TRABALHO DE PORTUGUÊS – 7º ANO
3º BIMESTRE – ROGÉRIA
Leia o texto a seguir para responder às questões 01 a 05.
Com que corpo eu vou?
Que corpo você está usando ultimamente? Que corpo está representando você no
mercado das trocas imaginárias, que imagem você tem oferecido ao olhar alheio para garantir seu lugar
no palco das visibilidades em que se transformou o espaço público no Brasil? [...] Fique atento, pois o
corpo que você usa e ostenta vai dizer quem você é. Pode determinar oportunidades de trabalho. Pode
significar a chance de uma rápida ascensão social.
Acima de tudo, o corpo que você veste, preparado cuidadosamente à custa de muita ginástica e dieta,
aperfeiçoado por meio de modernas intervenções cirúrgicas e bioquímicas, o corpo que resume
praticamente tudo o que restou do seu ser é a primeira condição para que você seja feliz. Não porque ele
seja, o corpo, a sede pulsante da vida biológica. Não porque possua uma vasta superfície sensível ao
prazer do toque - a pele, esse invólucro tenso que protege o trabalho silencioso dos órgãos. Não pela
alegria com que experimentamos os apetites, os impulsos, as excitações, a intensa e contínua troca que o
corpo efetua com o mundo. O corpo imagem que você apresenta no espelho da sociedade vai determinar
sua felicidade não por despertar o desejo ou o amor de alguém, mas por constituir o objeto privilegiado
do seu amor-próprio: a tão propalada autoestima, a que se reduziram todas as questões subjetivas na
cultura do narcisismo.
Nesses termos, o corpo é ao mesmo tempo o principal objeto de investimento do amor narcísico e a
imagem oferecida aos outros - promovida, nas últimas décadas, ao mais fiel indicador da verdade do
sujeito, da qual depende a aceitação e a inclusão social. O corpo é um escravo que devemos submeter à
rigorosa disciplina da indústria da forma (enganosamente chamada de indústria da saúde) e um senhor ao
qual sacrificamos nosso tempo, nossos prazeres, nossos investimentos e o que sobra das nossas suadas
economias.
Maria Rita Kehl – Com que corpo eu vou? Folha de São Paulo, São Paulo, 30 de jun. 2002.
Ostentar – exibir ou mostrar com orgulho.
Invólucro – tudo o que serve para envolver.
Propalado – divulgado.
Subjetivo – relativo a sujeito, individual, pessoal.
Narcisismo – amor excessivo a si mesmo.
Maria Rita Kehi é psicanalista, ensaísta e poeta. Autora dos livros de poesia Imprevisão do
tempo, O amor é uma droga pesada, Processos primários e dos livros de ensaios A mínima
diferença: o masculino e o feminino na cultura e Sobre Ética e Psicanálise.
Questão 01 – Explique a estranheza que o título Com que corpo eu vou? causa à primeira vista.
Questão 02 – Explique a ironia presente nos primeiros parágrafos.
Questão 03 – Releia:
“O corpo-imagem que você apresenta ao espelho da sociedade vai determinar sua felicidade (...) por
constituir o objeto privilegiado do seu amor-próprio (...).”
 Essa felicidade é segura e duradoura? Explique por quê.
Questão 04 – A cultura do narcisismo é a cultura do apego excessivo ao eu, é a autoestima levada ao
extremo. Em sua opinião, essa cultura deixa vazios na formação da pessoa? Quais?
Questão 05 – Comente a tendência de o corpo e a imagem, construídos à custa de muito investimento,
serem os principais fatores para “a aceitação e a inclusão social” em alguns meios.
Questão 6- Complete as frases com os tempos verbais do subjuntivo.
a) Quando toda a lição, poderá jogar bola. (fazer – futuro)
b) Se nós em julho, não viajaremos em janeiro. (viajar – futuro)
c) Contaria tudo a você, se guardar segredo. (saber – pretérito imperfeito)
d) Quero que você todo o seu quarto agora! (arrumar –presente)
Questão 7 Classifique os sujeitos e encontre os adjuntos adnominais.
a)Aqueles dois livros de contos são maravilhosos.
b) Meu pai vendeu meus CDs de música clássica.
c) Todas as frutas têm alguma vitamina.
d) Minha tia adora fazer casaquinhos de tricô.
Questão 8
Circule os verbos impessoais.
a) Havia muitos anos que não vinha ao Rio.
b) Fazia frio e ventava muito.
c) Faz duas semanas que cheguei.
d) Aqui, quando chove, não se sai de casa.
e) Houve ataques em que choveram balas e granadas.
f) Era uma bela tarde de maio; as lojas da cidade já haviam cerrado as portas.
g) Ia fechar a janela próxima, se havia alguma brisa, ou abri-la, se estava
calor.
h) Há dias que não o vejo.
i) Pois ninguém deixa de bater, se sabe que tem gente do outro lado.
j) Há duas horas que ela chegou.
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