Era Vitoriana: Inglaterra - Século XIX -Consolidação da Inglaterra como potência mundial até o início do século XX; -Grande desenvolvimento econômico, industrial, contando com um Estado Sólido, uma forte marinha mercante e absoluta hegemonia internacional. Na época haviam dois partidos políticos: o Partido Liberal (whigs) e o Partido Conservador (tories). A classe social dominante era a burguesia, o sistema de produção era o liberalismo. Lei da Grande Reforma (1832) - Firmou o domínio da burguesia sobre os proprietários de terras. Reinado da Rainha Vitória (1837-1901): - Carta do Povo (1838): reivindicava o sufrágio universal, fim do censo (=determinada renda) para eleições e elegibilidade, remuneração dos eleitos e eleições anuais. Não consegue mobilização popular necessária. - Abolição da Lei dos Cereais (1846): visava vencer o protecionismo, portanto abaixou as pesadas tarifas de importação, tal como mandava o liberalismo. - 1858: Fim do censo eleitoral para a câmara dos comuns; - 1867: ATO DA REFORMA: direito de voto aos que possuírem casa própria ou aluguel num certo valor (excluindo assim, os trabalhadores, grande parcela da população inglesa) - 1872: Voto secreto urbano - 1884: Voto secreto rural No governo do ministro Disraeli, as Trade Unions (organizações trabalhistas - sindicatos) conseguiram inúmeras vitórias, como legislação trabalhista, redução da jornada de trabalho e aumento nos salários, os sindicatos também foram oficializados por este ministro. - 1906: Criação do Partido Trabalhista - 1918: Sufrágio Universal Comuna de Paris A derrota da França na Guerra Franco-Prussiana fez com que populares se revoltassem contra o governo republicano em Versalhes, o auge deu-se em março de 1871, quando foi proclamado um governo autônomo na província, a Comuna de Paris, que durou 72 dias. O primeiro governo totalmente popular da história foi organizado por membros de tendências políticas radicais e adotou uma série de medidas importantes, tais como: -Tornou o serviço militar obrigatório; -Desarmou a Guarda Nacional; -Anulou os decretos de Versalhes; -Proclamou autonomia municipal a todas cidades francesas; -Proclamou igualdade civil entre homens e mulheres; -Determinou o fim do trabalho noturno; -Criou pensões para órfãos e viúvas. O presindente Adolphe Thiers reuniu tropas, com ajuda dos prussianos, cercou Paris e encontrou uma resistência popular desesperada, milhares de pessoas morreram nos combates, foram exiladas e deportadas para a Guiana Francesa. A Comuna de Paris aconteceu durante a Terceira República, que sobreviveria até 1940, com a invasão da França por Hittler. Viveu no período duas importantes crises: Política das Nacionalidades As revoluções que ocorreram no início do século XIX favoreceram o aparecimento de ideais imperialistas, nacionalistas e reformistas, com a ampliação, inclusive, dos direitos de voto e de trabalho, o que favoreceram os movimentos de unificação e consolidação dos Estados Nacionais, como o que ocorreu na Itália e na Alemanha. ITÁLIA: O início do processo de unificação se deu com os carbonários (carvoeiros que atuavam sem uma linha de ação definida por toda a Itália, reunindo monarquistas e republicanos). A partir de 1848, os republicanos se reuniram, liderados por Garibaldi e Mazzini, e os monarquistas também, sob o comando de Cavour, numa linha mais organizada que os primeiros grupos unificadores. O processo se iniciou com lutas nos reinos de Piemonte e Sardenha (o mais importante da Itália), governado por Vitor Emanuel II. No mesmo período ocorriam revoltas nos reinos de Veneza e Lombardia, que estavam sob domínio austríaco. Ambos movimentos se enfraqueceram, e até a década de 1860, o absolutismo retomou força. Garibaldi e os camisas-vermelhas libertaram a Sicília e o sul italiano. Os burgueses liberais monarquistas tentavam unificar o norte italiano, e então Garibaldi evitou dividir as forças de unificação. Com ajuda de Napoleão III, foram anexados vários territórios ao norte. Durante a Guerra das Sete Semanas (1866), anexou Veneza. O papa recusava-se entregar os territórios aos unificadores. As tropas francesas deixaram Roma, a fim de lutar na Guerra Franco-Prussiana, e os unificadores transformaram-na em capital. Em 1871, Vitor Emanuel transfere-se para Roma e um plebiscito completa o processo de unificação. Ocorreu então a Questão Italiana, que durou até 1929, quando Mussolini assinou com o papa Pio XI o tratado de Latrão, criando independente do Vaticano. ALEMANHA: o Congresso de Viena criou a Confederação Germânica, composta por 39 Estados soberanos e liderada pelo Império Austríaco. Em 1834, com a criação do Zollverein (união alfandegária), proporcionou uma união econômica que facilitou o capitalismo alemão. Infelizmente, a Áustria fora deixada de lado pela união, e todos os ideais unificadores foram perdidos com o fim do plano. A Prússia, chefiada por Bismarck, buscava a exaltação do nacionalismo alemão por meio de sua participação em guerras. Com o tratado de Praga, assinado após a Guerra das Sete Semanas, colocava um fim à Confederação Germânica, e, com a vitória da Prússia, facilitou a unificação dos territórios do norte. O sul alemão ainda apresentava obstáculos para a unificação completa. A França de Napoleão III era contra a completa unificação, o que seria um rival econômico forte, e a sucessão do trono espanhol teve de ser vetada pela França, já que seria chefiado por um primo do Kaiser alemão. Bismarck forjou o Estado de guerra entre os países e da vitória da guerra e da união feita por ela, completa-se a unificação alemã. Foi assinado o tratado de Frankfurt, garantindo uma indenização pesada e a anexação da região da Alsácia-Lorena, rica em minérios. Com o crescimento vertiginoso da Alemanha, que em 1900, passara a Inglaterra em produção de aço. Todos estes atritos foram, direta ou indiretamente, fatores que levaram à Primeira Guerra Mundial. Estados Unidos - Século XIX: Os EUA se tornaram independentes em 1776, com o processo consolidado em 1783. Já naquele período, surgiram duas tendências partidárias: a republicana (atual Partido Democrata) e a federalista (atual Partido Republicano). Em 1787, foi colocada em vigor a Constituição, que combinava aspectos das duas correntes, assegurando uma república federalista presidencialista e assegurando a criação de uma Constituição por Estado da federação. O primeiro presidente foi George Washington, eleito em 1789, que favoreceu o desenvolvimento econômico, a dinamização do comércio, da indústria e das finanças e foi caracterizado pela forte imigração européia. Com o período bonapartista na França, o bloqueio continental dificultou o comércio dos EUA, o que gerou uma 2ª Guerra de Independência, na qual os EUA queriam domínio sobre a região dos Grandes Lagos (atualmente ela é neutra). Em 1823, a Doutrina Monroe ("América para os americanos"), deixava subentendido que caberia aos EUA a "ajudar" no processo de Independência dos países latino-americanos e até mesmo, à forte atitude imperialista que se justificou nos anos seguintes. Foi um governo de expansionismo econômico, territorial, com muitas expropriações, guerras, anexações, acordos e compras de territórios (o Alasca foi comprado da Rússia). Com isso, temos a matança de indígenas (que era bélica e politicamente mais evoluído que o da América Latina), o ganho de 1/3 do território mexicano. A doutrina do Destino Manifesto processou-se em função da expansão capitalista internacional e justificou os avanços AtlânticoPacífico feitos pelos norte-americanos. GUERRA DE SECESSÃO (1861-1865) Causas: -disparidade econômica entre o norte e o sul (norte: livre, assalariado e industrializado; sul: escravista e agrícola); -progresso econômico exigia a abolição da escravidão, porque havia a necessidade de novos mercados consumidores; -diferença de interesses alfandegários (altas tarifas prejudicariam o sul, mas favoreceriam o norte) Adversários: Estados do Norte X Estados do Sul Partido Republicano (N) X Partido Democrata (S) Líderes: Abraham Lincoln Jefferson Davis Resultado: Sul primeiramente separa-se do norte formando os Estados Confederados da América, com capital em Richmond, Virgínia. E a autonomia bélica do norte vence a guerra. Conseqüências: -Assassinato de Lincoln; -Norte consolida hegemonia econômica enquanto sul fica arrasado econômica e politicamente; -Abolição da Escravatura; -EUA passa a França, Alemanha e a Inglaterra em produtividade econômica até o fim do século XIX; -Grande imigração e crescimento demográfico; -Consolidação do Capitalismo norte-americano; -Segregação racial e política dos negros -Expansionismo Imperialista dos EUA, ajuda no processo de descolonização latino-americano, em busca de mais consumidores, com a adaptação dos conceitos usados por James Monroe, sob o nome de Corolário Roosevelt; Exemplos de atuação imperialista - a política do Big Stick: EMENDA PLATT: Emenda feita na constituição cubana. Dava direito a uma intervenção norte-americana na ilha e concedia aos EUA uma área para construção de uma base militar (Baía de Guantanamo, até hoje em funcionamento). A emenda existiu até 1959, data da Revolução Cubana. CANAL DO PANAMÁ: Em 1903, recebe o direito de continuar a construção da obra iniciada pelos franceses, obtendo controle perpétuo da região, que foi devolvido no final de 1999. CASO NICARÁGUA: Sandinistas contra a ocupação militar americana desde 1909, que só termina em 1933. Brasil no século XIX: Primeiro Reinado A Constituição de 1824 D. Pedro I dissolve a Assembléia Constituinte e nomeia Carneiro de Campos como redator do texto constitucional, e para disfarçar o autoritarismo, antes de sua outorga, foi enviado o texto aos municípios para que se dessem sugestões. Foi outorgada em 25/03/1824, e seu texto tem base na carta também outorgada de Luis XVIII (1814), com forte tendências absolutistas. A forma de governo adotada foi a monarquia hereditária, e para "melhor controle" das ações tomadas haveriam 4 poderes: o executivo, o legislativo, o judiciário e o moderador, criado por D. Pedro I e chefiado por ele, teria total influência sob os demais. Os deputados teriam mandato de quatro anos e seriam escolhidos por meio de eleições indiretas em duas etapas, os eleitores de paróquia escolheriam os eleitores de província (obrigatoriamente homens com mais de 25 anos). O voto era censitário e descoberto, e os senadores eram escolhidos pelo imperador com base em uma lista tríplice, com cargo vitalício. O conselho de Estado era formado por Conselheiros vitalícios, com mais de 40 anos de idade e com uma alta faixa de renda, o Estado Nacional era dividido em províncias governadas por presidentes escolhidos pelo imperador. A Igreja Católica fora decretada oficial e tinha forte influência ao Estado, seus membros eram considerados funcionários públicos, e o imperador era ao mesmo tempo chefe político e religioso. As outras religiões apresentavam liberdade de culto, desde que em recintos domésticos. Era uma constituição elitista. A Confederação do Equador Consistia em protestos contra a dissolução da Assembléia Constituinte e insatisfações geradas pelas dificuldades econômicas e os altos impostos. Os ideais revolucionários de 1817 e a adoção do Regime Republicano em toda a América fez com que a província pernambucana se rebelasse quando D. Pedro I nomeou um novo presidente para a província. Sob o comando do governador deposto, Paes de Andrade, o movimento recebeu apoio de outros estados, como Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba. Os principais líderes do movimento foram Frei Caneca, Cipriano Batata e Paes de Andrade, chegaram a formar uma região autônoma independente e adotaram a Constituição Colombiana provisoriamente. D. Pedro I, com o auxílio de empréstimos ingleses, enviou tropas sob o comando do duque de Caxias, e após ataques por terra e por mar, o movimento foi sufocado com a execução dos revltosos.