Mandioca e Bonés
•
Mandioca e Derivados da
Região Noroeste do PR
•
•
•
•
•
•
•
Bonés de Apucarana
•
•
•
•
•
As perspectivas de desenvolvimento de novos produtos com base em
mandioca e amido;
O avanço da cana de açúcar na região noroeste o Paraná.
Taxa de câmbio entre R$1,80/US$ e R$2,40/US$
Instabilidade institucional envolvendo a participação financeira ou não
financeira dos parceiros.
Política fiscal e tributária Federal e Estadual;
Alterações nas políticas de exportação ou produção de produtos de
algodão, causando escassez de matéria prima.
Instabilidade na oferta e preço dos insumos.
Práticas de concorrência desleal (dumping) por empresas nacionais
e/ou internacionais que colocam no mercado bonés importados com
50% de diferença do preço médio nacional.
Expansão no mercado consumidor de bonés. Uso no uniforme escolar.
Utilização do boné como proteção solar.
Tornar o boné uma peça do vestuário, como moda em segmentos do
vestuário e não acessório.
Tornar o uso do boné/chapéu como um equipamento de proteção
individual (EPI), nos casos em os trabalhadores estejam expostos ao
sol.
Mão de obra insuficiente para suportar a expansão das empresas de
bonés, em vista da baixa atratividade do trabalho de chão de fábrica.
Fonte: Sigeor/SEBRAE
A expansão competitiva do APL de insumos e equipamentos de uso médico está
baseada predominantemente em premissas gerais relacionadas ao crescimento da economia
nacional e condições favoráveis no terreno da política fiscal e tributária. Nenhuma menção
é feita a desafios associados ao desenvolvimento tecnológico ou à consolidação do APL,
dadas suas características ainda embrionárias.
Quadro 6 - Condicionantes da Competitividade dos APLs de Insumos e Equipamentos
Médicos
Insumos e Equipamentos
de Uso Médico
•
•
•
Crescimento econômico anual do país superior a 2,5% ao ano
Manutenção dos compromissos institucionais e políticos na participação
financeira ou não-financeira estabelecidos na parceria
Política fiscal e tributária Federal e Estadual, com ênfase nos insumos e
equipamentos de uso médico.
Fonte: Sigeor/SEBRAE
Por sua vez, é possível agregar numa dinâmica comum os APLs de Móveis de
Arapongas e Madeira de União da Vitória, em que pese suas heterogeneidades estruturais.
Nota-se, nestes casos, a predominância de aspectos abrangentes relacionados à política
macroeconômica, condições favoráveis de mercado e fortalecimento das relações
cooperativas no interior do APL. Novamente, condições associadas ao desenvolvimento
15
tecnológico e ao ambiente concorrencial são pouco relevantes, de acordo com as premissas
apontadas.
Quadro 7 - Condicionantes da Competitividade dos APLs de Moveis e Madeira
Móveis da Região de
Arapongas
Madeira de União da
Vitória
•
•
•
•
•
•
•
•
Crescimento econômico do país superior a 3% ao ano;
Taxa Cambial entre R$1,00/US$ e R$2,00/US$;
Ampliação das parcerias com entidades públicas e privadas;
Manutenção do nível de cooperação e surgimento contínuo de lideranças no
APL;
Estabilidade das políticas macroeconômicas;
Manutenção da legislação ambiental vigente;
Crescimento do mercado de Construção Civil de acordo com o crescimento
do PIB;
TJLP inferior a 7%;
Fonte: Sigeor/SEBRAE
Por fim, os APLs formados em torno das atividades de TI e de software apresentam
premissas semelhantes, no tocante às condições gerais da economia, com destaque para o
crescimento econômico, estabilidade cambial em níveis que não comprometam as relações
comerciais e da taxa de juros em níveis competitivos. Os aspectos específicos identificados
nesses APLs dizem respeito ao mercado de software, com destaque para o aumento do
consumo e controle da pirataria. Por fim, menção é feita ao ambiente institucional,
especificamente ao papel da universidade como formadora de mão de obra qualificada.
Quadro 8 - Condicionantes da Competitividade dos APLs de Software
TI do Sudoeste do Paraná
Software / TIC do Oeste
Software de Curitiba e Região
Software de Maringá e Região
TI de Ponta Grossa
Software de Londrina e Região
• Crescimento do PIB Brasileiro superior a 4% ao ano
• Variação de crescimento do mercado de software não ser
inferior ao crescimento do PIB
• Lideranças comprometidas com o setor.
• Universidades como formadoras de mão-de-obra qualificada.
• Redução da Pirataria.
• Variação do dólar não ser superior a 10%.
• TJLP inferior a 7%.
• Não haver mudanças bruscas nas políticas macroeconômicas.
Fonte: Sigeor/SEBRAE
A partir dos quadros acima, deduz-se que a consolidação dos APLs em bases
competitivas não depende apenas do fortalecimento das relações cooperativas no seu
interior, mesmo que estas sejam cruciais. Mais do que isso, as premissas traduzidas pelos
condicionantes elencados indicam que as políticas voltadas para os APLs devem estar em
sintonia com questões abrangentes relacionadas ao status quo da política macroeconômica.
16
1.5 As Ações da FIEP
O papel do sistema FIEP, tido como o terceiro segmento do tripé que sustenta a
rede, incorporado a base conceitual de APL, pode ser identificado por meio de suas
estratégias globais e ações específicas de seu corpo técnico, incluindo suas diferentes
instituições, como o SENAI, IEL e os sindicatos representativos em cada setor de atividade.
Embora mantendo uma sintonia com as políticas governamentais do período de
2003 a 2006, as ações da FIEP estiveram mais próximas ao trabalho desempenhado pelo
SEBRAE. Nessa perspectiva, a primeira linha de ação da FIEP, concernente à difusão do
conceito de APL, como uma forma de organização industrial, esteve voltada para a
governança local. Orientados pela necessidade de um ambiente cooperativo e de
engajamento das instituições locais, a preocupação maior era de fortalecer a dimensão local
da indústria e elevar sua competitividade nos respectivos mercados. Todavia, obstáculos
emergiram em três frentes, influenciando os resultados projetados. Primeiramente, a
ausência de liderança no ambiente empresarial local limitou a capacidade organizativa no
interior dos APLs em formação, e conseqüentemente sua governança. Em segundo lugar, a
cultura local, marcada, em muitos casos, por um forte conservadorismo e individualismo
dos empresários, representou uma barreira às iniciativas da FIEP e dos seus sindicatos
locais. Finalmente, diante das perspectivas trazidas por essas organizações à luz de um
novo conceito, a postura do meio empresarial passou a ser pautada pela expectativa de
vantagens oriundas de benefícios creditícios, num horizonte imediatista. Por sua vez, como
mencionado acima, os integrantes da rede perderam a organicidade inicial, na medida em
que se orientaram por suas próprias necessidades, visualizando os APLs como
oportunidades, em detrimento das potenciais demandas locais.
A segunda linha de ação da FIEP foi definida através do planejamento
estratégico, em torno da qualificação de mão de obra, meio ambiente, desenvolvimento
tecnológico, e marketing, governança, parceria com instituições de ensino e pesquisa, em
torno dos quais as ações do sistema FIEP foram definidas.
17
Quadro 9 - Principais Ações Desenvolvidas pela FIEP
⋅ APL de Cal e Calcário da RMC
⋅ APL de Bonés de Apucarana
⋅ APL de Derivados da Mandioca –
Paranavaí
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
⋅ APL de Esquadrias de União da
Vitória
⋅ APL de Confecções do Sudoeste
⋅ APL de Tecnologia da Informação
de Londrina
⋅ APL de Instrumentos médicosodontológicos em Campo
Mourão
⋅ APL de Móveis de Arapongas
⋅ APL de Metais Sanitários de
Loanda
⋅ APL de Malhas de Imbituva
⋅ APL de Software de Curitiba
⋅ APL de Alumínio do Sudoeste
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Relação forte com SENAI/ CETMAM
Envolvimento da Coordenadoria da FIEP
Protagonismo do sindicato
Programa de design
Desenvolvimento de novas lideranças
Projetos na área ambiental
Parceria com a ADR de Loanda: Projeto Nova Indústria
Parceria com o APL de Bonés de Apucarana – terceirização
Central de negócios
Banco do Brasil implantou o DRS (Desenvolvimento Regional
Sustentável).
•
•
•
Desenvolvimento de projetos tecnológicos
Criação da Rede de APLs de TI do Estado
O protagonismo do Sindimetal na articulação institucional do
APL
Desenvolvimento de máquina para utensílios de alumínio em
parceria com SENAI.
Parceria com a ADR do Sudoeste: Projeto Nova Indústria
Cooperação entre empresas com trabalho em conjunto. (Ex:
vendas casadas para software de empresas do APL)
Parceria com faculdade para criação de curso de formação de
•
⋅ APL de Software de Maringá
Central de vendas
RH comum do APL
Protagonismo do sindicato
Fortalecimento tecnológico
Programa da Gestão da Qualidade
Modelo de governança
Café e Boné – realização de três edições
Protagonismo do sindicato
Projetos em parceria com instituições de ensino e fomento
Projeto de Lei 2.728/07 que institui o uso do boné no uniforme
escolar na rede pública
Instalação do Laboratório de alimentos;
Desenvolvimento de projetos com apoio financeiro de entidades
de fomento MCT/FINEP, ADR, CNPq/IEL
Obtenção de trator agrícola para extração da mandioca através de
projeto cooperado com APL de Equip. e Implem. Agrícolas de
Cascavel
Desenvolvimento e ampliação de novos mercados
Desenvolvimento de novas lideranças empresariais
Protagonismo do Sindicato
Articulação com poder público para implantação de laboratórios
de costura industrial. Atualmente com 05 laboratórios básicos, 02
intermediários, 02 avançados e 01 centro de excelência
Instalação da central de negócios
Projeto de gestão de resíduos sólidos na indústria da confecção
Criação de sindicato ligado a indústria
Parcerias externas
Obtenção de novo curso superior no Campus da UTFPR em
Campo Mourão para Engenheira Eletrônica.
•
•
•
18
•
consultores de venda e TI e comunicação
Treinamento em gestão de projeto específico para TI
Fonte: FIEP
Como se observa no Quadro 9, as ações da FIEP junto aos APLs são pontuais e
específicas para cada caso. Nota- se, portanto, que à semelhança das ações do SEBRAE, o
sistema FIEP segue uma estratégia mais propriamente reflexiva das demandas locais. Além
disso, observa-se que em vários casos, a organização, através dos sindicatos, da governança
local, de acordo com o nível de desenvolvimento já alcançado pelos APLs. Em outros
casos, ações voltadas para o avanço tecnológico, em termos de produto e de novos
equipamentos, implicam no fortalecimento de parcerias com instituições locais,
treinamento e qualificação da força de trabalho. Por sua vez, os APLs produtores de
produtos menos sofisticados, como confecções, malhas e móveis de madeira, dão ênfase
para estratégias de expansão de mercado e descoberta de novas oportunidades. Por fim, um
destaca-se, para efeito de uma política voltada aos APLs do Paraná, iniciativas ou
demandas de aproximação cooperativa entre diferentes locais onde atividades semelhantes,
a exemplo da indústria de malhas de Imbituva, Bonés de Apucarana e Confecções de
Cianorte. Isso indica uma expectativa de algumas governanças locais de formação de uma
rede de APLs a partir de suas sinergias e complementaridades. Embora essa estratégia
dependa prioritariamente da capacidade organizativa dos sindicatos e respectivas
governanças locais, suas potencialidades representam uma orientação para as políticas
públicas e privadas, visando reforçar a capacidade competitiva dos APLs do estado em seu
conjunto.
19
2 – O Conceito de APL Utilizado para Orientar as Políticas e Consequências na
Implementação das Políticas: A Inclusão e Exclusão de APLs no Paraná
2.1 Introdução
A presente seção discute os conceitos de APL utilizados pelos segmentos da rede
APL constituída no Paraná e suas diferenças em relação àquele formulado pela RedeSist.
2.2 O Conceito de APL Utilizado nos Estudos da REDE APL do Paraná
O conceito de APL se incorporou às políticas de desenvolvimento local no Paraná
no início dos anos 2000, sem que evidências empíricas de organização produtiva ou de
políticas setoriais que o validassem, fossem detectadas com clareza. Até então apenas ações
isoladas e reflexas de demandas do governo federal foram tomadas por algumas secretarias
de estado, como a de Ciência e Tecnologia (SETI), nas quais a preocupação central era o
processo de inovação em aglomerados de empresas em um mesmo espaço territorial. A
partir de 2003, durante o governo de Roberto Requião, a estrutura de planejamento do
governo estadual passou a incorporar o conceito de APL como um dos eixos orientadores
da política de desenvolvimento estadual. Convencidas de que sistemas produtivos e
inovativos locais, vistos a partir do conceito de APL, eram menos permeáveis às investidas
das empresas multinacionais via investimento direto estrangeiro, diferentes instituições
públicas construíram uma agenda de política pública centrada nas atividades produtivas
espacialmente identificada.
Assim é que em 2004, foi formada a Rede APL do estado do Paraná, integrada por
entidades públicas e privadas, interessadas em implementar ações que fortalecessem as
iniciativas locais de formação de APLs e de dar suporte à implementação de uma política
pública específica. Para tanto foi elaborado um diagnóstico detalhado da distribuição da
indústria extrativa, de transformação e de software entre as microrregiões do estado, o qual
passou a orientar as ações de política pública e estimular a cooperação empresarial numa
mesma atividade ou em atividades complementares.
A identificação dos aglomerados industriais (IPARDES, 2006) foi apresentada em
detalhe no relatório da primeira fase desta pesquisa. Para tanto foram utilizados indicadores
20
de concentração espacial, através do Quociente Locacional e Índice de Gini, e o número de
firmas e de empregos gerados pelos aglomerados industriais existentes em todas as
microrregiões do estado, considerando as 278 classes de atividade das indústrias extrativa,
de transformação e de software. A identificação de 165 aglomerados industriais permitiu
um mapeamento da atividade industrial no Estado, abrangendo 73 classes de atividades e
33 microrregiões, de um total de 39, segundo os critérios de concentração espacial, valor
comercializado intra e interestadual, importância da atividade na economia regional, e
importância de pequenas e médias empresas. Após a eliminação dos casos considerados
duplamente, chegou-se a um total de 114 aglomerações. Todavia, apesar da abrangência
dos critérios utilizados, nem todos os aglomerados identificados foram interpretados como
APLs, tendo em vista sua aderência ao marco conceitual destes. Como já exposto no
primeiro relatório, essas aglomerações foram classificadas em quatro categorias, de acordo
com sua importância para o desenvolvimento econômico local vis a vis o estadual, como
segue:
- Núcleo de Desenvolvimento Setorial e Regional (NDSR): aglomerações
bastante importantes para uma dada região e para o peso que a sua atividade tem no
conjunto da economia estadual;
- Vetor de Desenvolvimento Local (VDL): aglomerações muito importantes
para o desenvolvimento local/regional, mas menos importantes para o setor no conjunto do
Estado;
- Vetor Avançado (VA): aglomerações que apresentavam elevada
importância setorial, embora fossem pouco relevante para a região, devido à maior
dimensão e diversificação de sua estrutura produtiva;
- Embrião (E): aglomerações cuja importância para a atividade e para a
economia regional ainda era pequena, mas com potencialidades para promover o
desenvolvimento.
O objetivo desta divisão dos APLs em quatro diferentes categorias era o de dar
maior visibilidade às especificidades dos mesmos e a consequente necessidade de políticas
públicas voltadas aos diferentes tipos de APLs.
A partir dos resultados encontrados foram identificados inicialmente vinte e cinco
APLs (quadro APLs pré selecionados a seguir).
21
Quadro 10 - APLs Pré-Selecionados
APLs PRÉ-SELECIONADOS (25)
VDL (5)
NDSR (8)
Cianorte (confecções)
Apucarana (confecções - bonés)
Sudoeste (confecções)
Arapongas (móveis)
Rio Negro (madeira / móveis)
União da Vitória (madeira / portas e janelas)
Prudentópolis - Imbituva (malhas)
Loanda (torneira / produtos de metal)
Telêmaco Borba (madeira)
Guarapuava (madeira)
Paranavaí (mandioca / fécula)
Ponta Grossa (móveis de metal)
Maringá (colchões)
EMBRIÃO (5)
VA (7)
Umuarama - Altônia / Terra Roxa (confecções)
Curitiba / Londrina (software)
Toledo / Cascavel (máq. e equip. agrícolas)
Curitiba (equipamentos médico/hospitalares)
Maringá / Pato Branco (software)
Maringá (confecções)
Francisco Beltrão - Ampére / Verê (madeira / móveis)
Curitiba (cal / calcáreo)
Paranavaí / Cianorte (cerâmica vermelha)
Curitiba (porcelana)
Londrina (couros e artefatos de couro)
Londrina (plásticos)
Após mapeamento dos APLs pré-selecionados, uma pesquisa de campo com o
intuito de identificar suas identidades à luz do conceito adotado. A partir daí, foram
definidos vinte e dois casos a serem investigados mais detalhadamente num trabalho
conjunto das Universidades estaduais e IPARDES, cujos resultados foram incorporados em
novas pesquisas, seguindo procedimentos metodológicos específicos. Estes APLs passaram
a ser, a partir de sua validação, os prioritários do estado para fins de políticas públicas.
A Figura 1 a seguir destaca a localização dos principais APLs selecionados
encontrados no referido estudo.
22
Figura 1 – Mapa da Localização dos APLs Selecionados
APLs selecionados (22)
.
Estes 22 APLs identificados e apoiados se tornaram o foco das ações da Rede APLs
do Estado do Paraná. mais especificamente por parte do governo do estado, do SEBRAE e
da FIEP.
O conceito de APLs que emergiu desse trabalho envolvia atividades do setor formal
da economia e notadamente do setor manufatureiro, tanto em função da base de dados
utilizada quanto do conceito de aglomeração utilizado. Dessa forma, o que a Rede APL
Paraná considerou “APLs selecionados” pela metodologia desenvolvida por IPARDES
(2006), em uma analise conceitual mais rigorosa seriam na verdade o que Suzigan et all
(2003) denominavam de Sistemas locais de produção, definidos como:
“um conjunto de empresas com capacidades relacionadas ou afins, de portes
variados, mas em geral com um conjunto expressivo de pequenas e médias empresas
não integradas verticalmente. Essas empresas, por sua vez, atraem fornecedores e
outras indústrias correlatas e de apoio, cuja presença e importância nos sistemas locais
23
são determinadas exclusivamente por forças de mercado. Por fim, surgem também
importantes instituições locais de apoio às empresas”.
Este conceito, tomado de Belussi e Gottardi (2000), não diferia fortemente
segundo os autores, do conceito da RedeSist de Sistema produtivos e inovativos locais. A
este respeito Suzigan et all (2003) consideravam que:
A noção de sistemas locais de produção aqui utilizada não difere muito da
definição de “sistemas produtivos locais” adotada na Rede de Pesquisa em Sistemas
Produtivos e Inovativos Locais (REDESIST). Nesta, sistemas produtivos locais
“referem-se a aglomerados de agentes econômicos, políticos e sociais, localizados em
um mesmo território, que apresentam vínculos consistentes de articulação, interação,
cooperação e aprendizagem. Incluem não apenas empresas – produtoras de bens e
serviços finais, fornecedoras de insumos e equipamentos, prestadoras de serviços,
comercializadoras, clientes, etc. e suas variadas formas de representação e associação
– mas também outras instituições públicas e privadas voltadas à formação e
treinamento de recursos humanos, pesquisa, desenvolvimento e engenharia, promoção
e financiamento”.
Em outras palavras a Rede APL passou a denominar “APLs selecionados” o que a
rigor a RedeSist (2002) ou mesmo Suzigan et all (2003) consideravam como Sistemas de
produtivos e inovativos locais. De um lado, para a RedeSist os sistemas produtivos e
inovativos locais são aqueles APLs cujas relações de interdependência, articulação e
vínculos consistentes resultaram em interações, cooperação e aprendizagem, possibilitando
inovações de produtos, processos e formatos organizacionais que geram uma maior
competitividade dos agentes. Por outro lado o conceito de APLs foi definido à época como
uma aglomeração territorial de agentes econômicos, políticos e sociais, com foco em um
conjunto
específico
de
atividades
econômicas
e
que
apresentam
vínculos
e
interdependência (RedeSist, 2002, pp. 03).
Segundo membros das instituições coordenadoras da Rede APL envolvidas, esta
definição metodológica, de um lado, facilitou o direcionamento das ações ao “definir” os
SPL/APLs a serem apoiados (os 22 APLs selecionados), visto que, um número muito maior
de possíveis beneficiários estava interessado no apoio da política pública. Adicionalmente,
esta definição técnica definiu o corte entre as aglomerações e serviu como parâmetro para o
estabelecimento de prioridades por parte das instituições em questão. Finalmente a
diferenciação entre os escolhidos e os excluídos priorizou aquelas aglomerações cujo grau
de desenvolvimento era mais avançado, principalmente em relação à integração à sua
cadeia produtiva, à articulação entre os agentes e suas instituições, e à capacidade sistêmica
para inovar. Por outro lado essa metodologia excluiu um número grande de aglomerações
24
que não apresentavam, naquele momento, um desenvolvimento avançado a ponto de ser
considerado um Sistema Produtivo local (SPL/APL selecionado) ou não se “encaixavam”
na metodologia implantada.
Não se trata, assim, de uma limitação da análise da estrutura produtiva do estado,
restringindo-se apenas ao setor manufatureiro, ou a aglomerações nas quais predominam
MPEs formais (e informais), mas sim de um definição dos APLs prioritários por parte da
Rede APL. Por outro lado, conforme demonstrado nos relatórios anteriores, a Rede APL
identificou a existência de mais 114 supostos APLs (denominados de aglomerações – ver
anexo) que em algum momento foi alvo de prioridade de política. Por outro lado, há
referências, no interior da tecnocracia estadual, a outros APLs, a exemplo do turismo em
Foz do Iguaçu e gastronomia no litoral, mas que não foram minimamente identificados ou
tratados como tais pela Rede APL.
Portanto, tratou-se de uma decisão deliberada por parte da Rede APL de restringirse em grande parte à Indústria de Transformação e em menor parte à Indústria Extrativa e
de Informação e Comunicação, a identificação dos APL prioritários e não de uma
discrepância no reconhecimento dos casos pertinentes. Conforme demonstrado nos
relatórios anteriores, a Rede APL identificou mais 114 supostos APLs (denominados
aglomerações – ver anexo) que em qualquer momento tenham sido alvo de alguma ação de
política. A prioridade dada aos 22 APLs decorreu de um conjunto de critérios expostos no
primeiro relatório. Ao mesmo tempo, pelos mesmos critérios, percebeu-se que nesses 114
haveria algum grau de integração local, mas que não poderiam ser alvo de eventuais
políticas naquele momento, na medida em que os 22 apresentavam-se como mais
avançados em termos de organização e integração.
Por outro lado, por conta da equidade, a Rede APL, inspirada na metodologia
utilizada, decidiu não priorizar outras divisões da CNAE, tais como serviços e
agropecuária, em função de que, as bases de dados relativas a essas atividades não eram
satisfatórias para uma análise adequada e apurada como feito com os 22 APLs selecionados
e as 114 aglomerações. A visão da Rede APL era de que não havia consistência política em
dar prioridade a um suposto APL, por critérios meramente subjetivos e não quantitativos, e
não apoiar outro que também na visão dos interessados poderia ser APL.
25
Dentro dessa visão da Rede APL ao se elaborar os cálculos de QL conforme a
metodologia explicada no primeiro relatório foi possível encontrar concentrações além das
114 aglomerações. Por exemplo, na Microrregião de Curitiba, entre outras, foi possível
perceber uma concentração de atividades na divisão CNAE 29 (Fabricação de Veículos
Automotores, Reboques e Carrocerias) que se refere à indústria automobilística. Entretanto,
pelos filtros estabelecidos pela Rede APL essa aglomeração foi desconsiderada em função
de que, apesar da intensidade tecnológica, conforme o conceito de APL, não poderia ser
considerado como tal e ser alvo de política pelo simples fato de que não se trata de uma
dinâmica de integração local espontânea, mas sim de relações de integração hierarquizadas.
Em outros termos, a visão da Rede APL era de que, aglomerações desse tipo, cujas firmas
se inserem numa estrutura de mercado essencialmente de oligopólio, não justificavam
alguma prioridade voltada a APL que teria como foco reforço à dinâmica de integração das
PMEs e geração de emprego e renda.
2.3 O Conceito mais Amplo de APL da RedeSist e a Exclusão das demais
Aglomerações Paranaenses nas Políticas Públicas
De acordo com a RedeSist (2009) os APLs representam basicamente um quadro de
referências, a partir do qual podem ser analisados os processos de geração, difusão e uso de
conhecimentos e da dinâmica produtiva e inovativa de uma região. Para tanto se entende a
produção e a inovação como processos de aprendizagem sistêmicos, que resultam da
articulação de distintos atores e competências. A partir desta concepção, a abrangência
setorial não se limita à atividade manufatureira ou de software, mas sim ao conjunto da
estrutura produtiva considerando os serviços em sua complexidade, a agropecuária, com
suas relações a jusante com a indústria agro-alimentar, energética e fibras, além dos setores
mais tradicionais referentes à indústria de transformação. Tendo em vista o grande peso do
setor primário, articulado a sólida indústria baseada em recursos naturais, e de um setor
terciário bastante diversificado e complexo, é preciso considerar também que outras
aglomerações não podem ser captadas pelas estatísticas formais da RAIS e dados fiscais,
conforme já se afirmou anteriormente. Formalmente, como apontado no relatório 2, o
conjunto de APLs selecionados representavam em 2006 cerca de 9% do VA da indústria de
transformação paranaense e menos de 2% da economia do estado (ver capítulo 3). O
próprio diagnóstico elaborado pelo IPARDES (2006) já havia identificado 114
26
aglomerações (APLs) relevantes no próprio setor manufatureiro e de software do estado.
Estes APLs se encontravam naquele momento (dados de 2003) em estagio não tão
avançado como os identificados e apoiados. No entanto estavam mais bem distribuídos do
que os 22 apoiados em termos espaciais no Estado, como a Figura 2 abaixo demonstra.
Figura 2 - APLs Identificados e não Apoiados
Pode-se notar que em apenas 6 microrregiões do estado de um total de 39 não se
identificaram APLs dentro do setor manufatureiro e software. Em termos setoriais de
acordo com as classificações internacionais (OECD) existe uma clara preponderância de
indústrias intensivas em recursos naturais e de baixo conteúdo tecnológico. No entanto na
mediada em que estes APLs não foram apoiados explicitamente através das políticas
públicas, o avanço dos mesmos passou a depender quase que exclusivamente dos próprios
atores locais e de alguma ação individual da FIEP, do SEBRAE ou de uma secretaria de
Estado através de uma ação isolada.
Como já foi sugerido anteriormente limitar, no entanto os APLs ao setor
manufatureiro e ao setor de software não esgota o conceito de APLs sugerido pela
27
RedeSist. Desta forma é preciso considerar também a dinâmica da economia do estado
como um todo e principalmente os nexos entre o setor industrial e os demais setores da
economia. A Tabela 1 a seguir mostra as transformações da estrutura produtiva paranaense
nas últimas duas décadas, entre as quais se destaca o crescimento do setor terciário no
período. Este setor ganhou espaço em relação à agropecuária, entre 1985 e 2004, com as
atividades educacionais, imobiliárias e de comunicações ganhando espaço enquanto a
intermediação financeira perdeu participação. Além disso, o turismo como o de Foz do
Iguaçu ganhou contornos aglomerativos sendo considerado, como afirmado acima, como
um APL segundo avaliação de algumas instituições do estado pleiteando inclusive ações de
políticas públicas específicas.
Tabela 1 - Participação das Atividades Econômicas no Valor Adicionado Bruto do
Paraná a Preços Básicos – 1985-2004
Participação das Atividades Econômicas no Valor Adicionado Bruto do
Paraná a Preço Básico - 1985 - 2004
PARANÁ
Anos
Paraná
1985
Total
1990
1995
2000
2004
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
23,88
11,90
9,16
13,66
18,39
0,10
0,04
0,03
0,02
0,02
27,18
31,97
22,78
23,91
27,11
Eletricidade, gás e água
2,02
4,85
4,83
6,07
4,85
Construção
6,17
8,83
13,49
11,26
7,99
Comércio e reparação de veículos e de objetos pessoais
8,87
7,69
8,52
7,32
8,09
Agropecuária
Indústria extrativa mineral
Indústria de transformação
Alojamento e alimentação
1,40
2,23
2,85
1,21
0,99
Transportes e armazenagem
3,59
2,67
2,29
2,07
2,25
Comunicações
0,75
0,98
1,60
1,90
1,94
12,76
9,12
5,56
4,61
5,74
Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às
4,22
7,80
13,07
13,45
8,53
Administração pública, defesa e seguridade social
6,21
8,77
11,44
10,39
10,17
Intermediação financeira
Saúde e educação mercantis
1,68
2,08
3,14
2,80
2,41
Outros serviços coletivos, sociais e pessoais
0,67
0,80
0,79
0,83
1,04
Serviços domésticos
0,51
0,28
0,45
0,49
0,47
Fonte: Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.
Uma das principais características do processo de transformação ocorrida no Paraná
no período foi a relativa manutenção da importância da indústria de transformação na
estrutura produtiva do estado, como demonstrado na Tabela 1 acima. No entanto, esta
28
estabilidade foi sustentada pela participação das diversas indústrias no PIB estadual através
de um avanço mais rápido de determinadas cadeias produtivas que se adensaram em
detrimento de outros. Dentro do setor manufatureiro uma empresa âncora como VW ou
Renault criam em torno de si um verdadeiro aglomerado de firmas fornecedoras que
poderiam ser alvo de políticas públicas na mesma direção dos APLs selecionados, mas que,
no entanto não foram identificadas nem entre os 22 (identificados e apoiados) ou mesmo
entre os 114 (identificados).
Por sua vez, se é verdade que agropecuária perde participação no período, como
visto na Tabela 1, acima, o mesmo não pode ser dito das cadeias agroindústrias, cujo
adensamento está no centro do processo de transformação da economia paranaense. De um
lado, a expansão ocorreu a montante através da indústria de insumos e equipamentos, como
trator, colheitadeiras, fertilizantes defensivos e sementes (e inclusive e serviços de
consultoria agropecuária). De outro lado, o adensamento ocorreu a jusante através de uma
agroindústria processadora. A Figura 3 abaixo destaca as principais cadeias produtivas do
agronegócio paranaense.
Figura 3- Principais Cadeias Produtivas do Agronegócio Paranaense
INSUMOS
SERVIÇOS DE APOIO
PRODUÇÃO PRIMÁRIA
TRANSFORMAÇÃO
INDUSTRIAL
DISTRIBUIÇÃO
CADEIA DA SOJA
Máquinas e Equipamentos
Tratores e Colhedeiras
CADEIA DA CARNE
Comércio Varejista de
Alimentos e Bebidas
CADEIA DO TRIGO E AMIDOS
CADEIA DA MANDIOCA
Herbicidas e Pesticidas
Adubos e Fertilizantes
CADEIA DO CAFÉ
CADEIA DOS HORTIFRUTIGRANJEIROS
Produção de Mudas e Sementes
Produção de Semen e Matrizes
Comércio Atacadista de
Alimentos e Bebidas
CADEIA SUCROALCOOLEIRA
CADEIA DAS BEBIDAS
CADEIA DO LEITE
Restaurantes, Lanchonetes e
Serv. Alimentação
Serviços Técnicos Especializados
CADEIA DA PESCA
CADEIA OUTROS ALIMENTOS
29
Apenas como exemplo do crescimento das diversas cadeias produtivas do setor
agroalimentar local, cabe notar o caso da cadeia de carnes. Na verdade as três cadeias de
proteína animal (aves, bovino e suíno), ao criar seus vínculos com outras duas cadeias (soja
e milho) formam o núcleo mais dinâmico do agronegócio paranaense que é o complexo
protéico vegetal e animal. A Tabela 2, referente à evolução da cadeia de carnes, mostra a
crescente evolução do setor no período 1996-2005.
Tabela 2 - Indicadores da Cadeia Produtiva de Carnes e Pescados do Paraná – 1996,
2000 e 2005
Indicadores da Cadeia Produtiva de Carnes e Pescados do Paraná, 1996, 2000 e 2005
Variável
1996
2000
2005
Número de Empresas
146
172
254
Receita das Vendas (R$ mil)
3.462.386,3
2.609.686,1
3.908.770,0
Valor da Transformação Industrial (R$ mil)
1.225.283,8
1.504.898,9
1.475.670,0
Número de Empregos
17.250
23.890
43.782
Taxa do Valor Adicionado
35,4%
57,7%
37,8%
Produtividade do Trabalho (R$ mil)
71,0
63,0
33,7
Comparação Paraná e Brasil
Participação no VTI (PR/BR)
14%
16%
9%
Produtividade Trabalho Paraná
71,0
63,0
33,7
Produtividade Trabalho Brasil
51,8
43,0
48,2
Relação Produtividade (PR/BR)
137%
146%
70%
Dados Brutos: IBGE - Pesquisa Industrial Anual
Elaboração: IBQP
Em pontos específicos destas cadeias produtivas, um vasto número de aglomerados
que tem uma importância estratégica para as cadeias produtivas como o aglomerado de
máquinas e equipamentos para madeira, ou mesmo dentro do próprio setor agropecuário
poderiam ser objeto de políticas publicas mas não foram identificados como tal.
Estudo realizado pelo IPARDES (2007) apresenta de forma clara a modificação da
estrutura industrial paranaense entre os anos de 1996 a 2005, período em que a estrutura
produtiva paranaense consolida a nova dinâmica urbana industrial. Nesse estudo é
desenvolvida uma análise sobre a evolução da participação do valor de transformação
30
industrial, segundo a intensidade tecnológica que permite identificar o avanço do processo
de industrialização presente no estado3 (
Tabela 3).
Tabela 3 - Distribuição Percentual do Valor de Transformação Industrial, Segundo
Intensidade Tecnológica - Paraná - 1996-2005
Fonte: IBGE, Elaboração IPARDES (2007)
Analisando a estrutura industrial paranaense, com base no critério da intensidade
tecnológica, observa-se que os segmentos econômicos de baixa intensidade tecnológica
perderam espaço na participação do Valor de Transformação Industrial (VTI) para os
segmentos de média-baixa tecnologia e de média-alta tecnologia. O segmento de alta
tecnologia também perdeu espaço, porém em uma proporção menor, dada a sua baixa
participação na estrutura industrial paranaense. Contudo, o que chama mais atenção é o
crescimento do segmento de média-baixa tecnologia que foi substancialmente puxado pela
atividade de refino de petróleo amplamente incentivada pela elevação do preço dessa
commodity. No período compreendido pela análise, observa-se que os segmentos industriais
classificados como atividades com baixa intensidade tecnológica perderam espaço na
3
A análise aqui considerada segue a taxionomia e metodologia desenvolvida pela OCDE que procura destacar
o progresso técnico e sua distribuição ao longo da cadeia industrial, de forma a apresentar a evolução dos
segmentos mais dinâmicos e competitivos presentes em uma dada região, no caso, o Estado do Paraná. Para
saber mais da metodologia e taxionomia ver IPARDES (2007).
31
participação na formação do valor de transformação industrial, passando de 57,4% em 1996
para 41,9% em 2005. Nesse grupo, a atividade econômica que apresentou maior queda foi a
de alimentos, bebidas e tabaco, cuja participação em 1996 era de 36% da participação no
VTI e que em 2005 se restringiu a 21,2%.
Já os segmentos de média-baixa tecnologia foram os que mais cresceram no
período, passando de 13,8% em 1996 para 29,6% em 2005. A atividade econômica que
mais contribuiu com essa evolução foi a de carvão, produtos de petróleo refinado e
combustível nuclear, com crescimento de 15,8% na participação do VTI ao longo do
período.
Para os segmentos de média-alta intensidade tecnológica observa-se uma evolução
que passou de 21,4% do VTI em 1996 para 24,1% em 2005, chegando em 2004 ao pico de
28,8%. Nesse grupo, a atividade que apresentou maior evolução foi a de veículos
automotores cuja participação passou de 3,4% em 1996 para 9,3% em 2005 no VTI
estadual.
O último grupo considerado de alta intensidade tecnológica teve sua participação
reduzida no período analisado, passando de 7,6% em 1996 para 4,4% em 2005. A atividade
econômica que mais contribuiu para essa queda foi a de equipamento de rádios, TV e
telecomunicações cuja participação passou de 6,1% para 2,7% no mesmo período.
No que se refere à distribuição do emprego considerando o recorte por intensidade
tecnológica (Tabela 4), observa-se que a maior parte do emprego industrial paranaense está
nos segmentos de baixa tecnologia com 66% do total em 2007.
32
Tabela 4 – Estoque, Distribuição Por Grupo e Subgrupo do Emprego Formal na
Indústria de Transformação, Segundo a Intensidade Tecnológica - Paraná - 1995/2007
Fonte: IBGE, Elaboração IPARDES (2007)
Os segmentos de média-baixa e média-alta somados compreendem um total de
31,3% enquanto os segmentos de alta tecnologia somam apenas 2,8% do emprego na
indústria de transformação paranaense em 2007.
A participação do emprego formal nos segmentos de baixa intensidade tecnológica
no emprego industrial entre 1996 e 2007, diminuiu de 68,9% para 65,9%, enquanto os
segmentos de média-baixa e média-alta tecnologia somados tiveram uma elevação de 29%
em 1996 para 31,3% em 2007. Nesse mesmo período os segmentos de alta tecnologia
elevaram a participação de 2,1 para 2,8%.
Considerando as evoluções presentes nas Tabelas 1 e 2 observa-se que a
produtividade do trabalho da economia paranaense apresentou ganhos à medida que as
atividades econômicas de maior intensidade tecnológica passaram a ter uma maior
participação no emprego formal, demonstrando ganhos de competitividade na indústria
paranaense.
33
O recorte da RAIS ao priorizar o emprego no setor ou na micro região cria um viés para
as atividades intensivas em mão de obra em detrimento dos setores mais intensivos em
conhecimento.
Outra forma de observar essa transformação da estrutura produtiva do estado pode ser
através da análise da evolução das participações nas exportações paranaenses segundo fator
agregado para o período de 1980 a 2008 (FIGURA 4) em que a partir de 2000 as
exportações de manufaturados suplantaram a de produtos básicos de forma consistente.
Figura 4 – Evolução das Exportações Paranaenses, Segundo Fator Agregado - 19802008
90,00%
BASICO (%)
SEMIMANUFATURADO (%)
MANUFATURADO (%)
80,00%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
1975
1980
1985
1990
1995
2000
2005
2010
FONTE: (Shima e outros, no prelo)
Os produtos manufaturados que em 1980 participavam com 10% do valor exportado
passaram a ter em 2008 uma participação de 49% do valor exportado. Já os produtos
básicos, que no início do período detinham em torno de 76% das exportações, ao final do
período reduziram para apenas 38%. Por sua vez os produtos semimanufaturados tanto no
início quanto no final do período mantiveram-se em torno de 10%, ainda que em 1995
obtivesse seu pico de participação em torno de 19% do total exportado.
O comportamento das exportações da economia paranaense demonstra de forma
inequívoca a mudança na estrutura produtiva do estado, em função do processo de
industrialização iniciado nos anos 60. As transformações ocorridas na década de 70, foram
seguidas, a partir de meados dos anos 90, por um visível fortalecimento de segmentos de
tecnologia complexa como liderados pelo setor automotivo.
34
3 – Análise das Políticas Para APLs: Foco e Instrumentos da Política
3.1 Introdução
Com um enfoque diferente sugerido pela Nota Técnica, o primeiro objetivo deste
capítulo é avaliar as políticas implementadas em diversos APLs apoiados no estado a partir
da visão das próprias governanças locais. Para tanto, foram levantadas as seguintes
informações junto aos 22 APLs eleitos pelo estado, através de questionário (em anexo):
• As políticas implementadas em cada APL,
• A origem dessas políticas (agentes públicos e/ou privados)
• Objetivos das políticas
•A
relevância
do
conceito
de
APL
e
a
sua
aplicabilidade
para
criar/aumentar/melhorar/intensificar as interações entre os diversos agentes
pertencentes ao APL,
• A visão dos APLs sobre as necessidades de intervenção da política pública.
Em segundo lugar, a análise sobre a balança comercial dos APLs é resgatada para
mostrar a dinâmica dos fluxos comerciais no interior do estado, com outros estados e
exterior. Busca-se verificar em que medida as atividades dos APLs, segundo a classificação
da CNAE, integram uma cadeia completa de fornecedores situados no próprio estado. Em
outros termos, é importante para o desenvolvimento do estado que a produção do APL
ocorra em sua maior parte a partir de fornecedores do estado e alcance mercados mais
amplos através de exportação para outros estados e para o exterior.
3.1 Uma Análise das Ações de Políticas Públicas e Privadas Implementadas nos APLs
Dos 22 APLs apoiados que deveriam responder ao questionário obteve-se o seguinte
grau de retorno.
Retornaram com informações completas e importantes
Retornou dizendo que há nenhuma ação em implementação. O APL ainda está elaborando seus estatutos.
5
1
As informações prestadas confirmaram a inexistência de qualquer ação de política, inclusive com
manifestações de dúvidas sobre a própria continuidade do APL.
APL não encontrado (online, lista telefônica, etc.)
Total de retorno
Não retornaram
2
1
9
13
35
A partir do retorno dos cinco APLs com informações relevantes sobre o tema
abordado no questionário, foi possível constatar a percepção a respeito da baixa efetividade
das políticas públicas, como descrito nos capítulos anteriores. Há portanto, uma
convergência entre as informações obtidas junto aos órgãos executores do estado e aquelas
oriundas dos próprios APLs.
Conforme o Quadro 11 é possível afirmar que:
• Todos os programas e/ou ações em implementação nos APL decorrem de esforços
de articulação realizados entre os agentes locais.
• As ações são predominantemente locais e pontuais com entidades privadas (na
maioria) e públicas.
• Essas ações, apesar de exclusivas para APL (conforme a ultima coluna), não
abrangem todos os APLs, e estão sendo implementadas a partir de uma demanda
local, de acordo com a capacidade de articulação do APL em torno de suas
demandas específicas, e não do conjunto dos APLs.
• Mesmo o MDIC quando aparece não o faz em termos de alguma proposta de
inovação e sim apenas de busca de mercado. A proposta do PEIEX que está
voltada exclusivamente para APL não foi citado como programa em execução,
sem ainda ter alcançado seu objetivo final.
• Pela natureza e especificidade das ações em cada APL não tem sido possível
estabelecer políticas horizontais abrangendo satisfatoriamente todos os APLs nas
suas necessidades. Cada APL tem um conjunto de demandas específicas, as quais,
segundo os Gestores dos APLs, não são facilmente canalizadas. Assim, seriam
necessários mecanismos de encontro dessas demandas com as instituições
executoras de políticas (sejam públicas ou privadas).
• Verifica-se aqui, com base nas informações obtidas junto aos APLs e evidências
apresentadas no capitulo 1, que o SEBRAE é o organismo mais atuante por conta
de sua capilaridade e experiência acumulada. Essa instituição pelo fato de lidar
com o desenvolvimento das PMEs no local tem mais agilidade, experiência e
instrumentos para identificar as necessidades locais e resolvê-las adequadamente.
• Apesar dos APLs atuarem de forma integrada em busca de competitividade,
percebe-se que o foco para a inovação tem o mesmo grau de relevância das outras
36
ações, tais como organização, busca de mercado e qualificação e mão-de-obra.
Isto significa que uma vez atuando sozinhos, sem influência externa de políticas
para a inovação, suas necessidades rotineiras de organização e acesso a mercado
acabam sendo mais importantes que as de inovação. Estas exigem mais tempo e
dependem de um conhecimento não facilmente disponível. Os APLs estão
premidos por sua rotina e faturamento, sendo a dinâmica de suposta integração do
APL mais relevante do que os desafios relacionados à inovação.
37
Quadro 11 - Instituição/Empresas Beneficiárias dos Programas de APL e seus Detalhamentos
APL
APL DE BONÉ DE
APUCARANA
EMPRESA E/OU
INSTITUIÇÃO DO APL
BENEFICIARIA DO
PROGRAMA/AÇÃO
Empresas do APL
Nove empresas do APL
Quatro empresas do APL
Todo o APL
APL DE MADEIRA Diversas Empresas do APL
E ESQUADRIAS
DE PORTO UNIÃO
E UNIÃO DA
VITÓRIA
NOME DO PROGRAMA/AÇÃO E
ÓRGÃO E/OU INSTITUIÇÃO
EXECUTORA
Empréstimos - Banco do Brasil
DETALHAMENTO DO PROGRAMA
Capital de giro para as empresas participantes da
cadeia, com juros e prazos favorecidos.
Inovação - SEBRAE
Certificação ISO 9000 e cursos de capacitação
ASSOCIESC – FINEP
Fabricação de abas sem memória (essa aba é utilizada
na produção de bonés importados e exigida pelo
mercado)
SESI
Criação de laboratório de bordado
Meio Ambiente – Faculdades de
Projeto de meio ambiente para tratamento de resíduos
Apucarana/UTFPR/Fundação Araucária de tecidos, malhas, nylon e efluentes líquidos.
Inovação – SENAI/CETIQT
Capacitação, por engenheiro contratado da Alemanha,
para dotar os confeccionistas do boné em modelar
tecnicamente o produto (anteriormente era de forma
empírica, tipo ensaio e erro). Realmente resolveu.
Prefeitura Municipal de Apucarana
Projeto de difusão da idéia do APL de Boné: pontos de
ônibus em formato de bonés e portais de entradas na
cidade com bonés estilizados.
Associação Comercial e Industrial de
Criação de Escola Superior para o Vestuário
Apucarana e UTFPR
(CENTROMODA)
PROCOMPI – Programa de Apoio à
• Consultoria empresarial e técnica individualizada.
Competitividade das Micro e Pequenas • Ações coletivas de treinamento e capacitação
Indústrias – CNI/IEL/SEBRAE
(definidas pós-diagnóstico de acordo com as
necessidades identificadas e dentro da linha de
produtos e serviços do SEBRAE e da FIEP).
• Participação Feira Construir no Rio de Janeiro;
• Organização Mostra de Produtos;
• Seminários;
• Introdução do sistema de gestão da qualidade;
• Melhoria qualitativa em seus produtos e serviços;
• Melhoria da capacidade técnica dos empresários e
trabalhadores;
• Adequação das empresas nas estratégias de venda;
EXCLUSIVO
PARA APL?
SIM
NÃO
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
38
• Melhoria no acesso a novas tecnologias.
• Organização do APL como uma referência no setor
esquadrias de madeira;
MDIC
SEPL – Secretaria do Planejamento do
Estado do Paraná
Todo o APL
SEBRAE
CNI – Confederação Nacional da
Indústria
FIEP – Federação das Indústrias do
Paraná
FIESC – Federação das Indústrias de
Santa Catarina
• Rodadas de Negócios
• Rodada de Negócios
• Rede APL - Reuniões de troca de experiência e
planejamento
• Rodadas de Negócios no Brasil e exterior (Chile)
• Participação com estandes em feiras nacionais e
internacionais
• Showroom nos aeroportos Afonso Pena (Curitiba) e
Congonhas (São Paulo)
• Clínicas Tecnológicas com foco em Inovação.
• Produção de material gráfico de divulgação das
empresas/produtos do APL
• Consultorias Técnicas com foco em Inovação de
processos e produtos
• Qualificação de mão-de-obra
• Consultorias Técnicas com foco em Inovação de
processos e produtos
• Gestão Administrativa
• Participação com estandes em feiras
• Apoio à participação do APL em feiras nacionais e
internacionais
• Missões internacionais com vistas à busca de novas
tecnologias e inovação (Alemanha, França, Espanha)
• Clínicas Tecnológicas com foco em inovação
• Criação de laboratório de teste de produtos,
desenvolvimento de novos produtos e certificação
(em fase de implantação)
• Consultorias Técnicas com foco em Inovação de
processos e produtos
• Participação em feiras nacionais e internacionais.
• Produção de material gráfico de divulgação das
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
39
Prefeitura Municipal de Porto União e
União da Vitória
UNIUV – Universidade de União da
Vitória
ACEUV – Associação Comercial e
Empresarial de União da Vitória
ACIPU – Associação Comercial de
Porto União
empresas/produtos do APL
• Rodadas de Negócios.
• Participação com estandes em feiras nacionais e
internacionais
• Produção de material gráfico de divulgação das
empresas/produtos do APL
• Contratação de Consultor Executivo para administrar
as ações do APL
• Disponibilização de equipamentos e espaço físico
para reuniões do APL
• Prestação de serviços de lobby junto a órgãos e
entidades públicas.
• Busca de treinamentos diversos em busca de
qualificação de mão-de-obra e inovação
• Criação de laboratório de teste de produtos,
desenvolvimento de novos produtos e certificação
(em fase de implantação)
• Disponibilização de espaço físico para treinamentos
diversos.
• Rodadas de Negócios no Brasil e exterior (Chile)
• Participação com estandes em feiras nacionais e
internacionais
• Showroom nos aeroportos Afonso Pena (Curitiba) e
Congonhas (São Paulo)
• Clínicas Tecnológicas com foco em Inovação.
• Produção de material gráfico de divulgação das
empresas/produtos do APL
• Rodadas de Negócios no Brasil e exterior (Chile)
• Participação com estandes em feiras nacionais e
internacionais
• Showroom nos aeroportos Afonso Pena (Curitiba) e
Congonhas (São Paulo)
• Clínicas Tecnológicas com foco em Inovação.
• Produção de material gráfico de divulgação das
empresas/produtos do APL
SIM
SIM
SIM
SIM
40
MDIC – Ministério do
• Rodada de Negócios buscando novos mercados para
Desenvolvimento, Indústria e Comércio
os produtos do APL
Exterior.
Governo do Estado do Paraná
• Missão Internacional com Rodada de Negócios
(Chile)
• Rodada de Negócio na sede do APL com potenciais
compradores de outros estados
Sindicato Patronal da Madeira
• Apoio Institucional
• Prestação de serviços de lobby junto a órgãos e
entidades públicas.
APL DE
Todo o APL
SEBRAE
• Implementação da governança do APL;
INSTRUMENTOS
• Divulgação do APL;
MÉDICOS• Integração social e política do arranjo junto à
ODONTOLÓGICOS
comunidade por meio do Encontro de Ciência,
DE CAMPO
Tecnologia e Negócios de Campo Mourão (ocorre a
MOURÃO
cada 2 anos, indo para 3ª edição);
• Coordenação de trabalhos para definição de plano de
ação para os próximos 2 anos. Áreas de ação do
APL:
A - Educação Tecnológica e empreendedora;
B – Infra-estrutura;
C – Aumento de densidade de empresas;
D – Inteligência Competitiva;
• Programas de Capacitação dos empresários (“Saber
empreender”).
• Parcerias para desenvolvimento de produtos e
equipamentos.
• Aporte de recursos financeiros distribuídos por meio
de Edital gerenciado pelas instituições de Ciência e
Tecnologia do arranjo.
Rede APL Paraná
Divulgação e apoio institucional para a Incubadora
Governança do APL e Empresas. FIEP – Federação das Indústrias do
• Apoio institucional e políticas de capacitação e
Estado do Paraná.
qualificação dos empresários.
• Programas de aproximação entre empresários e
instituições de fomento à inovação.
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NÃO
41
Fundação Educere e empresas
graduadas e incubadas
(integrantes do APL)
• Integração de empresários do APL e a comunidade:
Encontro de Ciência, Tecnologia e Negócios.
REPARTE – Rede Paranaense de
Apoio Institucional para a Incubadora de empresas da
Incubadoras e Parques Tecnológicos.
Fundação Educere.
ANPROTEC – Associação Nacional de • Divulgação e apoio para atração de investimentos
Entidades Promotoras de
para a Fundação Educere.
Empreendimentos Inovadores.
FINEP – Financiadora de Estudos e
Projetos.
SOFTWARE DE
LONDRINA
APL DE METAIS
SANITÁRIOS DE
LOANDA
Prefeitura Municipal
ISS Tecnológico
SEBRAE/PR
SENAI/FIEP
Projeto Estratégico “APL de TI de
Londrina e Região”
Todo o APL
Projeto NOVA INDÚSTRIA FIEP/SESI/GERAR
PROCOMPI – Programa de Apoio à
Competitividade das Micro e Pequenas
Indústrias – CNI/IEL/SEBRAE
Projeto APL Metais Sanitários 2008 SEBRAE Paraná
Projeto APL Metais Sanitários 2009 SEBRAE Paraná
• Aporte de recursos financeiros para estruturação da
incubadora de empresas da Fundação Educere.
• Aporte de recursos não-reembolsáveis diretamente
nas empresas, com vistas à execução de projetos de
P&D&I.
Lei municipal com incentivo do recolhimento do ISS
para as empresas com base tecnológica.
• Treinamentos, cursos e palestras, missões e
caravanas e participação em feiras.
• Central de compras.
• Instalação de ativos estruturantes como o Laboratório
de homologação de software PAF/ECF (UNIFIL) e o
Bureau de teste de Software embarcado (SENAI)
Execução do projeto = 20/04/2006 a 15/05/2007.
Capacitação em cursos, oficinas workshop e seminários
de aproximadamente 40 empresários e gerentes.
Execução do projeto = 02/2007 a 02/2009.
Capacitação de aproximadamente 250 trabalhadores
entre empresários e gerentes e colaboradores do chão de
fabrica.
⋅ Aumento de 10% na produtividade e um crescimento
médio de 19,63% em relação ao ano de 2007 no
faturamento.
Prestação de 770 horas de consultoria e treinamento no
período de junho a dezembro 2008, com a capacitação
de 400 trabalhadores e empresários.
Prestação de 770 horas de consultoria e treinamento no
período de maio a novembro de 2009, com a
NÃO
NÃO
NÃO
NÃO
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
42
capacitação de 120 colaboradores das indústrias.
Projeto Centro de Design - Secretaria de
Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior – SETI através da
Universidade Estadual de Maringá –
UEM
Implantação de um Centro de Criação e Design no APL
de metais sanitários de Loanda e região no período de
fevereiro de 2009 a fevereiro de 2010 com o
lançamento de novas linhas de produtos para as
empresas envolvidas no projeto tendo como resultado o
lançamento de 100 novos produtos.
SIM
43
Independentemente da importância das políticas públicas ou privadas para os APLs,
deve ser destacada a iniciativa por parte do estado em mobilizar os APLs em torno deste
conceito. Em outros termos, mesmo que os APLs já existissem parcialmente, a decisão do
estado, da FIEP e do SEBRAE, por meio da REDE APL, de utilizar o conceito de APL, se
concretizou na organização das governanças locais, envolvendo outros agentes públicos,
como prefeituras, autarquias e instituições locais em torno de um principio norteador das
ações comuns. A partir do conceito, parte dos agentes integrantes do APL passou a entender o
sentido da cooperação numa dinâmica competitiva local. A noção de cooperação voltada para
objetivos comuns de competitividade passa a ganhar espaço sobre a simples idéia de
voluntarismo e altruísmo entre as empresas.
Os gestores foram unânimes em afirmar que o conceito de APL foi relevante para
CRIAR/AUMENTAR/MELHORAR/INTENSIFICAR as interações entre os diversos
agentes. Conforme o Quadro 12 há uma percepção relevante do significado do conceito por
parte dos gestores. O fato de esses APLs terem respondido prontamente ao questionário,
demonstrando que há mobilização local (conforme o Quadro 11), como reflexo de sua visão
sobre o conceito de APL, comprovam uma relativa autonomia em se organizar e buscar
atuações conjuntas nos diversos âmbitos possíveis onde haja instrumentos de política
disponíveis. Há relativa consolidação da organização local por meio de suas governanças em
coordenarem um processo conjunto permanente, uma vez que, está consolidada a idéia de
APL entre os agentes.
44
Quadro 12 – Depoimentos dos Gestores Sobre a Relevância do Conceito de APL para a
Integração Local
A estreita convivência nas reuniões semanais, nas ações e nas missões empresariais, bem como nos cursos de
capacitação e nos treinamentos fez com que os integrantes da cadeia produtiva passassem a entender e
vivenciar melhor o conceito de Arranjo Produtivo. A divulgação de um newsletter semanal junto a todos os
empresários da cadeia auxiliar em muito difundir o que significa Arranjo Produtivo. (Boné de Apucarana).
Hoje podemos dizer que a região abrangida pelo APL da madeira já obteve apoio, incentivo e recursos que
certamente não chegariam até aqui se não fosse a aplicação dos conceitos de APL. (Madeira de Porto União
e União da Vitória).
O conceito de APL foi ponto determinante para a sua estruturação. Acrescenta-se ainda a busca por formar
uma rede de empresas de grande vínculo entre si, em oposição à forma restritiva de se incluir exclusivamente
as indústrias. Desta forma, chegou-se à estrutura mais abrangente do arranjo de forma equalizada, ou seja,
sem a inclusão de instituições apenas para efeito quantitativo, ao mesmo tempo em que se incluíram setores
como o de serviços e de educação, salutares para as ações do APL. Isto posto, a difusão do conceito foi
replicada entre os integrantes do APL, o que permitiu não apenas a intensificação dos laços entre as
empresas como também a aproximação sócio-política dos empresários com o município. (Equipamentos
médicos-odontológicos de Campo Mourão).
Com a organização dos agentes locais, ou seja, poder público, entidades, instituições de ensino e empresários,
o entendimento sobre os processos de desenvolvimento passam a ser mais claro para todos. Todos começaram
a entender que fazem parte de um mesmo processo. Quebram-se as barreiras institucionais e empresariais,
pois todos estão alinhados num mesmo objetivo estratégico. Outro fator preponderante é a permanência da
Governança do APL de TI enquanto fórum de debates e não instituição formal, com personalidade jurídica.
(Software de Londrina).
O modelo atende, em princípio, aos interesses das pequenas e médias empresas, mas os vários casos de
sucesso registrados em todo o País mostram que se trata, na realidade, de uma proposta que transcende as
fronteiras da própria indústria. A estruturação do APL serviu para que as empresas conseguissem afastar o
fantasma da inexistência e ter capacidade de dar um salto de qualidade, tanto em termos de organização
gerencial quanto em capacitação da mão-de-obra. (Metais sanitários de Loanda).
Uma vez que esses APLs possuem relativa autonomia na busca de soluções para as
suas necessidades e sendo grande parte dessas necessidades rotineiras, percebe-se, pelos
depoimentos prestados, que haveria possibilidade de ampliar e diversificar as ações por parte
das instituições e organizações. Sejam rotineiras ou de desenvolvimento de médio e longo
prazo, caso houvesse algum mecanismo para propiciar maior encontro entre a oferta e a
demanda das políticas. Conforme o Quadro 13, os gestores têm a percepção da existência de
mecanismos de política, mas, ao mesmo tempo, há dificuldades, tanto por parte deles, quanto
dos ofertantes em promover essa sintonia entre aqueles e as necessidades locais.
Desse modo, retomando o que já foi exposto no capitulo 1, pode-se afirmar que
existiram três etapas do desenvolvimento de APLs no Paraná:
1.
A formação aleatória e histórica que vem desde meados dos anos 70, de aglomerações
industriais em diversos municípios do estado, que por meio de learning-by-doing
chegou a uma dinâmica local mais ou menos integrada, abrangendo empresas e
instituições públicas (prefeituras, autarquias e faculdades locais) e privadas
(SEBRAE). A integração é uma casualidade decorrente do processo aglomerativo em
si e não de posições pró-ativas nessa direção.
45
2.
Um segundo momento é o da tomada de consciência do que significa a integração
entre os diversos agentes locais. A REDE APL sinaliza a essas diversas aglomerações
que existe uma abordagem teórico-histórica que explica a sua dinâmica de
funcionamento por meio do conceito de APL e que seria importante explorar ao
máximo esse conceito por meio de políticas que intensificassem a integração por conta
de todas as externalidades positivas daí decorrentes. A REDE APL coordenada pela
Secretaria Estadual de Planejamento tem uma posição ativa em mobilizar técnicos da
FIEP e SEBRAE no sentido de atuarem junto aos empresários e autoridades locais
para capacitação em torno da idéia de APL. É um momento de entusiasmo sobre a
mobilização do local em torno da idéia que já estava em curso, mas que precisava ser
dinamizada por meio da REDE APL como um agente importante nessa organização.
3.
O terceiro momento é marcado por um refluxo da trajetória anterior, resultando num
estado de letargia. Nesse sentido, os APLs se voltam para a sua rotina e trabalham de
acordo com suas condições possíveis de integração e resolução dos seus problemas
sem contar com elementos externos de política, conforme exposto no Quadro 13. A
mobilização do segundo momento foi importante para colocá-los em bases mais
avançadas de integração local. No entanto, nessa terceira fase teria sido necessário
repensar o papel da REDE APL como agente capaz de promover uma sintonia entre as
políticas públicas e as demandas locais. A REDE APL deveria atuar como o fórum de
coordenação e direcionamento das necessidades locais, preenchendo a lacuna existente
entre os APLs.
Quadro 13 – A Percepção de Políticas Públicas por Parte dos Gestores Locais de APL
A grande dificuldade de um APL, conforme já apresentamos em reuniões da Rede APL do Paraná, é a falta
de uma metodologia que permita que todas as entidades públicas ou privadas que possuam políticas
específicas para os Arranjos Produtivos participem de ações conjuntas para atender as demandas de cada
segmento econômico. Para citar nosso exemplo, em 2006, seguindo orientação do MDIC, elencamos 25
ações que os empresários do setor julgaram imprescindíveis para o desenvolvimento geral de toda nossa
cadeia produtiva. A longo desses 3 anos, a cada vez que descobrimos eventualmente que um órgão pode nos
ajudar, temos recorrido a essa entidades e apresentado nossas propostas que exigem a apresentação de
projetos específicos para as ações que aquele órgão esteja disposto a estudar a sua viabilidade. Graças a
esta estratégia, que requer muita pesquisa, paciência e esforço, nossa lista de ações que ainda pretendemos
desenvolver já baixou para 14 ações (concretização de algumas e desistência de outras).
Em todas os congressos que participamos sempre se encontram presentes as instituições financeiras que
apresentam programas para atender os APLs, mas nunca sabemos como acessar estes programas ou
produtos oferecidos por estas instituições e quando conseguimos a burocracia dos processos e sua
morosidade inviabilizam as transações.
O acesso às linhas de fomento à pesquisa e inovação estão concentradas em poucos órgãos, sempre
vinculados ao Governo Federal. Além de restringir projetos que seriam de grande interesse para o mercado
e para a sociedade, a operacionalização das linhas e a avaliação dos projetos de forma concentrada em
uma instituição torna o processo mais lento e restritivo.
46
Os agrupamentos de instituições federais e estaduais são meramente institucionais e se esgotam em si
mesmos. Embora haja recursos de muitas fontes, não chegam com facilidade e disponíveis aos arranjos. Há
dificuldade nos arranjos em elaborar projetos. Estamos conseguindo efetivar algumas ações importantes,
porque estamos interagindo fortemente com a universidade.
3.1 Considerações sobre o Balanço de Pagamentos da Estrutura Produtiva Paranaenses
Para uma análise mais aprofundada sobre a estrutura produtiva da economia
paranaense faz-se aqui uma avaliação sobre o balanço de pagamento total das atividades
econômicas do estado para analisar sua condição de inserção fora da sua territorialidade .
Para o ano de 2006 a economia paranaense obteve um superávit agregado de 21,7
bilhões de reais (Tabela 5). O conjunto das atividades superavitárias é as que mais
contribuíram para o superávit foram: Indústria de transformação, com R$ 26,7 bilhões;
Serviços, com R$ 3,3 bilhões. Seguidas pelas atividades da indústria extrativa mineral,
eletricidade, gás e água que no conjunto formaram um superávit de R$ 965 milhões. Na ponta
deficitária estiveram as atividades de Construção civil com R$ 105 milhões e Comércio com
R$ 9,1 bilhões.
Tabela 5 – Compras, Vendas e Saldo Comercial das Principais Atividades Econômicas
do Estado do Paraná Ano 2006
Valores e Saldo do Balanço de pagamentos
Atividades
Total
Agropecuária
Indústria extrativa mineral
Indústria de transformação
Eletricidade, gás e água
Construção
Comércio e reparação de veículos e de objetos pessoais
e de uso doméstico
Administração pública, defesa e seguridade social
Serviços¹
90.910.588.173,00
177.127.704,00
68.701.824,00
48.048.619.716,00
2.122.774.324,00
151.870.199,00
112.695.421.072,00
408.076.318,00
376.164.086,00
74.749.380.844,00
2.550.949.350,00
46.856.459,00
Saldo do balanço de
pagamentos
21.784.832.899,00
230.948.614,00
307.462.262,00
26.700.761.128,00
428.175.026,00
-105.013.740,00
38.939.785.118,00
0,00
1.401.709.288,00
29.798.488.627,00
0,00
4.765.505.388,00
-9.141.296.491,00
0,00
3.363.796.100,00
Compras fora do estado
Vendas fora do estado
Fonte: SEFA/PR, Elaboração Própria
A indústria de transformação participou, em 2006, com 66,32% das vendas para fora
do estado, seguida pelo comércio com 26,44% do total das vendas. O conjunto restante das
atividades somou apenas 7,22% das vendas para fora do estado. No lado das compras fora do
estado, a indústria de transformação participou com 52,85%, seguida pelo comércio com
42,83%. Todas as demais atividades somaram somente 1,54% do total das compras.
Confrontado os dados verifica-se a relevância da indústria de transformação para a
economia paranaense, principalmente no que se refere a questão da sua inserção à economia
nacional e internacional.
47
Desenvolvendo a mesma análise comparativa entre as atividades econômicas presentes
no estado do Paraná com as atividades que se retirou as parcelas das atividades que estão
vinculadas aos APLs objetos de políticas públicas, ou seja, o conjunto de atividades que
pertencem ao vazio das políticas voltadas aos APLs, verifica-se que a dinâmica de inserção da
economia paranaense à economia externa não se altera de forma significativa (Figura 5).
48
Figura 5 - Saldo da Balança de Pagamentos das Atividades Econômicas Paranaenses
Para o Ano de 2006 - Milhões de R$
30000
25000
20000
15000
10000
5000
0
Administração pública
Comércio
Construção
Eletricidade, gás e água
Indústria de transformação
Indústria extrativa mineral
Agropecuária
Total
-10000
Serviços¹
-5000
Todas as Atividades Econômicas paranaenses
Atividades Econômicas paranaenses fora das políticas públicas voltadas aos APLs
Fonte: SEFA/PR, Elaboração Própria
Dentro do conjunto das atividades econômicas presentes no estado do Paraná somente
a Indústria de transformação, a indústria extrativa mineral e serviços é que possuem
aglomerações objetos das políticas públicas. Na indústria de transformação os APLs a ela
vinculados geraram um superávit de R$ 1,5 bilhões, enquanto que na indústria extrativista
mineral obteve um superávit de apenas R$ 110 milhões para o APL e software com apenas R$
2,6 milhões. Assim sendo, do total de superávit gerado, as atividades econômicas vinculados
aos APLs participaram com apenas 7,5% do total obtido por todas as atividades econômicas
presentes no estado do Paraná. Portanto, o conjunto de atividades econômicas que formam o
49
vazio de políticas para arranjos produtivos locais participam com 92,5% do superávit no
balanço de pagamentos do estado.
3.1 Uma Análise do Desempenho dos APLs em Termos da Balança Comercial
A relevância dos APLs selecionados no estado pode ser vista na Tabela 6 (tabela 3.3
do relatório 2) e Tabela 6. Conforme se pode notar são atividades pouco relevantes
comparativamente à dinâmica geral do estado, uma vez que, geram 1,86% do total de valor
adicionado (VA) do estado. Conforme a Tabela 7 ao considerar a participação do VA dos
APLs no VA das divisões CNAE exclusivas das atividades dos APLs, os APLs com
atividades da Indústria de Transformação correspondem a 9,11%, da Indústria Extrativa a
41,30% e da Indústria de Informação e Comunicação a 60,82%. Ou seja, os APLs são
relevantes nas divisões a que pertencem a suas atividades.
Ao mesmo tempo, as vendas de todos os APLs têm uma participação muito baixa no
total das vendas locais. Ou seja, as vendas dos APLs é relativamente pouco significativa no
total das vendas locais, assim como no total das vendas da atividade no estado. Exceção
ocorre com 6 APLs cujas participações destacadas em amarelo, são significativas em relação
à atividade no total do estado. Esses APLs contribuem, portanto em grande medida para o
total das vendas das mesmas atividades no estado.
Destaque deve ser dado aos APLs de Louças e Porcelanas de Campo Largo e Móveis
de Metal e Sistema de Armazenagem e Logística de Ponta Grossa. Apesar de apresentarem
elevada importância no total das vendas do estado são os que informaram que o APL não
estava ativo ou que ainda estavam planejando ações a serem implementadas a partir da sua
eventual organização.
50
Tabela 6 - Indicadores dos Desempenhos dos APLs Em 2006
Denominação do APL
Boné Apucarana
Cal e Calcário da RMC Norte
Confecção Infantil de Terra Roxa
Confecções da Região Sudoeste
Confecções Maringá
Eq.. e Impl Agríc. de Cascavel e Toledo
Instr. médico-hospitalares de Curitiba
Louças e Porcelanas de Campo Largo
Mad. e Esquadrias de União da Vitória
Malhas de Imbituva
Mandioca e Fécula de Paranavaí
Metais Sanitários de Loanda
Móveis de Arapongas
Móveis do Sudoeste
Móveis e Madeira de Rio Negro
Móveis de Metal e Sist. de Armaz. e Log. de P. Grossa
Software de Curitiba
Software de Londrina
Software de Maringá
Software de pato Branco e Dois Vizinhos
Vestuários de Cianorte
Valor Adicionado
(VA)
74.247.162,00
72.184.542,00
29.578.887,00
28.286.520,00
139.197.424,00
10.956.861,00
275.354.390,00
25.850.113,00
99.943.745,00
1.279.997,00
30.925.761,00
17.622.286,00
436.943.726,00
46.307.541,00
38.367.398,00
59.744.838,00
7.440.452,00
2.429.176,00
405.789,00
25.008,00
96.839.560,00
Indicador de
densidade fiscal
(Valor
Saída/Emprego)
57.862,86
131.021,54
53.882,20
26.566,82
34.833,66
45.035,05
244.146,21
33.995,76
57.390,38
38.207,01
353.324,27
24.467,64
113.430,43
79.880,10
73.331,44
84.931,49
1.658,33
2.968,10
585,78
297,20
40.448,04
Produtividade da
atividade
(VA/Emprego)
Participação no
Valor Adicionado
do Estado
(%)
10.899,47
49.172,03
19.575,70
11.145,20
14.569,54
17.559,07
128.191,06
15.839,53
22.499,72
12.075,44
125.205,51
18.491,38
35.865,04
28.673,40
30.991,44
32.862,95
1.194,68
3.044,08
488,90
159,29
15.756,52
0, 0925
0,0900
0,0369
0,0353
0,1735
0,0137
0,3432
0,0322
0,1246
0,0016
0,0385
0,0220
0,5446
0,0577
0,0478
0,0745
0,0093
0,0030
0,0005
0,0000
0,1207
1,86205
Participação do
APL no total das
vendas locais
(%)
6,67
4,31
0,95
1,27
2,20
0,23
0,53
2,04
20,01
0,79
5,58
9,06
13,70
3,28
4,87
1,39
0,01
0,01
0,00
0,00
10,77
Participação do
APL no total das
vendas das
atividades no
Estado
(%)
24,44
88,61
3,14
2,60
11,85
8,52
17,59
95,66
9,71
8,96
22,94
2,19
38,11
1,82
2,33
36,91
25,45
6,55
0,02
0,13
9,63
Fonte: SEFA/PR
51
Tabela 7 – Valor Adicionado das Divisões (5 Dígitos) que Compõem as Atividades dos
APLs e Demais Indicadores de Participação - 2006
Divisões da CNAE
VA exclusivo das divisões cujas
atividades compõem as
atividades exclusivas dos APLs
VA das atividades
exclusivas dos APLs
15.497.769.462,00
1.411.446.209,00
INDÚSTRIAS DE
TRANSFORMAÇÃO
INDÚSTRIAS
EXTRATIVAS
INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO
%
% no VA
total do
Paraná
9,11%
1,76%
174.772.102,00
72.184.542,00 41,30%
0,09%
16.934.658,00
10.300.425,00 60,82%
0,01%
15.689.476.222,00
1.493.931.176,00
1,86%
Fonte: SEFA/PR
Conforme a Tabela 8 são 8 os APLs que apresentam déficit na balança comercial
dentro estado. Isso pode ser interpretado como uma situação positiva, uma vez que indica
que os APLs compram mais do que vendem dentro do estado. Portanto, os APLs encontram
fornecedores dentro do estado, demonstrando que há certo grau de integração da cadeia
produtiva das atividades desses APLs e alcançam mais mercados fora do estado (seja outros
estados ou outros países).
Por outro lado, uma aparente situação ao positiva de superávit na balança comercial
dentro do estado indica relativa baixa capacidade dos produtos dos APLs atingirem
mercados mais distantes. Portanto, existem 14 (total de 22 APLs – 8 APLs) APLs nessa
situação segundo a qual compram mais dentro do estado do vendem.
Tabela 8 - APLs Deficitários na Balança Comercial Dentro do Estado
APLs
Boné Apucarana
Cal e Calcário da RMC Norte
Instrumentos médico-hospitalares de Curitiba
Louças e Porcelanas de Campo Largo
Madeira e Esquadrias de União da Vitória
Mandioca e Fécula de Paranavaí
Móveis de Araponga
Móveis do Sudoeste
SALDO
-15.507.899,00
-15.173.092,00
-23.852.487,00
-9.049.754,00
-59.355.500,00
-31.806.144,00
-255.370.577,00
-17.555.158,00
Entretanto, a situação anterior não indica baixo alcance de mercado dos APLs, uma
vez que na balança comercial com outros estados, a situação geral dos APLs é satisfatória.
De acordo com a Tabela 9, apenas 3 APLs são deficitários indicando que os demais
vendem mais para outros estados do que compram. Ou seja, a cadeia de fornecedores
dentro do estado supre adequadamente os APLs e permite alcançar mercados de outros
estados.
Tabela 9 - APLs Deficitários na Balança Comercial com Outros Estados
APLs
Instrumentos médico-hospitalares de Curitiba
Malhas de Imbituva
Software de Pato Branco e Dois Vizinhos
SALDO
-286.019.742,00
-709.288,00
-3.326,00
Todos os APLs apresentam algum grau de relacionamento com o exterior. Nesse
sentido, é importante destacar sua relativa competitividade, uma vez que, conforme a
Tabela 10, apenas 4 APLs apresentam déficit na balança comercial. Todos os demais
suprem seu fornecimento dentro do estado e conseguem alcançar mercados no exterior de
forma superavitária.
Tabela 10 - APLs Deficitários na Balança Comercial com Outros Países
APLs
Confecções Maringá
Equipamentos e Implementos Agrícolas de Cascavel e Toledo
Metais Sanitários de Loanda
Software de Curitiba
SALDO
-19.707.130,00
-1.387.892,00
-102.762,00
-165,00
Em última instância os poucos APLs relativamente deficitários nos três níveis de
mercado (estado, outros estados e outros países) revelam uma situação na balança
comercial total em que apenas 1 APL apresenta déficit (Tabela 11). Trata-se de um APL
que aparece de forma deficitária nos diversos níveis de mercado e que precisa ser mais bem
investigado uma vez que ainda não foi possível contatá-lo.
Tabela 11 - APL Deficitário na Balança Comercial Total
APL
Instrumentos médico-hospitalares de Curitiba
SALDO
-273.966.074,00
53
Capítulo 4 – As Políticas Estaduais para APL: Conclusões e Sugestões
Nos últimos, a literatura sobre aglomerações, especialmente APLs, cresceu
significativamente, na forma de diagnósticos técnicos e trabalhos acadêmicos voltados a
diversos casos nos quais ocorreram experiências de aglomeração. A academia, através de
diversas instituições de ensino superior avançou bastante na compreensão do fenômeno e
da importância do tema para o desenvolvimento regional e local. O crescimento desta
literatura está associado, de um lado à percepção que os atores tem a respeito do papel que
a inovação pode ter no crescimento econômico das regiões do estado, e de outro lado à
adequação deste instrumental analítico para tratar do tema.
Tendo por base o mapeamento dos APLs existentes no Paraná (IPARDES, 2006),
foram identificados 22 SPIL/APLs considerados prioritários para efeito das ações de apoio
implementadas pela rede APL. Outros 114 APLs, existentes nos mesmos setores da
indústria e software, foram identificados mas não priorizados pela Rede APL local. No
entanto, esses dois conjuntos de APL apoiados e identificados não refletem, tanto
espacialmente quanto setorialmente, a complexidade da estrutura produtiva do estado em
termos do grau de concentração espacial das atividades produtivas, das relações sinérgicas
inter empresariais e do potencial inovador. Portanto, sob a ótica dos APLs, há um grande
vazio que revela o baixo grau de aderência do conceito frente à dinâmica da economia
paranaense. Conseqüentemente, essa discrepância reflete as limitações de políticas públicas
implementadas. Em outras palavras, essas políticas tem sido incapazes de perceber
eventuais movimentos de integração econômica local em outras atividades e/ou regiões não
consideradas pela Rede APL.
Em que pese a fragilidade institucional reinante no interior da Rede APL no período
recente, as evidências reunidas neste relatório, à luz da base conceitual adotada, permitem
identificar três eixos de política pública.
Em primeiro lugar, políticas de engajamento voltadas a conscientização e
aproximação e mesmo políticas de mobilização de atores e o suporte à governança local
para uma maior cooperação dos agentes visando elevar a competitividade sistêmica dos
APLs.
54
O segundo conjunto de ações se refere à prestação de serviços como a construção de
espaço coletivo para facilitar rodadas de negócio, redução custos na compra de insumos, ou
mesmo políticas para qualificar a mão de obra local.
O terceiro eixo, englobando ações de P&D conjuntas ou individuais, visando maior
capacidade de aprendizado e inovação, foi o que teve menor ênfase por parte das entidades
componentes da Rede, com ausência notória de decisões políticas estratégicas pelas
instituições afins, a exemplo da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado.
Essas políticas e ações pontuais, no entanto devem ser cotejadas com quatro
referenciais, em função dos quais a efetividade daquelas pode ser avaliada. O primeiro,
relativo à superposição de políticas, indica uma falha de coordenação da Rede, na qual sua
necessária organicidade foi preterida em função de estratégias e decisões de cada membro
integrante. O segundo referencial diz respeito à coerência das políticas e ações voltadas aos
APLs. Neste ponto, as evidências indicam que os APLs, embora não suficientes, as ações
descritas neste relatório apresentam certa coerência às necessidades dos APLs, e uma certa
aderência aos planos estratégicos propostos pelas governanças locais. O terceiro referencial,
relativo à abrangência das políticas de apoio aos APLs, permite aferir uma clara
inconsistência das mesmas por serem direcionadas apenas a 22 APLs do setor
manufatureiro e de software, e a suas respectivas regiões. Nesse sentido, revela-se um
grande vazio, setorial e espacialmente, das políticas públicas e a ausência de uma estratégia
de desenvolvimento que contemple este vazio. Finalmente, a análise da efetividade dessas
políticas em termos dos resultados propostos fica prejudicada pela inexistência de objetivos
e metas estabelecidos como orientadores das políticas e ações a serem implementadas. Ou
seja, o quarto e último referencial, que diz respeito a uma estratégia de desenvolvimento
consistente dos APLs, tem sido enfraquecido por uma extensa fragmentação de ações.
55
Bibliografia
BELUSSI, F. & GOTTARDI, G. (2000). Evolutionary Patterns of Local Industrial Systems
– towards a cognitive approach to the industrial district. Aldershot: Ashgate.
BRITTO, J. & ALBUQUERQUE, E. M. (2001). Estrutura e dinamismo de clusters
industriais na economia brasileira: uma análise exploratória a partir dos dados da RAIS.
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noção de aglomerações produtivas. Trabalho apresentado no 8º Encontro da Sociedade
Brasileira de Economia Política. Florianópolis, junho.
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SHIMA , Walter Tadahiro; ESTEVES, Luis Alberto; PAULA, Nilson Maciel de;
PORCILE, José Gabriel Meirelles & SCATOLIN, Fábio Dória. características do
padrão de relacionamento universidade-empresa no Paraná. Capitulo de livro (no prelo).
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SUZIGAN W, FURTADO J., GARCIA R, SAMPAIO S.(2003). Sistemas Locais de
Produção: mapeamento, tipologia e sugestões de políticas* XXXI Encontro Nacional de
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SUZIGAN, W.; FURTADO, J.; GARCIA, R.; SAMPAIO, S.E.K. (2001). Aglomerações
industriais no estado de São Paulo. Economia Aplicada, v. 5, n. 4, out-dez.
SUZIGAN, W.; GARCIA, R.; FURTADO, J. (2002). Governança em sistemas de MPMEs
em clusters industriais. Rio de Janeiro, UFRJ/REDESIST, Nota técnica 2.4 do projeto
de pesquisa Proposição de Políticas para a Promoção de Sistemas Produtivos Locais de
Micro, Pequenas e Médias Empresas Brasileiras. A sair como capítulo do livro Pequena
empresa: cooperação e desenvolvimento local. Editora Relume Dumará.
56
ANEXO 1
114 Aglomerados Identificados Não Apoiados - 2003
COD
MRG
41010
41014
41006
41006
41006
41006
41005
41005
41005
41005
41023
41023
41023
41003
41003
41015
MICRO
REGIÃO
Apucarana
Assai
Astorga
Astorga
Astorga
Astorga
Campo Mourão
Campo Mourão
Campo Mourão
Campo Mourão
Cascavel
Cascavel
Cascavel
Cianorte
Cianorte
Cornélio Procópio
CNAE
1.0
19313
26417
15423
18120
19100
36943
15539
18112
18120
36110
25224
28126
36110
15539
26417
15598
41015
41037
41037
41037
41037
41037
41037
41037
41037
41037
41037
41037
41037
41037
41037
41037
41037
41037
41037
41037
41037
41037
41037
41037
41037
41037
41037
41037
Cornélio Procópio
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Curitiba
36110
15830
19216
21318
21415
24511
24520
24732
24813
24996
25194
25224
25291
27251
27499
28339
28398
28428
28991
29157
29246
29297
29629
29696
31216
31305
31526
31992
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE
Fabricação de calcados de couro
Fabrç. de produtos cerâmicos nao-refratarios para uso est
Fabricação de produtos do laticínio
Confecção de peças do vestuário - exceto roupas íntimas, blusas, ca...
Curtimento e outras preparações de couro
Fabricação de brinquedos e de jogos recreativos
Fabricação de farinha de mandioca e derivados
Confecção de roupas íntimas, blusas, camisas e semelhantes.
Confecção de peças do vestuário - exceto roupas íntimas, blusas, ca...
Fabricação de moveis com predominância de madeira
Fabricação de embalagem de plástico
Fabricação de esquadrias de metal
Fabricação de moveis com predominância de madeira
Fabricação de farinha de mandioca e derivados
Fabrç. de produtos cerâmicos nao-refratarios para uso est
Beneficiamento, moagem e preparação de outros produtos de origem
vegetal.
Fabricação de moveis com predominância de madeira
Produção de derivados do cacau e elaboração de chocolates
Fabrç. de malas, bolsas, valises e outros artefatos para
Fabricação de embalagens de papel
Fabrç. de artefatos de papel, papelão, cartolina e cartão
Fabricação de produtos farmoquimicos
Fabricação de medicamentos para uso humano
Fabricação de artigos de perfumaria e cosméticos
Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes e lacas
Fabricação de outros produtos químicos não especificados anteriormente
Fabricação de artefatos diversos de borracha
Fabricação de embalagem de plástico
Fabricação de artefatos diversos de plástico
Produção de laminados longos de aço
Metalurgia de outros metais nao-ferrosos e suas ligas
Fabricação de artefatos estampados de metal
Têmpera, cementação e tratamento térmico do aço, serviços de usinag...
Fabricação de artigos de serralheria - exceto esquadrias
Fabricação de outros produtos elaborados de metal
Fabrç. de equipamentos de transmissão para fins industria
Fabrç. de máquinas e aparelhos de refrigeração e ventilaç
Fabricação de outras maquinas e equipamentos de uso geral
Fabrç. de máquinas e equipamentos para as ind. alimentar,
Fabricação de outras maquinas e equipamentos de uso espec
Fabrç. de subestações, quadros de comando, reguladores de voltagem ...
Fabricação de fios, cabos e condutores elétricos isolados
Fabricação de luminárias e equipamentos de iluminação - exceto para...
Fabricação de outros aparelhos ou equipamentos elétricos
57
41037
41037
41037
41008
41024
41024
41026
41026
41029
41029
41029
41029
41017
41017
41032
41032
41013
41020
41020
41011
41011
41011
41011
41011
41011
41011
41011
41011
41011
41011
41011
41011
41009
41009
41009
41009
41009
41009
41009
41009
41030
41030
41038
41001
41001
41001
41021
41021
41021
Curitiba
Curitiba
Curitiba
Florai
Foz do Iguaçu
Foz do Iguaçu
Francisco Beltrão
Francisco Beltrão
Guarapuava
Guarapuava
Guarapuava
Guarapuava
Ibaiti
Ibaiti
Irati
Irati
Ivaipora
Jaguariaiva
Jaguariaiva
Londrina
Londrina
Londrina
Londrina
Londrina
Londrina
Londrina
Londrina
Londrina
Londrina
Londrina
Londrina
Londrina
Maringá
Maringá
Maringá
Maringá
Maringá
Maringá
Maringá
Maringá
Palmas
Palmas
Paranaguá
Paranavaí
Paranavaí
Paranavaí
Ponta Grossa
Ponta Grossa
Ponta Grossa
32107
36994
37206
18120
26417
36110
28126
28932
20109
20214
20290
21105
20109
26417
20109
20214
15423
20109
20214
15717
17493
18112
18120
19100
19291
24813
25224
27413
28924
28932
28991
29319
15431
19291
25194
25224
28991
36137
36145
36994
20109
20214
24139
18120
26417
36110
14109
14290
20109
Fabricação de material eletrônico básico
Fabricação de produtos diversos
Reciclagem de sucatas nao-metalicas
Confecção de peças do vestuário - exceto roupas íntimas, blusas, ca...
Fabrç. de produtos cerâmicos nao-refratarios para uso est
Fabricação de moveis com predominância de madeira
Fabricação de esquadrias de metal
Fabrç. de artigos de funilaria e de artigos de metal para usos domé...
Desdobramento de madeira
Fabrç. de madeira laminada e de chapas de madeira compens
Fabrç. de artefatos diversos de madeira, palha, cortiça e material ...
Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação
Desdobramento de madeira
Fabrç. de produtos cerâmicos nao-refratarios para uso est
Desdobramento de madeira
Fabrç. de madeira laminada e de chapas de madeira compens
Fabricação de produtos do laticínio
Desdobramento de madeira
Fabrç. de madeira laminada e de chapas de madeira compens
Torrefação e moagem de café
Fabricação de outros artefatos têxteis incluindo tecelagem
Confecção de roupas íntimas, blusas, camisas e semelhantes
Confecção de peças do vestuário - exceto roupas íntimas, blusas, ca...
Curtimento e outras preparações de couro
Fabricação de outros artefatos de couro
Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes e lacas
Fabricação de embalagem de plástico
Metalurgia do alumínio e suas ligas
Fabricação de artefatos de trefilados
Fabrç. de artigos de funilaria e de artigos de metal para usos domé...
Fabricação de outros produtos elaborados de metal
Fabrç. de máquinas e equipamentos para agricultura, avicu
Fabricação de sorvetes
Fabricação de outros artefatos de couro
Fabricação de artefatos diversos de borracha
Fabricação de embalagem de plástico
Fabricação de outros produtos elaborados de metal
Fabricação de moveis de outros materiais
Fabricação de colchões
Fabricação de produtos diversos
Desdobramento de madeira
Fabrç. de madeira laminada e de chapas de madeira compens
Fabricação de fertilizantes fosfatados, nitrogenados e pó
Confecção de peças do vestuário - exceto roupas íntimas, blusas, ca...
Fabrç. de produtos cerâmicos nao-refratarios para uso est
Fabricação de moveis com predominância de madeira
Extração de pedra, areia e argila
Extração de outros minerais não - metálicos
Desdobramento de madeira
58
41021
41007
41031
41031
41031
41034
41034
41019
41019
41019
41019
41022
41022
41022
41022
41022
41002
41002
41002
41002
41002
41002
41033
41018
41018
Ponta Grossa
Porecatu
Prudentopolis
Prudentopolis
Prudentopolis
São Mateus do
Sul
São Mateus do
Sul
Telêmaco Borba
Telêmaco Borba
Telêmaco Borba
Telêmaco Borba
Toledo
Toledo
Toledo
Toledo
Toledo
Umuarama
Umuarama
Umuarama
Umuarama
Umuarama
Umuarama
União da Vitória
Wenceslau Braz
Wenceslau Braz
20290
18120
20109
20214
26417
15598
Fabrç. de artefatos diversos de madeira, palha, cortiça e material ...
Confecção de peças do vestuário - exceto roupas íntimas, blusas, ca...
Desdobramento de madeira
Fabrç. de madeira laminada e de chapas de madeira compens
Fabrç. de produtos cerâmicos nao-refratarios para uso est
Beneficiamento, moagem e preparação de outros produtos de origem
vegetal
20109 Desdobramento de madeira
20109
20214
20290
26492
15423
15555
19313
26417
28126
15423
15431
18120
18210
36110
36137
14109
18120
26417
Desdobramento de madeira
Fabrç. de madeira laminada e de chapas de madeira compens
Fabrç. de artefatos diversos de madeira, palha, cortiça e material ...
Fabricação de produtos cerâmicos nao-refratarios para uso
Fabricação de produtos do laticínio
Fabrç. de amidos e féculas de vegetais e fabrç. de óleos
Fabricação de calcados de couro
Fabrç. de produtos cerâmicos nao-refratarios para uso est
Fabricação de esquadrias de metal
Fabricação de produtos do laticínio
Fabricação de sorvetes
Confecção de peças do vestuário - exceto roupas íntimas, blusas, ca...
Fabricação de acessórios do vestuário
Fabricação de moveis com predominância de madeira
Fabricação de moveis de outros materiais
Extração de pedra, areia e argila
Confecção de peças do vestuário - exceto roupas íntimas, blusas, ca...
Fabrç. de produtos cerâmicos nao-refratarios para uso est
59
ANEXO 2
Questionário Aplicado nas Governanças dos APLs
Prezado Coordenador:
Estamos realizando uma pesquisa encomendada pelo BNDES com o objetivo de avaliar as políticas públicas e
privadas voltadas aos APLs do Estado do Paraná.
Este trabalho está sendo realizado em todo o Brasil, sob a coordenação geral do Professor José Eduardo Cassiolato
do IE/UFRJ, com o objetivo de avaliar o impacto das políticas de APL no seu desenvolvimento e competitividade.
O resultado desta pesquisa servirá de orientação para as ações estratégicas do BNDES junto aos APLs.
Diante desse desafio, seria de grande valia para a conclusão deste trabalho se pudéssemos contar com a sua
colaboração, respondendo as indagações contidas no questionário em anexo.
Salientamos que as informações serão tratadas de forma agregada e o sigilo dos dados rigorosamente preservado.
Sem mais, agradecemos antecipadamente por sua atenção.
Prof. Dr. Fabio Doria Scatolin – coordenador
Prof. Dr. Nilson Maciel de Paula – Pesquisador
Prof. Dr. Walter Tadahiro Shima – Pesquisador
jv
Para contatos (41) 3360-4469 / 8416-6268 / 3078-8897 (Walter Tadahiro Shima )
jv
NOME DO RESPONDENTE:
CARGO:
TELEFONE E E-MAIL:
SITE OFICIAL DO APL (se houver):
1. Liste as relações que o APL, as empresas ou algumas delas têm com alguma política pública ou privada (SEBRAE, por
exemplo), dos governos federal, estadual e ou municipal e bancos públicos e/ou privados, seja essa política específica
ou não para APL.
A governança e/ou
instituição e/ou
empresa do APL
Nome da política com que
interage e órgão responsável na
instituição executora da política
Detalhar as ações implementada e/ou em implementação a partir dessa
política.
(Destacar se há um foco específico em INOVAÇÃO).
É uma
política
exclusiva
para
APL?
S/N
POR FAVOR, ADICIONE NESSE QUADRO MAIS LINHAS/COLUNAS OU ESPAÇOS QUE ACHAR NECESSÁRIO. ESSE QUADRO ESTÁ
ORGANIZADO DESSA FORMA PARA AJUDÁ-LO E DIRECIONÁ-LO NA FORMA DO PREENCHIMENTO. SE ACHAR NECESSÁRIO ESCREVA
NA SEQÜÊNCIA COMO QUISER.
61
2. É possível afirmar que a descoberta do conceito de APL e a sua aplicabilidade para o caso do seu APL ajudou a
CRIAR/AUMENTAR/MELHORAR/INTENSIFICAR as interações entre os diversos agentes pertencentes ao APL? Ou
seja, o conceito mudou a rotina do APL?
Em outros termos a difusão do conceito teve alguma implicação em termos de
CRIAR/AUMENTAR/MELHORAR/INTENSIFICAR a interação entre os agentes do APL?
Responda (
) SIM ou (
) NÃO e justifique qualquer uma das duas.
POR FAVOR, SINTA-SE LIVRE PARA IR ALÉM DESSA PÁGINA SE ACHAR NECESSÁRIO.
62
3. Se respondeu que SIM na anterior, por favor, liste as empresas e/ou instituições com quem interagem e com que
objetivo.
Empresa e/ou
instituição
(A)
Interage pelos motivos:
(Destacar se há um foco específico em INOVAÇÃO nessa interação)
Empresa
e/ou
instituição
(B)
Há
interferência
externa ao
APL para que
essa interação
exista?
Se SIM.
De quem?
POR FAVOR, ADICIONE NESSE QUADRO MAIS LINHAS OU ESPAÇOS QUE ACHAR NECESSÁRIO. ESSE QUADRO ESTÁ ORGANIZADO
DESSA FORMA PARA AJUDÁ-LO E DIRECIONÁ-LO NA FORMA DO PREENCHIMENTO. SE ACHAR NECESSÁRIO ESCREVA NA SEQÜÊNCIA
COMO QUISER.
63
4. Descreva aqui problemas de qualquer natureza (financeira – com as entidades oficiais, tais como dificuldades de
financiamento, liberação de recursos, etc. ou de desenvolvimento em geral) que as empresas do APL estão enfrentando.
Se possível, faça alguma sugestão mais aderente à realidade do APL.
POR FAVOR, SINTA-SE LIVRE PARA IR ALÉM DESSA PÁGINA SE ACHAR NECESSÁRIO.
64