ESCOLA ATIVA: Analisando os Guias de Aprendizagem de Matemática de 1a a 4a série. Iane Alves1 Carlos Eduardo Monteiro2 RESUMO Neste artigo nos propomos a discutir aspectos de análises que desenvolvemos numa coleção de Guias de Aprendizagem de Matemática do Programa Escola Ativa, destinados para realidades campesinas brasileiras. O estudo teve como objetivo identificar como os conteúdos matemáticos propostos para os anos iniciais do Ensino Fundamental eram considerados. A investigação foi baseada numa perspectiva da análise de conteúdo das atividades dos Guias distribuídas nos quatro Eixos do currículo de Matemática, identificando como tais atividades se articulavam com situações rurais. Percebemos como os livros enfatizavam o bloco dos Números e Operações em detrimento dos eixos de Geometria, Grandezas e Medidas e Tratamento da Informação, bem como as atividades em grande maioria não consideravam o espaço rural e suas especificidades. Palavras-chave: Educação Matemática, Livro Didático, Educação do Campo. INTRODUÇÃO Em termos gerais parece ser consensual que a qualidade dos livros didáticos de matemática de 1ª à 4ª série tem melhorado após periódicas avaliações realizadas pelo Ministério da Educação (MEC) desde 1997 através do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Apesar dessa importante iniciativa governamental, muito precisa ser feito para os livros didáticos dos primeiros anos do Ensino Fundamental. Por exemplo, o MEC ainda não tem realizado avaliações mais sistemáticas no que se refere a livros didáticos que têm atendido realidades específicas, tais como aqueles destinados à população do campo. Muitos são os trabalhos que abordam os livros didáticos de Matemática dos primeiros ciclos do Ensino Fundamental, entretanto tais 1 Concluinte de Pedagogia – Centro de Educação – UFPE. [email protected] Professor Adjunto do Departamento de Psicologia e Orientação Educacional – Centro de Educação – UFPE. [email protected] 2 estudos se detêm predominantemente em publicações comum ente utilizadas em realidades urbanas. Ainda são incipientes as pesquisas que abordam os livros didáticos de Matemática dos primeiros ciclos do Ensino Fundamental, existindo uma predominância de trabalhos associados a outras áreas do conhecimento e a outros níveis de ensino de Matemática (MACHADO; OLIVEIRA, 2006; FREITAS; PAIS, 2006; AUGUSTO, ÁVILA e GITIRAMA, 2004;BARRETO e AMARAL, 2007). Os estudos realizados em análises de livros didáticos de Matemática se detêm predominantemente em publicações comumente utilizadas em realidades urbanas (BORBA; LIMA, 2007; BORBA, PESSOA e SANTOS, 1997; BRANDÃO; SELVA, 1999). Esse elemento evidenciado em nossa revisão da literatura parece estar associado à escassez de estudos no país que abordem os processos de ensino e de aprendizagem em áreas rurais (SILVA, 2002). Neste artigo, discutimos aspectos de uma pesquisa que investigou os livros didáticos de Matemática destinados a escolas campesinas com a finalidade de analisar como os conteúdos matemáticos propostos para os anos iniciais do Ensino Fundamental são considerados. No âmbito da pesquisa, as análises dos livros didáticos foram fundamentas por uma discussão de elementos teóricos que discutem aspectos dos contextos das escolas rurais para as quais os livros didáticos foram propostos e nas quais são usados. De um modo particular, consideramos aspectos do Programa Escola Ativa que desenvolveram uma coleção de livros didáticos específicos (para cada área do conhecimento) para escolas rurais, os quais são denominados Guias de Aprendizagem. A Escola Ativa é uma experiência de educação básica implantada em escolas rurais brasileiras. Este programa tem um modelo pedagógico baseado em abordagens realizadas em outros países da América Latina, como por exemplo, a Escuela Nueva na Colômbia em 1975. No Brasil, a Escola Ativa iniciou-se com o Projeto Nordeste do Ministério da Educação - MEC – em 1997 e foi posteriormente adotado pelo Fundo de Fortalecimento da Escola (FUNDESCOLA). Desta maneira, a Escola Ativa seria uma estratégia metodológica voltada para classes multisseriadas no campo que visa à melhoria da qualidade de ensino e eficiência da educação em escolas multisseriadas campesinas. Segundo documentos do MEC, esse Programa está fundamentado nas concepções de: aprendizagem ativa, centrada no aluno e em sua realidade social, professor como facilitador e estimulador, aprendizagem cooperativa, gestão participativa da escola, avaliação continua e no processo de formação flexível. A Escola Ativa dispõe-se a desenvolver um currículo pertinente e relacionado com a vida, respeitando o ritmo de aprendizagem, com calendários e sistemas de aprovação e avaliação flexíveis, uma relação mais estreita entre escola e comunidade e a formação de valores democráticos e participativos por meio de estratégias vivenciais. Para isso, a Escola Ativa combina na sala de aula uma série de elementos e de instrumentos de caráter pedagógico e administrativos, tais como: Guias de Aprendizagem, trabalho em grupos, cantinhos da aprendizagem, governo estudantil e participação da comunidade. Os Guias de Aprendizagem são na verdade as coleções de livros didáticos de 1ª a 4ª séries referentes a cinco áreas do conhecimento – Língua Portuguesa, Matemática, Ciências Naturais, História e Geografia. Os Guias de Aprendizagem foram elaborados “especificamente” para classes multisseriadas situadas no meio rural. Nestas salas de aulas, uma professora generalista ensina num mesmo espaço físico, estudantes que estão cursando diferentes séries. Nos Guias de Aprendizagem os conteúdos curriculares são estruturados em unidades, módulos e seções que correspondem às atividades básicas, práticas e de aplicação e compromissos. Segundo a proposta da Escola Ativa, os Guias de Aprendizagem possibilitam o desenvolvimento dos conteúdos fundamentais dos componentes curriculares básicos. Nem todas as escolas rurais utilizam esses livros, apenas aquelas escolas que são assistidas pelo Programa Escola Ativa fazem uso dos Guias de Aprendizagem, as demais utilizam “sobras” de livros urbanos em suas classes multisseriadas. A necessidade de realizar uma análise de como os Guias de Aprendizagem de Matemática abordam as questões socioculturais das áreas do campo, surgiu a partir de nossa participação num Projeto de Iniciação Científica sobre concepção e uso de recursos no ensino de Matemática em áreas rurais (ALVES e MONTEIRO, 2007). Nesse trabalho, procuramos identificar os recursos no ensino de Matemática em escolas que seguem a proposta metodológica da Escola Ativa de um município do Agreste pernambucano. Naquele estudo investigamos como professores conceptualizavam recursos e se os mesmos abordavam três de suas dimensões: material, humana e cultural. Nas seções seguintes, nós discutimos aspectos vinculados ao objeto de estudo de nossa pesquisa, bem como apresentamos os objetivos e elementos do método de investigação e a discussão dos dados produzidos a partir deste estudo. O LIVRO DIDÁTICO NO ENSINO DA MATEMÁTICA ESCOLAR Diversos estudos (DANTE, 1996; LAJOLO, 1996; CARVALHO, IEZZI, KENNEDY, 2004) discutem a importância do livro didático para os processos de ensino e de aprendizagem e de como este recurso tem sido o material pedagógico mais utilizado pelos professores em suas salas de aula, influenciando fortemente o ensino escolar. Belfort (2003), fundamentada em uma pesquisa quantitativa de âmbito internacional, afirma que mesmo na década de 1980 quando os livros didáticos de Matemática foram deixados num plano secundário, em virtude da difusão das idéias construtivistas, os professores, não deixaram de utilizá-lo. Lajolo (1996) explica que a demasiada importância que o livro didático assume nas salas de aula se deve as precárias condições que os sistemas educacionais apresentam em países como o Brasil, pois o livro didático, muitas vezes constitui-se no único suporte material para o ensino. De fato, diante da falta de materiais que orientem o professor sobre o que ensinar e como ensinar, o livro didático é o recurso mais acessível e “fácil” para o docente (DANTE, 1996). É por este motivo que se faz necessário que avaliações com análises críticas que visem melhorar a qualidade dos livros didáticos sejam realizadas pelos diversos segmentos da sociedade (Estado, universidades, movimentos sociais, editoras etc). Quando utilizado com competência, o livro didático pode se tornar um recurso auxiliar no processo ensino-aprendizagem de valor inestimável. Ele assume funções que auxiliam docentes e discentes no processo de construção dos conhecimentos matemáticos. Entretanto, segundo o PNLD (2007), essas funções dos livros didáticos perdem o sentido quando o contexto em que ele é utilizado não é considerado. Para desempenhar o seu papel de recurso auxiliar é importante que os livros didáticos, entre outras coisas, tenham em seu conteúdo atividades e exercícios com potencialidades de desenvolver significados para o aluno. O PNLD (2007) prescreve que é preciso levar em consideração as especificidades sociais e culturais da comunidade em que o livro é utilizado, para que o seu papel na formação integral do aluno seja mais efetivo. Desta maneira, é recomendável que o livro didático de Matemática para a população do campo, trate seus conteúdos considerando os diversos sujeitos sociais que fazem parte da realidade rural e de sua cultura. Os conteúdos que fazem parte do currículo de Matemática para as séries iniciais do Ensino Fundamental, os quais os livros didáticos de Matemática geralmente trabalham, são divididos em quatros grandes Eixos ou Blocos: Números e Operações, Geometria, Grandezas e Medidas, e Tratamento da Informação. O Eixo denominado Números e Operações consiste no estudo dos números naturais e racionais e de operações fundamentais. Neste Eixo, costuma-se trabalhar a leitura e a escrita do sistema decimal de numeração, os algoritmos convencionais das operações e as relações de ordem dos naturais. O Eixo de Geometria refere-se à exploração do espaço e forma e dos movimentos, onde estão associados à localização, o deslocamento de espaço nas três dimensões, a semelhança, a simetria dentre outros. Os conhecimentos deste Eixo são normalmente adquiridos a partir de experiências advindas, principalmente, do mundo físico e daí o interesse que os alunos normalmente apresentam por este conteúdo que deve ser sistematizado de forma progressiva e com compreensão (BRASIL, 2007). Grandezas é tudo aquilo que se convencionou como possível de ser mensurado (comprimento, área, volume, massa, tempo, temperatura, valor monetário e velocidade). As medidas são parâmetros com os quais pode-se mensurar determinada grandeza (por exemplo, metro, litro, quilograma). Esse Eixo, assim como os demais, é de grande relevância social, pois na vida em sociedade as grandezas e medidas estão presentes em quase todas as atividades humanas desde a mais simples até a mais complexa. Também este conteúdo é importante para o trabalho com os significados de outros conceitos matemáticos como número natural, racional e da idéia de proporcionalidade e escala. As grandezas e as medidas tornam-se bastante significativa para a aprendizagem de Matemática, pois mostram mais claramente ao aluno a utilidade do conhecimento matemático no seu cotidiano. O Eixo Tratamento da Informação é constituído por conteúdos relativos à estatística, à combinatória e à probabilidade. Na sociedade atual esses conteúdos são muito relevantes, pois referem-se à interpretação e compreensão de dados, veiculados principalmente nos meios de comunicação. Embora estes conteúdos sejam apresentados em Blocos, eles devem ser trabalhados em sala de aula da maneira mais interligada possível (BRASIL, 2007). Dessa forma, assim também deve ser o modo dos livros didáticos estarem organizados e trabalharem os conteúdos, ou seja, de forma integrada. Segundo o PNLD (BRASIL, 2007) nesta fase da escolaridade deve-se dar ênfase ao Eixo dos Números e Operações sendo considerado satisfatório a distribuição de aproximadamente 50% das atividades do livro para este Eixo e os outros 50% distribuídos entre os demais blocos. Segundo o documento do PNLD, com esta organização não há prejuízo para o aluno no que se refere à aprendizagem dos conteúdos matemáticos. O presente estudo objetiva verificar se os Guias de Aprendizagem de Matemática foram elaborados segundo esta organização, de forma que também não acarretem prejuízos na aprendizagem dos conhecimentos matemáticos para alunos do meio rural. A aprendizagem desses conteúdos é muito importante na sociedade atual, pois, como vimos, até as mais simples atividades cotidianas demandam competências matemáticas, e, assim, todos os alunos, sejam da área urbana, sejam da área rural, deveriam ter acesso aos conhecimentos matemáticos. Para isso, entretanto, é necessário que o currículo de Matemática respeite a pluralidade sociocultural existente em nosso país e considere os seus sujeitos e as suas realidades. Por isso torna-se relevante analisarmos se os livros didáticos de Matemática 1a a 4a série da Escola Ativa contemplam os conteúdos e se os contextualizam com a realidade rural dos alunos para o qual se destinam, de forma a terem significado para eles. OS GUIAS DE APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA Desde o período colonial brasileiro a educação destinada para a população que vive no campo é do tipo compensatória, ou seja, sempre foi pensada como um “bem” oferecido a uma população que não teve a sorte de viver na zona urbana. Sempre esteve presente no imaginário do povo brasileiro que para viver no campo não se fazia necessário “saber muito das letras” (ARROYO, CALDART e MOLINA, 2004). Desde aquela época o país carecia de políticas específicas de educação para as populações rurais. Somente a partir das décadas de 1950 e 1960 que a educação rural passou a ser sistematicamente vista com mais seriedade tanto pelo Estado como pela comunidade cientifica (DAMASCENO, 2004). Isso contraditoriamente ocorreu numa época em que a urbanização e o desenvolvimento industrial eram as principais metas do Estado, não havendo, portanto, investimentos e maiores compromissos do Estado para com a educação rural. A partir da institucionalizadas década para a de 1990, criação de começam uma a agenda surgir voltada iniciativas para o encaminhamento de políticas para a educação rural, envolvendo segmentos da sociedade organizada. Essas iniciativas deveram-se por pressões dos movimentos sociais do campo, que tornaram visíveis a precariedade da zona rural, com uma população de quase 32 milhões de pessoas carentes de capital físico (recursos financeiros) e capital sociocultural (escolaridade e freqüência à escola). Tais iniciativas, apesar de serem um avanço, estão segundo Arroyo (2004) longe de serem suficientes. Devido principalmente à luta do próprio trabalhador do campo pelo direito e acesso à Educação Básica, hoje a educação para a população rural não é mais vista como Educação Rural e sim como Educação do Campo, pois engloba espaços da floresta, da pecuária, das minas, da agricultura, os pesqueiros, os caiçaras, os extrativistas e todos aqueles espaços que tem trabalhadores vinculados à vida e ao trabalho do meio rural. Nesse sentido, o campo, segundo Teixeira: Mais do que perímetro não-urbano é um terreno de possibilidades que dinamizam a ligação dos serem humanos com a própria produção de condições de existências social e com as realizações da sociedade humana. (In: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2004). Muito se tem discutido, e as Conferências Nacionais por uma Educação do Campo foram amostras disso, sobre políticas públicas para a educação que seja no campo e para o campo, como explica Caldart (in FURTADO, 2002): No: O povo tem direito de ser educado no lugar onde vive. Do: O povo tem direito a uma educação pensada desde o lugar e com sua participação, vinculada à sua cultura e as suas necessidades humanas e sociais. Entretanto, a situação da educação para a população do campo continua apresentando sérios problemas que impedem o desenvolvimento do meio rural. Segundo o Panorama da educação do Campo (BRASIL, 2007) essas situações envolvem desde problemas de estrutura física à falta de propostas pedagógicas que considere o contexto sociocultural campesino. Para contornar esse quadro algumas experiências de educação básica rural estão sendo conduzidas pelo MEC e por outras organizações. A experiência do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e os programas Escolas Famílias Agrícolas, Casas Familiares Rurais e Escola Ativa, que tem um de seus aspectos como objeto de estudo desta pesquisa, são exemplos dessas iniciativas. Também nós, com este estudo, procuramos contribuir para essa discussão, investigando o livro didático oferecido para os estudantes do campo. Pretendíamos com isso, produzir elementos que subsidiassem avaliar se a educação que está sendo oferecida à população que vive no campo é, ou pelo menos tenta ser uma educação do campo, mas que, sobretudo seja uma educação no sentido amplo de processo de formação humano. Por este motivo, tivemos como objetivo geral analisar as atividades didáticas propostas para o ensino de Matemática nos Guias de Aprendizagem da Escola Ativa para classes multisseriadas e como objetivos específicos examinar como os Eixos do currículo de Matemática estão contemplados nos volumes dos Guias de Aprendizagem de Matemática e identificar se e como as atividades propostas nos Guias de Aprendizagem abordam as realidades campesinas dos alunos. ANALISANDO OS GUIAS DE APRENDIZAGEM Os livros didáticos de Matemática dos anos iniciais do Ensino Fundamental para classes multisseriadas do Programa Escola Ativa do meio rural constituíram o nosso objeto de estudo. Pois, era de nosso interesse discutir como se dava a proposição dos conteúdos de Matemática nos livros da Escola Ativa, e se tal abordagem considerava a perspectiva da população para qual se destinam, que são os filhos de trabalhadores do campo. Em nossa análise tivemos como objetivo identificar se tais atividades consideravam aspectos dos contextos rurais nos quais os livros se destinam, e como tais considerações se articulavam com os conteúdos do currículo de Matemática para esta etapa da educação básica. Contudo esta pesquisa não descartou os dados quantitativos, que conseqüentemente foram levantados durante a realização deste estudo, já que se pretendia também verificar a distribuição e articulação dos conteúdos entre os quatros volumes da coleção. O procedimento adotado para a coleta dos dados foi à análise documental. Sendo que para a análise dos dados utilizamos a análise de conteúdo, que segundo Franco (2005) tem a intenção de inferir conhecimentos relativos às condições de produção e de recepção das mensagens recorrendo a indicadores quantitativos e/ou qualitativos. Nesse processo de tratamento dos dados, para atingirmos nosso objetivo examinamos as atividades para identificar o significado destas para o público ao qual está destinado. Para isso observamos se os livros consideravam os conhecimentos prévios e os níveis de escolaridade dos alunos, propunham o trabalho dos conhecimentos matemáticos de forma significativa, no que diz respeito a aspectos rurais, e se nos textos e nas ilustrações, eram livres de preconceitos ou estereótipos que levassem a discriminação ou desvalorização da zona rural. Observamos também a distribuição e articulação dos conteúdos entre os quatro anos iniciais porque, segundo o PNLD (2007), o conhecimento é construído pelos alunos durante um longo período de aprendizagem e que, além disso, um conceito não é construído isoladamente, e sim, de forma integrada a um conjunto de conceitos através de uma série de relações. Desta forma, examinamos se os livros foram elaborados dentro dessa perspectiva, ou seja, se a distribuição dos Eixos matemáticos estavam dentro do que o PNLD 2007 recomenda, e que já foi explicado anteriormente. DISTRIBUIÇÃO NOS EIXOS MATEMÁTICOS Numa primeira etapa da análise, observamos a apresentação dos Guias. Os conteúdos de cada Guia são estruturados em unidades na qual cada uma delas (salvo o Guia da 4a série, na qual as unidades não possuem nomes) possui títulos, tais como: Crianças e Animais, Vida na Roça, Com o Dinheiro Também Fazemos Operações. Nas unidades aparecem em subtópicos os conteúdos que serão estudados nas mesmas. As explicações e, informações são apresentadas através de exemplos de situações vividas por crianças que moram em áreas rurais. Alguns desses elementos estão associados a ilustrações de crianças cujas falas aparecem em balões como em uma revista em quadrinhos. Quando a informação ou a explicação deve chamar mais atenção do aluno, essas aparecem em destaque dentro de quadros coloridos. As atividades são marcadas com ícones que representam instruções de como realizá-las: Trabalhe sozinho, Trabalhe em dupla, Trabalhe em grupo, Trabalhe com toda a turma, Faça em casa, Faça a leitura, Faça no caderno, Peça ajuda ao professor e Verifique se você aprendeu. O ícone representativo dessa última instrução se refere a um grupo de atividades que revisam os conteúdos trabalhados na unidade correspondente. O Guia da 1a série ainda apresenta material para recorte. Os livros também apresentam atividades que envolvem outras disciplinas como Língua Portuguesa, Ciências Naturais, Geografia, História e Arte. Entretanto, tais atividades não propõem um trabalho interdisciplinar envolvendo os conteúdos matemáticos. São atividades que abordam ou o conteúdo específico da própria disciplina ou o contexto rural. Os Guias apresentam ainda atividades que envolvem o uso do Cantinho da Aprendizagem, estes são espaços dentro das salas de aula com recursos específicos de cada disciplina dispostos para a utilização dos alunos. Os elementos desses Cantinhos deveriam ser produções dos alunos, material para manuseio e observação, material de apoio e incentivo a pesquisa e artigos e produtos produzidos pela comunidade (BRASIL, 2005). Tais atividades são aquelas onde os alunos devem produzir ou recolher materiais para colocar no cantinho ou utilizar os recursos ali expostos para a realização do exercício. Os conteúdos trabalhados nos livros que estão distribuídos como nos mostra a Tabela 1 abaixo: a 1 série Tabela 1. Conteúdos Matemáticos Trabalhados no Guias por Série. a a a 2 série 3 série 4 série • Em cima e em baixo; • Na frente e atrás; • À direita e a esquerda; • De frente e de costas • Dentro e fora; • Antes e depois; • Cedo e tarde; • Devagar; depressa; diferente e igual; • Pequeno, médio e grande; • Alto e baixo; • Curto e comprido; • Largo e estreito; • Grosso e fino; • Cheio e vazio; • Leve e pesado • Ordenação; • Seqüências; • Maior que e menor que; • Números de 0 à 10 (quantidade, escrita, representação, contagem). • Números, • Ordem crescente e decrescente, • Agrupamentos, • Ordenação e contagem, • Pares e impares, • Dezena e centena • Medidas de tempo, • Adição e subtração (algoritmo vertical e horizontal), • Quadro valor de lugar, formas, • Antecessor e sucessor, • Operações com resultados maiores que 10, • Comprimento, sistema monetário, • Metade e interiro,, metro, massa e litro, • Gráficos, • Arredondar • Algarismos. • Unidade, dezena, centena, • Adição, subtração, multiplicação, • Tabuada, • Metade, • Dúzia, • Dobro, • Divisão, • Dinheiro, • Centímetro, problemas com as quatro operações, • Figuras espaciais e planas, • Arredondamento, • Milhar, • Cálculo mental, • Metro, • Capacidade, • Massa, • Fração, • Horas. • Milhar, • Ponto, reta, • Gráficos, • Adição, subtração, multiplicação, divisão, • Valor relativo e absoluto, • Números e informações, • Medidas de temperatura, • Dezena de milhar, • Fração, • Equivalência, • Propriedades (adição e multiplicação), • Problemas, • Figuras planas e espaciais, • Linha, ângulos, • Polígonos, • Triângulos, quadriláteros, • Números decimais, • Centena de milhar, • Múltiplos e submúltiplos do metro, da massa e do litro, • Perímetro e área, • As quatro operações com números decimais, • Tabelas, • Milhões, • Porcentagem, • Simetria. Como pode ser observados na Tabela 1, os conteúdos do Guia da 1a série apresentam características de um livro destinado para a Educação Infantil. Apesar do livro da 1a série trabalhar conteúdos (em cima e embaixo, dentro e fora, pequeno, médio e grande etc) que são costumeiramente trabalhados na primeira etapa da educação básica e não no Ensino Fundamental, consideramos que o livro procurava atender ao nível de escolaridade dos alunos para qual se destinam, pois na maioria das vezes não tiveram acesso à Educação Infantil e, portanto, não desenvolveram aqueles conhecimentos relacionados à Matemática. No que se refere à distribuição e articulação dos eixos matemáticos, de um modo geral, como pode ser observado na Tabela 2 que se segue, os Guias de Aprendizagem dedicam um maior número de atividades ao eixo dos Números e Operações em detrimento dos outros três eixos, o que poderia ocasionar prejuízos para o ensino de Geometria e principalmente do Tratamento da Informação. Tabela 2 - Percentual (quantitativo) Atividades dos Guias por Eixo Matemático e série. Séries 1a série 2a série Grandezas e Medidas 15 % (32) 23 % (61) 3a série 22% (66) 4a série 15% A coleção 19% (209) (50) Números e Operações 58% (122) 62% (166) 69% (204) 64% 64% (709) (217) Tratamento da 2% (3) 2% (6) 0,67% (2) 5% (16) 2%(27) 22 % (46) 9% (24) 8% (24) 15% 13% (145) Informação Geometria (51) Outros (atividades de 3% (6) 4% (10) 0,3 % (1) 1% (5) 2% (22) ciências, língua portuguesa e geografia) Como pode ser observado na Tabela 2, é preocupante a pouca atenção dedicada ao estudo do Bloco Tratamento da Informação principalmente porque na sociedade atual tudo que se relaciona com a informação vem assumindo uma importância cada vez maior e se faz necessário saber compreender e interpretar as informações das mais diversas maneiras. Apenas vinte sete atividades em toda a coleção abordam este Eixo e ainda assim apenas contemplam o estudo dos gráficos e tabelas, não havendo, dessa forma, nenhum exercício que considere o estudo da Probabilidade e da Combinatória. Alguns livros como o da 3a série, por exemplo, é quase que inexistente a ocorrência de atividades que favoreçam a leitura e interpretação de gráficos, entretanto em todas as séries os gráficos são estudados ainda que sua intenção não seja explicita. Como mostra a Figura 1 abaixo: Figura1: Atividade de Tratamento de Informação Guia 1ª série. O Eixo de Geometria também é pouco contemplado nos Guias, há uma maior ênfase no estudo desse eixo na 1a série (22%) e na 4a série (15%). Um exemplo de como este eixo é contemplado na coleção pode ser observado na atividade que se segue: Figura 2: Atividade de Geometria Guia 4ª série. Em todos os quatro volumes da coleção há exercícios onde é solicitado aos alunos que observem as formas dos objetos. Ocorrendo, dessa forma, um excesso de atividades que abordem as formas geométricas enquanto que outros conteúdos são pouco contemplados como, por exemplo, simetria, perímetro e múltiplos e submúltiplos do metro neste último, por exemplo, não há nenhuma atividade que o aluno possa responder, pois os três únicos exercícios da colação que trabalham este conteúdo são exercícios resolvidos. Através dos dados destes dois eixos percebemos como os conhecimentos que estes dois campos proporcionam são poucos explorados pelos Guias o que vai de encontro com o que os PCNs (BRASIL, 1997) diz sobre que todas as disciplinas devem favorecer o desenvolvimento amplo dos conhecimentos. Os Guias de Aprendizagem, no trabalho que desenvolve com blocos matemáticos desconsidera conteúdos que poderia ter um significado fundamental para os moradores de regiões rurais, como por exemplo, no estudo das grandezas e medidas, os livros não trabalham medidas como o alqueire, acres e hectares ou outras medidas trabalhadas em ambientes rurais. As atividades abordam questões que são usualmente encontradas em livros didáticos de realidades urbanas, como pode ser observado no exemplo a seguir: Figura 3: Atividade de Grandezas e Medidas Guia 4ª série Tais atividades podem, de fato, ser abordadas nos Guias, entretanto consideramos importante abordar primeiro nos exercícios, questões mais específicas da realidade campesina e partir destas ampliar o trabalho das grandezas e medidas, assim como dos outros Eixos, com questões que envolvam situações de outras realidades. Não percebemos uma articulação bem cuidada entre os conteúdos. Esses são sempre introduzidos e depois retomados em outros capítulos ou nos Guias de séries posteriores, entretanto as abordagens aos conteúdos não oferecem aprofundamentos no nível de complexidade das atividades especialmente nos Guias da 1a e da 2a série, onde as atividades muitas vezes têm o mesmo comando e envolvem o mesmo processo de resolução. Isto pode ser observado nas Figuras abaixo: Figura 4: Figura 5: Atividade 1ª série Atividade 2ª série 3ª unidade Figura 6: Atividade 2ª série 5ª unidade ATIVIDADES EM ESPAÇOS RURAIS E URBANOS Ao abordar o espaço rural, que é onde está a principal contribuição deste estudo, os Guias de Aprendizagem também não trabalham satisfatoriamente o estudo das questões campesinas. Para verificarmos se os livros abordam o contexto rural dividimos as atividades dos Guias em três categorias que intitulamos como: Atividades que trabalham o contexto rural, atividades que não abordam o contexto rural e atividades que abordam aspectos que podem ser trabalhados em contextos rurais e urbanos. De acordo com esta categorização os exercícios dos livros estão assim classificados: Tabela 3: Percentual (quantitativo) Distribuição das atividades consideração do espaço rural e por série Séries 1a Série 2a Série 3a Série 4a Série A Coleção Atividades que trabalham o contexto rural. Atividades que não abordam o contexto rural; Atividades que abordam aspectos que podem ser trabalhados em contextos rurais e urbanos; 2% (4) 2% (6) 7% (21) 6 % (21) 5% (52) 76%(158) 78% (208) 82%(244) 83% (280) 22% (47) 20% (53) 11% (32) 11% (38) 80% (890) 15% (170) Confirmando nossa antecipação, como pode ser observado na Tabela 3, não se pode dizer que os Guias de Aprendizagem atendam em plenitude o estudo do contexto campesino, 80% das atividades dos livros não abordam as questões rurais. A maioria dessas atividades são aplicações diretas dos conteúdos matemáticos e muitas vezes descontextualizadas como no exemplo que se segue: envolvem ilustrações Figura 7: Exemplo de atividade que não aborda o contexto rural Entendemos que muitos livros trazem desenhos e imagens, como o da tarefa acima, na tentativa de serem mais atrativos para os alunos, mas ainda assim atividades como esta são freqüentes nos Guias o que demonstra que houve uma desconsideração pelo contexto rural. Percebemos também nos livros a presença de atividades que procuram abordar o espaço campestre através de problemas e ilustrações que envolvem animais, frutas, flores e pedrinhas. Como esta atividade abaixo: Figura 8: Exemplo de atividades que abordam aspectos que podem ser trabalhados em contextos rurais e urbanos. Não consideramos estas atividades, entretanto, como rurais, pois estes elementos não são necessariamente rurais e podem ser trabalhados em quaisquer contextos, sejam urbanos ou campesinos. Dessa forma classificamos estes exercícios como aqueles que abordam aspectos que podem ser trabalhados em contextos rurais e urbanos, estas atividades são 12% das atividades dos Guias. Uma provável explicação para estas atividades é que elas são uma tentativa dos Guias em trabalhar elementos que os alunos conheçam e com os quais estejam habituados é o que se costuma dizer ‘partir do que a criança conhece. Entretanto elementos tais como: animais, frutas e pedras poderiam ser constitutivos do universo de conhecimentos de crianças oriundas tanto de realidades rurais quanto de realidades urbanas. Assim, com estas atividades os livros não trabalharam especificamente as questões rurais. Além disso, os elementos usados para exemplificar tornaram-se repetitivos, pois como podem ser visto na Tabela 3, são trabalhados várias vezes nos quatro volumes da coleção. No que se referem às atividades que trabalham o contexto rural estas são poucas, apenas 5% dos exercícios dos livros abordam as questões campesinas. Isto é preocupante, pois por serem livros destinados para as populações campesinas seria de esperar que eles trabalhassem a matemática a partir de questões rurais, de forma a fazer com que os alunos reconhecessem as aplicações dos conhecimentos que ali estão estudando. Apesar do percentual baixo investigamos também como estas atividades abordam o contexto do campo e percebemos que os exercícios que abordam as questões rurais o fazem de duas formas: através de ilustrações de sítios ou fazendas como no exemplo que se segue: Figura 9: Exemplo de atividades que abordam o contexto rural através de ilustrações E por meio de atividades que abordam o contexto rural através de situações que envolvem colheita ou produção agrícola e a criação de animais, como na questão abaixo: Figura 10: Exemplo de atividade que aborda contexto rural através de situações de problemas Vê-se na Figura 10 que o conteúdo matemático foi contextualizado com o ambiente campesino, (ainda que superficialmente), entretanto essas questões são poucas e ainda assim repetitivas, já que sempre trabalham com este mesmo tipo de situação-problema diferindo apenas nos conteúdos trabalhados. Apesar dos Guias trabalharem as questões rurais destas duas maneiras, todas as atividades, abordam o rural através da imagem tradicional, ou seja, o rural que está unicamente ligado à agricultura ou à criação de animais. Entretanto, atualmente existe uma reconceptualização do que seja o espaço rural, Marques (2002) discute, por exemplo, o conceito de espaço rural e fala como estes ambientes não podem ser definidos apenas como espaço não urbano, (que é o critério adotado oficialmente no Brasil) nem por meio de critérios como o ambiente, as pessoas ou a atividade econômica. Ainda assim, deve-se reconhecer que o ambiente campestre sofreu e vem sofrendo transformações e assumiu um novo papel que não abrange unicamente as atividades ligadas à agricultura ou a criação de animais, como as que atividades das Figuras 9 e 10 trabalham. Os espaços campesinos podem ser também aqueles cuja principal atividade econômica de seus residentes são o extrativismo, o artesanato ou a confecção têxtil, como pode encontrado em algumas regiões do Agreste de Pernambuco. COMO É VISTA A POPULAÇÃO CAMPESINA Por termos como enfoque o estudo do rural que é abordado nos Guias de Aprendizagem, julgamos necessário ainda verificar que imagem os livros têm sobre a população campesina. Dessa forma, observamos se os desenhos e ilustrações estavam isentos de estereótipos que prejudicassem a imagem da zona do campo e constatamos que várias imagens que constam nos Guias são de pessoas descalças e com roupas remendadas o que as desvalorizam, pois induzem o leitor de que os moradores de áreas rurais são pessoas descuidadas e pobres. Como podemos ver nas imagens abaixo: Figura 11: Ilustrações apresentadas nos Guias de residentes rurais Fica claro na figura 11 que os personagens retratam pessoas desfavorecidas, entretanto, sabemos que a pobreza e descuido pessoal são aspectos que podem estar presentes em qualquer ambiente de qualquer sociedade e independem da atividade profissional do individuo, entretanto ilustrações deste tipo e que aparecem com freqüência nos Guias, podem não indicar isto e transmitir uma imagem pejorativa sobre os residentes do campo. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do que discutimos na secção anterior, julgamos necessário ainda tecer algumas considerações a respeito do estudo. Os Guias de Aprendizagem são livros que se destinam para uma população que historicamente foi desfavorecida em vários aspectos e o educacional foi, a nosso ver, o principal deles. A elaboração de livros específicos para o ambiente rural indica que um passo foi dado em direção ao estabelecimento de uma escola do campo, entretanto, a qualidade destes livros e a maneira que eles se propõem a serem do campo precisam ser também consideradas. Desta forma, de acordo com o que aqui foi exposto, podemos dizer que os Guias de Aprendizagem não atendem aos critérios nacionais que estabelecem a qualidade do livro didático no tratamento dos Eixos do currículo de Matemática. Apesar de tais livros serem produzidos um ano após a 1ª edição do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e conseqüentemente do estabelecimento de critérios de qualidade dos livros didaticos. Os Blocos matemáticos não apresentam uma distribuição equilibrada e por isso não se encontram dentro do quantitativo estipulado pelo PNLD o que pode oferecer um prejuízo para o aluno do campo no que se refere à aprendizagem dos conteúdos matemáticos. Além disto, as atividades dos livros tem uma grande chance de não serem significativas para os estudantes, pois elas não abordam as práticas do cotidiano dos alunos e que no caso são as práticas rurais. Não queremos dizer com isso que só atividades que abordem as questões rurais seriam importantes para os alunos residentes no campo e sim que há uma desconsideração dos Guias de Aprendizagem pela realidade campesina, pois as suas atividades não abordam majoritariamente o espaço rural, não trabalhado dessa maneira as possibilidades que este ambiente proporciona e nem considera os vários rurais que existem no Brasil o que demonstra que estes livros apesar de serem utilizados no espaço do campo eles não o são verdadeiramente do campo. REFERÊNCIAS ALVES, Iane e MONTEIRO, Carlos. Identificando Recursos Pedagógicos no Ensino de Matemática em Escolas Rurais. Anais do XV Congresso de Iniciação Científica da UFPE - CONIC, 2007. ARROYO, Miguel, CALDART, Roseli e MOLINA, Mônica (orgs.). 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